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SEGUNDO SEMESTRE

O DEBATE PÓS-CARTESIANO | Depois de Descartes: o racionalismo de


Malebranche

Res Cogitans
 Alma e o corpo
Res Extensa
Descartes > pseudo solução (glândula pineal)
 Dualismo entre “pensamento”, matéria (corpo)
- Vontade (querer) e o pensamento > corpo
OCASIÃO > causas ocasionais> ocasionalismo
CORPO E MUNDO
Sec. XX fenomenologia (HUSSERL)
- Sartre
-Stein
-Merlean. Poney
-Levinas
-Michel Henry
-Heidegger (?)

A ocasião é porque existe o corpo e a alma. Mas a oportunidade que Deus leva a agir
como a única e autentica causa de tudo o que acontece.
Deus é a causas das causas, é incausado, porém, é a causa.
Ele age por meio de uma ocasião a ele conferida.
Ocasionalismo, também a os seus limites. É como se alma e corpo é como se fosse dois
relógios sincronizado. Neste caso o relojoeiro seria Deus. Ela não se restringiu para
achar uma relação entre corpo e mente, mas sim, como deus aproveitando das ocasiões
das ações a essa produção das ideias.

“A proposição ‘existe um Deus’ é tão certa quanto esta outra proposição; ‘Penso,
logo existo’. Se pensamos Deus, então ele deve existir”. (Nicolas Malebranche)

FISOSOFIA DE MALEBRANCHE
Crítica de Malebranche a antropologia aristotélica > ele critica o paganismo, ele
percebeu que existia um certo espiritualismo em Aristóteles.

Divisão da alma para Aristóteles> vegetativa (vegetais), sensitiva (animais),


intelecto (homem)

ARISTÓTELES> CORPO- matéria


ALMA- forma
FISOSOFIA DE MALEBRANCHE
Malebranche que encontrar o lugar para Deus nesse mundo moderno.
Ele desloca o centro do pensamento cartesiano do cogito para Deus.
Descartes> a verdade provém do cogito.
Malebranche> “nous voyans toutes choses em dieu”, a verdade provém de Deus.
Malebranche se inspira em santo Agostinho (neoplatonismo)
Conhecimento para se alcançar a verdade>

A ORIGEM DAS IDEIAS


As ideias claras e distintas (as únicas que podem constituir verdadeiramente o
conhecimento) equivalem às ideias platônicos.
Essas ideias são modelos das coisas, e sendo assim, o conhecimento de algo não é um
conhecimento direto das coisas...
As ideias estão na mente de Deus, está intimamente presente ao nosso espirito e lhe
pode revelar a sua essência porquanto é comunicável...
Nosso conhecimento não vem dos sentidos, mas de Deus, é em Deus que conhecemos
todas as coisas. Todas as ideias e conceitos estão na mente de Deus, e é lá que nossa
alma busca suas ideias e conceitos.
CONHECER, É CONHECER AS “IDEIAS”
Chega a algumas posições:
1- A alma conhece as coisas por meio de suas ideias somente na medida em que se
une a Deus

2- Conhecer o mundo é aproximar a alma as ideias que deus contém na sua


essência.
Tudo que conhecemos nós o conhecemos olhando esses arquétipos que nos fram
disponibilizados pelo próprio Deus. É Deus que produz em nossa alma as modificações
e sensações que são produzidas em nosso corpo.
A filosofia de Malebranche pode ser entendida como um cartesiano com fins religiosos.

09/08/2022
O Deus de Spinoza
Baruch Spinoza (1632-1677)
Metafisica do monismo e do imanente “panteísta”> pensamento de Spinoza marcado
por ter defendido uma ideia dentro da teodiceia...
Deus > “causa sui” – causa primeira
PONTO DE PARTIDA DA FILOSOFIA DE SPINOZA
-Se as ideias verdadeiras são claras e distintas por si mesmas, elas não requerem a
garantia de um Deus bom e veraz para tal existência;
-É inútil imaginar que dúvida, penso, e que se “penso, logo existo”; não é necessário,
para que eu saiba, que saiba que sei; a certeza do cogito é dispensado;
-A certeza que nasce da dúvida (que é o cogito) é equivocada só conduz ao erro; tanto é
que ela necessita da prova da existência de Deus para sua validade, levando assim a um
dualismo intransponível entre res extensa e res cogitans> ele a classificava como:
substância, pega esse termo de Aristóteles.
A <substância> ou o Deus spinoziano
A centralidade do problema da substância
- Ética, parte I, De Deus (8 definições)
Fundamentos do spinozismo
Centrados na nova concepção da substância
Spinoza: “Nada é dado na natureza além da substância e de suas afecções”
É como se sentido de todo o sistema fosse spinoziano.
Para Aristóteles, substância é aquilo que existe.
B) as ambiguidades do conceito cartesiano de substância
-Res cogitans e a res extense (substância)
Procedimento de Spinoza por ser o grande matemático: ele une
C) unicidade da substância compreendida como <causa sui>
Para Spinoza, a ideia da qual tudo pode ser deduzido é a ideia de substância; algo que
existe em si e por si é concebido (per se concipitur), isto é, “aquilo cujo conceito não
carece do conceito de outra coisa da qual deva ser formada” (SPINOZA, 1987, v. 2, p.
12).
A substância é aquilo que não necessita de nada mais além de si mesma, precisamente
porque é a causa ou razão de si mesma.
Essa substância deve ser eterna, perfeita e infinita. Essa ideia só pode ser Deus. Esse
Deus não é o Deus da religião, mas sim o ente absolutamente infinito, isto é, que consta
de infinito atributos, cada um dos quais exprimindo uma essência eterna e infinita.
Aqui Spinoza supera totalmente a proposta cartesiana que colocava também o
pensamento (cogitans) e a matéria (extensão) como substância. Pensamentos e extensão
são atributos de Deus e não substâncias, uma vez que precisa dele para existir. O
problema é saber como esses infinitos de Deus se manifestam.
“Tudo que existe, existe em Deus, pois sem Deus nada pode existir nem ser concebido”
As provas da existência de Deus nada mais são que as variações da prova ontológica.
O DEUS SPINOZIANO
Este Deus de Spinoza é o Deus bíblico, mas não é um Deus dotado de “personalidade”,
ou seja, de vontade e de intelecto. Para Spinoza, conceber Deus como pessoa seria
reduzi-lo a esquemas antropomórficos.
O Deus spinoziano não cria livre vontade algo diferente de si e que poderia também não
criar; este Deus é a causa imanente. Ele não é providência no sentido tradicional, mas
necessidade absoluta, totalmente impessoal.
Causa imanente (inseparável das causas que dele procedem), Deus é inseparável da
natureza, tudo é causa dele. Ele não é causa transitiva.
DEUS E O MUNDO SPINOZIANO
Deus é apresentado como ser livre, não pode caber nele coação externa. Deus como
causa de si é diferente de Deus como efeito de si. O primeiro é Natura naturans
(natureza naturalmente), e o segunda natura naturata (natureza criada, como explica
Spinoza na ética...
O primeiro seria caracterizado como o que existe em si e é concebido por si, ou em
outras palavras; aqueles atributos da substância que exprimem uma essência eterna e
infinita, isto é, Deus enquanto considerado como causa livre. O segundo seria
caracterizado como o que resulta da necessidade da natureza de Deus, isto é, todos os
modos dos atributos de Deus.

16/08/2022
Vida e obra- Goltfried Wilhen Leibniz foi matemático, juristas, historiador, diplomata e
filósofo.
Aos 20 anos escreveu sua tese de doutorado em filosofia, que foi rejeitada por causa de
sua pouca idade.
SUBSTÂNCIA > um ser capaz de ação
Simples ou Composta> {mônadas}
Buscou sintetizar filosofia escolástica, a “philosophia perenis”, com a filosofia
cartesiana, a “filosofia novi”, muitas foram as influencias no seu pensamento.
Recuperação da filosofia escolástica cartesiana.
Para fundamentar a superioridade do conhecimento racional, Leibniz diz que aquele se
guia por dois princípios: o da possibilidade e o da razão suficiente.
Pelo primeiro princípio, “é possível tudo o que em si não envolve contradição” que
nada mais é do que a retomada do princípio da não-contradição aristotélica em que é
verdade, “aquilo que não pode ser pensado como contraditório” (LEIBNIZ, 1988).
O segundo princípio, o da razão suficiente, que rege os fenômenos naturais diz que;
“aquilo cujo contrário é possível, é o que é por causa de uma Razão suficiente”
(LEIBNIZ, 1988) ou dito de outro modo: há uma razão para que aquilo acontece de uma
maneira e não de outra.
- Tudo que fez a existência tem uma razão, que é suficiente, para determinar porque
aconteceu; a uma razão suficiente; segundo porquê aconteceu; e o porquê aconteceu
desta forma. Tudo que existe tem uma razão.
TEORIA DAS MÔNADAS
Pela proposta leibniziana a res extensa, o espaço não é uma substância. Para ele, o
espaço é a ordem das coisas que coexistem ao mesmo tempo e que aparece para nós da
relação das coisas entre si. Assim, o espaço é uma relação e não uma substância.
MÔNADA> significa unidade, aquilo que é uno. Palavra de origem pitagórica.
E existência de uma mônada originaria: DEUS> dá origem a outras mônadas criadas
segundo uma hierarquia.
Para Leibniz, espaço e tempo não são realidades em si mesmas, mas fenômenos
consequentes à existência de outras realidades. O mecanismo se dissipa para dar lugar a
uma espécie de finalismo superior (teologia).
A mônada que é simples, que é espirito, faz com que algo seja o que é; ela é a unidade e
o princípio da vida e do ser das coisas. Para Leibniz, a mônada não tem janela, é o
espírito que faz o corpo ser. São algo separados; sem o espírito o corpo não existiria.
Para ele, as mônadas não se comunicam, mas estão conectadas entre si mediante uma
“harmonia preestabelecida”, como se tudo tivesse sido acertado de antemão tal como
“relógios sincronizados”.
Essa sincronia universal não é por acaso, mas pela ação de Deus, a razão suficiente do
ser das coisas.
Deus conecta as mônadas entre si, fazendo com que cada uma concorde com todas as
outras, de modo que tudo participa de tudo, o que torna as nossas percepções, desse
mundo, objetivas.
30/08/2022
DEUS CRIADOR- Ele é a causa de todas as coisas
Criação: dois sentidos- o primeiro sentido mais teológico (sentido temporal), e o
segundo mais metafísico.
 Início temporal: concepção judaico-cristã
 Causar o ser das coisas: em sentido metafísico (a origem do ser do
universo) – cada uma das criaturas se vê como contingente e,
dependente no seu ser de um criador. (LABORDA, 2011, p. 251)
CRIAR> causar o ser de todas as coisas
Fazê-lo a partir do “ex nihilo”= sem
Criação do nada “ex nihilo”
- O atributo “criador” ... “Deus é criador”: se deduz, no entanto, que “Deus criou”
- O “ato criador”, não acrescenta nenhuma perfeição ao ser divino... o “ato criador” é
livre e gratuito ato de amor. (PANGALO, 2004, p. 271)
- Rejeitar qualquer forma de panteísmo
COMO SE PODE AFIRMAR QUE “DEUS É O CRIADOR”?
Por um dado de fato cognoscível a posteriori através dos efeitos do seu “ato criador”: a
criação.
SIGNIFICADOS DOS TERMOS:
CRIAR: produzir alguma coisa de real do nado
CRIADOR: é aquele que cria, a causa primeira do ser daquilo que é criado.
ATO DE CRIADOR: colocar no ser cada realidade
CRIAÇÃO: é a emancipação de todo o ser da causa primeira universal

Deus cria do “nada”.


CRIAÇÃO: exprime a relação causal transcendental do Ser subsistente ao ser
contingente... relação que não é real da parte de Deus, porque não é constituída da
essência divina; é real da parte das criaturas, que não poderiam existir sem esta relação
de dependência causal de Deus. (PANHALLO, 2004, p.278)
A própria criação exprime essa presença criadora de Deus no mundo.
Deus é presente em todas as coisas, significa que, algo muito sutil, de que Deus após ter
criado, ele se retira da criação? Deus é presente em todas as coisas, existe uma criação
continua, para evitar que a voz da criação se distanciou, no caso Deus.

SE DEUS NÃO HOUVESSE CRIADO, NÃO SERIA DIVERSO DE COMO ELE É,


UMA VEZ QUE DECIDE CRIAR (CF. LABIRDA, 2011, P256)
O fato de ser chamado de criador não muda nada em Deus mesmo;
A sua atividade de criadora se identifica com aquela única atividade que é o seu ser;
Deus é maximamente simples e imutável;

NÃO SE PODE FALAR DE UM “ANTES” DA CRIAÇÃO


-Quando Deus cria, não se pode dizer que começa a fazer alguma coisa que antes não
fazia;
-Não se trata de uma atividade nova nele;
O que fazia Deus antes da criação do mundo?
- A pergunta é mal colocada ... pressupõe que antes da criação havia tempo, que é falso;
Em Deus há um antes da criação, porque sem o mundo o tempo não existe;

CONTRIBUIÇÃO DE SANTO AGOSTINHO


O filosofo conclui que o tempo resiste a uma explicação, pois se inscreve no
movimento, na sucessão. Só Deus pode compreendê-lo, mas o homem pode intui-lo
através de um exame sobre o passado, o presente e o futuro.
Existe a intervenção de Deus?

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