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AULA 01
Essencialmente, pode-se se dizer que nas diversas organizações de saúde temos os locais onde são
prestados os diversos serviços de saúde.
Sendo uma das formas de resposta da sociedade aos problemas percebidos em saúde, os serviços
nessa área correspondem a uma concepção mais ampla de saúde, em que os fatores determinantes e
condicionantes de saúde refletem e desdobram a própria política e organização do estado nesta área.
Nesta aula, vamos estabelecer uma compreensão do que são os componentes da saúde, seus
desdobramentos na visão da OMS, e como eles podem ser condicionantes na estratégia de
estruturação de serviços de saúde.
Neste momento, faz-se necessária uma descrição da realidade vivida nas organizações hospitalares,
no que tange às suas peculiaridades e ao seu ambiente estratégico.
Para um entendimento maior do conceito de hospital, podemos defini-lo como sendo parte
integrante de uma organização social de saúde, cuja função básica consiste em proporcionar à
população assistência médica curativa e preventiva, com quaisquer regimes de atendimento,
incluindo o domiciliar, sendo também centro, capacitação e de pesquisa em saúde, supervisionando
e orientando os serviços de saúde a eles vinculados.
É uma instituição com objetivos específicos, norteados pela função social de prestar serviços de
saúde à comunidade. Entretanto, tais objetivos não o isentam de dispensar cuidados administrativos
adequados e sensíveis às suas peculiaridades. Os objetivos referentes ao bem-estar da comunidade
não devem ser esquecidos.
Neste novo modelo, o foco é o indivíduo e o seu grupo social de forma prioritária em relação aos
serviços de saúde.
O sistema de saúde atual é ainda organizado e financiado segundo o modelo curativo, mas a nossa
visão de saúde deveria ser ampliada para um modelo que inclua outras dimensões, como a social e a
mental do indivíduo.
Esta visão mais ampla não exclui o conceito de medicina curativa, nem é uma evolução do conceito
de medicina preventiva, mas foca na promoção de saúde e bem-estar, reconhecendo a importância
de diversos fatores (psicológicos, sociais e comportamentais) que ampliam a defesa do indivíduo
em relação às doenças e incapacidades, incorporando o conceito de geração e manutenção da saúde.
Assim, podemos definir inicialmente os componentes da saúde, não como uma lista exaustiva, mas
como dimensões de componentes que interligados e interdependentes auxiliam na promoção da
saúde. Problemas ou deficiências nesses componentes predisporiam o estado de doença.
MENTAL
Social
Voltada para as interações do indivíduo com o meio e não com sua posição social na sociedade ou
nível socioeconômico. Está relacionada com a sociabilidade e a rede de suporte com colegas,
amigos ou familiares. A rede social constrói comunidades e contribui para o suporte social,
manutenção da saúde e recuperação de doenças. Nesse contexto está inserida a ideia de “e-patient”.
Estabelecer um mapeamento e a coleta de dados dos componentes associados a estas dimensões tem
sido uma preocupação constante dos diversos sistemas de saúde e da própria OMS
Essa classificação já vem sendo utilizada na área de saúde há muito tempo e constitui um baluarte
para a vinculação de procedimentos a realizar em organizações de saúde. Por si só, ela com a
percepção de diagnóstico.
A CIF pertence à “família” das classificações internacionais, desenvolvida pela OMS para aplicação
em vários aspectos da saúde.
Em maio de 2001, a 54ª Assembleia Mundial de Saúde aprovou o novo sistema de classificação
com a designação de International Classification of Functioning, Disabilities and Health, conhecida
abreviadamente por ICF, visando a sua utilização nos diferentes países membros. Na sua versão
oficial para a língua portuguesa, aprovada pela OMS, ela intitula-se de Classificação Internacional
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF.
Como classificação, a CIF agrupa sistematicamente diferentes domínios de uma pessoa com uma
determinada condição de saúde (por exemplo: o que uma pessoa com uma doença ou perturbação
faz ou pode fazer).
Porém, a CIF também relaciona os fatores ambientais que interagem com todos estes constructos.
Neste sentido, a classificação permite ao utilizador registrar perfis úteis da funcionalidade,
incapacidade e saúde dos indivíduos em vários domínios.
Nesta aula, vamos expandir a conceituação da CIF como forma de ampliar o conhecimento na
promoção da saúde e modificar o paradigma Doença x diagnóstico x cura para uma dimensão
maior, a fim de que possamos entender a formação estrutural dos serviços de saúde de maneira
ampliada.
Com a adoção da CIF, passa de uma classificação de "consequência das doenças" (versão de 1980)
para uma classificação de "componentes da saúde" (CIF), sendo decisivo o seu papel na
consolidação e na operacionalização de um novo quadro nocional da funcionalidade, da
incapacidade humana e da saúde.
Nas classificações internacionais da OMS, os estados de saúde (doenças, perturbações, lesões etc.)
são classificados principalmente na CID-10 (abreviatura da Classificação Internacional de Doenças,
Décima Revisão), que fornece uma estrutura de base etiológica. A funcionalidade e a incapacidade
associadas aos estados de saúde são classificadas na CIF. Portanto, a CID-10 e a CIF são
complementares.
Se duas pessoas com a mesma doença podem ter níveis diferentes de funcionamento, e duas pessoas
com o mesmo nível de funcionamento não têm necessariamente a mesma condição de saúde, a
utilização conjunta aumenta a qualidade dos dados para fins clínicos. A utilização da CIF não deve
substituir os procedimentos normais de diagnóstico. Em outros contextos, a CIF pode ser utilizada
sozinha.
Diz-nos a OMS que a CIF é uma classificação com múltiplas finalidades, para ser utilizada de
forma transversal em diferentes áreas disciplinares e setores:
A CIF coloca todas as doenças e problemas de saúde em pé de igualdade, sejam quais forem as suas
causas. Uma pessoa pode não ir trabalhar devido a uma gripe ou uma angina, mas também por
causa de uma depressão. Esta aproximação neutra colocou as perturbações mentais ao mesmo nível
das patologias físicas e contribuiu para reconhecer e estabelecer a carga mundial de morbidade
associada aos problemas depressivos, que representam atualmente a causa principal de anos de vida
perdidos em razão das incapacidades.
A CIF é uma classificação desenvolvida com o duplo propósito de utilização em várias disciplinas e
em diferentes setores. Os seus objetivos específicos são os seguintes:
Apresentar uma base científica para a compreensão e o estudo da saúde e dos estados com ela
relacionados, bem como os resultados e suas determinantes.
Estabelecer uma linguagem comum para descrever a saúde e os estados com ela relacionados, para
melhorar a comunicação entre os diferentes usuários, tais como profissionais de saúde,
investigadores, legisladores de políticas de saúde e a população em geral, incluindo as pessoas com
deficiência.
Permitir a comparação dos dados entre países, entre as disciplinas de saúde, entre os serviços, e em
diferentes momentos ao longo do tempo.
Estes objetivos encontram-se interligados entre si, uma vez que a necessidade e a utilização da CIF
requer a construção de um sistema relevante e útil que possa ser aplicado em âmbitos distintos:
Na política de saúde
Na avaliação da qualidade
da assistência
Na avaliação das consequências em diferentes culturas
A CIF é útil num âmbito muito largo de aplicações diferentes, por exemplo, em segurança social, na
avaliação da gestão dos cuidados de saúde, em inquéritos à população a nível local, nacional e
internacional.
Oferece uma estrutura conceptual para a informação aplicável aos cuidados pessoais de saúde,
incluindo a prevenção, a promoção da saúde e a melhoria da participação, removendo ou atenuando
as barreiras sociais e estimulando a atribuição de apoios e de facilitadores sociais.
É também útil no estudo dos sistemas de cuidados de saúde, tanto em termos de avaliação, como de
formulação de políticas.
O Universo da CIF engloba todos os aspectos da saúde humana e alguns componentes relevantes de
domínios para a saúde relacionados com o bem-estar e descreve-os em termos de saúde domínios
relacionados com a saúde.
A classificação é circunscrita ao amplo contexto da saúde e não cobre circunstâncias que não estão
relacionadas com a saúde, tais como as que resultam de fatores socioeconômicos.
Por exemplo, algumas pessoas podem ter uma capacidade limitada de executar uma tarefa no
ambiente em que vivem, por causa da raça, sexo, religião ou outras características socioeconômicas,
mas essas restrições de participação não estão relacionadas com a saúde no sentido que lhe é
atribuído na CIF.
Muitas pessoas consideram, erradamente, que a CIF se refere unicamente a todas as pessoas com
incapacidades. Na verdade, ela aplica-se à saúde e os estados relacionados com a saúde associados a
qualquer condição de saúde podem ser descritos através da CIF. Por outras palavras, a CIF tem
aplicação universal. Em seu âmbito, a CIF permite descrever situações relacionadas com a
funcionalidade do ser humano e com suas restrições e serve como enquadramento para organizar
esta informação. Ela estrutura a informação de maneira útil, integrada e facilmente acessível.
Corpo
O componente inclui duas classificações, uma para as funções dos sistemas orgânicos e outra para
as estruturas do corpo. Nas duas classificações os capítulos estão organizados de acordo com os
sistemas orgânicos.
Exemplos de domínios da saúde incluem ver, ouvir, andar, aprender e recordar, enquanto que
exemplos de domínios relacionados com a saúde incluem transporte, educação e interações sociais.
Os Fatores Pessoais
Também são componentes dos Fatores Contextuais, mas eles não estão classificados na CIF devido
à grande variação social e cultural associada aos mesmos. Os componentes de funcionalidade e da
incapacidade da CIF podem ser expressos de duas maneiras. Por um lado, eles podem ser utilizados
para indicar problemas (por exemplo: incapacidade, limitação de atividade ou restrição de
participação designadas pelo termo genérico); por outro lado, eles podem indicar aspectos não
problemáticos (isto é, neutros) da saúde e dos estados relacionados com a saúde
Unidade de classificação
Funções do corpo
São as funções fisiológicas dos sistemas orgânicos (incluindo as funções psicológicas).
Estrutura do corpo
São as partes anatômicas do corpo, tais como órgãos, membros e seus componentes.
Deficiencia São problemas nas funções ou nas estruturas do corpo, tais como um desvio importante
ou uma perda.
Limitações de Atividade
Restrição de participação
São problemas que um indivíduo pode enfrentar quando está envolvido em situações da vida real.
Fatores Ambientais
Constituem o ambiente físico, social e das atitudes em que as pessoas vivem e conduzem sua vida.
Modelo Social
O outro, por sua vez, considera a questão principalmente como um problema criado pela sociedade
e, basicamente, como uma questão de integração plena do indivíduo na sociedade.
A incapacidade não é um atributo de um indivíduo, mas sim um conjunto complexo de condições,
muitas das quais criadas pelo ambiente social.
Assim, a solução do problema requer uma ação social e é da responsabilidade coletiva da sociedade
fazer as modificações ambientais necessárias para a participação plena das pessoas com
incapacidades em todas as áreas da vida social.
Portanto, é uma questão de atitude ou de ideologia que requer mudanças sociais que, a nível
político, se transformam numa questão de direitos humanos. De acordo com este modelo, a
incapacidade é uma questão política.
A CIF baseia-se numa integração desses dois modelos opostos. Para se obter a integração das várias
perspectivas de funcionalidade, é utilizada uma abordagem "biopsicossocial".
Assim, a CIF tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente das diferentes perspectivas
de saúde:
Utilização da CIF
Assim, podemos usar estas classificações como base condicionante para percebemos como
podemos estruturar os diversos serviços de saúde nas diferentes organizações dessa área.
Assim, podemos usar estas classificações como base condicionante para percebemos como
podemos estruturar os diversos serviços de saúde nas diferentes organizações dessa área.
Aula 02
Toda organização possui decisões a serem tomadas em todo momento. Estas decisões se desdobram
em alternativas que motivam nossas escolhas. A busca de informação para o auxílio na tomada de
decisão se entrelaça com as próprias ferramentas de gestão que utilizamos. Todo este processo de
escolher o(s) caminho(s) também é conhecido como tomada de decisão.
Nesta aula, trataremos da percepção com que a organização, como sistema social, carrega em sua
própria concepção a incerteza como parte da condução administrativa organizacional. Identificá-la,
acompanhá-la e minimizar seus efeitos nas diversas variáveis atuantes no sistema permite ao gestor
encontrar caminhos que efetivamente cheguem à efetividade das ações conduzidas na organização.
O processo de tomada de decisão em uma Organização requer alguns aspectos para o seu adequado
entendimento. Em primeiro lugar, é importante o conhecimento suficiente do problema ou do
assunto a ser decidido.
O sucesso nas tomadas de decisões depende, ainda, de diversos fatores concomitantes. Um que nos
aparece de forma natural e imediata refere-se ao adequado acompanhamento das fases
(metodologia) que compõem o processo decisório, que são apresentadas a seguir:
1. Identificação do problema
Definir o problema para entender melhor a decisão a ser tomada. Para isso, o problema deve estar
claro e com as informações completas.
É importante para o gestor reunir dados e informações e cumprir metas conhecidas e acordadas, e
ter todos os problemas devidamente formulados e definidos. Dentro disso, é de grande importância
o consenso do grupo social envolvido.
2. Análise do problema
A partir da consolidação das informações sobre o problema. Para tanto, é necessário tratar o
problema com um sistema.
Após a coleta de informações, o gestor deve entender que mesmo semelhante ou parecido com
outras situações, todo processo decisório deve ser encarado e abordado como uma nova situação.
Ao final, é preciso tomar uma decisão, sem acomodação, ordenando preferências, avaliando as
alternativas e destinando valores, o que aumentará o alcance das metas que pretendem ser
alcançadas com sua implementação.
Através de levantamentos das vantagens e desvantagens de cada alternativa, bem como da avaliação
de cada uma dessas alternativas em relação ao grau de eficiência e eficácia no processo.
5. Seleção de alternativas mais adequadas
Em cada tomada de decisão não nos é fácil perceber que em determinadas situações ou decisões
agimos da mesma maneira ou nos deparamos com problemas idênticos.
Nas Organizações onde encontramos uma hierarquia bem definida com estruturas semelhantes é
possível classificar essas decisões de maneira a relacioná-las em aspectos e características de
repetição ou de cognição.
Tipos de Decisão
Em ambos os casos, a tomada de decisão é uma ação humana e comportamental. Esta envolve a
seleção, consciente ou inconsciente, de determinadas informações e ações entre aquelas que são
fisicamente possíveis para o decisor e para aquelas pessoas sobre as quais ele exerce influência e
autoridade.
Embora não seja uma relação exaustiva, visto que na literatura temos diversos modelos relacionados
ao processo decisório, foram escolhidos alguns deles para exemplificar a questão que estamos
estudando.
Os modelos a seguir são modelos utilizados largamente nas Organizações contemporâneas, ou são
modelos que possuem grau elevado de afinidade com o que podemos visualizar em Organizações de
Saúde.
Este tipo de modelo predomina em sistemas fechados, cuja estrutura organizacional é altamente
burocrática e as diretrizes da Organização são definidas por meio de regras formais.
Trata-se de um ato orientado para se atingir os objetivos, por meio da solução de problemas, ou
seja, é um comportamento regulado por normas e rotinas, de modo que a Organização possa agir de
uma maneira procedimental e intencionalmente racional.
Qual o problema?
O que deve ser observado como padrão para tomar decisões em situações similares?
Este modelo possibilita largamente o uso de decisões programadas e pode ser aplicado quando
enfrentamos problemas simples, com poucas alternativas de ação ou quando o custo de procurar e
avaliar alternativas é pequeno.
Por outro lado, podemos observar que na literatura da área há o entendimento de que tomar uma
decisão totalmente racional é uma tarefa praticamente impossível, pois o tomador de decisão não
tem condições de possuir conhecimento sobre todas as variáveis influenciadoras do processo.
Isso porque no momento da coleta de informações já se pressupõe a análise inicial das alternativas e
também das prováveis consequências que cada uma pode causar.
Modelo 2 – Modelo de racionalidade limitada
Este modelo trata da impossibilidade de o gestor ter acesso a todas as possibilidades de ação, de
modo a conseguir avaliar todas as alternativas, considerando a imensa dificuldade de ter acesso e de
processar todas as informações referentes à decisão a ser tomada.
Nessa ótica, a Organização é vista como uma aliança entre os diversos interesses que a envolvem,
em que o processo decisório advém de acordos políticos entre os decisores, conforme suas
preferências.
As informações, bem como as alternativas, estão disponibilizadas de maneira limitada, sendo que as
soluções são escolhidas por meio do processo de estabelecimento de regras, conforme os interesses
e os objetivos dos envolvidos nesse processo.
Assim, a escolha da decisão se faz a partir da opção considerada aceitável politicamente para a
Organização.
Com isso, nesse modelo, apesar de o administrador desejar agir com racionalidade, suas ações são
limitadas pela reduzida gama de informações necessárias para o processo decisorial. Sendo,
também, limitado pelas várias interposições causadas entre as partes que irão determinar a escolha.
Outro modelo encontrado na literatura relativa à tomada de decisões é Modelo Incrementista. Ele
retrata as impossibilidades do racionalismo e a necessidade de focalização das informações.
Nesse modelo, não existe apenas uma decisão correta, mas uma série de tentativas selecionadas por
análises e avaliações, em que as ações são tratadas de maneira flexível, até atingir o grau almejado
Nesse modelo, os gestores não dispõem de informação, nem de previsão, entretanto, escolhem
cursos de ação alternativos, que diferem incrementalmente dos aplicados no passado.
Esse modelo é caracterizado como desestruturado, em função das constantes mudanças. Nele, as
fases que compõem o processo decisório passam a ser:
Rotina de controle:
que conduz o processo –--- Rotina de comunicação: que fornece informações e elabora relatórios.
Rotina de políticas: que permite ao tomador de decisão procurar uma solução própria em um
ambiente cheio de influências.
O Modelo de Decisão por Omissão (Cohen, March e Olsen) leva em consideração a decisão tomada
sem a devida consistência. O gestor não procura identificar e analisar o problema para, então,
delinear as alternativas possíveis de solução.
2- As pessoas possuem apenas uma leve compreensão dos fins e dos meios. Os participantes da
Organização ganham conhecimento por tentativa e erro, mas sem um claro entendimento de causas
subjacentes.
Percebe-se, nesse modelo, uma fragmentação da visão e estratégia global da Organização numa
série de escolhas parciais, separadas no plano temporal, com os subsistemas obedecendo a
diferentes calendários.
Diante do que vimos, compreende-se que, embora os modelos de tomadas de decisão sejam
diferentes entre si, todos eles convergem para as etapas que deverão ser seguidas na resolução de
cada problema organizacional. Possuem, todavia, características próprias em relação ao processo
decisório, pois cada um delibera sua própria ordem nas fases do processo.
A condição de incerteza afeta a todos, pois o ser humano carrega a incerteza em si.
Na área de saúde onde além do profissional de saúde, o próprio paciente faz parte do processo
produtivo, a interação humana e a consequente geração de incerteza são fomentadas em todo o
processo, afetando-o em todas as suas dimensões de forma recorrente.
Aula 03
Nos dias atuais, é comum convivermos com uma gama de problemas que alteram intensamente a
capacidade dos serviços de saúde de responderem de forma eficaz às demandas por saúde na vida
individual e na vida coletiva dos cidadãos brasileiros, o que pode ser detectado por meio da pouca
efetividade das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Nesta aula, veremos a gestão compartilhada e a co-produção de sujeitos autônomos. As relações
entre a atenção e a saúde, buscando conhecer arranjos e dispositivos para este compartilhamento, e
indicando dispositivos que permitam o apoio matricial especializado concorrente com os processos
de tomada de decisão.
Falar sobre o processo de trabalho em saúde remete à compreensão que ele compartilha
características comuns a outros processos de trabalho que se dão na indústria e em outros setores da
economia.
Dessa forma, o profissional de saúde, durante o exercício de sua atividade, precisa manter uma
relação “humanizada” com seus pacientes. O clínico depara-se com um ser pensante e igualmente
desejante, assim como ele próprio é. Nesse encontro entre dois sujeitos, o fluxo das emoções flui
entre ambos, criando uma relação autêntica entre dois seres e não entre um técnico e uma patologia.
Uma direcionalidade técnica, que diz respeito aos conhecimentos científicos e ao uso de tecnologias
que influenciam a produção específica do serviço de saúde.
Quanto à relação entre práticas de saúde e o modelo assistencial, discute-se que o modelo
assistencial cria missões diferenciadas para estabelecimentos de saúde aparentemente semelhantes,
as quais se traduzem em diretrizes operacionais bem definidas.
Pode ser que este fenômeno decorra do fato de que durante o exercício da clínica, o profissional
desfruta de importante grau de autonomia. Essa dificuldade em padronizar e regular a medicina e a
clínica em geral tem funcionado como um pesadelo para a cultura gerencial hegemônica.
De fato, possuímos um legado de modelos pregressos de gestão, centrados no controle do trabalho,
têm sido buscados tanto no setor público como no privado. Diferentes escolas e autores têm
procurado enfrentar a acentuada divisão de trabalho.
A motivação dos trabalhadores se daria, segundo estas concepções, por meio de formas distintas,
dependendo de como o ser humano se comportasse em cada um dos modelos, mas sempre tentando
enquadrar o ser humano em “algum tipo”.
Na área pública, as características mais marcantes da organização do trabalho são o baixo controle
sobre o trabalho e sua excessiva divisão em tarefas fragmentadas.
A própria política de pessoal para o SUS é muito restrita. No Brasil, hoje, observa-se um padrão de
gestão que não favorece o trabalho em equipe, e ainda não se desenvolveu uma cultura de avaliação
do desempenho. Estudos realizados pelo Observatório de Recursos Humanos, vinculado ao
Ministério da Saúde e a OPAS apontam que as categorias "otimização da alocação e da utilização da
força de trabalho", ainda que raramente utilizadas no campo da gestão pública de pessoas, apesar de
fundamentais não são suficientes para lidar com a complexidade do desafio de fazer tal tipo de
gestão.
Estas dimensões têm sido desconsideradas pela maioria dos gestores e gerentes no campo da saúde,
de onde se deduz que no imaginário desses gestores/gerentes, os trabalhadores de saúde ainda são
os ―recursos que ―devem, a priori, viabilizar as ações por eles traçadas.
Os trabalhadores, por seu lado, também se relacionam com os gestores e com o próprio trabalho na
mesma perspectiva, não se reconhecendo como autores do trabalho executado, não se
comprometendo além do papel de mero recurso, o que resulta em uma diminuição da
responsabilidade pelo trabalho e cuidado percebida pelo profissional.
Observa-se que o padrão gerencial do setor público tem uma baixa capacidade de fazer lidar com
pessoas, os mecanismos de incentivos são insuficientes quando não inexistentes; a política salarial e
de evolução profissional por meio de carreiras, em geral, são desvinculadas de resultados e
compromissos; as sanções administrativas são pouco utilizadas e também pouco eficazes devido ao
alto grau de burocratização e lentidão para o seu desfecho, culminando com análises
descontextualizadas dos acontecimentos que as geraram.
Observa-se que o padrão gerencial do setor público tem uma baixa capacidade de fazer lidar com
pessoas, os mecanismos de incentivos são insuficientes quando não inexistentes; a política salarial e
de evolução profissional por meio de carreiras, em geral, são desvinculadas de resultados e
compromissos; as sanções administrativas são pouco utilizadas e também pouco eficazes devido ao
alto grau de burocratização e lentidão para o seu desfecho, culminando com análises
descontextualizadas dos acontecimentos que as geraram.
Outro aspecto essencial da vida das organizações são as relações políticas inerentes a ela, expressas
por meio do processo de tomada de decisões e da gestão de conflitos.
Outro empecilho relevante para uma adequada organização do trabalho no Estado brasileiro é a
ultrapassada ordem jurídica das organizações de saúde.
A existência da dimensão política nas organizações, em várias concepções, é vista muitas vezes
como algo disfuncional, e não como um aspecto essencial, como instrumento para reconhecer os
diferentes interesses e gerar negociações e consensos possíveis, com a finalidade de pactuar uma
ordem institucional não coercitiva e possibilitar o melhor desempenho organizacional.
Diferentemente do que se propaga no discurso médico hegemônico, a atenção básica em saúde não
é uma ação simplificada. Quando assumida de forma integral e resolutiva, ela exige dos
profissionais que nela atuam um arsenal de atributos e recursos tecnológicos bastante diversificados
e complexos.
A característica dos serviços na atenção básica pressupõe a divisão de trabalho a partir de duas
perspectivas:
A primeira, de natureza horizontal, exigida pela própria complexidade dos serviços oferecidos
(unidades produtoras).
Outra, vertical, necessária à subdivisão das unidades produtoras, exigindo, assim, como pressuposto
operacional, a cooperação entre aqueles que executam o trabalho e o conhecimento técnico para a
resolubilidade das ações e a garantia da integralidade do atendimento.
B - Núcleo específico por problemas
O trabalho médico e a incorporação tecnológica
O conceito de profissional de saúde abrange um grande número de profissões, sem falar nas
diversas especialidades médicas e nas profissões emergentes e ainda não regulamentadas. O
Ministério do Trabalho, por meio da Classificação Brasileira de Ocupações registrava mais de 50
ocupações na área da saúde no final de 2011.
Este cenário faz do conhecimento explícito um recurso com alto valor agregado e que se reflete em
processos de conflito na organização, que muitas vezes demandam negociações financeiras e
técnica.
O médico detém poder nas organizações de saúde devido às características específicas do seu
trabalho, e somente parte dele pode ser transformada em rotinas, enquanto outra parte lida com um
conhecimento que não pode ser determinado previamente, variando segundo a especificidade da
situação e requerendo atividade cognitiva única, enquadrando-se como uma decisão não
programada.
Surge, assim, a relação de poder baseada no conhecimento, que muitas vezes é o estopim das
situações conflitantes entre técnico e gerencial. Outro motivo para a baixa capacidade de
enquadramento do trabalho médico em normas burocráticas é que o médico tem sido o profissional
que, mais frequentemente, insere o usuário no sistema de saúde, o que reforça a parcela de poder a
ele atribuído. Estas características são comuns ao trabalho clínico em geral, seja ele praticado por
enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas etc.
As práticas de gestão utilizadas para lidar com esta realidade e lidar com a autonomia do trabalho
médico têm sido diferenciadas no setor público e privado. Podemos citar duas práticas bem
difundidas:
Atenção gerenciada
Originária do setor privado de saúde. Surgiu como alternativa para regular o trabalho médico com
foco na relação custo/benefício, estabelecendo protocolos para as ações diagnósticas e terapêuticas,
a partir da preocupação com a contenção dos custos crescentes.
Com um maior envolvimento dos profissionais nos processos de gestão (co-gestão) da clínica, dos
serviços e do sistema de saúde que será possível uma prática responsável nos aspectos social e
humano. O foco a ser buscado envolve a gestão compartilhada e a instituição de mecanismos que
contemplem os interesses e as necessidades dos usuários, gestores e dos trabalhadores em saúde.
Encontramos estruturas organizacionais de desenho piramidal, sendo que do vértice para a base, os
graus de autonomia vão sendo reduzidos. As funções gerenciais encontram-se mais voltadas para o
controle da execução de atividades especializadas do que para a avaliação de resultados, o alcance
de objetivos e de metas.
Também a crítica que se faz a esta cultura não é recente e é anterior ao próprio SUS. Há cerca de 30
anos discute-se a necessidade de se reformular as estruturas organizacionais, aumentando sua
eficácia, eficiência e a humanização da atenção.
Outra característica do tipo de gestão predominante, segundo Onocko (2003), é expressar-se como
ação sobre a ação dos outros, o gerir outros objetos.
Esta formatação do modo de fazer gestão traz marcas da herança positivista, que aspira a controlar o
trabalho com base em alguma racionalidade definida a priori, fora do seu espaço, havendo, em
consequência, a produção sem a inserção dos sujeitos interessados nesta mesma produção.
O desafio estaria em incorporar a dimensão "gerar", a qual está relacionada aos processos de
criação, valorização das relações interpessoais, construção de autonomia e capacidade de tomar
decisões e resolver problemas relacionados ao trabalho e à própria vida.
Esses requisitos, por si só, não asseguram a comunicação adequada entre as várias unidades, isto é,
com o estabelecimento das competências de cada uma das partes ampliam-se as condições para a
confluência das ações na operacionalização do projeto institucional.
Utilizar um nível intermediário de coordenação para várias unidades de produção pode ser útil nos
serviços de saúde, quando esta agregação das unidades fortemente relacionadas, traz benefícios para
a gestão da clínica, com cadeia de responsabilidade pelo cuidado dos pacientes clara e oportunidade
de praticar a integralidade da atenção à saúde.
Não podemos, porém, pensar em uma tipificação estrutural como decorrência dos conceitos
anteriores. Este equívoco foi utilizado largamente nas teorias estruturalistas. Em qualquer tipo de
agregação que se faça das tarefas a serem desempenhadas pelos diferentes setores será sempre uma
escolha arbitrária, ainda que decorra da utilização de uma série de critérios, os quais estão no olho
do observador.
Integrar os planos de trabalho específicos das unidades de produção, com a construção do plano
diretor da organização, suas diretrizes gerais e do Sistema Único de Saúde.
Ser agente da gestão compartilhada, garantindo a participação do conjunto dos profissionais nas
políticas gerais e facilitando a comunicação entre as várias instâncias.
O colegiado de co-gestão deve ser composto pelo staff da direção e representação dos gerentes das
unidades de produção, podendo ocupar-se das seguintes funções:
A prática de co-gestão permite que sejam compartilhadas análises acerca do contexto no qual se
desenvolve o trabalho e a produção de atividades meio ou finalísticas e que sejam apontadas
estratégias sobre o que fazer, gerando a formação de compromissos dentro da equipe e desta com a
direção.
No elenco das funções gerenciais, o staff executa a função apoio. A responsabilidade de cumprir
esta função é proposta para os profissionais que ocupam cargos diretivos, assessores e/ou
supervisores, bem como especialistas externos ao hospital.
A partir da concepção de co-gestão, faz sentido uma função que, ao mesmo tempo, apoie (suporte),
mas também sirva de mola propulsora de ganhos de autonomia e capacidade dos trabalhadores e
gerentes locais de exercer suas atividades (manejo).
Nos serviços de saúde, as antigas funções desempenhadas pelas chefias vinculadas às corporações
profissionais (médica, enfermagem, serviço social, fisioterapia etc.) passam agora a atuar no apoio
às unidades de produção, segundo um desenho que corresponda ao melhor desempenho
institucional, como referência técnica no núcleo específico da formação ou como apoiador
institucional, objetivando a remodelagem da gestão e a melhoria da qualidade da assistência.
Desta forma, é atenuada a relação direta do dirigente superior com as atividades do cotidiano e se
amplia a possibilidade de integração entre as áreas dos serviços ou dos órgãos de gestão.
Atuar como apoiador matricial, multiprofissional, para que a atenção aos pacientes se dê cada vez
mais de modo integral.
Apoiar as instâncias colegiadas e as gerências de unidades de produção nos seus campos específicos
de conhecimento, assim como participar da educação permanente das equipes em suas áreas
específicas.
3 - Planejamento e Contratação.
O planejamento das ações de saúde é um componente inerente a qualquer instrumento utilizado para
estabelecer contratos ou acordos de gestão, entendidos como um caminho para o alcance dos
compromissos acordados, o qual permite ao contratante verificar a coerência entre os propósitos e
os meios a serem utilizados pelo contratado.
Esta equipe passa a ser a referência para todos os atendimentos que forem necessários no tempo de
uso do serviço. Na atenção básica, a estratégia da Saúde da Família aponta para esta formação
(equipe de saúde da família), estabelecendo a base populacional para uma dada formatação.
No hospital, durante o período de internação, a equipe que assiste o paciente deve ser a mesma, da
admissão à alta, assim como se ocorrerem outras internações isto é desejável; e nos ambulatórios de
atenção especializada a proposta também é que exista profissional dentro da equipe de referência,
para gestão da continuidade da assistência. Este arranjo possibilita uma prática integrada das
profissões e a ampliação da clínica, para além da dimensão biológica.
5 - Avaliação de risco e vulnerabilidade
As demandas dos usuários dos serviços de saúde apresentam-se de forma diversa das necessidades
de saúde, e quando esta dinâmica não é bem compreendida, são gerados problemas de insatisfação
do usuário, sentimento de não valorização da sua condição de saúde/doença. Os maiores
desencontros aparecem relacionados às chamadas urgências médicas.
O uso do projeto terapêutico resgata uma antiga tradição em desuso nos atuais serviços de saúde: a
discussão de caso clínico, com a diferença, de que o olhar agora seria prospectivo.
É por meio do projeto terapêutico singular que os profissionais de saúde podem exercer a dupla
função de gestor e operador da clínica. Este instrumento facilita e organiza a ação da equipe
multiprofissional, ação que se espera ocorrer a partir da ampliação do olhar para além da dimensão
biológica do problema de saúde, com a incorporação das dimensões subjetiva e social.
O uso de protocolos e diretrizes clínicas é essencial para apoiar a ação das equipes e mediar a
relação entre os vários serviços e órgãos que compõem um sistema de saúde.
A construção dos protocolos, sempre que possível, deve acontecer com a participação de médicos e
demais profissionais com capacidade técnica e prática de relação profissional-paciente humanizada
e de qualidade reconhecidas.
Isto amplia a credibilidade nestes instrumentos de gestão da clínica e legitima a necessidade do uso
eficiente dos recursos disponíveis, simultaneamente à busca do alcance das metas da qualidade.
Outro dispositivo relativo ao processo de trabalho das equipes assistenciais é discussão de casos
e/ou a visita conjunta aos casos mais complexos (no caso do hospital) para a avaliação do
andamento dos diversos projetos terapêuticos e tomada de novas decisões.
Isto também nos leva a apontar que o arranjo organizacional (equipe de referência) não é condição
suficiente para mudança no processo de trabalho em saúde, ainda que seja de grande importância ao
criar parte das condições necessárias.
Uma das soluções derivadas da visão sistêmica para lidar com interdependências cruzadas nas
organizações ou nos relacionamentos das organizações com outras variáveis externas (ambientais)
tem sido a utilização de modelos matriciais que buscam manter sob melhor mapeamento estas
interdependências. Podemos chamar de atividades de apoio matricial especializado as relações entre
as diferentes profissões e especialidades, bem como os fluxos de referência e contra-referência.
O padrão mais comum nas relações entre especialistas e generalistas é o do encaminhamento para
interconsulta e a dispersão dos diversos recursos de apoio diagnóstico e terapêutico.
O resultado desta prática, aliado ao baixo grau de responsabilidade pela continuidade do cuidado e
escasso uso de protocolos e diretrizes clínicas, configura no setor público as enormes filas de espera
aos serviços ambulatoriais especializados, geralmente sem que os pacientes tenham sua condição de
saúde avaliada segundo o risco de agravamento, danos e sequelas, implicando também numa
peregrinação dos usuários pelos inúmeros serviços especializados, semelhante ao que ocorre no
setor da saúde suplementar.
O remédio proposto tem sido instalar mais do mesmo modo de organizar a rede de serviços do SUS,
repetindo-se o círculo vicioso de aumentar a oferta e de imediato, ocorrer aumento da demanda
pelos variados serviços.
No que diz respeito ao hospital, encontramos na demora para a realização da interconsulta uma
significativa causa de prolongamento da permanência dos pacientes.
A busca por maior eficácia e eficiência no uso dos recursos disponíveis no Sistema de Saúde
encontra no apoio matricial um aliado bastante importante na organização das relações
interprofissionais.
Atendimento realizado pelo especialista e contato anterior e/ou posterior com a equipe que
continuará o seguimento do paciente.
Atendimento realizado pelo especialista e contato anterior e/ou posterior com a equipe que
continuará o seguimento do paciente.
Troca de conhecimentos e orientações com diálogo sobre os projetos terapêuticos entre apoio e
equipe.
Aula 04
Não há como se pensar em gestão focada na eficiência e eficácia, sem que se discuta o modelo
jurídico sobre o qual esta gestão deve estar baseada. Uma relação contratual entre o Sistema e seus
operadores que não se baseie na pura e simples definição de limites e tetos, mas sim em uma lógica
de pactuação da demanda quantitativa e qualitativa e na definição clara de responsabilidades. Esse
processo deve resultar, ainda, na fixação de critérios e instrumentos de acompanhamento e
avaliação de resultados, metas e indicadores definidos.
É fato notório que a saúde no país passou por transformações importantes no decorrer dos últimos
dez anos, tanto do ponto de vista jurídico-institucional como da execução das ações e dos serviços.
A partir de 1987, com a criação, por decreto federal, dos Sistemas Unificados e Descentralizados de
Saúde, que deu origem a convênios específicos, celebrados entre a União e os estados, a saúde
passou a gozar de maior relevância no cenário nacional, culminando com a Carta Constitucional de
1988, que criou um sistema de seguridade social com três áreas solidárias, mas distintas entre si: a
saúde, a previdência social e a assistência social.
Após a Constituição de 1988, a saúde passou a ser um direito do cidadão, garantido pelo Estado
mediante políticas sociais e econômicas capazes de reduzir o risco da doença e garantir o acesso
igualitário e universal aos serviços públicos de saúde, introduzindo, assim, um novo e distinto
conceito no cenário político: o de seguridade social.
O Ministério da Saúde ganhou relevância no cenário político, a partir da Constituição de 1988, com
suas novas funções no campo da seguridade social; já o Ministério da Previdência e Assistência
Social deixou de ser o responsável pela saúde de seus "segurados", passando a cuidar da
providência social propriamente dita (aposentadorias, pensões, benefícios).
Sob este cenário de reconstituição jurídica é que se assentam nossas bases jurídicas contemporâneas
em gestão da saúde.
Com efeito, com a saúde em evidência e passando a ser um direito do cidadão, a forma de gestão
dos seus serviços começou a ganhar relevância, pois o aumento da população usuária iria fatalmente
exigir uma mudança nos usos e nos costumes administrativos, sob pena de os serviços de saúde não
serem suficientes para garantir a saúde da população.
A melhoria da gestão pressupõe, portanto, um Estado forte na regulação das ações e dos serviços de
saúde. A Constituição, em seu artigo 196, definiu a saúde como direito de todos e dever do Estado,
garantido políticas sociais e econômicas, que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário das ações e dos serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
O direito à saúde comporta, assim, duas vertentes:
Esse novo ordenamento jurídico dividiu a saúde em basicamente dois grupos juridicamente
distintos:
I - Regime Jurídico de Direito Público, onde estão a administração direta e indireta através de
autarquias, fundações públicas, empresas dependentes, empresas públicas e o Consórcio Público de
Direito Público.
II - Regime jurídico de Direito Privado, onde estão as instituições ligadas à Sociedade Civil, como
as Organizações Sociais, Serviço Social Autônomo, OSCIP, Consórcio Público de Direito Privado e
outras entidades do terceiro setor. Também nesse grupo estão as instituições ligadas ao mercado,
empresas privadas, Parceria Públicoprivada – PPP, concessionárias e empresas estatais.
O objetivo destes novos arranjos institucionais e a consequente adoção de novos modelos de gestão
é sempre o de aprimorar a gestão do estado.
Esta busca por instrumentalizar melhor o aparato estatal no tocante à gestão passa por enfatizar
instrumentos tradicionais, como foco no resultado, implantação de parâmetros de aferição de
desempenho individual e institucional ou incremento dos níveis de accountability.
Na mesma medida em que o Estado passa adiante a ação executiva de determinadas áreas, a
necessidade de definição de métricas para o posterior monitoramento e controle é reforçada.
Este fato apresenta-se principalmente importante quando mencionamos o fato de o Estado passar o
atendimento de saúde para um terceiro de forma explícita no próprio texto constitucional quando a
própria saúde é definida na CF como direito social e dever do Estado (artigos 6º e 196º).
Portanto, qualquer modelo jurídico que se pretenda, deve ter claro que a supervisão, o
acompanhamento, o assessoramento e o controle dos agentes públicos são tão importantes quanto o
seu próprio sistema de financiamento.
Assim, o foco da administração vem se firmando nos meios e seus processos, e não necessariamente
na execução (fins). Tal contexto se reflete na gestão hospitalar pública, dificultando uma política de
incorporação tecnológica, informatização, modernização administrativa e gestão de recursos
humanos comprometidos com o serviço público. Na maioria dos hospitais públicos, falta gestão
capaz, eficiente, moderna e humana. Esses serviços, muitas vezes, têm alto custo e baixo resultado.
Busca de novas formas de financiamento, pois o modelo atual deixa todos os atores insatisfeitos
Publico e privados
Uma das maiores dificuldades historicamente relatada na área pública é a dificuldade do estado para
fixar, entender e executar objetivos, principalmente quando aplicados de forma integrada em um
sistema.
Porém, nesta nossa sociedade em transformação constante, onde as relações e tecnologias disputam
espaços de quais processam mudanças de ciclos mais rapidamente, os sistemas que não se adaptam
ao ambiente de forma dinâmica não conseguem se sustentar em interação com o mesmo, ou seja,
favorecem a estagnação.
Esse movimento, de cunho neoliberal, tem tido expressão nos países periféricos e no Brasil,
principalmente pela privatização de ativos que estavam nas mãos do Estado e gerando o
Encolhimento do Estado, gerencialismo, administração pública gerenciada etc.
Sem nos aprofundarmos em questões ideológicas, muitas vezes o que está em discussão pode não
afetar o preconizado na CF. Confundir o conceito de entrega de um direito da cidadania, com o
estado fazedor é um equivoco, bem como as discussões decorrentes. O que realmente interessa é
fazer, entregar o direito do cidadão. Isto é a consequência de fazer! A propriedade da organização
que faz é uma questão secundária (abordada pela Legislação como deve ser no direito positivo que
norteia nosso estado, mas secundária como garantia do direito).
Nesse sentido, (fazer ou entregar) o objetivo das organizações passa a se submeter à forma jurídica
das organizações. Na área da saúde, este erro tem sido cometido com muita frequência, o que
acarreta consequências, como descompromisso com a prestação de serviços, ineficiência,
valorização dos meios em detrimento dos fins.
Muito certamente o constituinte estava tentando ter maior controle do Estado sobre as atividades
que estas instituições realizavam.
Excessivamente rígidas
Burocráticas
Autorreferidas
Modelo da busca pela excelência, baseado na Escola de Relações Humanas, com ênfase na "cultura
organizacional": modelo de orientação para o serviço público; até hoje este tem sido o padrão
menos desenvolvido, fruto da fusão entre os modelos definidos pelos serviços público e privado,
conferindo, ao primeiro, aspectos administrativos qualitativos presentes no segundo, incluindo-se a
responsabilidade dos serviços com os usuários e os cidadãos, não mais considerados como meros
consumidores ou simples usuários.
Uma das críticas à chamada Reforma Bresser dos anos 90 foi a de levar muito mais para o terceiro
setor, sob regulação estatal, a realização de serviços públicos, em vez de introduzir modernos
processos de gestão no interior da Administração Pública.
Isso tudo levou a Administração Pública a buscar mecanismos paralelos ao Estado para se safar da
imobilidade burocrática, dos baixos salários e da retração de ingresso de servidor no serviço
público.
Na maioria das vezes, infelizmente, somente as entidades e os órgãos públicos que atuaram com
entidades paralelas conseguiram manter qualidade nesses serviços.
Foi a era das fundações de apoio, das cooperativas de trabalhadores, das terceirizações ilegais, etc.;
o próprio TCU, no recente Acórdão 1193/2006-Plenário, reconheceu que o imobilismo e as amarras
da administração pública empurraram o gestor público para aliar-se a mecanismos externos ao
Estado para viabilizar-se.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado (PDRAE) apresenta em seu documento vários
elementos dos diferentes modelos, mas pode-se afirmar que a figura das organizações sociais
aparece como modelo de passagem da administração burocrática à gerencial para os setores sociais,
em especial para a saúde.
Outra abordagem para este tipo de contrato no setor da saúde refere-se à sua dimensão sistêmica, a
fim de evitar que a desarticulação, desintegração e atomização hoje existentes venham a ser
reforçadas. Nesse sentido, é necessário que esse tipo de contrato esteja associado a políticas e a
outros instrumentos gerenciais de âmbito regional/central que assegurem a integração, a articulação
e o equilíbrio da rede de serviços, bem como o acesso da população às ações por elas
desenvolvidas.
Um exemplo interessante desse contexto histórico envolve uma ampla disseminação da ideia em
toda a estrutura de estado. Mesmo quando olhamos os então ministérios militares que possuem
estruturas de saúde próprias, distintas do SUS, ocorre a promoção da autonomia e contratos de
gestão.
Em 1998, era promulgada a Lei 9.724, que estendia a contratação por gestão no âmbito do então
Ministério da Marinha, já incluindo no seu inciso I do artigo primeiro a utilização na assistência
médico-hospitalar, prevendo no seu art.6º autonomia de contratação de pessoal. Logo em seguida
em 1999, o Decreto 3011 incluía na lista dos órgãos contemplados o Laboratório Farmacêutico da
Marinha, a Odontoclina Central da Marinha, o Hospital Naval Marcilio Dias e a Policlínica Naval
Nossa Senhora da Glória – as quatro organizações principais da estrutura de saúde assistencial da
Marinha. Curiosamente, nenhuma teve contrato de autonomia de gestão efetivamente realizado.
No caso específico dos diferentes modelos na busca de alternativas para a gestão em saúde, em
particular de hospitais, a questão a responder é a da eficiência.
Os hospitais, como já foi referido, são agências extremamente complexas. Construir modelos que
aperfeiçoem sua capacidade de produzir resultados sanitários não se enquadra na busca de maior
competitividade, e sim na busca de uma agência mais efetiva para a sociedade.
Naturalmente, essas soluções não se voltam apenas para hospitais, podendo servir para gerenciar
redes, ambulatórios etc.
Não é possível uma busca de alternativas sem parâmetros. Temos que ter claro que buscamos
eficiência e que esta para ser alcançada exigirá, como contrapartida, autonomia. Portanto, é
necessariamente um jogo de pesos e contrapesos, mais autonomia, mais eficiência, menos controle,
menos subordinação a um poder central. A relação entre autonomia e eficiência, resultados, tem
farta documentação no mundo moderno; portanto, não se trata de dogma.
Podemos identificar nestes cenários descritos um conjunto de premissas para que a modelagem
ocorra. Podemos agrupar as premissas em quatro grupos, como a seguir:
Subordinação à política de saúde do nível de governo onde a organização se inserir: esta premissa é
crucial e deve ser claramente desenhada na lei que cria a alternativa. Porém, o cuidado deve ser
evitar realizar uma soma com resultado zero. É possível subordinar a política por meio de
mecanismos como os contratos de gestão, os termos de ajuste. É com esses instrumentos que se
viabiliza a equação do financiamento e o acompanhamento da execução e cumprimento das metas
pactuadas. De outra forma, se forem criados muitos constrangimentos legais para garantir um
controle cartorial, a solução deixará de ser solução.
Legalidade: muitas vezes, parece que a proposta de criar uma solução dentro do âmbito da
eficiência busca contornar a lei, conspurcá-la. Não, e por isso a lei que cria a alternativa deve ser
clara nas diferenças que propõe (gestão orçamentária, gestão de pessoal, gestão de materiais e
contratos, gestão da estrutura organizacional e cargos).
Eficiência gerencial: a eficiência é princípio constitucional (artigo 37º) e a busca é em ser mais
eficiente, ser capaz de entregar mais daquilo que se tem que entregar (premissa pelo acesso
universal – CF 196º), aumentando, portanto, a efetividade. Aqui. as consequências do que foi
definido nas duas premissas acima será definitivo. A estrutura organizacional deve ser fixada pela
organização e ser modificada sempre que for necessário. Enfim, gerenciar e alcançar resultados
exige autonomia e responsabilização, esta podendo ser dada pelas condições fixadas no contrato de
gestão e pela premissa a seguir.
Capacidade de controle: este é um gargalo importante. O Estado tem que melhorar a sua capacidade
para controlar a execução dos recursos colocados à disposição destas organizações, isto tanto do
ponto de vista da execução, como do alcance dos resultados.
Como referencial para a análise comparada, apresenta-se de maneira sintética e didática a estrutura
possível de personalidades jurídicas da administração pública brasileira. O modelo a seguir enfocará
com maior detalhe as fundações públicas de direito privado e as organizações socais de saúde.
Terceirização
O estabelecimento hospitalar autônomo (EHA) é uma entidade de direito privado criada pelo Estado
de São Paulo, mediante autorização legislativa, com delegação para a execução de serviços médico-
hospitalares, mediante pagamento de preço previamente estipulado. Na época em que foi criada, no
estado de SP, ainda não existia a AIH pública, e o projeto instituía uma tabela pública de preço dos
procedimentos médico-hospitalares.
Essa entidade acabou sofrendo algumas modificações, tendo prevalecido a forma de autarquia de
regime especial. A vantagem do EHA era o seu regime de direito privado, embora a entidade fosse
criada e mantida pelo Poder Público. O regime privado conferiria mais agilidade administrativa e
financeira à entidade, compatibilizando os seus fins com os instrumentos gerenciais, uma vez que é
inconcebível administrar um hospital público sem a necessária agilidade administrativa.
Aula 05
Podemos, ainda, indicar que serão a maior fonte de custo para o sistema, constituindo grande
desafio ao gestor.
Nesta aula, vamos desdobrar alguns aspectos relevantes da assistência direta hospitalar e a
motivação para a desospitalização. Nas aulas 6, 7 e 8 falaremos de forma mais específica, focando
na Geriatria, no Day Hospital e no Home Care.
Envolve:
No setor público a questão da demanda é mais impactante, pois na maioria das vezes ela acaba
sendo desconhecida por conta do legado de desassistência que temos.
Demografia
Esta variável aparece em todos os cenários propostos, tendo o envelhecimento como uma das
características centrais desde o último terço do século XX. Observa-se importante queda da
mortalidade infantil, associada à redução da fecundidade e ao envelhecimento da população, com
reflexos imediatos no consumo de serviços de saúde. Por exemplo, a população de 65 anos e mais
demanda até quatro vezes mais internações que a média da população.
Perfil Epidemiologico
Elemento presente em todos os cenários, com consequências previsíveis. Desde o final do século
XX, se está observando a redução da mortalidade por moléstias infectocontagiosas (a velha
agenda), o aumento da mortalidade ocasionada pelas doenças crônico-degenerativas e causas
externas (a nova agenda – as chamadas DANT – doenças e agravos não transmissíveis), o
reaparecimento de enfermidades que faziam parte da agenda antiga (como a dengue, a tuberculose e
o cólera, denominadas reemergentes) e o surgimento da "novíssima agenda", representada por
enfermidades infectocontagiosas emergentes. Os portadores de enfermidades crônico-degenerativas
têm necessidade de cuidados por período mais longo que aqueles com doenças infectocontagiosas.
As complicações das crônico-degenerativas, associadas ao aumento na faixa etária, levam à
necessidade mais intensa por recursos tecnológicos.
O pronto-socorro (PS) geralmente é uma unidade intra-hospitalar preparada para atender urgências
e emergências. Podemos tê-lo na forma extra-hospitalar com perda de resolutividade por ausência
de centro cirúrgico, UTI ou meios diagnósticos, por exemplo. Muitas vezes, o OS é denominados
como Unidade de Emergência ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e funciona
interruptamente.
O planejamento da demanda deve ser feito considerando toda a rede, a fim de evitar acúmulo de
casos simples que teriam resolutividade de atenção básica. No SUS, este serviço está integrado pelo
Serviço de Atendimento Médico de Emergência (SAMU).
A ideia básica é que ao diminuir o tempo de atendimento do paciente em risco iminente de vida
aumentemos as chances de sucesso no atendimento.
A unidade comum que atende as especialidades básicas e a demanda espontânea deve ter as
seguintes condições:
1. Acesso diferenciado entre pacientes que cheguem ambulantes e aqueles que cheguem de
ambulância ou em estado grave.
8. Como o OS funciona 24h, a reação entre administração e corpo clínico deve ser contínua e
presente.
Número de salas.
Tamanho das salas.
Tipo de sistema de ar-condicionado.
Segregação de circulação (limpeza e controle de infecção hospitalar).
Requisitos de cirurgias especializadas.
Salas de pré e pós-anestesia e a relação com a UTI.
Facilidades disponíveis nas salas (oxigênio, ar comprimido, vácuo clínico, tomadas, piso condutivo
etc.).
Sala de equipamentos e apoio de engenharia clínica.
Vestiários e área de conforto.
Sala de Anatomia Patológica.
Sala de Laboratório Clínico.
Segurança patrimonial.
Controle dos insumos utilizados.
Estudo do fluxo de transporte do paciente que entra na sala (lateralidade).
Organização da agenda
Número de salas.
Tamanho das salas.
Tipo de sistema de ar-condicionado.
Segregação de circulação (limpeza e controle de infecção hospitalar).
Requisitos de cirurgias especializadas.
Salas de pré e pós-anestesia e a relação com a UTI.
Facilidades disponíveis nas salas (oxigênio, ar comprimido, vácuo clínico, tomadas, piso condutivo
etc.).
Vestiários e área de conforto.
Organização da agenda cirúrgica.
Além das questões vistas anteriormente no centro cirúrgico, o foco na evitabilidade da mortalidade
materna.
Em Relação internação
Outro ponto que surge nesta avaliação de planejamento: diferenciar a internação social da crônica e
da pós-operatória. A grande decorrência desta decisão é o impacto dos custos fixos do setor de
internação nos custos totais da organização. Quanto maior o número de leitos, maior o custo fixo.
A resolução dessa questão que envolve oferta versus demanda versus necessidade passa também
pelo conhecimento da média de dias de internação por procedimento.
Tipos de UTI:
Geral.
Especializada.
Semi-intensiva.
Para efeito de planejamento, devemos nos balizar pelos parâmetros assistenciais do SUS constantes
na portaria MS/110.
Acessibilidade.
Observabilidade.
Privacidade.
Comodidade.
Desospitalização
Parte da população ainda acredita que, se porventura, vier a adoecer num hospital receberá um
atendimento melhor do que em qualquer outro lugar. Isso acontece porque na maioria das situações,
as pessoas esperam que, com cuidados mais intensivos e a internação num local com maiores
recursos técnicos e tecnológicos, suas chances de recuperação serão maiores e mais rápidas.
Entretanto, a maioria da população desconhece o fato de que os hospitais também são locais que
oferecem riscos à saúde de qualquer paciente, principalmente aos idosos.
A maioria, se não a totalidade dos sistemas de gestão hospitalar tem seu inicio na admissão do
paciente e seu fim na alta hospitalar e administrativa, até que aconteça uma nova internação que
começa também pela admissão e termina na alta.
Todas as empresas que trabalham com a gestão do paciente têm dificuldade de saber o que acontece
entre uma e outra internação. Por outro lado, é exatamente este período que muitas empresas
prestadoras de serviços médicos estão interessadas em controlar ou monitorar.
Essa prática aumenta a eficiência do atendimento, garantindo rapidez nos resultados de exames e no
tratamento. Com isso, diminui-se o tempo de permanência do paciente nas instituições – evitando
problemas de capacidade – e o custo dos procedimentos, tanto para o paciente como para os planos
de saúde.
Ao hospital, cabe oferecer a estrutura necessária para que a desospitalização aconteça: processos
ambulatoriais bem definidos e funcionando em perfeita integração com as outras áreas da
assistência. Ao médico, cabe conscientizar-se sobre a importância de simplificar ao máximo a
passagem do paciente pela instituição de saúde, sendo extremamente criterioso na indicação de
procedimentos e exames, deixando as internações para os casos realmente necessários.
O mercado tem trabalhado com duas modalidades, baseadas ou não em hospitais: a assistência
domiciliar (Home Care) objeto da aula 8 e o Hospital Dia (Day Hospital), objeto da aula 7. A
primeira retira o paciente do ambiente hospitalar para prestar cuidados em sua residência ou opta
por não interná-lo. O Hospital Dia realiza, em nível ambulatorial, procedimentos diagnósticos e
terapêuticos, antigamente executados em regime de internação.
Podemos, ainda, indicar que serão a maior fonte de custo para o sistema, constituindo grande
desafio ao gestor.
Nesta aula, vamos desdobrar alguns aspectos relevantes da assistência direta hospitalar nas
instituições geriátricas. Nas aulas 7 e 8, falaremos de forma mais específica, focando no Day
Hospital e no Home Care.
Saúde para idosos
Idosos residentes na comunidade nas principais capitais brasileiras apresentam alta prevalência de
fatores de risco para institucionalização, doenças crônico-degenerativas e suas sequelas,
hospitalização recente e dependência para realizar atividades da vida diária.
Muitas vezes, percebe-se que o modelo capitalista de produção incorporado pelo sistema industrial
e pela sociedade está diretamente ligado ao isolamento social dos idosos, pois ele valoriza a
produtividade, ou seja, o ser humano é valorizado na medida em que suas ações sejam produtivas
ou lucrativas.
O idoso muitas vezes é estigmatizado pela sociedade como ser improdutivo e incapaz, deixando-o
sem perspectivas e visualizando-o como “encargo e prejuízo social”. Verifica-se que a
discriminação resultante deste processo cria o desinteresse na otimização da assistência geriátrica,
caracterizando a prestação de cuidado ao idoso, como um ato caritativo, sem conscientização dos
direitos destes indivíduos, e proporcionalizando-lhes a perda de sua cidadania.
Falar de gestão implica em falar de grupo social e cultura organizacional. Com as condicionantes
descritas anteriormente, percebe-se que estas instituições carregam aspectos distintos e únicos em
sua cultura organizacional dignos de estudo.
Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados válidos,
são ensinados aos demais membros como a maneira correta para se perceber, se pensar e sentir-se
em relação àqueles problemas.
As organizações têm desenvolvido modelos culturais diferentes e a maneira como cada uma
é organizada e a forma como as pessoas operam dentro da estrutura são fortes determinantes e
expressão de sua cultura.
Recursos Humanos:
Serviço de Enfermagem:
Procedimentos típicos: lavagem de mãos; higiene oral; higiene íntima; higiene após evacuação;
restrição no leito; cuidados com pés e manutenção das unhas dos idosos; aplicação de calor;
aplicação de frio; oxigenoterapia (cateter nasal, máscara, inalador, nebulização via traqueostomia);
controle de diurese; lavagem intestinal; punção venosa periférica; aspiração das vias aéreas;
verificação dos sinais vitais (pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória e temperatura
axilar); medicação (oral, sublingual, tópica, ocular, auditiva, nasal, vaginal, retal); prevenção de
úlcera de pressão; passagem e remoção de sonda nasogástrica; curativos.
Serviço Social:
Serviço de Enfermagem:
Procedimentos típicos: lavagem de mãos; higiene oral; higiene íntima; higiene após evacuação;
restrição no leito; cuidados com pés e manutenção das unhas dos idosos; aplicação de calor;
aplicação de frio; oxigenoterapia (cateter nasal, máscara, inalador, nebulização via traqueostomia);
controle de diurese; lavagem intestinal; punção venosa periférica; aspiração das vias aéreas;
verificação dos sinais vitais (pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória e temperatura
axilar); medicação (oral, sublingual, tópica, ocular, auditiva, nasal, vaginal, retal); prevenção de
úlcera de pressão; passagem e remoção de sonda nasogástrica; curativos.
Serviço Social:
Serviço de Nutrição:
Procedimentos típicos: higienização das mãos; higiene pessoal; higiene do local de trabalho; higiene
com os alimentos; higienização e pré-preparo de vegetais; preparo e montagem de saladas; pré-
preparo e preparo de alimentos enlatados, cereais, leguminosas e ovos; pré-preparo de carnes;
descongelamento de alimentos; utilização de sobras; estrutura física da Unidade de Alimentação e
Nutrição (UAN); refeitório; serviço de café, chás, sucos e lanches; distribuição de refeições (idosos
independentes e semidependentes); distribuição de refeição/preparo da bandeja para idosos
dependentes; preparo do lanche da tarde (para idosos dependentes); preparo de iogurte; distribuição
de dietas por sonda (idosos dependentes); preparo de sucos da dieta por sonda (idosos dependentes);
aquisição de alimentos; recebimento de produtos alimentícios; conferência das condições de entrega
dos gêneros alimentícios; seleção dos alimentos; armazenamento de gêneros alimentícios; lavagem
e esterilização; equipamentos e utensílios.
Serviço de Zeladoria:
Procedimentos: limpeza terminal de quartos; limpeza com pano úmido; remoção de poeira; brigada
contra incêndio.
Dificuldades na gestão
Podemos identificar diversos fatores que causam dificuldades na gestão de instituições geriátricas.
Exemplificamos alguns a seguir
Espaço
O relacionamento espacial do idoso envolve movimentos e distâncias não mais relacionados com
aqueles que lidava no passado. Considerando que na maioria das situações, o idoso busca a
instituição justamente quando a independência pessoal se dilui, o confronto do ser com o espaço
assume uma dimensão nova, onde o risco do deslocamento é o fator de busca de assistência.
Tempo
O tempo do idoso reflete de forma interdependente sua relação com o espaço. Os mecanismos de
interação com a realidade se manifestam em tempos distintos daqueles percebidos pelo adulto em
geral.
O espaço nas instituições é dividido como forma de organizar o poder, o tempo e os horários. As
instituições proporcionam atividades de rotina diária e também “extraordinárias”, ou seja, não
ordinárias.
Rotinas
Sem buscar uma padronização exacerbada de rotinas, e buscando uma forma exemplificativa e não
exaustiva, temos como exemplo uma possibilidade de rotina:
Banho: 8h30min às 11h. Os banhos são dados por cuidadores, pelos enfermeiros ou pelos dois ao
mesmo tempo, dependendo do caso.
Verificação/revisão dos quartos e dos idosos: Após o banho da manhã e ao longo do dia.
Verificação/revisão dos quartos e dos idosos: Após o banho da manhã e ao longo do dia.
Lanche: Entre 14h30min e 15h30min.
Banho: Entre 15h30min e 17h, ocorre a troca de fraldas, de lençóis para quem precisa.
Podemos ainda indicar que serão a maior fonte de custo para o sistema, constituindo grande desafio
ao gestor.
Nesta aula vamos desdobrar alguns aspectos relevantes da assistência direta hospitalar nas
instituições denominadas de “Day Hospital” ou Hospital-Dia. Na aula 8, falaremos de forma mais
especifica ,focando o Home Care.
Falar de Day Hospital ou Hospital-Dia implica em abordar uma visão estrutural relativamente
recente no conceito atual de gerenciamento de saúde e considerá-lo como uma alternativa focada
em um determinado segmento de atendimento.
Desde as primeiras estruturas similares identificadas dessa forma, a ideia surgiu para atender
pacientes que necessitam fazer procedimentos eletivos, de uma complexidade não tão elevada, ou
seja, pessoas que tem situações de intervenção em saúde que podem ser resolvidas em um curto
prazo de internação.
Em um Day Hospital é possível ter disponível uma UTI movél, manter contrato com ambulâncias e
banco de sangue para possíveis eventualidades sem fazer com que estes serviços sejam custo fixo
elevado da organização. Por ter uma estrutura mais focal aos procedimentos realizados e não
necessitar de infraestrutura de internação 24 horas, o trabalho de controle e combate à infecção
hospitalar é facilitado.
Podemos conceituar o Hospital Dia como uma unidade hospitalar especialmente configurada e
equipada para a realização de cirurgias e para internações clínicas que exijam menor tempo de
internação.
Espera-se que este menor tempo se situe no intervalo entre internação e alta, o que
preferencialmente deve ocorrer entre as 7:00 e as 22:00 h do mesmo dia.
Características principais.
A. Atuação multiprofissional e interdisciplinar em uma área física comum, voltado para realizar
atividades conjuntas com finalidades específicas, de acordo com as especificidades de atendimento
aos pacientes;
Objetivos de um Hospital-Dia
Um Hospital-Dia deve dispor basicamente da mesma estrutura que um hospital tradicional, mas
adaptado aos ciclos de internação e atendimento.
De uma forma exemplificativa podemos citar dentre as diversas possibilidades de atuação:
Para atendimento especializado, embora nem sempre recorra a procedimentos cirúrgicos pode
envolver procedimentos ambulatoriais voltados para o foco especifico dentro da area de saude como
tratamento de HIV na saude mental, na saude infantil na geriatria G/O em qualquer outra atividade
em que não inserção do paciente em uma unidade mais complexa gera beneficios tanto para
paciente quanto para o sistema
No caso do Hospital-Dia voltado para procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade, ele deve
dispor basicamente da mesma estrutura de um centro cirúrgico convencional, mas suas rotinas
técnicas e condutas se desenvolvem visando atender especificamente procedimentos de baixa e
média complexidade, priorizando agilidade e segurança.
Ou seja , o mix de procedimentos escolhidos a oferecer deve conter estritamente aqueles em que o
grau de risco para evolução a um quadro mais grave seja mínimo (tendendo a zero) e mesmo assim
que se tenha tempo para remoção para unidades de maior capacidade de atendimento.
Estrutura
De uma forma exemplificativa, podemos citar alguns procedimentos cirúrgicos passíveis de serem
executados em um Hospital-Dia:
Biopsia de mama , retirada de lesões da mama, oclocação de DIU sob sedação curetagem uterina,
cerclagem de colo uterino, Plástica de pequenos lábios, bartholinectomia;
Implantes dentários e retirada de dentes inclusos sob sedação, catarata, artroscopias, rinoplastia,
vasectomia, video-colonoscopia e video-endoscopia digestiva com sedação /anestesia geral em
regime ambulatorial.
Em vários países, tanto por questões relacionadas à geração qualitativa de atendimento ao paciente
quanto em relação a minimização de gastos em saúde, grande parte das cirurgias já são feitas em
Hospital-Dia, sendo que uma parcela cada vez maior delas em regime ambulatorial, ou seja, não
exigindo sequer ocupação de leito. Tudo isto visa principalmente reduzir os riscos de infecção
hospitalar, que são intimamente ligados ao tempo de permanência em hospitais.
O Hospital-Dia pode funcionar no horário tradicionalmente dito Comercial (segunda a sexta feira
das 7:00 às 22:00 hs) utilizando ou não a manhã de sábado para alguns procedimentos.
Como o foco é o procedimento eletivo, o agendamento das cirurgias (ou das internações clinicas)
podem ser agendadas diretamente pela enfermagem da unidade, atendendo às particularidades de
cada caso.
Cuidados específicos
Embora a complexidade estrutural seja menor, alguns cuidados específicos não devem ser deixados
de lado:
Historico
Cuidar do paciente em sua casa é na verdade uma prática que antecede a existência dos hospitais,
como pudemos ver na disciplina de Fundamentos da Gestão Hospitalar.
O nosso contexto atual de civilização se caracterizou desde o século passado por valorizar o espaço
hospitalar de uma forma bem estabelecida e em diversas situações com extremismos exagerados,
pois hospitais para tuberculosos, loucos e leprosos serviam para excluir estes pacientes da
sociedade, servindo inclusive de moradia e verdadeira prisão.
A partir do início da segunda década do século XX ocorreu o início dos movimentos de cuidados
domiciliares realizados de forma organizada e voluntária, porém feito apenas por enfermeiras.
Como referencia histórica temos dois momentos em que o excesso de enfermos em relação à
disponibilidade de leitos fez com que a utilização de Home Care se expandisse. Um nos EUA, por
ocasião da febre espanhola, no retorno da Primeira Guerra Mundial, e outro na Alemanha, ao final
da Segunda Guerra Mundial.
O Home Care, que então nasceu por pura necessidade, posteriormente cresceu e se firmou como
modalidade de atendimento à saúde por ser muito conveniente.
O modelo utilizado na Alemanha ao final da Segunda Guerra Mundial foi estudado, adaptado e
desenvolvido principalmente nos Estados Unidos e no Canadá e atualmente tem seus benefícios
bem conhecidos e disseminados por todo o mundo.
Além das considerações específicas relacionadas à inserção do indivíduo no grupo social que o
acolhe (como visto anteriormente), podemos ainda indicar alguns fatores específicos que
contribuem com o aumento da demanda por Home Care.
A implantação de novas políticas na área da saúde para conter os altos custos, onde a minimização
da utilização de recursos hospitalares (nível terciário) é um dos pontos focais.
Mudanças epidemiológicas.
Inovação técnica e científica, que permite que levemos para a casa tecnologias antes disponíveis
apenas no Hospital.
Dentro da percepção de Home Care podemos identificar dois tipos bem específicos e diferenciados
de Atendimento Domiciliar:
• Assistência Domiciliar;
• Internação Domiciliar.
O tipo de atendimento será definido em função das questões técnicas que envolvem o estado de
saúde do paciente, compreendendo a avaliação de suas necessidades e considerando além do
ambiente em que ele vive , o grupo social em que está inserido.
A ação de Home Care de uma forma mais ampla deverá estar voltada à recuperação e a reabilitação
do individuo, promovendo sua autonomia tanto quanto possível.
Benefícios
Segurança e conforto por estar num espaço acolhedor (seu próprio ambiente social);
Podemos considerar o Atendimento Domiciliar como uma estratégia de atenção à saúde que
abrange mais do que o simples fornecimento de um tratamento médico no domicílio. É um método
que possui uma construção filosófica de suporte social ,voltada ao paciente visando sua autonomia e
suas habilidades funcionais dentro do seu próprio universo social.
A assistência domiciliar é uma modalidade de Home Care. Os pacientes que se beneficiam pode ser,
por exemplo, aqueles portadores de doenças crônicas, que levam a limitações de sua vida
profissional ou social, que apresentam dificuldades de locomoção ou que tem doenças em que o
controle dos fatores ambientais é importante. Beneficiam-se também os pacientes em recuperação
de procedimentos cirúrgicos ou em fase de reabilitação após alguma enfermidade aguda. Os casos
mais comuns são os hipertensos, diabéticos, portadores de asma, bronquite, enfisema e os
sequelados de acidentes vasculares cerebrais.
Neste tipo de assistência domiciliar os pacientes são atendidos de forma programada em domicílio,
por uma equipe multidisciplinar composta no mínimo por médicos, enfermeiros e técnicos em
enfermagem e nutricionistas. Em caso de necessidade pode ainda haver o atendimento em
fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia.
O cuidado é feito também por seus familiares que são orientados pelas equipes em todas as
necessidades do paciente, objetivando a sua recuperação, manutenção da saúde em níveis que
possam permitir uma vida com mais qualidade e conseqente felicidade.
Embora sempre seja desejável que o dimensionamento estrutural seja um reflexo da estratégia da
organização e de um dimensionamento em sua participação no mercado (o que dependendo de seu
segmento de atuação pode variar significativamente), a busca de uma parametrização estrutural é
algo que em um primeiro momento sempre buscamos.
Para efeito didático será desdobrada a seguir um exemplo de estrutura possível para assistência
domiciliar. Este modelo estrutural foi inspirado nos modelos de assistência domiciliar que vêm
sendo promovidos pelo SUS e não representa uma estrutura rigidamente concebida, principalmente
quando pensarmos em saúde suplementar, onde os requisitos dos clientes assumem dimensões
distintas, que podem requerer soluções estruturais específicas.
Sala do Programa de Assistência Domiciliar (PAD) com telefone para comunicação externa com
clientes e cuidadores e para guardar de materiais.
• Acesso à intranet e internet, impressora, telefone em ambiente de temperatura controlada.
• Equipamento de GPS e mapa da região atendida.
• Veículo para transporte misto de pessoal e material, preferencialmente PICKUP ou SUV.
• Material médico-hospitalar.
• Conjunto de Equipamentos para uso pela Equipe.
• Equipamentos para empréstimo ao cliente.
• Equipamentos para empréstimo ao cliente mediante aluguel conveniado (subsidiado ou não pelo
programa).
Tecnologia
Composição de Equipe
Médico
Enfermeiro
Fisioterapeuta
Nutricionista
Assistente social
Fonoaudiólogo
Farmacêutico
Auxiliar de enfermagem
Motorista
Fisioterapia
Carga Horária de 10 h/semanais.
- Visitas domiciliares às sextas-feiras, de 14:00 às 18:00h.
- Restante da carga horária disponível para participação de reuniões e orientação dos cuidadores no
hospital.
Farmaceutica
Carga Horária 6h/semanais.
- Assessoria farmacêutica.
Auxiliar de enfermagem
Motorista
Carga Horária de 20 h/semanais
- Realizar a rota de visitas domiciliares de segunda à sexta-feira à tarde, de 14:00 às 18:00h, e
sábados pela manhã.
Deve ser elaborada sempre uma escala da rotina da EQUIPE, contendo de forma detalhada os
horários. Semanalmente deve ser agregada a esta escala a rota semanal com o planejamento de
atendimentos a serem realizados
Deve também ser realizado mapeamento dos processos para que todos os processos que serão
funcionalmente implementados possuam detalhadamente os processos, os responsáveis, os
objetivos, a metodologia, o cronograma, os custos e a justificativa. Como sugestão, podemos
utilizar a ferramenta 5W2H usada em Gestão da Qualidade.
Processo de transporte
As visitas do PAD dispõem de um carro para o transporte da equipe. O pedido do carro é realizado
através de formulário de solicitação de veículos especiais entregue ao setor do transporte. As
solicitações de ambulância para internamentos, exames e consultas são realizadas no mesmo
formulário, entregue ao setor de transporte.
Caso haja algum paciente com necessidade especial (acamado, acompanhante, O2 etc.) esta é
especificada no pedido. Para os clientes que estão em ventilação mecânica é solicitada UTI móvel
mediante solicitação médica entregue no setor de transporte.
Procedimento
Quando o paciente necessita da intervenção dos serviços médicos ou de enfermagem apenas para a
realização de procedimentos específicos como, por exemplo, a administração de medicamentos por
via parenteral ou a realização curativos complexos.
Baixa complexidade
Media complexidade
Diversos são os pacientes que se beneficiam da Internação Domiciliar, como aqueles em internação
hospitalar prolongada, aqueles que estão em internação hospitalar apenas para uso de medicação
venosa ou inalatória, os dependentes de oxigênio ou de ventilação mecânica, os que necessitam de
curativos complexos em escaras ou fixações externas e outros.