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Movimentos Sociais e Entidades/ Associações de trabalhadores e

Ruralistas.

Thainá Aparecida Oliveira Cardoso

Uberaba
2022
Thainá Aparecida Oliveira Cardoso

Movimentos Sociais e Entidades/ Associações de trabalhadores e


Ruralistas.

Professor:

Uberaba
2022
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) é um
dos mais importantes movimentos sociais do Brasil, tendo como
foco as questões do trabalhador do campo, principalmente no
tocante à luta pela reforma agrária brasileira. Como se sabe, no
Brasil prevaleceu historicamente uma desigualdade do acesso à
terra, consequência direta de uma organização social patrimonialista
e patriarcalista ao longo de séculos, predominando o grande
latifúndio como sinônimo de poder. Desta forma, dada a
concentração fundiária, as camadas menos favorecidas como
escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos
abastadas teriam maiores dificuldades à posse da terra.

Assim, do Brasil colonial da monocultura a este do


agronegócio em pleno século XXI, o que prevalece é a
concentração fundiária, o que traz à tona a necessidade da
discussão e da luta política como a encabeçada pelo MST.
Origem

A ditadura militar promoveu uma grande concentração de


terra nas mãos de latifundiários.

Igualmente, com programas como o Proálcool onde a


lavoura de cana de açúcar foi estimulada, milhares de trabalhadores
tiveram suas terras transformadas em canaviais.

Com isso, os camponeses se reuniram em 1984 no “1º


Encontro Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra”, na cidade
de Cascavel, no Paraná. Dali, seria formalizado o MST.

Com a elaboração da Constituição de 1988 ficou declarado


que as terras que não cumprissem sua função social deveriam ser
desapropriadas (Art. 184 e 186).

Assim, esse movimento envolve a luta política dos


camponeses, que não possuem terra e desejam a redistribuição das
terras improdutivas do país.

Para tanto, pedem, sobretudo, pela reforma agrária, a


soberania popular e a justiça social.
Objetivos

Alguns dos objetivos defendidos pelo MST durante esses


anos:

 Reforma Agrária

 Justiça social

 Causas indígenas e quilombolas

 Punição dos assassinos dos trabalhadores rurais

 Desapropriação dos latifúndios em posse das


multinacionais

 Distribuição igualitária das terras

 Produção de alimentos nas terras libertadas (soberania


alimentar)

 Cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR)

 Melhoria das condições de vida no campo e na cidade

 Redução do Inchaço Urbano


Conquistas

 8 mil latifúndios ocupados (2014)

 350 mil famílias assentadas (2014)

 Criação de escolas de ensino fundamental e médio


dentro de assentamentos

 Feiras de alimentos em pequenas cidades com


produtos oriundos de assentamentos
Bandeira

Bandeira do MST

A bandeira do MST consiste em um retângulo vermelho e ao


centro um círculo com dizeres, o mapa do Brasil e um casal de
camponeses.

O vermelho representa o sangue dos trabalhadores rurais


que morreram ao lutar pela sua terra. Também remete ao socialismo
que é a ideologia que inspira o movimento.

No escudo, em forma de círculo, encontramos o nome do


movimento.

Da mesma forma temos o mapa do Brasil em verde - cor que


simboliza a natureza - e um casal dentro deste mapa.

O homem, com camisa branca e chapéu de palha, tem o


braço levantado e nas mãos segura um facão, instrumento do
campo e de luta. A mulher, vestida de vermelho, está a frente, mas à
mesma altura.
Atuação do MST

O MST realiza marchas pelo campo a fim de reivindicar seus


objetivos

Atualmente, no Brasil, após 30 anos de movimento, são 24


estados que possuem atuação e organização dos trabalhadores sem
terra.

Cerca de 350 mil famílias vivem nos assentamentos já


conquistados. No entanto, continuam lutando pela desapropriação
das terras improdutivas e se posicionam contra os projetos de
barragens, grilagem de terras e o agronegócio.

Dessa maneira, após assentar em determinados latifúndios,


as famílias pertencentes ao movimento, lutam pela conquista de
direitos como saúde, educação, cultura, etc.
Organização do MST

Desde sua fundação, o movimento é organizado por meio de


assembleias e congressos. A primeira é desenvolvida nos próprios
assentamentos dos trabalhadores, onde todos têm direito ao voto:
mulheres, homens, jovens ou velhos.

Expresso de forma organizada por meio das ações de


sindicatos, partidos, da Comissão Pastoral da Terra ou muitas vezes
anônima, nos gestos de milhares de apoiadores e simpatizantes da
luta.

Há sempre dois coordenadores: um homem e uma mulher,


estimulando assim, a participação feminina na política.

Também, o movimento conta com uma assembleia onde


comparecem membros de todos Brasil, o “Congresso Nacional do
MST”, que ocorre a cada cinco anos.

Igualmente, não há um presidente nacional da organização e


sim um colegiado. Entretanto, a personalidade mais visível do MST é
o economista gaúcho João Pedro Stédile.

O MST recebe recursos de algumas ONG’s (nacionais e


internacionais) que apoiam a causa dos camponeses e que tem o
mesmo objetivo de implementar a reforma agrária no país.

Da mesma forma, as famílias que já estão assentadas


contribuem financeiramente para o sustento de outras pessoas que
ainda não conquistaram sua terra.
João Pedro Stedile

É um economista e ativista social brasileiro.  Atua na causa da Reforma


Agrária, Agroecologia e das causas populares.

Oriundo de uma família de pequenos agricultores descendentes de


italianos, João Pedro Stedile tornou-se o mais destacado dirigente do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Formou-se em
Economia pela PUC do Rio Grande Sul e pós-graduou-se na Universidade
Nacional do México (UNAM), onde estabeleceu contato com Ruy Mauro Marini,
um dos expoentes da teoria da dependência. Ligado a setores progressistas da
Igreja Católica, foi seminarista e assessorou a Comissão Pastoral da Terra no
Rio Grande do Sul. Trabalhou na Secretaria de Agricultura de seu estado natal.

É um dos fundadores e membro da direção nacional do MST e de


organizações continentais latino-americanas, como a CLOC, e internacionais,
como a Vía Campesina. Com ele, participaram da direção nacional do MST,
entre outros, Gilmar Mauro, Walter Assunção, Enio Bonemberger e José
Rainha. Escreveu livros como Brava gente: a trajetória do MST e a luta pela
terra no Brasil (1999), em colaboração com Bernardo Mançano
Fernandes, Assentamentos: uma resposta econômica da reforma
agrária (1986) e Luta pela terra no Brasil (1993) – esses em coautoria com Frei
Sérgio Görgen.
INCRA

O INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, é uma


autarquia federal da Administração Pública brasileira criado pelo Decreto nº
1.110 (9 de julho de 1970).

Sua principal missão é lutar pela implementação da reforma agrária no


Brasil.

VIA CAMPESINA

A Via Campesina, fundada em 1992, corresponde a uma organização


internacional de camponeses.

A instituição congrega os movimentos sociais e organizações de todo o


mundo, de modo que propõe a articulação dos processos de mobilização social
popular.

A Via Campesina aponta como prioridade, a reforma agrária, a


soberania alimentar, dentre outros direitos dos trabalhadores rurais.

O MST colabora com a Via Campesina, assim como de vários outros


movimentos internacionais que tratam da questão de distribuição da terra.
BIOGRAFIA

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