ÍNDICE
Competências:
Conhecer e reconhecer a Anatomia e Fisiologia Humanas como base das ciências da área da saúde;
Identificar posição anatômica;
Identificar e diferenciar planos anatômicos;
Definir célula;
Definir, classificar e identificar as organelas celulares;
Diferenciar, classificar e identificar os mais variados tipos de tecidos humanos;
Se quisermos estabelecer em que consiste a diferença entre o homem sadio e o homem doente, devemos,
antes de tudo, saber o que significa "estado sadio", como é feito um organismo e como funciona com perfeita eficiência. A
base da Medicina é a Anatomia.
Graças aos conhecimentos anatômicos é que a Medicina ocidental fez maiores progressos do que a Medicina
de outras civilizações.
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do
latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a
ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os
primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-
se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras.
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos:
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Anatomia Macroscópica
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos
tecnológicos os mais variáveis possíveis. Apresenta duas grandes divisões
Anatomia Regional: na qual os dados anatômicos macroscópicos humanos são descritos segundo as grandes
divisões naturais do corpo (membro inferior, membro superior, cabeça e pescoço, tórax, abdome e pelve);
Anatomia Sistêmica: na qual a abordagem é feita segundo os vários sistemas (conjunto de órgãos com mesma
função básica);
Anatomia Microscópica
A Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso
de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em:
Citologia: estudo da célula;
Histologia: estudo dos tecidos e sua organização;
Anatomia do desenvolvimento
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma
adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento.
Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos
específicos.
Normalidade
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na maioria dos
casos.
Variação anatômica
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Anomalia
Monstruosidade
Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral,
incompatível com a vida, é uma monstruosidade.
Nomenclatura anatômica
Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar
e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Em razão desta falta de metodologia
e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos
mais de 5 000).
A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895.
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas).
Posição anatômica
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode ser
variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica (posição anatômica). Nela o
indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para frente, o olhar dirigido
para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros
inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente.
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Planos anatômicos
Têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as estruturas anatômicas com
relação espacial. Ou seja, através dos planos anatômicos podemos dividir o corpo humano em 3 dimensões e assim
podemos localizar e posicionar todas estruturas.
Plano sagital
É o plano que corta o corpo no sentido antero-posterior. Determina uma porção direita e outra esquerda.
Fonte: www.anatomiaonline.com.br
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É o plano que corta o corpo lateralmente, de uma orelha a outra. Também pode ser chamado de plano frontal.
Ele determina se uma estrutura é anterior ou posterior.
Fonte: www.anatomiaonline.com.br
É o plano que corta o corpo transversalmente, também é chamado de plano axial. Através desse plano
podemos dizer se uma estrutura é superior ou inferior.
Fonte: www.anatomiaonline.com.br
O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade
superior do corpo estando unido ao tronco por uma porção estreitada, o pescoço. Os sistemas anatômicos de referência
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foram adotados para facilitar a uniformidade de descrição do corpo. Quatro sistemas básicos de referência da organização
são considerados:
Direção;
Planos;
Cavidades;
Unidades estruturais;
CITOLOGIA
O termo célula (do grego kytos = cela; do latim cella = espaço vazio). A célula é a menor unidade estrutural
básica do ser vivo. Foi descoberta em 1665 pelo inglês Robert Hooke, que observou uma célula de cortiça (tecido vegetal
morto) usando o microscópio. A partir daí, as técnicas de observação microscópicas avançam em função de novas
técnicas e aparelhos mais possantes.
O uso de corantes, por exemplo, permite a identificação do núcleo celular e dos cromossomos, suportes
materiais do gene (unidade genética que determina as características de um indivíduo). Pouco depois, comprova-se que
todas as células de um mesmo organismo têm o mesmo número de cromossomos. Este número é característico de cada
espécie animal ou vegetal e responsável pela transmissão dos caracteres hereditários. O corpo humano tem cerca de 100
trilhões de células. A teoria celular, porém, só foi formulada em 1839 por Schleiden e Schwann, onde concluíram que todo
ser vivo é constituído por unidades fundamentais: as células.
Assim, desenvolveu-se a Citologia (ciência que estuda as células), importante ramo da Biologia. As células
provêm de outras preexistentes. As reações metabólicas do organismo ocorrem nas células.
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Célula procariótica
As células procariontes ou procarióticas, também chamadas de protocélulas, são muito diferentes das
eucariontes. A sua principal característica é a ausência de carioteca individualizando o núcleo celular, pela ausência de
algumas organelas e pelo pequeno tamanho que se acredita que se deve ao fato de não possuírem compartimentos
membranosos originados por evaginação ou invaginação. Também possuem DNA na forma de um anel não-associado a
proteínas (como acontece nas células eucarióticas, nas quais o DNA se dispõe em filamentos espiralados e associados à
histonas).
Célula eucariótica
As células eucariontes ou eucarióticas, também chamadas de eucélulas, são mais complexas que as
procariontes.
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Possuem membrana nuclear individualizada e vários tipos de organelas. A maioria dos animais e plantas a
que estamos habituados são dotados deste tipo de células. É altamente provável que estas células tenham surgido por um
processo de aperfeiçoamento contínuo das células procariontes.
Todos os seres vivos são constituídos por células que podem ser de dois tipos básicos: procariontese eucariontes.
As Células eucariontes apresentam duas partes bem distintas, o citoplasma e o núcleo, entre as quais as
moléculas transitam nos dois sentidos. São maiores de que as células procariontes e de estrutura muito mais complexa. A
riqueza em membranas das células eucariontes é a sua característica mais importante.
Sistema de membrana: separam os diversos processos metabólicos por conta do direcionamento das moléculas
absorvidas e das diferenças enzimáticas entre as membranas (que formam diversos compartimentos). Essa separação de
atividades permite às células eucariontes maior eficiência e tamanho.
Cromossomos e DNA: maior quantidade de DNA, e seus cromossomos apresentam histonas e ficam separados do
citoplasma pelo envoltório nuclear.
Citoplasma: é envolto pela membrana plasmática e é formado pela matriz, organelas e diversos compartimentos envoltos
por membranas (organelas). Pode apresentar depósitos de substâncias diversas, como gotículas lipídicas e glicogênio. O
espaço entre esses compostos é preenchido pela matriz citoplasmática ou citosol.
Citosol: contêm moléculas de água e diversos íons, aminoácidos, enzimas que têm papel na síntese e degradação de
carboidratos, ácidos graxos, aminoácidos e outras substâncias. Também estão contidos no citosol monômeros de proteína
que são construtores de estruturas como microtúbulos e filamentos de actina (componentes do citoesqueleto, que dá
forma às células eucariontes, participa dos movimentos celulares e mantém as organelas em seus respectivos lugares).
Membrana plasmática: separa o citoplasma do meio extracelular e apresenta permeabilidade seletiva, ou seja, ela tem
papel fundamental para o equilíbrio químico da célula.
Organelas celulares:
• Núcleo: contém o DNA celular e controla as atividades da célula por meio dos genes;
• Nucléolos: localizam-se no interior do núcleo, onde há a síntese de ribossomos;
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• Mitocôndrias: sua principal função é a de liberar energia gradualmente, das moléculas de glicose e ácidos graxos -
processo de que resultam a liberação de calor e, principalmente, moléculas de ATP (adenosina-trifosfato);
• Vacúolos: são estruturas que armazenam substâncias diversas;
• Leucoplastos: armazenam amido;
• Complexo de Golgi: formado por diversas vesículas achatadas e circulares e relacionado com a síntese de carboidratos;
• Peroxissomos: caracterizados pela presença de enzimas oxidativas que transferem átomos de hidrogênio de diversos
substratos para o oxigênio, de acordo com a reação RH2 + O2 -> R + H2O. Também possuem a maior parte da catalase
celular (enzima que converte peróxido de hidrogênio em água e oxigênio);
• Retículo Endoplasmático Rugoso: síntese de proteína;
• Retículo Endoplasmático Liso: síntese de lipídios;
• Lisossomos: contem enzimas hidrolíticas envolvidas na digestão celular;
• Cloroplastos: em células vegetais, contêm o pigmento envolvido na fotossíntese (clorofila);
• Cromoplastos: em células vegetais, contêm pigmentos não verdes;
• Leucoplastos: armazenam amido.
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Organelas celulares
Organela Função
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Do mesmo modo que uma fábrica pode ser multiplicada pela construção de várias filiais, também as células se dividem e
produzem cópias de si mesmas.
Há dois tipos de divisão celular: mitose e meiose.
Na mitose, a divisão de uma “célula-mãe” duas “células-filhas” geneticamente idênticas e com o mesmo número
cromossômico que existia na célula-mãe. Uma célula n produz duas células n, uma célula 2n produz duas células 2n etc.
Trata-se de uma divisão equacional.
Já na meiose, a divisão de uma “célula-mãe” 2n gera “células-filhas” n, geneticamente diferentes. Neste caso, como uma
célula 2n produz quatro células n, a divisão é chamada reducional.
A mitose produz células filhas idênticas à célula-mãe. Cada célula filha contém exatamente o mesmo número
de cromossomos da célula mãe. Esse processo ocorre durante o crescimento de um indivíduo e nos processos de
regeneração, constitui também a base de alguns processos de reprodução assexuada, como a bipartição ou cissiparidade
e o brotamento.
A interfase – A fase que precede a mitose
É impossível imaginar a multiplicação de uma fabrica, de modo que todas as filiais fossem extremamente
semelhantes a matriz, com cópias fieis de todos os componentes, inclusive dos diretores? Essa, porém, no caso da
maioria das células, é um acontecimento rotineiro. A mitose corresponde a criação de uma cópia da fabrica e sua meta é a
duplicação de todos os componentes.
A principal atividade da célula, antes de se dividir, refere-se a duplicação de seus arquivos de comando, ou seja, à
reprodução de uma cópia fiel dos dirigentes que se encontram no núcleo.
A interfase é o período que precede qualquer divisão celular, sendo de intensa atividade metabólica.Nesse
período, há a preparação para a divisão celular, que envolve a duplicação da cromatina, material responsável pelo controle
da atividade da célula. Todas as informações existentes ao longo da molécula de DNA são passadas para a cópia, como
se correspondessem a uma cópia fotográfica da molécula original. Em pouco tempo, cada célula formada da divisão
receberá uma cópia exata de cada cromossomo da célula se dividiu.
As duas cópias de cada cromossomo permanecem juntas por certo tempo, unidas pelo centrômero comum, constituindo
duas cromátides de um mesmo cromossomo. Na interfase, os centríolos também se duplicam.
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Produz células-filhas com a metade dos cromossomos da célula-mãe; ocorre na formação de gametas.
Ocorre a separação dos cromossomos ditos homólogos, ou seja, aqueles que são iguais entre si e que juntos
formam um par. Esse ciclo é dito reducional ou meiose I, pois ao final temos células com metade da quantidade de
cromossomos da célula-mãe. Como é chamada meiose I, todos os nomes das fases desse ciclo carregam esse número
junto com o nome da fase para identificá-las.
- Prófase I: fase de grande duração devido aos fenômenos que nela ocorrem. Os cromossomos tornam-se mais
condensados e os cromossomos homólogos emparelham-se lado a lado, formando o que chamamos de um Bivalente, que
tem 4 cromátides-irmãs unidas. Podem surgir pontos de cruzamento entre as cromátides dos cromossomos homólogos
denominadas de quiasmas, onde pode ocorrer a quebra dessas cromátides, levando à troca de segmentos dos Bivalentes
– crossing-over. Desaparece o núcleo e forma-se o fuso meiótico.
A prófase I é dividida em cinco subdivisões: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese.
- Leptóteno: os cromossomos tornam-se visíveis como se fossem fios finos que começam a se condensar. As duas
cromátides de cada cromossomo homólogo estão alinhadas de maneira que não são distinguíveis.
- Paquíteno: os cromossomos tornam-se mais espiralados e o pareamento é completo, sendo que cada par de homólogos
aparece como um bivalente. É nesse estágio que temos o crossing-over, ou seja, a troca de segmentos homólogos entre
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- Diplóteno: ocorre o afastamento dos cromossomos homólogos que constituem os bivalentes. Os dois homólogos de
cada bivalente mantêm-se unidos apenas nos pontos denominados quiasmas (cruzes).
- Metáfase I: os bivalentes ligam-se aos microtúbulos do fuso pelo centrômero, com os quiasmas no plano equatorial.
- Anáfase I: os cromossomos dos bivalentes separam-se migrando cada um (com duas cromátides) para os pólos
opostos, processo denominado de Segregação dos Homólogos.
- Telófase I: os cromossomos após atingirem os pólos do fuso, tornam-se mais finos e forma-se em torno deles um
núcleo.
Depois dessa fase, temos a citocinese levando à formação de duas células haplóides.
HISTOLOGIA
A histologia (do grego: hydton = tecido + logos = estudos) é a ciência que estuda os tecidos biológicos, desde
a sua formação (origem), estrutura (tipos diferenciados de células) e funcionamento. Todos os tecidos presentes nos
vertebrados adultos são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos: endoderma, ectoderma e mesoderma.
Cada um desses, durante o desenvolvimento embrionário, é responsável por uma genealogia de células especializadas
quanto à forma e função.
O folheto germinativo é o tecido embrionário que origina os diversos tecidos e órgãos de um animal adulto.
Com exceção dos poríferos, sem folhetos, portanto não havendo diferenciação tecidual, e dos cnidários com dois folhetos
germinativos (diblásticos ou diploblásticos), todos os demais grupos de animais apresentam três folhetos germinativos
(triblásticos ou triploblásticos).
O corpo de um organismo multicelular é constituído por diferentes tipos de células, especializadas em realizar
diversas funções. As células com determinado tipo de especialização organizam-se em grupos, constituindo os tecidos.
Alguns tecidos são formados por células que possuem a mesma estrutura; outros são formados por células que têm
diferentes formas e funções, mas que juntas colaboram na realização de uma função geral maior.
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Ectoderma
Mesoderma
Endoderma
Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;
Sistema respiratório (pulmão);
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Fígado e pâncreas.
Nos animais vertebrados há quatro grandes grupos de tecidos: o muscular, o nervoso, o conjuntivo e o
epitelial, constituindo subtipos específicos que irão formar os órgãos e sistemas corporais. Por exemplo: O sangue é
considerado um tecido conjuntivo, com diversificadas células (as hemácias, os leucócitos e as plaquetas) e o plasma
(água, sais minerais e diversas proteínas).
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No nosso corpo, existem muitos tipos de células, com diferentes formas e funções. As células estão organizadas
em grupos, que “trabalhando” de maneira integrada, desempenham, juntos, uma determinada função. Esses grupos de
células são os tecidos.
Os tecidos do corpo humano podem ser classificados em quatro grupos principais: tecido epitelial, tecido
conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
Epitelial
As células do tecido epitelial ficam muito próximas umas das outras e quase não há substâncias preenchendo
espaço entre elas. Esse tipo de tecido tem como principal função revestir e proteger o corpo. Forma a epiderme, a camada
mais externa da pele, e internamente, reveste órgãos como a boca e o estômago.
O tecido epitelial também forma as glândulas – estruturas compostas de uma ou mais células que fabricam, no
nosso corpo, certos tipos de substâncias como hormônios, sucos digestivos, lágrima e suor.
Também chamado de epitélio, o tecido epitelial tem como funções básicas como por exemplo a proteção contra:
desidratação, contágio bacteriano, fúngico e viral, regulação térmica, absorção de nutrientes e oxigênio.
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Conjuntivo
Constituído por células e abundante matriz extracelular, com função de preenchimento, sustentação e
transporte de substâncias. De origem mesodérmica, o tecido conjuntivo caracteriza-se por preenchimento dos espaços
intracelulares do corpo e a importante interfase entre os demais tecidos, dando-lhes sustentação e conjunto.
Morfologicamente apresenta grande quantidade de material extracelular (matriz), constituída por um aparte não-estrutural,
denominada de substância estrutural amorfa (SFA), e por outra porção fibrosa.
Tecido ósseo;
Tecido cartilaginoso;
Tecido adiposo;
Tecido sangüíneo;
Adiposo
O tecido adiposo é formado por adipócitos, isto é, células que armazenam gordura. Esse tecido encontra-se
abaixo da pele, formando o panículo adiposo, e também está disposto em volta de alguns órgãos. As funções desse tecido
são: fornecer energia para o corpo; atuar como isolante térmico,diminuindo a perda de calor do corpo para o
ambiente; oferecer proteção contra choques mecânicos (pancadas, por exemplo).
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Muscular
Constituído por células com propriedades contráteis. O tecido muscular, originado do mesoderma, constitui os
músculos, está relacionado ao mecanismo de locomoção e ao processo de movimentação de substâncias internas do
corpo, decorrente à capacidade contrátil das fibras musculares em resposta a estímulos nervosos, utilizando energia
fornecida pela degradação da molécula de ATP.
As células desse tecido são caracterizadas pelo seu formato alongado, uma especialização é a função de
contração e distensão das fibras musculares, formada por numerosos filamentos protéicos de actina (miofilamentos finos)
e miosina (miofilamentos grossos). O grau de contração muscular segue a princípio dois fatores: o primeiro relacionado à
intensidade do estímulo e o segundo à quantidade de fibras estimuladas. Dessa forma, somente ocorrerá contração
quando o estímulo nervoso tiver intensidade suficiente para desencadear em um número significativo de fibras, uma ação
de contração mediada por substâncias neurotransmissoras, emitidas nas sinapses neuromusculares (contato neurônio
músculo), sinalizando o deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos.
Músculo liso;
Músculo estriado esquelético;
Músculo estriado cardíaco.
Nervoso
Formado por células que constituem o sistema nervoso central e periférico (o cérebro, a medula espinhal e os
nervos). O tecido nervoso é sensível a vários tipos de estímulos que se originam de fora ou do interior do organismo. Ao
ser estimulado, esse tecido torna-se capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e, às vezes, por
distâncias relativamente grandes. Trata-se de um dos tecidos mais especializados do organismo animal. O tecido nervoso
participa da organização do sistema nervoso, que anatomicamente pode ser dividido em:
Sistema nervoso central – SNC: formado pelo encéfalo e pela medula espinhal;
Sistema nervoso periférico – SNP: formado pelos nervos e gânglios nervosos.
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Competências:
Introdução
O sistema Tegumentar é formado pela "pele" e seus acessórios - glândulas, pêlos e unhas. A pele é o maior
órgão do corpo humano, tanto no tamanho quando no peso. Também é o órgão mais exposto. O tegumento comum
constitui o manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao meio ambiente. Esse invólucro
somente é interrompido ao nível dos orifícios naturais (narinas, boca, olhos, orelha, ânus, vagina e pênis) onde se prolonga
pela respectiva mucosa. Sob o ponto de vista anatômico o tegumento comum é formado por dois planos, o mais superficial
denominado cútis ou pele e o mais profundo tela subcutânea.
Funções da pele
Regulação da temperatura corporal, pelo fluxo sanguíneo e pelo suor.
Proteção, barreira física, infecções, desidratação e radiação UV.
Sensibilidade, através de terminações nervosas receptoras de tato, pressão, calor e dor.
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Camadas da pele
Epiderme
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Na
derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos
sanguíneos e nervos.
Derme
Derme ou cório, do latim corium = couro, significando a membrana espessa que resulta após ter sido curtida a
pele de certos animais e que subpõe-se à epiderme. É a segunda camada, porém principal parte da pele. É composta por
fibras colágenas e elásticas, tecido conjuntivo frouxo, tecido adiposo e tecido conjuntivo denso irregular. Mais espessa na
palma das mãos e plantas dos pés. Possui papilas dérmicas e corpúsculos de Meissner (do tato) e outros contêm capilares
sanguíneos.
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Encontrada profundamente à derme, formado por tecido conjuntivo frouxo (areolar) e gordura (panículo
adiposo). Permite o deslizamento da pele sobre os planos subjacentes, oferece proteção (amortecedor) e constitui-se em
verdadeiro sistema de armazenamento de gordura (energia). Em alguns locais o TCSC é exíguo ou inexistente, como nas
pálpebras, pavilhão da orelha, prepúcio, escroto, e pequenos lábios vaginais.
Couro cabeludo
O couro cabeludo é um tipo especial de cútis que recobre a calvária caracterizado por duas lâminas
densas (cório externamente e pericrânio internamente, aderido ao periósteo). Entre essas duas lâminas ocorre
um tecido frouxo, não gorduroso que é o tecido subaponevrótico.
Melanina
A Melanina dá a cor do amarelo ao negro para a pele. A quantidade de um indivíduo para o outro é a mesma,
o que diferencia a tonalidade da pele é o pigmento caroteno. Sua produção é controlado pelo hormônio melanócito-
estimulante (MSH) da adenohipófise (lobo anterior).
Anexos da pele
Pêlos
Os pêlos são acessórios da pele. São responsáveis manutenção da temperatura corporal. São células
fundidas, mortas e queratinizadas, formada por uma parte externa (haste) e uma interna (raiz). A base do folículo é o bulbo
que contém a papila (vascularização responsável pela nutrição) e a matriz (que tem a função de formar novos pêlos).
Recebe denominações diferentes conforme a região em que se apresenta:
Cabelos: couro cabeludo.
Supercílios: órbitas oculares.
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Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas se concentram no folículo piloso, onde abrem-se diretamente no canal do pêlo. Estas
glândulas não existem nas palmas das mãos e na planta dos pés. Estas secretam sebo, que impede o ressecamento do
elo, a evaporação excessiva de água, mantém a pele macia e evitam a proliferação de certas bactérias.
Sebo
Protege contra agentes patogênicos
Sofre menos agressão
Protege de alterações climáticas
Hipermeabilidade (água)
Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são responsáveis pela produção e transporte do suor, atuando como regulador
térmico.
Suor
Termorregulação
Excreção de produtos químicos e de dietas
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Glândulas ceruminosas
As glândulas ceruminosas produzem cerume. São presentes única e exclusivamente no meato acústico
externo. Seus ductos abrem-se diretamente na superfície ou nos ductos das glândulas sebáceas. Uma barreira viscosa é
formada por pêlos e cerume.
Glândulas axilares
Localizadas na região axilar, cujo produto sofre decomposição exalando cheiro próprio e individual, o qual é
mais acentuado em certas raças ou por ocasião da puberdade.
Glândulas circumanais
Glândulas mamárias
As glândulas mamárias são glândulas exócrinas cuja função primordial é a produção de leite para nutrir o
recém-nascido. Estas estruturas são exclusivas dos mamíferos, e possuem uma estrutura de ramificação mais complexa
do que a das demais glândulas da pele. Ambos os sexos as possuem, embora nos machos, seu desenvolvimento cesse
antes mesmo da puberdade.
Unhas
As unhas são lâminas queratinizadas que recobrem parcialmente o dorso das falanges distais de mãos e pés,
com a função precípua de protegê-las. Duas faces (superficial e profunda) e quatro bordas (laterais, proximal e distal). A
face profunda assenta sobre o cório que a esse nível se chama leito ungueal. A face superficial é convexa. A borda
proximal constitui a raiz da unha.
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Competências:
Introdução
Osteologia é o ramo da ciência que se ocupa do estudo dos ossos e cartilagens. Ossos são órgãos
esbranquiçados, muito duros, que unindo-se aos outros, por intermédio das junturas ou articulações constituem o
esqueleto.
É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização (cálcio) de sua
matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas). No interior da matriz óssea existem espaços chamados lacunas que
contêm células ósseas chamadas osteófitos (osteoblastos, osteoclastos e osteócitos). Cada osteófito possui
prolongamentos chamados canalículos, que se estendem a partir das lacunas e se unem aos canalículos das lacunas
vizinhas, formando assim, uma rede de canalículos e lacunas em toda a massa de tecido mineralizado.
Osteócitos: manutenção da matriz óssea;
Osteoblastos: produção de colágeno, proteoglicanas e glicoproteínas;
Osteoclastos: remodelagem óssea
Quanto a irrigação do osso, temos os canais de Volkman (vasos sangüíneos maiores) e os canais de Havers
(vasos sangüíneos menores). O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos, apenas o tecido periósteo tem drenagem
linfática.
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Hematopoiese
Fenômeno que se dá no interior dos ossos longos, principalmente, e que origina as chamadas “células
totipotentes”, ou seja, a formação de células que dão origem a todas as outras células do ser humano (osteócitos,
hepatócitos, neurônios, adipócitos, etc.).
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O corpo humano encontra-se dividido em cabeça, pescoço, tronco e membros – superiores e inferiores. Já o
esqueleto humano divide-se em:
Esqueleto axial: cabeça, pescoço e tronco;
Esqueleto apendicular: membros superiores e membros inferiores.
Número de ossos
Costumamos, para fins didáticos, dividir o esqueleto humano em 206 ossos, apesar de algumas literaturas o
dividirem em 208.
Ossos da cabeça
Pescoço: 7 ossos;
Ouvido médio: 6 ossos
Ossos do tórax:
24 costelas – 12 pares;
1 esterno;
12 vértebras;
Ossos do abdômen
05 vértebras;
01 sacro
01 cóccix
Membros superiores
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Perna: 02 ossos;
Pé: 26 ossos;
*multiplicar por dois nos casos bilatérios
Tipos de ossos
Ossos longos: Tem o comprimento maior que a largura e são constituídos por um corpo e duas extremidades. Eles
são um pouco encurvados, o que lhes garante maior resistência. Ex.: fêmur;
Ossos curtos: são parecidos com um cubo, tendo seus comprimentos praticamente iguais às suas larguras. Eles
são compostos por osso esponjoso, exceto na superfície, onde há fina camada de tecido ósseo compacto. Ex.:
ossos do carpo;
Ossos laminares ou chatos: são ossos finos e compostos por duas lâminas paralelas de tecido ósseo compacto,
com camada de osso esponjoso entre elas. Os ossos planos garantem considerável proteção e geram grandes
áreas para inserção de músculos. Ex.: frontal e parietal;
Ossos alongados: são ossos longos, porém achatados. Não apresentam canal central. Ex.: costelas;
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Ossos pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando
pequeno peso em relação ao seu volume. Ex.: esfenóide;
Ossos irregulares: apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias
prévias. Eles têm quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto. Ex.: vértebras.
Ossos sesamóides: estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e
estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e número, de pessoa para pessoa, não
são sempre completamente ossificados, normalmente, medem apenas alguns milímetros de diâmetro. Exceções
notáveis são as duas patelas, que são grandes ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres humanos;
Ossos suturais: pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do
crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa.
A disposição dos tecidos ósseos, compacto e esponjoso, em um osso longo é responsável por sua
resistência. Os ossos longos contêm locais de crescimento e remodelação, e estruturas associadas às articulações. As
partes de um osso longo são as seguintes:
Diáfise: haste longa do osso;
Epífise: extremidade do osso;
Metáfise: parte dilatada da diáfise
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ARTROLOGIA
O corpo humano é capaz de realizar diversos movimentos, graças à articulação encontrada em nosso esqueleto.
O responsável por dar esta mobilidade entre ossos e estabilizar as zonas de união entre os vários segmentos do esqueleto
é o Sistema Articular. O Sistema Articular é formado por um conjunto de articulações, ponto de contato entre dois ou mais
ossos. Existem três tipos de articulações: sinartrose (inflexíveis), anfiartrose e diartrose(permitem movimentos).
Essa mobilidade, porém causa um atrito, amenizado pelo Sistema Articular com a existência das bolsas
sinoviais, que agem como amortecedores entre os ossos e os tecidos à sua volta (outros ossos, tendões, etc) . De acordo
com o grau de mobilidade ofertada, as articulações diartroses podem ser classificadas em sinoviais, fibrosas ou
cartilaginosas.
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Sinoviais – possuem um espaço entre os ossos e são separadas de acordo com os eixos de movimentos:
o Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos):
Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão): falanges, cotovelo.
Gínglimo ou dobradiça atípica: joelho (pequena rotação)
Trocóide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um osso desliza sobre outro
fixo):articulações rádio-ulnar e atlanto-axial.
Plana ou artródia (deslizamento para frente e para trás): articulações dos ossos carpais e tarsais,
articulação da mandíbula.
o Biaxial (2 eixos, 4 movimentos):
Condilar ou elipsóide (extremidade côncava em contato com outra convexa, limitando o
movimento): articulações atlanto-occiptal e entre o punho e o carpo.
Selar (relacionamento de extremidades de igual curvatura, permitindo a circundação): articulação
carpo-metacarpal do polegar.
o Triaxial, esferóide ou enartrose (3 eixos, 6 movimentos): articulação do quadril.
o Poliaxial (triaxial com maior mobilidade): articulação do ombro.
Fibrosas ou sinfibrosas – articulação fibrosa é aquela que apresenta tecido fibroso interposto entre os ossos,
podendo ser:
o Suturas
o Dentadas
o Escamosas
o Planas
o Gonfoses – articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e saliências (ex. dentes e maxila, dentes e
mandíbula)
o Sindesmoses – articulações fibrosas ligadas por fibras colágenas ou lâminas de tecido fibroso - membrana
interóssea (ex.rádio e ulna; tíbia e fíbula)
Cartilaginosas – são as articulações que apresentam cartilagem entre os ossos, podendo ser:
o Sincondroses – ossos que aderem por cartilagem hialina que mais tarde ossifica; Seqüência: osso-
cartilagem-osso (ex. sacro e cóccix)
o Sínfises ou anfiartroses – existe uma fibrocartilagem espessa interposta; Seqüência: osso-cartilagem-
disco-cartilagem-osso (ex. articulações entre corpos vertebrais)
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A principal característica das sinartroses é a sua quase que total imobilidade, já que são articulações formadas pela sólida
união de dois ou mais segmentos ósseos, formando uma camada protetora dos tecidos que revestem o exterior do
esqueleto, como os ossos do crânio e da face, por exemplo. São classificadas em concordantes e discordantes:
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Competências:
Definir o sistema muscular, suas funções e sua importância para o ser humano.
Conhecer os principais músculos do corpo humano para aplicar a prática assistencial ao paciente.
Introdução
Músculos são estruturas individualizadas que cruzam uma ou mais articulações e pela sua contração são
capazes de transmitir-lhes movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, cuja
energia latente é ou pode ser controlada pelo sistema nervoso.
O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade
de sangue nas fibras musculares. Os músculos representam 40-50% do peso corporal total.
O sistema muscular do corpo pode efetuar diversas variedades de movimentos, todos eles sendo controlados
e coordenados pelo cérebro. Os músculos também são de grande importância para sua postura, por isso é bom que pelo
menos uma vez ao dia você possa estar se alongando, para que com o passar do tempo seus músculos continuem na
mesma postura.
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Movimentos de substâncias dentro do corpo: as contrações dos músculos lisos das paredes vasos sangüíneos
regulam a intensidade do fluxo. Os músculos lisos também podem mover alimentos, urina e gametas do sistema
reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração.
Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor liberado pelo
músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
Existem, aproximadamente, em um ser humano 650 músculos divididos em nove grupos. Porém, o número
exato de músculos é muito difícil de ser encontrado, porque existem várias fontes que somam os músculos de uma
maneira diferente.
Fonte: www.anatomiaonline.com.br
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Quanto a situação:
Superficiais ou cutâneos: estão logo abaixo da pele e apresentam no mínimo uma de suas inserções na camada
profunda da derme. Estão localizados na cabeça (crânio e face), pescoço e na mão (região hipotenar);
Profundos ou subaponeuróticos: são músculos que não apresentam inserções na camada profunda da derme, e
na maioria das vezes, se inserem em ossos. Estão localizados abaixo da fáscia superficial;
Longos: são encontrados especialmente nos membros. Os mais superficiais são os mais longos, podendo passar
duas ou mais articulações;
Curtos: encontram-se nas articulações cujos movimentos tem pouca amplitude, o que não exclui força nem
especialização;
Largos: caracterizam-se por serem laminares. São encontrados nas paredes das grandes cavidades (tórax e
abdome);
Fonte: arquivos do autor
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Agonistas: são os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem
ativamente para produzir um movimento desejado. Ex: Pegar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores
dos dedos;
Antagonistas: músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa
progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: idem anterior, porém os antagonistas são os extensores
dos dedos;
Sinergistas: são aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos
indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e
ombro;
Fixadores: são aqueles que participam estabilizando as articulações para que não ocorram movimentos
indesejáveis durante a ação principal. Ex: idem anterior, os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e
ombro.
Os músculos podem ser formados por três tipos básicos de tecido muscular:
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Competências:
Introdução
Os seres humanos, para manterem as atividades do organismo em bom funcionamento, precisam captar os
nutrientes necessários para construir novos tecidos e fazer manutenção dos tecidos danificados, necessitam de extrair
energias vindas da ingestão de alimentos. A transformação dos alimentos em compostos mais simples, utilizáveis e
absorvíveis pelo organismo é denominado Digestão.
O sistema digestório consiste em um tubo muscular denominado trato digestório e vários órgãos anexos e
acessórios:
Cavidade oral – boca, dentes e língua: processamento mecânico e mistura com saliva;
Faringe: propulsão muscular de materiais para o esôfago;
Esôfago: transporte de materiais para o estômago;
Estômago: digestão química de materiais por meio de ácidos e enzimas - quimificação; processamento mecânico
por meio de contrações da musculatura;
Intestino delgado: digestão enzimática, absorção de água, substratos orgânicos, vitaminas e íons;
Intestino grosso: desidratação e compactação - quilificação dos materiais não-digeridos na preparação para a
eliminação.
E ainda:
Glândulas salivares: secreção de líquido lubrificante contendo enzimas que quebram carboidratos;
Pâncreas: células exócrinas secretam soluções tampão e enzimas digestivas, células endócrinas secretam
hormônios;
Vesícula biliar: armazenamento e concentração de bile;
Fígado: secreção de bile, armazenamento de nutrientes.
O sistema digestório é o sistema que, nos animais, é responsável por obter dos alimentos ingeridos os
nutrientes necessários às diferentes funções do organismo, como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc.
Tipos de alimentação
Autótrofa ou Autotrófica (auto: próprio; trofos: alimento): típica de seres que produzem seu próprio alimento
(vegetais através da fotossíntese).
Heterótrofa ou Heterotrófica (hetero: diferente; trofos: alimento): própria de seres que se alimentam do que existe
no meio ambiente (animais, fungos, protozoários, etc):
Carnívoros: se alimentam de outros animais;
Herbívoros: se alimentam de plantas;
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Boca
A boca é a abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo, onde o alimento é preparado para a
digestão, por meio da mastigação proporcionada pelos dentes e a língua.
A cavidade bucal, ou cavidade oral é revestida pela túnica mucosa oral, que apresenta um epitélio escamoso
estratificado, cuja principal finalidade é proteger a boca do efeito abrasivo comum ao processo digestório. As bochechas
são o seu limite lateral enquanto que os lábios a delimitam superior e inferiormente. Os lábios possuem uma mobilidade
bastante grande e inúmeros receptores sensitivos – quimiorreceptores utilizados para a análise das características dos
alimentos.
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A túnica mucosa das bochechas, ou paredes laterais da cavidade bucal, tem sua sustentação mantida pelo
corpo adiposo da bochecha e, ainda, pelo músculo bucinador. Anteriormente a túnica mucosa das bochechas é contínua
com a dos lábios. O vestíbulo da boca é o espaço existente entre as bochechas, os lábios e os dentes. Uma crista de
túnica mucosa oral circunda a base de cada dente sobre os arcos alveolares da maxila e da mandíbula, as gengivas. O
teto da cavidade oral é formado pelo palato duro e pelo palato mole, enquanto que a língua forma o seu assoalho. O palato
duro separa a cavidade bucal da cavidade nasal. O palato mole separa a cavidade bucal da parte nasal da faringe,
fechando essa passagem durante a deglutição. A úvula palatina auxilia a impedir a entrada prematura do alimento na
faringe.
As funções da cavidade oral incluem:
Análise do material antes da deglutição;
Processamento mecânico por meio dos dentes, da língua e da superfície do palato;
Processamento químico através da lubrificação pela mistura com secreções salivares e mucosas;
Digestão limitada aos carboidratos por ação da ptialina.
Na boca há a presença da língua e dos dentes, esses têm a função de triturar os alimentos para facilitar a sua
posterior digestão. A língua manipula materiais dentro da boca e pode ocasionalmente ser utilizada para trazer alimentos
para a cavidade oral. Suas principais funções podem ser descritas como sendo:
Processamento mecânico por compressão, abrasão e distorção;
Movimentação para auxiliar a mastigação e a preparação do alimento para a deglutição;
Análise sensitiva por quimiorreceptores, mecanorreceptores e termorreceptores;
Secreção de mucina e de uma enzima que auxiliam no processamento químico do alimento.
Pode ser dividida em um corpo, porção anterior, e, raiz, porção posterior, ou porção faríngea. Em seu dorso
encontram-se numerosas projeções afiladas denominadas papilas linguais, ou papilas gustativas.
Dentes
São órgãos que auxiliam na mastigação dos alimentos, e os encontramos na boca. Cada tipo de dente tem
sua função própria no processo de mastigação.
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Faringe
A faringe serve como via de passagem comum para alimentos sólidos, alimentos líquidos e ar.
Esôfago
O esôfago situa-se entre os pulmões, atrás do coração, é o canal que une a faringe ao estômago, onde o bolo
alimentar é empurrado até o estômago, através de contrações musculares. Passa ao longo do mediastino, junto à parede
posterior do tórax, entrando na cavidade abdominal através de uma abertura no diafragma, o hiato esofágico, atingindo,
dessa maneira, o estômago.
Estômago
Localizado na parte superior do abdome, abaixo do diafragma e do fígado. Desempenha três funções
principais:
• Armazenamento substancial do alimento ingerido;
• Quebra mecânica desse alimento ingerido;
• Processamento mecânico do alimento ingerido, por meio de enzimas e ácidos.
Este contém pequena quantidade de acido clorídrico, o bolo alimentar passa por transformações e recebe o
nome de quimo - uma massa densa e viscosa, fortemente ácida. Encontra-se dividido em três partes: a cárdia, o corpo
(fundo) e o antro - piloro.
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Intestino
Compreende dois segmentos distintos: um segmento mais fino localizado após o estômago, chamado
intestino delgado que está relacionado com a digestão e a absorção dos alimentos. E outro segmento mais grosso, o
intestino grosso, que tem a função de armazenar, absorver água e nutrientes e excretar resíduos não aproveitados pelo
organismo através das fezes.
Intestino delgado
É um tubo digestivo que tem um pouco mais de 6 m de comprimento – podendo variar entre 5 e 8,3 m, por 4
cm de diâmetro. Ocupa toda a região abdominal, com exceção da região epigástrica e da região do hipocôndrio.
É dividido nas seguintes regiões:
duodeno (cerca de 25 cm): segmento mais curto e mais largo do intestino delgado. É a parte imediatamente após
o piloro do estômago.
jejuno (cerca de 5m): responsável pela maior parte do processamento químico e da absorção de nutrientes;
íleo (cerca de 1,5 cm): terceiro e último segmento do intestino delgado. Controla o fluxo de materiais do íleo ao
ceco, primeira porção do intestino grosso.
Intestino grosso
Se localiza no abdômen e possui a forma de um U invertido. Tem início à parte terminal do íleo e estende-se
até o ânus. Se divide em:
ceco;
cólon: ascendente, transverso, descendente, sigmóide;
reto.
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Reto
O cólon sigmóide conduz o bolo fecal ao reto. Este é um segmento secundariamente retroperitoneal, que
constitui os últimos 15 cm do sistema digestório.
Ânus
Trata-se de um músculo esfinctérico regulador da saída das fezes, que são constantemente "empurradas"
pela musculatura lisa do intestino.
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Glândulas salivares
A presença de alimento na cavidade bucal, bem como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva. A saliva é um líquido levemente alcalino, uma solução aquosa, de consistência viscosa, que umedece a
boca, amolece a comida e contribui para realizar a digestão. Contém a ptialina ou amilase salivar. Na cavidade bucal, a
ptialina atua sobre o amido transformando-o em moléculas menos complexas. Três partes de glândulas salivares lançam
sua secreção na cavidade bucal; parótida, submandibular e sublingual:
Glândulas parótidas: são as maiores glândulas salivares, com peso médio de 20 gr. Apresentam formato irregular
e se estendem entre a superfície inferior do arco zigomático e a margem anterior do músculo
esternocleidomastóideo, a partir do processo mastóide do osso temporal;
Glândulas sublinguais: são cobertas pela túnica mucosa do assoalho da boca. Abrem-se lateralmente ao longo do
frênulo da língua;
Glândulas submandibulares: encontram-se próximas ao assoalho da boca, ao longo da superfície interna da
mandíbula.
Cada uma das glândulas salivares apresenta uma organização celular distinta, com propriedades ligeiramente
diferentes. As glândulas parótidas, exemplificando, produzem uma secreção serosa espessa contendo a enzima amilase
salivar – início do processamento químico do alimento. Em conjunto, as glândulas salivares produzem em média de 1,0 L a
1,5 L de saliva diariamente, com uma composição de água, uma variedade imensa de íons, solução tampão, metabólitos e
enzimas.
Fígado
É a maior glândula do corpo humano. Pesa aproximadamente 1.400g, tem cor vermelho-escuro. Tem várias
funções, entre elas está a de produzir a bile, que é conduzida ao duodeno pelo canal colédoco.
Regulação metabólica: representa o centro de depuração do metabolismo do corpo. Níveis de carboidratos e de
aminoácidos são regulados por eles;
Regulação hematológica: maior reservatório de sangue do corpo. Recebe 25% do débito cardíaco. Conforme o
sangue passa por ele, são removidos eritrócitos danificados ou “velhos”, fragmentos celulares e alguns patógenos;
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Pâncreas
É responsável pela excreção de várias substâncias importantes para a digestão, que são lançadas no
duodeno através do canal de Wirsung. É um órgão alongado, situado posteriormente ao estômago, estendendo-se
lateralmente do duodeno até o fígado. A larga cabeça encaixa-se na alça formada pelo duodeno, conforme este se
distancia do piloro. O corpo delgado do pâncreas estende-se transversalmente em direção ao baço. Sua cauda é curta e
romba.
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O pâncreas além de participar na digestão dos alimentos, produz a insulina (hormônio que regula o teor de
glicose no sangue).
Durante todo o processo digestório, existe a participação de enzimas e de outras substâncias para que ocorra
a quebra de macromoléculas em micromoléculas e essas possam ser absorvidas pelo organismo.
Boca: ptialina;
Estômago: ácido clorídrico, pepsina, renina, lípase gástrica, mucina;
Intestino: peptidases, lípase entérica, maltase, sacarose, lactose;
Pâncreas: tripsina, amilase pancreática, lípase pancreática;
Fígado: bile
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Competências:
Introdução
Visão geral
Tipos de respiração
Chama-se respiração externa e orgânica o processo pelo qual o organismo obtém oxigênio do ambiente e
nele libera gás carbônico. Esse processo se faz segundo dois movimentos corporais:
Inspiração: entrada de ar nos pulmões;
Expiração: saída de ar dos pulmões.
As vias aéreas são um sistema de tubos em cujo interior circula o ar, em suas idas e vindas entre o meio
exterior e os pulmões. A ventilação pulmonar ocorre graças a um imenso trabalho muscular. Desse trabalho participam os
músculos intercostais e o diafragma.
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Os intercostais são músculos localizados entre as costelas, e o diafragma é o músculo que separa as
cavidades, torácica e abdominal. No movimento de inspiração, os músculos intercostais e o diafragma se contraem.
Enquanto a contração dos intercostais eleva as costelas, a do diafragma faz com que esse músculo se mova para baixo.
Esses movimentos resultam num aumento do volume da caixa torácica e na conseqüência expansão pulmonar, que se
enche de ar.
No movimento de expiração, os músculos intercostais e o diafragma relaxam, reduzindo o volume da caixa
torácica. A redução comprime o pulmão, que se esvazia, expulsando o ar.
Nariz
O nariz é a primeira via pela qual o ar entra no sistema respiratório. O ar entra, normalmente na cavidade
nasal através de duas aberturas – narinas. O vestíbulo nasal é sustentado por duas finas cartilagens laterais e dois pares
de cartilagens alares.
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O epitélio que reveste contém pêlos que se estendem a partir das narinas – vibrissas. O septo nasal separa
as partes direita e esquerda do vestíbulo. A parte óssea do septo nasal é formada por uma lâmina perpendicular do osso
etmóide e do vômer, que se articulam. A parte anterior do septo nasal é formada por cartilagem hialina. As maxilas, os
ossos nasais e frontal, o esfenóide e o etmóide formam as paredes laterais e superior do vestíbulo nasal.
A secreção mucosa produzida nos seios paranasais e a drenagem de lágrimas através de ductos específicos
ajudam a manter a cavidade nasal úmida e limpa.
O palato duro, formado pelos ossos maxila e palatino, forma o assoalho da cavidade nasal e separa as
cavidades nasal e oral. O palato mole se estende posteriormente ao palato duro, marcando o limite entre a parte nasal da
faringe da parte oral da faringe.
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O nariz, a boca e a laringe se comunicam por uma câmara comum chamada faringe. A faringe é um órgão
que é comum aos tratos respiratório e digestório. Estende-se desde as coanas até o início da traquéia e do esôfago. Suas
paredes são musculares. Está dividida em três regiões:
Parte nasal da faringe - nasofaringe: a parte nasal da faringe é a sua porção superior. Comunica-se com a parte
posterior da cavidade nasal através das coanas, sendo separada da cavidade oral pelo palato mole;
Parte oral da faringe - orofaringe: estende-se entre o palato mole e a raiz da língua no nível do osso hióide;
Parte laríngea da faringe – laringofaringe: inclui a região da faringe localizada desde o nível do hióide até o início
do esôfago. É a mais inferior, revestida por epitélio escamoso estratificado.
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Laringe
O ar inspirado sai da faringe e entra na laringe, passando por uma passagem chamada ádito da laringe. Tem
início no nível de C IV e estende-se até o início da C VII. É, essencialmente, um cilindro cujas paredes cartilagíneas são
estabilizadas por ligamentos, por músculos ou por ambos.
Três grandes cartilagens ímpares formam o corpo da laringe:
Cartilagem tireóidea: maior das três cartilagens. Está disposta em forma de escudo, forma a maior parte das
paredes laterais e anterior da laringe. Popularmente conhecida como pomo-de-adão, é facilmente vista e palpada;
Cartilagem cricóidea: em forma de anel, a cartilagem cricóidea está localizada inferiormente à cartilagem tireóidea.
Cartilagem epiglótica: sustenta a epiglote apresenta fixações ligamentares às margens, superior e anterior, da
cartilagem tireóidea e ao hióide.
A laringe apresenta, ainda, as cartilagens pares:
Cartilagens aritenóideas: em forma de jarro, se articula com a margem superior da parte mais larga da cartilagem
cricóidea;
Cartilagens corniculadas: em forma de chifres, articulam-se com as cartilagens aritenóideas;
As cartilagens aritenóideas e corniculadas atuam na rima da glote e na produção do som.
Cartilagens cuneiformes: em forma de cunha, localizam-se na prega ariepiglótica, estendendo-se até a epiglote.
A passagem do ar através da região da glote determina a vibração das pregas vocais e produz ondas
sonoras.
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Traquéia
O epitélio da laringe é contínuo ao da traquéia; essa é um tubo resistente e flexível, com diâmetro de
aproximadamente 2,5 cm e comprimento de 11 cm. Seu início situa-se anteriormente à C VI e seu término situa-se no
mediastino, ano nível de T V, onde uma bifurcação marca a origem dos brônquios primários direito e esquerdo.
Externamente à tela submucosa, a traquéia apresenta entre 15 e 20 anéis, as cartilagens traqueais.
Brônquios extra-pulmonares
A traquéia bifurca-se no interior do mediastino, dando origem aos brônquios principais, ou brônquios primários
direito e esquerdo. Estes se situam fora dos pulmões, sendo denominados brônquios extrapulmonares. Uma crista interna
saliente, denominada carina da traquéia situa-se entre as entradas para os dois brônquios primários.
O brônquio principal direito tem um diâmetro maior que o esquerdo e seu trajeto descendente em direção ao
pulmão é mais vertical.
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Pulmões
Os pulmões direito e esquerdo estão situados na cavidade torácica, envoltos pelas correspondentes
cavidades pleurais, direita e esquerda. Cada pulmão apresenta o formato de um cone com a sua extremidade superior
arredondada, denominada ápice do pulmão. A porção inferior, côncava e ampla, denominada base do pulmão, apoia-se na
superfície superior do diafragma.
Os pulmões apresentam lobos distintos, separados por fissuras profundas. O pulmão direito apresenta três
lobos: superior, médio e inferior. A fissura horizontal separa os lobos, superior e médio. A fissura oblíqua separa os lobos,
superior e inferior. O pulmão esquerdo apresenta somente dois lobos, superior e inferior, separados pela fissura oblíqua.
O pulmão direito é maior que o pulmão esquerdo porque a maior parte do coração e dos grandes vasos
projeta-se em direção à cavidade pleural esquerda.
Brônquios pulmonares
Os brônquios principais e seus ramos formam a árvore bronquial. Convém lembrar que estes encontram-se
fora dos pulmões. Ao penetrar nos pulmões, os brônquios principais dividem-se em ramos menores. Esses ramos são
coletivamente denominados brônquios intrapulmonares. Estes, por sua vez, dividem-se em brônquios lobares, ou
brônquios secundários, dividem-se e formam os brônquios segmentares, ou brônquios terciários.
Bronquíolos
Cada brônquio segmentar ramifica-se diversas vezes no interior do segmento broncopulmnar, originando
aproximadamente 6500 bronquíolos terminais menores. O sistema nervoso autônomo regula a atividade da camada
muscular lisa dos bronquíolos terminais e, dessa forma, controla seu diâmetro. A estimulação simpática e a liberação de
epinefrina pela glândula supra-renal determinam o alargamento das vias aéreas, ou broncodilatação. A estimulação
parassimpática causa a broncoconstrição.
A cavidade torácica apresenta o formato de um cone amplo: suas paredes são constituídas pela caixa
torácica e o assoalho pelo diafragma. Cada pulmão está envolto por uma cavidade pleural, que é delimitada por uma
túnica serosa, denominada pleura. A pleura parietal recobre a superfície interna da parede torácica e se estende sobre o
diafragma e a região do mediastino. A pleura visceral recobre as superfícies externas dos pulmões. Entre a pleura parietal
e a pleura visceral existe uma pequena quantidade de líquido, denominado líquido pleural.
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Alvéolos pulmonares
Os alvéolos pulmonares são pequenas estruturas encontradas nos sacos alveolares, ductos alveolares
e bronquíolos respiratórios, constituindo a última porção da árvore brônquica, sendo os responsáveis pela estrutura de
aspecto esponjoso do parênquima pulmonar. São pequenas bolsas, morfologicamente semelhantes a um favo de mel,
abertas de um dos lados, possuindo uma parede altamente vascularizada. Esta última é comum a dois alvéolos vizinhos,
dando origem ao septo interalveolar que consiste em duas camadas de penumócitos (principalmente do tipo II), separadas
pelo interstício de tecido conjuntivo com fibras reticulares e elásticas, substância fundamental e células do tecido
conjuntivo, e capilares.
É neste compartimento que ocorre a hematose pulmonar. O ar ali presente, é separado do sangue capilar por
quatro membranas; são elas: o citoplasma do pneumócito tipo I, a lâmina basal desta célula, a lâmina basal do capilar e o
citoplasma da célula endotelial. O oxigênio do ar alveolar passa para o sangue capilar através deste conjunto de
membranas; o gás carbônico irá se difundir em direção contrária. Estima-se que os pulmões contenham aproximadamente
300 milhões de alvéolos, aumentando de forma considerável a superfície de trocas gasosas.
Cada pulmão contém cerca de 150 milhões de alvéolos pulmonares – formações saculares responsáveis pela hematose.
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Competências:
Introdução
O organismo humano está em constante comunicação química com o meio externo. Nutrientes são
absorvidos através do revestimento do trato digestório, gases se difundem através do epitélio pulmonar e excretas são
eliminados através das fezes, da urina, do suor e em outras secreções exócrinas. As trocas químicas ocorrem em locais
ou órgãos especializados porque todas as partes do corpo estão ligadas ao sistema circulatório.
O sistema circulatório pode ser comparado ao sistema de resfriamento de um automóvel. Seus componentes
básicos incluem:
• Líquido circulante – sangue;
• Uma bomba – coração;
• Tubos condutores – vasos;
Sangue e fluídos
O sangue é uma massa líquida de tecido conectivo especializado, cujas principais funções podem ser
descritas em:
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Distribuição de nutrientes, oxigênio e hormônios para cada um dos aproximadamente 75 trilhões de células do
corpo humano;
Condução de resíduos metabólicos para os rins para serem excretados;
Transporte de células especializadas para a proteção do organismo frente a processos infecciosos em tecidos
periféricos.
O sangue é constituído por dois componentes distintos:
Plasma – parte líquida;
Elementos figurados – eritrócitos, trombócitos, leucócitos
Células sangüíneas
Os elementos figurados do sangue têm sua formação no interior dos ossos longos e chatos, no interior da
medula óssea – medula vermelha. São eles: os glóbulos e as plaquetas.
Eritrócitos
Os glóbulos vermelhos são as hemácias, ou eritrócitos, células sem núcleo contendo hemoglobina, um
pigmento vermelho do sangue responsável pelo transporte de oxigênio e de gás carbônico.
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Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são repostas pela medula óssea.
Leucócitos
Os glóbulos brancos são os leucócitos, verdadeiras células nucleadas, incumbidas da defesa do organismo.
Os leucócitos são divididos em:
Monócitos: uma das maiores células da série branca. Quando aumentadas no sangue usa-se o termo monocitose e
indicam infecções virais, leucemias e pós QT;
Linfócitos: normalmente pequenos, podendo ter ou não grânulos dispersos no seu citoplasma. Quanto
aumentados no sangue podem indicar infecções virais ou leucemias. O aumento do número de linfócitos chama-
se linfocitose;
Eosinófilos: quando o número de eosinófilos encontra-se aumentado no sangue chamamos de eosinofilia,
indicando dessa maneira, processos alérgicos ou parasitose;
Basófilos: citoplasma cheio de grânulos, no indivíduo normal é encontrado apenas um. O aumento do número de
basófilos indica processo alérgico;
Neutrófilos: a célula de linhagem branca mais numerosa no ser humano. Seu aumento é indicativo de infecção de
origem bacteriana, mas podem, ainda, estar presentes em infecções de origem viral;
Quanto ao material disperso no seu citoplasma, os leucócitos podem ser:
Agranulócitos;
Granulóticos.
Trombócitos
Plaquetas são fragmentos citoplasmáticos de células da medula óssea, implicadas diretamente no processo
de coagulação sangüínea. Conforme dito, as plaquetas são as células que realizam a coagulação do sangue, evitando
assim sua perda excessiva (hemorragia). Elas geralmente agem quando os vasos sangüíneos sofrem danos. Um exemplo
simples é o caso de uma picada de agulha, onde se observa uma pequena e ligeira perda de sangue que logo é
estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário.
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Células tronco
Células-tronco são as células com capacidade de auto-replicação, isto é, com capacidade de gerar uma cópia
idêntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vários tecidos. São classificadas em:
Células tronco totipotentes: células totipotentes são aquelas células que são capazes de diferenciarem-se em
todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionários. As células
totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 -
32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;
Células tronco pluripotentes ou multipotentes: células pluripotentes são aquelas células capazes de diferenciar-se
em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários, ou seja, a partir de 32 - 64
células, aproximadamente a partir do 5º dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células internas do
blastocisto são pluripotentes enquanto as células da membrana externa destinam-se a produção da placenta e as
membranas embrionárias;
Células tronco oligopotentes: células oligopotentes são aquelas células que se diferenciam em poucos tecidos;
Células tronco unipotentes: células unipotentes são aquelas células que se diferenciam em um único tecido.
Quanto a sua origem, as células tronco podem ser:
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Adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical,
placenta etc;
Embrionárias, só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou
pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação.
Quanto a sua forma de obtenção, podem ser:
Por Clonagem terapêutica;
Do corpo humano;
Embriões descartados;
Grupos sanguíneos
Os grupos sanguíneos ou sangüíneos foram descobertos no início do século XX (cerca de 1900), quando o
cientista austríaco Karl Landsteiner se dedicou a comprovar que havia diferenças no sangue de diversos indivíduos. Ele
colheu amostras de sangue de diversas pessoas, isolou os glóbulos vermelhos e fez diferentes combinações entre plasma
e glóbulos vermelhos, tendo como resultado a aglutinação dos glóbulos em alguns casos, formando grânulos, e em outros
não.
A
B
AB
O
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Vasos sanguíneos
O sangue está contido num sistema fechado de canais (vasos sangüíneos), impulsionados pelo coração:
veias, artérias e capilares.
O sistema circulatório é um sistema fechado que faz com que o sangue circule por todo o corpo. Existem dois
tipos de vasos sanguíneos:
Um que supre os pulmões: circulação pulmonar;
Um que supre o restante do corpo: circulação sistêmica;
Sai do coração pelas artérias que vão se ramificando em arteríolas e terminando em capilares que por sua
vez se continuam em vênulas e veias, retornando ao coração.
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Túnica íntima: camada mais interna de um vaso. Inclui o revestimento endotelial e uma camada subjacente de
tecido conectivo, que contém uma quantidade variável de fibras elásticas;
Túnica média: camada média. Contém lâminas de tecido muscular. Quando estimuladas por ativação simpática,
essas fibras se contraem, o que chamamos de vasoconstrição. Quando relaxadas, se dilatam o que chamamos de
vasodilatação.
Circulação sistêmica ou grande circulação
Em linhas gerais, nas artérias corre um sangue rico em oxigênio e em substâncias nutritivas, que ele leva aos
vários tecidos do organismo; nas veias, contrariamente, que trazem o sangue da periferia para o coração, corre um sangue
rico em anidrido carbônico e substâncias de rejeição.
O átrio direito recebe as veias cavas (superior e inferior), por onde o sangue venoso chega ao coração,
passando pela válvula tricúspide (contração/sístole atrial) em direção ao ventrículo direito, o qual encaminha o sangue
pobre em oxigênio para o pulmão (sístole ventricular) através das artérias pulmonares. As substâncias de rejeição serão
depois eliminadas pelos rins, que têm justamente a tarefa de filtrar o sangue. As trocas gasosas, ao contrário, ou seja, a
eliminação de anidrido carbônico e a absorção de oxigênio, têm lugar nos pulmões, por efeito da respiração.
As artérias, chegando à periferia do corpo humano, isto é, nos músculos, na pele, em todos os órgãos, se
dividem em artérias sempre menores (arteríolas) até que o seu calibre se torna microscópico: é a este nível que têm lugar
as trocas entre sangue e células. Estes vasos microscópicos chamam-se capilares e formam nos órgãos e nos tecidos
uma vasta rede.
Os capilares confluem para pequenas veias (vênulas) que aos poucos se vão unindo umas com outras,
tornam-se veias verdadeiras e trazem de volta o sangue ao coração. Do coração partem duas grandes artérias: a artéria
pulmonar e a artéria aorta.
No pulmão, o sangue é oxigenado (hematose), retornando ao coração por meio das veias pulmonares, as
quais se comunicam com o átrio esquerdo, passando o sangue pela válvula bicúspide ou mitral (sístole atrial), chegando
ao ventrículo esquerdo e deste sendo distribuído (sístole ventricular) para os tecidos e órgãos através da artéria aorta.
Observe que as cavidades internas são preenchidas por sangue venoso rico em gás carbônico (azul), e
sangue rico em oxigênio (vermelho) sendo que as artérias coronárias recebem este sangue para que toda a nutrição do
coração seja realizada corretamente.
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O CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular oco que se localiza no meio do peito, sob o osso esterno, ligeiramente
deslocado para a esquerda. Em uma pessoa adulta, tem o tamanho aproximado do seu punho, pesando aproximadamente
400 gramas. As quatro câmaras musculares do coração, os átrios (atrium = câmara) e os ventrículos (direito e esquerdo)
trabalham juntas para impulsionar o sangue através de uma rede de vasos sanguíneos existente entre o coração e os
tecidos periféricos.
Divisão
Encontra-se dividido da seguinte maneira:
Pericárdio: o coração está localizado próximo à parede anterior do tórax, imediatamente posterior ao esterno. O
pericárdio é constituído de uma dupla membrana que envolve o coração.
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A camada externa, pericárdio parietal, e constituído por uma camada densa de feixes colágenos. A camada
interna e formada por uma membrana serosa, pericárdio visceral. Entre estas duas camadas existe uma cavidade virtual, a
cavidade do pericárdio, com uma quantidade de líquido apenas o suficiente para umedecê-las, evitando, dessa maneira o
atrito entre elas.
Miocárdio: o miocárdio consiste em múltiplas camadas entrelaçadas de fibras musculares cardíacas, com tecido
conectivo associado, vasos sanguíneos e nervos;
Endocárdio: epitélio escamoso que reveste as superfícies internas das câmaras cardíacas, incluindo as valvas.
Câmaras cardíacas
Átrio direito
O átrio direito recebe o sangue venoso, rico em gás carbônico por meio das veias cava superior e inferior. A
veia cava superior traz o sangue venoso proveniente da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do tórax. A veia
cava inferior traz o sangue venoso proveniente dos tecidos e órgãos da cavidade abdominopélvica e dos membros
inferiores.
Ventrículo direito
O sangue venoso, pobre em oxigênio que chegou ao coração pelo átrio direito – conduzido pelas veias cavas
é conduzido ao ventrículo direito através de uma abertura ampla limitada por três bandas fibrosas, a valv a atrioventricular
ou valva tricúspide. A partir do tronco pulmonar – início da circulação pulmonar o sangue venoso flui para as artérias
pulmonares – direita e esquerda, que conduzirá esse sangue até os pulmões – esquerdo e direito para ser oxigenado,
fenômeno o qual chamamos de hematose.
Átrio esquerdo
A partir dos capilares pulmonares, o sangue, agora rico em oxigênio – já sofreu o processo de hematose
referido anteriormente flui para pequenas veias. Essas veias de menor calibre finalmente formam as quatro veias
pulmonares – duas de cada pulmão. As veias pulmonares – esquerdas e direitas conduzem o sangue oxigenado até o
coração, desembocando no átrio esquerdo.
Ventrículo esquerdo
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O sangue flui do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo através da valva atrioventricular esquerda ou
valva bicúspide, ou, ainda, valva mitral. O ventrículo esquerdo é o que apresenta as paredes mais calibrosas se
comparado com as demais câmaras cardíacas. Essa maior espessura permite que o ventrículo esquerdo exerça uma
pressão suficiente para propelir o sangue por toda a circulação sistêmica. O sangue deixa o ventrículo esquerdo passando
através da valva da aorta, sendo conduzido através da artéria aorta para o organismo.
Ciclo cardíaco
Um ciclo cardíaco é o período entre o início de dois batimentos cardíacos consecutivos. Assim sendo, o ciclo
cardíaco inclui períodos de contração e períodos de relaxamento cardíaco. Para cada uma das quatro câmaras cardíacas
o ciclo cardíaco pode ser dividido em duas fases distintas:
Durante a contração – sístole, a câmara ejeta o sangue para o interior da câmara seguinte ou para um tronco
arterial. A sístole é seguida de uma segunda fase, a fase de relaxamento – diástole.
Durante a diástole a câmara se enche de sangue e se prepara para iniciar um novo ciclo cardíaco.
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Cada contração segue uma seqüência precisa: os átrios se contraem primeiro e, em seguida, os ventrículos.
Se as contrações seguirem outra seqüência o padrão normal do fluxo sanguíneo será alterado. As contrações cardíacas
são coordenadas por células condutoras especializadas:
Células nodais: estabelecem a velocidade da contração cardíaca;
Fibras condutoras: distribuem o estímulo contrátil ao miocárdio.
O funcionamento do coração ocorre através de estímulos elétricos que circundam por suas câmaras
denominadas de átrios e ventrículos. Caso haja alguma interrupção, ou qualquer alteração durante a passagem deste
estímulo ocorre o que conhecemos como arritmia.
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Introdução
O mundo nem sempre é favorável à manutenção das condições salutares do corpo humano. Acidentes
causados pela interação com objetos do meio ambiente podem produzir impactos, cortes – ferimento e/ou queimaduras.
Os efeitos provocados por essa lesão podem ser potencializados por uma série de microorganismos – vírus, bactérias,
fungos, dentre outros. Alguns desses microorganismos vivem normalmente no interior ou na superfície do corpo humano,
mas todos eles têm o potencial de provocar doenças no ser humano.
Permanecer vivo e saudável envolve um esforço constante e combinado que engloba diversos órgãos e
sistemas. Nessa eterna batalha, o sistema linfático assume a principal responsabilidade.
O sistema linfático faz parte do sistema imunológico do corpo. Ele desempenha papel importante nas defesas
do corpo contra a infecção e alguns outros tipos de doença, inclusive o câncer. Como o sistema sangüíneo, o sistema
linfático faz parte do sistema circulatório, mas possui um fluido conhecido por linfa, em vez de sangue e é composto de:
Vasos linfáticos;
Linfonodos;
Órgãos linfóides ou linfáticos.
O sistema linfático é um importante componente do sistema imunológico, pois colabora com os leucócitos
para proteção contra microorganismos invasores (bactérias e vírus).
Apresenta uma série de componentes:
A linfa é o tecido conectivo líquido transportado e monitorado por esse sistema;
Os vasos que transportam a linfa são chamados de vasos linfáticos;
As células suspensas no interior desse líquido são conhecidas como linfócitos.
Os vasos linfáticos se originam nos tecidos periféricos e conduzem a linfa para o sistema venoso.
A linfa é composta de líquido intersticial que se assemelha ao plasma sanguíneo, porém com uma menor
concentração de proteínas; linfócitos, as células responsáveis pelas respostas imunológicas e macrófagos de vários tipos.
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Muitas vezes os vasos linfáticos começam no interior ou passam através de órgãos e tecidos linfáticos,
estruturas, essas, que contém inúmeros linfócitos, macrófagos e, em muitos casos, células-tronco linfáticas.
Os vasos linfáticos, muitas vezes denominados apenas de “linfáticos”, transportam a linfa dos tecidos
periféricos para o sistema venoso. Da mesma maneira que ocorre no sistema venoso e no sistema arterial, os vasos
linfáticos variam em tamanho, desde capilares linfáticos – vasos de pequeno calibre até vasos coletores de grande calibre,
os ductos linfáticos.
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Capilares linfáticos
A rede de linfa tem início com os capilares linfáticos, ou “terminais linfáticos”, os quais formam um
emaranhado complexo no interior dos tecidos periféricos. Os capilares linfáticos diferem dos capilares sanguíneos em
vários aspectos:
São maiores em diâmetro;
Apresentam paredes mais delgadas, já que suas células endoteliais são desprovidas de uma lâmina basal
contínua;
Apresentam, normalmente, um contorno plano ou irregular;
Apresentam filamentos de colágenos de ancoragem que se estendem desde sua lâmina basal até o tecido
conectivo circulante – ajudam na manutenção da abertura quando do aumento da pressão intersticial.
Valvas linfáticas
A partir dos capilares linfáticos, a linfa flui para os vasos linfáticos de calibre maior, esses conduzem a linfa
aos troncos linfáticos localizados nas cavidades abdominopélvica e torácica. Os vasos linfáticos de maior calibre são muito
parecidos com as veias tanto com relação às túnicas que os revestem quanto à presença de valvas – válvulas internas, o
que impede que o fluxo da linfa tenha uma característica retrógrada.
As valvas são bastante próximas e, a cada compartimento intervalvar, o vaso linfático sofre um abaulamento
nas suas paredes. Isso lhe confere a aparência de um “gomo”.
Os vasos linfáticos de maior calibre apresentam, ainda, uma camada de musculatura lisa em suas paredes, o
que proporciona contrações rítmicas, impelindo, dessa maneira, a linfa em sentido aos ductos linfáticos.
Caso aconteça a compressão ou bloqueio, ou até mesmo, problema em alguma valva linfática, a drenagem
torna-se mais lenta ou até mesmo interrompida na área afetada. Com a diminuição ou perda da capacidade de drenagem
do líquido ali acumulado – esse líquido continua fluindo a partir dos capilares sanguíneos, o volume de líquido intersticial
passa, gradualmente, a acumular-se e os tecidos afetados ficam “inchados” – edemaciados, condição conhecida por
linfedema.
Dois conjuntos de vasos linfáticos fazem a coleta da linfa circulante nos capilares linfáticos: superficiais e
profundos. Os vasos linfáticos superficiais fazem percurso junto às veias superficiais e são encontrados nos seguintes
locais:
Tela subcutânea, próxima a pele;
Tecidos conectivos frouxos das túnicas mucosas que reveste os sistemas digestório, respiratório, urinário e
genital;
Tecidos conectivos das túnicas serosas – revestimento das cavidades pleural, pericárdica e peritoneal.
Já os vasos linfáticos profundos são grandes vasos linfáticos que acompanham as artérias e veias profundas.
Esses vasos linfáticos fazem a coleta da linfa da musculatura esquelética e de outros órgãos do pescoço,
membros e tronco, assim como dos órgãos das cavidades torácica e abdominopélvica.
No tronco, os linfáticos – superficiais e profundos convergem para formar vasos maiores, os quais denominamos troncos
linfáticos. Esses incluem:
Troncos lombares;
Troncos intestinais;
Troncos broncomediastinais;
Troncos subclávios;
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Troncos jugulares.
Já os troncos linfáticos esvaziam a linfa que conduzem em dois grandes vasos coletores, denominados
ductos coletores, que, por sua vez, conduzem a linfa para o sistema venoso.
Linfócitos
Os linfócitos são as principais células de defesa do sistema linfático, com a responsabilidade da imunidade
específica, nos alertando na presença:
De microorganismos invasores, como vírus e bactérias;
Presença de células anômalas do próprio organismo, como, por exemplo, células infectadas ou células
cancerosas;
Presença de proteínas estranhas, como, por exemplo, as toxinas liberadas pelas bactérias.
Os linfócitos procuram eliminar, ou neutralizar, essas ameaças por meio da combinação de ataques químicos
e de ataques físicos. Migram por todo o organismo, circulando na corrente sangüínea, movendo-se nos tecidos periféricos,
retornando, em seguida, á corrente sangüínea.
O tempo de permanência dos linfócitos no interior do sistema linfático – linfonodo ou órgão linfóide é bastante
variável, podem ser de horas até mesmo de anos.
Existem três tipos diferentes de linfócitos no organismo:
Linfócitos T
Os linfócitos T se formam na medula óssea, migrando, a seguir, para o timo, onde amadurecem. Durante seu
processo de maturação, os produtos do complexo de histocompatibilidade “ensinam” o linfócito T.
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Linfócitos B
Respondem por 10 a 15% do total de linfócitos circulantes no organismo. Quando estimulados por exposição
a um antígeno, esses linfócitos podem se diferenciar em plasmócitos. Os plasmócitos são responsáveis pela produção e
pela secreção de anticorpos. Esses anticorpos são conhecidos como imunoglobulinas. São responsáveis pela resposta
celular mediada por anticorpos.
Linfócitos NK ou células NK
O restante dos 5 a 10% dos linfócitos circulantes existentes são do tipo NK, também conhecidos como
“linfócitos granulares grandes”. Eles atacam células estranhas, células do próprio organismo que se encontram infectadas
por vírus, bem como células cancerosas que surgem nos tecidos normais.
Tecidos linfáticos
Os tecidos linfáticos são tecidos conectivos com predominância de linfócitos. Esses, frouxamente agregados
no interior do tecido conectivo da túnica mucosa dos tratos respiratório ou urinário.
Os nódulos linfáticos são agregados de linfócitos contidos no interior de uma rede de fibras reticulares de
sustentação. São tipicamente em formato oval e encontrados, normalmente, no interior da parede de vários segmentos do
trato digestório, inclusive no íleo e na vesícula biliar, medindo aproximadamente 1 mm de diâmetro.
O trato digestório tem uma extensa rede de variados tipos de nódulos linfáticos. Os grandes nódulos na
parede faríngea são denominados tonsilas. Os linfócitos agregados às tonsilas reúnem e removem os agentes invasores
que penetram na faringe, tanto quando inspiramos quando ingerimos algum alimento.
Tonsila faríngea
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Tonsilas palatinas
As Amígdalas, ou tonsilas palatinas, são pequenas estruturas arredondadas, em forma de amêndoa, ficam
localizadas na margem posterior da cavidade oral, ao longo do limite entre a faringe e o palato mole. Acredita-se que
sirvam para ajudar a evitar infecções, produzindo anticorpos. As amígdalas também são chamadas de tonsilas palatinas e
podem ser vistas quando se abre bem a boca. Quando as amígdalas se inflamam, chamamos esta doença de Amigdalite.
Tonsilas linguais
Em número de duas, não podem ser visualizadas por estarem localizadas na base da língua.
Órgãos linfáticos
Os órgãos linfáticos, ou órgãos linfóides, estão separados dos tecidos circundantes por uma cápsula de
tecido conectivo fibroso. Incluem:
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Linfonodos
Os linfonodos são órgãos linfáticos pequenos, arredondados. Seu diâmetro pode variar entre 1 a 25 mm. O
padrão geral de distribuição dos linfonodos no organismo pode ser observado na figura abaixo:
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Cada linfonodo é recoberto por uma cápsula de tecido conectivo fibroso denso. Vasos sangüíneos e nervos
penetram e saem do linfonodo através do hilo. Cada um deles possui dois tipos de vasos linfáticos: vasos linfáticos
aferentes e vasos linfáticos eferentes. Os vasos linfáticos aferentes conduzem a linfa dos tecidos periféricos aos
linfonodos. Os vasos linfáticos eferentes conduzem a linfa dos linfonodos para o sistema venoso.
Linfonodos: distribuição
Linfonodos dos membros inferiores – linfonodos poplíteos: filtram a linfa advinda da perna para a coxa. Já os
linfonodos inguinais drenam a linfa conduzida dos membros inferiores para o tronco;
Linfonodos do tórax: recebem a linfa que vem dos pulmões, das vias aéreas e das estruturas mediastinais;
Linfonodos do abdome: filtram a linfa que chega dos sistemas, urinário e genital;
O tecido linfático das placas de Peyer, os linfonodo ileocólicos e os linfonodos mesentéricos recebem a linfa
originária do trato digestório.
Timo
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Baço
O baço é o maior órgão linfático do corpo, medindo, aproximadamente 12 cm de comprimento, pesando cerca
de 160 gramas. Situa-se ao longo da curvatura maior do estômago, estendendo-se entre a nona e a décima primeira
costela, ao lado esquerdo. Apresenta coloração vermelha escura, devido à grande quantidade de sangue que contém.
Possui grande quantidade de macrófagos que, através da fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias
estranhas, células do sangue em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Dessa forma, o baço
“limpa” o sangue, funcionando como um filtro desse fluído tão essencial. O baço também tem participação na resposta
imune, reagindo a agentes infecciosos. Inclusive, é considerado por alguns cientistas, um grande nódulo linfático.
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Formando seres humanos mais humanos
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Competências:
Introdução
O homem movimenta-se, recebe informações do ambiente e nele interfere por meio de suas decisões e
ações. O sistema nervoso controla as funções orgânicas e a integração ao meio ambiente. Ou seja, ele não só controla e
coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos estímulos, é capaz de
interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles.
Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade e muitas outras ocorrem sem que se tenha
consciência delas. O sistema nervoso é dividido em:
Sistema nervoso central (SNC): é a porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de
respostas, formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, protegidos, respectivamente. Pelo crânio e pela coluna
vertebral. O encéfalo apresenta três partes (cérebro, cerebelo e tronco encefálico). O tronco encefálico também
tem três divisões: mesencéfalo, ponte e bulbo.
Sistema nervoso periférico (SNP): constituído pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central
ou que levam até aos órgãos efetuadores as ordens emanadas da porção central, formado pelos nervos cranianos
e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas.
Cérebro
O Cérebro é o principal órgão e centro do sistema nervoso em todos os animais vertebrados, e em muitos
invertebrados. Alguns animais primitivos como os celenterados e equinodermos como a estrela-do-mar possuem um
sistema nervoso descentralizado sem cérebro, enquanto as esponjas não possuem sistema nervoso. Nos vertebrados o
cérebro localiza-se na cabeça protegido pelo crânio, próximo aos aparatos sensoriais primários: visão, audição,
equilíbrio, paladar, e olfato.
Os cérebros podem ser extremamente complexos. O cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de
neurônios, ligados por mais de 10.000 conexões sinápticas cada. Esses neurônios comunicam-se por meio de fibras
protoplasmáticas chamadas axônio, que conduzem pulsos em sinais chamados potencial de ação para partes distantes
do cérebro e do corpo e as encaminham para serem recebidas por células específicas.
De um ponto de vista filosófico, pode-se dizer que a função mais importante do cérebro é servir como
estrutura física subjacente da mente. Do o ponto de vista biológico, entretanto, a função mais importante do cérebro é
gerar comportamentos, a função mais importante do cérebro é a de gerador de comportamentos que promovam o bem-
estar de um animal. O cérebro controla o comportamento, seja ativando músculos, seja causando a secreção de
substâncias químicas, como os hormônios.
Nem todos os comportamentos precisam de um cérebro. Mesmo organismos unicelulares são capazes de
extrair informação do ambiente e responderem de acordo. As esponjas, às quais falta um sistema nervoso central, são
capazes de coordenar suas contrações corporais, e até mesmo de se locomoverem. Nos vertebrados, a própria coluna
vertebral contém circuitos neurais capazes de gerar respostas reflexas, assim como padrões motores simples, como nadar
76
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Anatomia e Fisiologia Humana
ou andar. Entretanto, o controle sofisticado do comportamento, baseado em um sistema sensorial complexo requer a
capacidade de integração de informações de um cérebro centralizado.
Diversas áreas cerebrais mantêm a mesma identidade entre todos os vertebrados, do peixes-bruxa ao ser
humano. Segue uma lista de algumas das áreas mais importantes, com breve descrição de suas funções como são
entendidas atualmente (mas note-se que ainda existe algum grau de discordância a respeito das funções da maioria das
áreas):
A medula, ao longo do cordão espinhal, contém vários pequenos núcleos envolvidos em ampla variedade de
funções sensórias e motoras.
77
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Anatomia e Fisiologia Humana
O hipotálamo é uma pequena região na base do prosencéfalo, cuja complexidade não corresponde ao tamanho.
É composto de numerosos pequenos núcleos, cada um com conexões distintas e neuroquímica idem. O
hipotálamo é a estação central de controle dos ciclos de sono/alerta, controle de fome e sede, controle da
liberação de hormônios e muitas outras funções biológicas críticas.
Como o hipotálamo, o tálamo é um conjunto de núcleos com funções diversas. Alguns estão envolvidos em
retransmitir informações dos e para os hemisférios cerebrais. Outros estão envolvidos na motivação. A região
subtalâmica (zona incerta) parece conter sistemas geradores de ação para diversos tipos de comportamentos
"consumatórios", incluindo comer, beber, defecação e cópula.
O cerebelo modula as informações de outros sistemas cerebrais para fazê-las mais precisas. A remoção do
cerebelo não impede um animal de fazer nada em particular, mas deixa suas ações hesitantes e desajeitadas. Tal
precisão não é inata, mas aprendida por tentativa e erro. Aprender a andar de bicicleta é exemplo de um tipo de
plasticidade neural que acontece majoritariamente dentro do cerebelo.
O pálio é uma camada de matéria cinzenta que fica na superfície do prosencéfalo. Nos répteis e mamíferos, ela é
chamada de córtex. O pálio está relacionado a múltiplas funções, incluindo o olfato e a memória espacial. Nos
mamíferos, em que o córtex domina o cérebro, ele assume funções de várias regiões subcorticais.
O hipocampo, estritamente falando, é encontrado apenas em mamíferos. No entanto, a região da qual ele deriva,
o pallium medial, tem correspondentes em todos os vertebrados. Há evidências de que esta parte do cérebro está
envolvida na memória espacial e navegação de aves, peixes, répteis e mamíferos.
Os gânglios basais são um grupo de estruturas interconectadas do prosencéfalo, das quais nosso entendimento
aumentou consideravelmente nos últimos anos. A função primária dos gânglios basais parece ser a de seleção
de ação. Eles mandam sinais inibitórios para todas as partes do cérebro que possam gerar ações, e nas
circunstâncias certas pode liberar a inibição, de modo que os sistemas de geração de ação executem suas ações.
Recompensas e punições têm seus efeitos neurais mais importantes sobre os gânglios basais.
O bulbo olfativo é uma estrutura especial que processa os sinais sensórios olfativos e envia seus resultados para
a parte olfativa do pálio. É um elemento significativo do cérebro de muitos vertebrados, mas é muito reduzido nos
primatas.
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Temporal
Occipital
Ínsula
Cada parte do cérebro é responsável por determinadas funções do nosso corpo. Quando certa parte recebe
sangue bom em boa quantidade, a função correspondente se desenvolve e a pessoa adquire grande habilidade.
Exemplos:
A parte do cérebro que comanda as pernas recebe bom sangue. Então a pessoa vai ter grande habilidade com as
pernas.
A parte do cérebro que comanda a voz recebe bom sangue. Então a pessoa vai ter grande habilidade com a voz.
Quando determinada parte do cérebro não recebe sangue adequado e em boa quantidade, aquela parte do
cérebro não se desenvolve e, correspondentemente, a função também não se desenvolve. Por defeito de nascença ou por
levar uma pancada na cabeça, uma pessoa pode ter certa área do cérebro com dificuldade de circulação sangüínea.
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Além das funções físicas do nosso corpo, o cérebro é, também, responsável pelas funções psíquicas e
comportamentais. Existe uma área do cérebro que é responsável, por exemplo, pela tolerância. Quando esta área recebe
sangue adequado em boa quantidade, a pessoa terá a sua tolerância desenvolvida. Ao envelhecer, as artérias se tornam
mais rígidas e perdem a capacidade de conduzir sangue. Pode acontecer da pessoa levar uma pancada na cabeça e isto
vai fazer diminuir a quantidade de sangue que certa área recebe.
Exemplos:
A parte do cérebro que comanda a criatividade recebe bom sangue. Então a pessoa será muito criativa.
A parte do cérebro que comanda a iniciativa não recebe sangue em quantidade suficiente. Então a pessoa será
muito preguiçosa.
Meninges
A proteção ao SNC dada pelo crânio e pela coluna é acentuada reforçada pela presença de lâminas de tecido
conjuntivo, as meninges, que são, de fora para dentro: dura-máter, aracnóide e pia-máter. A dura-máter é a mais espessa
delas. No crânio está associada ao periósteo da face interna dos ossos, enquanto entre ela e a coluna vertebral existe um
espaço, o espaço extradural (ou epidural). A pia-máter é a mais fina e está intimamente aplicada ao encéfalo e à medula
espinhal. Entre a dura e a pia-máter está a aracnóide, da qual partem fibras delicadas que vão a pia-máter, formando uma
rede semelhante a uma teia de aranha. A aracnóide é separada da dura-máter por um espaço virtual, o espaço subdural e
da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, real, onde circula o líquido cérebro-espinhal ou líquor, o qual funciona como
absorvente de choques.
O líquido cérebro-espinhal, incolor, é constantemente produzido nos ventrículos do encéfalo e
constantemente deixa o espaço subaracnóideo para entrar no sistema venoso. Atua na nutrição do SNC e como
amortecedor, protegendo o SNC de movimentos súbitos.
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Fonte: www.adam.com
Neurônios
O sistema nervoso contém 100 bilhões ou mais de células nervosas que percorrem todo o organismo e
estabelecem conexões entre o cérebro e o corpo e, freqüentemente, conectam-se entre si. Uma célula nervosa,
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denominada neurônio, é composta por um grande corpo celular e de uma única extensão alongada (axônio) para a
transmissão de mensagens. Geralmente, os neurônios apresentam muitas ramificações (dendritos), que captam as
informações. Geralmente, os nervos transmitem suas mensagens através de impulsos elétricos unidirecionais: do axônio
de um neurônio ao dendrito do neurônio seguinte. Nos pontos de contato entre os neurônios (sinapses), o axônio que
transmite a informação secreta uma pequena quantidade de substâncias químicas denominadas neurotransmissores.
Essas substâncias estimulam os receptores localizados no dendrito do neurônio seguinte para que este inicie uma nova
corrente elétrica.
Diferentes tipos de nervos utilizam diferentes neurotransmissores para transmitir informações através das
sinapses. Cada axônio grande é envolvido por um tipo de isolante, a bainha de mielina, cuja função é semelhante ao
isolamento dos fios elétricos. Quando esse isolamento é interrompido ou defeituoso, a transmissão nervosa torna-se mais
lenta ou é interrompida, acarretando doenças como a esclerose múltipla e a síndrome de Guillain-Barré.
O cérebro e os nervos compõem um sistema de comunicação extraordinariamente complexo que pode enviar
e receber quantidades volumosas de informações simultaneamente. Entretanto, esse sistema é vulnerável a doenças e
lesões como, por exemplo, a degeneração dos nervos, causada pela doença de Alzheimer ou pela doença de Parkinson.
As infecções bacterianas ou virais cerebrais ou da medula espinhal podem causar meningite ou encefalite. Uma obstrução
da circulação sangüínea cerebral pode acarretar um acidente vascular cerebral. Os traumatismos ou os tumores podem
lesar a estrutura cerebral ou da medula espinhal.
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Está relacionado com os movimentos voluntários. Os neurônios levam a informação do SNC aos músculos
esqueléticos, inervando-os diretamente. Pode haver movimentos involuntários.
Está relacionado com os movimentos involuntários dos músculos como não-estriado e estriado cardíaco,
sistema endócrino e respiratório. O Sistema nervoso autônomo, por sua vez, é divido em simpático e parassimpático. Eles
têm função antagônica sobre o outro. São controlados pelo SNC, principalmente pelo hipotálamo e atuam por meio da
adrenalina e da acetilcolina. O mediador químico do SNA simpático é a acetilcolina e a adrenalina, enquanto do
parassimpático é apenas a acetilcolina.
Arco-reflexo
Os atos reflexos são reações involuntárias que envolvem impulsos nervosos, percorrendo um caminho
chamado arco reflexo. Um exemplo muito conhecido de arco reflexo é o reflexo patelar. O tendão do joelho é o órgão
receptor do estímulo. Quando recebe o estímulo (ex. uma pancada) os dendritos dos neurônios ficam excitados. O impulso
é transmitido aos neurônios associativos por meio de sinapses, que por sua vez transmitem o impulso aos neurônios
motores. Os neurônios associativos levam a informação ao encéfalo e os neurônios motores excitam os músculos da coxa,
fazendo com que a perna se movimente.
Nervos espinhais
Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal (sensitiva) e ventral (motora), as quais se ligam,
respectivamente, aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula através de filamentos radiculares. O sistema
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nervoso periférico é constituído pelos nervos, que são representantes dos axônios (fibras motoras) ou dos dendritos (fibras
sensitivas). São as fibras nervosas dos nervos que fazem a ligação dos diversos tecidos do organismo com o sistema
nervoso central. É composto pelos nervos espinhais e cranianos.
Nervos cranianos
Nervos cranianos são os que fazem conexão com o encéfalo. Os 12 pares de nervos cranianos recebem uma
nomenclatura específica, sendo numerados em algarismos romanos, de acordo com a sua ordem:
Nervo olfatório;
Nervo óptico;
Nervos oculomotor, troclear e abducente;
Nervo trigêmeo;
Nervo facial;
Nervo vestibulococlear;
Nervo glossofaríngeo;
Nervo vago;
Nervos raquidianos
Os nervos raquidianos são diversos nervos mistos, que saem da medula espinhal, sendo que cada um possui
uma raiz ventral e uma raiz dorsal. Os 31 pares de nervos raquidianos distribuem-se da seguinte forma:
08 pares de nervos cervicais;
12 pares de nervos dorsais;
05 pares de nervos lombares;
06 pares de nervos sagrados ou sacrais.
O sistema nervoso autônomo divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. De
modo geral, esses dois sistemas têm funções contrárias (antagônicas). Um corrige os excessos do outro. Por exemplo, se
o sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em ação, diminuindo
o ritmo cardíaco. Se o sistema simpático acelera o trabalho do estômago e dos intestinos, o parassimpático entra em ação
para diminuir as contrações desses órgãos. O SNP autônomo simpático, de modo geral, estimula ações que mobilizam
energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse. Por exemplo, o sistema simpático é responsável pela
aceleração dos batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão arterial, da concentração de açúcar no sangue e pela
ativação do metabolismo geral do corpo. Já o SNP autônomo parassimpático estimula principalmente atividades
relaxantes, como as reduções do ritmo cardíaco e da pressão arterial, entre outras.
Uma das principais diferenças entre os nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares
dos dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios. O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares
do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos. Os
neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria
deles é chamada neurônios adrenérgicos.
As fibras adrenérgicas ligam o sistema nervoso central à glândula supra-renal, promovendo aumento da
secreção de adrenalina, hormônio que produz a resposta de "luta ou fuga" em situações de stress. A acetilcolina e a
noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica.
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Introdução
Existem no organismo algumas glândulas das quais a função é essencial para a vida. São conhecidas pelo
nome de "glândulas endócrinas" ou de secreção interna, porque as substâncias por elas elaboradas passam diretamente
para o sangue. Estas glândulas não têm, portanto, um ducto excretor, mas são os próprios vasos sangüíneos que,
capilarizando-se nelas, recolhem as secreções.
As glândulas de secreção interna ou endócrinas distinguem-se, assim, nitidamente, das glândulas de
secreção externa, ditas exócrinas; estas últimas são, na verdade, dotadas de um ducto excretor e compreendem as
glândulas do aparelho digestivo, como as glândulas salivares, o pâncreas, as glândulas do estômago e do intestino etc.
Hipotireoidismo
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Hipertireoidismo
Paratireóides
As paratireóides são 4 pequenas glândulas localizadas, duas a duas, em cada lado da tireóide. Funcionam
independentes da tireóide, embora estejam na mesma massa de tecido. Lançam no sangue um hormônio chamado
paratormônio cuja função é manter o equilíbrio de cálcio no sangue e no organismo. Se a concentração de cálcio no
sangue diminui, o paratormônio age retirando-o dos ossos, onde fica estocado.
Hipófise
A hipófise tem cerca de 1cm de diâmetro e aloja-se numa cavidade óssea localizada na base do encéfalo, ou
seja, está situada na parte inferior do cérebro, e encaixa-se numa depressão do osso esfenóide, na base do crânio,
chamada de sela turca. Essa glândula é de suma importância, não somente pelos efeitos diretos de seus hormônios, como
também, pelo fato de alguns serem estimuladores de outras glândulas. Devido a esse fato é considerada com a "glândula
mãe". A hipófise possui duas (2) regiões, uma anterior e outra posterior, separadas por uma estreita faixa intermediária.
Secreta dois tipos de hormônios:
Hormônio do crescimento: responsável pelo crescimento do organismo estimulando as divisões celulares e o
aumento de tamanho das células. A deficiência deste hormônio na infância provoca o nanismo; seu excesso
ocasiona o gigantismo (uma situação em que a pessoa cresce tanto que pode ultrapassar 2 metros de altura).
Hormônios tróficos: agem sobre outras glândulas endócrinas, controlando seu funcionamento. Por exemplo, o
hormônio tireotrófico, que age sobre a tireóide, e os hormônios folículo-estimulante e luteinizante que agem sobre
os testículos e ovários.
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Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são
denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros
hormônios:
Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireóide.
Adrenocorticotrópicos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)
Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e
o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose
plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo
pâncreas, predispondo ao diabetes).
Hipotálamo
O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre
as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do
hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e
pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feedback. Como a hipófise secreta hormônios que
controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é
subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.
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Supra-renais
As glândulas supra-renais são duas, localizadas sobre os rins, constituídas por uma parte externa chamada
de córtex e a outra chamada de medula. O córtex da supra-renal produz vários hormônios. Um deles, a aldosterona, ajuda
a manter estável a quantidade de sódio e potássio no organismo. Outro hormônio, o cortisol ou cortisona estimula a
utilização de gorduras e proteínas como fonte de energia pelas células. Além disso, a cortisona interfere em inflamações,
razão pela qual é usada como medicamento. O córtex também produz hormônios sexuais, porém em quantidades muito
baixas e insuficientes para agir no organismo em condições normais. A medula da supra-renal (parte central e delgada da
glândula) produz a adrenalina. Este hormônio é lançado no sangue em situações de fortes reações emocionais, como
perigo iminente, sustos, medo etc. Seus efeitos são instantâneos: dilatação da pupila, aumento da freqüência cardíaca
respiratória, inibição das funções digestivas (prisão de ventre ou diarréias).
Timo
Existe no mediastino anterior, segmento superior, na frente da traquéia, que regride progressivamente com o
inicio da maturidade sexual. Hoje em dia esta glândula é considerado um órgão de defesa do organismo.
Pâncreas
O pâncreas é urna glândula mista, produz secreções exócrina e endócrina. Sua secreção exócrina é o suco
pancreático, lançado no duodeno para participar no processo de digestão dos alimentos. A parte endócrina do pâncreas
consiste de grupos de células chamadas de ilhotas de Langerhans. As ilhotas produzem a insulina, um hormônio que age
controlando a quantidade de açúcar no sangue (glicose). Sem insulina, a concentração de açúcar no sangue aumenta e o
excesso é eliminado na urina caracterizando uma doença conhecida como Diabetes Mellitus (DM).
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Competências:
Definir, diferenciar e classificar o sistema sensorial, suas características e suas funções, relacionando-as com a
relação homem/mundo;
Introdução
As terminações sensitivas do sistema nervoso periférico são encontradas nos órgãos dos sentidos:
Pele;
Ouvido;
Olhos;
Língua;
Fossas nasais.
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Receptores sensoriais
Os órgãos que constituem o sistema sensorial têm a capacidade de transformar os diversos estímulos do
ambiente em impulsos nervosos. Estes são transmitidos ao sistema nervoso central, de onde partem as "ordens" que
determinam as diferentes reações do nosso organismo. De acordo com a natureza do estímulo que são capazes de
captar, os receptores sensoriais podem ser classificados em:
Quimiorreceptores
Detectam substâncias químicas. Exemplo: na língua e no nariz, responsáveis pelos sentidos do paladar e
olfato;
Termorreceptores
Captam estímulos de natureza térmica, distribuídos por toda pele e mais concentrado em regiões da face, pés
e das mãos;
Mecanorreceptores
Captam estímulos mecânicos. Nos ouvidos, por exemplo, capazes de captar ondas sonoras, e como órgãos
de equilíbrio;
Fotorreceptores
Captam estímulos luminosos, como nos olhos.
Paladar
Os receptores de paladar estão localizados na língua, agrupados em pequenas saliências chamadas papilas
gustativas (cerca de 10.000), visíveis com lente de aumento. Existem quatro tipos de receptores gustativos, capazes de
reconhecer os quatro sabores básicos:
Doce;
Azedo;
Salgado;
Amargo.
Esses receptores estão localizados em diferentes regiões da língua. O sabor dos alimentos não é produzido
apenas pela estimulação das células gustativas, mas também pelas células olfativas. É por isso que quando o sentido do
olfato é prejudicado por um forte resfriado, por exemplo, a percepção do paladar diminui.
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Olfato
O sentido de olfato é produzido pela estimulação do epitélio olfativo, localizado no teto das cavidades nasais.
O olfato humano é pouco desenvolvido em relação ao de outros mamíferos. O epitélio olfativo humano contém cerca de 20
milhões de células sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais; um cachorro tem mais de 100 milhões de células
sensoriais, cada uma com pelo menos 100 pêlos sensoriais. O epitélio olfativo é tão sensível que poucas moléculas são
suficientes para estimulá-lo, produzindo a sensação de odor.
Audição
As estruturas responsáveis pela audição são o ouvido externo, o ouvido médio e a cóclea. Os canais
semicirculares, o sáculo e o utrículo são responsáveis pelo equilíbrio. O ouvido externo é um canal que se abre para um
meio exterior na orelha, que é uma projeção da pele de tecido cartilaginoso. O epitélio que reveste o canal auditivo externo
é rico em células secretoras de cera, que retém partículas de poeira e microorganismos. O ouvido médio, separado do
ouvido externo pelo tímpano, é um canal estreito e cheio de ar. Em seu interior, existem três pequenos ossos (martelo,
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bigorna e estribo), alinhados do tímpano ao ouvido interno. O ouvido médio possui uma comunicação com a garganta
através de um canal flexível - a tuba auditiva, que equilibra as pressões do ouvido e do meio externo. A cóclea é a parte do
ouvido interno responsável pela audição. É um longo tubo cônico, enrolado como a concha de um caracol. No interior da
cóclea há uma estrutura complexa (órgão de Corti), responsável pela captação dos estímulos produzidos pelas ondas
sonoras, localizada na parede externa da cóclea (membrana basiliar).
Visão
Os olhos são bolsas membranosas cheias de líquido, embutidas em cavidades ósseas do crânio, as órbitas
oculares. À eles estão associadas estruturas acessórias:
Pálpebras;
Supercílios;
Conjuntiva;
Músculos;
Aparelho lacrimal;
Cada olho gira suavemente dentro de sua órbita. Essa movimentação é controlada por três pares de
músculos, que mantém preso o globo ocular. O movimento do olho é limitado pelo nervo óptico, um feixe de fibras
nervosas que parte do interior do globo ocular em direção ao encéfalo, passando por uma abertura óssea do fundo da
órbita ocular. O bom funcionamento do olho é garantido pela contínua secreção do líquido lacrimal pela glândula lacrimal,
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juntamente com os canalículos lacrimais, o saco lacrimal e o ducto nasolacrimal, que fazem parte do aparelho lacrimal. As
lágrimas produzidas pelas glândulas lacrimais espalham-se através dos ductos, sobre a superfície conjuntiva da córnea.
Através dos pontos lacrimais, a lágrima penetra nos canalículos lacrimais que a transportam ao saco lacrimal e daí para o
canal nasolacrimal.
Tato
O sentido do tato não se encontra em uma região específica, pois todas as regiões do organismo possuem
mecanorreceptores responsáveis pela percepção do toque, termoceptores responsáveis pela percepção do frio e do calor
e terminações nervosas livres responsáveis pela percepção da dor que muda apenas de intensidade. Os
mecanorreceptores são divididos em:
Corpúsculos de Pacini, responsáveis pela percepção da pressão;
Corpúsculos de Meissner e Discos de Merkel, responsáveis pelas movimentações leves;
Corpúsculos de Ruffini, responsável pela percepção de distensões na pele.
Os termorrceptores reagem de acordo com a temperatura externa, ou seja, os receptores para o frio são
estimulados quando a temperatura externa é fria e os receptores para o calor são estimulados quando a temperatura
externa é quente. As terminações nervosas livres reagem a estímulos mecânicos, térmicos e químicos. Há também
corpúsculos em regiões mais profundas que são responsáveis pela percepção de pressões fortes e vibrações. São eles os
lábios, papilas mamárias, clitóris e o pênis.
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Competências:
Introdução
Dos cerca de 5 litros de sangue bombeados pelo coração a cada minuto, aproximadamente 1.200 ml, ou seja,
pouco mais de 20% deste volume flui, neste mesmo minuto, através dos nossos rins.
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Regulação da concentração plasmática de sódio, potássio, cloro, cálcio e outros íons por meio do controle da
quantidade de urina eliminada;
Regulação do volume sanguíneo e da pressão sangüínea por ajuste do volume de água eliminada na urina;
Estabilização do pH sanguíneo;
Preservação dos nutrientes úteis evitando sua excreção pela urina;
Eliminação dos produtos residuais orgânicos, especialmente produtos nitrogenados, tais como uréia e ácido úrico;
Síntese de calcitriol – derivado hormonal da vitamina D;
Contribuição na atividade hepática de desintoxicação;
Constituintes
Rins
Os rins são órgãos pares, em forma de grão de feijão, localizados logo acima da cintura, lateralmente à
coluna vertebral – entre a última vértebra torácica e a terceira vértebra lombar, entre o peritônio e a parede posterior do
abdome. Sua coloração é vermelho-parda. São descritos como órgãos retroperitoneais, por estarem posicionados por trás
do peritônio da cavidade abdominal.
Os rins são recobertos pelo peritônio e circundados por uma massa de gordura e de tecido areolar frouxo.
Cada rim tem cerca de 11,25 cm de comprimento, 5 a 7,5 cm de largura e um pouco mais que 2,5 cm de espessura. O
esquerdo é um pouco mais comprido e mais estreito do que o direito.
O peso do rim do homem adulto varia entre 125 a 170 g; na mulher adulta, entre 115 a 155 g. O rim direito
normalmente situa-se ligeiramente abaixo do rim esquerdo devido ao grande tamanho do lobo direito do fígado.
Funções do rim
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Anatomia e Fisiologia Humana
A base (extremidade mais larga) de cada pirâmide olha o córtex, e seu ápice (extremidade mais estreita),
chamado papila renal, aponta para o hilo do rim. As partes do córtex renal que se estendem entre as pirâmides renais são
chamadas colunas renais. Juntos, o córtex e as pirâmides renais da medula renal constituem a parte funcional, ou
parênquima do rim. No parênquima estão as unidades funcionais dos rins – cerca de 1 milhão de estruturas microscópicas
chamadas néfrons.
A urina, formada pelos néfrons, drena para os grandes ductos papilares, que se estendem ao longo das
papilas renais das pirâmides. Os ductos drenam para estruturas chamadas cálices renais menor e maior. Cada rim tem 8 -
18 cálices menores e 2-3 cálices maiores.
O cálice renal menor recebe urina dos ductos papilares de uma papila renal e a transporta até um cálice renal
maior. Do cálice renal maior, a urina drena para a grande cavidade chamada pelve renal e depois para fora, pelo ureter,
até a bexiga urinária. O hilo renal se expande em uma cavidade, no rim, chamada seio renal.
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Nefron
O néfron é a unidade morfofuncional ou a unidade produtora de urina do rim. Cada rim contém cerca de 1
milhão de néfrons. A forma do néfron é peculiar, inconfundível, e admiravelmente adequada para sua função de produzir
urina. O néfron é formado por dois componentes principais: corpúsculo renal e túbulo renal.
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Anatomia e Fisiologia Humana
Glândulas supra-renais
As glândulas supra-renais (adrenais) estão localizadas entre as faces supero-mediais dos rins e o diafragma
(fig. 41). Cada glândula supra-renal, envolvida por uma cápsula fibrosa e um coxim de gordura, possui duas partes: o
córtex e a medula supra-renal, ambas produzindo diferentes hormônios. O córtex secreta hormônios essenciais à vida,
enquanto que os hormônios medulares não são essenciais para a vida. A medula da supra-renal pode ser removida, sem
causar efeitos que comprometem a vida. A medula supra-renal secreta dois hormônios: epinefrina (adrenalina) e
norepinefrina. Já o córtex supra-renal secreta os esteróides.
Ureteres
São dois tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga (fig. 41). Órgãos pouco calibrosos, os ureteres
têm menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de comprimento. A pelve renal é a extremidade superior do ureter, localizada
no interior do rim. Descendo obliquamente para baixo e medialmente, o ureter percorre por diante da parede posterior do
abdome, penetrando em seguida na cavidade pélvica, abrindo-se no óstio do ureter situado no assoalho da bexiga
urinária. Em virtude desse seu trajeto, distinguem-se duas partes do ureter: abdominal e pélvica. Os ureteres são capazes
de realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo.
Bexiga urinária
A bexiga urinária funciona como um reservatório temporário para o armazenamento da urina. Quando vazia, a
bexiga está localizada inferiormente ao peritônio e posteriormente à sínfise púbica: quando cheia, ela se eleva para a
cavidade abdominal.
É um órgão muscular, oco, elástico que, nos homens situa-se diretamente anterior ao reto e, nas mulheres
está à frente da vagina e abaixo do útero. Quando a bexiga está cheia, sua superfície interna fica lisa. Uma área triangular
na superfície posterior da bexiga não exibe rugas. Esta área é chamada trígono da bexiga e é sempre lisa. Este trígono é
limitado por três vértices: os pontos de entrada dos dois ureteres e o ponto de saída da uretra. O trígono é importante
clinicamente, pois as infecções tendem a persistir nessa área.
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Anatomia e Fisiologia Humana
A saída da bexiga urinária contém o músculo esfíncter chamada esfíncter interno, que se contrai
involuntariamente, prevenindo o esvaziamento. Inferiormente ao músculo esfíncter, envolvendo a parte superior da uretra,
está o esfíncter externo, que controlado voluntariamente, permitindo a resistência à necessidade de urinar. A capacidade
média da bexiga urinária é de 700 – 800 ml; é menor nas mulheres porque o útero ocupa o espaço imediatamente acima
da bexiga.
Uretra
A uretra é um tubo que conduz a urina da bexiga para o meio externo, sendo revestida por mucosa que
contém grande quantidade de glândulas secretoras de muco. Abre-se para o exterior através do óstio externo da uretra. É
diferente entre os dois sexos.
Uretra masculina: estende-se do orifício uretral interno na bexiga urinária até o orifício uretral externa na
extremidade do pênis. Apresenta dupla curvatura no estado comum de relaxamento do pênis. É dividida em três
porções: a prostática, a membranácea e a esponjosa, cujas estruturas e relações são essencialmente diferentes.
Na uretra masculina existe uma abertura diminuta em forma de fenda, um ducto ejaculatório. A uretra faz parte dos
sistemas urinário e reprodutor. Medindo cerca de 20 cm, é muito mais longa que a uretra feminina. Quando a
uretra masculina deixa a bexiga, ela passa através da próstata e se estende ao longo do comprimento do pênis.
Assim, a uretra masculina atua com duas finalidades: conduz a urina e o esperma.
Uretra feminina: é um canal membranoso estreito estendendo-se da bexiga ao orifício externa no vestíbulo. Está
colocada dorsalmente à sínfise púbica, incluída na parede anterior da vagina, e de direção oblíqua para baixo e
para frente; é levemente curva, com a concavidade dirigida para frente. Seu diâmetro, quando não dilatada, é de
cerca de 6 mm. Seu orifício externo fica imediatamente na frente da abertura vaginal e cerca de 2,5 cm
dorsalmente à glande do clitóris. Na mulher, a uretra é curta (3,8 cm) e faz parte exclusivamente do sistema
urinário. Seu óstio externo localiza-se anteriormente à vagina e entre os lábios menores.
Muitas e pequenas glândulas uretrais abrem-se na uretra. As maiores destas são as glândulas parauretrais,
cujos ductos desembocam exatamente dentro do óstio uretral. As uretras masculinas e a femininas se diferem em seu
trajeto.
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Competências:
Reconhecer, classificar, listar e versar sobre as principais estruturas que formam o sistema reprodutor masculino
e feminino;
Introdução
A expectativa de vida média de um ser humano pode ser medida e expressa em décadas, porém a espécie
humana tem sobrevivido por milhões de anos graças a atividade do sistema genital. A reprodução humana é realizada pelo
sistema reprodutor formado, em ambos os sexos, por órgãos capazes de produzir células sexuais. Estas são o
espermatozóide no homem, e o óvulo na mulher.
O esperma que o homem ejacula durante o ato sexual, contém os espermatozóides, que penetram nos
órgãos genitais femininos. Um espermatozóide se unirá ao óvulo, caso a mulher esteja na fase reprodutiva do seu ciclo
sexual. A união do espermatozóide com o óvulo denominamos fecundação, que resulta na formação da célula - ovo ou
zigoto. É o começo da vida de um novo ser.
A partir da formação do zigoto, inicia-se o processo de gravidez, durante o qual um novo organismo irá,
progressivamente, se formar. Quando a formação se completar, ocorrerá o parto e um novo ser virá a luz.
O sistema genital humano produz, armazena, nutre e transporta as células reprodutoras funcionais masculina
e feminina – gametas.
O sistema genital feminino precisa produzir gametas funcionais, proteger e sustentar um embrião em
desenvolvimento, além de propiciar a amamentação ao recém-nascido.
Genitais externos ou vulva
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Grandes lábios;
Pequenos lábios;
Clitóris;
Orifício urinário e;
Orifício vaginal.
Genitais internos
Vagina;
Útero;
Tubas Uterinas e;
Ovários
Ovários
Os ovários são duas pequenas glândulas situadas na cavidade pélvica, de cada lado do útero. Tem como
função à produção e desenvolvimento dos óvulos (células sexuais femininas). Os ovários também produzem hormônios
(estrogênio e progesterona).
O estrogênio é o hormônio sexual feminino que determina o aparecimento dos caracteres sexuais secundários na
mulher. É a sua ação que transforma a menina em moça: a voz torna-se mais aguda, os seios se desenvolvem, os
quadris se alargam, etc.
A progesterona determina o espessamento da mucosa uterina, aprontando-a para receber o ovo, e preparando as
glândulas mamárias para a produção de leite.
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Estrogênio Progesterona
Cria um endométrio proliferativo Mantém um endométrio secretor
Causa estimulação dos seios Proteção contra o seio fibrocístico
Aumenta a gordura corpórea Auxilia no uso da gordura como energia
Retenção líquida e de sódio Diurético natural
Depressão e cefaléia Antidepressivo natural
Interfere nos hormônios tireoideanos Facilita a ação dos hormônios tireoideanos
Aumenta a coagulação sanguínea Normaliza a coagulação sanguínea
Diminui a libido Restaura a libido
Aumenta a produção de glicose sérica Normaliza a produção de glicose sérica
Perda de zinco e retenção de cobre Normaliza os níveis de zinco e cobre
Reduz o nível de oxigênio em todas as células Restaura os níveis adequados de oxigênio celular
Aumenta os riscos de câncer no endométrio Evita o câncer no endométrio
Aumenta os riscos de câncer na mama Ajuda na prevenção do câncer de mama
Restringe a função de osteófitos - osteoclastos Estimula a construção óssea pelos osteoblastos
Reduz o tônus vascular Restaura o tônus vascular normal
Aumenta os riscos de doença na vesícula biliar Necessária para a sobrevivência do embrião
Aumenta os riscos da instalação de doenças auto-imunes Precursora dos corticosteróides
Tubas uterinas
Útero
O útero é um órgão muscular, que se assemelha a uma pêra e localiza-se na região pélvica (bacia). Se divide
em 4 segmentos: colo, ístmo, corpo e fundo. É no seu interior que o embrião cresce e se desenvolve, formando um novo
ser. Isso é possível, porque a camada que o reveste internamente, denominada mucosa uterina ou endométrio, tem
capacidade de receber o embrião. Além disso, o útero possui grande elasticidade e pode distender-se, permitindo que o
embrião se desenvolva no seu interior.
Vagina
A vagina é um canal que liga o útero ao meio exterior. Internamente, o canal é revestido pela mucosa vaginal,
que forma, próximo ao orifício externo da vagina, uma dobra chamada hímen. É também receptora do pênis no coito, dá
saída ao fluxo menstrual e, juntamente com a cavidade uterina, forma o canal do parto.
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Vulva
A vulva ou genitália externa é o órgão genital mais visíveis. Os grandes e pequenos lábios são pregas que
protegem os orifícios da uretra e da vagina. O clitóris é homólogo do pênis (mantendo porém, a uretra num corpo
esponjoso), mas é formado por tecido erétil e serve à excitação sexual. O corpo do clitóris termina em pequena glande. É
uma estrutura altamente excitável nas relações sexuais.
Período fértil
O período fértil é o intervalo de tempo, no ciclo menstrual, em que as mulheres têm maior probabilidade de
engravidar. O sistema reprodutor da mulher é responsável pela produção de hormônios sexuais femininas que mantêm o
normal funcionamento do ciclo reprodutivo e está preparado para desempenhar várias funções e passar pelas diferentes
etapas:
Produção de células necessárias à reprodução: o óvulo e os ovócitos.
O óvulo é transportado para uma zona para que haja fertilização, é nas tubas uterinas que a fecundação do óvulo
pelo espermatozóide se pode dar, dando início a uma gravidez se a fertilização não ocorrer a mulher menstrua.
Durante o período da menopausa, o sistema reprodutor feminino cessa a produção de hormônios femininos
necessários a que o ciclo reprodutivo funcione.
O ciclo menstrual
O ciclo menstrual é o intervalo de tempo que decorre entre o primeiro dia de menstruação e o primeiro dia da
menstruação seguinte. Embora se diga que um ciclo dura 28 dias, a verdade é que a duração pode variar de mulher para
mulher e nem sempre ter a mesma duração na mesma mulher. A duração de um ciclo normal entre 21 e 35 dias. A mulher
pode assim ter ciclos regulares ou irregulares.
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À primeira menstruação dá-se o nome de menarca e ocorre entre os 10 e os 16 anos. Nas adolescentes, os
primeiros ciclos menstruais podem ser irregulares, não constituindo razão para preocupações.
Quando a mulher deixa de menstruar, diz-se que entrou no período de menopausa, o que significa que os ovários
deixaram de produzir óvulos. Na maioria das mulheres, a menopausa ocorre entre os 45 e os 55 anos, podendo
acontecer de forma súbita ou gradualmente.
Uma das formas de calcular o período fértil é saber qual a duração dos ciclos menstruais. Durante 6 meses a
1 ano, a mulher deve anotar todos os meses num calendário o dia em que aparece a menstruação, contando o tempo que
dura cada ciclo entre uma menstruação e a seguinte. Uma vez feita esta contagem, subtrai-se ao ciclo mais curto, 11 dias,
e ao ciclo mais longo, 18 dias. Ao serem encontrados os resultados, o intervalo entre ambos, do menor para o maior,
indica o intervalo de tempo no qual a mulher se encontra no período mais fértil dos seus ciclos.
Imaginemos um ciclo mais curto de 26 dias e um ciclo mais longo de 30 dias, então:
Subtraindo-se 18 do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do período fértil.
Subtraindo-se 11 do ciclo mais longo obtém-se o dia do fim do período fértil.
Este cálculo significa que os dias mais férteis neste ciclo situam-se entre o 12º e 15º dias. Observação:
quando se fala em 12º dia, fala-se do 12º dia a contar da data do 1º dia de menstruação. Se o primeiro dia da menstruação
foi no dia 7, então, o 12º dia do ciclo será o dia 19.
Ao longo da vida da mulher, esta situação vai acontecer todos os meses e só é interrompida no caso da
mulher engravidar.
O ciclo menstrual pode ser dividido da seguinte maneira:
Fase pré-ovulatória: durante o ciclo, a hipófise (glândula) e os ovários vão produzindo hormônios que comandam a
escolha de um óvulo maduro desencadeiam a ovulação e preparam o útero para uma eventual gravidez. Desde o
nascimento, os ovários contêm milhares de folículos nos quais se encontram o número de óvulos com que cada
mulher poderá contar ao longo da sua vida reprodutiva. Muitos destes óvulos nunca chegam a amadurecer. Nesta
fase, à medida que os ovários produzem estrogênio, um dos folículos cresce mais depressa do que os outros, fica
cheio de líquido e o óvulo que o contém amadurece - chama-se folículo dominante. Quando este folículo se rompe
ocorre a ovulação. A duração desta fase é variável, dependendo do tempo que leva a escolha do folículo
dominante. Este fato é responsável pela variação da duração dos ciclos menstruais.
Fase pós-ovulatória: nesta fase, o folículo dominante sofre transformações. Chama-se agora corpo amarelo e
produz um hormônio, a progesterona. A progesterona é responsável pelas alterações que ocorrem no endométrio
(mucosa que reveste o interior do útero), tornando-o mais espesso, com um maior número de vasos sanguíneos,
água e glicogênio. Estas transformações têm como objetivo preparar o útero para receber um óvulo fertilizado,
criando as condições para o início de uma gravidez. Ao fim de 14 dias, cessa a produção de progesterona, caso
não se inicie uma gravidez. Dá-se uma queda do nível dos hormônios no sangue e, conseqüentemente, a
descamação do endométrio, ocorrendo a menstruação e iniciando-se um novo ciclo menstrual.
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Testículos
O testículo é um órgão par (direito e esquerdo), situado numa bolsa músculo-cutânea, denominada escroto, a
qual está localizada na região anterior do períneo, logo por trás do pênis. Cada testículo tem forma ovóide, com o grande
eixo quase vertical, e ligeiramente achatado no sentido lateromedial, do que decorre apresentar duas faces, duas bordas e
duas extremidades. As faces são lateral e medial, as bordas anterior e posterior e a extremidades superior e inferior.
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Ducto ejaculatório
Os canais ejaculadores se formam após canais deferentes juntarem-se as vesículas seminais. Estes canais
transportam o sêmen (espermatozóides + líquido seminal) até a uretra. Os canais ejaculadores juntam-se a uretra, pelo
interior da próstata.
Uretra
Os canais ejaculadores se formam após canais deferentes juntarem-se as vesículas seminais. Estes canais
transportam o sêmen (espermatozóides + líquido seminal) até a uretra. Os canais ejaculadores juntam-se a uretra, pelo
interior da próstata.
Pênis
O pênis o órgão erétil e copulador masculino. Ele é representado por uma formação cilindróide que se prende
à região mais anterior do períneo, e cuja extremidade livre é arredondada. O tecido que tem a capacidade de se encher e
esvaziar de sangue forma três cilindros, dos quais dois são pares (direito e esquerdo) e se situam paralelamente, por c ima
(considerando-se o pênis em posição horizontal ou semi-ereto) e o terceiro é ímpar e mediano, e situa-se
longitudinalmente, por baixo dos dois precedentes.
Próstata
É uma glândula que envolve a uretra no ponto em que sai da bexiga. Ela produz secreção semelhante às da
vesícula seminal. Esta secreção é lançada no duto ejaculador. Dá-se o nome de sêmen ou esperma ao conjunto formado
pelos espermatozóides mais as secreções das vesículas seminais e da próstata.
Vesiculas seminais
As vesículas seminais produzem um líquido viscoso, que constitui a maior parte do sêmen, que é adicionada
aos espermatozóides. A função dessa secreção é proteger e nutrir os espermatozóides.
Glândulas bulbouretrais
São duas formações arredondadas localizadas próximas à uretra que lançam suas secreções no momento da
ejaculação para lubrificar a passagem dos espermatozóides.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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