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Você já ouviu falar de economia colaborativa?

A tecnologia transformou a forma como vivemos e trabalhamos. Nesse sentido,


uma das mudanças mais significativas acontece sem grande alarde, mas com grandes
impactos no dia a dia de pessoas e empresas: a economia colaborativa. 
Também chamada de economia compartilhada ou em rede, a economia
colaborativa é um sistema em que ativos e serviços são trocados entre indivíduos. 
Esse fenômeno tem antecedentes: no Brasil, povos indígenas já utilizavam a troca e
o compartilhamento de bens como forma de desenvolver suas comunidades. Além deles,
outras comunidades utilizaram o compartilhamento ao longo do tempo, mas foi o advento
da internet e seu uso massivo que permitiu o desenvolvimento da economia colaborativa
como a conhecemos hoje.
Por meio da internet, pessoas que precisam de algo podem encontrar alguém que
oferece esse algo. Dessa forma, ativos físicos são vendidos como um serviço. Um dos
maiores exemplos da economia colaborativa é o Airbnb: a plataforma de hospedagem
permite que pessoas com quartos vagos encontrem pessoas que precisam de quartos
para alugar. Outro grande exemplo é o Uber, aplicativo de transporte, que conecta
motoristas e passageiros.
De acordo com o estudo The Sharing Economy, publicado em agosto de 2014 pela
empresa de consultoria PwC, a economia colaborativa já movimentava US$ 15 bilhões
anualmente, podendo chegar a US$ 335 bilhões até 2025.

Como a economia colaborativa funciona na prática?

A economia colaborativa é um princípio que está em constante mudança. Em


termos simples, isso se traduz na prática pelo uso da tecnologia para facilitar a oferta de
ativos entre duas ou mais partes. 
A oferta deles é feita por meio de uma plataforma de compartilhamento -
um marketplace compartilhado ou uma aplicação peer-to-peer - , arquitetura de rede em
cada um dos pontos (usuários) funciona tanto como um cliente, para receber arquivos,
quanto como um servidor, para enviar arquivos.
Seja qual for o meio utilizado, a economia colaborativa se baseia em quatro pilares:
1. usa tecnologia da informação (sistemas de TI), normalmente disponível por meio de
plataformas baseadas na web, como aplicativos móveis em dispositivos habilitados
para internet, de modo a facilitar as transações entre as partes;
2. conta com sistemas de classificação dos usuários para controle de qualidade,
garantindo um nível de confiança entre consumidores e prestadores de serviços que
não era possível anteriormente;
3. oferece àqueles que prestam serviços por meio de plataformas de correspondência
digital flexibilidade na decisão de suas horas de trabalho;
4. na medida em que ferramentas ou ativos são necessários para fornecer um
determinado serviço, ela conta com os bens dos próprios trabalhadores (casas,
carros etc).

Quais as vantagens da economia colaborativa?

Um dos motivos do rápido crescimento da economia colaborativa foi a mudança de


perfil sociocultural causada pela ascensão das novas gerações: os millenials (nascidos a
partir de 1980) e a geração Z (nascidos a partir de meados da década de 1990).
Esses dois perfis se sentem muito mais confortáveis em acessar bens em vez de
possuí-los. O Spotify e a Netflix também são reflexos disso: as plataformas oferecem o
acesso conteúdos
em áudio e vídeo, respectivamente, mas sem que o usuário detenha a posse de cópias.
Portanto, aproveitar as oportunidades da economia colaborativa faz bastante sentido,
considerando que essa mudança de perfil tende a se tornar ainda mais evidente na
medida em que essas gerações se tornam predominantes no mercado de trabalho.
Ainda há muita discussão em torno dos impactos da economia colaborativa. O que se
pode notar é que ela aumenta o acesso a bens de consumo. Também é mais conveniente
e eficiente que os métodos tradicionais de comércio.
No estudo já citado da PwC, 86% dos entrevistados acreditam que a economia
colaborativa é mais acessível e proporciona economias significativas de custos para os
consumidores que a utilizam. 
Aliás, é comum que as empresas que apostam na economia colaborativa liderem em
seus nichos. O Airbnb, por exemplo, registrou o maior IPO — quando uma empresa se
lança na bolsa de valores — dos EUA em 2020, com seu valor de mercado atingindo US$
100 bilhões.

E para a indústria, quais os benefícios?

A indústria também pode ser beneficiada pela economia colaborativa, contando com


um novo modelo de manufatura: o de fábrica compartilhada. 
A fábrica compartilhada aumenta a natureza de compartilhamento dentro da
manufatura e permite que pequenas indústrias tenham suas necessidades de ativos leves
atendidas sem que tenham que fazer grandes investimentos.
Nesse modelo, fábricas com maquinários ociosos podem viabilizar o negócio de
pequenas indústrias que não têm o capital para modernizar sua produção. Em
contrapartida, essas empresas com equipamentos parados movimentam bens de capital,
os transformando em negócios rentáveis.

Como aderir à economia colaborativa?


Alguns pontos são comuns para ter sucesso nesse novo modelo econômico:
 aposte na experiência do cliente: os detalhes importam. O consumidor atual
valoriza tanto a compra com uma marca (desde a hora em que pesquisa por algo
até depois da concretização do negócio) quanto a qualidade do produto ou serviço
em si;
 reduza e otimize os custos: a tecnologia ajuda a reduzir custos, tanto para
consumidores quanto para empresas. As empresas que sabem aproveitar de
sistemas da informação para otimizar os custos internos tendem a tomar a dianteira
na economia colaborativa;
 busque parcerias: a globalização inspira modelos de negócios muito mais
dispersos do que vimos anteriormente. Cada vez mais, um negócio acontece por
meio da ligação de duas ou mais partes, o que significa que fazer parcerias é
essencial para as empresas que desejam apostar na economia colaborativa.
A tecnologia ajudou a economia compartilhada a ser o que conhecemos hoje. A
tendência deve continuar, à medida que nos tornarmos cada vez mais conectados.
Embora a dinâmica dominante afete setores como bens de consumo e serviços, muitos
outros mercados tradicionais podem passar por transformações por causa da economia
em rede nos próximos anos, como as indústrias.

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