SUPERINTENDÊNCIA DA EDUDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
UNIDADE DIDÁTICA
PROJETO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
MARINGÁ-PARANÁ
-2016-
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros
ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para
um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para
desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o
próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar
essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente
como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando
deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” (KLINK, ).
[...] que a escola crie oportunidades para que os alunos construam conhecimentos em sala de
aula, como também leve os estudantes para fora dela, tendo em vista que grande parte da
compreensão da Geografia passa pelo olhar, uma vez que a observação facilita as explicações
sem necessidade de longos discursos (BRASIL, 1998, p. 34).
Todavia, para que uma de campo transcorra bem e que se desenvolva com sucesso,
principalmente para o processo de ensino-aprendizagem é, fundamental importância que o
professor elabore um bom planejamento.
2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
A confecção de unidades didáticas ou temas para a aula de campo no contexto do ensino
de Ciências Naturais é fundamental no desenvolvimento de processos pedagógicos
construtivistas que despertem o interesse dos alunos.
A forma de organização do material pretende promover um novo olhar para o ensino de
Ciências Naturais, tendo a perspectiva de que proporcione por meio de estratégias diferenciadas
uma efetiva compreensão do meio que os cercam, direcionando o foco para a biodiversidade
animal e vegetal, fungos, liquens, tipos de solos, dentre outros.
Escolheu-se como estratégia de ensino às unidades temáticas, Aulas de Campo. Este material
apresenta sugestões de conceitos e estratégias metodológicas para o processo de ensino e
aprendizagem da disciplina de - Ciências Naturais, especificamente o Conteúdo Estruturante - Os
seres vivos e o meio ambiente.
Este material - Unidade Didática - é composto por 8 (oito) temas e será desenvolvido em 32h/a
previstas.
1. Locais para serem explorados com os alunos.
2. Biodiversidade Animal.
3. Biodiversidade vegetal.
4. Os Fungos.
5. Os liquens.
6. As aranhas e suas teias.
7. A Importância da manta – serapilheira para o solo.
8. Diferenciação de solos.
3 UNIDADES DIDÁTICAS
A elaboração das unidades didáticas se dá tendo como referência os conhecimentos
prévios dos alunos e científicos utilizados nas pesquisas, visando mostrar aos alunos a interação
entre a sala de aula e o campo e entre o conhecimento científico e o conhecimento prático para
melhor compreensão dos conteúdos e formação do indivíduo cidadão.
3.1.3 Atividade 2: Conhecer e entender além dos muros da escola. A - Onde a sua escola
está inserida? B- Onde você mora?
a) Material
Diário de bordo- caderno, caneta, lápis, celular.
b) Objetivos:
Identificar as principais características espaciais, socioeconômicas e
socioambientais dos locais onde a escola e sua casa estão inseridos.
Comparar as semelhanças e diferenças observadas entre os dois espaços visitados,
inclusive se há interdependência entre eles.
Compreender a inter-relação existente entre o local ao redor da escola e o interior
desta, considerando a biodiversidade.
c) Metodologia:
Sugerimos que os alunos do sexto ano sejam orientados pelos professores a conhecer outros
espaços localizados ao redor da escola, bem como o bairro onde mora, a fim de apontar as
semelhanças e diferenças existentes entre eles e, a inter-relação existente entre as pessoas, a
biodiversidade do bairro e o pátio da escola, compreendendo a influência que os bairros e/ou
espaços internos e externos exercem em suas vidas e de outras pessoas.
Após a investigação, retornar à sala de aula para apresentarem os dados coletados, discuti-
los e comporem uma produção de texto.
d) Metodologia
O estudo desses espaços é de fundamental importância, favorecendo o sentimento de
pertencimento, ou seja, fazendo com os alunos se sintam sujeitos e cidadãos responsáveis pela
construção e conservação desses espaços.
Sugerimos que o professor e alunos planejem a saída, pois ela dependerá de custos e
autorizações.
Este documento é necessário, uma vez que os responsáveis pelos alunos precisam tomar
conhecimento e autorizar por escrito a saída dos educandos menores de idade para uma
atividade em ambiente externo à unidade escolar.
Nesse sentido, é imprescindível que constem no roteiro os objetivos da aula de campo,
a indumentária permitida, os materiais que os alunos deverão conduzir, os horários de saída da
escola, de visitas e de chegada à unidade escolar, conforme sugerido no modelo abaixo.
e) Sugestão para avaliar
Os alunos farão uma autoavaliação, isto é, uma reflexão do que aprendeu, e o que falta
aprender (em termos de habilidades) comportamentos, motivações, por escrito e oralmente.
Solicitar neste momento sugestões de ações para que as pessoas de convívio do aluno possam
se apropriar das mesmas sensações e mudanças de comportamento em relação as ambientes
visitados.
Haverá uma retrospectiva, isto é, uma retomada do que foi visto, ensinado e aprendido
(conteúdos, habilidades e competências) considerando os aspectos apontados durante as saídas
ao campo.
Sugestão de autorização
Autorizo o (a) aluno (a) .................... a participar da aula de campo de acordo com o roteiro e
data supracitados.
Data: XXXXX
Local: XXXXX
Assinatura do responsável: ............. Num. Ident .:.........
Texto: Biodiversidade – conceito, valores e ameaças
Atividade Prévia: Texto sobre biodiversidade – Leitura do texto em sala de aula, discussão e
estudo do texto em pequenos grupos.
- O que biodiversidade?
- Tipos de biodiversidade.
- Relação da biodiversidade com parques, ruas, bosques, dando ênfase ao pátio escolar.
- Formas de degradação da biodiversidade.
- Importância da manutenção da mata e do fundo de vale para o equilíbrio do ecossistema e
preservação da biodiversidade.
- Como proteger a biodiversidade local.
A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD), assinada durante a ECO 92, define
biodiversidade como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo,
dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistema aquáticos e os
complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de
espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Esta definição foi adotada pelo Programa
BIOTA/FAPESP desde sua criação em 1999.
A diversidade biológica do planeta é o resultado de quase 4 bilhões de anos de evolução e de
interação entre as espécies. Portanto com a extinção de uma espécie perde-se uma combinação
única de genes e expressões gênicas. Além do valor intrínseco, por uma questão ética, a
biodiversidade pode ter valores de uso direto, indireto e funcional. Este último tem sido
fortemente enfatizado ultimamente, pois a diversidade de espécies é a base para o
funcionamento dos ecossistemas e, portanto, na geração dos serviços ecossistêmicos. Estes
serviços foram estimados, de forma conservadora, serem da ordem de 50 trilhões de
dólares/ano.
A destruição e fragmentação de habitats, com a consequente redução das populações
minimamente viáveis, as espécies invasoras, a poluição e, mais recentemente, as mudanças
climáticas globais estão dentre as principais ameaças a biodiversidade.
A biodiversidade é uma das maiores riquezas do planeta, entretanto, é a menos
reconhecida como tal. O objetivo desse texto é caracterizar a biodiversidade
animal e vegetal, apontando as principais ameaças em cada região e também experiências e
iniciativas que demonstram a viabilidade de utilizarmos este gigantesco patrimônio natural de
forma sustentável. [...]
Resumo: Observar espécies de seres vivos dos diversos ambientes presentes na área de estudo
e o seu estado de conservação e degradação ambiental.
3.1.5 Tema 2. A biodiversidade animal /A natureza vista por outros olhos
a) Faixa etária: Ensino Fundamental
b) Nº de alunos: Grupo único de 35 alunos.
c) Material: Diário de bordo-caderno, ficha pautada, lápis, prancheta, lupa, binóculo, etc.
c) Objetivos da atividade
Desenvolver aptidões de observação do ambiente;
Observar biodiversidade local;
Descrever a biodiversidade animal;
Percepção dos sentidos: audição, olfato.
Promover contato com a natureza.
d) Metodologia
Os alunos caminharão no pátio da escola, acompanhando o professor, livremente,
fotografando, observando e descrevendo os animais encontrados ao longo da caminhada,
registrando no seu diário de bordo.
Também será determinado aos alunos que prestem atenção nos sons diferenciando os que o
que são naturais e os que são provocados pelo homem, assim como, nos cheiros. Depois de
caminharem e completarem o percurso e o tempo estipulado receberão uma ficha pautada para
descreverem o que sentiram durante a passagem.
O registro sobre as atividades pode ser feito através de texto escrito no diário de bordo,
fotos coladas, desenhos, ou mesmo em forma de discussão entre alunos, em um círculo de forma
bem descontraída.
e) Resgatando dados:
Quantas espécies de animais nativos e exóticos existem no pátio?
Existe no pátio mais animais vertebrados ou invertebrados?
As condições que esses animais vivem no pátio são adequadas para sua reprodução e
preservação da espécie? Por quê?
Quais os motivos que levam o ser humano maltratar e destruir os animais do pátio? O que você
pensa a respeito dessa atitude?
Por que não é permitido alimentar os animais do pátio?
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
As unidades didáticas, em seu caráter flexível e aberto, admitem modificações que
podem acompanhar as características específicas de cada professor e turma, facilitando
a sua aplicação no seu cotidiano e em trabalhos de Educação Ambiental e Aulas de
Campo.
As unidades são ferramentas do trabalho docente e consideradas universais, por
poderem ser aplicadas em qualquer área verde, pátio escolares, fundo de vale, praças,
ruas, parques, play ground, dependendo dos objetivos a serem alcançados, e de
criatividade e interesse do professor.
A característica investigativa das unidades provoca a motivação e interesse do aluno à
participação da prática, o que favorece a aprendizagem significativa, avaliada pela
conduta, interesse, mudança de hábito e participação.
O professor consegue observar, de maneira incipiente, que é possível enquadrar
qualquer unidade num contexto geral do currículo, pois, ainda, encontra-se vinculado à
antiga proposta curricular escolar e, inseguro para ousar no seu trabalho. Assim, é
importante que ocorram, continuamente, propostas de cursos que fortaleçam a postura
de um professor crítico e transformador.
O conhecimento da estratégia, Aula de Campo, é significativo para a formação de novos
parâmetros para uma consciência ambiental, social, política e cultural, na formação do
indivíduo cidadão, ensinando-os a observar e respeitar o mundo em que vivem, ao invés
de destruí-lo ou violá-lo.
4. REFERÊNCIAS
CORRÊA FILHO, J. J.. Aula de campo: como planejar, conduzir e avaliar? Petrópolis, RJ : Vozes,
2015.
KLINK, A. “Um homem precisa viajar. Por sua... Disponível
em:<https://pensador.uol.com.br/frase/MTM5Njc2>. Acessado em: 29/07/2016
CARNEVALLE, M. R. (Org.). Ciências: 6º ano. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2014. Projeto Araribá.