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RESUMO DO CONTEÚDO DA AV2 DE

HISTÓRIA

Aluno: Antonio Santiago de Sousa Diógenes

Prof: Cícero Sampaio

1 – Marquês de Pombal
O Marquês de Pombal é o nome pelo qual ficou conhecido Sebastião José de
Carvalho e Melo, diplomata e primeiro-ministro português.

Faz parte da geração de governantes conhecida como déspotas esclarecidos


que afetou o Reino e suas colônias.

As mudanças do Marquês de Pombal

No ano de 1763 o Marquês de Pombal transferiu a então capital da Colônia de


Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. Vamos ver agora o que a Mineração
tem a ver com isso!

Mudanças políticas: O Tratado de Madri e as Reformas Pombalinas


As entradas e as bandeiras, as monções, as missões jesuíticas, a pecuária, o
tropeirismo e a mineração estenderam as ocupações portuguesas para além
dos limites do Tratado de Tordesilhas, que havia partilhado em 1495 as terras „a
serem descobertas‟ na América entre Portugal e Espanha numa linha imaginária
a 370 léguas a oeste de Cabo Verde (litoral da África).
Veja na imagem como o Brasil teria
ficado restrito ao traçado que corta o nosso território de Norte a Sul, iniciando
ao Norte na cidade de Belém, no Pará, e terminando ao Sul na cidade de
Laguna, em Santa Catarina.

O avanço em direção às regiões a Oeste da linha imaginária mudaram os limites


a partir da realidade da ocupação desencadeada pelos Bandeirantes.

Com esta realidade ocupacional, o reino de Portugal, sob o domínio de João V,


conseguiu triplicar suas possessões na América através do Tratado de Madri
(1750), assinado com a Espanha. O acordo baseava-se no princípio do “uti
possidetis”, que reconhecia o direito territorial „brasileiro‟ fundamentado no
povoamento e na exploração.

Entre 1750 e 1777, o Rei José I teve como Primeiro-Ministro o Marquês de


Pombal, cujo governo coincidiu com o apogeu e a crise da mineração no Brasil.
Pombal Agiu por influência de algumas idéias modernizadoras do Iluminismo,
porém, sem comprometer o absolutismo bragantino.

Por isso, Marquês de Pombal foi em Portugal a expressão maior


do Despotismo Esclarecido, realizando uma série de mudanças conhecidas
como Reformas Pombalinas.

A modernização administrativa de Portugal passou por medidas como


a extinção das capitanias hereditárias, substituídas pelas capitanias reais,
cujos governadores eram nomeados pelo rei, abolindo-se a hereditariedade do
cargo. Além disso, Pombal expulsou os jesuítas de Portugal e de todas as
suas colônias.
O objetivo era fortalecer o controle do Estado Português sobre o Brasil,
acabando com a ameaçadora influência da poderosa Companhia de Jesus.

Por consequência, as missões passaram ao controle do Estado através


do Diretório, composto por homens de confiança do rei. Foram criadas
também as Aulas Régias. Com isso, a educação colonial, uma atribuição até
então jesuítica, passou a ser laica. Para bancá-la, Pombal criou um novo
imposto: o subsídio literário.

O rigor fiscal foi, aliás, sua grande marca, instituindo o Quinto Mínimo e
a Derrama, além de criar companhias comerciais (Grão-Pará e Maranhão;
Pernambuco e Paraíba) que monopolizaram o comércio em regiões
estratégicas.

Acompanhando o deslocamento do eixo econômico da colônia, mudou a


capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.

O fim das Missões Jesuíticas


A expulsão dos padres Jesuítas e a consequente paralisação das diversas obras
educacionais desenvolvidas pelos membros desta congregação católica,
denominada Companhia de Jesus teve um impacto negativo na formação

intelectual do país.
Outra consequência irreparável foi a destruição das Missões, que eram
agrupamentos populacionais indígenas na Região Sul do país coordenados
pelos Jesuítas.

Os padres Jesuítas desenvolviam junto aos nativos formas de organização social


e cultural que foram entendidas como ameaçadoras pela coroa de Portugal e
pelo reino da Espanha.
Reformas na mineração do Brasil Colonial
O Marquês de Pombal decretou o fim das capitanias hereditárias, mudou
a capital da colônia e expulsou os Jesuítas durante o ciclo das
minerações. Resumo Enem de História.

A Mineração mudou a cara da economia do Brasil no século XVIII, com impactos


também na Política, na Cultura e no mundo das Artes e Literatura. Venha com a
gente revisar esse assunto e arrasar em História no Enem! Veja a importância do
personagem Marquês de Pombal.

O século XVIII também trouxe mudanças à estrutura política do Brasil. O grande


protagonista dessas mudanças foi o Primeiro-Ministro português Sebastião José
de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal (1699-1872). Ele entrou para a
história do Brasil como o autor das chamadas “Reformas Pombalinas”.

Maria I de Portugal
Maria I foi a primeira rainha portuguesa, a mais velha das
cinco filhas de D. José I com Mariana Vitória da Espanha e
nasceu em 17 de Dezembro de 1734 em Lisboa quando
recebeu o título de "Princesa da Beira". Maria Francisca Isabel
Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança, ficou para a
história como a “Rainha Louca”, reinou durante 38 anos entre
1777 e 1815. Com a subida do seu pai ao trono de Portugal
em 1720, recebeu os títulos de “Princesa do Brasil” e
“Duquesa de Bragança”.

Consumou o seu casamento em 1760 com o seu tio paterno


D. Pedro III. O seu reinado iniciado em 1815 foi conduzido
por três matrizes: preparar as "ofensas" a Deus, moralizar a
vida pública e fomentar um modo de governo progressista.

O seu governo ficou marcado o episódio da “Viradeira” em


que foram nomeados novos Secretários de Estado em
substituição do Marquês de Pombal, levando a uma quebra do
controle estatal sobre muitas áreas e um retorno da influência
da Igreja e da alta nobreza sobre o Estado. Foram também
soltos todos os presos políticos.

Dedicou-se, sobretudo, às obras sociais e à paz, tendo


chegado a conceder exílio em Portugal a aristocratas
franceses que fugiam à "Revolução Francesa". Fervorosa e
muito religiosa, a rainha era também muito melancólica e à
tristeza, resultava numa personalidade de baixos emocionais
frequentes.

Apesar do seu curto reinado, desenvolveu a área diplomática


e fez obras públicas, tendo assinado um tratado de comércio
com a Prússia em 1789. Na área científica e cultural, enviou
comissões científicas ao Brasil, Angola, Cabo
Verde e Moçambique e assinou obras muito importantes como
a Real Academia de Ciências de Lisboa e também a Real
Biblioteca Pública da Corte de Portugal.

Ligada ás causas sociais e dos desprotegidos, fundou a Casa


Pia de Lisboa e a formação de oficiais da Academia Real de
Marinha Portuguesa. No Brasil proclamou 5 de Janeiro de
1785 um alvará impondo pesadas restrições à atividade
industrial. Nesta época decorreu o processo de condenação e
execução de Tiradentes, no qual a rainha teria pedido que
este não fosse executado.

Devido ao agravamento do seu estado psiquiátrico, o seu


filho D. João VI assumiu os assuntos do Estado entre os anos
de 1792 e 1799, ano em que passou a governar em seu
próprio nome como Regente. Como forma de se tentar a cura,
foi pedida a vinda para Portugal do Dr. Willis de Londres, um
médico real de Jorge III que a todo o custo não fez os
tratamentos vingarem.

Ao juntar aos problemas vividos na corte francesa que


ocasionaram a morte na guilhotina do Rei Luís XVI, o seu filho
D. João VI assume a regência. Com as invasões francesas
acontecendo e todo um conjunto de instabilidades, aconteceu
a fuga da Família Real Portuguesa para o Brasil em 1808 pelo
perigo de invasão.

D. Maria I vai contrariada para o Brasil e agrava do seu


estado de saúde mental. Com a derrota de Napoleão em 1815
a família real ainda continuava no Brasil. Sempre
incapacitada, morreu na cidade do Rio de Janeiro no
Convento do Carmo após oito anos vividos no Brasil. O seu
corpo foi sepultado no Convento da Ajuda também no Rio de
Janeiro. No ano de 1821, com o regresso da Família Real
Portuguesa para Portugal, os seus restos mortais foram
levados para a Basílica da Estrela em Lisboa.

Inconfidência Mineira
A Inconfidência Mineira foi uma das maiores revoltas organizadas
contra a Coroa portuguesa durante o período colonial e envolveu parte
da elite da capitania de Minas Gerais.

"A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, é como ficou


conhecida a revolta de caráter separatista que estava sendo
organizada na capitania das Minas Gerais no final do século XVIII.
Essa revolta foi organizada pela elite socioeconômica de Minas
Gerais e acabou sendo descoberta pela Coroa portuguesa antes
de ser iniciada. Tiradentes foi um dos envolvidos nessa revolta."

"Antecedentes

A capitania de Minas Gerais era a mais rica do Brasil, em razão da


extração de ouro e diamantes na região. A exploração trouxe
uma enorme riqueza e fez Minas Gerais prosperar e crescer. A
atenção da Coroa portuguesa sobre sua capitania mais
importante era redobrada e, no século XVIII, a relação entre os
habitantes da capitania e a Coroa começou a demonstrar sinais
de desgaste.

Em 1720, por exemplo, aconteceu a Revolta de Vila Rica,


motivada pela insatisfação da população local com os altos
impostos cobrados pela Coroa. Outras revoltas aconteceram,
mas não tinham o objetivo de separar a capitania da Coroa
portuguesa.

"Participantes
A Conjuração Mineira foi uma conspiração organizada pela elite
socioeconômica da capitania das Minas Gerais. Nas palavras das
historiadoras Lília Schwarcz e Heloísa Starling, o grupo que
formava os conspiradores da conjuração eram pessoas que
“tinham laços familiares, de amizade ou econômicos” que os
vinculavam com a “cúpula da sociedade das Minas”|1|.

Elas também destacam que, apesar de ser formado


majoritariamente por membros da elite socioeconômica, o grupo
era composto por pessoas dos mais diversos ofícios, tais como
poetas, cônegos, engenheiros, médicos, militares, comerciantes
etc.|2| O membro da conspiração de situação econômica mais
humilde era Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
comandante da tropa que monitorava a estrada (Caminho Novo)
que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Ele, por sua vez, foi
um dos membros mais participativos da conjuração."

"Causas

Como abordado brevemente, a Inconfidência Mineira foi


resultado da insatisfação da elite econômica da capitania das
Minas Gerais com a política fiscal imposta pela Coroa
portuguesa. Essa insatisfação existiu ao longo de todo o século
XVIII, mas a partir da década de 1780 ganhou força e ares de
separatismo, dando uma nova dimensão a esse movimento
político.

Não se sabe o momento preciso em que a elite das Minas Gerais


começou a conspirar contra a Coroa, mas se sabe que foi em
algum ponto da década de 1780. Os envolvidos com essa revolta
tinham em mente que os impostos cobrados por Portugal eram
excessivos, mas também estavam imbuídos de outros ideais –
como a separação de Minas Gerais e sua transformação em uma
república.

Lília Schwarcz e Heloísa Starling chamam atenção para um fato: a


conjuração foi resultado do ressentimento, mas também da
percepção de que as Minas Gerais tinham condições de existir
sem a presença de uma Coroa controladora. Eles tinham noção
de que a capitania tinha condições econômicas de se
autossustentar.|3|

O estopim para a deflagração do movimento contra a Coroa


aconteceu durante as administrações de Luís da Cunha Meneses
e do Visconde de Barbacena, ambos governadores da capitania.
O primeiro teve uma administração corrupta que prejudicou
interesses da elite local para favorecimento de seus amigos
pessoais.

Já na administração do Visconde de Barbacena, foi enviada uma


ordem para realizar o cumprimento da cota de ouro anual, que
era estipulada pela Coroa. Para cumprir essa cota, foi autorizada
a realização da “derrama”, a cobrança obrigatória com o objetivo
de alcançar as cem arrobas de ouro. Isso causou indignação
porque a economia local estava em crise, em virtude da queda
na quantidade de ouro extraído.
A possibilidade de uma derrama alarmou a elite local e antecipou
os preparativos para uma revolta contra a Coroa. Os
conspiradores planejaram iniciar a revolta para o dia em que a
derrama fosse realizada. Um dos grandes propagandistas dessa
conspiração foi Tiradentes."

"O que defendiam os inconfidentes?

As reivindicações feitas pelos inconfidentes eram variadas, mas,


em geral, podem ser resumidas nos seguintes pontos:

proclamação de uma república aos moldes dos Estados Unidos;

realização de eleições anuais;

incentivo à instalação de manufaturas como forma de diversificar


a produção econômica das Minas Gerais;

formação de uma milícia nacional composta pelos próprios


cidadãos das Minas Gerais.

Na questão do trabalho escravo, não existia um consenso entre


os inconfidentes. Assim, alguns defendiam a libertação dos
escravos, mas outros defendiam a permanência da escravidão
caso a capitania alcançasse sua independência.
Os colonos pensavam em realizar uma revolta em Vila Rica que
depois se espalharia por toda a capitania. Para ter sucesso nessa
empreitada, os inconfidentes planejavam uma guerra de
desgaste que forçaria a Coroa portuguesa a negociar o fim das
hostilidades. Eles buscaram ajuda internacional de americanos e
franceses e até tiveram alguns acenos de apoio, mas que não se
concretizaram em ações efetivas.

Como terminou a Inconfidência Mineira?

Tiradentes foi o único dos envolvidos na Inconfidência Mineira a


ser condenado à morte.

As reuniões secretas que organizavam e divulgavam os princípios


dessa revolta contra Portugal estenderam-se durante anos, mas
o movimento não chegou nem ao ponto de ser deflagrado. Isso
porque, antes mesmo de sua deflagração, denúncias levaram ao
conhecimento da Coroa de que uma conspiração acontecia.

Em 18 de maio de 1789, alguns dos inconfidentes foram


informados de que a conspiração contra Portugal tinha sido
descoberta. O Visconde de Barbacena recebeu seis denúncias a
respeito de uma conspiração em curso nas Minas Gerais. A
denúncia mais importante foi realizada por Joaquim Silvério dos
Reis.
Silvério dos Reis estava envolvido com a conspiração e devia
grandes somas de dinheiro à Coroa portuguesa. Acabou
denunciando o movimento organizado pelos inconfidentes como
uma forma de ter as suas dívidas perdoadas. O relato de Silvério
dos Reis deu todos os detalhes da estratégia da inconfidência e
permitiu que autoridades coloniais planejassem a repressão
contra os envolvidos.

O Visconde de Barbacena ordenou a suspensão da derrama e


deu início às prisões e interrogatórios. Todo o processo de
julgamento dos presos por envolvimento na conspiração
estendeu-se durante três anos e foi uma demonstração de poder
da Coroa como forma de desencorajar outras conspirações do
tipo.

A leitura da sentença, conforme afirmação do historiador Boris


Fausto, estendeu-se por dezoito horas|4|. As condenações
foram as mais diversas e incluíram penas como degredo
(expulsão para a África), prisão perpétua, condenação à forca
etc. Vários dos envolvidos foram condenados por morte na forca,
mas d. Maria, rainha de Portugal, perdoou todos os condenados,
menos um: Tiradentes.

Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro, em maio de 1789. Sua


morte foi utilizada como exemplo de intimidação e ocorreu
porque Tiradentes era o grande propagandista do movimento.
Quando preso, estava em viagem para divulgar a conspiração
que estava sendo organizada.
Tiradentes acabou sendo enforcado no dia 21 de abril de 1792,
no Rio de Janeiro. Foi esquartejado e partes do seu corpo foram
espalhadas pela estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas
Gerais. Sua cabeça foi colocada em exposição na praça central de
Vila Rica e lá permaneceria até apodrecer, mas acabou
desaparecendo e não se sabe o seu paradeiro até hoje.

A Conjuração Mineira foi uma das mais importantes revoltas


organizadas contra a Coroa portuguesa e mostrou a disposição
dos colonos a romper o laço colonial e a existência de ideais
republicanos no seio da principal capitania brasileira. Poucos
anos depois, foi a vez da Bahia rebelar-se contra o domínio
português na Conjuração Baiana."

Conjuração Baiana (1798)

A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento político


popular ocorrido em Salvador, Bahia, em 1798.

Tinha como objetivos separar a Bahia de Portugal, abolir a escravatura e atender


às reivindicações das camadas pobres da população.

É também conhecida como "Conspiração dos Búzios" ou "Revolta dos Alfaiates",


por ter como principais líderes os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino dos
Santos Lira.

A Conjuração Baiana foi composta, em sua maioria, por escravizados, negros


livres, brancos pobres e mestiços, que exerciam as mais diferentes profissões,
como sapateiros, pedreiros, soldados, etc.
Influenciada pela Revolução Francesa e pela Revolução Haitiana, a Conjuração
Baiana foi fortemente reprimida. Seus membros foram presos e, em 1799, os
líderes do movimento foram condenados à morte ou ao degredo.

Líderes da Conjuração Baiana


Além da liderança exercida pelos alfaiates, o movimento também era
encabeçado pelos soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas.

Os quatro líderes da Conjuração Baiana condenados à morte em 1799. (imagem:


Revista Caros Amigos)
A maçonaria exerceu uma forte influência sobre a conjuração, pois os ideais
políticos da Revolução Francesa chegavam ao Brasil também por intermédio
deste grupo.

A primeira loja maçônica criada na Bahia, Cavaleiros da Luz, contava com a


participação de diversos intelectuais que se envolveram na conjuração.

São eles: José da Silva Lisboa, futuro visconde de Cairu; o cirurgião Cipriano
Barata, o "médico dos pobres"; o farmacêutico João Ladislau de Figueiredo; o
padre Francisco Gomes; o professor de latim Francisco Barreto e o tenente
Hermógenes Pantoja, que se reuniam para ler Voltaire, traduzir Rousseau e
organizar a conspiração.

Contexto histórico da Conjuração Baiana


Da mesma forma, repercutia na Bahia o movimento chefiado pelo negro
alforriado Toussaint Louverture, no Haiti, contra os colonizadores franceses - o
primeiro grande levante de escravizados bem sucedidos na história.

Outra causa que levou à revolta foi o fato da população da cidade de Salvador
estar em situação de penúria, depois que a capital do Brasil colônia foi
transferida para o Rio de Janeiro, em 1763. Afirmou-se a necessidade de fundar
na Bahia uma república Democrática, onde não houvesse diferenças sociais e
onde todos fossem iguais.

No dia 12 de agosto de 1798, a cidade de Salvador amanheceu coberta de


papéis manuscritos pregados aos muros das igrejas. Os panfletos chamavam a
população à luta e proclamavam ideias de liberdade, igualdade, fraternidade e
República.

Um dos principais dizeres era:

Animai-vos povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa
Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em que todos
seremos iguais.

Fim da Conjuração Baiana


A distribuição dos panfletos com palavras de ordem levou as autoridades a agir
prontamente e reprimir a manifestação. Alguns membros foram presos e
forçados a delatar o restante dos participantes.

O governador da Bahia, Fernando José de Portugal e Castro, soube através de


uma denúncia feita por Carlos Baltasar da Silveira, que os conspiradores iriam se
reunir no Campo de Dique, no dia 25 de agosto.

A ação do governo foi rápida e o coronel Teotônio de Souza foi encarregado de


surpreendê-los em flagrante. Diante da aproximação das tropas do governo,
alguns conseguiram fugir.

Reprimida a rebelião, as prisões sucederam-se e o movimento foi desarticulado.


Foram presas 49 pessoas, das quais três eram mulheres, nove escravizados e
outros homens livres que exerciam profissões como alfaiates, barbeiros,
soldados, bordadores e pequenos comerciantes.

Os principais envolvidos foram julgados e condenados à morte. No dia 8 de


novembro de 1799, um ano e dois meses depois dos acontecimentos, os
acusados foram declarados culpados por traição.
Desta maneira, receberam a pena de morte por enforcamento e depois
esquartejados: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel
Faustino dos Santos Lira. Os corpos foram expostos em diversos locais da
cidade de Salvador para servir de exemplo a possíveis subversivos.

Os intelectuais e membros da maçonaria que participaram da conjuração


receberam penas mais brandas ou foram absolvidos.

Apesar de seu terrível desfecho, a Conjuração Baiana influenciou outros


movimentos como a independência (1822), a Revolta do Malês (1835) e a
abolição da escravatura (1888).

Transferência da corte portuguesa para o


Brasil
A transferência da corte portuguesa para o Brasil foi o episódio da história de
Portugal e da história do Brasil em que a família real portuguesa, a sua corte
de nobres (ver nobreza portuguesa), servos, empregados domésticos (tais como valetes) e
uma biblioteca com mais de 60 000 livros, radicaram-se no Brasil, entre 1808 e 1821. Teve
a leva inicial, em 29 de novembro de 1807, de aproximadamente 420 pessoas.[nota
1][2]
Posteriormente, após 1821, muitos destes voltaram a Portugal.
A capital do Reino de Portugal foi estabelecida na capital do Estado do Brasil, a cidade do
Rio de Janeiro, registrando-se o que alguns historiadores denominam de "inversão
metropolitana", ou seja, da colônia passou a ser exercida a soberania e o governo
do império ultramarino português. Pela primeira e única vez na história uma colônia
passava a sediar uma corte europeia.[3]

Antecedentes
O plano de transferência da família real e da corte de nobres portugueses para o Brasil,
refúgio seguro para a soberania portuguesa quando a resistência militar a um invasor
fosse inútil na metrópole, já havia sido anteriormente cogitado:

 Durante a crise de sucessão de 1580, ante o avanço dos tercios do duque de Alba, D.
António I terá sido aconselhado a buscar um refúgio além-Atlântico;[4]
 No contexto da Restauração da Independência (1640), quando a França abandonou
Portugal no Congresso de Münster (1648), o padre António Vieira apontou ideia
semelhante a D. João IV, associando-a ao vaticínio da fundação do Quinto Império;
 Posteriormente, embora sem ameaça militar iminente, o diplomata Luís da
Cunha defendeu a ideia de se transferir para o Brasil a sede da monarquia
portuguesa;[5]
 A ideia principiou a ser colocada em prática quando da invasão de Portugal por tropas
espanholas, no contexto do chamado Pacto de Família, tendo o marquês de
Pombal chegado a ordenar o apresto de uma esquadra que transportaria D. José I, a
família real e a corte. À época, Pombal considerava alguns exemplos estrangeiros,
como a recomendação de Sébastien Le Prestre de Vauban ao futuro Filipe V de
Espanha para que se refugiasse na América, e nomeadamente o precedente da
imperatriz Maria Teresa da Áustria que se dispusera a descer o rio Danúbio, caso a
sua Corte em Viena viesse a correr perigo;
 No início do século XIX, no contexto internacional criado pela ascensão do império
de Napoleão Bonaparte, a ideia da retirada da família real para o Brasil voltou à tona,
tendo sido defendida pelo marquês de Alorna em 30 de maio de 1801[6] e, novamente,
em 16 de agosto de 1803, por D. Rodrigo de Sousa Coutinho;[7]
 A ideia de uma transferência para o Brasil, ressurgindo como um meio de reforço à
segurança nacional, sobretudo em contextos de ameaça iminente à soberania de
Portugal, foi apresentada como uma via necessária ao cumprimento de um projecto
messiânico, como em António Vieira, ou como um meio para redefinir as relações de
forças no "equilíbrio europeu" pós-Vestfália, como o marquês de Alorna, Luís da
Cunha e o conde de Linhares.

A conjuntura de 1807
Depois das campanhas do Rossilhão e da Catalunha, a Espanha abandonara a aliança
com Portugal, fazendo causa comum com o inimigo da véspera – a França de Napoleão.
Resultou daí a invasão de 1801, em que a Grã-Bretanha de nada serviu a Portugal.
Enquanto o Corpo de Observação da Gironda penetrava em Portugal debaixo do pretexto
da protecção, o tratado de Fontainebleau entretanto assinado entre a França e a Espanha,
retalhava Portugal em três principados. O plano de Napoleão era o de aprisionar a família
real portuguesa, sucedendo ao Príncipe-regente Dom João de Bragança (futuro Rei Dom
João VI), o que veio a suceder a Fernando VII de Espanha e a Carlos IV de
Espanha em Baiona – forçar uma abdicação. Teria Portugal um Bonaparte no trono e,
paralelamente, a Inglaterra apossar-se-ia das colônias do império ultramarino português,
sobretudo a colônia do Brasil.[8]

Os acontecimentos
Mais informações: Convenção Secreta sobre a Transferência da Monarquia Portuguesa
para o Brasil

O Príncipe-regente Dom João de Bragança em 1804.

Após os tratados secretos de Tilsit de julho de 1807, os representantes da França e de


Espanha em Lisboa entregaram ao príncipe-regente de Portugal, a 12 de agosto, as
determinações de Napoleão: Portugal teria que aderir ao Bloqueio Continental, fechar os
seus portos à navegação britânica, declarar guerra aos britânicos, sequestrar os
seus bens em Portugal e deter todos os cidadãos ingleses residentes no país. O príncipe-
regente era intimado a dar uma resposta até ao dia 1º de setembro.
No Conselho de Estado, reunido a 18 de agosto, sem que se conhecesse ainda a manobra
de Napoleão, venceu a posição do ministro António de Araújo e Azevedo: Portugal unia-se
ao Bloqueio Continental, fechando os portos aos navios britânicos. A única objecção era a
de não aceitar o sequestro dos bens e nem a detenção de pessoas de nacionalidade
britânica, por não serem conciliáveis com os princípios cristãos. O ministro Araújo ordenou
a redação das cartas e expediu-as. Essa era a posição tomada por Lisboa, mas deixando
vencida uma minoria liderada por D. Rodrigo de Sousa Coutinho, que defendera que se
fizesse a guerra contra a França e a Espanha, colocando-se em prontidão 70 mil homens
e mobilizando-se 40 milhões de cruzados para a custear. Na mesma reunião, Coutinho
formulou uma vez mais a ideia preconizada em 1803, de uma retirada estratégica: caso
Portugal não tivesse sorte nas armas, "passasse a família real para o Brasil".[9]

Declaração de guerra feita por D. João a Napoleão e todos os seus vassalos, 1808. Arquivo
Nacional.

Os membros do Conselho de Estado encontravam-se divididos em dois partidos – o


chamado "partido francês" e o chamado "partido inglês". Este último, liderado por D.
Rodrigo de Sousa Coutinho, contava com personalidades como D. João de Almeida e
preconizava a continuação dos pactos internacionais com o Reino Unido, insistindo na
necessidade de encarar com firmeza a ideia de guerra. O "partido francês", liderado por D.
António de Araújo e Azevedo, defendia a aceitação das condições francesas e, embora
dissesse que buscava a neutralidade, inclinava-se para o lado da França.
Sucederam-se as reuniões. Na reunião do Conselho de Estado de 30 de agosto, vingou a
ideia de se enviar para o Brasil apenas o Príncipe da Beira (D. Pedro de Alcântara,
herdeiro do trono) e as infantas. D. Rodrigo de Sousa Coutinho continuou a defender a
ideia de que Portugal devia fazer primeiro guerra à França e que a saída de toda a família
real só se deveria realizar perante a dificuldade militar. Começaram imediatamente os
preparativos para a saída do Príncipe da Beira e das infantas, mandando-se aprontar uma
esquadra de quatro naus. As restantes naus da Armada portuguesa ficariam em defesa
do porto de Lisboa.

António de Araújo e Azevedo, conde da Barca.

Nas flutuações constantes do período que se seguiu, as movimentações do general Jean


Lannes, embaixador francês em Lisboa, frutificaram na queda de D. Rodrigo de Sousa
Coutinho, de D. João de Almeida, e na demissão de Pina Manique. Vencia o "partido
francês", com António de Araújo e Azevedo a substituir os ministros demitidos, e a triunfar
a "política de neutralidade" favorável à França Napoleónica. Em meados de outubro, a
reunião do Conselho de Estado fez-se já sem a presença de D. Rodrigo de Sousa
Coutinho. Antes de receber qualquer resposta, Napoleão já dera ordem de marcha através
da Espanha a um exército de cerca de 30 mil homens sob o comando de Jean-Andoche
Junot. Não se sabia ainda se as tropas se dirigiam para Portugal, avaliando-se as posições
das potências. Napoleão Bonaparte mostrava-se cauteloso, modificando a cláusula em
que pedia o sequestro dos bens e pessoas de nacionalidade britânica; Manuel de Godoy,
dizia que se a Espanha tivesse a intenção de tomar Portugal, tê-lo-ia feito em 1801, mas
"que nem se lembrasse(m) do retiro para o Brasil"; o rei do Reino Unido exortava à
transferência para o Brasil da família real portuguesa e oferecia a sua esquadra. A posição
britânica vinha apoiada num extenso documento em que se dizia que ficara resolvido pelas
outras potências "a extinção da Monarchia Europêa Portuguesa, e portanto o único recurso
era ir conservar a sua Monarchia no Brasil".[10]

Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares.

Em fins de outubro, realizaram-se novas reuniões do Conselho de Estado, defendendo D.


João de Almeida a saída de toda a família real e não apenas do Príncipe da Beira e das
infantas. Mantiveram-se todas as ordens dadas para que continuassem os preparativos da
esquadra. Depois se veria quem iria sair para o Brasil.
No dia 22 de outubro, foi publicado o edital tornando público o decreto do príncipe regente
mandando fechar os portos portugueses aos navios de guerra e mercantes da Grã-
Bretanha. Três dias depois, o príncipe regente deu parte aos seus ministros dos
preparativos da viagem do Príncipe da Beira, mas que pode ser de toda a família real se
as circunstâncias assim o impusessem, e decidiu escrever para a Espanha e a França.
A decisão de transferir a Corte para o Brasil, porém, já ficara resolvida na convenção
secreta subscrita em Londres, em 22 de outubro de 1807, e que veio a ser ratificada em
Lisboa no dia 8 de novembro. Pela mesma altura, chegava a Lisboa a notícia da prisão,
em Espanha, do príncipe herdeiro do trono (Príncipe das Astúrias), e de que tropas
espanholas e francesas se estavam a dirigir para a fronteira portuguesa.
Confirmavam-se os propósitos de Napoleão em relação a Portugal e a Espanha; tinham
fundamento as advertências do rei da Grã-Bretanha e as do chamado "partido inglês" no
Conselho de Estado. Não havia alternativa à retirada de toda a família real e do governo
do Reino para a cidade do Rio de Janeiro.
Mapa da cidade do Rio de Janeiro, em 1820, então capital do Reino de Portugal, com a
transferência da corte para o Brasil. Arquivo Nacional.

Nas últimas decisões tomadas pelo príncipe regente parece haver a intenção de manter
um certo equilíbrio entre os partidos em conflito. O "partido francês" viu satisfeitos os
"pedidos" de Napoleão, fechando-se os portos aos navios de guerra e mercantes ingleses,
e dando-se ordem de expulsão aos ingleses residentes em Portugal, enquanto o "partido
inglês" obteve a continuação dos preparativos da esquadra para a saída do Príncipe da
Beira.
O ministro António de Araújo e Azevedo ainda mandou desviar para as costas portuguesas
os poucos efectivos militares de que o país dispunha, alegando que Portugal poderia ser
surpreendido por um desembarque britânico. Era um último esforço para favorecer a
entrada das tropas comandadas por Junot.
O príncipe regente apenas no dia 23 de novembro recebeu a notícia do que viria a ser,
a Primeira invasão francesa de Portugal. Convocou imediatamente o Conselho de
Estado, que decidiu embarcar o quanto antes toda a família real e o governo, servindo-se
da esquadra que estava pronta para o Príncipe da Beira e as infantas.
Em 26 de novembro, foi nomeado um Conselho de Regência para permanecer em
Portugal, e difundidas Instruções aos governadores, nas quais se dizia que "quanto
possível for", deviam procurar conservar em paz o reino, recebendo bem as tropas do
imperador.

(...) Vejo que pelo interior do meu reino marcham tropas do imperador dos franceses e rei da Itália, a
quem eu me havia unido no continente, na persuasão de não ser mais inquietado (...) e querendo
evitar as funestas consequências que se podem seguir de uma defesa, que seria mais nociva que
proveitosa, servindo só de derramar sangue em prejuízo da humanidade, (...) tenho resolvido, em
benefício dos mesmos meus vassalos, passar com a rainha minha senhora e mãe, e com toda a real
família, para os estados da América, e estabelecer-me na Cidade do Rio de Janeiro até à paz geral.
Junot, no seu "Diário", manuscrito na Biblioteca Nacional da Ajuda, revela quanto os
franceses receavam aquele embarque. Ao ser informado que este estava já em execução,
e não podendo voar sobre o Ribatejo até Lisboa com as suas tropas, ainda enviou M.
Hermann a Lisboa com a missão de o atrasar ou impedir. "Mr. Hermann ne put voir ni le
Prince ni Mr. D. Araujo; celui-ci seulement lui dit que tout était perdu" ("O Sr. Hermann não
pôde ver nem o Príncipe nem o Sr. D. Araujo; este apenas lhe disse que tudo estava
perdido"), escreveria depois Junot a Bonaparte. Para Araújo, para o "partido francês", o
mais importante estava na verdade perdido – não era mais possível aos franceses
aprisionarem o príncipe-regente de Portugal.

A partida
A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa em 29 de novembro de 1807, ia
comandada pelo vice-almirante Manuel da Cunha Souto Maior. Integravam-na as
seguintes embarcaçõesː[11]
Naus

 Príncipe Real - Comandante, Capitão de Mar e Guerra, Francisco José do Canto e


Castro Mascarenhas.
 D. João de Castro - Cmdte, Cap. de M. e G., D. Manuel João Loccio.
 Afonso de Albuquerque - Cmdte, Cap. de M. e G., Inácio da Costa Quintela.
 Rainha de Portugal - Cmdte, Cap. de M. e G., Francisco Manuel Souto-Maior.
 Medusa - Cmdte, Cap. de M. e G., Henrique da Fonseca de Sousa Prego.
 Príncipe do Brasil - Cmdte, Cap. de M. e G., Francisco de Borja Salema Garção.
 Conde D. Henrique - Cmdte, Cap. de M. e G., José Maria de Almeida.
 Martins de Freitas - Cmdte, Cap. de M. e G., D. Manuel de Menezes.
Fragatas

 Minerva - Cmdte, Cap. de M. e G., Rodrigo José Ferreira Lobo.


 Golfinho - Cmdte, Cap. de Fragata, Luís da Cunha Moreira.
 Urânia - Cmdte, Cap. de Frag., D. João Manuel.
Brigues

 Lebre - Cmdte, Cap. de M. e G., Daniel Tompsom.


 Voador - Cmdte, Cap. de Frag., Maximiliano de Sousa.
 Vingança - Cmdte, Cap. de Frag., Diogo Nicolau Keating.
Escunas

 Furão - Cmdte, Capitão Tenente, Joaquim Martins.


 Curiosa - Cmdte, Primeiro Tenente, Isidoro Francisco Guimarães.
A família real embarcara desde o dia 27 de novembro, tomando-se a bordo as últimas
decisões. No dia 28 de novembro não foi possível levantar ferros porque o vento soprava
do Sul. Entretanto, as tropas francesas tinham já passado os campos de Santarém,
pernoitando no Cartaxo. No dia 29 de novembro, o vento começou a soprar de nordeste, e
bem cedo o Príncipe Regente ordenou a partida. Quatro naus da Marinha Real Britânica,
sob o comando do capitão Graham Moore, reforçaram a esquadra portuguesa até o Brasil.
O general Junot entrou em Lisboa às 9 horas da manhã do dia 30 de novembro, liderando
um exército de cerca 26 mil homens e tendo à sua frente um destacamento
da cavalaria portuguesa, que se rendera e se pusera às suas ordens.

A viagem e a chegada à Bahia


Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos britânicos,
dispersaram-se devida a uma forte tempestade. Em 5 de dezembro conseguiram se
reagrupar e logo depois, em 11 de dezembro, a frota avistou a ilha da Madeira.
As embarcações chegaram à costa da Bahia a 18 de janeiro de 1808 e, no dia 22, os
habitantes de Salvador já puderam avistar os navios da esquadra. Às quatro horas da
tarde do dia 22, após os navios estarem fundeados, o conde da Ponte (governador
da capitania da Bahia à época) foi a bordo do navio Príncipe Real. No dia seguinte, fizeram
o mesmo os membros da Câmara.
A comitiva real só desembarcou às cinco horas da tarde do dia 24, em uma grande
solenidade.
Em Salvador foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.

A chegada ao Rio de Janeiro


A esquadra partiu de Salvador rumo ao Rio de Janeiro, onde chegou no dia 8 de março de
1808, desembarcando no cais do Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro).
Os membros da família real foram alojados em três prédios no centro da cidade, entre eles
o paço do vice-rei Marcos de Noronha e Brito, conde dos Arcos, e o convento das
Carmelitas. Os demais agregados espalharam-se pela cidade, em residências confiscadas
à população assinaladas com as iniciais "P.R." ("Príncipe-Regente"), o que deu origem ao
trocadilho "Ponha-se na Rua", ou "Prédio Roubado" como os mais irônicos diziam à época.
Em outra medida tomada logo após a chegada da corte ao Brasil, declarou-se guerra à
França, e foi ocupada a Guiana Francesa em 1809.
Em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do alvará de 1785, que
proibia a criação de indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as atividades em
território colonial. A medida permitiu a instalação, em 1811, de duas fábricas de ferro,
em São Paulo e em Minas Gerais. Mas o sopro de desenvolvimento parou por aí, pois a
presença de artigos britânicos bem elaborados e a preços relativamente acessíveis
bloqueava a produção de similares em território brasileiro. A eficácia da medida seria
anulada pela assinatura dos Tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e
o Tratado de Comércio e Navegação. Por este último, o governo português concedia aos
produtos ingleses uma tarifa preferencial de 15%, ao passo que a que incidia sobre os
artigos provenientes de Portugal era de 16% e a dos demais países amigos, 24%. Na
prática, findava o pacto colonial.

Principais medidas tomadas pela Coroa ao chegar no


Brasil
Entre as mudanças que ocorreram com a vinda da família real para o Brasil, destacam-se
as nove principais:

 a abertura dos portos às nações amigas em 1808;


 a criação da Imprensa Régia e a autorização para o funcionamento de tipografias e a
publicação de jornais em 1808;[nota 2]
 a fundação do primeiro Banco do Brasil, em 1808;
 a criação da Academia Real Militar em 1810;
 a abertura de algumas escolas, entre as quais duas de Medicina – uma na Bahia e
outra no Rio de Janeiro — por influência do médico pernambucano Correia Picanço;
 a instalação da Real Fábrica de Pólvora no Rio de Janeiro e de fábricas
de ferro em Minas Gerais e em São Paulo;
 elevação do Estado do Brasil à condição de reino, unido a Portugal e Algarves;
 a vinda da Missão Artística Francesa em 1816, e a fundação da Academia de Belas
Artes;
 a mudança de denominação das unidades territoriais, que deixaram de se chamar
"capitanias" e passaram a denominar-se de "províncias" (1821);
 a criação da Biblioteca Real (1810), do Jardim Botânico (1811) e do Museu
Real (1818), mais tarde Museu Nacional.

Consequências
Ao evitar-se que a família real portuguesa fosse aprisionada em Lisboa pelas tropas
francesas, inviabilizou-se o projecto de Napoleão Bonaparte para a Península Ibérica, que
consistia em estabelecer nela famílias reais da sua própria família, como ainda se tentou
em Espanha com a deposição de Fernando VII e Carlos IV, colocando no trono José
Bonaparte. A revelação da correspondência secreta de Junot e de Napoleão, bem como
os textos dos Tratados secretos de Tilsit, não deixam margem para quaisquer dúvidas a
este respeito.
O "partido francês" em Portugal, não se dando por derrotado, começou imediatamente a
difundir a ideia de que a retirada estratégica da Corte para o Brasil mais não era do que
uma "fuga", que teria deixado Portugal sem Rei e sem Lei. Por esse motivo foi enviada
uma delegação sua ao encontro de Junot para que Napoleão Bonaparte lhes desse
uma Constituição e um Rei.

Revolução Pernambucana
A Revolução Pernambucana, também conhecida como "Revolução dos Padres", foi um
movimento emancipacionista que eclodiu no dia 6 de março de 1817 em Pernambuco,
no Brasil.[14][15] Dentre as suas causas, destacam-se a influência das
ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas,
o absolutismo monárquico português e os enormes gastos da Família Real e seu séquito
recém-chegados ao Brasil — a capitania de Pernambuco, então a mais lucrativa da
colônia, era obrigada a enviar para o Rio de Janeiro grandes somas de dinheiro para
custear salários, comidas, roupas e festas da Corte, o que dificultava o enfrentamento de
problemas locais (como a seca ocorrida em 1816) e ocasionava o atraso no pagamento
dos soldados, gerando grande descontentamento no povo pernambucano.[15][16][17]
Único movimento separatista do período de dominação portuguesa que ultrapassou a fase
conspiratória e atingiu o processo de tomada do poder, a Revolução Pernambucana
provocou o adiamento da aclamação de João VI de Portugal como rei e o atraso da
viagem de Maria Leopoldina de Áustria para o Rio de Janeiro, mobilizando forças políticas
e suscitando posicionamentos e repressões em todo o Reino do Brasil.[16][18][19][20] O príncipe
regente impôs uma repressão violenta: quatorze revoltosos foram executados pelo crime
de lesa-majestade (a maioria enforcados e esquartejados, enquanto outros foram
fuzilados), e centenas morreram em combate ou na prisão.[21][22] Ainda em retaliação, Dom
João VI desmembrou a então comarca das Alagoas do território pernambucano (sete anos
mais tarde, Dom Pedro I tiraria de Pernambuco as terras que correspondem ao atual
Oeste da Bahia como punição pela Confederação do Equador).[23] Apenas na data de sua
coroação, em 6 de fevereiro de 1818, Dom João ordenou o encerramento da devassa.[24]
A Revolução Pernambucana contou com relativo apoio internacional: os Estados Unidos,
que dois anos antes tinham instalado no Recife o seu primeiro Consulado no Brasil e
no Hemisfério Sul devido às relações comerciais com Pernambuco, se mostraram
favoráveis ao movimento, bem como os ex-oficiais de Napoleão Bonaparte que pretendiam
resgatar o seu líder do cativeiro em Santa Helena, levá-lo a Pernambuco e depois a Nova
Orleans.[25][26]
Os revolucionários, oriundos de várias partes da colônia, tinham como objetivo principal a
conquista da independência do Brasil em relação a Portugal, com a implantação de
uma república liberal. O movimento abalou a confiança na construção do império
americano sonhado por Dom João VI, e por este motivo é considerado o precursor da
independência conquistada em 1822.[13]
Socialismo

O socialismo é um sistema político e econômico baseado na igualdade.

Por isso, ele propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade


privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além
disso, a tomada do poder por parte do proletariado.

O socialismo visa uma sociedade sem classes, onde bens e propriedades


passam a ser de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças
econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre pobres e ricos.

História do Socialismo
O socialismo surgiu no século XVIII como forma de repensar o sistema vigente,
neste caso, o capitalismo.

Para tanto, o primeiro estudioso a utilizar o termo socialismo foi Henri de Saint
Simon (1760-1825), filósofo e economista francês.

Ele propôs a criação de um novo regime político-econômico, no qual os


homens repartissem os mesmos interesses e recebessem adequadamente pelo
seu trabalho. Tudo isso, pautado no progresso industrial e científico.

Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) publicaram o “Manifesto


Comunista” em 1848. O texto apresenta:

 princípios do socialismo científico


 pensamento comunista
 conceito de luta de classes
 crítica ao modo de produção capitalista
 crítica aos três tipos de socialismo (utópico, reacionário, conservador)
 materialismo dialético e histórico
 o conceito de mais-valia
 a revolução socialista

Por isso o socialismo científico, muitas vezes é conhecido pelo nome de


Marxismo, por estar associado ao Karl Marx.

Socialismo Utópico
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na mudança
da consciência dos indivíduos das classes dominantes. Isto acontece por meio
de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”.

Um dos grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista francês


Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon (1760-
1825).

Outros que junto com ele levaram a cabo os estudos sobre este modelo são:
Charles Fourier (1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc (1811-1882)
e Robert Owen (1771-1858).

Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico
apresentava os ideais de uma sociedade mais justa e igualitária mas não
explorava as ferramentas nem o método para que os objetivos fossem
atingidos.

Socialismo Científico
O socialismo científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual o método
estava pautado na análise crítica e científica do capitalismo.

Diferentemente do Socialismo Utópico, essa corrente teórica não buscava uma


sociedade ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica
da sociedade, daí o termo "científico".

O socialismo científico foi criado por Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels
(1820 – 1895) no século XIX.

Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados e os


exploradores. Por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na luta
de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético e
o materialismo histórico e na doutrina da mais-valia.

O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis.
Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído por
outro modelo político econômico.

Entenda o conceito de Economia Planificada, sistema econômico proposto pelo


Socialismo.

Curiosidades
 A Rússia foi o primeiro país a implantar o regime político Socialista a partir de 1917,
na Revolução Russa.
 Atualmente, os países socialistas são: Cuba, China, Coreia do Norte, Laos e Vietnã.
 O socialismo real é o socialismo desenvolvido no decorrer do século XX.

Socialismo e a Revolução industrial

 A Revolução Industrial.

 Entende-se por Revolução Industrial um conjunto de
inovaçõestécnicas que acabaram resultando na substituição da
ferramenta pelam á q u i n a e propiciando a passagem do
ar tesanato manual para aprodução industrial concentrada
nas fábricas.
 A Revolução Indust r ial foi um processo decisivo para
oestabelecimento da sociedade capitalista – sociedade
caracterizada pelaprodução de bens materiais. Uma classe
detém os meios de produção,isto é, máquinas, terras,
fábricas; outra classe vende sua força detrabalho em
troca de um salário e realiza o trabalho de produção.
Aprimeira classe é a burguesia – que além dos meios de
produção, possuio capital e a segunda classe é formada
pelos p r o l e t á r i o s. Com odesenvolvimento destas duas
classes teremos o início de um conflito,denominado luta de
classes.
 O processo da Revolução Industrial começou na Inglaterra,
queapresentava uma série de condições, que iremos analisar a
seguir.
 A Revolução Industrial na Inglaterra.
 Vários são os fatores que explicam o início da revolução
Industrialna Inglaterra.
 UMA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA
 A Revolução Industrial inglesa foi precedida por uma
revoluçãoagrária. Desde o final da Idade Média, a agricultura
inglesa passava porprofundas modificações, graças a
substituição da produção em pequenaspropriedades, voltada
para o mercado local, por uma produção em largaescala; para
atender o mercado externo, realizada em
grandespropriedades.
 Durante o reinado de Elizabeth I, o comércio de lã teve um
grandedesenvolvimento. Para a produção de lã era
necessário aumentar aspassagens, necessidade suprida
pelas leis de cercamento. Com oscercamentos os
pequenos proprietários e camponeses tiveram suasterras
usurpadas, sendo expulsos para as cidades, transformando-se
emforça de trabalho para a indústria nascente.
 Nem todas as grandes propriedades surgidas com os
cercamentosdedicavam-se à criação de carneiros, havia
aquelas especializadas naprodução de alimentos para o
abastecimento das cidades, que cresciamcada vez mais.
 Para controlar e obrigar, os expulsos do campo, a
aceitarem asduras condições de trabalho, em 1601 foi
assinada as leis dos pobres,que consideravam crimes o
desemprego e a mendicância; obrigandoesta camada a
trabalhar nas chamadas “oficinas de caridade”,
queabasteciam com mão-de-obra as manufaturas inglesas.
 FATORES DE ORDEM ECONÔMICA.
 A Inglaterra foi, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a nação
quemais acumulou capitais. Este processo de acumulação
de capitais foipossível, graças à expansão da atividade
comercial – que gerou umamplo mercado consumidor (a
Revolução Comercial). A partir do reinadode Elizabeth I
(1558/1603) há uma expansão dos domínios
coloniaisingleses. Nas colônias do sul na América do Norte, a
Inglaterra adota aprodução de algodão em grandes
propriedades, para abastecer asmanufaturas inglesas.
 Outro fator de ordem econômica foi a decretação dos
Atos deN a v e g a ç ã o (1651) que serviu para eliminar a
concorrência dosholandeses na indústria têxtil e no comércio
marítimo. Desta forma, osprodutos ingleses at ingiam todas
as par tes do mundo, sendotransportados por navios
ingleses.
 FATORES DE ORDEM SOCIAL.
 Como se viu, com os cercamentos há um processo de
expulsãodos camponeses e dos grandes proprietários do
campo, auxiliando nacomposição de uma mão-de-obra
disponível para as indústrias. Estacamada, inteiramente
desprovida de bens materiais, passa a vender suaforça de
trabalho para os donos das fábricas – surgindo assim
osproletários.
 FATORES DE ORDEM POLÍTICAS.
 Desde o século XVII ( Revolução Gloriosa – 1688 ) a
burguesiainglesa controlava o Estado e impunha diretrizes
políticas parasatisfação de seus interesses econômicos.
 CICLO DE INVENÇÕES.
 A invenção auxilia o aumento da produção, contribuindo
para ageração de capitais – investidos em outras invenções,
gerando aumentoda produção e, conseqüentemente mais
capitais, resultando novasinvenções, e assim por diante.
 A revolução técnica começou na fabricação de algodão,
quandoJohn Kay, em 1733, inventou a lançadeira volante,
aumentando acapacidade de tecelagem. Em 1767, James
Hargreaves inventou afiadora Jenny, aumentando a produção
de fios e, Richard Arkwright, em1769 a aperfeiçoou.
 Em 1785, Edmund Cartwright inventou o tear mecânico e
odescaroçador de algodão foi inventado em 1769 por
Whitney. Nestamesma época (1769), James Watt aperfeiçoou
a máquina a vapor.
 Devemos ressaltar que as máquinas acima eram de
metais,estimulando a siderurgia. As máquinas, por sua
vez, funcionavam avapor, sendo necessários investimentos
em mineração (técnicas paraprodução de carvão).
 A utilização das máquinas exigia a concentração dos
trabalhadoresnum só local, surgindo assim as fábricas.
 As conseqüências da Revolução Industrial.
 A Revolução Industrial trouxe várias mudanças na economia,
nasociedade, na política e na estrutura da ideologia.
 Para começar, a Revolução Industrial patrocinou uma
verdadeirarevolução nos transportes. Com o aumento da
capacidade produtivahouve uma enorme necessidade de
transportar as mercadorias commaior rapidez – transporte
de matérias-primas para as indústrias et r a n s p o r t e d
os produtos industrializados para os
m e r c a d o sconsumidores. A revolução nos transportes deu-
se com a invenção dalocomotiva e da navegação a vapor
 A locomotiva foi inventada em 1830, por George Stephenson.
Anavegação a vapor foi uma invenção norte-americana –
os clippers -destacando-se o inventor Fulton, que projetou
o navio C l e r m o n t epercorreu, em 1803, o rio Hudson.
 As locomotivas e a navegação a vapor distribuíam as
mercadoriasa longas distâncias e por preços reduzidos.
 No aspecto político, a Revolução Industrial veio consolidar
oliberalismo econômico, solidificando o modo de produção
capitalista. Omodelo de Estado Liberal, já existente na
Inglaterra, é difundido nospaíses que se industrializam ao
longo do século XIX.
 Do ponto de vista social e político, o industrialismo fez surgir
umanova classe social o proletariado, e com ela o início de
uma luta declasses entre a burguesia e o proletário.
 A luta de classes é resul tado do antagonismo ent re
ostrabalhadores e os patrões. Antes do surgimento das
fábricas, otrabalhador artesão dominava todo o processo de
produção e controlavao seu tempo de trabalho; com as
fábricas, o trabalhador passou a terque se adaptar ao
ritmo da máquina, perdendo o controle sobre oprocesso
produtivo – pois ele não é o dono da máquina – e
sobre otempo – este passa a ser determinado pela máquina.
Para adaptar-se aoritmo da máquina, foi imposto ao
trabalhador uma rígida disciplina, commultas e castigos.
 Além disto, as condições de trabalho eram muito
precárias,também havia uma enorme exploração do trabalho
infantil e feminino,cujos salários eram mais baixos que os
dos homens. As jornadas detrabalhos ultrapassavam as
catorze horas diárias…
 Como forma de reação a esta situação, a classe operária
organizamovimentos para conquistar melhores condições de
trabalho, assuntoque será abordado mais adiante.
 Outra conseqüência da Revolução Industrial foi o
desenvolvimentodas cidades – o urbanismo . Houve um
crescimento populacionalenorme nos centros urbanos, que
concentravam as oficinas, fábricas,armazéns e moradias
dos trabalhadores. A concentração populacionalnas cidades,
que não apresentavam infra-estrutura para tanto, causounovos
problemas de saúde, de habitação e de moradia. As
precáriascondições de vida e de trabalho da classe
trabalhadora tornou oalcoolismo um grave problema urbano.

 Conclusão

 A Revolução Indust r ial cont r ibuiu para um a u m e n t o
d aprodução, para uma concentração industrial, para a
divisão dotrabalho e para a consolidação do capitalismo liberal.
 Estabeleceu uma nova forma de t rabalho – o t r a b a l
h oassalariado e favoreceu o processo de industrialização na
agricultura.
 A partir da Revolução Industrial ocorre um enorme
crescimentopopulacional e o surgimento das cidades.
 No plano ideológico, as péssimas condições de trabalho
dosoperários – os produtores da riqueza – favorecem o
desenvolvimento denovas idéias, idéias que cr i t icam o
capi tal ismo; pregando suadestruição, trata-se do
SOCIALISMO.

Ludismo
O ludismo foi um movimento que ocorreu na Inglaterra
durante o século XVIII, onde os ludistas quebravam as
máquinas como forma de protesto frente as más condições
de trabalho.
A quebra de
máquinas era a mais recorrente manifestação do ludismo.

Ao observarmos a Revolução Industrial, temos o início de uma


era marcada pelo grande desenvolvimento das tecnologias. A
cada dia, novas máquinas facilitavam os processos de produção,
reduziam custos e ampliavam a quantidade de riqueza fabricada.
De fato, podemos ver nessa experiência histórica um momento
nunca antes vivido no desenvolvimento da economia.

Contudo, em meio a tanta riqueza, vemos que essa nova


situação se contrastava com a situação miserável dos vários
operários que trabalhavam nos centros fabris. Essa situação
contraditória, em pouco tempo passou a ser percebida por vários
trabalhadores que trocavam o extensivo uso de sua força de
trabalho por salários que não supriam suas necessidades
materiais elementares.

Em muitos casos, essa situação era explicada pelo fato das


fábricas reduzirem sensivelmente a demanda por mão de obra,
graças ao uso das máquinas. Nesse contexto, se organizava uma
grande massa de desempregados que se sujeitava a um
pagamento baixo mediante a falta de empregos e a grande
disponibilidade de trabalho. Aos poucos, alguns trabalhadores
responderam a essa deplorável realidade.

Nos fins do século XVIII, corria o boato de que um enfurecido


operário britânico chamado Ned Ludd certa vez havia quebrado
as máquinas de seu patrão. Mesmo não tendo comprovação, a
história serviu de inspiração para vários operários que viam nas
máquinas a razão de sua condição de miséria. Nascia assim, na
Inglaterra, o Ludismo ou Movimento Ludita.

Os luditas geralmente agiam secretamente, endereçando cartas


anônimas aos seus patrões exigindo o fim do uso das máquinas
que restringiam a oferta de emprego. Muitas vezes, organizavam
grupos que invadiam fábricas e depredavam todas as máquinas
presentes. Enquanto a destruição acontecia, uma massa de
operários e desempregados aprovava a ação com gritos de apoio
e calorosas palmas.

A reação das autoridades inglesas contra esses levantes foi


marcada por vários conflitos entre os policiais e os trabalhadores.
Finalmente, no ano de 1812, o Parlamento Britânico aprovou a
Frame Braking Act, lei que punia a quebra de máquinas com a
pena de morte. Dessa forma, observamos que a rebelião ludita
causou impacto significativo e determinou uma experiência de
oposição entre o homem e a tecnologia.

Apesar de não carregar um conteúdo ideológico, os luditas foram


de suma importância para que o molde de desenvolvimento do
capitalismo fosse questionado. Afinal de contas, qual relação
garantia que o surgimento de tantas máquinas traria reais
benefícios à coletividade? Ainda hoje, deslocada para o contexto
da questão ambiental, essa mesma questão preocupa
ambientalistas e estudiosos.

Cartismo
O cartismo foi um movimento operário[1] radical e reformista que surgiu na Grã-
Bretanha na década de 1830 como resultado das consequências sociais e econômicas
da Revolução Industrial.[2] Seu nome deve-se à Carta do Povo, documento escrito
por William Lovett e Francis Place,[3] em 7 de junho de 1837, no British Coffee House em
Londres para a London Working Men's Association (LWMA), que foi enviado
ao Parlamento do Reino Unido em 1838 com seis petições:[3]

 Sufrágio universal masculino, um voto para cada homem com 21 anos de idade ou
mais, em sã consciência e que não tenha sido punido por um crime
 Voto secreto
 Cancelar a qualificação da propriedade
 Pagamento aos membros do Parlamento, permitindo aos trabalhadores interromper o
seu sustento para satisfazer as necessidades da nação
 Distritos eleitorais iguais, garantindo a mesma quantidade de representação para o
mesmo número de eleitores
 Eleição anual
O cartismo foi promovido principalmente por Feargus O'Connor, orador e proprietário do
jornal cartista Northern Star. [4] O cartismo mobilizaria a maioria dos trabalhadores e das
classes populares com um objetivo político claro: a democratização do Estado e, ao
contrário dos luditas, tinha uma natureza essencialmente política.
O cartismo não deve ser confundido com o cartismo desenvolvido em Portugal. Em
Portugal, o termo cartismo foi designado a uma tendência mais conservadora dentro do
liberalismo que surgiu após a revolução de 1820, centrada na Carta Constitucional de
1826.

Desenvolvimento
Inicialmente as exigências não foram aceitas pelo Parlamento e um movimento rebelde
teve início, através de comícios, abaixo-assinados e manifestações. Gradualmente, as
propostas da carta foram sendo incorporadas e o movimento foi se enfraquecendo até sua
desintegração.
É preciso ter em mente, no entanto, que o programa democrático radical do Cartismo não
foi aceito pelos governantes e, num certo sentido, pode-se dizer que ele foi politicamente
derrotado.[5] Mas, apesar disso, os cartistas conseguiram mudanças efetivas, tais como a
primeira lei de proteção ao trabalho infantil (1833), a lei de imprensa (1836), a reforma
do Código Penal (1837), a regulamentação do trabalho feminino e infantil, a lei de
supressão dos direitos sobre os cereais, a lei permitindo as associações políticas e a lei
da jornada de trabalho de 10 horas.
O movimento perdeu a força com a organização dos primeiros sindicatos.
No final da década de 1860, as reivindicações pleitadas pelo cartismo acabariam sendo
incorporadas à legislação inglesa.
Recebe o nome de cartismo o primeiro movimento de massa das classes operárias da
Inglaterra, ocorrido entre as décadas de 30 e 40 do século XIX, e que basicamente exigia
melhores condições para os trabalhadores na indústria. Durante vários anos os cartistas
realizaram comícios e manifestações por todo o país, nos quais participaram milhões de
operários e artesãos.

Sindicalismo
O sindicalismo é um movimento social de associação
de trabalhadores assalariados em sindicatos visando à proteção dos seus interesses.[1] Ao
mesmo tempo, é também uma doutrina política segundo a qual os trabalhadores
agrupados em sindicatos devem ter um papel ativo na condução da sociedade.

História
O sindicalismo tem origem nas corporações de ofício da Europa medieval. No século XVIII,
durante a revolução industrial na Inglaterra, os trabalhadores oriundos das indústrias
têxteis, doentes e desempregados juntavam-se nas sociedades de socorro mútuos.[carece de
fontes]

Esta revolução teve um papel crucial no advento do capitalismo, pois, devido à constante
concorrência que os fabricantes capitalistas faziam entre si, as máquinas foram ganhando
cada vez mais lugar nas fábricas, tomando assim, o lugar de muitos operários, estes
tornaram-se o que é chamado "excedente de mão de obra", logo o capitalista tornou-se
dono da situação e tinha o poder de pagar o salário que quisesse ao operário.[carece de fontes]
É neste momento que surgem duas novas classes sociais: o capitalista e o proletário, onde
o capitalista é o proprietário dos meios de produção (fábricas, máquinas, matéria-prima) e
o proletário era proprietário apenas de sua força de trabalho.[carece de fontes]
É através desta situação que o proletariado percebe a necessidade de se associarem e,
juntos, tentarem negociar as suas condições de trabalho. Com isso, surgem os sindicatos,
associações criadas pelos operários, buscando lhes equiparar de alguma maneira aos
capitalistas no momento de negociação de salários e condições de trabalho, e impedir que
o operário seja obrigado a aceitar o que lhe for imposto pelo empregador.[carece de fontes]
Durante a revolução francesa surgiram ideias liberais, que estimulavam a aprovação de
leis proibitivas à atividade sindical, a exemplo da Lei Chapelier, que, em nome da liberdade
dos Direitos do Homem, considerou ilegais as associações de trabalhadores e patrões. As
organizações sindicais, contudo, reergueram-se clandestinamente no século XIX.
No Reino Unido, em 1871, e na França, em 1884, foi reconhecida a legalidade dos
sindicatos e associações. Com a Segunda Guerra Mundial, as
ideias comunistas e socialistas predominaram nos movimentos sindicais
espanhóis,italianos, americanos e africanos.[carece de fontes]
Nos Estados Unidos, o sindicalismo nasceu por volta de 1827 e, em 1886, foi constituída
a Federação Americana do Trabalho (AFL), contrária à reforma ou mudança da sociedade.
Defendia o sindicalismo de resultados e não se vinculava a correntes doutrinárias e
políticas.

Anarquismo
Anarquismo é uma ideologia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação,
seja ela política, econômica, social ou cultural, como o Estado, o capitalismo, as
instituições religiosas, o racismo e o patriarcado.[1] Através de uma análise crítica da
dominação, o anarquismo pretende superar a ordem social na qual esta se faz presente
através de um projeto construtivo baseado na defesa da autogestão,[1][2] tendo em vista a
constituição de uma sociedade libertária baseada na cooperação e na ajuda mútua entre
os indivíduos e onde estes possam associar-se livremente.[3][4]
Os meios para se alcançar tais objetivos são motivos de debates e divergências entre os
anarquistas.[1][5] Com base em discussões estratégicas acerca da organização anarquista,
das lutas de curto prazo e da violência, estabelecem-se duas correntes do anarquismo:
o anarquismo insurrecionário e o anarquismo social ou de massas.[6] O anarquismo
insurrecionário afirma que as lutas de curto prazo por reformas e que os movimentos de
massa organizados são incompatíveis com o anarquismo, dando ênfase à propaganda
pelo ato como o principal meio para despertar uma revolta espontânea revolucionária.[7] Já
o anarquismo social ou de massas enfatiza a noção de que apenas movimentos de massa
podem ser capazes de provocar a transformação social desejada pelos anarquistas, e que
tais movimentos, constituídos normalmente por meio de lutas por reformas e questões
imediatas, devem contar com a presença dos anarquistas, que devem trabalhar no sentido
de radicalizá-los e transformá-los em agentes revolucionários.[8]
Historicamente, o anarquismo é um fenômeno moderno, surgindo na segunda metade
do século XIX no contexto da Segunda Revolução Industrial, a partir da radicalização
do mutualismo de Pierre-Joseph Proudhon no seio da Associação Internacional dos
Trabalhadores (AIT), durante o final da década de 1860. Entre 1868 e 1894, o anarquismo
já havia se desenvolvido significativamente e também havia sido difundido globalmente,
exercendo, até 1949, grande influência entre os movimentos operários e revolucionários,
embora tenha continuado a exercer influência significativa em diversos movimentos
sociais do período pós-guerra até a contemporaneidade, entre fluxos e refluxos.[9]

História
O surgimento do anarquismo relaciona-se a um contexto histórico particular da segunda
metade do século XIX, que implicou mudanças sociais amplas e significativas.[20] Os
historiadores Lucien van der Walt e Steven Hirsch apontam que, durante o século XIX, o
capitalismo desenvolveu-se e globalizou-se, a partir da integração das estruturas
econômicas mundiais, dentro de marcos estabelecidos pela Segunda Revolução
Industrial;[21] ao mesmo tempo, os Estados Modernos consolidaram-se e levaram a cabo
uma expansão imperial significativa ligada em grande parte ao aumento da produção
mundial e às novas tecnologias desenvolvidas.[21] Tais processos são acompanhados por
um crescimento significativo da imigração de trabalhadores, com aumentos sem
precedentes na migração transoceânica e intracontinental[21] e ao mesmo tempo por um
desenvolvimento significativo das tecnologias em geral, em especial dos transportes e das
comunicações.[21] A promoção do racionalismo e a circulação de valores modernos como
a liberdade individual e a igualdade perante a lei, que ganharam relevância com
a Revolução Francesa e contribuíram com o enfraquecimento da influência religiosa na
sociedade,[22] também são aspectos a serem levados em consideração no contexto de
surgimento do anarquismo.[23] Assim como a reorganização das classes sociais e
seu protagonismo em conflitos nas cidades e nos campos, que, em geral, acabaram
contribuindo com o fortalecimento da noção de que a ação humana poderia modificar o
futuro. Em especial, os conflitos de classe fortaleceram a noção de que os oprimidos, por
meio de sua ação, poderiam transformar a sociedade,[24] noção favorecida pelo próprio
surgimento e desenvolvimento das ideias socialistas durante o início do século
XIX.[20] Nesse contexto, surgem movimentos que, não se sentindo contemplados
pelas ideologias políticas em voga, desenvolvem, a partir de uma inter-relação prática-
teórica, os elementos fundamentais do anarquismo.[25] Este surge no seio da Associação
Internacional dos Trabalhadores (AIT) no final da década de 1860 através da radicalização
do mutualismo proudhonista.[26] O anarquismo, entre 1868 e 1894, já havia se desenvolvido
significativamente e também havia sido difundido globalmente, e exerceu, até 1949,
grande influência entre os movimentos operários e revolucionários, embora tenha
continuado a exercer influência significativa em diversos movimentos sociais do
período pós-guerra até a contemporaneidade, entre fluxos e refluxos.[9]

Socialismo Cristão
"No século XIX, o desenvolvimento da ideologia socialista se
estabeleceu como suporte de pensamento político entre
diversos movimentos operários. As revoluções e protestos
colocavam os trabalhadores como personagens munidos de uma
visão política contrária a diversos pressupostos que explicavam o
sistema capitalista. Dessa maneira, o ideal da luta de classes
deixa de ser uma mera interpretação para figurar vários eventos
da época.

Atenta a todas estas transformações, a Igreja Católica decidiu


reunir seus principais dirigentes para discutir essas questões
evolvendo a relação entre burguesia e proletariado. Ao mesmo
tempo, devemos destacar que essa mesma preocupação se
ligava ao conteúdo ideológico de muitos movimentos que
pregavam explicitamente o fim das manifestações religiosas. A
ideia da crença religiosa como algo prejudicial começava a
preocupar vários clérigos.

No ano de 1891, o papa Leão XIII publicou a encíclica Rerum


Novarum. Segundo este documento, o papa estabelecia sua
expressa oposição à luta entre classes defendida pela doutrina
marxista. Em seu lugar, o líder máximo da Santa Sé colocava a
religião como um instrumento capaz de arrefecer as
desigualdades no mundo. Dessa forma, a moral e o amor cristão
de empregados e empregadores poderiam ser ponto
fundamental para que a justiça social fosse paulatinamente
alcançada.

Com o tempo, vários cristãos fortaleceram sua preocupação para


com os problemas de cunho político e social. Adentrando o
século XX, o envolvimento da Igreja com esses temas se
aprofundou quando o Concílio Vaticano II (1962 - 1965)
reafirmou o papel social e político a ser exercido pelo cristão.
Nessa mesma época, o movimento da chamada Teologia da
Libertação fez com que muitos clérigos e fiéis realizassem
projetos sociais e organizassem discussões políticas no interior
das paróquias.

Atualmente, muitos representantes mais conservadores da Igreja


defendem que o envolvimento dos católicos devem se restringir
apenas aos assuntos de ordem espiritual. Paralelamente,
também podemos ver que o próprio comportamento religioso
contemporâneo veio a desarticular essa associação entre fé e
política. Hoje em dia, a busca pelo conforto material imediato e o
ideal de salvação individual contribuíram para que a “igreja
politizada” perdesse seu espaço."

Comuna de Paris
"A Comuna de Paris foi o primeiro governo popular da história,
formado principalmente por operários. A derrota dos franceses
para os prussianos e a prisão do imperador Napoleão III abriram
espaço para a formação da Segunda República na França. Em
1871, foi organizado um governo provisório que buscou
apaziguar os ânimos após a guerra propondo uma aproximação
com a Prússia.

A população não aprovou, pois desejava uma retaliação. Com o


apoio da Guarda Nacional, os operários revoltaram-se e
tomaram o poder em Paris, obrigando o governo provisório a
instalar-se em Versalhes. Os integrantes da comuna eram
escolhidos por sufrágio universal e tentaram realizar reformas no
intuito de reduzir as desigualdades sociais.

Em maio de 1871, as tropas fiéis ao governo provisório invadiram


Paris e destituíram a comuna. O confronto entre essas duas
forças deixou milhares de mortos. Os movimentos operários de
outros países enxergaram a Comuna de Paris como modelo e
uma possibilidade real de conquistar-se o poder.
"Resumo sobre a Comuna de Paris

A Comuna de Paris foi o primeiro governo popular da história.


Seus integrantes foram escolhidos por sufrágio universal.

A causa da comuna foi a decisão do chefe do governo provisório,


Adolphe Thiers, de não reagir à derrota francesa na guerra
contra os prussianos.

Com a formação da comuna, o governo provisório instalou sua


sede em Versalhes.

A comuna foi derrotada pelo governo após sangrentas batalhas


pelas ruas de Paris.

Contexto histórico da Comuna de Paris

Em meados do século XIX, a Europa vivia um período turbulento,


marcado por guerras e pela discussão sobre a sociedade e suas
desigualdades. O fim da Era Napoleônica e as mudanças
provocadas pela expansão industrial provocaram significativas
mudanças no cenário político-social europeu. Além disso,
ideologias, como o socialismo e o anarquismo, que
questionavam o modelo social vigente ganharam força e
motivaram movimentos populares que buscavam a formação de
governos que possibilitassem a maior participação popular nas
decisões políticas.

A segunda fase da Revolução Industrial promoveu a expansão do


capitalismo pela Europa. A industrialização, iniciada na Inglaterra
em meados do século XVIII, tomava conta de todo o continente.
Mudanças significativas são notadas nesse período, como o
crescimento das cidades e a formação de uma classe social que
trabalhava nas indústrias, os operários.

A industrialização aprofundou a desigualdade social. Os


operários que trabalhavam nas fábricas enfrentando uma longa
jornada de trabalho e sem condições para tal não recebiam um
salário que fosse condizente com o esforço empregado. A
precarização do operariado motivou críticas aos industriais e aos
governantes.

Os primeiros ideólogos do socialismo, como Saint-Simon e


Robert Owen, acreditavam que a transformação dessa realidade
degradante e desigual da Europa só aconteceria por meio da
eliminação do individualismo e da propriedade privada. Essa
transformação viria de forma pacífica, sem uso de força ou
violência.

Foi pela publicação do Manifesto comunista, em 1848, escrito


por Karl Marx e Friedrich Engels, que o movimento socialista
ganhou força, deixando o campo teórico (ou utópico) e
possibilitando a sua prática na realidade. O marxismo afirmava
que a mudança social estava na luta de classes, que o operário,
para vencer a miséria em que vivia, deveria reconhecer sua
condição social, unir forças com demais operários e atuar no
confronto contra a burguesia, os donos das fábricas. A partir de
então, o marxismo tornar-se-ia predominante nas lutas sociais,
como aconteceu na Comuna de Paris, em 1871.
O que motivou a criação da Comuna de Paris?

Adolphe Thiers liderou o governo provisório francês em 1871 e


buscou um acordo de paz com os prussianos. Esse acordo
desencadeou a Comuna de Paris.

A derrota francesa para a Prússia na guerra de 1870 e a prisão do


imperador Napoleão III provocaram manifestações populares nas
ruas de Paris, exigindo do governo medidas enérgicas para
revidar o ataque vindo dos prussianos.

Com o imperador preso, os franceses formaram um governo


provisório após a proclamação da Segunda República. Adolphe
Thiers, representante da burguesia, liderou o novo governo
francês e propôs um acordo de paz com a Prússia.

A população não concordou e rebelou-se contra Thiers


montando barricadas nas ruas. Sem apoio em Paris, o governo
provisório transferiu sua sede para Versalhes.

Tomada de Paris e início da Comuna de Paris

Paris ficou nas mãos da população mais pobre, dos operários,


que organizaram um governo popular chamado Comuna de
Paris. Esse governo baseava-se na experiência jacobina da
Revolução Francesa, e seus integrantes eram escolhidos por
sufrágio universal. O Conselho da Comuna estabeleceu um
programa de reformas que tinha como itens:
ensino gratuito e obrigatório;

direito à apropriação das fábricas pelos operários;

adiamento do prazo de pagamento dos aluguéis de pessoas com


dificuldades financeiras.

A comuna representou uma tentativa de formar-se um governo


que prezasse pela igualdade social.

Enquanto estava em Versalhes, sede do governo provisório,


Thiers recebeu apoio dos prussianos e invadiu Paris para destituir
a comuna e restaurar o governo provisório na capital.

O símbolo da Comuna de Paris é a barricada, que foi usada para


proteger os seus integrantes dos ataques das tropas de Thiers.

Semana sangrenta

Em maio de 1871, o exército de Thiers atacou Paris. O Conselho


da Comuna não estava preparado para reagir ao ataque e seus
integrantes foram massacrados. Estima-se que mais de 20 mil
pessoas foram mortas e 15 mil foram presas nesse confronto.

O confronto entre as tropas do governo francês e os integrantes


da Comuna de Paris foi marcado pela violência e destruição.
Consequências da Comuna de Paris

O movimento operário do mundo todo enxergou a Comuna de


Paris como referência e uma possibilidade real de chegar-se ao
poder. Além disso, no campo ideológico, reforçou-se a tese
marxista da luta de classes, de que os trabalhadores só
conseguirão livrar-se da exploração burguesa mediante o
enfrentamento com quem estiver no poder."

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