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VARA DO TRABALHO DE VOTUPORANGA/SP

TERMO DE AUDIÊNCIA
0023100-80.2008.5.15.0027

Aos 07/07/2010, às 17h01, no processo da reclamação trabalhista – que OLDEMAR


PINHEIRO DE AZEVEDO, reclamante, move em face de FACCHINI S.A., reclamada – a julgamento,
foi proferida, pelo juiz do trabalho Evandro Eduardo Maglio, a seguinte:

SENTENÇA

As partes permaneceram inconciliadas.


O feito está sendo processado pelo rito sumaríssimo, nos termos da Seção II-A, Capítulo III, Título X da CLT,
com redação dada pela Lei nº 9.957/2000.
Dispensado o relatório nos termos do art. 852-I, caput, da CLT.

FUNDAMENTAÇÃO

I – Saneador

Petição inicial apta. Pressupostos processuais, subjetivos e objetivos, de existência e


validade, presentes. Condições da ação – legitimidade ad causam das partes, interesse processual de agir e
possibilidade jurídica do pedido – existentes. O feito merece ingresso no mérito.

II – Provas orais/testemunhais
O reclamante, em depoimento pessoal, fl.52, afirmou que: trabalhou para a reclamada a partir de meados de junho
a setembro de 1968, tendo saído por volta de meados de setembro de 1972; trabalhava como ajudante geral; foi contratado pelo Sr.
Rubens, filho de Euclides Facchini; inicialmente trabalhava meio período e a partir de determinado momento que não se recorda, passou
a trabalhar o período integral; ao que se recorda, quando deixou a reclamada, tudo lhe foi pago de forma correta; ao que se recorda, a
rescisão foi feita no próprio escritório da reclamada, na rua Pernambuco em Votuporanga; não se recorda quanto recebia.

A reclamada, em depoimento pessoal, fl.52, afirmou que: é funcionária da reclamada desde 16/03/1995,
devidamente registrada, exercendo o cargo atual de gerente de RH; o reclamante teria trabalhado para a empresa Euclides Facchini,
sucedida pela reclamada, a partir de 01/01/1971; não tem condições de dizer qual a data de saída do reclamante, pois que necessita para
ter tal informação do ofício a ser encaminhado à Caixa Econômica Federal, cujo requerimento foi apresentado em contestação; os
documentos foram extraviados e a depoente não tem condições de dizer qual o cargo ocupado pelo reclamante e quanto o reclamante
recebia.

A testemunha do reclamante, Aderval Caetano de Souza, fls.44/45 e 95, afirmou que: trabalhou para a reclamada
de 1970, com registro a partir de 1971, após fiscalização da Delegacia do Trabalho, na ocasião trabalhavam na reclamada outros
funcionários, porém somente o depoente e o reclamante sem registro em CTPS; quando o depoente ingressou na ré em 1970 o
reclamante já trabalhava no local, fazendo serviços gerais de pintura e na marcenaria; o depoente morava cerca de 100 metros da
residência do reclamante e acredita que este foi admitido por volta de 1967 e sabe dos fatos em razão da proximidade das residências;
melhor esclarecendo, quando foi registrado pela reclamada tinha 14 anos e conheceu o reclamante quando tinha 12 anos e sabia que este
já trabalhava para a reclamada (neste ato exibe documento onde consta data de nascimento em 20/08/56); acredita que o reclamante
trabalhava em período integral.

III – Relação de trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado

Este Juízo, diante dos elementos de convicção presentes aos autos, convence-se no sentido
de que:
a) reclamante e reclamada: no período 01/01/1970-31/01/1972, mantiveram relação de
trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado; no período 01/10/1968-31/12/1969, não
mantiveram relação de trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado;
b) o reclamante, enquanto empregado da reclamada, em relação ao contrato de trabalho
subordinado havido entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972, exerceu o cargo de
Ajudante Geral de Limpeza, com remuneração especificada consistente do salário base mensal
correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta e nove) salários mínimos federais mensais.

O reclamante, em petição inicial, fls.02/04, datada de 19/03/2008, alegou, em suma, que foi
admitido pela reclamada em 01/10/1968, sendo certo que seu salário era de R$ 201,80 e foi demitido em
janeiro de 1972, e exercia a função de ajudante geral de limpeza.

A reclamada, em contestação, fls.54/57, aduziu, em síntese, que: realmente o reclamante


laborou para a reclamada, não no período mencionado na inicial; o livro de registro onde constava a data da
contratação e respectiva baixa extraviou-se, no entanto, a reclamada admite que as partes firmaram contrato
de trabalho com vínculo empregatício em 01/01/1971, conforme documento de inscrição do reclamante junto
ao PIS perante a Caixa Econômica Federal; a reclamada nega que tenha mantido qualquer relação de trabalho
com o reclamante no período de 01/10/1968 até 31/12/1970; não é verdade que o reclamante tenha sido
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contratado pela reclamada, para exercer a função de ajudante geral de limpeza, também nunca recebeu
salário, nem houve subordinação ou cumprimento de qualquer jornada no período de 01/10/1968 a
31/12/1970; se no período mencionado, a reclamada não contratou, não dirigiu os serviços, não deu ordens,
não pagou salário, nem fiscalizou qualquer jornada de trabalho do reclamante, não pode ser reconhecido
qualquer vínculo de emprego entre as partes; no período negado, as partes não se enquadram na conceituação
legal de empregado e empregador; o reclamante deverá comprovar que foi contratado e trabalhou para esta
reclamada no período de 01/10/1968 até 31/12/1970, na função alegada, que era subordinado e recebia o
salário mencionado, bem como a data da rescisão contratual mencionada na inicial (janeiro de 1972), que, a
princípio, fica negada; também ficam expressamente negadas e contestadas a data de admissão, a função e
salário alegados na inicial; reconhecendo apenas a data do início do pacto laboral (01/01/1971), sendo que
após a chegada da resposta do Ofício à CEF requerido, com a data do término do contrato de trabalho havido
entre as partes, a reclamada se propõe a proceder às anotações novamente.

A reclamada, em contestação, como se vê, corroborada pelo documento de fl.58,


reconheceu a existência de relação de trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado, entre
reclamante e reclamada, somente, com início a partir de 01/01/1971, sem esclarecer qual teria sido a data de
término.

O reclamante, em depoimento pessoal, tópico 'II' supra, afirmou que:


- trabalhou para a reclamada a partir de meados de junho a setembro de 1968, tendo saído
por volta de meados de setembro de 1972;
- trabalhava como ajudante geral;
- foi contratado pelo Sr. Rubens, filho de Euclides Facchini;
- inicialmente trabalhava meio período e a partir de determinado momento que não se
recorda, passou a trabalhar o período integral;
- ao que se recorda, quando deixou a reclamada, tudo lhe foi pago de forma correta;
- ao que se recorda, a rescisão foi feita no próprio escritório da reclamada, na rua
Pernambuco em Votuporanga;
- não se recorda quanto recebia.

A reclamada, em depoimento pessoal, tópico 'II' supra, afirmou que:


- é funcionária da reclamada desde 16/03/1995, devidamente registrada, exercendo o cargo
atual de gerente de RH;
- o reclamante teria trabalhado para a empresa Euclides Facchini, sucedida pela reclamada, a
partir de 01/01/1971;
- não tem condições de dizer qual a data de saída do reclamante, pois que necessita para
ter tal informação do ofício a ser encaminhado à Caixa Econômica Federal, cujo requerimento foi
apresentado em contestação;
- os documentos foram extraviados e a depoente não tem condições de dizer qual o cargo
ocupado pelo reclamante e quanto o reclamante recebia.

O desconhecimento dos fatos, pela reclamada, em depoimento pessoal, atrai a conseqüência


da presunção de veracidade dos fatos desconhecidos, nos termos do art. 843, § 1º, da CLT.

Os documentos presentes aos autos – fls.07/09, 58, 61, 62, 123, 125, 126, 127, 128, 138,
139, 140, 141, 143; principalmente oriundos da CEF, fls.61/62 e 123/126 – são inconclusivos, principalmente
no que tange: à data de término de contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e reclamada; à
remuneração do reclamante, em relação a contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e
reclamada.

A testemunha do reclamante, Aderval Caetano de Souza, tópico 'II' supra, afirmou que:
- trabalhou para a reclamada de 1970, com registro a partir de 1971, após fiscalização da
Delegacia do Trabalho, na ocasião trabalhavam na reclamada outros funcionários, porém somente o depoente
e o reclamante sem registro em CTPS;
- quando o depoente ingressou na ré em 1970 o reclamante já trabalhava no local, fazendo
serviços gerais de pintura e na marcenaria;
- o depoente morava cerca de 100 metros da residência do reclamante e acredita que este foi
admitido por volta de 1967 e sabe dos fatos em razão da proximidade das residências;
- melhor esclarecendo, quando foi registrado pela reclamada tinha 14 anos e conheceu o
reclamante quando tinha 12 anos e sabia que este já trabalhava para a reclamada (neste ato exibe documento
onde consta data de nascimento em 20/08/56);
- acredita que o reclamante trabalhava em período integral.

Há inconsistências no depoimento testemunhal da testemunha do reclamante, em relação


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aos termos da petição inicial e do depoimento pessoal do reclamante.

A um, o reclamante, em petição inicial e depoimento pessoal, alegou/afirmou o trabalho do


reclamante a partir de 1968. A testemunha do reclamante afirmou acreditar que o reclamante fora admitido
por volta de 1967.

A dois, o reclamante, em petição inicial e depoimento pessoal, alegou/afirmou o trabalho


do reclamante como ajudante geral de limpeza. A testemunha do reclamante afirmou o trabalho do
reclamante fazendo serviços gerais de pintura e marcenaria.

A três, o reclamante, depoimento pessoal, afirmou o trabalho do reclamante inicialmente


trabalhava meio período e a partir de determinado momento que não se recorda, passou a trabalhar o período
integral. A testemunha do reclamante afirmou acredita que o reclamante trabalhava em período integral.

Não reconhece, o Juízo, no depoimento testemunhal da testemunha do reclamante, que


apenas afirmou acreditar que o reclamante fora admitido por volta de 1967 e que (a testemunha) ingressou na
reclamada em 1970, robustez e consistência suficientes para comprovar qualquer relação de trabalho/relação
de emprego/contrato de trabalho subordinado entre reclamante e reclamada antes do ano de 1970.

Reconhece, o Juízo, contudo, no depoimento testemunhal da testemunha do reclamante,


que ingressou na reclamada em 1970, robustez e consistência suficientes para comprovar qualquer relação de
trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado entre reclamante e reclamada a partir do ano
de 1970.

Considerando, principalmente:
- os termos da petição inicial e da contestação;
- os documentos de fls.07/09, 58, 61, 62, 123, 125, 126, 127, 128, 138, 139, 140, 141, 143;
- as provas orais/testemunhais, tópico 'II' supra;
- o art. 843, § 1º, da CLT; o art. 302 do CPC;
- os arts. 769 e 818 da CLT; o art. 333 do CPC;
- o salário alegado em petição inicial, datada de 19/03/2008, de R$ 201,80, correspondente a
0,49 salários mínimos federais mensais, considerando o salário mínimo federal mensal de R$ 415,00 a partir
de 01/03/2008 (Lei nº 11.709, de 19/06/2008; R$ 201,80 / R$ 415,00 = 0,49);
- os princípios da razoabilidade e da boa-fé, que devem nortear as relações de trabalho;

convence-se, o Juízo, quanto ao que contido nos itens 'a' e 'b' supra.

Não reconhece, este Juízo, entre reclamante e reclamada, a existência de relação de


trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado no período 01/10/1968-31/12/1969.

Rejeitam-se, integralmente, todos os pedidos apresentados pelo reclamante, em petição


inicial, em face da reclamada, que tenham causa de pedir em inexistentes relação de trabalho/relação de
emprego/contrato de trabalho subordinado, entre reclamante e reclamada, no período 01/10/1968-31/12/1969.

Reconhece, este Juízo, entre reclamante e reclamada, a existência de relação de


trabalho/relação de emprego/contrato de trabalho subordinado no período 01/01/1970-31/01/1972; sendo que
o reclamante, enquanto empregado da reclamada, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido
entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972, exerceu o cargo de Ajudante Geral de
Limpeza, com remuneração especificada consistente do salário base mensal correspondente a 0,49 (zero
vírgula quarenta e nove) salários mínimos federais mensais.

Deverá a reclamada, com fulcro no art. 39 da CLT, no prazo de 05 (cinco) dias após o
trânsito em julgado da presente sentença e após a apresentação da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência
Social) do reclamante, providenciar/fazer [sob pena de: pagamento de multa, por descumprimento de
obrigação de fazer (art. 769 da CLT e art. 461, § 5º, do CPC) em favor do reclamante, do valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais); feitura das anotações pela Secretaria do Juízo] às seguintes anotações, em CTPS
do reclamante, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e reclamada no
período 01/01/1970-31/01/1972:
1) data de admissão, 01/01/1970;
2) cargo, Ajudante Geral de Limpeza;
3) remuneração especificada, salário base mensal correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta
e nove) salários mínimos federais mensais;
4) data de saída, 31/01/1972.

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IV – Prescrição

Os pedidos de natureza declaratória, não se sujeitam ao fenômeno da prescrição; a


prescrição é instituto que atinge, primordialmente, créditos decorrentes de pedidos de natureza condenatória.

Súmula Vinculante Nº 8 do Excelso Pretório, STF, verbis: “SÃO INCONSTITUCIONAIS


O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 5º DO DECRETO-LEI Nº 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA
LEI Nº 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO;
Fonte de Publicação DJe nº 112/2008, p. 1, em 20/6/2008. DO de 20/6/2008, p. 1.

O direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, prescreve em 05 (cinco) anos.

A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva; a prescrição se interrompe por qualquer ato judicial que constitua em mora o
devedor – art. 174, e § único, da Lei Nº 5.172/1966 (CTN).

Em assim sendo, considerando-se a constituição do crédito previdenciário e fiscal por meio


da presente sentença, os créditos previdenciários e fiscais, oriundos do contrato de trabalho subordinado,
havido entre reclamante e reclamada, no período 01/01/1970-31/01/1972, não se encontram prescritos e são
plenamente exigíveis.

V – Justiça gratuita

O reclamante firmou declaração de hipossuficiência econômica, em fl.06. Em atenção à Lei


nº 1.060/1950 e à Lei nº 5.584/1970, defere-se o requerimento, fl.03, de concessão dos benefícios da justiça
gratuita ao reclamante.

VI – Recolhimentos previdenciários e fiscais

Recolhimentos previdenciários e fiscais, nos termos da legislação de regência, mormente


Lei Nº 8.212/91, Lei Nº 8.541/92 e Decreto Nº 3.048/99 – sobre todos os títulos e valores
salariais/remuneratórios percebidos pelo reclamante, principalmente sobre o salário base mensal [0,49 (zero
vírgula quarenta e nove) salários mínimos federais mensais], em relação ao contrato de trabalho subordinado
havido entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972 – não recolhidos regular e
oportunamente pela reclamada, deverão: onde e como cabíveis, ser suportados, integralmente, pela reclamada
(art. 33, § 5º, da Lei Nº 8.212/1991); ser recolhidos e comprovados nos autos, pela reclamada, sob pena de
envio de ofícios aos órgãos competentes e execução dos valores devidos.

A reclamada é responsável, única, pelos recolhimentos previdenciários e fiscais relativos


aos títulos salariais/remuneratórios percebidos pelo reclamante, não recolhidos regular e oportunamente, em
relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-
31/01/1972.

Os recolhimentos previdenciários devem seguir a forma preconizada pela Ordem de


Serviço Conjunta do INSS/DAF/DSS n. 066 de 10/10/97 (Anexo II). Assim, o valor teto para o recolhimento
tem aplicação no momento em que cada parcela, sobre o que incidente o recolhimento previdenciário, era
devida e para a parcela em si, e não apenas sobre o valor global resultante da soma de todas as parcelas e no
momento do efetivo pagamento.

Os recolhimentos fiscais deverão ocorrer em consonância com a legislação de regência,


com observância da Súmula 14 do E. TRT da 15ª Região e da Orientação Jurisprudencial Nº 228 da E. SDI-I
do C. TST, verbis: "IMPOSTO DE RENDA. REGIME DE CAIXA. Os recolhimentos do Imposto de Renda
devem ser efetuados quando da quitação do débito, incidindo sobre todo o montante tributável devido, não
havendo que se falar, portanto, em recolhimento mês a mês."; "Descontos legais. Sentenças trabalhistas. Lei
n. 8.541/92, art. 46. Provimento da CGJT n. 3/84 e alterações posteriores. O recolhimento dos descontos
legais, resultante dos créditos do trabalhador oriundos de condenação judicial, deve incidir sobre o valor
total da condenação e calculado ao final."

VII – Considerandos finais

Alguns considerandos são apresentados a seguir.

1) Sujeitam-se à incidência de recolhimentos previdenciários e fiscais os seguintes títulos:


salário base mensal.
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Não se sujeitam à incidência de recolhimentos previdenciários e fiscais os seguintes títulos:
multa por descumprimento de obrigação de fazer.

2) Às partes cabe a apresentação dos fatos. Ao Juízo cabe a aplicação do direito aos fatos
apresentados pelas partes – princípios do livre convencimento motivado e da persuasão racional.

O Juízo não está adstrito ao exame de todas as teses levantadas pelas partes, bastando – art.
93, inc. IX, da Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/1988) – que profira sua decisão de
forma fundamentada.

DISPOSITIVO

Diante do acima exposto, o Juízo da VARA DO TRABALHO DE VOTUPORANGA/SP


julga PROCEDENTE EM PARTE o processo da reclamação trabalhista que OLDEMAR PINHEIRO
DE AZEVEDO, reclamante, move em face de FACCHINI S.A., reclamada, nos termos da fundamentação
e nos seguintes termos:

1) reconhece-se, entre reclamante e reclamada, a existência de relação de trabalho/relação de


emprego/contrato de trabalho subordinado no período 01/01/1970-31/01/1972; sendo que o reclamante,
enquanto empregado da reclamada, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante
e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972, exerceu o cargo de Ajudante Geral de Limpeza, com
remuneração especificada consistente do salário base mensal correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta e
nove) salários mínimos federais mensais;

2) condena-se a reclamada, com fulcro no art. 39 da CLT, na obrigação de, no prazo de 05 (cinco) dias
após o trânsito em julgado da presente sentença e após a apresentação da CTPS (Carteira de Trabalho e
Previdência Social) do reclamante, providenciar/fazer [sob pena de: pagamento de multa, por
descumprimento de obrigação de fazer (art. 769 da CLT e art. 461, § 5º, do CPC) em favor do reclamante, do
valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); feitura das anotações pela Secretaria do Juízo] às seguintes anotações,
em CTPS do reclamante, em relação ao contrato de trabalho subordinado havido entre reclamante e
reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972:
2.a) data de admissão, 01/01/1970;
2.b) cargo, Ajudante Geral de Limpeza;
2.c) remuneração especificada, salário base mensal correspondente a 0,49 (zero vírgula quarenta
e nove) salários mínimos federais mensais;
2.d) data de saída, 31/01/1972;

3) rejeitam-se, integralmente, todos os demais pedidos, não contemplados nos itens '1' a '2' supra,
apresentados pelo reclamante, em petição inicial, em face da reclamada.

O reclamante é beneficiário, na presente relação jurídica processual, dos benefícios da


justiça gratuita.

Recolhimentos previdenciários e fiscais, nos termos da legislação de regência, mormente


Lei Nº 8.212/91, Lei Nº 8.541/92 e Decreto Nº 3.048/99 – sobre todos os títulos e valores
salariais/remuneratórios percebidos pelo reclamante, principalmente sobre o salário base mensal [0,49 (zero
vírgula quarenta e nove) salários mínimos federais mensais], em relação ao contrato de trabalho subordinado
havido entre reclamante e reclamada no período 01/01/1970-31/01/1972 – não recolhidos regular e
oportunamente pela reclamada, deverão: onde e como cabíveis, ser suportados, integralmente, pela reclamada
(art. 33, § 5º, da Lei Nº 8.212/1991); ser recolhidos e comprovados nos autos, pela reclamada, sob pena de
envio de ofícios aos órgãos competentes e execução dos valores devidos.

Custas de R$ 20,00, calculadas sobre o valor da condenação, ora fixado/arbitrado em R$


1.000,00, a cargo da reclamada.

Intimem-se as partes do teor da decisão supra. Nada mais, por ora

Evandro Eduardo Maglio


Juiz do Trabalho

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