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1 Introdução
Defeitos no processo de soldagem GTAW são quaisquer fenômenos que
prejudicam a utilidade da peça soldada e que ocorrem por consequência da
operação. Esses fenômenos podem ocorrer por diversos fatores, como: condições
de processo desfavoráveis, sulcos de soldagem mal trabalhados, seleção incorreta
dos consumíveis e erros do operador, seja pela seleção incorreta dos parâmetros de
soldagem ou uso de técnicas inadequadas.
Existem diversos tipos de defeitos possíveis em um processo de soldagem TIG,
em que dependendo da finalidade da peça e do tipo e intensidade do defeito, eles
podem ser: irrelevantes, prejudiciais ou impossibilitadores ao uso da peça. Dessa
forma, será abordado os principais tipos de defeitos para esse processo de
soldagem.
Para uma correta análise dos principais defeitos de soldagem é preciso que estes
sejam identificados, determinado os potenciais malefícios a peça e estudado suas
causas.
2 Principais Defeitos:
2.1 Porosidade
A porosidade é um defeito que se caracteriza pela presença de bolhas no interior
do cordão de solda. Ela é consequência do aprisionamento de gases no metal após
a solidificação.
Esse defeito esta presente em praticamente toda solda, entretanto pequenas
quantidades de poros não são prejudiciais. A porosidade passa a ser um problema a
partir de certos limites, em que em grandes quantidades esse defeito modifica as
propriedades mecânicas da peça, tornando-a mais frágil.
A porosidade reduz a área da seção do cordão de solda, dessa forma uma menor
força de solicitação será capaz de atingir a tensão máxima admissível pela peça.
Com isso, o produto final não atenderá as propriedades exigidas para seu uso.
Fonte: http://www.welding.com.br/site/grampos-de-fixacao
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Causas:
Proteção gasosa inadequada
Uma proteção gasosa inadequada pode provocar o aparecimento de poros de
duas formas:
1. Má escolha do gás de proteção, na qual o gás escolhido não oferecia a proteção
necessária contra contaminantes do ar atmosférico, permitindo sua inclusão no
metal liquido. Também, pode ser pela alta concentração de Hidrogênio na
mistura gasosa, por este, a baixas temperaturas, se dissociar do metal e formar
bolhas.
2. Vazão de gás excessiva, em que impurezas e contaminantes que podem estar
presentes nos gases de proteção podem se misturar ao metal liquido e ser
aprisionados após o resfriamento.
Presença de umidade na peça
A presença de umidade na peça é prejudicial para o processo, visto que nas altas
temperaturas de operação é formado vapor de água que ao se misturar ao metal
liquido provoca o aparecimento de poros na peça.
Impurezas na superfície
Neste caso, quaisquer elementos não previstos como: sujeira, ferrugem, tintas,
graxas e etc., podem favorecer a permanência de contaminantes durante o
processo de soldagem e consequentemente provocar o aparecimento de poros.
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Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-92242014000100010
Causas:
Chanfro inadequado
O tipo de chanfro, considerando sua geometria e dimensões, usado influencia na
distribuição do calor para a peça, possibilitando diferentes gradientes térmicos. Foi
observado que chanfros em V tendem a apresentar maiores valores de tensão
residual, comparados com os chanfros K e X.
Peças com grandes espessuras
A solda de materiais de maior espessura tende a apresentar maiores variações de
temperatura ao longo da peça durante o processo, o que pode gerar maiores
tensões residuais. Além disso, em peças de maior espessura, é comum o processo
apresentar maior numero de passes de solda, que expõem a peça a maiores
variações de temperatura que podem provocar distorções não uniformes.
Corrente e velocidade de solda elevadas
A corrente e velocidade de solda são parâmetros que influenciam diretamente na
transferência de calor para a peça, com isso, quando as valores desses parâmetros
são altos, haverá um elevado gradiente térmico na peça e consequentemente
tensões residuais elevadas.
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Fonte:http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EME733/Arquivos%20da%20disciplina/Defeitos%20em%20s
oldagem.pdf
Fonte: https://blog.binzel-abicor.com/pt/7-defeitos-mais-comuns-na-soldagem-causas-e-
solu%C3%A7%C3%B5es
Causas:
Uso de um chanfro muito largo
Esse defeito tende a ocorrer quando o chanfro a ser preenchido é muito grande,
assim, se torna necessário uma alta taxa de fusão para atender a demanda do
processo.
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Fonte: https://blog.binzel-abicor.com/pt/7-defeitos-mais-comuns-na-soldagem-causas-e-
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Causas:
Peça a ser soldada muito espessa
Quando a peça a ser soldada é muito grossa, torna-se mais difícil o preenchimento
total do chanfro, dessa forma a base do cordão pode não ser preenchida.
Corrente baixa e velocidade de soldagem alta
Assim como foi explicado no subitem anterior, esses parâmetros em conjunto
podem provocar a falta de fusão no processo.
2.4 Trincas
Trincas são os piores defeitos que se podem ter em uma processo de soldagem,
visto que sua presença em si torna a peça imprópria para o uso. Esse defeito, se
caracteriza pela presença de fissuras na região do cordão de solda, e configura-se
como uma falha do componente mecânico.
Essas fissuras podem ter diferentes dimensões e formatos, e podem ser de dois
tipos: trincas a quente e trincas a frio.
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Fonte: https://blog.binzel-abicor.com/pt/7-defeitos-mais-comuns-na-soldagem-causas-e-
solu%C3%A7%C3%B5es
Fonte: https://infosolda.com.br/wp-content/uploads/Downloads/Artigos/metal/trincas-causas-
e-metodos-de-prevencao-em-acos-estruturais-soldados.pdf
Causas:
Metal de adição inadequado
Apesar de o metal de adição não ter necessariamente que ser da mesma
composição química do material da peça, o uso de um metal de adição com
coeficiente de dilatação térmico muito diferente da peça pode provocar o
aparecimento de fissuras durante a solidificação do material.
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Fonte: https://engenheirodemateriais.com.br/2017/07/05/trincas-a-frio-ou-fissuracao-por-
hidrogenio/
Causas:
Presença de Hidrogênio no metal de solda
A inclusão de hidrogênio no metal de solda pode ocorrer de duas formas: presença
de umidade na peça e inclusão do hidrogênio presente na mistura da proteção
gasosa. Esse elemento, por sua baixa solubilidade no metal a baixas temperatura,
forma bolhas no interior da peça, dessa forma, tensões internas são geradas
provocando o aparecimento de trincas. As trincas geradas pelo hidrogênio são
extremamente perigosas, pois suas pequenas dimensões dificultam sua
identificação, além disso, podem aparecer dezenas de horas após a solda, sendo
recomendado uma inspeção da peça 48 horas após o processo.
Tensões residuais
Como foi discutido anteriormente, a presença de um gradiente térmico elevado no
processo de soldagem pode gerar tensões residuais na peça. Com isso, essas
tensões podem provocar o aparecimento de trincas na região da solda.
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2.5 Corrosão
A corrosão é o processo de destruição da superfície do material em decorrência de
ações do meio, dessa forma, esse defeito no processo de soldagem GTAW pode
ocorrer em decorrência de parâmetros de operação que sejam favorecedores a
corrosão do material a ser soldado.
Esse defeito pode acontecer de forma espontânea quando há umidade ou
qualquer outro agente químico na superfície do material, ou por um processo não
espontâneo conhecido como corrosão eletrolítica. Este processo é induzido pela
passagem de corrente elétrica na peça, que ao formar íons do metal condutor,
provocará o aparecimento de óxidos, que em alguns casos como do ferro, podem se
desprender da peça e gerar buracos ou desgaste na superfície.
Fonte: https://betaeq.com.br/index.php/2018/11/27/os-tipos-de-corrosao/
Causas:
Falta de isolamento ou aterramento elétrico
Quando a peça a ser soldada não esta devidamente isolada eletricamente ou
aterrada, a formação de íons na superfície do material pode ser favorecida por
correntes em fuga. Em consequência disso, podem ser formados além de óxidos na
superfície, furos em decorrência da passagem de corrente elétrica da peça para o
solo.
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Bibliografia
ABICOR BINZEL - 7 defeitos mais comuns na soldagem, causas e soluções
– Disponível em: https://blog.binzel-abicor.com/pt/7-defeitos-mais-comuns-na-
soldagem-causas-e-solu%C3%A7%C3%B5es
MARCOS CAETANO MELADO - ESTUDO DAS TENSÕES RESIDUAIS E
CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS E MICROESTRUTURAIS
DE JUNTAS SOLDADAS DE LIGA DE ALUMÍNIO AA5086- Disponível em:
http://www.mec.uff.br/pdfteses/MarcosCaetanoMelado2014.pdf
Silva, C. C., 2006, “Avaliação das Tensões Residuais de Soldagem em
Tubulações de Pequeno Diâmetro Usadas em Refinaria de Petróleo.
Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE,
Brasil.
MISCHENKO, Andrii - Tensões Residuais em Soldagem a Arco: Uma Visão
Holística. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
92242018000100093
SCHWEDERSKY, Mateus Barancelli et al . Soldagem TIG de elevada produtividade:
influência dos gases de proteção na velocidade limite para formação de defeitos.
Soldag. insp., São Paulo , v. 16, n. 4, p. 333-340, Dec. 2011 . Available from
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
92242011000400004&lng=en&nrm=iso>. access on 20 Mar. 2021.
MODENESI, P.J.; MARQUES, P.V.; SANTOS, D.B. Introdução à Metalurgia da
Soldagem. UFMG, 2012. Disponível em:
https://engenheirodemateriais.com.br/2017/07/05/trincas-a-frio-ou-fissuracao-por-
hidrogenio/