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Há anomalias que desconcertam os investigadores quando se debruçam sobre a história das ci-
vilizações.
Os homens que viviam há 4000 anos desconheciam o carro de mão e a máquina a vapor, e no
entanto os seus conhecimentos científicos eram por vezes superiores aos do século XX.
Estudariam eles uma ciência paralela à nossa? Ou utilizariam artes mágicas? Talvez conhe-
cessem os segredos dos nossos Antepassados Superiores. O mistério é total.
No local arqueológico denominado Cayonu, no Sudeste da Turquia, descobriu-se recentemen-
te cobre martelado a frio em forma de agulhas, de ganchos e de raspadores. Esse material tem cerca
de 9000 anos!
O Museu de Atenas conserva um relógio astronômico, com 5500 anos, que uns pescadores
apanharam nas redes em 1955. Esse relógio, a que se dá corda com uma chave, indicava os meses,
as horas do nascer e pôr do Sol e das estrelas, as fases da Lua e o movimento dos planetas.
Em Belsheba, em Israel, foram encontrados fornos feitos de aço especial e construídos 5000
anos antes da nossa era.
O professor E. F. Gautier1 nota que no livro de álgebra de Bourlet, que ainda se usa nas nossas
escolas, encontram-se pequenos problemas copiados dum manual chinês que data do segundo milê-
nio antes de Cristo. Esses problemas supõem o conhecimento do quadrado da hipotenusa, cuja des-
coberta foi feita por Pitágoras.
O sifão, que só foi conhecido na Europa no século XVI, era utilizado pelos Incas para os tra-
balhos de irrigação.
O abade Brasseur de Bourbourg reproduziu nos seus livros sobre a América antiga a carta
dum arqueólogo que exprimia a forma como ficara maravilhado diante das «estátuas de ouro e pra-
ta, todas duma só peça, vazias por dentro, elegantes e delgadas» que fabricavam os índios.
«Vi uma que era uma espécie de múmia. Não se vê qualquer soldagem. Também admiramos
pratos com oito faces, cada uma dum metal diferente, quer dizer, alternadamente de ouro e prata,
sem qualquer soldagem; peixes de metal fundido, cujas escamas eram de ouro e prata.
Os índios, além disso, dominavam perfeitamente a arte da esmaltagem, que Bernard Palissy
tanto praticou.»
Praticamente, a borracha só é utilizada depois de 1736, mas os conquistadores do Peru no sé-
culo XVI tinham visto, com curiosidade, os objetos indígenas feitos dessa matéria: bolas, seringas,
sandálias, pulseiras, etc.
No livro Histoire de Saint-Domingue (1730), o padre Charlevoix fala do batos ou bola de ma-
1 Moeurs et coutumes des musulmans.
téria sólida, elástica e ligeira, que servia para os jogos dos índios maias, vários séculos antes de os
ingleses terem «inventado» o futebol, que de resto era a soule francesa!
O nosso amigo Grégori B., renovador da religião do Sol Inca, revela, na apaixonante revista
de que é diretor2, que no antigo império do Peru os sábios tinham conhecimentos mais avançados
que na Europa.
Utilizavam os quilpi, que se traduz em espanhol por «anteojos con espejuelos curvos», isto é,
espelhos de vidros côncavos e convexos, ou ainda: instrumentos de óptica para ver ao longe.
Os cirurgiões incas efetuavam operações, por exemplo da caixa craniana, com pontos de sutu-
ra duma precisão perfeita.
Sabe-se hoje que se iluminavam, e que iluminavam o interior dos tecidos humanos, por meio
duma luz penetrante produzida por um inseto chamado «cuyo».
Os «cuyos» são pirilampos que emitem uma espécie de raios X inofensivos. A iluminação que
proporcionam é de cor verde e Grégori B. escreve, referindo-se às lendas de Tiahuanaco, que «foi a
nossa mãe Orejona que, quando veio do planeta Vênus, a bordo duma astronave mais brilhante que
o Sol, trouxe os “cuyos” luminosos».
Pormenor estranho, esses pirilampos, com 4 a 6 cm de comprimento, segregam diástases cu-
jos nomes são luciferine e lúciferase!
Mais uma vez o planeta Vênus, de que Lúcifer é a personificação no Ocidente!
Desde há 2000 anos que os alquimistas e ocultistas procuram em vão o segredo das misterio-
sas lâmpadas eternas de que falou Maspero, mas os Incas tinham algo melhor ainda, as lâmpadas de
«cuyos» domesticados, que iluminavam permanentemente, e além disso com uma luz cuja proprie-
dade era atravessar os corpos opacos.
A intensidade duma lâmpada dessas permitia ver até 60 metros, o que é uma boa distância!
Em Amélie-les-Bains (Pirenéus Orientais) as rochas que estão num jardim público constituem
um enigma.
Em grés muito duro, têm impressas as formas de mãos, pequenas mas bem desenhadas, que
parecem ter sido marcadas na rocha, como se fosse de terra mole e maleável.
Diz-se que são verdadeiras impressões de mãos!
— Impossível! — respondem os racionalistas. — Uma mão de carne e osso não pode penetrar
na pedra por pressão.
Em Zazliai, na Lituânia, venera-se um rochedo de granito, porque tem marcas de passos aos
quais se atribui uma origem maravilhosa.
— Isso é lenda! — dizem mais uma vez os racionalistas.
No Museu de Cochabamba, na Bolívia, veem-se blocos de granito onde estão marcadas, com
a maior nitidez, formas de mãos. Não há dúvida de que as mãos pousaram na pedra e penetraram
nela tão facilmente como um pé que caminhasse sobre lama.
«São “pedras tocadas”», diz o conservador, o dr. Dick Ibarra Grasso. É impossível explicar
como se deu o milagre, mas o fato é este: mãos que amassaram o granito e deixaram as marcas.
O fenômeno não é compreensível racionalmente, mas é racional admitir a sua evidência.»
Grégori B., que sabe inúmeros segredos espantosos — mas que não os revela a toda a gente
2 Le Soleil Inca.
—, quis dar-nos a explicação do milagre das pedras amassadas3.
— Os antigos construtores — diz ele — conheciam uma erva por meio da qual tornavam os
grés mais duros, tal como os granitos e os dioritos, completamente maleáveis. Era numa massa mole
que cortavam as pedras talhadas; e essas pedras endureciam novamente ao sol, mais ou menos como
o adobe.
No Peru, veem-se muitas pedras que têm a marca de mãos e pés.
A pedra de Asmodeu
O frasco de Ba’albek
3 Consideramos Grégori B., aliás Beltran Garcia, como um grande iniciado. Deu-nos muitas vezes provas dos seus grandes conheci-
mentos.
Os poderes do invisível
A «cavorite» antigravidade
H. G. Wells, como Júlio Verne, foi um grande iniciado que descobriu, projetando-se no tempo
futuro, realizações científicas, algumas das quais foram já postas em prática.
Durante um jantar no Table Ronde4, o nosso amigo Melchior de Lisle recordou a história da
«cavorite», essa liga apresentada por Wells numa obra de ficção que, contrariando a gravidade, per-
mitiu ao professor Cavor voar até ao nosso satélite.
Existe nos E.U.A. um grupo, com sede e jornal, que se dedica à investigação para procurar fa-
bricar a fabulosa liga!
Foi Edison, operário competente, mas fraco teórico, que teve em tempos a ideia, e a transmitiu
a um milionário excêntrico, e desde então as pesquisas continuam!
No fim do século passado, o grupo pensou que a «cavorite» tinha sido ultrapassada por uma
invenção que deu muito que falar, mas que parece votada ao esquecimento: o aparelho de Keely.
Foi em 1887 que se fez uma experiência sensacional para a época, num laboratório de Filadél-
fia, diante de doze magnatas da indústria mineira.
Um inventor desconhecido, chamado Keely, conseguiu, em poucos segundos, desintegrar blo-
cos de quartzo aurífero pondo-os em contato com uma pequena máquina que segurava na mão.
Os blocos tocados por ela desfaziam-se em poeira, no meio da qual se distinguiam facilmente
4 Investigadores e pioneiros do insólito reúnem-se todos os meses no Table Ronde, um restaurante da Rua Rodier, em Paris. Esses
Atitude estranha
Em Março de 1888, o dr. Franz Hartmann foi da Itália a Filadélfia, a convite de Keely.
O inventor só lhe concedeu duas curtas entrevistas e explicou-lhe o princípio da sua invenção
por meio de palavras cujo sentido só ele compreendia, de tal forma que o dr. Hartmann confessou
que não tinha entendido nada.
Durante a segunda entrevista, os familiares de Keely aconselharam o visitante a «não inter-
romper Keely com perguntas e que se sentasse a seus pés e escutasse»!
Mais uma vez, a explicação foi extremamente confusa; Keely falou de «força etérica — maté-
ria-prima dos alquimistas —, de concordância de massa, soma e substância dessas forças elementa-
5 Ver A Raça Futura, de Lord Lytton Bulwer. O vril é a energia atômica de poder desintegrador que os Atlantes parecem ter conheci-
O motor Keely
Seja como for, é interessante acrescentar aos arquivos desta questão, em que nada se provou
nem se demonstrou que fosse absolutamente falso, as características do aparelho cujo nome era «de-
sintegrador vibratório». Cabia na mão e a revista Le Lotus descreve-o do seguinte modo:
«É um anel oco circular, suspenso por um gancho, contendo no interior dezoito ressoadores.
Na superfície, veem-se agulhas ou fios vibrantes, dispostos circularmente e por ordem decrescente
sobre três ressoadores exteriores, ligados entre si por fios metálicos.
No meio, há um segundo anel oco, chamado tambor, contendo, como se pode ver, duas filas
circulares de tubos graduados como os dum órgão.
No centro, encontra-se um disco que gira a grande velocidade.
Na parte inferior do aparelho está fixado um pequeno globo oco donde parte o fio condutor da
força; esse fio é composto de prata, ouro e platina.
O desintegrador carrega-se fazendo vibrar com a unha, uma só vez, uma das agulhas-diapa-
são, e a força desenvolvida é, por assim dizer, infinita.
Este aparelho pode desintegrar toda a matéria.»
O dr. Marcel Pagès é sem dúvida o técnico da agravidade mais conhecido no mundo da pes-
quisa.
Segundo o dr. Umberto Bonfiglioli, secretário-geral do Centro Europeu para as Pesquisas so-
bre a Agravidade, nenhum investigador aprofundou tanto como Marcel Pagès o estudo do proble-
ma.
Este doutor de Perpinhão interessou-se primeiramente pelas forças conjugadas dos giroscó-
pios e a força centrífuga que aumentam ao quadrado da velocidade, desenvolvendo tensões enormes
numa massa em rotação…
Estudou a questão com o engenheiro Émile Drouet e, em 1921, conseguiu fazer voar um disco
por agravidade.
A tese de Jean Goujon preocupou a seu tempo Marcel Pagès, que concluiu no entanto que, se
os resultados são sensíveis no ar, os efeitos no vácuo exigem a atuação de potências enormes…
Não será portanto dentro em breve — mas com certeza num futuro próximo — que a agravi-
dade tornará obsoletos os velhos sistemas da reação e da hélice.
No entanto, tudo leva a crer que há máquinas agravitacionais a percorrer o céu à noite: os
enigmáticos objetos voadores não identificados (abreviadamente: OVNI).