Você está na página 1de 14

R E S I D EN C I A L V I L L A S V E RD E S - D F

M EM Ó RI A D E C Á L C UL O
P RO J ET O D E F UN D A Ç Õ ES S U PE RF I C I A I S S A PA T I N H A D E D I V I S A

Daniel de Sousa Abreu

MAT: 17/0101738

7 de julho de 2022, Brasília – DF.


Sumário
Locação e Cargas.............................................................................................................................................3
Premissas de cálculo .......................................................................................................................................4

Cálculo da geometria da sapata......................................................................................................................4


Área da sapata ............................................................................................................................................4
Cálculo das tensões na base .......................................................................................................................5
Determinação da tensão para o dimensionamento da sapata.......................................................................7
Determinação do momento para o dimensionamento da sapata .................................................................8
Cálculo da armadura da sapata ......................................................................................................................9

Ponto de fundação..........................................................................................................................................9
Viga alavanca ................................................................................................................................................10
Verificações ...................................................................................................................................................11
Ruptura por compressão diagonal .......................................................................................................11
Cortante ................................................................................................................................................11

Projeto de forma e armadura da sapata........................................................... Erro! Indicador não definido.


Projeto de forma e armadura da viga alavanca ................................................ Erro! Indicador não definido.
Referências bibliográficas .............................................................................................................................14

2
Locação e Cargas
Foi fornecida a locação e cargas dos pilares como mostrado na figura 1.
Trata-se, portanto, de um pilar de divisa. Desta forma, optou-se por adotar como
solução uma sapata excêntrica com associação de uma viga alavanca (de
equilíbrio).

Figura 1 – Locação dos pilares em relação ao limite do lote

Figura 2 – Esforcos Solicitantes do Pilar P18

3
Premissas de cálculo

Dados adicionais de projeto:

𝑘𝑔𝑓
• Carga admissível do solo: 𝜎𝑠 = 2,5 𝑐𝑚2

• Fck = 25 Mpa
• Aço CA-50
• Fyk = 500 Mpa

Cálculo da geometria da sapata


Área da sapata
Utilizou-se para o cálculo da área da sapata as seguintes relações

𝑁 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑀𝑦 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
σsapata = ±
Á𝑟𝑒𝑎 𝑊
𝐴 − 𝑎𝑝
ℎ≥
3

Considerou-se ainda o diagrama para o cálculo dos esforços, como


mostrado na figura seguinte:

Figura 3 – Modelo de cálculo (em kgf)

Através das relações acima, deixando tudo em função da dimensão


vertical “A” da sapata, utilizou-se a fórmula de tensão para aproximá-la ao valor
2,5 kgf/cm², alternando a dimensão “A” com o auxílio da ferramenta “atingir
meta” do Excel. Desta forma, obteve-se a dimensão mínima de “A” para a
sapata de 155,9 cm. Desta forma, para fins práticos optou-se por adotar a
dimensão de “A” sendo 160 cm.

4
Desta forma, obteve-se a dimensão horizontal “B” da sapata através da
seguinte relação:

𝐵 = (𝐴 − 𝐴𝑜) × 2 + 𝐵𝑜

𝐵 = (160 − 60) × 2 + 20

𝐵 = 220 cm

A altura foi obtida a partir da relação que determina a altura mínima para
que a sapata seja rígida. Segue a equação:

𝐴 − 𝑎𝑝
ℎ≥
3

160 − 60
ℎ≥
3

ℎ ≥ 66,67

Optou-se por adotar, desta forma a altura de 70 cm para a sapata.

Cálculo das tensões na base


Através das dimensões calculadas e com as solicitações fornecidas é
possível calcular as tensões atuantes na base da sapata. Primeiro deve-se
determinar os momentos atuantes:

My sapata = My pilar + Fx pilar x h

My sapata = -160000 + 500 x 70

My sapata = -125000 kgf.cm

Mx sapata = Mx pilar - Fx pilar x h

Mx sapata = -2500000 - 3700 x 70

Mx sapata = -2759000 kgf.cm

Depois, admitindo que a sapata está a uma distância de 3,5 metros do


ponto de fundação (contrapeso) criado, já que não há outro pilar próximo para

5
apoio e obtendo-se o comprimento do balanço calculando a distância entre o
centro do pilar e o centro geométrico da base da sapata, pode-se encontrar o
esforço N na sapata utilizando o seguinte modelo de cálculo ilustrado na Figura
9.

Figura 4 – Modelo de cálculo (em kgf)

Sendo assim, pode-se determinar o esforço de compressão a qual a


sapata estará submetida, e portanto, majorando a reação da sapata R1 em 10%
(estimativa do peso da sapata), temos, então, que esforço na sapata é de:

𝑅1 = 72,11 𝑡𝑓
𝑁 = 1,1𝑅1 = 79,32 𝑡𝑓

Por fim, encontram-se as tensões máxima e mínima atuantes na sapata:

𝑁 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎 𝑀𝑦 𝑠𝑎𝑝𝑎𝑡𝑎
σsapata = ±
Á𝑟𝑒𝑎 𝑊
Onde,

𝑏ℎ2
𝑊=
6
Logo,

𝑘𝑔𝑓
σmáxima = 2,35 𝑜𝑘!
𝑐𝑚2
E

σmínima = 2,16 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2

6
Determinação da tensão para o dimensionamento
da sapata
Para o dimensionamento da sapata, é necessário determinar qual a
tensão no ponto S1, o qual pode ser obtido a partir das tensões determinadas
anteriormente (tensão máxima e tensão mínima) e das correlações geométricas
entre as tensões. A Figura 9 logo abaixo ilustra a distribuição das tensões na
sapata.

Figura 5 – Distribuição das Tensões na Sapata

A distância deste ponto S1 pode ser determinada utilizando as dimensões


da aba (Lx) somada a 15% da largura do pilar neste eixo, conforme ilustrado na
Figura 13.

Figura 6 – Representação Geométrica

Sendo assim, temos para o caso da sapata do pilar P18, que a distância
do ponto S1 até o final da sapata, é igual a 103 cm.

Sendo assim, através de semelhança de triângulos obteve-se a nova


tensão mínima para dimensionamento e com a tensão máxima já obtida
anteriormente, pode-se seguir com o dimensionamento:

𝑘𝑔𝑓
σmínima = 2,26 𝑜𝑘!
𝑐𝑚2

7
𝑘𝑔𝑓
σmáxima = 2,35 𝑜𝑘!
𝑐𝑚2

Determinação do momento para o


dimensionamento da sapata
Descobertas as tensões no ponto S1, podemos calcular o momento
(característico) de dimensionamento, considerando balanço engastado no ponto
S1 e distribuindo as tensões sobre o comprimento de 103 cm. Este modelo e o
cálculo do diagrama de momento fletor são ilustrados a seguir nas Figuras 15 e
16.

Figura 7 – Modelo de Cálculo do Momento na Sapata (Engaste no Ponto S1, carregamento em


kgf)

Figura 8 – Momento Característico na Sapata (em kgf.m)

E assim, obteve-se o momento na sapata Mk = 12,31 tfm.

8
Cálculo da armadura da sapata
Para o cálculo da armadura da sapata, utilizou-se a calculadora do TQS
(flexão simples) para achar a área de aço necessária por metro na sapata, a
partir do momento característico determinado no item anterior.

Portanto, encontrou-se um Asp = 6,18 cm²/m da direção principal. E para


a armadura secundaria, adotou-se 50% do As principal, ou seja, Ass = 3,09
cm²/m. Logo, adotou-se então,

➢ Armadura Principal: Φ 10 c/12,5 cm


➢ Armadura Secundária: Φ 8 c/16 cm

Ponto de fundação
Para determinação das dimensões do bloco de contrapeso utilizou-se o
diagrama a seguir que já considera o peso da viga de equilíbrio:

Figura 9 – Carregamentos sistema viga-alavanca (em kgf)

Figura 10 – Reações de apoio sistema viga - alavanca (em kgf)

Sendo assim, sabendo-se que o peso específico do concreto armado é de 𝛾𝑐 =


2,5 𝑡/𝑚³ , e que 𝑅2 = 0,917 𝑡𝑓 e aumentando o peso do bloco em 50% (a favor
da segurança), temos que:

𝑃𝑒𝑠𝑜 𝐵𝑙𝑜𝑐𝑜 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∗ 𝛾𝑐

9
1,5 . 𝑅2 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∗ 2,5

1,5 . 0,917 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ∗ 2,5

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 ≅ 0,55 𝑚³

Sendo assim, o bloco terá as seguintes dimensões: Bp 80x80x90 cm

Viga alavanca
A partir dos diagramas a seguir obtidos através da ferramenta Ftool,
realizou-se o dimensionamento da viga com o auxílio do software TQS. O
dimensionamento pode ser encontrado na planta que será anexada
conjuntamente ao presente memorial.

Figura 11 – Diagrama de Momento Fletor da Viga (em kgf.m)

Figura 12 – Diagrama de Esforço Cortante da Viga (em kgf)

Vale ressaltar, que a viga alavanca terá a mesma altura da sapata (hv =
70cm), e possuirá largura igual a 40 cm, a fim de resistir aos esforços solicitados.

10
Verificações
Ruptura por compressão diagonal
Deve-se satisfazer a seguinte relação:

𝜏𝑆𝑑 ≤ 𝜏𝑅𝑑2

Sendo que,
𝐹𝑆𝑑 1,4𝑁
𝜏𝑆𝑑 = =
𝑢. 𝑑 𝑢. 𝑑

Onde,

Fsd é a reação vertical de cálculo;

u é o perímetro da seção do pilar;

d é a altura útil média.

Portanto, temos que:

1,4 . 793000
𝜏𝑆𝑑 = = 1,067 𝑀𝑃𝑎
1,6 . 0,65

Por fim, calcula-se o 𝜏𝑅𝑑2 da seguinte forma:

𝜏𝑅𝑑2 = 0,27𝛼𝑣 . 𝑓𝑐𝑑

𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑣 = 1 − = 0,9
250
25
∴ 𝜏𝑅𝑑2 = 0,27 .0,9. = 4,34 𝑀𝑝𝑎
1,4

1,067 𝑀𝑝𝑎 ≤ 4,32 𝑀𝑝𝑎 𝑜𝑘!

Cortante
Com a finalidade de verificar se o concreto da sapata resiste ao esforço
cortante, dispensando o uso de armaduras transversais, a forca cortante
solicitante de cálculo Vsd na seção S2 deve ser menor do que a força resistente
ao cisalhamento 𝑉𝑅𝑑1 . A seguir na Figura 26, pode-se visualizar a seção S2.

11
Figura 13 – Distância Seção S2

Distância S2 = 48,8 cm

Logo, o esforço cortante a essa distância será de, aproximadamente, 15,5


tf, conforme ilustrado na Figura 28 logo abaixo.

Figura 14 – Cortante na Seção S2 (kgf)

1,4 𝑥 𝑉𝑆2 𝑥 𝐵
𝑉𝑠𝑑 =
100
1,4 𝑥 154,5 𝑥 160
𝑉𝑠𝑑 = = 346 𝑘𝑁
100

Uma vez descoberto o esforço solicitante, basta calcular a força


resistente, conforme demonstrado a seguir:

𝑉𝑅𝑑1 = 𝜏𝑅𝑑 . 𝑘. (1,2 + 40𝜌1). 𝑏𝑆2 . 𝑑𝑆2

Onde,
2/3
𝜏𝑅𝑑 = 0,0375. 𝑓𝑐𝑘 = 0,0375. 252/3 = 0,32

𝑘 = |1,6 − 𝑑𝑠2 | ≥ 1,0

= |1,6 − 0,488| = 1,11

12
𝐴𝑠
𝜌1 = ≤ 0,02
𝑏𝑆2 . 𝑑𝑆2

6,18
𝜌1 = = 0,0013 ≤ 0,02 𝑜𝑘!
1,6.0,488

Logo,

𝑉𝑅𝑑1 = 0,32.1,11. (1,2 + 40.0,0013). 1,60.0,488

𝑉𝑅𝑑1 = 348 𝑘𝑁

Portanto, como 𝑉𝑅𝑑1 > 𝑉𝑠𝑑, não será necessário o uso de armadura transversal para a
sapata do pilar P19.

13
Referências bibliográficas

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6118 –


Projeto de Estruturas de Concreto Armado.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 6122 –
Projetos e Execução de Fundações.

14

Você também pode gostar