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DIREITO PENAL MILITAR – Aula 01

Professor: RODOLFO SOUZA

-CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
* PARTE GERAL:
→ Aplicação da Lei Penal Militar – Art. 1º ao Art. 28, CPM
→ Do Crime – Art. 29 ao Art. 46, CPM
→ Da Imputabilidade – Art. 47 ao Art. 52, CPM
→ Do Concurso de Agentes – Art. 53 e Art. 54, CPM
→ Das Penas Principais – Art. 55 ao Art. 68, CPM
→ Das Penas Acessórias – Art. 98 ao Art. 106, CPM
→ Efeitos da Condenação – Art. 109, CPM
→ Ação Penal – Art. 121 e Art. 122, CPM
→ Extinção da Punibilidade – Art. 123 ao Art. 135, CPM

* CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ:


→ Crimes contra a Autoridade e Disciplina – Art. 149 ao Art. 182, CPM
→ Crimes contra o Dever e o Serviço Militar – Art. 183 ao Art. 204, CPM
→ Crimes contra a Administração Militar – Art. 298 ao Art. 354, CPM
Itens sublinhados e negritados, tem maior incidência de cair em nossa prova de concurso da PMGO.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR

1. APLICAÇÃO EM RELAÇÃO AS PESSOAS

1.1) CONCEITO DE MILITAR


Art. 22, CPM → Qualquer pessoa em qualquer tempo (Guerra / Paz),
incorporada (Posse) as forças armadas Marinha
Exército
Aeronáutica e
forças auxiliares Polícia Militar
Bombeiro Militar para servir
em posto ou graduação.
a) MILITAR DA ATIVA ≠ não é aposentado
• De Carreira (Concurso)
• Convocados para o Serviço Obrigatório (Temporários)
• Os Alunos dos Cursos de Formação (CFP e CFO)
• Reconvocados para o Serviço Ativo

Pessoa considerada militar

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação dêste Código, qualquer pessoa que, em
tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às fôrças armadas, para nelas servir em pôsto, graduação,
ou sujeição à disciplina militar.

OBS: Equiparação a Militar da Ativa – Art. 12, CPM: O Militar da Reserva ou


Reformado será equiparado ao Militar em situação de atividade sempre que for
empregado na Administração Militar.

Equiparação a militar da ativa

Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao


militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.

b) MILITAR INATIVO = é aposentado


• b.1) Da Reserva: o Militar da Reserva pode ser reconvocado para o serviço da
Ativa
• b.2) Reformado: jamais ele pode ser reconvocado

1.2) MILITAR ESTRANGEIRO


→ Estágio – Curso
→ Comissão – Visita nas forças armadas, fica sujeito ao CPM

OBS: Quando houver Acordo ou Tratado Internacional o Militar Estrangeiro


pode responder pelo crime em seu país de origem.

1.3) ASSEMELHADO – Art. 21, CPM


→ Servidor Civil (Efetivo ou Comissão)
→ * Ministérios do MEA
→ Sujeito a disciplina militar

OBS: Trata-se de conceito apenas jurídico pois na prática não há


ASSEMELHADO.
Assemelhado

Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do
Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou
regulamento.

1.4) EQUIPARAÇÃO A COMANDANTE


Art. 23, CPM → É toda Autoridade Militar com função de Direção
→ * Ministérios do MEA
→ Sujeito a disciplina militar

Equiparação a comandante

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, tôda autoridade
com função de direção.

1.5) CONCEITO DE SUPERIOR


Cabo A Cabo B
→Superior = Antiguidade (Maior tempo no posto ou graduação)
CG 1 → Comandante Geral
→ Posto de Coronel Renato Brun
O Militar que em razão da sua função exerce a autoridade sobre outro de igual
posto ou graduação, será considerado superior para o efeito do CPM.

DICA: Comandante → exerce função de DIREÇÃO


Superior → exerce função de AUTORIDADE

Todo Comandante é Superior, mas nem todo Superior é Comandante

OBS: Art. 13, CPM O Militar da Reserva ou Reformado conserva as prerrogativas


e as obrigações do posto ou graduação, quando pratica ou contra ele é praticado
CRIME MILITAR.

Militar da reserva ou reformado

Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas do pôsto


ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra êle é praticado
crime militar.
2. APLICAÇÃO EM RELAÇÃO AO TEMPO

2.1) REGRA: “Tempus Regit Actum” → Aplica-se a lei penal militar em vigor, ao
tempo que o fato for praticado rege o ato.

2.2) TEMPO DO CRIME: Art. 5º, CPM


Teoria da Ação / Atividade: Considera-se o MOMENTO da AÇÃO ou
OMISSÃO, ainda que seja outro o do Resultado. É o dia do disparo, e não é o dia da morte.

Tempo do crime

Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o do
resultado.

2.3) CONFLITO APARENTE DE NORMAS e REGRAS para SOLUÇÃO

a) IRRETROATIVIDADE da LEI PENAL MILITAR – Art. 2º, § 1º, CPM


Em REGRA, a Lei Penal NÃO retroagirá, ESPECIALMENTE quando for maléfica.

b) RETROATIVIDADE da LEI PENAL MILITAR – Art. 2º, § 1º, CPM


A lei nova BENÉFICA deve retroagir mesmo que já tenha havido sentença
condenatória.

OBS: A lei processual penal benéfica NÃO retroage.

c) APURAÇÃO da MAIOR BENIGNIDADE – Art. 2º, § 2º, CPM


Para se reconhecer qual lei é mais favorável a lei nova e a lei antiga deverão
analisadas separadamente, cada uma no conjunto de suas normas aplicáveis ao
fato.

Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando, em
virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo quanto aos efeitos de
natureza civil.

Retroatividade de lei mais benigna

§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se retroativamente,
ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.

Apuração da maior benignidade

§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser consideradas
separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.
2.4) LEI TEMPORÁRIA e EXCEPCIONAL

Lei Temporária → Tempo determinado de duração


Lei Excepcional → Duração enquanto persistir a circunstância excepcional

Crimes Militares em Tempo de Guerra > Art. 355 ao Art. 410, CPM – Penas
Maiores Art. 20 CPM

Crimes praticados em tempo de guerra

Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas
cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um têrço.

Tempo de Guerra: Art. 15 CPM – as penas aumento em 1/3

A lei temporária ou excepcional será aplicada ao fato cometido durante sua


vigência ainda, que decorrido o tempo de sua duração ou cessada as
circunstâncias que a determinaram.

Tempo de guerra

Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a
declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nêle estiver
compreendido aquêle reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

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