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UNIVERSIDADE FEDERAL DE

RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

MARIA TEREZA TAVARES DE AGUIAR

RESENHA DO CAPÍTULO 7: KARL MARX E A HISTÓRIA DA EXPLORAÇÃO DO


HOMEM

BOA VISTA, RR
2022
Karl Marx (1818-1883) nascido na Alemanha, desenvolveu seu pensamento como
uma resposta ao cenário social, seu estudo pautou-se principalmente na concepção do
materialismo histórico, e como consequência, gerou considerações acerca do sistema
capitalista e não obstante, o sistema socialista, do qual era defensor.
Marx escreveu para além da ciência, aspectos como a política, economia e a filosofia
também foram objetos de sua reflexão, e como resultado, culminaram para que o Marxismo
fosse transformado em uma corrente política e social, evoluído das transformações coletivas.
O pensamento Marxista sucedeu a influência da filosofia hegeliana, criada por Georg W.
Hegel, a premissa inicial dedica-se a explicar a história como um processo de associações e
estas se formam sobre as propriedades e parâmetros da sociedade, e se dão em uma dinâmica
antagônica entre tendências opostas, como tese e antítese, que como consequência,
forneceriam uma síntese, e esta resultaria na contemplação da história. Marx considerou então
que a oposição das forças tem caráter essencial, e que os agentes sociais, ainda que
conscientes, não são plenamente responsáveis por todos os eventos. Considerando que existe
uma oposição dialética que incide sobre eles.
Outro ponto relevante para a fomentação do pensamento de Marx, foi o contato com o
socialismo francês e inglês do século XIX, e as perspectivas sobre a sociedade burguesa e
outras transformações sociais, como excluir aspectos do individualismo, a competição e a
propriedade privada, que era dita como pilar para as desigualdades sociais e ainda sob o
Estado, que seria o principal agente regulador e às práticas voltavam-se para o fortalecimento
deste em primeira mão. No entanto, Marx julgava as proposições como utópicas, ressaltando
que questões como a luta de classes sociais e o proletariado como agente revolucionário, não
eram considerados pautas relevantes e que na verdade, deveria haver um rompimento com o
Estado, compreendendo que as desigualdades se fazem devido o próprio Estado e é inviável a
transformação dentro deste contexto. O mesmo aconteceu quando Marx tomou conhecimento
sobre os pensamentos clássicos dos economistas ingleses, como Adam Smith, que foi de
extrema necessidade para desenvolver novos conceitos como classes sociais, alienação,
mercadoria, mais-valia, modo de produção e outros.
Marx não trabalhou sozinho, Friedrich Engels foi uma figura de extrema importância
para o cenário, era economista político e um revolucionário alemão e também fundamentou o
socialismo científico ou como também chamado, comunismo. A tese baseia-se na análise
científica e na dinâmica da dialética social, ocasionada pelas diferenças históricas do
capitalismo, o que revelaria a necessidade de um regime opositor, como antítese e nesse caso,
considerado democrático e igualitário.
Retomando os aspectos da construção do pensamento de Marx e Engels, o primeiro
conceito a ser tratado é a alienação, que assume valor de desumanização, exclusão e mesmo
injustiça. Nesse sentido, compreende-se o uso de Marx, que faz da palavra a definição para
explicar a exploração econômica do trabalho no meio capitalista, considerando que a
indústria, a propriedade privada e o processo de assalariamento seriam partes fundamentais
para impedir o operário de alcançar dos meios de produção e subsídios próprios de seu
trabalho, já que estes seriam destinados aos empresários capitalistas. Ainda mantendo o
sentido, esse processo de alienação se instaurou socialmente, Marx justificava da seguinte
maneira: o liberalismo baseava-se na representatividade, e considerada o Estado como maior
figura e detentor de imparcialidade, devendo incluir toda a sociedade em suas representações,
já que os indivíduos delegam o poder. Contudo, a partir do desenvolvimento das instituições
trabalhistas, surgiram escalas de poder e consequentemente, classes sociais distintas, e para
Marx, esta divisão gerou um interesse social e principalmente por parte do Estado pela classe
dominante, valorizando apenas seus interesses e fomentando um monopólio de poder.
Sucumbindo os demais a alienação, pois estes sofriam delimitações em todos os âmbitos dada
a desigualdade, prejudicando o que o pensador considera essencial, o pensamento crítico, pois
apenas dessa forma se participa da política, dos aspectos sociais, econômicos e todos os
outros que permeiam a sociedade, a fim de transformá-la conscientemente em um espaço
social.
Desembarcando no segundo conceito, as diferentes classes sociais, que como já
explicado, surgiram a partir das relações de produção. A dinâmica se dá enquanto que os
capitalistas, detentores dos meios, necessitam do trabalho dos proletários, que o realizam em
troca de salários que garantem sua sobrevivência, e o resultado desse trabalho recai sobre os
capitalistas. Marx explica essa relação e reflete que a relação entre burguesia e proletariado é
formada de desigualdades e uma retórica fortemente exploratória e principalmente,
antagônica. As divergências partem dos capitalistas, pela busca por uma mão de obra mais
barata frente a maiores jornadas de trabalho e a preservação à propriedade dos meios de
produção e produtos e em contrapartida, há a classe trabalhadora como força oposta.
Marx então considera a importância da luta de classes no contexto histórico, sendo
esta a força motriz, pois apesar do antagonismo, uma complementa a outra e são instrumentos
para sua formação e transformações no meio, e essa interação é o que caracteriza a
manifestação social.
Ainda sobre esse novo modelo de sociedade, apoiado na indústria, outros conceitos
importantes surgiram e se estabeleceram dentro das relações, como a perspectiva de trabalho,
valor, lucro e salário, as definições percorrem um caminho singular, na qual apoiam-se umas
nas outras. O trabalho transformou-se em mercadoria e esta agora possui um novo valor, que
se modifica a cada etapa pela qual o produto passa, e deve levar em consideração as
habilidades necessárias pelo trabalhador, bem como o tempo usado para o processo, que pode
ser visto no valor pago pelo capitalista para obter o serviço, o que também reflete no salário,
que tem o dever de representar o valor da força requerida para tal serviço e ainda sustentar e
abarcar todas as necessidades do trabalhador. Outro aspecto muito importante é o conceito e
mais-valia, que consiste no processo da exploração da mão de obra assalariada e o valor do
trabalho, que como visto, possui uma dinâmica de valor agregado que devem ser levados em
conta, e estes somam ao produto final, que deve ser vendido pelo capitalista pelo preço de
mercado, para que esse sistema se torne vantajoso e seja capaz de gerar lucros, é aplicado a
seguinte fórmula, o produto se mantém no valor de mercado, mas como isso não gera ganhos,
o capitalista força o trabalhador a trabalhar mais do que lhe é verdadeiramente pago, assim, o
excedente sobre o trabalho é dito como lucro e repassado ao capitalista.
Para explicar o capitalismo, Marx desenvolveu um método de análise que fosse de
acordo com as bases por ele dispostas, o chamado materialismo histórico, que parte da
premissa de que a estrutura das sociedades são elementos fomentadores para a produção de
bens e estes se dividem em as forças produtivas, que são as condições materiais para a
produção, estas incluem a natureza, como matéria-prima, aqueles objetos já modificados pelo
homem e o próprio homem, considerado o principal agente e assim a produção é
desenvolvida, junto de técnicas e processos para combina-los, e cada uma dessas maneiras de
organizações configuram uma espécie de relação de produção, e esta por sua vez, nada mais é
que a variedade de formas pelas quais os homens podem se organizar para produzir. Como
por exemplo, modelos escravistas, cooperativistas, capitalistas. Tanto as forças produtivas
quanto as relações de produção são próprios das sociedades, considerando as atividades
desenvolvidas dentro do sistema capitalista e Marx vai chamar essa interação de modo de
produção e contém o que se precisa para entender e organizar determinada sociedade.
Por fim, Marx ainda pensa em um conceito de totalidade, na qual cada sociedade
possui uma forma de organização própria, ou seja, áreas como a política, economia,
propriedades sociais, religião, poder, apesar de serem um objeto em comum, sofrem variações
únicas, dentre as realidades sociais e a partir de um olhar científico e logicamente crítico,
deve-se analisar as propriedades que as causam e suas consequências, em uma busca pela
criação de um espaço que proporcione os mesmos níveis de oportunidade e forneçam as
condições necessárias para a manutenção das atividades.

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