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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

HERACLIDES EUGENIO CATABRIGA

UNIDADE DIDÁTICA
PROJETO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

AULA DE CAMPO: UMA ESTRATÉGIA PARA A FORMAÇÃO DO


INDIVÍDUO CIDADÃO

MARINGÁ-PARANÁ
-2016-
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Aula de Campo: Uma Estratégia de Ensino na Formação


do Indivíduo Cidadão.

Autor: Heraclides Eugenio Catabriga

Disciplina/área: Ciências Naturais

Escola de Implementação do C. E. Santa Maria Goretti – E.F.M.P


Projeto:
Município da Escola: Maringá- PR

Núcleo Regional de Educação: Maringá-PR

Professor orientador: Profª Drª. Ana Lúcia Olivo Rosas Moreira

Instituição de Ensino Superior: UEM/Maringá-PR

Relação interdisciplinar: Geografia, Arte, História, Língua Portuguesa e


Educação Física.

Resumo: Esta pesquisa está integrada ao Programa de


Desenvolvimento Educacional (PDE), a qual será realizada
com os alunos do sexto ano do Ensino Fundamental de uma
instituição pública do município de Maringá. A aula de
campo permite que sejam articuladas a teoria e a prática no
sentido de construir uma aprendizagem e compreende
conteúdos e conceitos complexos à temática trabalhada.
Considerando que no presente estudo serão abordados
assuntos relacionados às Ciências Naturais, esta
metodologia permite aos alunos um contato com os aspectos
mais relevantes aos temas, Ecologia, Educação Ambiental,
Fauna, Flora, Solos, Biodiversidade, Biogeografia, dentre
outros, os quais não poderiam ser identificados ou
compreendidos apenas com leituras. Nesta estratégia
pedagógica todas as emoções e sensações surgidas durante
a aula em um ambiente natural podem auxiliar na
aprendizagem dos conteúdos. Interpretar o mundo,
expressar emoção, trabalhar cooperativamente, perceber o
outro, exercer a cidadania, sensibilizar-se com a vida e com
a natureza são alguns dos propósitos da aula de campo, o que
tem como principal objetivo, levar o aluno a maior
possibilidade de conhecimento através da vivência. Dessa
forma, a pesquisa compreende promover Aulas de Campo
que possam desenvolver conhecimento, competências e
habilidades ao aluno para que futuramente atue como
indivíduo e como cidadão.

Palavras-chave: Aula de Campo; Ciências Naturais; Ensino


Fundamental; Estratégia de Ensino.

Formato do material didático: Unidades Temáticas.

Público: Alunos do sexto ano do Ensino Fundamental e outros


anos, assim como, alunos do Ensino Médio.
1 APRESENTAÇÃO

“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros
ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para
um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para
desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o
próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar
essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente
como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando
deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver” (KLINK, ).

Esta unidade didática se pauta nas concepções socioconstrutivistas, que têm na


mediação um fator importante para o processo de construção do conhecimento. No trabalho
realizado com as Aulas de Campo o professor assume esse papel, mediando as relações entre o
aluno e o meio ambiente em que está inserido (no caso o pátio da escola, parques, bairros,
museus, ruas, dentre outros.) e nas interações estabelecidas entre os sujeitos aprendizes. Para
Pasquali (1995), o Ensino de Ciências deve ser organizado e planejado para favorecer a
aprendizagem significativa de conceitos corretos, mediante experiências afetivas que
assegurem o interesse no processo de aprendizagem.

A construção do conhecimento no ensino formal/não-formal deve passar por um


conjunto de articulações entre informações cotidianas e científicas. Quando esses são
apresentados de forma motivadora, mediado por ações concretas e prazerosas associadas às
dimensões do saber pensar, saber aprender, saber fazer, saber conviver e saber ser colaboram
para que indivíduos possam ser atores de fato da construção do seu conhecimento científico,
que aparece cada vez mais relevante para a vida em sociedade (KOFF; 1995; QUEIROZ, 2010).
Para que o ensino seja construtivista é importante a relação entre o aluno e o meio, como afirma
Piaget (1998, p.78): “Não existe um conhecimento pré-formado, inato, nem o conhecimento é
feito exclusivo da acumulação de experiência. É, pois, num contexto de interação entre sujeito
e objeto que se coloca a questão do conhecimento”.

No entanto, para que sejam assimiladas as informações, os fatos, os objetivos das


atividades devem fazer sentido para cada aluno. É preciso lançar mão de desafios para que
estejam interessados no assunto, chegando a agregar informações que os leve, provavelmente,
a construir conceitos científicos a partir das atividades orientadas. Assim, uma das propostas é
a estratégia da Aula de Campo.
Segundo o manual de orientação do professor – PCN -, as Aulas de Campo são
consideradas formas de estudo muito mais cativantes e prazerosas no processo de
aprendizagem, como se observa no texto a seguir, o qual sugere aos professores permitir:

[...] que a escola crie oportunidades para que os alunos construam conhecimentos em sala de
aula, como também leve os estudantes para fora dela, tendo em vista que grande parte da
compreensão da Geografia passa pelo olhar, uma vez que a observação facilita as explicações
sem necessidade de longos discursos (BRASIL, 1998, p. 34).

Todavia, para que uma de campo transcorra bem e que se desenvolva com sucesso,
principalmente para o processo de ensino-aprendizagem é, fundamental importância que o
professor elabore um bom planejamento.

Esta proposta permite aos professores das escolas selecionarem a sequência de


atividades/temas que mais se adapte aos conteúdos escolares ministrados.

Espera-se, neste momento singular, que o professor compreenda e exercite o papel de


mediador de situações de ensino, em que a aprendizagem é construída pelo próprio aluno a
partir de seus conhecimentos prévios através de sucessivas aproximações do objeto de estudo.

2 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
A confecção de unidades didáticas ou temas para a aula de campo no contexto do ensino
de Ciências Naturais é fundamental no desenvolvimento de processos pedagógicos
construtivistas que despertem o interesse dos alunos.
A forma de organização do material pretende promover um novo olhar para o ensino de
Ciências Naturais, tendo a perspectiva de que proporcione por meio de estratégias diferenciadas
uma efetiva compreensão do meio que os cercam, direcionando o foco para a biodiversidade
animal e vegetal, fungos, liquens, tipos de solos, dentre outros.
Escolheu-se como estratégia de ensino às unidades temáticas, Aulas de Campo. Este material
apresenta sugestões de conceitos e estratégias metodológicas para o processo de ensino e
aprendizagem da disciplina de - Ciências Naturais, especificamente o Conteúdo Estruturante - Os
seres vivos e o meio ambiente.

Este material - Unidade Didática - é composto por 8 (oito) temas e será desenvolvido em 32h/a
previstas.
1. Locais para serem explorados com os alunos.
2. Biodiversidade Animal.
3. Biodiversidade vegetal.
4. Os Fungos.
5. Os liquens.
6. As aranhas e suas teias.
7. A Importância da manta – serapilheira para o solo.
8. Diferenciação de solos.

3 UNIDADES DIDÁTICAS
A elaboração das unidades didáticas se dá tendo como referência os conhecimentos
prévios dos alunos e científicos utilizados nas pesquisas, visando mostrar aos alunos a interação
entre a sala de aula e o campo e entre o conhecimento científico e o conhecimento prático para
melhor compreensão dos conteúdos e formação do indivíduo cidadão.

3.1. Locais para serem explorados com os alunos


3.1.1 Introdução
Constata-se a mesma proposição, porém complementada com a assertiva de que deve
haver compromisso social de cada um com o lugar - a cidade ou o campo - e, o ponto de partida
dos estudos ao longo do sexto ano e que esse estudo permita compreender como o local, regional
e global, relaciona-se neste espaço e interage com a biodiversidade.
Outro aspecto a ser trabalhado com os alunos, relaciona-se ao tempo histórico das construções,
como igrejas, museus, praças e parques, construindo junto com eles uma nova percepção destes
espaços que fazem parte da história e os indivíduos inseridos nela.
Sugerimos que os alunos do sexto ano sejam orientados pelo professor para conhecer o
espaço externo da escola, bem como a biodiversidade, uma vez que não sejam necessários
recursos para contratação de transporte e sem a exigência de que professores e alunos
desenvolvam as atividades no horário das aulas.
Sob a premissa de que o estudo desses espaços é de fundamental importância, favorecendo o
sentimento de pertencimento, ou seja, fazendo com que os alunos se sintam sujeitos e cidadãos
responsáveis, inseridos na construção e preservação desses espaços e da sua biodiversidade.

3.1.2 Atividade 1: Conhecer e entender a área externa da escola


a) Faixa Etária: Ensino fundamental
b) Material: diário de bordo – caderno, caneta, lápis, celular.
c) Objetivos:
 Conhecer a paisagem externa da escola, no sentido de compreender as principais
características do espaço onde sua escola se encontra inserida.
 Compreender a importância da conservação do meio ambiente externo da escola, no
sentido de proporcionar o bem-estar social para todas as pessoas que convivem nesses
espaços.
 Promover a inter-relação a biodiversidade existente no pátio com as pessoas que ali
convivem.
d) Metodologia:
Sugerimos que cada aluno do sexto ano do Ensino Fundamental seja orientado pelo
professor para reconhecer as dependências externas durante o horário das aulas, observando o
pátio, registrando suas impressões no diário de bordo e fazendo o uso do celular para fotografar
5 imagens que mais lhe chamam a atenção, relacionadas ao cenário em observação.
Estas imagens serão salvas no computador da escola, para em momento seguinte, impressas e
coladas nos seus diários de bordo. Os alunos ainda, descreverão suas justificativas pelas suas
escolhas, computarão, categorizarão as imagens captadas. A partir desta reunião de materiais,
desenvolver um debate entre os alunos na perspectiva de considerarem questões positivas e
negativas que o pátio apresenta, além de provocar a elaboração de propostas para a promoção
de um pátio agradável, acessível e com aspectos que acentuem conservação dos recursos
naturais.

3.1.3 Atividade 2: Conhecer e entender além dos muros da escola. A - Onde a sua escola
está inserida? B- Onde você mora?
a) Material
Diário de bordo- caderno, caneta, lápis, celular.
b) Objetivos:
 Identificar as principais características espaciais, socioeconômicas e
socioambientais dos locais onde a escola e sua casa estão inseridos.
 Comparar as semelhanças e diferenças observadas entre os dois espaços visitados,
inclusive se há interdependência entre eles.
 Compreender a inter-relação existente entre o local ao redor da escola e o interior
desta, considerando a biodiversidade.

c) Metodologia:
Sugerimos que os alunos do sexto ano sejam orientados pelos professores a conhecer outros
espaços localizados ao redor da escola, bem como o bairro onde mora, a fim de apontar as
semelhanças e diferenças existentes entre eles e, a inter-relação existente entre as pessoas, a
biodiversidade do bairro e o pátio da escola, compreendendo a influência que os bairros e/ou
espaços internos e externos exercem em suas vidas e de outras pessoas.
Após a investigação, retornar à sala de aula para apresentarem os dados coletados, discuti-
los e comporem uma produção de texto.

3.1.4 Atividade 3: Conhecer e Identificar os principais parques, praças e museus da sua


cidade.
a) Introdução
A realização das atividades nos parques, praças e museus contribuem para a formação
de estruturas cognitivas numa perspectiva em que os alunos possam construir uma nova
percepção desses espaços através da aprendizagem significativa, distando do ativismo e
espontaneísmo que permeia a vida escolar, dando ênfase ao conhecimento científico.
No entanto, para que sejam assimiladas as informações, os fatos, e alcançarem os
objetivos das atividades devem fazer novo sentido para cada aluno. É preciso lançar mão de
desafios para que os alunos estejam motivados, agregando informações que os possibilitem
construir conceitos científicos, de maneira prazerosa e lúdica, a partir das atividades orientadas
durante as aulas de campo.
b) Material
Diário de bordo, caneta, lápis, prancheta, autorização, roteiro/agenda.
c) Objetivos:
 Compreender a importância desses espaços urbanos e que geralmente são neles que
ocorrem a interação cultural.
 Comparar as semelhanças e diferenças entre os locais observados das atividades
anteriormente e os espaços observados neste momento.

d) Metodologia
O estudo desses espaços é de fundamental importância, favorecendo o sentimento de
pertencimento, ou seja, fazendo com os alunos se sintam sujeitos e cidadãos responsáveis pela
construção e conservação desses espaços.
Sugerimos que o professor e alunos planejem a saída, pois ela dependerá de custos e
autorizações.
Este documento é necessário, uma vez que os responsáveis pelos alunos precisam tomar
conhecimento e autorizar por escrito a saída dos educandos menores de idade para uma
atividade em ambiente externo à unidade escolar.
Nesse sentido, é imprescindível que constem no roteiro os objetivos da aula de campo,
a indumentária permitida, os materiais que os alunos deverão conduzir, os horários de saída da
escola, de visitas e de chegada à unidade escolar, conforme sugerido no modelo abaixo.
e) Sugestão para avaliar
Os alunos farão uma autoavaliação, isto é, uma reflexão do que aprendeu, e o que falta
aprender (em termos de habilidades) comportamentos, motivações, por escrito e oralmente.
Solicitar neste momento sugestões de ações para que as pessoas de convívio do aluno possam
se apropriar das mesmas sensações e mudanças de comportamento em relação as ambientes
visitados.
Haverá uma retrospectiva, isto é, uma retomada do que foi visto, ensinado e aprendido
(conteúdos, habilidades e competências) considerando os aspectos apontados durante as saídas
ao campo.

Sugestão de roteiro e autorização para conhecimento e assinatura dos responsáveis pelos


alunos que participarão da aula de campo
Escola: XXXX Turma: 6º ano
Data da aula de campo: XXXXXXX
Local da aula de campo: Parques, museus, praças entre outros.
Tema: A biodiversidade do Parque ou de demais ambientes.
Exemplo de objetivo:
Conhecer a importância da biodiversidade para o parque e população em geral.
Observação: Recomenda-se a elaboração de uma agenda apresentando o roteiro para
esclarecimentos aos pais e alunos quanto ao local, horário e atividades que serão realizadas
durante a aula de campo.

Sugestão de autorização
Autorizo o (a) aluno (a) .................... a participar da aula de campo de acordo com o roteiro e
data supracitados.
Data: XXXXX
Local: XXXXX
Assinatura do responsável: ............. Num. Ident .:.........
Texto: Biodiversidade – conceito, valores e ameaças
Atividade Prévia: Texto sobre biodiversidade – Leitura do texto em sala de aula, discussão e
estudo do texto em pequenos grupos.
- O que biodiversidade?
- Tipos de biodiversidade.
- Relação da biodiversidade com parques, ruas, bosques, dando ênfase ao pátio escolar.
- Formas de degradação da biodiversidade.
- Importância da manutenção da mata e do fundo de vale para o equilíbrio do ecossistema e
preservação da biodiversidade.
- Como proteger a biodiversidade local.
A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD), assinada durante a ECO 92, define
biodiversidade como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo,
dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistema aquáticos e os
complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de
espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Esta definição foi adotada pelo Programa
BIOTA/FAPESP desde sua criação em 1999.
A diversidade biológica do planeta é o resultado de quase 4 bilhões de anos de evolução e de
interação entre as espécies. Portanto com a extinção de uma espécie perde-se uma combinação
única de genes e expressões gênicas. Além do valor intrínseco, por uma questão ética, a
biodiversidade pode ter valores de uso direto, indireto e funcional. Este último tem sido
fortemente enfatizado ultimamente, pois a diversidade de espécies é a base para o
funcionamento dos ecossistemas e, portanto, na geração dos serviços ecossistêmicos. Estes
serviços foram estimados, de forma conservadora, serem da ordem de 50 trilhões de
dólares/ano.
A destruição e fragmentação de habitats, com a consequente redução das populações
minimamente viáveis, as espécies invasoras, a poluição e, mais recentemente, as mudanças
climáticas globais estão dentre as principais ameaças a biodiversidade.
A biodiversidade é uma das maiores riquezas do planeta, entretanto, é a menos
reconhecida como tal. O objetivo desse texto é caracterizar a biodiversidade
animal e vegetal, apontando as principais ameaças em cada região e também experiências e
iniciativas que demonstram a viabilidade de utilizarmos este gigantesco patrimônio natural de
forma sustentável. [...]
Resumo: Observar espécies de seres vivos dos diversos ambientes presentes na área de estudo
e o seu estado de conservação e degradação ambiental.
3.1.5 Tema 2. A biodiversidade animal /A natureza vista por outros olhos
a) Faixa etária: Ensino Fundamental
b) Nº de alunos: Grupo único de 35 alunos.
c) Material: Diário de bordo-caderno, ficha pautada, lápis, prancheta, lupa, binóculo, etc.
c) Objetivos da atividade
 Desenvolver aptidões de observação do ambiente;
 Observar biodiversidade local;
 Descrever a biodiversidade animal;
 Percepção dos sentidos: audição, olfato.
 Promover contato com a natureza.
d) Metodologia
Os alunos caminharão no pátio da escola, acompanhando o professor, livremente,
fotografando, observando e descrevendo os animais encontrados ao longo da caminhada,
registrando no seu diário de bordo.
Também será determinado aos alunos que prestem atenção nos sons diferenciando os que o
que são naturais e os que são provocados pelo homem, assim como, nos cheiros. Depois de
caminharem e completarem o percurso e o tempo estipulado receberão uma ficha pautada para
descreverem o que sentiram durante a passagem.
O registro sobre as atividades pode ser feito através de texto escrito no diário de bordo,
fotos coladas, desenhos, ou mesmo em forma de discussão entre alunos, em um círculo de forma
bem descontraída.
e) Resgatando dados:
Quantas espécies de animais nativos e exóticos existem no pátio?
Existe no pátio mais animais vertebrados ou invertebrados?
As condições que esses animais vivem no pátio são adequadas para sua reprodução e
preservação da espécie? Por quê?
Quais os motivos que levam o ser humano maltratar e destruir os animais do pátio? O que você
pensa a respeito dessa atitude?
Por que não é permitido alimentar os animais do pátio?

3.1.6 Tema 3. A biodiversidade vegetal/Conhecendo as plantas


a) Nº de alunos: Grupo único de 35 alunos.
b) Material: diário de bordo-caderno, caneta, lápis, lápis de cor, papel sulfite, celular, lupa,
sacola plástica, cola.
c) Objetivos da atividade
 Desenvolver aptidões de observação do meio ambiente;
 Compreender a biodiversidade vegetal.
 Reconhecer as partes das plantas;
 Percepção dos sentidos: tato e olfato;
 Promover o contato com a natureza.
d) Metodologia
Os alunos deverão caminhar livremente no pátio da escola, observando e descrevendo
a biodiversidade vegetal. Sentindo o cheiro das plantas e verificando quais podem ser tocadas.
Os alunos serão divididos em equipes de 5 alunos. Cada equipe deverá observar as explicações
do professor sobre as partes das plantas e depois:
Folhas: deverão procurar 3 diferentes tipos de folhas e identificar em cada uma delas as partes
que o professor demonstrou. Colocar no papel sulfite. Testar a textura das folhas.
Flor: os alunos devem, caso haja flores, apontar 3 flores distintas, e em apenas uma descrever
as partes (para evitar que arranquem várias). Caso não existam flores deve ser dado um tempo
para desenharem distintas flores, ou mesmo perguntando-lhes nomes de flores.
Frutos: encontrar frutos distintos, e caso não existam, descrever frutos da mata atlântica, ou
dizer nomes.
Caule: apontar para o professor/mediador diferentes tipos de troncos de árvores que estejam
observando e, podem testar a textura dos caules.
Resgatando dados:
Observou partes dos órgãos de plantas? Quais?
Quantas espécies foram observadas por cada grupo?
Por que esta variedade de espécie?
Se ocorresse um desmatamento em grande parte do pátio/fundo de vale. Que consequências
poderiam ocorrer?
O que as plantas oferecem a avifauna?
Todas as plantas possuem partes e/ou órgãos iguais? Justifique.
Quais os diferentes tipos de folhas encontradas?
Qual a função das folhas quando estão na planta viva?
Qual a função das folhas quando estão caídas no chão?
e) Sugestões
A atividade pode ser desenvolvida como uma gincana. As equipes podem ter nomes de
plantas ou de animais da mata atlântica e serem identificados por uma faixa colorida no braço.
Ao final todas as equipes entregarão seus cadernos de bordo, sulfites e serão premiadas, só as
que cumprirem todas as tarefas. Ex. potes de geleias de frutas.

3.1.7 Tema 4 – Os fungos/À procura de fungos


a) Faixa Etária: Ensino Fundamental.
b) Nº de alunos: grupo único de 35 alunos.
c) Material
Para cada aluno: diário de bordo-caderno, máquina fotográfica (celular), lápis, papel, lupa de
mão, prancheta, giz de cera, pedaços de frutos, flores, folhas, retalhos de cartolina.
d) Objetivos da Atividade
 Reconhecer os tipos de fungos existentes na mata/pátio da escola através da observação
de cores e estruturas;
 Discutir a importância dos fungos para a biodiversidade da mata.
 Conhecer como os fungos se nutrem;
 Identificar as estruturas dos fungos;
 Compreender como os fungos se reproduzem;
 Selecionar informações na internet.
e) Metodologia
Nos bancos existentes no pátio da escola, ou parque, ou bosque, os alunos, junto com o
professor fazem breves relatos para expressarem seus conhecimentos prévios sobre os fungos:
cores, formas, importância, utilidade, curiosidades, locais onde se formam os fungos e nossas
casa. Em seguida, caminhando pela mata os alunos podem observar a olho nu e com uma lupa
de mão, os diferentes fungos existentes nos troncos das árvores, sobre o chão, a manta, folhas
verdes, frutos. Durante esta observação os alunos podem encontrar tipos diferentes de fungos.
Logo após, fazem registros dos fungos observados na forma de fotografia, desenhos e pinturas.
Ao final da trilha os alunos escolhem locais para depositarem frutos, pequenos pedaços
de flores, folhas em determinados pontos da mata para que sejam observados em intervalos de
5, 10 e 20 dias.
Após 20 dias, o professor e alunos compõem um mural com registros dos alunos para ser
afixado no pátio e/ou no laboratório, socializando as observações.
f) Resgatando dados:
Indique quais os seres vivos responsáveis pelo processo de decomposição e qual é a importância
desse processo para o meio ambiente.
Quais os tipos de fungos mais conhecidos?
Na sua casa existem fungos? Quais tipos? São importantes? Por quê?
No pátio você observou fungos? Qual a forma deles? O(s) local(is) onde foram encontrados
como é?
Nenhuma observação foi realizada. Como você justifica esse fenômeno?
Que conclusão pode-se tirar por estes questionamentos?

3.1.8 Tema 5. –Os liquens/Reconhecimento dos liquens


a) Faixa Etária: Ensino Fundamental.
b) Nº de alunos: grupo de 35 alunos.
c) Material
Para cada aluno: lápis, diário de bordo-caderno, celular, lápis de cor, lupa de mão.
d) Objetivo da Atividade
 Localizar liquens nos troncos das árvores;
 Compreender como os líquens se reproduzem;
 Entender como os liquens se formam;
 Analisar a importância dos liquens para a biodiversidade local;
 Verificar a importância dos liquens como bioindicadores de poluição;
 Elaborar textos.
e) Metodologia
Com a ajuda do professor, os alunos andam pelas trilhas, dos locais escolhidos, para
observarem os tipos de liquens, com o uso da lupa de mão ou a olho nu.
Ao retornarem dos locais/trilhas, os alunos discutem a importância dos liquens e
compõem pequenos textos ilustrados com suas fotos e/ou figuras, sobre o observado.
f) Resgatando dados:
Você escolheu e observou uma árvore. Quantos liquens estavam presentes na árvore? Havia
liquens diferentes numa mesma árvore? Por que o líquen é um indicador ambiental?
Os liquens são seres vivos macroscópicos ou microscópicos? Justifique sua resposta.
Como os liquens são formados?
A que reino pertence os liquens?
3.1.9 Tema 6. - As aranhas e suas teias
a) Faixa Etária: Ensino Fundamental.
b) Nº de alunos: grupo único de 35 alunos.
c) Material
Para cada aluno: diário de bordo-caderno, lápis, caneta, prancheta, celular, giz de cera, papel.
d) Objetivos da Atividade
 Observar como vivem as aranhas nas teias;
 Explicar o posicionamento das aranhas no Reino Animal;
 Conhecer os hábitos das aranhas;
 Refletir sobre os problemas que as aranhas podem causar quando apanhadas comas mão
e/ou quando somos picados por elas.
e) Metodologia
Ao longo da trilha, os alunos observam a presença de teias de aranhas existentes no local
escolhido pelo professor, mata do pátio da escola.
Em seguida, anotam no seu diário de bordo como é a sua forma e onde estão presas as teias.
Identificam quantas aranhas há na teia. Observam se existe algum inseto preso na teia.
Retornando para a discussão em um grande grupo, os alunos se sentam com o professor para
refletir sobre a importância das aranhas para o ecossistema, a função da teia e sua durabilidade.
Na sequência os alunos desenham livremente sobre os aspectos estuados e analisam com o
auxílio das suas fotografias.
f) Resgatando dados
As aranhas são insetos? Por que?
Como as aranhas participam da dinâmica do pátio?
Conseguiram capturar muitas aranhas?
Como vocês as classificam: Nocivas ou Amigas? Por que?
As aranhas são invertebrados ? Explique.
Cite três características externas que diferenciam os artrópodes (aranhas), de uma borboleta,
um inseto.
Como as aranhas constroem suas teias? Que material é usado? Qual a importância dessas teias
para elas?
3.1.10 Tema 7 - A importância da manta/serapilheira para o solo.
a) Faixa Etária: Ensino Fundamental.
b) Nº de alunos: grupo único de 35 alunos.
c) Material
Para cada aluno: lápis, diário de bordo-caderno, prancheta, papel, sacola plástica, folha de papel
pardo/jornal, cola, papel cartão.
d) Objetivos da Atividade
 Identificar camadas diferenciadas da manta;
 Identificar interações vivas e não vivas sob a manta;
 Desenvolver a habilidade da observação.
e) Metodologia
O professor comenta com os alunos sobre a importância das folhas para as plantas. Em
seguida, os alunos junto com o professor pegam algumas folhas secas para observar sua forma
e a presença ou ausência de algum tipo de ser vivo sobre as mesmas.
Revolvem a manta com a mão ou com um pedaço de galho para identificar e quantificar a
existência de animais e materiais em decomposição. Registrem no seu diário de bordo.
Observam e reconhecem que a manta é constituída por diferentes camadas representadas
por ação decompositora. Discutem a importância desta decomposição no ciclo de vida da mata
do pátio.
A seguir, coletam uma amostra da manta para compor uma expressão artística através
da construção de um mosaico coletivo (em grupos), com papel ou cartão. Depois que saírem da
trilha/mata, os alunos junto com o professor discutem a importância da manta, descrevendo a
atividade realizada por meio de desenhos, fotos e, concluindo com a ideia de manutenção das
relações dos seres vivos na natureza.
f) Resgatando dados:
Você observou a presença de materiais orgânicos no solo? Quais?
Qual a importância das folhas para formação da manta do solo?
Pense na rua onde você mora e no caminho que você faz para chegar à escola. O solo onde você
pisa é igual ao solo do pátio? O solo sempre foi do mesmo jeito? Isso é bom para o ser humano?
Qual a importância da camada serrapilheira na constituição e funcionamento do solo?
Qual o componente predominante no solo observado?
O solo agrícola não possui serapilheira. Como ele deve ser tratado em função desta ausência?
O solo do pátio está degradado? Quais os responsáveis pela degradação? Como evitar as
degradações e erosões?
3.1.11 Tema 8. – Diferenciação de solos
a) Faixa Etária: Ensino Fundamental.
b) Nº de alunos: grupo único de 35 alunos.
c) Material
Para cada aluno: lápis, papel, prancheta, saco plástico, pá de jardim/colher, diário de bordo-
caderno.
d) Objetivos da Atividade
 Conhecer os vários tipos de solos presentes na mata do pátio.
 Relacionar a importância do solo para os seres vivos;
 Diferenciar os solos por meio de características físicas, como cor e textura.
e) Metodologia
Os alunos, juntamente com o professor observam e diferenciam o solo na mata/pátio e
estabelecem uma relação com os diferentes tipos de vegetação existentes. Com uma pá de
jardim e/ou colher, recolhem amostras de solo em sacos plásticos para observarem a existência
de partículas minerais e matéria orgânica.
Logo após, os alunos fazem pequenos sulcos no solo, com o auxílio de uma pá/colher,
observando a existência de organismos vivos como minhocas, formigas e fungos.
Os alunos e o professor, discutem sobre a importância do solo em relação à biodiversidade
existente no pátio/mata.
f) Resgatando dados:
Solo é a mesma coisa que terra? Justifique sua resposta.
Todos os solos são iguais?
Em que locais do pátio você observou a existência de erosão?
Quais as causas da degradação do pátio?
O solo é um componente abiótico ou biótico do pátio? Por que?
O solo do pátio é poluído ou contaminado? Explique sua resposta.
Com o auxílio de livros e da internet, descubra o significado de:
a) solo cansado.
b) pedologia.
c) adubação verde.
d) solo húmico.
e) erosão eólica.
Explique como a areia deixa passar a água rapidamente e a argila não.
4 UNIDADES DIDÁTICAS DE AVALIAÇÃO:
 Diagnóstica e contínua:
Os alunos serão avaliados de forma contínua e diagnóstica em todas as unidades
didáticas realizadas, principalmente no resgatando os dados, que será realizado quando todos
os alunos/grupos terminarem suas unidades, e então apresentarão para o grande grupo aquilo
que aprenderam durante o trabalho. O professor recolherá o diário de bordo para fazer suas
considerações e até mensurar as unidades, de acordo com critérios próprios ou do Projeto
Político Pedagógico da escola.

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES
 As unidades didáticas, em seu caráter flexível e aberto, admitem modificações que
podem acompanhar as características específicas de cada professor e turma, facilitando
a sua aplicação no seu cotidiano e em trabalhos de Educação Ambiental e Aulas de
Campo.
 As unidades são ferramentas do trabalho docente e consideradas universais, por
poderem ser aplicadas em qualquer área verde, pátio escolares, fundo de vale, praças,
ruas, parques, play ground, dependendo dos objetivos a serem alcançados, e de
criatividade e interesse do professor.
 A característica investigativa das unidades provoca a motivação e interesse do aluno à
participação da prática, o que favorece a aprendizagem significativa, avaliada pela
conduta, interesse, mudança de hábito e participação.
 O professor consegue observar, de maneira incipiente, que é possível enquadrar
qualquer unidade num contexto geral do currículo, pois, ainda, encontra-se vinculado à
antiga proposta curricular escolar e, inseguro para ousar no seu trabalho. Assim, é
importante que ocorram, continuamente, propostas de cursos que fortaleçam a postura
de um professor crítico e transformador.
 O conhecimento da estratégia, Aula de Campo, é significativo para a formação de novos
parâmetros para uma consciência ambiental, social, política e cultural, na formação do
indivíduo cidadão, ensinando-os a observar e respeitar o mundo em que vivem, ao invés
de destruí-lo ou violá-lo.
4. REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura, Secretaria do Ensino Fundamental. Parâmetros


curriculares nacionais: geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CORRÊA FILHO, J. J.. Aula de campo: como planejar, conduzir e avaliar? Petrópolis, RJ : Vozes,
2015.
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MOREIRA, A. L. O. R. Floresta: um referencial para a percepção e educação ambiental. São


Carlos: UFSC. 2004. Tese (Doutorado em Ciências) – Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos – SP, 2004.

KOFF, E. D. A questão ambiental e o estudo de ciências: algumas atividades. Goiânia:


UFG,1995.

PASQUALI, M. S. Feiras estaduais de ciências como um ato pedagógico: um estudo de caso.


Goiânia: UFG, 1995. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1995.

CARNEVALLE, M. R. (Org.). Ciências: 6º ano. 4.ed. São Paulo: Moderna, 2014. Projeto Araribá.

QUEIROZ, G. Acesso ao conhecimento científico pela mídia e ambientes não escolares em


uma nova situação educacional. IN: DALBEN, A.; DINIZ., J.; LEAL.; SANTOS, L. (Orgs.).
Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente: educação ambiental,
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Horizonte: Autêntica, 2010. Coleção Didática e Prática de Ensino.

SCHUVARTZ, M. A escola vai ao bosque Auguste Saint-Hilaire. Goiânia: Índice, 2011.

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