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TERMO DE AUDIÊNCIA
0023100-80.2008.5.15.0027
SENTENÇA
FUNDAMENTAÇÃO
I – Saneador
II – Provas orais/testemunhais
O reclamante, em depoimento pessoal, fl.52, afirmou que: trabalhou para a reclamada a partir de meados de junho
a setembro de 1968, tendo saído por volta de meados de setembro de 1972; trabalhava como ajudante geral; foi contratado pelo Sr.
Rubens, filho de Euclides Facchini; inicialmente trabalhava meio período e a partir de determinado momento que não se recorda, passou
a trabalhar o período integral; ao que se recorda, quando deixou a reclamada, tudo lhe foi pago de forma correta; ao que se recorda, a
rescisão foi feita no próprio escritório da reclamada, na rua Pernambuco em Votuporanga; não se recorda quanto recebia.
A reclamada, em depoimento pessoal, fl.52, afirmou que: é funcionária da reclamada desde 16/03/1995,
devidamente registrada, exercendo o cargo atual de gerente de RH; o reclamante teria trabalhado para a empresa Euclides Facchini,
sucedida pela reclamada, a partir de 01/01/1971; não tem condições de dizer qual a data de saída do reclamante, pois que necessita para
ter tal informação do ofício a ser encaminhado à Caixa Econômica Federal, cujo requerimento foi apresentado em contestação; os
documentos foram extraviados e a depoente não tem condições de dizer qual o cargo ocupado pelo reclamante e quanto o reclamante
recebia.
A testemunha do reclamante, Aderval Caetano de Souza, fls.44/45 e 95, afirmou que: trabalhou para a reclamada
de 1970, com registro a partir de 1971, após fiscalização da Delegacia do Trabalho, na ocasião trabalhavam na reclamada outros
funcionários, porém somente o depoente e o reclamante sem registro em CTPS; quando o depoente ingressou na ré em 1970 o
reclamante já trabalhava no local, fazendo serviços gerais de pintura e na marcenaria; o depoente morava cerca de 100 metros da
residência do reclamante e acredita que este foi admitido por volta de 1967 e sabe dos fatos em razão da proximidade das residências;
melhor esclarecendo, quando foi registrado pela reclamada tinha 14 anos e conheceu o reclamante quando tinha 12 anos e sabia que este
já trabalhava para a reclamada (neste ato exibe documento onde consta data de nascimento em 20/08/56); acredita que o reclamante
trabalhava em período integral.
Este Juízo, diante dos elementos de convicção presentes aos autos, convence-se no sentido
de que:
a) reclamante e reclamada: no período 01/01/1970-31/01/1972, mantiveram relação de
trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado; no período 01/10/1968-31/12/1969, não
mantiveram relação de trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado;
b) o reclamante, enquanto empregado da reclamada, em relação ao contrato de trabalho
subordinado havido entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972, exerceu o cargo de
Ajudante Geral de Limpeza, com remuneração especificada consistente do salário base mensal
correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta e nove) salários mínimos federais mensais.
O reclamante, em petição inicial, fls.02/04, datada de 19/03/2008, alegou, em suma, que foi
admitido pela reclamada em 01/10/1968, sendo certo que seu salário era de R$ 201,80 e foi demitido em
janeiro de 1972, e exercia a função de ajudante geral de limpeza.
Os documentos presentes aos autos – fls.07/09, 58, 61, 62, 123, 125, 126, 127, 128, 138,
139, 140, 141, 143; principalmente oriundos da CEF, fls.61/62 e 123/126 – são inconclusivos, principalmente
no que tange: à data de término de contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e reclamada; à
remuneração do reclamante, em relação a contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e
reclamada.
A testemunha do reclamante, Aderval Caetano de Souza, tópico 'II' supra, afirmou que:
- trabalhou para a reclamada de 1970, com registro a partir de 1971, após fiscalização da
Delegacia do Trabalho, na ocasião trabalhavam na reclamada outros funcionários, porém somente o depoente
e o reclamante sem registro em CTPS;
- quando o depoente ingressou na ré em 1970 o reclamante já trabalhava no local, fazendo
serviços gerais de pintura e na marcenaria;
- o depoente morava cerca de 100 metros da residência do reclamante e acredita que este foi
admitido por volta de 1967 e sabe dos fatos em razão da proximidade das residências;
- melhor esclarecendo, quando foi registrado pela reclamada tinha 14 anos e conheceu o
reclamante quando tinha 12 anos e sabia que este já trabalhava para a reclamada (neste ato exibe documento
onde consta data de nascimento em 20/08/56);
- acredita que o reclamante trabalhava em período integral.
Considerando, principalmente:
- os termos da petição inicial e da contestação;
- os documentos de fls.07/09, 58, 61, 62, 123, 125, 126, 127, 128, 138, 139, 140, 141, 143;
- as provas orais/testemunhais, tópico 'II' supra;
- o art. 843, § 1º, da CLT; o art. 302 do CPC;
- os arts. 769 e 818 da CLT; o art. 333 do CPC;
- o salário alegado em petição inicial, datada de 19/03/2008, de R$ 201,80, correspondente a
0,49 salários mínimos federais mensais, considerando o salário mínimo federal mensal de R$ 415,00 a partir
de 01/03/2008 (Lei nº 11.709, de 19/06/2008; R$ 201,80 / R$ 415,00 = 0,49);
- os princípios da razoabilidade e da boa-fé, que devem nortear as relações de trabalho;
convence-se, o Juízo, quanto ao que contido nos itens 'a' e 'b' supra.
Deverá a reclamada, com fulcro no art. 39 da CLT, no prazo de 05 (cinco) dias após o
trânsito em julgado da presente sentença e após a apresentação da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência
Social) do reclamante, providenciar/fazer [sob pena de: pagamento de multa, por descumprimento de
obrigação de fazer (art. 769 da CLT e art. 461, § 5º, do CPC) em favor do reclamante, do valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais); feitura das anotações pela Secretaria do Juízo] às seguintes anotações, em CTPS
do reclamante, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e reclamada no
período 01/01/1970-31/01/1972:
1) data de admissão, 01/01/1970;
2) cargo, Ajudante Geral de Limpeza;
3) remuneração especificada, salário base mensal correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta
e nove) salários mínimos federais mensais;
4) data de saída, 31/01/1972.
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IV – Prescrição
A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva; a prescrição se interrompe por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor – art. 174, e § único, da Lei Nº 5.172/1966 (CTN).
V – Justiça gratuita
2) Às partes cabe a apresentação dos fatos. Ao Juízo cabe a aplicação do direito aos fatos
apresentados pelas partes – princípios do livre convencimento motivado e da persuasão racional.
O Juízo não está adstrito ao exame de todas as teses levantadas pelas partes, bastando – art.
93, inc. IX, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/1988) – que profira sua decisão de
forma fundamentada.
DISPOSITIVO
2) condena-se a reclamada, com fulcro no art. 39 da CLT, na obrigação de, no prazo de 05 (cinco) dias
após o trânsito em julgado da presente sentença e após a apresentação da CTPS (Carteira de Trabalho e
Previdência Social) do reclamante, providenciar/fazer [sob pena de: pagamento de multa, por
descumprimento de obrigação de fazer (art. 769 da CLT e art. 461, § 5º, do CPC) em favor do reclamante, do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); feitura das anotações pela Secretaria do Juízo] às seguintes anotações,
em CTPS do reclamante, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e
reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972:
2.a) data de admissão, 01/01/1970;
2.b) cargo, Ajudante Geral de Limpeza;
2.c) remuneração especificada, salário base mensal correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta
e nove) salários mínimos federais mensais;
2.d) data de saída, 31/01/1972;
3) rejeitam-se, integralmente, todos os demais pedidos, não contemplados nos itens '1' a '2' supra,
apresentados pelo reclamante, em petição inicial, em face da reclamada.
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