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Resumo

A partir do século XVIII, a concepção de direitos humanos passou por amplos

processos, resultado da incorporação de conquistas políticas. As diferentes

concepções que fundamentam os direitos humanos fazem com que o seu conteúdo

seja eminentemente político e ideológico. Nos anos 80 este contexto que se abre, com

a hegemonia (influência preponderante exercida por cidade, povo, país etc. sobre

outros), do modelo neoliberal (doutrina política que defende a liberdade absoluta do

capitalismo e da intervenção mínima do Estado) colocando sob uma nova perspectiva

em debate sobre os direitos humanos, a cidadania e a sua relação com as práticas

democráticas. O retrocesso no campo dos direitos econômicos, sociais e culturais

como conseqüência das políticas de ajuste da produção capitalista, e as limitações no

campo dos direitos civis e políticos indicam a busca de uma concepção de “cidadania”

mais adequada aos padrões do momento.. É neste contexto que a questão

democrática ganha uma dimensão, vinculada aos movimentos contra a hegemonia

global aqui já citada.

Por tanto o presente trabalho tem como objetivo analisar o ponto de vista

sobre as seguintes questões abordadas neste bimestre referentes aos Direitos

Humanos e Cidadania e como consequência a democracia também.

Para isso utilizou-se de revisão bibliográfica a fim de investigar sobre o

histórico dos Direitos Humanos e Cidadania em um contexto evolutivo, bem como,

suas transformações e assim construir uma narrativa conduzindo o leitor ao

entendimento da Constituição na junção dos Direitos e Garantias Fundamentais, dos

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos a partir do contexto evolutivo das questões

aqui levantadas.

Palavras- chave: Direitos Humanos, Cidadania, Democracia


Introdução

Entende-se que todo o contexto histórico da evolução dos Direitos Humanos e

Cidadania tiveram como fundamento demarcar o poder arbitrário não só sobre o

indivíduo como também sob toda uma coletividade, criando-se instrumentos

necessários para a aprovação de tais direitos.

Essa evolução ocorreu sucessivamente, por tanto, os conceitos de Direitos

Humanos e Cidadania apresentam uma série de interpretações que dependem de

orientações que se tenha sobre, a sociedade e as relações de poderes a partir do

momento em que, o conteúdos dos Direitos Humanos e Cidadania foram marcados

por políticas e ideologias dificultando uma uniformidade conceitual sobre os temas.

Desta forma, essa pesquisa baseia-se nos fundamentos históricos e atuais

tendo em vista sanar possível dúvidas e/ou questionamentos. Para isso faz-se

presente neste trabalho um breve estudo acompanhado de uma conclusão pertinente.


Direitos Humanos e Cidadania

A partir do exemplo da Constituição dos Estados Unidos da América, outros

países passaram por um processo de constitucionalização dos Direitos Humanos,

através da efetivação dos direitos individuais, somando um um passo importante e

específico sobre o tema em suas Carta Magna. A carta Magna ou Magna Carta,, foi

um documento que garantia certas limitações do poder do rei em relação a nobreza. É

considerado o primeiro documento constitucional do mundo ocidental e precursor dos

Direitos Humanos. Estas constituições restringiram-se assim, ao reconhecimento das

garantias individuais, ou melhor, os direitos de cada indivíduo perante o Poder Público.

Já teorias da cidadania moderna partem da premissa Estado-Nação. Define,

portanto, aqueles que são membros de uma sociedade comum, de uma coletividade.

Assim sendo, sua natureza política está fortemente presente.

Primeiramente, é necessário observar aparentemente a existência de uma

conjuntura entre o conceito de Cidadania e a noção de Direitos Humanos, pois se

restringimos a Cidadania aos membros de um comunidade nacional ou de uma

sociedade comum, passa existir um distanciamento com a concepção mais ampla de

Direitos Humanos tornando-se mais gerais do que universais, não diretamente

vinculados à instância global.

Diversos autores aprofundaram-se na temática, mas partindo de uma

perspectiva crítica sob a obra do autor inglês T. H. Marshall, “Cidadania e Classe

Social”, do ano de 1950. Para o autor a plena expressão da cidadania requer a

existência de um Estado de Bem-Estar Social Liberal- Democrático. Dessa maneira,

Marshall trabalha com a noção de integração social, dentro de uma ótica liberal-

reformista.. O autor centraliza a sua análise na natureza da cidadania na Inglaterra do

pós-guerra. É uma visão de “cidadania passiva” ou “privada”, tendo em visto que o


exercício dos direitos não implicavam numa obrigação social de participação na vida

pública, dependendo apenas da capacidade assistencial do Estado.

Os Direitos Humanos interligam-se entre uma perspectiva histórica e filosófica

desde os primórdios, isto é, os Direitos Humanos sempre existiram, mas não eram

vistos como essenciais na vida do ser humano. Assim que foram ganhando força até

se consagrarem-se no Estado Moderno. Marshall parte da visão de status. A cidadania

seria um “status concedido àqueles que são membros de uma comunidade”. Se a

noção da cidadania é incompatível com a desigualdade formal fundada no sistema de

privilégios das sociedades feudais pré-burguesas, requer, portanto, a igualdade formal

jurídica, a existência de uma medida única de valor jurídico, um direito único e

igualitário.

Em meados dos anos 90, por tanto,, houve um desvio das concepções originais

referentes as de Marshall em relação a questionamentos referentes à cidadania.

Novas identidades que não se relacionam unicamente com a noção do Estado-Nação,

diferentes abordagens na dinâmica conflitiva da sociedade moderna, que são

geradoras de direitos, necessidade individuais e coletivas, inclusão e exclusão social.

Assim, cresce a exclusão social e da miséria, com as políticas de ajuste estrutural

realizadas a partir dos anos 80, fez crescer o debate sobre a cidadania e os Direitos

Humanos.

A partir desse ocorrido, o debate contemporâneo obrigou-se a redefinir-se no

campo progressista, ganhando espaço e mostrando em que medida existe tensão em

sociedades cada vez mais complexas, plurais, diversificadas e conflituosas. No

entanto, ocorre um aumento na exigências de relações sociais democráticas para dar

conta desses muitos conflitos, complexidade e diversidade. E por tanto, ocorre a

colocação em cheque da própria instituição democrática. E isso abre todo um campo

de reflexão sobre os sujeitos sociais, a democracia, cidadania e direitos humanos

como prática sócio-política.


Consideração Finais

Em suma, é denominado direitos humanos um conjunto de direitos a que todas

as pessoas devem ter acesso, independente de sua condição financeira, etnia, crença,

cor de pele, orientação sexual ou qualquer outro fator.

Tais direitos incluem a garantia das necessidades básicas humanas, a liberdade de

pensamento e expressão, além da ideia de que todos são iguais perante a lei.
Já a cidadania é compreendida como o exercício dos direitos e deveres de uma

pessoa na sociedade.

Assim, quando ela é exercida de forma harmoniosa, permite que os indivíduos atuem

e participem das decisões referentes ao local em que vivem, relacionando-se, dessa

forma, ao conceito de democracia.

Tanto Direitos Humanos como a Cidadania continuam em constante evolução

pois cada vez mais, surgem questões que abrangem um leque de possibilidades cada

vez mais amplos e com esse fator determinante se faz necessário refletir, embora

sejam a cada dia acrescentados novos direitos, novos projetos e novos objetivos a

serem protegidos dentro dos Direitos Humanos e Cidadania, sem esquecer-se a

concretização das duas primeiras gerações de ambos.

Mesmo os Direitos Humanos e a Cidadania trazendo para a discussão uma

posição positiva, tanto da proteção como da possibilidade de garantias dessa proteção

no que se concernem os aspectos hoje considerados básicos da existência humana,

há de se salientar que na prática não são exercidos por todos cidadãos. Há de se

observar as injustiças e desrespeito por aqueles que não cumprem os deveres,

portanto é condição para evidenciar que a luta é constante, para que a conquista

desses direitos na prática sejam efetivados com sucesso.


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