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PRÉ – NATAL

1ª Consulta (início da gravidez)


 Queixas
 Anamnese
 Tentar determinar a idade gestacional
 G, P, A
 Analisar peso, IMC e pressão
 Prescrever Ácido Fólico diariamente até no máximo 12 semanas, Omega 3, Vit. B e Vit.
D
 Pedir e anotar os resultados dos exames de hemograma, glicemia, tipo sanguíneo Rh,
TSH, anti-HBS, EAS, Teste da mamãe 1, colpocitologia e ultra-som endovaginal
(principalmente entre a 10ª e 13ª semanas para medir a translucência nucal, osso
nasal e ducto venoso) no cartão do pré-natal.
 Avaliar vacinas (tétano, H1N1, Hepatite B e DTPa).
 Orientar alimentação mais saudável e com menos sal.
 Orientar atividades físicas.
2ª, 3ª ... Consultas
 Queixas
 Analisar peso, pressão, edemas, fazer manobras de Leopold, AFU, BCF
 Ver e anotar os resultados dos exames (ver tabela)
 Vacinas.
0
20 semana
 Pedir ultra-som morfológico fetal
 Pedir Hemograma, glicemia de jejum ou hemoglobina glicada e EAS (se possível com
urocultura + antibiograma).

26º semana

 TOTG
 Ecocardiograma fetal.

30a semana
 Pedir USG e Doppler.
 Orientar paciente sobre sintomas antes e durante o trabalho de parto.

35a semana
 Swab vaginal e anal para pesquisa para Streptococcus agalactiae.

Obs.:
1- Sempre anotar tudo na ficha de Pré-natal, principalmente os resultados de exames.
2- Pacientes com dores nos membros inferiores observar a presença de varizes e pedir
teste de falcisação (anemia falciforme).
3- O ideal é pedir 3 ultrassonografias durante o pré-natal (12º semana, 20º semana e no
final da gravidez). O ultra-som mais preciso é o realizado pela via endovaginal, até a
12ª semana), margem de erro de ± 1/2 semana.
4- Diabetes gestacional:
- Glicemia entre 92 - 126  diabete gestacional.
- Glicemia < 92 TOTG entre 26 e 28 semanas.
- TOTG com 75g com 1 ou mais valores alterados  diabetes gestacional.
- Fazer contrôle com hemoglobina glicada, geralmente, de 3/3 meses.
- Valores:
- Jejum ≥ 92 mg/dl
- 1 hora ≥ 180 mg/dl
- 2 horas ≥ 153 mg/dl
5- H.A.  > 14/9 = HAS
- aumento de mais de 30 mmHg na sistólica e ou de 15 mmHg na diastólica  Pré-
eclâmpsia.
Avaliação dos resultados laboratoriais

Hemograma Normal Nada


Hemograma Anemia Sulfato Ferroso
Hemograma Anemia Prescrever Ácido Fólico 5mg.
falciforme
Tipo de sangue Rh positivo Nada
Tipo de sangue Rh negativo Coombs indireto de 2 em 2 meses e em caso de qualquer
sangramento (fazer vacina ante Rh caso o resultado fique
positivo e após sangramento)
Glicemia Normal TOTG 24ª A 28ª SEMANA
Glicemia Alterada Orientar alimentação e atividade física. Orientar
endocrinologista.
VDRL Negativo Nada
VDRL Positivo Pedir FTA-ABS, caso seja positivo, 2.400.000UI de Pen. Benzatina
(primária), 2.400.000UI e repetir com 1 semana (secundária) e
2.400.000UI e repetir com 1 e 2 semanas se for terciária ou com
mais de um ano ou tempo de infecção for indeterminado.
HIV Negativo Nada
HIV Positivo Pedir CD4, CD8 e PCR, caso CD4 seja menor que 300 começar
tratamento durante a gravidez. Fazer medicação durante o parto
e fazer acompanhamento do RN por seis meses.
HTLV Negativo Nada (não é AIDS).
HTLV 1 Positivo Proibir amamentação (pode causar leucemia, mielomas, doenças
imunológicas ...
HTLV 2 Positivo Proibir amamentação (não há comprovação de que cause
doenças)
Chagas Negativo Nada
Chagas Positivo Orientar para que faça controle 6 meses após o nascimento para
evitar transmissão materno fetal.
Hepatite B Negativo Nada
Hepatite B Positivo Vacinar o RN logo após o parto (3 doses).
A Hepatite B aguda é diagnosticada com resultados de antigénios
HBs e HBe, e anticorpos anti-HBc além de transaminases
simultaneamente. A infecção passada resolvida caracteriza-se
por anticorpos anti-HBs e anti-HBc do tipo IgG.A imunidade
efectiva da vacina é determinada pela detecção de anticorpos
anti-HBs do tipo IgG, mas não anti-HBc. O doente crónico
apresenta no sangue antigénios HBe e HBs altos e anticorpos
anti-HBc do tipo IgG mas não anti-HBs. Além disso, pode ter
transaminases elevadas (hepatite activa) e testes para a presença
de vírus no sangue (PCR) positivos.

Hepatite C Negativo Nada


Hepatite C Positivo Encaminhar ao pediatra para fazer acompanhamento. A maioria
dos fetos tornam-se sorologicamente negativos entre a 8ª e a 12ª
semanas de vida.
Existe um tratamento com o Interferon Peguilado associado a
Ribavirina (ainda em estudo).
Rubéola IgG + IgM - Nada
Rubéola IgG – IgM- Repetir IgM de 2 em 2 meses
Rubéola IgG+/- IgM+ Pedir Teste de Avidez, quanto menor for o resultado menor
tempo de infecção e quanto maior for o resultado, maior o
tempo de infecção. A Rubéola é terrível para o embrião no início
da gravidez.
Toxoplasmose IgG + IgM- Nada
Toxoplasmose IgG – IgM- Repetir IgM mensalmente
Toxoplasmose IgG+/- IgM+ Pedir o Teste de Avidez. A interpretação segue o mesmo principio
da Rubéola. O Tratamento pode ser feito com a Espiramicina
(Rovamicina 250 ou 500mg) 2g VO diário ou após o 4º mês de
gravidez pode ser utilizada a Piremetamina (Daraprim 25mg) 100
a 200mg 1º dia e manutenção de 25 a 50mg dia associada ao
Ácido Folínico (Leucovorim 15mg ou Tecnovorim 15mg) 7,5mg
dia.
Obs: Não usar ácido fólico nem levedo de cerveja e fazer controle
hematológico semanal com atenção paras as plaquetas.
Citomegalovírus A maioria das mulheres grávidas apresentam IgG +, ou seja, já
tiveram infecção pelo Citomegalovírus e podem passar o vírus e
os anticorpos contra o vírus para o RN. Caso a infecção ocorra
durante a gravidez IgM + a chance de passar o vírus para o RN
gira entre 30 e 50% e entorno de 90% dos bebes contaminados
tem infecções assintomáticas e 10% podem apresentar sintomas
tardios como perda auditiva.
Os RN infectados intra útero (10 a 15%) podem apresentar
problemas graves como problemas no SN, CIUR, microcefalia,
icterícia, hepatomegalia, esplenomegalia, petéquias e óbito fetal.
Até 90% ficam com seqüelas com perda auditiva, deficiência
visual, retardo mental e problemas neurológicos.
As principais vias de transmissão é por contato sexual, beijo
(orofaringe), urina, sêmen, sangue e lágrimas de pessoas
infectadas.
ANEMIAS

 Hb < 11 g/dl (muitas vezes é fisiológica)


 ± 85%
 Anemia falciforme Hbs
Normal Anormal
Hb (g/dl 13 < 11
H 4,7 < 3,5
VCM 83 <78
HCM 28 <27
Ferritina 15 - 200 < 15
Ferro sérico 50 – 150 < 50
 Tratamento: Sulfato ferroso 4 – 5 comps/dia; Noripurun 2 comps/dia; Neutrofer 2
comps/dia.
DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL

 Mãe Rh -, pai Rh +
 DU + risco desprezível
 ABO neonatal
 Repetir Coombs de 3 em 3 meses
 Coombs + < 1/16: repetir coombs indireto mensalmente com USG e Doppler
 Coombs > 1/16 encaminhar centro de medicina fetal
 Profilaxia em todas as pacientes Rh- DU- na 28ª semana de gestação
 Pós-parto, se concepto for Rh+ ou Rh- DU+, fazer gamaglobulina anti-D,
preferencialmente antes de 72 horas, podendo não ocorrer a sensibilizaçãoquando a
administração é feita em até 21 dias. Quanto menor o intervalo, maior a eficácia.
HIPOGLICEMIA E HIPOTENSÃO NA GRAVIDEZ

A hipoglicemia pode interferir no desenvolvimento e funcionamento do organismo materno,


podendo ser a causa de fraqueza, suor frio, tonturas, desmaios, dormência, escotomas, visão
turva, dupla, náuseas e etc.
Considera-se hipoglicemia quando a glicemia esta abaixo de 70 mg/dL.
Pode causar causar restrição do desenvolvimento fetal, diminuição da oxigenação podendo
causar lesões cerebrais e até a morte.
O tratamento mais recomendado é alimentar de 2 a 3 horas e acompanhamento glicêmico.
A ultrassonografia está indicada para avaliação do densenvolvimeto fetal.
A hipotensão, diminuição da pressão nas grávidas, é normal, a progesterona é um vaso
dilatador, que aumento o fluxo vascular placentário, levando uma diminuição da pressão
arterial materna. Com o aumento do volume sanguíneo, fisiológico, a pressão tende a
normalizar.
O maior risco da hipotensão é o desmaio com queda.
Caso a paciente tenha fraqueza, visão turva, tonturas e doresde cabeça, a melhor coisa a fazer
é sentar, deitar DLE, se possível elevar os membros inferiores, inspirar profundamente e
ingerir algo com sal.
A alimentação fracionada em menor tempo também ajuda na prevenção da hipotensão
materna.
HIPEREMESE GRAVÁDICA

 Incidência de 2 a 3/1000
 Geralmente 1º trimestre
 Raramente pode levar a morte (psicose de Wernicke-Korsakoff)
 Sinais de gravidade ( k < 3,5, cetonúria > ++, hipocloridria, Na < 136, aumento da
osmolaridade)
 Tratamento oral:
Ondasetrona 4 a 8 mg 6/6 horas
Metoclopramida 6/6 horas
Dimenidrinato 6/6 horas
Levomepromazina 4%, 3 gotas VO de 8 em 8 horas.
Vit. B
 Casos mais severos, internar, hidratar e fazer Vit. B (psicose de Wernicke-Korsakoff)
INFECÇÃO URINÁRIA

 Nº de bactérias ≥ 100.000 com colônia.


 Incidência ± 10%
 Principal complicação é a pielonefrite (disúria (algúria), polaciúria, urgência miccional e
Giordano +)
 Diagnóstico: EAS, Urocultura + antibiograma.
Tratamento preferencial: Ampicilina, Cefalosporina e Nitrofurantoína. (Ciprofloxacino deve ser
evitadas por poder depositar nos ossos e dentes do feto e poder causar insuficiência hepática
na mãe).
Tratamento pielonefrite:
• Ampicilina (Binotal®) – 1 g a 2 g por via endovenosa a cada 6 horas
• Cefalotina (Keflin®) – 1 g a 2 g por via endovenosa a cada 6 horas
• Cefazolina (Kefazol®) – 1 g a 2 g por via endovenosa a cada 8 horas
Obs.: Fazer avaliação de 24 a 48 horas a após remissão do quadro clínico, manter tratamento
via oral por 14 dias.
Chamar infectologista.
SÍFILIS

Pode causar múltiplas alterações fetais até a morte.


VDRL e FTA-ABS no 1º e 3º trimestre.
Não é transmissível pela amamentação.
Pesquisar e tratar o parceiro e filhos.
O VDRL não é específico e pode ter resultado falso positivo.
FTA-ABS é específico e mantem-se positivo por toda a vida.
Causas de falsos positivos podem ocorrer em casos de hanseniase, malária, colagenoses e
mononucleose.
VDRL +, titulo alto (1/8ou >) e FTA-ABS +  sífilis ativa
VDRL +, titulo baixo (até 1/4) e FTA-ABS -  falso positivo (reação cruzada)
VDRL +, titulo baixo (até 1/4) e FTA-ABS +  cicatriz sorológica ou sífilis latente
VDRL - e FTA-ABS +  cicatriz sorológica ou falso positivo.
É considerado curado depois da confirmação da queda das titulações em pelo menos 2
diluições com intervalo de 3 em 3 meses.
O controle do tratamento deve ser feito após 3 meses com novo VDRL.
HERPES, HERPES-ZÓSTER E VARICELA

É o resultado da infeção primária causada pelo vírus da varicela-zóster, do grupo do herpes


vírus e pode causar comprometimento materno-fetal.
No 1º e 2º trimestre pode comprometer o feto, síndrome de varicela congênita, com
malformações fetais.
No 3º trimestre pode causar morte materna e viremia fetal.
O herpes-zóster é causado pela vírus da varicela-zóster, apresenta-se de forma benigna e não
acarreta risco para o feto e o RN.
O herpes pode ser transmitido ao feto durante a gravidez (raro) e pode levar a morte fetal.
Se na ocasião do parto a paciente apresentar lesões herpéticas no canal vaginal, a via de parto
deverá ser cesárea.
SANGRAMENTO NA GRAVIDEZ

Existem várias causas de sangramento na gravidez.


No 1º trimestre podemos ter, no início da gravidez, o sangramento de implantação ou nidação,
geralmente discreto e pode perdurar por algumas semanas, as cólicas geralmente são devido a
distensão uterina e a resolução é espontânea sem afetar a gravidez.
Algumas vezes temos o sangramento de origem cervical que pode ser causado por lesões
cervicais e também pelo aumento da circulação sanguínea no colo uterino. O diagnóstico pode
ser feito pelo exame especular, devendo o casal abster-se de relações sexuais para evitar que
aumente o sangramento. Não afeta a gravidez.
Sangramentos intensos com cólicas abdominais podem ser patológicos e será descrito no
capítulo sobre aborto.
No 2º trimestre é mais incomum e pode estar correlacionado com placenta baixa,
descolamento da placenta e alterações cervicais.
No 3º trimestre pode ser sinal de trabalho de parto, acretismo placentário, descolamento
placentário e alterações cervicais.
Caso o sangramento não seja de origem cervical, em qualquer fase da gravidez, devemos saber
o tipo de sangue da paciente para profilaxia da eritroblastose fetal.
PLACENTA PRÉVIA

É aquela placenta situada totalmente ou parcialmente no segmento inferior do útero,


após 28 semanas de gestação
Classificação:
- Menor: quando não alcança o OCI do colo (margem da placenta à menos de 2cm do
OCI).
- Maior: quando alcança o OCI.
1- Marginal: margem da placenta alcança o OCI sem ultrapassa-lo.
2- Parcial: placenta recobre parcialmente o OCI.
3- Total: recobre totalmente o OCI.
Fator de risco:
- Principal: cesárea prévia
- Idade materna avançada, tabagismo, multiparidade e gravidez gemelar.
Quadro clínico:
Hemorragia indolor, vermelho brilhante, não relacionada com história de trauma,
progressão.
Geralmente migra com o crescimento uterino.
ABORTO

 < 20 semanas, < 500g e < 27cm.


 Ameaça de abortamento:
Sangramento antes de 22 semanas
Tratamento:
Repouso + progesterona (Utrogestam 100 ou 200 mg endovaginal ou Duphaston 10 mg VO).
 Aborto inevitável
Colo dilatado
 Aborto incompleto
Restos, produtos da concepção não eliminados.
 Completo
 Retido
Morte fetal sem eliminação.
CCN > 5 mm sem BCF.
Tratamento
Ate 12 semanas: dilatação + AMIU ou curetagem
Maior que 12 semanas: dilatação obrigatória com extração com pinça.
Misoprostol:
Até 13 semanas: 200mg 6/6 horas ou 400mg 8/8 horas ou 800mg 12/12 horas.
13 – 17 semanas: 200mg 6/6 horas.
18 – 26 semanas: 100mg 6/6 horas.
3° trimestre: 25 a 50 mg 6/6 horas até 4 doses. Não usar ocitocina dentro de 6 horas do uso do
misoprostol.
Contraindicações:
Asma
Alergia
Uso conjunto de ocitocina
DIU
Suspeita de gravidez ectópica
Massa anexial
 Infectado
Abortamento incompleto, manipulação instrumental cavitária e introdução de sondas.
Tratamento:
Clindamicina 800 a 900mg EV 8/8 horas + Gentamicina 1,5mg/Kg EV 8/8 horas, não melhorou
em 48 horas, Ampicilina 1g EV de 4/4 horas.
Anaeróbios: Metronidazol 400 – 500mg 8/8 horas.
 Repetição
É definida como dois ou mais abortos consecutivos.
Para efeitos de investigação, o aborto é definido como a perda de uma gravidez clínica
documentada por ultrassonografia (US) ou exame histopatológico.
Problemas genéticos:
A frequência de anormalidades esporádicas no cariótipo de produtos de concepção é muito
elevada, enquanto a incidência de anormalidades no cariótipo dos pais é baixa.
SAAF:
Os testes mais aceitos são o anticoagulante lúpico (AL), o anticorpo anticardiolipina
(aCL) e a anti- β 2-glicoproteína I.
Os anticorpos antifosfolipídeos têm uma variedade de efeitos sobre o trofoblasto, incluindo
inibição da diferenciação das vilosidades coriônicas e da invasão do citotrofoblasto extraviloso
na decídua; indução de apoptose do trofoblasto; e desencadeamento de vias inflamatórias
maternas na superfície do trofoblasto.
Critérios de classificação da síndrome do anticorpo antifosfolipídeo –
consenso internacional*

Critérios clínicos
Episódio anterior de trombose
Desfecho gestacional desfavorável
Uma ou mais mortes fetais, inexplicadas, de fetos morfologicamente normais, após 10
semanas de gestação
Um ou mais nascimentos prematuros, de recém-nascidos morfologicamente normais, antes de
34 semanas de gestação, associado à eclâmpsia, à pré-eclâmpsia ou à insuficiência placentária
Três ou mais abortos espontâneos, consecutivos, antes da 10ª semana de gestação, quando
excluídas as causas anatômicas e hormonais maternas e causas cromossômicas, tanto
maternas quanto paternas
Critérios laboratoriais
AL presente no plasma em duas ou mais ocasiões, com intervalo de pelo menos 12 semanas
entre as dosagens aCL IgM ou IgG presente em duas ou mais ocasiões, com intervalo de pelo
menos 12 semanas entre as dosagens.
Anticorpo anti- β 2 -glicoproteína I IgM ou IgG presente em duas ou mais ocasiões, com
intervalo de pelo menos 12 semanas entre as dosagens.
* É necessária a presença de pelo menos um critério clínico e um critério laboratorial. aCL,
anticorpo anticardiolipina; AL, anticoagulante lúpico; IgG, imunoglobulina G; IgM,
imunoglobulina M.
A investigação para a SAAF está indicada na presença de história de três ou mais abortos
espontâneos antes da 10ª semana de gestação quando anormalidades anatômicas ou
hormonais maternas e causas cromossômicas paternas e maternas foram excluídas; quando
ocorre uma única perda inexplicada de um feto morfologicamente normal após 10 semanas de
gestação; ou quando ocorre um ou mais nascimentos prematuros de um recém-nascido
morfologicamente normal, antes de 34 semanas de gestação, em virtude de eclâmpsia, pré-
eclâmpsia grave ou na presença de características de insuficiência placentária.
Trombofilias hereditárias  história familiar de trombofilia.
Fator V de Leiden, mutação do gene da protrombina, proteína C, proteína S e antitrombina.
INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL (IC)

Colo curto não necessariamente é incompetente, não precisa cerclar, mas se vai encurtando,
pensar em cerclar.
Progesterona: não existe estudo comprovando que após a cerclagem podemos tirá-la,
portanto, é prudunte mantê-la.
Geralmente realizada entre 13/14 semanas.
Retirar a cerclagem com 36 semanas.
Perdas assintomáticas ou oligossintomáticas de 2º trimestre indica a cerclagem.
Definição: incapacidade do colo uterino em reter o produto da concepção no 2º trimestre da
gravidez, na ausência de sinais e sintomas de contrações e ou parto.
Características da história de IC:
1- História de ≥ 1 abortamento no 2º trimestre.
2- História de perdas fetais cada vez mais precoces
3- História de dilatação indolor até 4 – 6cm.
4- História de lesão cervical conização cervical.
5- Lacerações cervicais intraparto ou por dilatação traumática para
abortamento.

Tratamento:
1- Colo ≤ 25mm entre 20 – 24 semanas progesterona.
2- Encurtamento do colo cerclagem + progesterona.
3- Cerclagem eletiva: 12 – 13 semanas (história)

De emergência:
 Até 24 semanas.
 Dilatação cervical < 4cm e herniação das membranas.
 Sem contrações e ou parto
 Afastada a infecção intraamniótica

USG de colo uterino tem sensibilidade para detecção de prematuridade quando realizado
entre 20 – 24 semanas, usar progesterona e cerclagem de resgate caso necessário.
Cerclagem de resgate: quando ocorre abaulamento das membranas amnióticas, a colocação
do saco amniótico de volta ao interior do útero, colocar em posição de Trendelenburg e
encher a bexiga com ± 600ml de SF 0,9% em geral ajuda na sutura.
Alguns autores recomendam a colocação de sonda de Foley com balão inflado com 30ml no
colo uterino empurrando as membras para dentro e ir retirando enquanto é feita a sutura.
Cerclagem transabdominal.
Medidas preventivas:
Estagio I: paciente tem fatores de risco
- Rastreio universal, progesterona, pessário e ou cerclagem.
Estagio II: útero irritável, alterações cervicais ausentes ou presentes.
- Repouso.
Estágio III: contrações rítmicas e eficientes para que ocorra cervicodilatação.
- Vitalidade fetal, tocólise, corticoide, wab e sulfato de magnésio.
- Estagio IV: Assistência ao parto.
GESTAÇÃO ECTÓPICA

Βhcg positivo (> 3.000) com útero vazio, sem sacogestacional.


USG: massa pélvica (ovariana) complexa, anel tubário e quando visível embrião vivo
extrauterino.
Região mais frequente: ampular
Na tuba, ampular: abortamento tubário, ístmica: ruptura, intersticial ou cornual: grave
Interligamentar: o saco gestacional desenvolve entre os folhetos do ligamento largo. A ruptura
ocorre na porção da tuba não coberta pelo peritoneo.
Heterotópica (combinada): gravidez tubária coexistindo com gestação tópica.
Abdominal.
Ovariana.
Cervical.
Cicatriz de cesária.
Tratamento
Expectante: quando o quadro clínico está estável, βhcg declinando e em nível inicial menor
que 1.000 – 1.500.
Cirúrgico:
Laparotomia: em casos agudos, pacientes instáveis e com hemoperitôneo.
Laparoscopia: padrão ouro na maioria dos casos (ectópica integra).
Salpingostomia: primeira opção para paciente que apresenta trompa contralateral doente.
Geralmente quando a massa é menor que 5mm, paciente estável hemodinamicamente e em
casos de ectópica íntegra.
Salpingectomia: > 5mm e trompa contralateral normal.
Clínico:
Metotrexato 1mg/kg IM
Indicações:
1- Quadro clínico estável.
2- Diagnóstico definitivo.
3- Βhcg < 5.000
4- Aumento do βhcg < 50% em 48 horas.
5- Saco gestacional < 3,5cm.
6- BCF ausente.
7- Pouca quantidade de líquido no peritônio
Atraso menstrual + dor pélvica + sangramento

Βhcg +
+
USG TV
Gestação ectópica
Gestação tópica

SG > 3,5cm
Rota SG < 3,5cm

Laparoscopia
Laparotomia Trat. clínico

Salpingostomia (SG < 5mm)

Salpingectomia (SG > 5mm)


GEMELARIDADE

 Monozigótica  1 óvulo com 1 espermatozoide (sexos fetais idênticos)


 Dizigótica  2 ou mais óvulos com 2 ou mais espermatozoides (sexos podem ser
diferentes) 72%.
 Aproximadamente 1/3 das gravidezes gemelares com sexos idênticos são
monozigóticas.
 A monozigótica pode ser:
 Dicoriônica e diaminiótica (± 30%): quando a divisão ocorre até 72 horas após a
fecundação.
 Monocoriônica e diaminiótica: quando a divisão ocorre após 72 horas e antes de 7
dias.
 Mononocoriônica e monocoriônica: a divisão ocorre entre 7 e 14 dias.
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (MOLA)

 1/200 a 400 gestacções.


 Doenças da placenta conhecidas como mola hidatiforme completa (fecundação de óvulo sem
núcleo ativo, ou seja, os genes são de origem paterna, 90% 46 XX E 10%) e parcial (pode ter
feto geralmente inviável, grande quantidade de malformações, geralmente após fecundação
de óvulo normal por dois espermatozoides ou por um espermatozoide diploide) capazes de
evoluir para formas invasoras e/ou malignas nomeadas neoplasia trofoblástica gestacional,
com as seguintes formas clínicas: mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio
placentário e tumor trofoblástico epitelióide.
 Mola completa geralmente não tem embrião (1/22.000 a 100.000).
 Mola parcial há desenvolvimento inicial embrionário.
 Tratamento: Esvaziamento uterino e contrôle do Bhcg. Em alguns casos raros é necessária a
remoção uterina.
DIABETES GESTACIONAL

 Prevalência de 1 – 14%.
 Encaminhar pré-natal de alto risco.
 Orientação nutricional e exercícios físicos adequados
 Indicar endocrinologista
 Metformina 850 2 x dia, Insulina NPH 0,7 UI/Kg, 2/3 manhã e 1/3 noite e Insulina
Regular pré prandial se não houver contrôle da glicemia (endocrinologista)
 Infecções
 Pacientes sem complicações, fazer interrupção da gestação entre 38 e 39 semanas.
 Pacientes descompensada, interrupção da gravidez de acordo com as condições da
mãe e do feto.
TRABALHO DE PARTO PREMATURO

 8 a 12% dos partos


 < 37 semanas
 Maior causa de morbidade e mortalidade neonatais
 Presença de colo inferior a 1,5cm (ultrassonografia endovaginal), 2 contrações em 10
minutos, se possível, fazer cardiotografia.
 Geralmente associadas à processos infecciosos e inflamatórios.
 Fazer pesquisa Streptococcus agalactiae
 Fazer tocólise quando a idade gestacional estiver entre 22 e 34 semanas, bolsa integra,
ausência de contra indicações maternas, fetais e obstétricas, colo com dilatação inferior a 5
cm.
 Corticóide, Betametasona 12 mg intramuscular com intervalo de 24 horas e repetir,
no máximo, com 7 dias.
 Parto de preferência 48 a 72 horas após a Betametasona.
 Tocólise com: Atosiban (Tractocile), Terbutalina (Bricanyl), Nifedipina e Isoxsuprina
(inibina)
 Após a tocólise, progesterona micronizada 200 mg, via vaginal ao deitar.
 MATURAÇÃO NEURAL FETAL:
 O uso do sulfato de magnésio tem sido referendado como importante droga na
prevenção PC em prematuros.
 Se o MgSO4 foi iniciado, a tocólise deve ser descontinuada.
 O MgSO4 pode ser administrado antes que as drogas tocolíticas sejam eliminadas da
circulação materna. O uso prévio de nifedipina não contraindica o uso do MgSO4 para
neuroproteção.
 O parto não deve ser postergado para a administração de MgSO4 para neuroproteção
nos casos em que houver indicação para interrupção de urgência por indicação materna e/ou
fetal.
 Quando o parto pré termo for eletivo por indicação materna e/ou fetal, o MgSO4 deve
ser iniciado idealmente 4 h antes do nascimento – dose de ataque de 4g IV por 30 min seguida
por infusão de 1g/h até o parto.
 Administrar dose de ataque - 4g IV MgSO4 por 30 min.
 Seguir com dose de manutenção 1g/h IV até o nascimento ou, no máximo, por 24h.
 Administrar corticóide para maturação fetal.
 Monitorizar sinais vitais maternos de acordo com os protocolos de administração de
MgSO4.
 Monitorização contínua da FCF.
CORTICOTERAPIA

Não utilizar se o parto for ocorrer imediatamente.


As drogas usadas são a Betametazona 12 mg IM/dia, duas doses (24 mg) ou Dexametazona 4
mg e devem ser utilizadas entre as 24 e a 34 semanas.
Redução da síndrome de desconforto respiratório, redução das hemorragias periventriculares,
intraventriculares e redução da mortalidade neonatal.
Pode potencializar a ação do surfactante exógeno, diminuição da enterocolite necrosante,
estabilização cardiovascular e auxilia na maturidade hepática, pancreática e tubular renal.
HIPERTENSÃO NA GRAVIDEZ (PRÉ-ECLÂMPSIA)

Incidência de 5 a 10% das gestações e é a principal causa de morte materna no Brasil.


Pode evoluir para eclâmpsia e síndrome HELLP.
Pré-eclâmpsia = proteinúria com edema de membros inferiores, mãos e face após a 20º
semana.
Hipertensão crônica = qualquer doença hipertensiva pré gravidez ou antes da 20º semana.
Hipertensão com pré-eclâmpsia = pré-eclâmpsia + hipertensão existente com pior prognóstico
quando alterações da função renal.
Exames importantes: proteinúria de 24 horas, hemograma, uréia e creatinina, ác. úrico, DHL,
TGO, TGP, bilirrubinas totais e frações, além do hemograma com plaquetas e EAS com
urocultura com antibiograma.
Em casos mais graves, pedir: FAN, anticoagulante lúpico, anticardiolipina IgG e IgM,
coagulograma completo, eletroforese de proteínas, ECG, ecocardiograma, USG dos rins e
abdominal, tomo ou ressonância cerebral e fundo de olho.
Pré-eclâmpsia grave = PA de 160/110, proteinúria > 2 g em 24 horas, oligúria, ICC, cefaleia,
escotmas visuais, epigastralgia, dor em hipocôndrio direito e trombocitopenia < 100.000
plaquetas (CUIDADO).
Tratamento da iminência de eclâmpsia é igual ao da eclâmpsia.
Tratamento da hipertensão da gravidez:
 Dieta hipossódica, diminuir ingestão de cafeína, abolir álcool, cigarro.
 Restringir atividades físicas
 Metildopa 250 – 500 mg até no máximo 3g/dia
 Hidralazina 25 – 50mg 3 x dia
 Nifedipina 10 mg
 Pindolol 10 mg a 30 mg dia
 Anlodipina 5 mg a 30 mg dia
 Higroton 50 a 100 mg/dia
Hidralazina 5 mg EV a cada 15 min até controle da pressão.
Nifedipina 10 mg VO.
Acompanhamento pré-natal: alimentação, metildopa, hidralazina, atenolo, nifedipino,
pindolol, amlodipina e diurético o higroton.
Pacientes que tiveram pré-eclâmpsia tem 2 x mais riscos de distúrbios cardiovasculares e 4 x
de ter HAS.
ECLÂMPSIA

Aparecimento de convulsões ou coma em gestantes com pré-eclâmpsia.


Exames iguais aos da pré-eclâmpsia.
Observar: permeabilidade de vias aéreas, proteção da língua, O2, assistência ventilatória e
tentar semi-sentada.
Dose de ataque do sulfato de magnésio (descrito acima na parte de neuro proteção) e ter em
mãos o gluconato de cálcio 10%, 10 ml (antídoto).
Se persistirem as convulsões, fazer fenilhidantoína e pedir tomografia ou ressonância e pedir
avaliação do neurologista (hemorragia intracraniana).
Dose de ataque da hidantoína:
Fenitoína – 1 ampola (250 mg), diluída em soro fisiológico 250 ml por 10 minutos.
Repetir o esquema a cada 30 minutos, até completar 750 mg.
Dose de manutenção:
100 mg por via endonvenosa a cada 8 horas enquanto se mantiver a infusão endovenosa.
Depois, dar 100 mg por via oral a cada 8 horas até a alta hospitalar
SÍNDROME HELLP

H: hemólise (bilirrubina total ≥ 1,2, EL: aumento das enzimas hepáticas (TGO e ou TGP ≥ 70) e
LP: baixa das plaquetas (≤ 100.000)
Caracteriza-se por dor em hipocôndrio direito e ou epigástrica, mal estar, cefaléia, náuseas,
vômitos, icterícia, desorientação, sangramentos inespecíficos e aumento da pressão arterial.
Diagnóstico diferencial
• Esteatose hepática aguda da gravidez
• Síndrome hemolítico-urêmica
• Púrpura trombocitopênica trombótica
• Hepatite viral
• Apendicite
• Diabetes insipidus
• Colecistopatia
• Gastroenterite
• Gromerulonefrite
• Encefalopatia hepática
• Cálculos renais
• Úlcera péptica
• Pielonefrite
• Lupus eritomatoso sistêmico
• Miocardiopatia periparto
• Aneurisma de aorta
• Abuso de cocaína
• Hipertensão arterial maligna
• Hiperêmese gravídica
• Trombocitopenia idiopática
ENCAMINHAR A PACIENTE PARA UTI.
Tratamento:
Estabilizar clinicamente, baixar a pressão arterial, sulfato de magnésio, corrigir CIVD, FAZER O
PARTO INDEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL (NORMAL OU CESÁRIA).
Altas doses de corticoides, antes e após o parto, pois pode antecipar a recuperação
laboratorial das pacientes (Dexametasona 10 mg EV de 12/12 horas até o parto).
Hemorragia antes, durante e após o parto piora o prognóstico.
Corrigir plaquetopenia.
Anestesia geral para CIVD ou plaquetas abaixo de 70.000.
Dor abdominal intensa associada a choque hipovolêmico, pensar em rotura hepática.
RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO INTRA-UTERINO

Simétrico
Crônico, o feto começa crescer menos desde o início da gravidez (diferenciar de feto pequeno
constitucional).
Mantem as relações de crescimento.
Liquido amniótico pode estar normal
Assimétrico
Desproporção entre as medidas fetais.
Feto grande e magro.
Geralmente oligoamnio e doppler alterado.
Fetos mais graves.
Causas: hipertensão, cardiopatias, anemias graves, trombofilias, desnutrição materna,
tabagismo e etilismo.
Importantíssimo avaliar a vitalidade fetal.
A via preferencial do parto é a cesariana. O parto normal pode ser tentado em casos de líquido
normal e com rigorosa vigilância da vitalidade fetal.
ROTURA PREMATURA DE MEMBRANAS (ROPREMA)

Rotura fora do trabalho de parto.


A maioria desencadeia trabalho de parto em 24 horas.
Importantíssimo a definição da idade gestacional.
Exame especular e toque vaginal se não estiver em trabalho de parto.
Ultrassom.
Verificar prováveis processos infecciosos verificando temperatura 6/6 horas, hemograma, PCR
duas ou mais vezes por semana, EAS, swab vaginal e retal para Streptococo β.
Cardiotocografia diariamente e ultrassonografia semanalmente ou mais vezes por semana.
Conduta:
Internação, verificar a idade gestacional e hidratar.
Não é recomendado inibir trabalho de parto.
Idade gestacional menor que 24 semanas – indução do parto.
Entre 24 e 34 semanas – conduta expectante. Monitorização da infecção, vitalidade fetal e
corticoide.
Acima de 34 semanas = interrupção da gravidez.
STREPTOCOCCUS AGALACTIAE

 Pode ser o agente causador de graves infecções neonatais, peneumonias, meningites,


osteomielites, septicemia e morte.
 Swab vaginal e anal (± 35 semanas).
 Tratamento usualmente com Penicilina, Clindamicina, Eritromicina.
 Intraparto: 1ª opção: Ataque - Penicilina G - 5.000.000 UI EV seguido de 2.500.000 EV a
cada 4 horas até o parto. 2ª opção: Ataque - Ampicilina 2 g EV e 1 g EV de 4 em 4 horas até o
parto.
 Quando houver alergia à Penicilina, Clindamicina (Dalacin) 600 mg EV de 4 em 4 horas
ou 6 em 6 horas até o parto.
CIUR

O crescimento intrauterino restrito (CIR) é uma importante entidade mórbida em obstetrícia,


haja vista que a mortalidade perinatal em fetos incluídos nessa categoria é 10 vezes maior do
que em conceptos normais. Os fetos que sobrevivem estão propensos a maior morbidade
neonatal imediata – hipoxia, síndrome de aspiração de mecônio, hipoglicemia –, assim como a
complicações tardias, como retardo no neurodesenvolvimento, paralisia cerebral e, muito
provavelmente, diabetes tipo 2 e hipertensão na vida adulta.
Pequeno para a idade gestacional (PIG) corresponde ao recém-nascido com peso
abaixo do 10o porcentil para a idade gestacional. Cerca de 50 a 70% dos PIG são
constitucionais, com crescimento adequado à sua herança familiar e racial.
Recém-nascido de baixo peso é aquele que nasce com peso inferior a 2.500 g, mas que não
necessariamente é PIG.
Campbell & Thoms, em 1977, foram os primeiros a dividir o CIR em 2 grupos: simétrico e
assimétrico.
O padrão simétrico é caracterizado por pequenas dimensões de cabeça e abdome e indica
insulto intrínseco, precoce, comprometendo o crescimento fetal, sendo determinado por
anomalias estruturais e cromossomiais, infecções, drogas ilícitas e álcool. O crescimento é
simétrico porque ocorreu no momento em que o feto se desenvolvia por divisão celular.
O CIR assimétrico, por sua vez, é consequente a fatores extrínsecos, frequentemente à
disponibilidade inadequada de substratos para o metabolismo fetal. Nesse padrão, a cabeça
tem dimensões preservadas, mas o abdome está reduzido pelo menor tamanho do fígado e
pela escassez de tecido adiposo abdominal. Mais comumente, o distúrbio que limita a
disponibilidade de substratos para o feto é a insuficiência placentária, doença vascular
materna responsável pela perfusão uteroplacentária deficiente. O CIR assimétrico geralmente
ocorre mais tarde na gravidez, após 32 semanas, quando o feto cresce especialmente por
hipertrofia e não mais pelo aumento do número de células.
Anormalidade cromossômicas fetais (simétrico).
Infecções congênitas, quando iniciam entre a 16ª a 20ª semana, CIUR simétrico.
Gravidez gemelar, geralmente após 32ª semana.
Insuficiência placentária.
Má nutrição materna (< 1500 Kcal/dia).
Doenças vasculares (pré-eclâmpsia, renal crônica, doença vascular do colágeno).
Trombofilias (SAF).
Drogas.
Diagnóstico
Histórico.
AFU.
Biometria fetal (CA e PF < 10º percentil).
Doppler da artéria umbilical entre 20 e 24 semanas (IR > 0,58 e IP > 1,45 ou incisura bilateral).
Avaliação ante parto.
Doppler
São recomendações da SOGC (2007) a respeito do Doppler:
 Doppler uterino anormal (RI > 0,58 e incisura diastólica) está associado a risco 4 a 8
vezes maior de CIR/pré-eclâmpsia
 Doppler uterino normal, ao contrário, mostra valor preditivo negativo de 99%,
excluindo essas complicações
 Doppler da artéria umbilical é o procedimento de eleição para avaliar a insuficiência
placentária no CIR
 Doppler da artéria umbilical zero/reverso é indicação para outros estudos
complementares ou o parto médico indicado
 Outros parâmetros do Doppler, especialmente o Doppler do ducto venoso
(zero/reverso na contração atrial) ou da veia umbilical (pulsação) podem predizer
melhor o comprometimento iminente da função cardíaca e a urgente necessidade do
parto.
O corticoide antenatal é obrigatório se o parto for esperado entre 24 e 34 semanas. O risco de
morte fetal no CIR é 2 vezes maior após 37 semanas quando comparado a gestações
interrompidas antes dessa data. Com 39 e 40 semanas, o risco é ainda maior, respectivamente,
3 a 7 vezes mais elevado. Conclui-se que no CIR, mesmo com os exames de vitalidade normais,
a melhor conduta é interromper a gravidez com 37 semanas.

Tratamento

AAS 100 – 150 antes da 16ª semana


SAF = AAS + enoxaparina.

▶ Conduta obstétrica. O melhor método para interromper a gestação com CIR é a operação
cesariana. Quando não houver sofrimento fetal, é permitido o parto vaginal, desde que
sempre monitorado. Durante o parto, 50% dos fetos com CIR exibem traçados
cardiotocográficos anormais, especialmente desacelerações umbilicais. Não se aconselha a
indução no alto risco.
POLIDRAMINIA

Diagnóstico: bolsão de líquido amniótico com diâmetro vertical > 8cm.Etipatogenia: no


primeiro trimestre o LA é produzido pelo ultrafiltrado do plasma materno, a partir da 20ª
semana, começa ser produzido pelo feto.
A principal causa do polihidrâmnio é a diminuição da deglutição fetal e o aumento da excreção
urinária
40% das gestações com polihidrâmnio são idiopáticas.
Relação com anomalias congênitas fetais, especialmente as do SNC (anencefalia e defeitos do
tubo neural).
Atresia do tubo digestivo ( esôfago/duodeno).
Hidropsia fetal não imune.
Diabetes melito.
Doença hemolítica perinatal.
Gemelaridade (monocoriônica).
Patologia placentária (corioangioma, placenta circunvalada).
Infecções fetais (parvovírus β 19, citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis)
Estudo genético é obrigatório (cariótipo) por meio da cordocentese.
Classificação:
Forma aguda: precoce (característica 2º trimestre).
Forma crônica: nos últimos meses.
OLIGOIDRAMINIA

Diagnóstico: maior bolsão de líquido amniótico com diâmetro vertical < 2 cm e ILA < 5.
Condições associadas:
 Insuficiência útero-placentária (p. ex., devido à pré-eclâmpsia, hipertensão
crônica, descolamento prematuro de placenta, doença trombótica ou outro transtorno
materno)
 Fármacos [p. ex., inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), anti-
inflamatórios não esteroides (AINEs)]
 Gestação pós-termo
 Malformações fetais, particularmente aquelas que diminuem a produção de urina
 Restrição intrauterina do crescimento
 Morte fetal
 Anomalias cromossômicas fetais (p. ex., aneuploidia)
 Ruptura das membranas (pré-termo ou a termo)
 Idiopática
Principais consequências:
 Morte fetal
 Restrição do crescimento intrauterino
 Contraturas dos membros (se o oligoidrâmnio começar cedo na gestação)
 Maturação pulmonar incompleta ou atrasada, hipoplasia pulmonar, (se o
oligoidramnio começa cedo na gestação)
 Incapacidade do feto de tolerar o trabalho de parto, levando à necessidade de
cesariana
 Síndrome de Potter
AVALIAÇÃO DA VITALIDA E BEM ESTAR FETAL

A avaliação da oxigenação e nutrição fetal intrauterina é primordial para diminuição da taxa de


morbiletalidade perinatal.
A contagem de movimentos fetais é o mais simples e não requer tecnologia e consiste na
detectação de 6 movimentos do feto a cada 2 horas a partir da 26ª até 32ª semana de
gestação.
FCF entre 110 – 160 bpm e pode ser detectada desde a 12ª semana.
A cardiotocografia (CTG), registro em papel das contrações, movimentos do feto e variações
da frequência cardíaca fetal. Pode ser classificada em reativa (2 ou mais acelerações, mais de
15 durante 15 segundos, da FCF em 20 minutos) e não reativa quando não temos 2
acelerações em 20 minutos, podendo estender o exame por 40 minutos.
A CTG pode ser estimulada, podendo ser vibroacústica (estimulo sônico), mecânica
(movimentação do polo cefálico) ou vibratória. A estimução mecânica pode reduzir o tempo
necessário para atingir os padrões normais da CTG.
CTG com sobrecarga, a mais utilizada é o teste de Pose, indução das contrações uterinas com
ocitocina e avaliar a resposta da FCF. Em desuso.
As variáveis do perfil biofísico (PBF) (segundo Manning) CTG + USG (geralmente após a 28ª
semana) são de pelo menos 2 acelerações da FCF em 20 minutos, presença de movimentos
respiratórios fetal (1 X em 30 segundos de duração), 3 movimentos do feto, tônus fetal
(extensão/flexão dos membros, do tronco ou abertura e fechamento das mãos e a medida do
líquido amniótico. As avaliações deve ser feita em até 40 minutos.
Cada item recebe a pontuação de 0 (zero) e 2 (dois), não existe 1, ou seja, 0, 2, 4, 6, 8 e 10. O
resultado entre 8 e 10 significa boa vitalidade fetal, entre 4 e 6 indicam alterações da
vitalidade fetal e abaixo de 4 geralmente é devido a sofrimento fetal.
Existe a possibilidade a possibilidade de ser estudado sem a CTG, sendo que nestes casos, a
pontuação será de 0 a 8.
O segmento da gravidez por ultrassom é outro método importante para avaliação da
vitalidade e do bem estar fetal, sendo o ultrassom do primeiro trimestre mais confiável para
determinar a idade gestacional e no final da gravidez para determinar o peso, tamanho,
movimentos e quantidade de líquido amniótico. A determinação da localização e o tipo de
placenta também é importante.
A dopplervelocimetria com registros e mensuração da circulação materna e fetal,
propiciando a investigação das alterações hemodinâmicas que podem comprometer o feto.
O doppler das artérias uterinas alterado (baixa predição 41%) caracterizado pela resistência
elevada e na presença de incisura, associam-se ao aumento de pré-eclâmpsia, restrição do
crescimento fetal e óbito perinatal. Geralmente não referem a vitalidade fetal e sim a má
placentação.
A artéria umbilical é caracterizado pelo fluxo diastólico de elevada velocidade e em casos
patológicos, ocorre diminuição ou até diástole zero ou refluxo diastólico. A elevação dos
índices doplervelocimetricos da artéria umbilical precede as alterações da FCF e do PBF.
A diástole zero ou reversa geralmente associa-se à hipóxia fetal, maior morbidade e
mortalidade perinatal, sendo recomendada a retirada fetal após a 34ª semana.
A diminuição do IP da artéria cerebral média é sinal de centralização na hipoxemia crônica.
Em fetos com restrição do crescimento, a velocidade máxima mostra ser melhor parâmetro
para predição de mortalidade perinatal.
INIBIÇÃO DO TRABALHO DE PARTO PREMATURO

Quando a gravidez tem menos que 37 semanas e pode ocorrer por processos inflamatórios e
infecciosos.
Geralmente quando ocorre 2 contrações em 10 minutos com modificações cervicais, colo
inferior a 15 mm (ULTRASSOM ENDOVAGINAL).
Fazer controle clinico e laboratorial (hemograma completo, EAS, urocultura com antibiograma,
pesquisa de Streptococo do grupo B, cardiotocografia, ultrassom e dopplervelocimetria.
Critérios importantes:
- IG entre 22 – 34 semanas
- bolsa integra
- dilatação < 5 cm
- ausências de complicações maternas e ou fetais que desaconselham o prolongamento da
gestação.
O objetivo e postergar o parto de 48 a 72 horas para realizar o ciclo completo de
corticoterapia, betametazona 12 mg IM com intervalo de 24 horas.
Tratamentos: Atrosiban (Tractocile), Terbutalina, Nifedipina, Indometacina e Sulfato de
magnésio.
PÓS-DATISMO

É a gestação com mais de semanas.


A vigilância pré-natal deve ser considerada na 41º semana.
Considerar indução do parto com 41 semanas e é recomendada após 42 semanas.
A idade gestacional deve ser a mais precisa possível.
Em pacientes com ciclos regulares bem definidos, a idade gestacional pode ser adquirida pela
DUM.
Ciclos irregulares e DUM imprecisa, o ultrassom do 1º trimestre é considerado a forma mais
precisa, erro de ½ semana, 2º trimestre ± 7 dias e no 3º trimestre é de ± 2 semanas.
O pós-datismo aumenta os riscos para a mulher e o feto. Os riscos são:
 Crescimento fetal anormal ( macrossomia e síndrome de dismaturidade)
 Oligodrâmnio
 Líquido amniótico meconial
 Resultados preocupantes dos testes fetais
 Morte fetal e neonatal
 Necessidade de cuidados intensivos neonatais
 Distocia (anormal ou trabalho de parto difícil)
 Cesariana
 Parto vaginal operatório
 Lacerações perineais
 Hemorragia pós-parto
Na pós-maturidade o feto pode ter a pele seca descamando, unhas grandes, grande
quantidade de cabelo, palmas das mãos e plantas dos pés enrugados, magro e geralmente a
pele corada por mecônio. Síndrome de aspiração de mecônio é um risco.
A vigilância deve ser feita através do controle dos movimentos fetais, CTC e perfil biofísico
fetal.
INDUÇÃO DO PARTO

Induzir o parto em pacientes que não estão em trabalho de parto.


Está indicado em casos mórbidos maternos de difícil controle (síndromes hipertensivas e
diabetes), risco de agravo da vitalidade fetal (gestação prolongada, doença hemolítica
perinatal, restrição crescimento fetal), malformações que apresentem evolução desfavorável
com a evolução da gravidez, bolsa rota, corioamnionites e óbito fetal. Quando houver mais
vantagens para a mãe e para o feto.
Cuidado com taquissitolia (6 ou mais contrações em 10 minutos), DPP, ruptura uterina,
embolia amniótica, prolapso de cordão, sofrimento fetal e hemorragia pós-parto.
Índice de Bishop (índice para avaliar a maturação do colo uterino).

Score 0 1 2 3
Dilatação do colo Fechado 1 – 2 cm 3 – 4 cm ≥ 5 cm
Consistência do colo Rijo Médio Mole -
Apagamento > 4 cm 3 cm 2 cm ≤ 1 cm
Comprimento do colo 0–30 % 40-50 % 60-70 % > 80 %
Posição do colo Posterior Intermédia Anterior -
Altura da apresentação -3 cm -2 cm -1/0 cm +1/+2 cm

Índice ≤ 5 = colo desfavorável e quando é superior ou igual a 7 esta indicada a indução.


Não existe consenso entre 5 e 7.

Maturação cervical geralmente realizada com Prostaglandina E2, Misoprostol e Hialuronidase.


A indução do parto medicamentosa geralmente com Ocitocina.
O Misoprostol é contraindicado em casos de cesariana anterior.
O intervalo recomendável entre a cesárea e a tentativa de parto normal é de 2 anos.
Tocólise aguda com ½ ampola de Terbutalina via subcutânea.
INFECÇÃO PUERPERAL

Infecção originária do aparelho genital.


Pode ser causada por amniorrex, trabalho de partos prolongados, manipulação excessiva, má
assepsia, retenção de restos ovulares, anemia e parto cesária.
Deve-se pedir hemograma completo, hemocultura, cultura endometrial e endocervical, EAS,
urocultura com antibiograma, cultura de secreção da parede abdomina (cesária) e ultrassom.
O tratamento geralmente é feito com antibióticos.
Fazer curetagem quando existerem restos intrauterinos.
Drenagem de abscessos.
Colpotomia para abscesso do FSD.
Histerectomia total em casos de miometrite e infecção pelo Clostridium perfingens (C. welchii),
que pode causar gangrena gasoso e enterite necrótica.
A tromboflebite pélvica pode ocorrer e ser tratada com o uso de heparina, que pode aumentar
a ocorrência de hematomas, hemorragias e trombocitopenia (diminuição das plaquetas).
MASTITE

Infecção do tecido mamário que ocorre durante a amamentação.


Pode ser intersticial, quando a infecção ocorre por lesões cutâneas e propaga por via linfática,
com grande área de lesão (mais frequente), e parenquimatosa, quando a infecção ocorre
através dos ductos, mais local.
Evitar ingurgitamento mamário, sol, tentar mater mamilos secos e é recomendado o uso de
conchas protetoras.
O esvaziamento completo da mama afetada é importante para melhora clínica, podendo
amamentar com a mama acometida.
Em casos de abscesso mamário, a drenagem cirúrgica pode ser indicada, com colocação de
dreno de penrose, geralmente 24 a 48 horas, enviar material para cultura e antibiograma e
reiniciar a amamentação após a resolução do quadro clínico.
DENGUE

Existem quatro subtipos de Dengue no território nacional e vários genótipos, sendo que após a
infecção, podemos adquirir imunidade permanente ao sorotipo e cruzada entre os outros
sorotipos entre 6 meses podendo chegar até 20 anos, o que pode causar a forma hemorrágica
ou síndrome do choque do dengue quando ocorre uma segunda infecção por outro sorotipo
de 3 meses a 5 anos.
As principais manifestações clínicas do dengue clássico são: febre alta súbita, cefaléia,
artralgia, dor dentro ou atrás dos olhos, náuseas, vômitos, diarréia, forte dor no corpo,
hiperemia conjuntival e faringeana, hiporexemia ou anorexia, irritabilidade, rubor facial e
exantema macropapular pruriginoso que se generaliza rapidamente.
A dengue hemorrágica ou a síndrome do choque do dengue ocorre após 3 a 6 dias de
evolução, quando ocorre melhora o quadro febril, com dor abdominal intensa, náuseas,
vômitos, lipotímia, hepatomegalia dolorosa, sudorese profusa, fezes escuras, alteração da
consciência, diminuição do volume urinário, hemorragias diversas, hipotensão postural,
pressão arterial convergente, derrames cavitários e insuficiência circulatória aguda e
periférica.
Classificação da dengue pela gravidade:
Grau 1- Dengue há mais ou menos 7 dias com prova do laço positiva e trombocitopenia.
Grau 2- Grau 1 + púrpuras e sangramentos.
Grau 3- Sinais de insuficiência circulatória.
Grau 4- Choque.
Diagnóstico:
Hemograma (Ht e Hb podem estar normais, leucopenia com desvio para a esquerda, plaquetas
podem estar normais ou diminuídas.
Transaminases podem estar 2 a 4 vezes aumentadas.
Prova do laço positiva (hemorrágica).
É importantíssimo repetir o hemograma, durante o tempo da doença, com intervalo de 2 a 3
dias, pois pode haver hemoconcentração e diminuição das plaquetas (dengue hemorrágica).
O tratamento principal é a hidratação, com administração de soro com eletrólitos e
sintomático nos casos de dengue clássica.
Casos suspeitos de dengue hemorrágica devem ser internados com hidratação e controle
laboratorial rigorosos.
PARTOGRAMA

É a representação gráfica do parto.


Fase latente: 2 contrações rítmicas em 10 minutos e dilatação cervical de 2 a 3 cm e se estende
até 4 cm.
O partograma deve ser inicializado com 4 cm (fase ativa), ± 1 cm por hora.
A linha de alerta começa com 4 cm e a linha de ação, 4 hs após a linha de alerta.
A dilatação cervical é representada por um triangulo na linha da dilatação e a apresentação
fetal por um desenho que demonstre a variedade de posição.
Os toques vaginais são feitos de 2 a 4 horas.
Período expulsivo multípara até ± 1 hora e de 2 horas em nulíparas, sendo que o American
College of Obstetricians and Gynecologists, sugere manter o parto em até 2 horas para
gestantes multíparas e 3 horas para nulíparas.
A ausculta fetal deve ser feita de 30 em 30 minutos em pacientes com risco habitual na fase
ativa e de 15 em 15 minutos no período expulsivo. Para gestações de alto risco, o período
pode ser em intervalos de 5 a 15 minutos.
Quando as membranas estão integras, deve-se colocar a letra I e caso haja rotura, a letra C
para líquido claro, M para mecônio, S para sanguinolento e A para ausência de líquido.
Parada de dilatação ocorre quando não há progressão da dilatação em dois exames cervicais
em mais de 2 horas.

Triângulo é referente à dilatação (esquerda).


Circulo, ovoide, representa a altura do feto e a apresentação.
Linha de alerta e linha de ação, devem estra espaçadas em 4 quadrados e a linha de alerta
deve começar na segunda hora do partograma.
Batimentos cardíacos são marcados com um ponto.
As contrações, se durarem menos de 20 segundos são marcadas com um X, entre 20 e 39
segundos, pinta-se a metade do quadrado e se forem efetivas, o quadrado inteiro deve ser
pintado sendo que o número de quadrados que forem pintados, representam a quantidade de
contrações em 10 minutos
INDICAÇÕES DE CESARIANA

Solicitações maternas e indicações obstétricas.

Falha de progressão
Alterações na vitalidade fetal (sofrimento fetal)
Cesárias prévias
Posições anômalas
Desproporção cefalopélvica
Macrossomia fetal
Tumores prévios
Inserção baixa da placenta
Vasa prévia
Gemelaridade
Polihidrâmnio
Prolapso de cordão (procidência de cordão)
HIV com carga viral > 1.000 cópias/ml (cessaria eletiva na 38ª semana diminui o risco da
transmissão vertical do HIV
SAF (cessaria 4 X mais TEV que o parto normal)
PROPEDÊUTICA DA GRAVIDEZ E PARTO

Manobra de Leopold:
1º tempo: fundo do útero
2º tempo: dorso fetal
3º tempo: (Leopold ou Pawlick)
 Mobilidade do polo que se apresenta no estreito superior da bacia.
 Grau de penetração da apresentação na bacia

4º tempo: de costas para a paciente, coloca-se os dedos na escavação pélvica para tentar
reconhecer a apresentação fetal. Escavação vazia = pélvico.
Estudo clínico do parto:
1º período: dilatação.
2º período: Expulsão.
3º período: secundamento.
 Baudeloque-Schulze 75% (primeiro desce a placenta e depois o
coágulo).
 Duncan-Varnekes 25% (a placenta começa a descolar lateralmente, o
sangue tem espaço para sair e não acumula).

4º período: Greenberg – 1 horas após a saída da placenta.


Ligaduras de Pinard
a) Miotamponagem.
b) Trombotamponagem
c) Indiferença miouterina
d) Contração uterina fixa.

Tempos do mecanismo do parto.


 Insinuação.
 Descida
o Rotação interna da cabeça.
o Insinuação das espáduas
 Desprendimento.
o Rotação externa da cabeça.
o Rotação interna das espáduas

Situação Apresentação P.R. L.O. Símbolo


Longitudinal Cefálica fletida (vértice ou lombar S. sagital O
Occiptal)
Defletida (1ª) Bregma Bregma S. Sagitomento B
(2ª) Fronte Glabela Linha metópica N
(3ª) Mento Mento Linha facial M
Pélvica Sacro Sulco interglúteo S
Transversa Córmica Acrômio Dorso A
Bregma é a fontanela que não desaparece no trabalho de parto.
Diâmetros importantes na condução do parto.
o Occipitofrontal
o Suboccipitofrontal
o Suboccipitobregmático
o Biparietal
o Biacromial

Mecanismo do parto
Relações uterofetais.
 Atitude: ovóide ou deflexão.
 Situação: longitudinal, transversa e oblíqua.
 Apresentação: cefálica (fletida ou defletida de 1º, 2º e 3º grau), pélvica
(completa e incompleta) e córmica.

Pélvica:
 Completa (pelvipodálica (todo abraçado).
 Incompleta pélvica simples, modo de nádegas (pernas esticadas).
 Modo de pé.

Descrição da apresentação/variedade de posição.


Utiliza-se 3 letras:
 1ª – ponto de referência da apresentação
 2 ª – posição: D/E.
 3 ª – variedade: bacia.

Longitudinal:
Cefálico: fletida – O, defletida 1º B (Bregma), 2º F (Fronte) e 3º M (Face, Mento).
Pélvica: S (Sacro).
Transversa – córmica – Acrômico – A.
Bacia:
 A: eminência ileopectínica.
 T: transversa
 S: sacro
 P: púbis.

Planos de Lee:
 > - 3: móvel.
 Ajeitada ou fixada: -3, -2 ou -1.
 Insinuada: 0 (3º plano de Hodge)
 Fortemente insinuada: +1, +2 ou +3.
 Baixa: + 4 ou + 5.

Estreito superior
- Conjugada vera anatômica = 11 cm.
Estreito superior.
Diâmetro anteroposterior: do promontório à borda superior da sínfise púbica.
- Conjugada vera obstétrica = 10,5cm.
Do promontório à face posterior da Púbis.
- Conjugada diagonális = 12 cm.
Estreito médio: Biespinha ciática.
Estreito inferior: Conjugada Exitus.
Tipos de bacia:
 Ginecoide (arrendondada) 50%.
 Andropóide (elíptica) 25%.
 Andróide (masculina) – triangular 20%.
 Platipelóide (ovalada) achatada.

Assinclitismo: (inclinação lateral).


Posterior (Litzmann):
Sutura sagital próxima ao púbis.
Parietal posterior, 1º a penetrar.
Anterior: (Hagarle)
Sutura sagital próxima ao sacro.
Parietal anterior desce primeiro.

Contratilidade uterina.
Tônus basal: 10mmHg.
Atividade uterina = intensidade X frequência (número de contrções/10min).
Dolorosa com 25mmHg.
No trabalho de parto dura 200s, sendo dolorosa por 60s.
Pelvimetria externa (estreito inferior) – diâmetro bi-isquiático (ou intertuberoso).
Pelvimetria interna – (estreito superior) – conjugada oblíqua ou diagonalis.

MATURIDADE FETAL
Teste de Clements:
Maduro: 3 frascos positivos.
Maturidade intermediária: 2 frascos positivos.
Imaturo: 1 frasco positivo.
Relação Lecitina/Esfingomielina.
Presença de fosfatidilglicerol: alto valor preditivo negativo. Se presente é maduro.

FORCÍPE
1- Simpson-Braun – articulação fixa. (variedades obliquas e pegas diretas
(púbica e sacra)).
2- Kielland (variedades transversas).
3- Piper (pélvico)

Episiotomia e Perineo
MLD: pele, mucosa vaginal, aponeurose superficial do períneo, fibras do musculo esponjoso e
fibras do transverso superficial do períneo.
Perineostomia: mucosa vaginal, pele, fascia superficial e profunda do períneo.
DROGAS NA GRAVIDEZ

CLASSIFICAÇÃO:
A. Estudos controlados em mulheres não demonstraram risco para o feto no primeiro ou
demais trimestres. A possibilidade de dados é remota.
B. Estudos de reprodução animal não demonstraram risco fetal, mas não há estudos
controlados no ser humano; ou estudos em reprodução animal demonstraram efeitos
adversos que não foram confirmados em estudos controlados no ser humano nos vários
trimestres.
C. Relatos em animais revelaram efeitos adversos no feto. Não há estudos controlados em
mulheres ou em animais. As drogas podem ser ministradas somente se o benefício justificar o
potencial teratogênico.
D. Há evidência positiva de risco fetal humano, porém, os benefícios do uso em gestantes
podem ser aceitáveis.
X. Estudos em animais ou seres humanos revelaram efeitos deletérios sobre o concepto que
ultrapassam os benefícios. O fármaco está contra-indicado durante a gestação e em mulheres
que pretendam engravidar.
DROGAS NA AMAMENTAÇÃO

L?. Segurança não está comprovada


L1. Pode amamentar
L2. Uso com cautela na amamentação
L3. Desconhecido e há indícios de problemas
Lx. Contra indicado
ALGUMAS DROGAS E CLASSIFICAÇÕES

DROGA AÇÃO G A
Ác. Aminocapróico Hemostático C ?
Ác. Fólico Suplemento A 1
Ác. Valpróico Anticonvulsivante D 1
Acetaminofen Analgésico/Antitérmico B 1
Acetilcisteina Mucolítico, antídoto B ?
Aciclovir Antiviral C 1
Adenosina Antiarrítmico C ?
Adrenalina Simpaticomimético C ?
Amicacina Antibiótico C ?
Aminofilina Broncodilatador C 1
Amiodarona Antiarrítmico D 3
Amitriptilina Antidepressivo D 3
Amoxilina Antibiótico C ?
Amoxilina + Clavulanato Antibiótico B 1
Ampicilina Antibiótico B 1
Ampicilina + Subactan Antibiótico B 1
Anfotericina B Antifúngico B ?
Anfotericina Lipossomal Antifúngico B ?
Aspirina Analgésico/Antitermico/Antiinflamatório C/D 2
Astemizol Anti-histamínico C ?
Atenolol Antihipertensivo C 2
Atropina Antiarrítmico/Anticolinérgico C 1
Azitromicina Antibiótico B ?
Budesonida Corticóide inalatório C ?
Cafeína Estimulante respiratório A 2
Cálcio Carbonato/Cloreto/Gluconato/Lactato C ?
Calcitonina Hormônio B ?
Captopril Anti-hipertensivo C/D 1
Carbamazepina Anticonvulsivante C 1
Cefaclor Antibiótico B 1
Cefadroxil Antibiótico, cefalosporina 1 B 1
Cefalexina Antibiótico, cefalosporina 1 B 1
Cefalotina Antibiótico, cefalosporina 1 B 1
Cefamandol Antibiótico, cefalosporina 2 B 1
Cefazolina Antibiótico, cefalosporina 1 B 1
Ceftriaxona Antibiótico, cefalosporina 3 B 1
Cetoconazol Antifúngico C ?
Cimetidina Antagonista H2 B 1
Ciprofloxacin Antibiótico, quinolona C 3
Clindamicina Antibiótico B 1
Clonazepan Anticonvulsivo, diazepínico C 3
Cloranfenicol Antibiótico C 3
Clorpromazina Antiemético, Antipsicótico C 3
Clotrimazol Antifúngico B ?
Codeína Antitussígeno, Analgésico, Narcótico C/D 1
Dexametazona Corticóide C ?
Diazepam Ansiolítico/Anticonvulsivante/Diazepínico C X
Difenidramina Anti-histamínico B ?
Digoxina Inotrópico C 1
Dimeticona Antiflatulência C ?
Dipirona Analgésico D 2
Dopamina Inotrópico/Vasopressor C ?
Doxiciclina Antibiótico, Tetraciclina D 2
Droperidona Antiemético/sedativo C ?
Enalapril Anti-hipertensivo, inibidor ECA D 1
Ergotamina Enxaqueca X X
Eritromicina Antibiótico macrolídeo B 1
Escopolamine Anticolinérgico/Antiespasmódico C 1
Esomeprazol Bloqueadores bomba de prótons B X
Espirinolactona Diurético D 1
Estreptoquinase Trombolítico C ?
Famciclovir Antiviral (Herpes) B ?
Famotidina Inibidor H2 B 1
Fenobarbital Anticonvulsivante D 2
Ferro Sulfato/Gluconato A ?
Fluconazol Antifúngico C ?
Fluoxetina Antidepressivo B 3
Fosfomicina Antibacterianos= B 1
Furosemida Diurético de Alça C ?
Gentamicina Antibiótico aminoglicosídeo C ?
Haloperidol Antipsicótico C 3
Hid.Alumínio+Hid.Magnésio Antiácido C ?
Hidantoína Anticonvulsivante D 1
Hidralazina Anti-hipertensivo vasodilatador C 1
Hidroclorotiazida Diurético D 1
Hidrocortizona Corticóide 3 ?
Hidroxido de Alumínio Antiácido C ?
Hidroxizine Anti-histamínico C ?
Indometacina Antiinflamatório não hormonal B/D 1
Insulina B 1
Ipratrópio Anticolinérgico inalatório B 1
Itraconazol Antifúngico C 3
Iubuprofeno Antiinflamatório não hormonal B/D 1
Ivermectina Antiparasitário C ?
Levocetirizina Anti-histaminico B ?
Loratadina Anti-histamínico B ?
Lorazepam D 3
Manitol Diurético osmótico C ?
Mebendazol Antiparasitário C 1
Metildopa Anti-hipertensivo bloqueador Alfa C 1
Metoclopramida Antiemético B 3
Metronidazol Antiprotozoário/Antibiótico B 3
Miconazol Antifúngico C 1
Midazolam Ansiolítico/Sedativo D 3
Morfina Analgésico B/D 2
Naproxeno Antiinflamatório não hormonal B/D 1
Nifedipina Anti-hipertensivo bloqueador de Cálcio C 1
Nistatina Antifúngico B 1
Nitrofurantoina Antibiótico B 1
Nitroprussiato Anti-hipertensivo/Vasodilatador C 1
Norfloxacin Antibiótico/Quinolona C 3
Óleo Mineral Laxante C ?
Omeprazol Inibidor bomba protônica C 3
Ondansetrona Antiemético B 3
Paroxetina Antidepressivo inibidor recaptação serotonina B 3
Penicilina Antibiótico G/V B ?
Piperazina Antiparasitário B 2
Pirantel Antiparasitário C ?
Praziguantel Antiparasitário B ?
Predinizona Corticóide B 1
Prednizolona Corticóide B 1
Prometazina Anti-histamínico C ?
Propanolol Anti-hipertensivo Beta bloqueador C/D 1
Ranitidina Inibidor H2 B 1
Sertralina Antidepressivo inibidor recaptação serotonina B 3
Sucralfato Protetor gástrico B ?
Sulfametaxazol+Trimetropina antibiótico C 1
Sumatriptana Antienxaqueca C ?
Teofilina Broncodilatador, xantina C 1
Terbutalina Agonista Beta 2 adrenérgico B 1
Tiabendazol Antiparasitário C ?

Locais pesquisados:
Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rotinas Hospital São Luiz
Manual de Assistência Pré-natal (FEBRASGO)
Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial (J. Bras. Patol. Med. Lab. vol.47 no.2 Rio
de Janeiro Apr. 2011)

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