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Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 20, Número 3, Setembro/Dzembro de 2016: 637-639. 637
lidar com os próprios sentimentos (Del Prette & Del Prette, dor, vacina, medo de que aconteça algo com a sua mãe,
2013). entre outros. À medida que as crianças falavam, os colegas
Tendo em vista que a escola é um espaço privilegia- pensavam em maneiras para lidar com a situação. Além dis-
do para promover o desenvolvimento social das crianças, so, foi utilizado o livro ilustrado “Quando sinto medo” como
um colégio particular da cidade de Porto Alegre (RS) conta recurso para exploração do tema, pois, segundo Friedberg
com uma série de projetos que buscam desenvolver habi- e McClure (2004), atividades que envolvam histórias são
lidades sociais relevantes nos seus alunos. A meta é que um modo eficaz de trabalhar com as emoções. Os autores
os estudantes mantenham relações sociais mais saudáveis acrescentam ainda que, durante a leitura, é recomendado
com os demais, enfrentem as demandas do meio social de conversar com as crianças a respeito do que estão com-
forma adaptativa e tenham um rendimento acadêmico mais preendendo, assim como os sentimentos percebidos nos
positivo. As atividades são realizadas por meio do currículo personagens da história.
socioafetivo desenvolvido pela escola, onde as relações in- A fim de introduzir o sentimento tristeza, utilizou-se o
terpessoais, as emoções, a identidade e a autoestima são livro “Estou triste”. Os alunos se identificaram com situações
contempladas nas práticas educativas, evitando o enfoque ao longo da leitura, e contaram histórias pessoais nas quais
apenas na dimensão cognitiva dos alunos (Chem & cols., se sentiram tristes. Além de relatar suas vivências, foi pro-
2007). Assim, neste relato serão apresentadas vivências porcionado que pensassem em maneiras de lidar com este
com duas turmas de primeiro ano ao longo de sete meses, sentimento. Pode-se usar como exemplo a fala de um meni-
com encontros semanais de 50 minutos, onde são trabalha- no, que ao contar sobre a falta que sentia do avô, já falecido,
dos autocontrole e expressividade emocional. chorou muito. Neste momento, os colegas se mobilizaram
na busca de ideias para amenizar a saudade e tristeza que
ele sentia, e toda a turma elaborou um cartaz com maneiras
Relato de experiência pensadas por eles para lidar com estes sentimentos.
Falcone, E. O. (1998). A avaliação de um programa de treinamento Zahn-Waxler, C., Klimes-Dougan, B., & Kendziora, K. (1998). The
da empatia com universitários. Tese de doutorado. Universidade study of emotion socialization: Conceptual, methodogical, and
de São Paulo, São Paulo. developmental considerations. Psychological Inquiry, 9 (4), 313-
316.
Friedberg, R. & McClure, J. (2004). A prática clínica de terapia
cognitiva com crianças e adolescentes. Porto Alegre: Artmed.
Sobre as autoras
A importância de nomear as emoções na infância * Fernanda Tabasnik Schwartz, Graziela Pereira Lopes & Lauren Frantz Veronez 639