Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MEMORIAL
HISTÓRICO-GENEALÓGICO
ANCESTRALIDADE JUDAICA DE
Ricardo José de Albuquerque Correia
COSTADOS
Dória, Carlos Eduardo Barata, Jorge Ricardo Fonseca, Ricardo Teles Araújo e Gilson
Nazareth. Distinguido pela «Academia Paulistana de História», com o 22. º Prêmio Clio de
Senado Federal. Distinguido com a “Medalha Cultural Aluisio de Almeida, aprovada pelo
2. GENEALOGIA:
Recorrendo a fontes primárias, como registros paroquiais e processos da Inquisição
portuguesa, bem como a bibliografia especializada de méritos reconhecidos, estudada
e estabelecida a sua genealogia, verificamos que o requerente descende
comprovadamente da cristã-nova BRITES MENDES, portuguesa, atestada com
rumor de cristã-nova, pelo menos em três processos da Inquisição de Lisboa. No
processo de Habilitação para o Santo Ofício incompleto de seu descendente José
Gomes de Mello, em 1706, ficou dito ter sangue de cristã-nova.
Foi criada desde menina na casa de Duarte Coelho, capitão donatário de Pernambuco,
tendo-o acompanhado ao Brasil. Deixemos a Inquisição falar, pelas notas constantes
do processo de habilitação ao Santo Ofício – diligência que saiu frustrada – de seu
descendente directoJosé Gomes de Melo, em 1699-17001
Brites Mendes, mulher de Arnaud de Holanda, homem estrangeiro natural das
províncias da Holanda, e Brites Mendes é natural de Portugal, que veio a esta terra
com a Senhora Dona Brites de Albuquerque, mãe do donatário Duarte Coelho de
Albuquerque, a qual Brites Mendes a casaram, por se haver criado naquela casa, e é
vulgar fama que Brites Mendes era filha de pai e mãe que o Santo Ofício castigou pelo
judaísmo, e dizem foi sua mãe queimada, e ela por criança, a deram a criar naquela
casa por grande, como é uso semelhante polos em Casas donde se lhe dê doutrina e
amparo conveniente2.
(. . . ) são descendentes de Beatriz Mendes, que dizem era muito cristã-nova, a qual
casou com o flamengo Arnaud de Holanda3.
1
TT, Habilitações para o Santo Ofício, Incompletas, José Gomes de Melo, processo nº 3263.
2
Idem, fol. 3.
3
Idem, fol. 4.
Carlos Eduardo Barata 4 Genealogista e Historiador
(. . . ) Brites Mendes (. . . ) viera degradada pelo Santo Ofício sendo menina, por lhe
haveram queimado sua mãe (. . . )4.
(. . . ) em o segredo se diz que têm raça de hebreus, por via de uma Brites Mendes, e já
hoje se tem engrossado mais esta fama5.
4
Idem, fol. 5 e 5v.
5
Idem, fol. 1.
6
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, 1706-1713, doc. 2599 - http://digitarq.
arquivos. pt/details?id=2346624
Carlos Eduardo Barata 5 Genealogista e Historiador
3. CONCLUSÃO:
Face ao exposto e apresentado na Justificação Genealógica, fica amplamente provado
que RICARDO JOSÉ DE ALBUQUERQUE CORREIA, é descendente de
BRITES MENDES, cristã-nova portuguesa, cujo sangue gerou impedimento aos
seus descendentes no acesso à Familiar do Santo Ofício. Concluímos assim que não
há qualquer dúvida em afirmar, comprovadamente, que o requerente é descendente
directo de judeus sefarditas portugueses, cumprindo assim os requisitos estabelecidos
pelo Artigo 24ª-A, do Decreto-Lei nº 30-A/2015, que regula a naturalização de
estrangeiros que sejam descendentes de judeus sefarditas portugueses.
Esse mesmo método foi retomado em 1898 pelo genealogista e heraldista alemão Stephan
Kekule von Stradonitz (1863-1933), quando ele publicou o seu Ahnentafel Atlas e que,
desde lá tornou-se de uso universal sob o nome de notação de Sosa-Stradonitz7. Também é
chamado, equivocadamente, de numeração de ahnentafel.
7
http://www. provinz. bz. it/katalog-kulturgueter/de/suche. asp?kks_priref=66763
1. Pessoa
2. Pai
3. Mãe
4. Avô Paterno
5. Avó Paterna
6. Avô Materno
7. Avó Materna
8. Bisavô pela linha paterna
9. Bisavó pela linha paterna
10. Bisavô pela linha paterna
11. Bisavó pela linha paterna
12. Bisavô pela linha materna
13. Bisavó pela linha materna
14. Bisavô pela linha materna
15. Bisavó pela linha materna
...
Pode-se observar que este tipo de árvore é infinito e contínuo, o que permite indefinidos
acréscimos sem perturbar sua rigorosa estrutura. Observa-se que todas as mulheres têm um
número ímpar e os homens par.
Esse tipo de notação é tão racional que nos permite, à primeira vista e, com alguma
reflexão, saber que o nosso antepassado que nesta árvore recebe o número 123 é mulher,
mãe do número 61 (metade de 122, que é o pai - número que antecede ao impar 123),
sendo o número ímpar 61 também uma mulher que é mãe do 30 (metade de 60, que é o pai
- número que antecede ao impar 61), sendo o 30 um homem, que é pai do 15 (metade de
30), sendo o número ímpar 15 uma mulher, que é mãe do 7 (metade de 14, que é o pai -
número que antecede o 15), que também é mulher e mãe do 3, que é a mãe do probandus
ou a base dos costados.
Geração No. 1
Sucessão genealógica
(Ricardo José de Albuquerque Correia)
8
Nota: em azul, ao longo do estudo, a linha de sucessão do cristão-novo.
9
Ricardo José de Albuquerque Correia - Recife, Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do
14.º Subdistrito (Várzea) - Livro A-227, fls. 140 - termo 131.467
2. José Gregório, Neto,nasc. a 15. 03. 1936, em Guaranhuns, Pernambuco; fal. em 11.
07. 1999, aos 63 anos de idade, no Recife (Boa Vista). Ele é filho de José Gregório Filho e
de Marciana de Araújo Pinheiro. Ele casou-se a 05. 1923, no Recife, Pernambuco10, com
3. Dilma de Albuquerque Correia.
3. Dilma de Albuquerque Correia,nasc. a 07. 08. 1939, no Recife, Pernambuco; fal. em
23. 08. 2008, aos 69 anos de idade, em Tamarineira, Recife, Pernambuco11. Ela é filha de 6.
Romualdo Gomes Bezerra de Albuquerque e de 7. Ridete Julieta de Medeiros.
Sucessão genealógica
(Dilma de Albuquerque Correia)
10
Dilma de Albuquerque Correia - Pernambuco - Recife, Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas
Naturais do 2º Distrito do Recife (Santo Antônio), Livro 187. º de Matrimônios 1963, Fev-Abr, fl. 117 - Termo 71.
884
11
Dilma de Albuquerque Correia - Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do 1. º Subdistrito
do Recife Porto Virgílio) - Livro C-22, fls. 129 - termo 3200
Sucessão genealógica
(Romualdo Gomes Bezerrade Albuquerque)
12
Romualdo Gomes Bezerra de Albuquerque - Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais de
Glória do Goitá -Livro 1º de nascimentos, 1889, Jan-1914, Fev, fl. 194 - termo 421.
13
Romualdo Gomes Bezerra de Albuquerque - Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do 6. º
Distrito Judiciário do Recife (Graça) - Livro C-103, fls. 254 - termo 75. 034.
14
Romualdo Gomes Bezerra de Albuquerque -Pernambuco - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais do
Distrito do Recife - Livro B-7, fls. 269 - termo 5021
12. Antonio Gomes Bezerra de Melo,nasc. a 11. 02. 1880 in bat. 10. 03. , na Matriz de
Nossa Senhora da Glória do Goitá, Pernambuco15; fal. a 27. 12. 1930, em Glória do Goitá,
Pernambuco16. Agricultor. Ele é filho de 24. Francisco Gomes Bezerra de Melo e de 25.
Maria Joaquina Do Espírito-Santo. Ele casou-se a 31. 01. 1910, na Matriz de Nossa
Senhora da Glória, Glória do Goitá17, Pernambuco, com 13. Maria Flora de Albuquerque.
13. Maria Flora de Albuquerque,nasc. em 1886, em Glória do Goitá, Pernambuco -
atestada com 24 anos por ocasião do seu casamento: 1910; fal. antes de 1930 (consta como
falecida por ocasão do óbito de seu marido). Ela é filha natural de Alexandrina Mariada
Conceição.
Filhos de Antonio Gomes Bezerrade Meloe de Maria Florade Albuquerque – entre outros:
Sucessão genealógica
(Antonio Gomes Bezerrade Melo)
Sucessão genealógica de Antonio Gomes Bezerrade Melo (xn)
- descendência - documentada pelos registrosde casamento (1937) e de
nascimento (1912) do seu filho Romualdo, nos quais constam os nomes dos pais
(Antonio e Maria Flora) e dos avós (Francisco e Maria Joaquina) - documentos
estampados nas páginas anteriores;
- ascendência - documentada pelo mesmo registro de nascimentodo seu filho
Romualdo, nol qual constam os nomes dos pais (Antonio e Maria Flora) e dos avós
(Francisco e Maria Joaquina) - documento estampado na página anterior; e, pelos
registrosde casamento (1910), batismo (1880) e óbito (1930) do próprio Antonio,
nos quais constam os nomes dos pais (Francisco e Maria Joaquina) - - documentos
estampados nas páginas seguintes.
15
Antonio Gomes Bezerra de Melo Pernambuco: Glória do Goitá - Livro 14. º de Batismos da Matriz de Nossa
Senhora da Glória, 1880, Mar-1883, Maio, fls. 1v
16
Antonio Gomes Bezerra de Melo Pernambuco: Glória do Goitá - Cartório do Registro Civil das Pessoas Naturais
de Glória do Goitá - Livro de Matrimônios, 1929-1932, fls. 134-134v - termo 591.
17
Antonio Gomes Bezerra de Melo Pernambuco: Glória do Goitá - Livro 4. º de Batismos da Matriz de Nossa
Senhora da Glória, 1909-1911 - fl. 5-5v - termo 428.
24. Francisco Gomes Bezerra de Melo,nasc. cerca de 1857, natural de Glória do Goitá,
Pernambuco - agricultor, ainda vivia em 1914. Ele é filho deAntonio Gomes Bezerra de
Melo e de Severina Mariada Conceição. Ele casou-se a 23. 01. 1877, na Matriz de Nossa
Senhora da Glória, Glória do Goitá, Pernambuco18, com 25. Maria Joaquina Do
EspíritoSanto.
25. Maria Joaquina Do Espírito-Santo, nasc. a 07. 04. 1860, bat. a 09. 04. 1860, na
Capela de Duarte Dias, filial da Matriz de Nossa Senhora da Glória, Glória do Goitá19,
Pernambuco –o casal ainda vivia em 1914. Ela é filha de 50. Antonio Felipe de Holandae
de 51. Joana Mariada Conceição.
12 i. Antonio Gomes Bezerrade Melo, nasc. a 11. 02. 1880, em Glória do Goitá,
Pernambuco; cas. com Maria Flora de Albuquerque - conforme segue na
Geração 4, item 12.
ii. Josefa Gomes Bizerrade Mello, nasc. a 09. 02. 1888, em Glória do Goitá,
Pernambuco;
iii. OlyssesBezerra de Mello, nasc. a 10. 03. 1890, em Glória do Goitá,
Pernambuco. 20
iv. Joana Gomes Bizerrade Mello, nasc. a 07. 07. 1896, em Glória do Goitá,
Pernambuco;
Sucessão genealógica
(Maria Joaquina do EspíritoSanto)
18
Francisco Gomes Bezerra de Melo - Pernambuco: Glória do Goitá - Livro 5. º de Matrimônio da Matriz de Nossa
Senhora da Glória, 1874, Jan-1882, Nov, fl. 68
19
Maria Joaquina do Espírito Santo – Pernambuco - Glória do Goitá: Livro de Batismos 1856, Out-1863, Jan, fl.
114
20
OlyssesBezerrade Mello–Pernambuco: Glória do Goitá, Cartório do Registro Civil de Glória do Goitá, Livro de
nascimentos, 1889-1914, fol. 47v e 48 – termo nº 109
50. Antonio Felipe de Holanda21, Antonio Philippe de Holanda, nasc. cerca de 1835 -
natural de Glória de Goitá (então distrito de Pàu D'Alho; fal. antes de 15. 12. 1904. Em 16.
03. 1862, batizou-se seu escravo Justino, filho natural de sua escrava Antonia, em Glória do
Goitá22. Em 1881 era proprietário do Engenho Boa Esperança, na Freguesia da Glória do
Goitá (onde residia em 1893, aquando da morte de sua filha Inácia). No mesmo ano de 1881
a os Cavalcanti e os Holanda Cavalcanti eram proprietários de vários engenhos na região, no
eixo Goitá-Paudalho, reduto desteo gurpo familiar, onde havia se estabelecido seus pais
Cristóvão de Holanda Cavalcanti (Apoá) e Paula Cavalcanti de Albuquerque, sendo esta,
natural da Freguesia de Pau d'Alho. Seu pai morreu naqtele ano de 1881. Residiam em terras
da família:
1. João Cavalcanti de Albuquerque, com o Engenho Goitá
2. Manuel de Holanda Cavalcanti, com o Engenho Goitasinho
3. José Rufino Bezerra Cavalcanti, com o Engenho Palmeira.
4. D. Manoella Lins Cavalcanti e filhos, com o Engenho Taboquinha; e
5. Antoio Felipe de Hollanda, com o Engenho Boa Esperança.
21
Antonio Felipe de Holanda - Surge com a patente de Capitão no registo de óbito de sua filha Inácia Celestina de
Holanda. .
22
Antonio Felipe de Holanda - Pernambuco: Glória do Goitá, Livro de Batismos, 1856, Out - 1863, Jan: Disponível
em http://memoria. bn. br/DocReader/DocReader. aspx?bib=705110&pesq=felippe%20holanda
23
Francisco - Pernambuco: Glória do Goitá, Livro de Batismos, 1856, Out - 1863, Jan, fl. 123v: Disponível em
https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33SQ-GPS2-9QNM?i=156&wc=MHNG-
3TR%3A371210201%2C371210202%2C371357001&cc=2177293
Sucessão genealógica
(Antonio Felipe de Holanda)
24
Inácia Celestina de Holanda - Pernambuco: Glória do Goitá, Livro de Batismos, 1856, Out - 1863, Jan, fl. 123v:
Disponível em https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33SQ-GPS2-9SNJ?i=221&wc=MHNG-
3TR%3A371210201%2C371210202%2C371357001&cc=2177293
25
Inácia Celestina de Holanda - Registo Civil, GLÓRIA DO GOITÁ, Pernambuco, Lv. O1, 1889-1903, fl. 37, n. º
115.
26
Manuel – Pernambuco: Matriz de Nossa Senhora da Glória, Glória do Goitá – Livro de Batismos 1867, Fev-1870,
Out ; Disponível em https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33S7-9PS2-
99PJ?i=156&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3A6X9H-HKB4
27
Laureano Carneiro de Holanda - Pernambuco: Matriz de Nossa Senhora da Glória, Glória do Goitá – Livro de
Batismos 1872, Abr-1874, Maio – Disponível em https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33S7-9PS2-
9993?i=47&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3A668L-4JYX
28
Filomena Carneiro de Holanda - Pernambuco: Matriz de Nossa Senhora da Glória, Glória do Goitá – Livro de
Batismos 1872, Abr-1874, Maio – Disponível em - https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33SQ-GPS2-
9MKK?i=115&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3A6682-1P56
29
Pedro - Pernambuco: Matriz de Nossa Senhora da Glória, Glória do Goitá – Livro de Batismos 1874, Maio-1876,
Dez – Disponível em - https://www. familysearch. org/ark:/61903/3:1:33SQ-GP34-
YL?i=97&personaUrl=%2Fark%3A%2F61903%2F1%3A1%3A6DGQ-WJYN
30
Maria - Paroquiais, PAUDALHO, Pernambuco, Lv. B4, 1822-1830, fl. 79. – Documento XI.
33
Lourenço Cavalcante de Albuquerque - Paroquiais, PAUDALHO, Pernambuco, Lv. O4, 1866-1872, fl. 57v. –
Documento X.
34
FONSECA, António José Victoriano Borges da. Nobiliarchia Pernambucana, Vol. I, in Annaes da Bibliotheca
Nacional do Rio de Janeiro, Volume XLVII, Rio de Janeiro, 1935, pp. 307 e seguintes, maxime 316. – Documento II.
35
LIMA, Cândido Pinheiro Koren de. Albuquerque. A herança de Jerônimo, o Torto, 2ª edição, Fundação Gilberto
Freyre, Recife, 2014, pp. 331 e seguintes, maxime 366. – Documento VII.
MEIOS DE PROVA
Sucessão genealógica
De acordo com a ETAPA 1 do "Relatório" da CIL, sobre REQUERER A CERTIFICAÇÃO NA
COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA (CIL), fica disposto em "Meios de Prova": É esperado
que os requerentes providenciem diferentes meios de prova, embora seja compreensível que não
serão os mesmos para cada caso particular e que algumas pessoas não sejam capazes de
apresentar todos eles.
1. Pessoais – nome de família, registos e documentos (incluindo fotografias, vídeos e
ficheiros áudio) de cerimónias da família, casamentos, funerais, registos em comunidades
judaicas, certidões de nascimento, registos de propriedade, bibliografia e citações de livros,
documentos do arquivo inquisitorial e semelhantes. Isto posto, entende-se por "citações de
livros", com todo o respaldo no bom senso e no entendimento de estudiosos da genealogia,
que se tratam de obras reconhecidamente clássicas, obras de incontestável valor e elaboradas
por autores probos e insuspeitos no uso de suas fontes documentais, muitas delas, hoje
inexistentes. Por extensão, à bibliografia e citações, entende-se também, ainda com todo o
rigor na escolha das fontes, o uso de fontes públicas, como jornais, relatórios, processos e
habilitações, entre outras.
Foi autor da Nobiliarquia Pernambucana, que foi redigida por 29 anos, de 1748 a
1777, da qual apenas uma parte foi publicada em 1883 pelo Instituto Arqueológico,
Histórico e Geográfico de Pernambuco. Mais tarde, nos Anais da Biblioteca Nacional,
em 1935 é integralmente publicada - se não o completo conjunto da obra, pelo menos os
volumes existentes que não se extraviaram.
Tem interesse nas linhagens medievais portuguesas e em questões como famílias com ancestrais na
antiguidade (o problema das DFAs, Descents from Antiquity).
36
"Meios de Prova" - ETAPA 1 do "Relatório" da CIL, sobre REQUERER A CERTIFICAÇÃO NA COMUNIDADE
ISRAELITA DE LISBOA (CIL). Ver Quadro da página 26.
37
"Meios de Prova" - ETAPA 1 do "Relatório" da CIL, sobre REQUERER A CERTIFICAÇÃO NA COMUNIDADE
ISRAELITA DE LISBOA (CIL). Ver nota 20.
808. João Cavalcanti de Albuquerque, o Apoá, nasc. cerca de 1664; fal. em 01. 11.
1731. Foi senhor do Engenho de Apoá, em Paudalho, o que lhe valeu a alcunha; foi
igualmente senhor dos engenhos do Camorim, do Goitá, em Glória do Goitá, dos Morenos e
do da Volta do Cipó; e também dos engenhos de Mocotó, emVitória de Santo Antão, do
Paraná, em Escada, de Petribu, em Goiana, de Terra Vermelha, em Lagoa do Carro Novo, de
Uruguauana, em Palmares, e doPauparaná. . . Os Engenhos Apoá, Goitá e Petribu, formam as
grandes eprincipais propriedades da Família Holanda Cavalcante de Albuquerque, emterras
de Pau d'Alho e Glória do Goitá que, com o passar dos anos – tudodocumentado - foram
sendo fatiadas entre herdeiros, até gerar as respectivasvilas e quase uma centena de
"filhotes", novos engenhos, todos, inicialmente, em mãos do mesmo grupo familiar. . .
Vereador da Câmara de Olinda em 1707 e 1713 ficou neste último ano ouvidorgeral de
Pernambuco, em substituição interina do Dr. João Marques Bacalhau; Capitão de cavalos de
São Lourenço de Muribara, por carta patente de 10 de Julho de 1708, Capitão-mor da mesma
freguesia, e por último Coronel doRegimento de Cavalaria por carta patente de 16 de
Novembro de 1712. Pelosseus serviços recebeu a mercê de Cavaleiro Fidalgo da Casa Real
por alvará de 27 de Março de 1713. Em 1810 foi alçado pelo Governador Manoel Alves da
Costa ao posto de Capitão-Mor da freguesia de Santo Antonio de Tracunhaém, onde passou a
tesidir. Durante a Guerra dos Mascates, marchou para o Recife e fez cerco aosFortes do
Brum e das Cinco Pontas, em defesa do Governador. O Capitão-Mor João Cavalcante foi
senhor do engenho Apuá. Seus descendentes tornaram-sesenhores dos engenhos Volta do
Cipó, Terra Vermelha, Goitá e Petribú, entreoutros. O registro mais antigo encontrado sobre
o engenho Petribú data de 6 denovembro de 1729, com o registro de batizado de Thereza,
filha legítima deEstevão de Azevedo e de sua mulher, D. Catharina de Oliveira, cujo assento
está assinado e datado naquele lugar.
Ele é filho de 1616. João Cavalcanti de Albuquerque, xn, o Bom, e de 1617. Simoa de
Albuquerque Fragoso. Ele casou-se antes de 17. 06. 1708 (casado antes desta data, como se
vê do termo de Irmão da Misericordia de Olinda, que nesse dia assignou) com 809. Isabel da
Silveira Castelo-Branco.
809. Isabel da Silveira Castelo-Branco, nasc. cerca de 1679. Em 1812, o neto do
Capitão Mor João Cavalcanti, Capitão Francisco Cavalcanti de Albuquerque, foi
contemplado com uma sesmaria na Ribeira de Paudalho. Ela é filha de Manuel da Mota
Silveira e de Catarina de Barros Rêgo.
38
FONSECA, António José Victoriano Borges da. Nobiliarchia Pernambucana, Vol. I, in Annaes da Bibliotheca
Nacional do Rio de Janeiro, Volume XLVII, Rio de Janeiro, 1935, pp. 307 e seguintes, maxime 316. – Documento II.
39
LIMA, Cândido Pinheiro Koren de. Albuquerque. A herança de Jerônimo, o Torto, 2ª edição, Fundação Gilberto
Freyre, Recife, 2014, pp. 331 e seguintes, maxime 366. – Documento VII.
40
FONSECA, António José Victoriano Borges da. Nobiliarchia Pernambucana, Vol. I, in Annaes da Bibliotheca
Nacional do Rio de Janeiro, Volume XLVII, Rio de Janeiro, 1935, pp. 307 e seguintes, maxime 312 e 315. –
Documento II.
41
LIMA, Cândido Pinheiro Koren de. Albuquerque. A herança de Jerônimo, o Torto, 2ª edição, Fundação Gilberto
Freyre, Recife, 2014, pp. 331 e seguintes. – Documento VII.
42
BORREGO, Nuno Gonçalo Pereira. Habilitações nas Ordens Militares, Séculos XVII a XIX, Ordem de Cristo, A-F,
Tomo I, p. 154. – Documento VIII.
Casou primeira vez em 1584, com 6465. Catarina Cavalcanti de Albuquerque, filha de
Filipe Cavalcante, nascido a 12 de Junho de 1525 e falecido em Olinda, Recife, cerca de
1614, e de Catarina de Albuquerque, natural de Olinda, Recife, aí falecida em 1614.
Catarina de Albuquerque era descendente (12ª neta) do judeu Rui Fernandes Capão:
filha, como já se disse, de Catarina de Albuquerque, neta de Jerónimo de Albuquerque, o
Adão Pernambucano, bisneta de Lopo de Albuquerque, o Bode, trineta de João de
Albuquerque, tetraneta de Leonor de Albuquerque, quinta neta de Isabel de
Albuquerque, sexta neta de Vasco Martins da Cunha, sétima neta de Violante Lopes
Pacheco, oitava neta de Maria Gomes Taveira, nona neta de Gomes Lourenço Taveira,
décima neta de Lourenço Gonçalves Taveira, décima primeira neta da judia conversa
Maria Rodrigues Capão e, por fim, décima segunda neta do referido judeu converso Rui
Fernandes Capão.
Rui Fernandes Capão, judeu rico natural de Castela, acompanhou a Portugal, em 1208, a
Infanta D. Urraca de Castela, filha de Afonso VIII, Rei de Castela, e de Eleanor Plantagenet,
Princesa de Inglaterra, quando esta casou com o Rei D. Afonso II de Portugal. Foi almoxarife
da referida Rainha D. Urraca. Em Portugal, Rui Fernandes Capão converteu-se ao
cristianismo, foi baptizado, e foi feito cavaleiro da Casa de D. Afonso II.
43
AMARAL, Luís. Geneall, em linha, consultado em Fevereiro de 2018; cita as seguintes fontes: BRITO, Manuel da
Costa Juzarte de, apresentado por BORREGO, Nuno, e GUIMARÃES, Gonçalo de Mello. Livro Genealógico das
Famílias desta Cidade de Portalegre. FELGUEIRAS GAYO, Manuel da Costa. Nobiliário das Famílias de Portugal,
edição Carvalhos de Basto, Braga, 1989, vol. III, p. 406.
12928. Arnau de Holanda, nasc. cerca de 1515. Recebeu de Duarte Coelho uma
Sesmaria de uma légua quadrada ( 43, 56 KM ² ) na Muribeca, Jaboatão-PE,em 14 de
fevereiro de 1568, onde construiu o Engenho Santo André vendido em 20 de setembro de
1577 a João Peres. Foi um dos homens nobres que acompanharam Duarte Coelho, Donatário
da Capitania de Pernambuco. Ele é casado com 12929. Brites Mendes, de Vasconcellos
(cristã-nova), cerca de1538, em Olinda- Pernambuco.
12929. Brites Mendes, de Vasconcelos, Cristã-nova, nasc. cerca de 1520, emPortugal,
falecida a 19 de dezembro de 1620, em Olinda, Pernambuco, deixando por seu testamenteiro
seu neto Francisco do Rego Barros - sepultada na Igreja de StAntonio e S. Gonçalo do
Convento da Ordem de N. S. do Monte do Carmo da mesma cidade.
neto paterno de João Gomes de Mello, xn (de ascendência cristã-nova), natural de Olinda,
Pernambuco, sargento-mor, comissário da cavalaria e provedor da Fazenda Real, sargento-Mor
da Batalha, e de Ines de Almeida Lins, xn (de ascendência cristã-nova), também cristã-nova,
natural e batizada na Vila de Porto Calvo, bispado de Petrnambuco.
Trineto de João Gomes de Mello, natural da Beira, Portugal - citado no item 4122, e de Ana de
Holanda, xn (de ascendência cristã-nova), - citada no item 4123, filha de Brites Mendes,
apontada neste processo como cristão-nova, cuja mãe fora queimada pela Inquisição.
44
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, 1706-1713, doc. 2599 - http://digitarq.
arquivos. pt/details?id=2346624
45
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, 1699-1700, doc. 3263 - http://digitarq.
arquivos. pt/details?id=2347288
46
Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações Incompletas, 1706-1713, doc. 2599 - http://digitarq.
arquivos. pt/details?id=2346624
Nesse meio tempo entram em cena parentes afins dos Holandas portugueses, os Lins ou
Linz von Dorndorf, fidalgos alemães, cristãos, banqueiros de Ulm, riquíssimos e
prepostos em Portugal dos Fugger, de Augsburg. Em 1564, Maximiliano II, majestade
cesárea, envia carta a D. Sebastião, pedindo–lhe que atenda aos pleitos de seu vassalo
Sebald Linz. Sebald Linz é genro de Francisco Jácome, supra, e portanto sobrinho afim
do judaizante Diogo de Holanda. E o filho de Sebald Linz, neto de Francisco Jácome,
chamado Bartolomeu Jácome Linz, casa–se com Joanna de Gois e Vasconcellos, filha de
Arnal de Holanda e de Brites Mendes.
Dois dados são relevantes aqui. Diogo “Salomão”, tio de Jácoma Mendes, mulher de
Sebald Linz, apresenta–se espontaneamente à inquisição e é dispensado. Sebald Linz é
personagem com influência suficiente para obter da majestade cesárea uma carta em seu
favor, em que é dado como ‘vassalo’ do imperador. São com certeza comerciantes ricos e
influentes, esses Holandas e Lins. Mais uma coisa: Bartolomeu Jácome Lins vive em
Lisboa. Por que vai ao Brasil buscar uma mulher para se casar, se não fora devido a
parentesco e às práticas endogâmicas dessa gente?
Pode–se pensar que Arnal de Holanda era também filho de Jacob de Holanda, dito
Jácome de Holanda. Judaizante, casado com Brites Mendes, que, suporíamos, era irmã ou
sobrinha de Cosma Mendes, ou Leonor Mendes, a Dona Rica. Vieram para o Brasil para
fugir à inquisição, que devia pesteá–los constantemente. Os que ficam em Portugal devem
ter negociado — e pago bem — a carta de brasão de 1561, que lhes limpa o sangue e
apaga o passado judeu47.
47
Texto do Professor Dr. Francisco Antonio de Accioly Dória
Mais adiante:
". . . e Brites Mendes a casaram por se. . . naquela casa. Este . . . forma q Brites
Mendes . . . filha depois e mais q o Santo Oficio, castigou pellojudaismo e dizem foy
sua may queimada e essa por criança a deram a criar naquela casa por grande, como
he . . . os semelhantes polos em Casas donde se lhe doutrina e ampara conveniente. "
Francisco Berenguer de Andrade
48
FONSECA, António José Victoriano Borges da. Nobiliarchia Pernambucana, Vol. I, in Annaes da Bibliotheca
Nacional do Rio de Janeiro, Volume XLVII, Rio de Janeiro, 1935, pp. 307 e seguintes.