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Primeira aula 11/08 - Ementa:

Conceitos de Morfologia, Sintaxe e Morfossintaxe. Morfologia estruturalista. Morfologia


gerativista. Formação de Palavras. Classes Gramaticais. Critérios de classificação
morfossintático semântico, mórfico e sintático. Classes gramaticais e função sintática. A
pesquisa em morfologia. Limites entre morfologia, léxico e sintaxe. Os sintagmas do Português.
Implicações na sala de aula.

Estudos Gramaticais

Fonemas -> Fonologia

Morfemas e palavras -> Morfologia

Sintagmas e frases -> Sintaxe

Unidades semânticas -> Semântica


Conceito de Morfologia

Em Dicionário em Linguística e Fonética (2000), Crystal define morfologia como: “ramo da


gramática que estuda a estrutura ou as formas das palavras, principalmente por meio de
construções com morfemas”. O autor explica que a morfologia se divide em dois campos: uma
parte que estuda as flexões (Morfologia Flexional) e outra que investiga a formação de
palavras (Morfologia Derivacional ou Lexical).

- Estudo da estrutura, formação e categorização dos vocábulos.

- O objeto de estudo da morfologia vai depender da corrente teórica que se adote.

Estruturalismo: Morfologia baseada em morfemas

Gerativismo: Morfologia baseada em palavras

Problematização: Por que estudar morfologia do português?

Novas palavras são incorporadas ao léxico ou assumem novos significados: Telemedicina,


covidão, piriguete, fake news, desaposentação, deletar, tuitar, blogar, crush, match.

A morfologia vai estudar essas novas palavras e passar a entender como ela foi formada, qual
processo de formação, o que a motivou, qual sentido ou extensão de sentido, pois essas
palavras circulam em textos de uso social.

O “S” no final de uma palavra marca o plural, o “A” no português marca o feminino – Isso é um
significado gramatical no português, em outra língua irá marcar o feminino e o plural utilizando
outros recursos. Então, quando falamos em significado gramatical, estamos nos referindo a
categorias, que são categorias do português (Feminino com A, masculino geralmente com O, S
significa plural) São partes significativas do vocábulo, e é isso que iremos estudar - As palavras
que fazem parte do léxico português, as novas palavras surgem devido há uma necessidade
comunicativa e social, derivados de novos fenômenos e acontecimentos. Onde muitas vezes
ampliamos o sentido de um vocábulo, para que ele possa ter outro significado, associado ao
contexto social, histórico e cultural (pragmática).

REO 01 –
Anotações Campus Virtual:

Sobre a Morfologia Estruturalista - conceitos básicos

MORFOLOGIA ESTRUTURALISTA – ALGUMAS NOÇÕES BÁSICAS

● Contexto: século XX
● Autores representativos: Saussure; Bloomfield; Mattoso Câmara;
● Teoria Item-e-Arranjo;
● Conceitos básicos: língua (sistema organizado de signos; abstrato) X fala (realização
concreta da língua pelo sujeito falante);
● Sincronia (estudo atual do sistema da língua; desconsidera o fator tempo) X diacronia
(sucessão de fatos linguísticos numa linha temporal, isto é, em diferentes momentos);
● Língua como sistema;
● Cada elemento da língua só adquire um valor na medida em que se relaciona com o
todo de que faz parte (metáfora do xadrez);
● Cada unidade linguística se define pela posição que ocupa na rede de relações que
constitui o sistema total da língua;
● Questões gerais: Como segmentar o vocábulo? ; Como classificar esses segmentos?

Vocábulo mórfico/ morfológico: constituído pelas formas livres e dependentes (Bloonfield). O


vocábulo mórfico nunca será dividido em outros vocábulos mórficos, portanto, apresenta
somente um radical. Ex.: desintoxicação.

Formas presas, livres e dependentes: formas livres: possuem autonomia discursiva e não


precisam de outras para atualizar os significados que têm; formas presas:  só funcionam
conectadas a outras;unidades linguísticas utilizadas como parte de uma palavra (prefixos,
sufixos, desinências etc) - formas dependentes: são formas que não podem funcionar
isoladamente; permitem a intercalação de outras formas ou têm mobilidade na sentença
(exemplo:artigos, alguns pronomes, preposições). em "a mala", é possível intercalar os
adjetivos grande e bonita entre o "a" e o nome. Portanto, o artigo constitui-se como forma
dependente.

Nomes compostos: para dar conta de vocábulos constituídos por palavras compostas, existem
autores que postulam a categoria vocábulo léxico, que pode ter um só radical (laranja) ou mais
de um (pé-de-moleque). Esta noção baseia-se nos critérios da inseparabilidade e na
determinação do conjunto. Assim, guarda-noturno é um vocábulo léxico constituído por dois
vocábulos mórficos. Para compreender melhor a questão, compare: a- Plantei no quintal
um pé de cana; b- Fulano é um tremendo pé de cana.

Em a, temos 03 vocábulos mórficos, valendo cada item individualmente;


Em b, temos uma palavra composta, evocando um único significado, constituindo, portanto,
um todo (vocábulo léxico).

Morfema: é a menor unidade mínima da estrutura gramatical. Ele associa os dois polos do
signo linguístico, o significante e o significado, de acordo com a conhecida formulação
saussuriana. Um morfema também é definido como o segmento maior que o fonema e menor
que a palavra. (CASTILHO, 2010:51).

Morfemas: são as unidades mínimas significativas, depreendidas por comutação. Khedi, p. 68

Morfema é a menor unidade significativa da palavra que tem a propriedade de articular-se


com outras unidades de seu nível. CARONE, 2004, p.23

Morfema lexical: portador de significado nocional - radical;

Morfema gramatical: portador de significado gramatical  -classificatório, flexional ou


derivacional;

Tipos: Presos e Livres


Quando o morfema por si só encerra o significado de um vocábulo ele é chamado de
livre. Os morfemas presos, por sua vez, são aqueles que sozinhos não detém
significado.

Exemplos:
mar (morfema livre), s - morfema que indica plural (morfema preso).
Classificação: Lexicais e Gramaticais
● São morfemas lexicais: os substantivos, os adjetivos, os verbos e os advérbios
de modo.
Os morfemas lexicais possuem significação externa, relacionam-se ao mundo
extralinguístico, constituindo um conjunto aberto, no qual novos elementos
podem ser acrescentados. Exemplo: flor, saudade. São os Radicais das
palavras. São eles quem permitem a grande variedade de palavras com
significados diferentes de uma língua. Trata-se de uma unidade de significação
que permite a formação de diversas palavras as quais atribuem nomes às
variadas situações, pessoas, sentimentos, objetos etc.

● São morfemas gramaticais: os artigos, os pronomes, os numerais, as


preposições, as conjunções e os demais advérbios, bem como os elementos
mórficos que indicam número, gênero, modo, tempo e aspecto verbal.
https://www.todamateria.com.br/morfemas/
Os morfemas gramaticais são aqueles que possuem um significado interno à
sua estrutura, gramatical. Exemplo: -s é o morfema gramatical que, na língua
portuguesa, traduz a noção de plural. Os morfemas gramaticais também
podem ter a função de reunir, nas frases, os vocábulos constituintes.
Exemplo: livro de leitura.
A complexidade do termo palavra

Palavra: tem significado lexical porque fazem referência a fatos do mundo biopsicossocial.

Vocábulos: têm significado gramatical, pois estão na base das relações e categorias da língua.

Palavras: substantivos, adjetivos, verbos, advérbios, numerais.

Vocábulos: preposições, artigos, pronomes e conjunções.

Clíticos: monossílabos átonos que sempre se apoiam foneticamente num termo hospedeiro.

A estrutura morfológica da língua portuguesa

● RADICAL
É o morfema que serve de base para a palavra, é a parte que carrega o maior
significado dela. Mesmo que outros morfemas sejam mudados, o radical da
palavra permanecerá intacto.

● VOGAL TEMÁTICA (NOMINAL OU VERBAL)


A vogal temática é um morfema cuja função essencial é ligar o radical às
desinências que formam as palavras. Essa junção constitui o tema (radical +
vogal temática), ao qual são acrescentadas as desinências. Tanto
os verbos quanto os nomes apresentam vogais temáticas. Por isso, elas podem
ser classificadas em nominais e verbais.

Vogais temáticas nominais


Quando são átonas e se encontram no final das palavras, as vogais /A/, /E/ e
/O/ são consideradas nominais. As vogais temáticas nominais juntam-se
à desinência indicadora de plural.

Exemplos: Mesas, Postos, Casas.

Fique atento:
- Não apresentam vogal temática as palavras terminadas em vogais
tônicas (cajá, olé, bobó).

- As vogais temáticas não devem ser confundidas com as desinências


indicadoras de gênero (feminino [gata] e masculino [gato]), já que alguns
substantivos não sofrem flexão de gênero, como podemos observar nas
palavras “igreja” (não existe a palavra “igrejo”) e “supermercado” (não existe a
palavra “supermercada”).

Vogais temáticas verbais


Na Língua Portuguesa, existem três grupos de conjugações verbais, sendo
a primeira marcada pela Vogal Temática –A, a segunda é marcada pela Vogal
Temática –E, e a terceira, pela Vogal Temática –I.

Exemplos:

Primeira conjugação – AR
amar
ensinar
voar

Segunda conjugação – ER
comer
saber
viver

Terceira conjugação – IR
parir
decidir
ouvir

● TEMA (RADICAL + VOGAL TEMÁTICA)


Em morfologia, o tema é o conjunto constituído por um radical mais seus
afixos, porém, sem incluir a desinência nominal ou verbal.
No substantivo pasta, past é o radical, a a vogal temática, e pasta o tema.

● AFIXOS (PREFIXOS E SUFIXOS)


São morfemas que têm a capacidade de mudar o sentido do radical no qual
eles se inserem.
Quando os afixos vêm antes do radical, recebe o nome de prefixo; quando
estão após o radical, são chamados de sufixos. EXEMPLO: Nas palavras
“desequilíbrio” e “orientador” temos um afixo em cada.

● DESINÊNCIAS NOMINAIS E VERBAIS

DESINÊNCIAS NOMINAIS
São morfemas adicionados aos nomes, ou seja, substantivos e adjetivos, e servem
para indicar as flexões nominais de gênero e número.

1. Desinência de Número - indicam o singular ou o plural dos nomes.

Exemplos: mesa - mesas, carro - carros, pastel - pastéis, homem - homens

2. Desinência de Gênero - indicam o feminino ou o masculino dos nomes.

Exemplos: aluno - aluna, menino - menina, ancião - anciã, marquês - marquesa.

* PALAVRAS INVARIÁVEIS: Só podemos falar em desinências nominais quando as


palavras admitem flexão de gênero ou de número, quando isto não acontece não
podemos dizer que tal palavra possui esta desinência.

Exemplos:
Palavras que não variam no gênero: mesa, cadeira, cruz, igreja, papel, etc.
Palavras que não variam no número: lápis, vírus, etc.

DESINÊNCIAS VERBAIS
São morfemas indicativos do modo e do tempo, ou do número e da pessoa, ou
seja, podem ser:

1. Desinência Modo Temporal - São as desinências que indicam o modo e o tempo


do verbo.
Exemplos:

● falava (-va): desinência que indica o pretérito imperfeito do indicativo.


● falasse (-sse): desinência que indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.
● falaria (-ria): desinência que indica o futuro do pretérito do indicativo.

2. Desinência Número Pessoal - São as desinências que indicam o número e a


pessoa do verbo.
Exemplos:

● falamos (-mos): desinência que indica a primeira pessoa do plural.


● falas (-s): desinência que indica a segunda pessoa do singular.
● falam (-m): desinência que indica a terceira pessoa do plural.

Alomorfia: significa forma diferente para o mesmo morfema: chuv-/pluv-; cabeç-a/


capita; cabel-o/capil-ar; leit-e/lact

Distribuição complementar: significa que certas formas diferentes de um mesmo


vocábulo ocorrem em contextos específicos, em que uma exclui a outra. São variantes
contextuais (mim; -migo).

A Distribuição Complementar: alomorfes de um mesmo morfema se eles estiverem em


distribuição complementar. Morfes estão em distribuição complementar (i) se eles
representam o mesmo significado ou têm a mesma função gramatical e (ii) se eles nunca
são encontrados em contextos idênticos [...].”

Mudança morfofonêmica – alomorfia condicionada fonologicamente, isto é,


mudança no sistema fonêmico do vocábulo com repercussão no sistema mórfico.

Já nas palavras “Eficaz” e “Eficácia”, dependendo do contexto, os alomorfes vão ocorrer


em contextos diferentes, portanto podemos dizer que estão em distribuição
complementar, com a mesma correspondência.

Classificação dos morfemas:


a-      Aditivo: representado pelo acréscimo de um segmento fônico à base morfológica: infeliz;
livros. Podem se: morfemas derivacionais (prefixos e sufixos), flexionais (sempre sufixais)
morfema classificatório (vogal temática)

b-      Morfema subtrativo: consiste na supressão de parte do vocábulo, resultando uma


alteração morfológica: anão- anã

c-      Morfema alternativo: caracteriza-se pela alternância de traços fônicos: avô/ avó;
nos/nós;

d-      Morfema reduplicativo: consiste na repetição do semantema, ou parte dele: Dudu;


papai; Zezé.

e-      Morfema zero: resultado da ausência significativa de morfema.

https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/os-conceitos-de-morfema-e-morfe/
16675:

– Um morfema é uma «unidade mínima de significação, de natureza gramatical ou lexical»


(DLPC); é de natureza abstracta e tem valor gramatical distintivo.

– Um morfe constitui a realização do morfema. Muitos morfemas são realizados por um único
morfe; por exemplo, na palavra cantar, temos o morfe {cant-} (representado com chavetas),
que se mantém ao longo da conjugação: canto, cantei, cantava…

– Fala-se em alomorfe, quando um morfema é realizado por dois mais ou mais morfes
diferentes; p. ex., em Portugal, o morfema nov- que ocorre em novo tem dois alomorfes (de
novo representados com chavetas): {nôv-} em novo e {nóv-} (com [ó] aberto) em nova.

– Os problemas na descrição dos morfes conduziram mais tarde à criação de mais termos. Um
morfe “portmanteau” é um traço formal que pode ser atribuído a mais do que um morfema;
por ex., em fiz (1.ª pessoa do pretérito perfeito do verbo fazer) temos como que uma
amálgama de três morfemas diferentes, um que é relativo à 1.ª pessoa do singular (eu); outro,
pertencente ao pretérito perfeito; e finalmente um terceiro, que indica o modo indicativo.

O morfe vazio consiste na ocorrência de um traço formal que não corresponde a nenhum
morfema; p. ex., em cafeteira surge um {t} que não se pode associar a nenhum morfema.

Um morfe zero corresponde à inexistência de traços formais que marquem um dado morfema.
Por exemplo, na palavra mar pode-se deduzir um morfema zero a partir da forma do plural
mares. Com efeito, o plural (correspondente ao acrescentamento de um s) permitiria supor
que o singular fosse mare, em que {-e} poderia ser interpretado como estando a representar
um morfema do singular. Contudo, o que existe é mar, sem -e final, pelo que, em termos
teóricos, se assume que há um morfema que não tem materialidade fonética – em suma,
estamos perante um morfe zero.

Em português este fenómeno não é frequente, mas em inglês justifica-se o morfe zero em
excepções à regra de formação do plural; assim, a forma “sheep”, que é invariável, tem um
morfe zero como marca do plural, dado que a forma “sheeps” não é aceitável.'
Aula 24/08:

PADRÃO DOS NOMES (SUBSTANTIVOS E ADJETIVOS)

(PREFIXO) + RADICAL + (SUFIXO) + VT + (DG) + DN

* Entre parênteses são os que podem ter ou não.

Vogal temática: A E O - quando for A ou O, verificar se não é desinência de gênero, caso não
for, é vogal temática.
Quando a vogal for átona, não será vogal temática, por ex: Jacaré, crocodilo.

Tuneis: Tune (radical) / is (desinência de número)

Quando for no caso de palavras que acrescentam ou diminui vogal para designar o gênero,
ocorre o morfema substrativo/ aditivo, ex: Irmã (radical, sem vt/ desinência de gênero) –
Irmão (Irmã , vt / O desinência de gênero). Professor (radical) / Professora (radical + desinência
de gênero).

Deslealdade: Des (prefixo) / leal (radical) / dade (sufixo) – Mudança de classe gramatical

Desrespeitosamente: Des (prefixo) / respeit (radical) / os (a) os (o) (sufixo formador de


adjetivo) / a (desinência de gênero) / mente (sufixo formador de adverbio) | Respeito + osa:
crase (fusão de duas vogais idênticas)
Insensatez: In (prefixo) / sens (radical) / at (sufixo) / ez (sufixo)
Dois sufixos, pois, passou por dois processos distintos de formação.

Capacidade: Capac/capaz (radical) / i (vogal de ligação) / dade (sufixo)


Velocidade / Felicidade.

Distribuição complementar: Quando você diz capaz, não pode ser capac com C, então a
distribuição complementar ocorre na distribuição de contextos fonológicos distintos - São
alomorfes que ocorrem em contextos fonológicos diferentes.

PADRÃO DOS VERBOS EM PORTUGUÊS

(PREF) + RAD + (SUF) + VT + (DMT+DNP) (DFN)

Prefixo; Radical; Sufixo; Vogal temática; Desinência modo temporal; Desinência número-
pessoal; Desinência forma nominal

Estrutura básica do verbo:


RADICAL + VOGAL TEMÁTICA = [TEMA] + DMT + DNP = [AND/Á/]VA/MOS

Comparando CANTA (presente) – CANTAVA (passado) – CANTARÁ (futuro): A falta da


desinência é o que indica que o canta está no presente. Ele CANTA (terceira pessoa) – Tu
CANTAS (segunda pessoa) - Assim como a ausência do S indica singular.

MORFOLOGIA ESTRUTURALISTA X GERATIVISTA

A concepção de morfema foi estabelecida pelos estruturalistas, já o conceito de morfologia


como componente da gramática, foi proposta pelos morfólogos gerativistas.
Morfologia Lexical: Léxico - Variedade/Opções de palavras que você tem na língua que você
pode utilizar, como sinônimos, termos regionais etc. Selecionando a palavra mais adequada ao
seu contexto.
REO 02 -
MORFOLOGIA GERATIVISTA (Lexical) – ALGUMAS NOÇÕES BÁSICAS
Para entender a noção de Produtividade
Em morfologia, a noção de produtividade corresponde à formação de palavras novas
por uma Regra de Formação de Palavras (RFP). A morfologia lida com palavras
potenciais, isto é, com probabilidades de criação de novas palavras. Por exemplo,
podemos formar nomes terminados em –ção a partir de verbos.
Assim: falar – falação; punir – punição; taxar – taxação.
Mas: gritar – gritaria
Uma regra de formação de palavras não é absoluta. Isto significa que por mais
produtiva que seja uma regra, ela não será aplicada se já houver uma outra palavra
para aquela mesma função. (Bloqueio)
MORFOLOGIA FLEXIONAL – ALGUMAS NOÇÕES BÁSICAS

Morfologia flexional é o estudo voltado para a análise dos mecanismos


morfológicos que apresentam informações gramaticais. Morfologia Lexical
Derivação e composição são os processos mais gerais de formação de
palavras. O processo de derivação é o mais utilizado para formar novos itens
lexicais.
Morfologia flexional

1 - Propriedades dos verbos e dos nomes na formação de novos vocábulos.


Processos flexionais a partir de propriedades: inerentes, de concordância e
configuracionais.

2 - Processos de formação de palavras:


Devido a variação lexical, novas palavras são formadas e podemos analisar sua
estrutura interna a partir de alguns mecanismos, segue abaixo.

3 - Diferenças entre prefixos e sufixos:


Afixos variam sua posição em uma palavra, antes (prefixação), depois (sufixação) e
no interior (infixação). A principal diferença entre prefixos e sufixos é que, os
prefixos podem modificar mais significativamente o sentido de uma palavra, por
exemplo quando dizemos feliz e infeliz são sentimentos opostos, já os sufixos
podem variar a classe gramatical, fazendo um verbo se tornar substantivo, por
exemplo.

4 - Parassíntese ou circunfixação:
Quando uma prefixação e sufixação acontecem simultaneamente, ex: Esclarecer,
envelhecer.

5 - Composição:
Quando uma palavra contém dois ou mais radicais, ex: Cachorro-quente.

6 - Reduplicação:
Quando acontece a cópia de uma base ou parte dela, e essa cópia pode ser
prefixada, infixada ou sufixada a sua base, ex: Pipilar.

7 - Conversão imprópria:
Mudança da classe gramatical de uma palavra sem que adicione ou subtraia
morfemas, sendo ocasionada pelo contexto em uma frase.

8 - Derivação regressiva e truncamento:


Quando uma palavra se forma devido a perda de elementos mórficos, ou parte
deles, dessa forma a nova palavra pode pertencer a outra classe gramatical, ex:
Pagar, paga.

9 - Blend:
Conhecido também como cruzamento vocabular, ocorre quando acontece a
intersecção de bases, e uma parte delas é apagado, ex: Aborrecente, aborrecer
com adolescente.

10- Derivação com expressão suprassegmental:


Quando a derivação de uma palavra acontece por alterações tonais, muito comum
em palavras da língua japonesa, por exemplo, que a mesma palavra pode ter
diferentes significados dependendo da ênfase na pronúncia.
Formas presas, livres e dependentes:

1) forma presa, que só aparece ligada a outra e por ela condicionada;


2) forma dependente, que nunca aparece isolada, mas pode aparecer ligada a outra
que não é aquela que a condiciona, quando entre ela e a sua condicionante se
intercalam livremente outras formas;
3) forma livre, que aparece não raro isolada.

Mattoso considera que as formas livres e dependentes coincidem com os vocábulos.


Digamos que a forma livre, que corresponde a um conceito difundido pelo linguista L.
Blommfield (1887-1949), se identifica com o que se chama palavra lexical
(principalmente substantivos; ver Dicionário Houaiss, s. v. palavra), enquanto uma
forma dependente corresponde ao que outros linguistas designam como palavra
funcional ou gramatical (sobretudo preposições e conjunções; ver ibid.). O conceito de
forma presa, também popularizado por Bloomfield, opõe-se a forma livre e abrange
afixos (ou seja, sobretudo prefixos e sufixos) e desinências (no caso do português, são
verbais), isto é, trata-se de «qualquer unidade que não ocorre sozinha num enunciado,
mas sempre presa a outra (p. ex.: o prefixo in- em infeliz; o sufixo -ndo em andando; o
radical receb- de receber)» (ibid.).

Pergunta: 'Como posso apresentar o conceito de formas presas, livres e dependentes,


utilizando como exemplos: a, de, que; azul, lei, luz; desfazer, predisposto, felizmente?'
Sendo assim, temos:
a, de, que: formas dependentes;
azul, lei, luz: formas livres;
desfazer, predisposto, felizmente: vocábulos que incluem formas presas,
respectivamente des-, pre- e -mente.'

O Dicionário de Termos Linguísticos apresenta as seguintes definições:

Forma presa: «Morfema que, por si só, não pode constituir uma palavra, sendo,
portanto, necessariamente, um constituinte de palavra. Numa acepção mais restrita,
forma presa pode identificar apenas os significantes que se associam a outras formas
presas, constituindo uma palavra. Exemplos: -sist-, consistir, insistir, desistir, resistir; -
clar- em claro, clara; -mento-, aparecimento, reconhecimento.»

Forma dependente: «Forma não autónoma cujo significante se associa a outras formas
dependentes ou livres, com elas constituindo um sintagma. Fonte: CARVALHO (1973).»

Forma livre: «Morfema que, por si só, pode constituir uma palavra. Exemplos: mar;
com; um.

Mais adiante, Mattoso Câmara Jr. explica: «As formas mínimas podem ser – LIVRES
(vocábulos), DEPENDENTES (clíticos ou partículas), PRESAS (partes de vocábulo). ... –
são vocábulos mórficos exige o reconhecimento da diferença entre vocábulo mórfico e
vocábulo fonético.
AVALIAÇÃO:

Formule os conceitos de:


a- Comutação
b- Alomorfia
c- Morfema zero
Na comutação a alteração do morfema modifica o significado do vocábulo, em leal o
prefixo -des, dá o sentido contrário, desleal. Já a alomorfia acontece nos morfemas
com mesmo significado, como os sufixos -inho e -zinho para designar algo pequeno. O
morfema zero sucede da ausência de um morfema, como em mares no plural que é
mar no singular, que desaparece o 'e'.

Fonologicamente, tanto em abara como em a bata há um só vocábulo. Todavia,


morficamente, em a bata existem dois vocábulos. Como se explica esse fato?

Analisando morficamente em "a bata", 'a' se trata de um vocábulo de forma


dependente e 'bata' de forma livre, por isso se distingue em dois vocábulos. Porém em
termos fonologicos, "abara" e "a bata" há a mesma quantidade de fonemas,
assemelhando a pronunciação. 

Explique os principais conceitos da morfologia gerativista:


a- Regras de formação de palavras.
b- Regras de análise estrutural.
c- Produtividade.
d- Bloqueio.

As Regras de formação de palavras, abreviando “RFP”, se refere a regularidade na


formação de palavras, ao analisar podemos identificar uma base, uma operação
que se aplica a essa base para especificar seu produto, assim como as Regras de
análise estrutural “RAE”, consiste em analisar e reconhecer as estruturas de uma
palavra, podendo por exemplo identificar estruturas que não formam novos
vocábulos. Já as condições de produtividade são as questões pragmáticas, onde os
falantes determinam as condições para a formação de novos itens lexicais e suas
condições de produção ao formar uma nova palavra, as condições das regras dos
itens lexicais já existentes vão ser aplicadas, e dessa forma, utilizadas pelos
falantes. O Bloqueio ocorre quando uma nova formação surge, e pela existência
de uma regra anterior já utilizada, os usuários descartam sua aplicação.
a- Regras de formação de palavras
Abreviando “RFP”, se refere a regularidade na formação de palavras, ao
analisar podemos identificar uma base, uma operação que se aplica a essa base
para especificar seu produto.
b- Regras de análise estrutural.
“RAE”, consiste em analisar e reconhecer as estruturas de uma palavra,
podendo por exemplo identificar estruturas que não formam novos vocábulos.
c- Condições de produtividade.
Questões pragmáticas, onde os falantes determinam as condições para a
formação de novos itens lexicais.
d- Condições de produção
Ao formar uma nova palavra, as condições das regras dos itens lexicais já
existentes vão ser aplicadas, e dessa forma, utilizadas pelos falantes.
e- Bloqueio
O bloqueio acontece quando uma regra não é utilizada pelos falantes, de forma
que outro item lexical supra sua função.

REO 03 –
Classe de Palavras [Prof Noslen]

Organizar as palavras de acordo com sua função no texto, existindo as palavras variáveis e
invariáveis. Variável é quando há a possibilidade de ter singular e plural, masculino e feminino
ou os dois ao mesmo tempo. Invariável é uma palavra que não vai ter plural e não vai ter
gênero, sendo uma palavra sem masculino e feminino.

Todas as classes de palavras são: Verbo, substantivo, adjetivo, pronome, advérbio, preposição,
conjunção, artigo, numeral e interjeição.

Classes Gramaticais:
Verbo: Palavra que exprime uma ação/estado ou fenômeno da natureza.
Substantivo: Palavra que dá nome aos seres.
Adjetivo: Palavra que modifica o substantivo, há definido e indefinido.
Artigo: Palavra que antecede o substantivo, definido: o, a, os, as, indefinido: um, uma, uns,
umas.
Pronome: Palavra que substitui ou modifica nomes.
Numeral: Palavra que dá ideia de número, quantidade.
https://www.youtube.com/watch?v=SdBMj-zEx-A

Texto: Classes de palavras – Maria da Aparecida de Pinilla


Aula 05/10

O estudo da antiguidade clássica influencia os estudos da gramatica normativa tradicional, e


influenciam os estudos sobre as classes gramaticais.

A partir da NGB, o objetivo de unificar uma terminologia para ser tomada como objeto de
ensino para as aulas de comunicação e expressão (ainda não existia língua portuguesa),
padronizar uma nomenclatura. A partir de 1958 temos as 10 classes gramaticais.
O predomínio de critérios de base semântica: A NGB adota um critério de base semântica que
vai acarretar uma série de problemas em relação as classes gramaticais.

Morfológico:
Existem palavras que são variáveis pois muda sua forma:
Forma variável
Casa / Casas
Menino / Menina;
Canto/ Cantei / Cantarei (mudança de pessoa, ou tempo da forma, presente passado futuro)

Forma invariável:
Existem palavras que a forma não se altera:
Parém, para, ontem...

Semântico:
O critério semântico não é suficiente para que a gente possa diferenciar uma classe de outra.
Sentido
Palavra que indica tempo; (Ex: Chover (verbo), chuva (substantivo))
Palavra que indica qualidade;
Palavra que dá nome aos seres;
Palavra que indica ação; (Ex: Correr (verbo), corrida (substantivo))

Sintático:
Diz respeito as relações entre as palavras:
Artigo: acompanha substantivo
Adjetivo: Modifica o substantivo
Advérbio: Acompanha o verbo, o adjetivo ou outro advérbio
Ex: Velho, velha. Não sei qual é a classe gramatical. Já em: Livro velho, eu sei que velho é
adjetivo pois acompanha o substantivo Livro. Esse critério é o sintático, pois permite que
descubra que é adjetivo.

“Aquele velho está na fila” Aquele é o pronome que está acompanhando o nome, substantivo
Velho. Sabemos que estamos utilizando o critério sintático, pois o critério morfológico (da
forma) não dá conta.
Ex: O artigo antecede o substantivo. O adjetivo acompanha substantivo. Isso é critério sintático
(combinações, o que acompanha, o que modifica, o que antecede).

Comer muito doce.


Come muito.
São doces muito bons.

O muito é uma classe invariável, pois não houve alteração em sua forma. Então qual classe
gramatical é essa? Vamos perceber o critério da forma (morfológico) e o critério das
combinações (sintático). Por que não vamos analisar o critério semântico? Pois a palavra muito
não altera de sentido.

Muitas pessoas.
Muitos homens.
Mudando a forma do muito (muitas, muitos) flexionando gênero e número, a palavra é
variável, então o critério utilizado seria o critério morfológico (pois houve alteração na forma)
+ o critério sintático (pois acompanha outras palavras).
Viu um certo relógio
Viu um relógio certo
A posição do que vem antes ou depois, é o que define o que é pronome e o que é adjetivo.

O dia está claro


Água clara
A forma alterou e a combinação alterou devido ao acompanhamento (Critério morfológico e
sintático).

Fale claro
Falem claro
A forma é invariável e ele está combinando com o verbo (Critério morfológico e sintático).

Nesses casos o critério semântico não nos ajuda, pois não houve alteração de sentido.

O substantivo (nome) é a categoria mais importante dos nomes. Por que o pronome é uma
palavra que acompanha ou substitui o nome (só defino pronome em sua relação com o
substantivo). O Adjetivo é uma palavra que modifica o substantivo (só defino o adjetivo em sua
relação com o substantivo). O numeral é uma palavra que define quantidade em relação ao
nome. O artigo é uma palavra que acompanha o nome. E a locução adjetiva também é uma
expressão com função de modificar o objetivo.

Notem que a categoria substantiva é fundamental, pois por meio dela estabelecemos o objeto
do discurso. Por meio dos nomes conseguimos estabelecer cadeias referenciais no texto.

Palavras determinantes são palavras que vão acompanhar o substantivo, são importantes para
que possamos identificar o referencial.

Nas diferentes definições sobre classe de palavras na antiguidade, podemos notar que em
todas predomina o critério semântico:
A definição de Cunha e Cintra diz que é um modificador do substantivo, aí temos a exceção por
definição de critério sintático. Nessa definição predomina o critério sintático, mas nas outras
predomina o critério semântico.

Percebemos que:

Por isso percebemos que adjetivo não tem autonomia para aparecer sozinho, portanto,
sempre irá aparecer em relação a outra classe gramatical, por isso não podemos utilizar o
critério da forma (morfológico) para definir o adjetivo e nem o critério semântico, critério do
sentido.

Adjetivo = Critério sintático. Pois acompanha.

Considerações finais:
O critério semântico é importante, porém não único para que possamos classificar as palavras.
É a forma, o critério morfológico, que permite que classificamos palavras no português.
O critério sintático diz questão ao referente, ao que acompanha o nome.
Fórum de discussão sobre classes gramaticais

A partir da leitura dos textos básicos, cada aluno deverá fazer uma postagem (teoricamente
embasada) sobre o tema. Em seguida, deverá comentar a postagem de um colega.

Bruna: Classes gramaticais – Critérios


O autor Câmara Jr (1970) considera três critérios para classificar os vocábulos formais de uma
língua, são eles: Critério semântico (que trata do significado), critério mórfico (trata da parte
gramatical) e o critério funcional (que diz respeito ao papel que o vocábulo tem na oração). O
critério semântico está ligado a forma e não deve ser observado isoladamente, pois ele não dá
conta da distinção entre nomes e verbos. Portanto os nomes representam ''coisas" ou seres
(critério semântico) e apresentam gênero e número (critério mórfico) e os verbos representam
os processos (critério semântico) e se flexionam em modo, tempo, pessoa e número (critério
mórfico).

Alice: Artigo
Podemos definir a classe gramatical artigo por palavra que antecede o substantivo, e que varia
em gênero e em número.

Sobre sua classificação teórica, segundo Câmara Jr (1970) pode se afirmar que anteceder o
substantivo é um critério sintático, já sua indicação de gênero e número é considerada critério
morfológico.
REO 04 –
Texto: Classes Gramaticais – Na perspectiva de Mattoso Câmara
Aula 19/10

Primeiro, Mattoso Câmara é um linguista brasileiro que trabalhou em uma perspectiva


estruturalistas, trazendo importantes contribuições para que possamos compreender a
classificação dos vocábulos formais. Dialoga com os estudos de Bloonfield:

Formas presas, formas livres e formas dependentes.

Critério compositório: Mattoso Câmara propõe que se use O sentido (critério semântico) aliado
a forma (critério mórfico), então o critério compositório se forma pela composição desses dois
critérios, se tornando um critério morfo-semântico (voltado para forma e sentido).
Variável: Nome, verbo e pronome (variável em relação a forma).
Invariável: Conectivos (invariável em relação a forma).

Tanto o pronome quanto o nome apresentam flexão de gênero e variam em número, porém o
verbo não apresenta flexão de gênero. O verbo varia de tempo-modo e número-pessoa.
Esta roupa: Perto do falante.
Essa roupa: Perto do ouvinte.
Aquela roupa: Longe do falante e do ouvinte.

Portanto, o pronome representa a posição espacial do objeto.

Quando falamos que pronome apresenta o gênero neutro, ele vem da origem latina da nossa
língua, “este” é masculino, “esta” é feminino e “isto” é gênero neutro, assim como “aquilo”.

Mattoso Câmara pontua a distinção entre nome e pronome:


É importante atentar que: Mattoso Câmara vai distinguir Classe e Função (Classe dos nomes,
dos pronomes, dos verbos e dos elementos conectivos). Quando Mattoso Câmara fala sobre
Substantivo, adjetivo e advérbio ele não está falando sobre classe, ele está falando em função.
Então isso é fundamental para o entendimento, pois Mattoso Câmara afirma que “o nome
pode ser substantivo, adjetivo ou advérbio”, portanto substantivo, adjetivo ou advérbio
significa função.

Quando falamos em função, ou características sintáticas, para diferenciarmos substantivo de


adjetivo, precisamos do contexto, ou seja, do critério sintático. A forma é a mesma, ambos
apresentam flexão de gênero, numero singular e plural, como diferenciar se a palavra Pobre é
substantiva ou adjetiva? Somente dentro do contexto. A partir das relações que estão
estabelecidas na linearidade da sentença.

Então para Mattoso Câmara, precisamos do contexto. Por meio dos elementos que estão
relacionados com eles.

Ele: está como pronome e substantivo, se constituindo como elemento principal da oração,
assim como substitui os nomes (João e Pedro). Por isso o pronome pode exercer a função de
substantivo.
Exemplos:
O alto do prédio.
Alto: Substantivo, reforçado pelo artigo O. Prédio: Adjetivo, com o “do” tem a função de
modificar algo.

Homem alto.
Alto: Função adjetiva, pois é modificador relacionada ao nome.

Gritou alto.
Alto: Função adverbial, pois modifica o verbo.

Portanto, podemos perceber que o vocábulo Alto, pertence a classe dos Nomes.

Como é o critério funcional? A partir das relações que estabelece na sentença.


Se ele é o núcleo, e concorda com o determinante que é o artigo, a função dele é a função
substantiva.
Se ele é modificador do nome, é a função adjetiva.
E se ele modifica o verbo, sua função é a adverbial.

Por isso Mattoso Câmara afirma que a classe dos Nomes pode funcionar como Substantivo,
Adjetivo e Advérbio.

Os exemplos pertencem a grande classe dos Nomes.


Mas a função deles varia, se funciona como adjetivo, como substantivo, só vamos definir pelo
contexto. Por isso para ele o critério sintático é função.

Meus amigos ingleses. Amigo é o nome e Ingleses é o adjetivo modificador.


Os povos amigos. Povos classe dos nomes, amigos classe dos nomes. Mas como povos é o
referencial, função dos substantivos. Amigos como é modificador, função dos adjetivos.
“Aqui” está funcionando como advérbio, pois está se relacionando ao verbo. O mesmo ocorre
com “Alto”, pois está se referindo ao verbo. Portanto para Mattoso Câmara ambos vão exercer
a função de advérbios pois estão modificando a classe dos verbos.

Mattoso Câmara diz que a classe do artigo é uma classe pronominal nova. É interessante pois
ao estabelecer uma relação ele vai tentar dar conta de algo que a gramatica tradicional não dá,
em relação a classe dos artigos.
O artigo vai ter uma relação com o demonstrativo, indicando uma referência indefinida e vai
indicar também uma determinada relação enfática com a presença do numeral com uma nova
função (Explicar melhor nas próximas aulas).

Em resumo, a análise de Mattoso Câmara parte de dois critérios:


Primeiro: O critério morfo-semântico (forma e sentido). Em relação ao sentido: O Nome,
semanticamente ele nomeia, o Pronome vai indicar referencia contextual ou situacional, e o
Verbo vai indicar processo. Em relação a forma: As flexões que eles ocupam.

Quatro grandes classes: NOME, VERBO, PRONOME e CONECTIVOS. A função que é


estabelecida no contexto.

Mattoso Câmara não separa substantivo e adjetivo como sendo classes, mas como função
desempenhada pelo nome.

Com esses três critérios podemos compreender a distinção entre Classe e entre Função.

Aula 26/10:

Continuando sobre a classe de palavras para Mattoso Câmara


A classe das preposições, Mattoso Câmara não separa a classe da preposição e da conjunção.
Mas aqui vamos separar, a preposição são palavras invariáveis, não muda a forma e não
recebe morfemas que indiquem plural e nem gênero. Que servem como elementos
relacionais, elementos de coesão e de ligação, relacionando dois termos.

A preposição liga o termo antecedente, que não pode ser ligado ao nome, que vai ser
explicado, completado, pelo segundo termo. Essa relação entre os dois elementos é ligada pela
preposição.
Ex: Gosto doce. Não falamos dessa forma, precisamos do termo antecedente que é o verbo,
dessa forma é completado pelo termo doce. A preposição aparece estabelecendo essa relação,
por isso é um elemento de coesão textual.

Preposição: Liga oração e consequente, relação estabelecida por nível de dependência


sintática. A preposição vai poder se articular ao nome “Gosto de doce” para que eu possa liga-
la a um verbo, para completar seu sentido.
Na preposição há uma relação hierárquica (antecedente e consequente, um completa o outro)
Fechada: Significa que algumas palavras são preposições, sendo possível enumera-las.

Acidentais: São palavras de outra classe, que vão em um contexto especifico, funcionar como
preposição.

A preposição liga um termo antecedente com um termo que irá vir.

Em relação ao ensino da preposição, não devemos focar em um ensino mecânico querendo


que o aluno decore todas elas, mas sim que faça o aluno entender a coesão entre os termos e
os elementos.
O interessante das locuções prepositivas, é que ela possui e é terminada por uma preposição.

Invariável: A forma não modifica.

As conjunções ligam palavras, grupos de palavras e orações.


Ex: João e Maria. A conjunção vai ligar dois nomes que desempenham uma mesma função
dentro da oração (nome).

Queres sorvete ou preferes chocolate? A conjunção OU liga duas orações que tem o mesmo
nível morfossintático.

Conjunção: Liga duas palavras, ou liga duas orações que tem uma mesma estrutura sintática.
Bem, modifica o verbo falar.

Extremamente como adverbio, modificando o adjetivo cansada.

Advérbio modalizador vai servir para que o individuo possa emitir um ponto de vista em
relação ao que vem. Então, esses advérbios vão se posicionar como elementos muitas vezes
periféricos, pois vão se posicionar em variadas posições do enunciado, o modificando – Para o
falante em relação ao o que fala.
Para verificar se é advérbio ou adjetivo, devemos analisar sua função morfossintática.

De forma geral, um modalizador é um elemento gramatical ou lexical – palavra ou expressão –


por meio do qual o enunciador revela alguma atitude relativo ao conteúdo daquilo que ele
mesmo enuncia.

Exemplo: Modalizadores como “felizmente”, “infelizmente” dentre outros.

Tipos de Modalizadores – Modos Verbais


Modalizações Lógicas: expressam o sentido de possibilidade e certeza por meio de
modalizadores como “é possível que”, “é impossível que”, “talvez” etc;
Modalizações Deônticas: expressam o sentido de uma necessidade ou obrigação por meio de
modalizadores como “é preciso”, “faz-se necessário” etc e;
Modalizações Apreciativas: expressam o sentido de análise e julgamento por meio de
modalizadores como “felizmente”, “infelizmente” dentre outros.
Modo indicativo: indica ação ou estado. Pode ser utilizado para fazer referência ao presente,
passado ou ao futuro. Nesse modo, o fato é considerado como certo, real.
Modo subjuntivo: apresenta uma possibilidade, incerteza de existência ou não existência.
Nesse modo, o foco é ação ainda não realizada.
Modo imperativo: a palavra vem do latim “imperare”. Tem como significado comandar,
estimular fazer algo, conselho, convite, induzir, animar.

Estudo dirigido sobre o texto de Mattoso Câmara:

1- Critica do autor em relação à divisão dos vocábulos em classes.

Mattoso Câmara baseava suas analises as ideias do linguista Leonard Bloomfield, porém
também considerava que a distinção bloomfieldiana entre formas livres e formas presas eram
insuficientes para abranger algumas divisões dos vocábulos em classes, como os artigos, os
pronomes e os conectivos, com isso Mattoso então cria o conceito de “forma dependente”
afim de englobar essas classes.

2- Critérios para classificar.

Os critérios para classificar as classes de palavras são definidas seguindo sua capacidade
semântica, sintática e morfológica, porém para Mattoso o critério semântico não deve ser o
único para classificar as palavras, mas sim uma composição pois o vocábulo é uma unidade de
sentido e também de forma. Com isso, a classificação dos vocábulos formais do português
segue o critério morfossemântico, e se agrupa em 4 classes: Nome, verbo, pronome e
conectivos. Sendo as três primeiras classes de palavras variáveis em relação a forma, e a última
classe invariável em relação a forma.

3- Critério adotado por Mattoso Câmara para classificar os vocábulos do português.

O critério compositório adotado por Mattoso Câmara propõe o uso do critério semântico (de
sentido) aliado ao critério mórfico (da forma), assim o critério compositório é a junção desses
dois critérios, criando então o critério morfossemântico, voltando para a forma e o sentido.

4- Diferença morfológica entre nomes e verbos.

O verbo, além de representar processos, também se distingue por apresentar variação de


tempo/modo e número/pessoa, sem apresentar flexão de gênero. Já o nome apresenta flexão
de gênero e número.

5- Caracterização morfossemântica dos pronomes

Diferente do nome, que além de nomear também permite uma designação sem reforço
situacional ou contexto verbal, o pronome efetua uma referência contextual e situacional no
texto ou fala a qual se insere.

6- Caracterização da função do substantivo, do adjetivo e do advérbio.

Para Mattoso a função trata das características sintáticas, ou seja, para diferenciar a função do
substantivo da função do adjetivo ou do advérbio, precisamos do contexto - do critério
sintático. Quando vamos diferenciar se uma determinada palavra é substantivo, adjetivo ou
advérbio, devemos analisar então dentro do contexto e das relações que estão estabelecidas
na linearidade da sentença.
7- Como se constitui a classe dos vocábulos conectivos (preposição e conjunção)? Como
diferenciá-los?

Os conectivos estabelecem conexão entre dois ou mais termos, segundo Mattoso, podemos
diferencia-las como as preposições sendo as que ligam as palavras, e os que ligam as orações
são as conjunções.

Explique a proposta de Mattoso Câmara para a classificação dos vocábulos formais.


Mattoso Câmara propõe a classificação dos vocábulos formais, dialogando com
os estudos de Bloonfield, que utiliza do critério de divisão das unidades formais da
língua em duas: formas livres e formas presas, o vocábulo formal entra como a
unidade que não consegue se dividir em duas ou mais formas livres. Com isso, ele
considera três critérios para a classificação dos vocábulos formais: Critério semântico
que diz respeito ao significado, critério mórfico que trata da parte gramatical e o
critério funcional que fala sobre o papel que o vocábulo tem dentro da oração.

REO 04 –
Sintagma

O sintagma é um termo que foi introduzido por Ferdinand de Saussure para designar dois
elementos consecutivos, um dos quais é determinado (principal) e o outro determinante
(subordinado). Assim, no sintagma “o Vénus”, o elemento determinado é Vénus e o elemento
determinante o artigo O.
No sintagma básico, formado por sujeito e predicado, o elemento determinado é o verbo e o
determinante é o sujeito.
O sintagma é definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade
linguística superior que surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade
de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do
momento em que ele contrasta com outro elemento.

Não existem opiniões unânimes na interpretação do sintagma. A definição de Saussure, sendo


muito vasta, pode abranger diferentes tipos de construções:

• sintagma morfossintáctico, o qual consiste na combinação dos morfemas numa palavra


(p.ex: re-fa-zer, chá-l-eira);

• sintagma suboracional, o qual consiste na combinação das palavras que formam um


membro oracional (p.ex: bom dia, leite magro);

• sintagma oracional, o qual é composto por membros oracionais (p.ex: A vida é cão.);

• sintagma super-oracional, composto por orações (p.ex: Se fizer bom tempo, vou sair).
Partindo do facto de o sintagma constituir uma unidade significativa composta de mais
elementos que mantêm entre si relações de dependência /ou interdependência12/ e de
ordem, e organizados em torno de um elemento fundamental denominado núcleo,
subdividimos os sintagmas em: nominal, verbal, adjectival, adverbial e preposicional.

FORUM DE DISCUSSÃO SOBRE OS TEXTOS 5 PONTOS - Fórum


Dialogando sobre o sintagma nominal, abreviado por SN, pode se afirmar que esse
sintagma se refere ao nome e seus determinantes, porém o seu núcleo pode combinar
com outros elementos, como em complementos (Exemplo: a inauguração da loja), em
modificadores (Exemplo: o balão roxo) e nos determinantes e quantificadores (pouca
bagagem).

Quanto as funções sintáticas, segundo o texto disponível no campus virtual “Texto –


Sintagma”, o sintagma nominal pode desempenhar: Sujeito, predicativo (predicação
secundária), objeto (complemento) direto, indireto e oblíquo (nominal e adverbial),
aposto, adjunto adverbial e vocativo.

Aula 09/11:
É importante compreender os conceitos da morfossintaxe, para trabalhar na linguística e
língua portuguesa, pois vamos entender melhor sobre as orações.

O que são os sintagmas?


A sintaxe irá investigar como uma palavra se articula a outra para formas sintagmas, como eles
se agrupam para formar as sentenças e como sentenças se relacionam a outras para formar
sentenças complexas.
Irá se preocupar com padrões estruturais, a sintaxe se preocupa com a organização das
sentenças, e a relação dos sintagmas entre si.

Sobre oração.
Sintagmas lexicais: Uma palavra, um substantivo, um verbo.
Mas aparecem mais exemplos de oração
O = Artigo / Turista = Substantivo / Viajou = Verbo

No núcleo do sintagma nominal, irá ser sempre o substantivo. Já no núcleo do sintagma verbal,
irá ser sempre o verbo.
Como identificar o sintagma?
Deslocamento: Os sintagmas possuem propriedades distribucionais como posição e
mobilidade, ao deslocar uma sequencia podemos deslocar todo o conjunto para outra posição.
Agramatical: Que não constitui sentido.
Leis sintáticas algumas sentenças são permitidas, já outras não são permitidas, por ficarem
sem sentido (agramatical).
Substituição: Ao substituir por unidades simples (pronomes ou advérbios)
Ao “dissecar” as orações, podemos analisar seus sintagmas e nível hierárquico.

O verbo sempre irá denotar o evento, as duas orações parecem iguais, mas as organizações
sintáticas influem no significado, mudando uma palavra de lugar, a oração pode ter um sentido
completamente diferente.
Sintagma Nominal:
Sintagma Preposicionado:
Sintagma adjetival:
Sintagma Verbal:
Sintagma Adverbial:

Sintagma que é constituído por um adverbio ou uma locução adverbial


Ontem fomos ao teatro.
Ontem = advérbio de tempo (sintagma adverbial)
Ao teatro = Lugar. Tendo posição que combina com o artigo e combina com o lugar, portanto
constitui-se como sintagma adverbial (sintagma adverbial).

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