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Medidas e

Avaliação
Professora Ma. Claudiana Maria Siste Charal
Professora Ma. Greice Westphal
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade
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C469m Charal, Claudiana Maria Siste


Medidas e avaliação / Claudiana Maria Siste Charal, Greice
Westphal. Paranavaí: EduFatecie, 2021.
132 p. : il. Color.

1. Imunologia. 2. Imunização. 3. Biometria I. Westphal,


Greice. II .Centro Universitário UniFatecie. III. Núcleo de
Educação a Distância. IV. Título.

CDD : 23 ed. 616.079


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

UNIFATECIE Unidade 1
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Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Centro, Paranavaí, PR
Diretor de Ensino (44) 3045-9898
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Diretor Administrativo Fortes, 2178, Centro,
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(44) 3045-9898
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Coord. de Ensino, Pesquisa e


Extensão - CONPEX UNIFATECIE Unidade 3
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102, nº 1000 - Chácara
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman Jaraguá , Paranavaí, PR
de Araújo (44) 3045-9898

Coordenação Adjunta de Pesquisa


Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme

Coordenação Adjunta de Extensão www.unifatecie.edu.br/site


Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves

Coordenador NEAD - Núcleo de As imagens utilizadas neste


Educação à Distância livro foram obtidas a partir
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal dos sites Pixabay, Google,
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Thiago Azenha

Revisão Textual
Kauê Berto

Projeto Gráfico, Design e


Diagramação
André Dudatt
AUTORAS

Claudiana Marcela Siste Charal

● Mestre em Promoção da Saúde no Envelhecimento Ativo (Unicesumar)


● Licenciatura Plena em Educação Física (CESUMAR)
● Especialista em Neuroaprendizagem (Unicesumar)
● Especialista em Tecnologias Aplicadas no Ensino A Distância (UniFCV)
● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais
e Inovação (Unicesumar)
● Tutora Pedagógica (UniFCV)
● Professora orientadora de trabalho de conclusão de curso da Pós-Graduação
(UniFCV)
● Professora conteudista na área da Educação (UniFCV/UniFATECIE)
● Experiência no Ensino Superior (presencial e a distância) desde 2019
até os dias atuais.
● Experiência em gestão e empreendimento de academia de 2003 a 2015.
● Experiência em personal trainer de 2000 até os dias atuais.
● Experiência e atuação em ginástica coletiva, licenciada pela Les Mills
International/Body Systems Brasil em 9 modalidades.

Link para acesso ao currículo lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/7940297809849482


Greice Westphal

● Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física


da Universidade Estadual de Maringá e da Universidade Estadual de Londrina (PEF- UEM/
UEL) na área de concentração em Desempenho Humano e Atividade Física com o orienta-
dor Prof. Dr. Nelson Nardo Junior;
● Doutoranda com período sanduíche na University of Ottawa no Ottawa Hospital
Research Institute (uOttawa) no grupo Health Active Living and Obesity Research Group
(HALO) em Ottawa, Ontario, Canada com o orientador PhD. Jean-Philippe Chaput;
● Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano
(Unimep) na área de concentração em Avaliação e Reabilitação Funcional;
● Especialista em Educação Física Escolar, Recreação, Fisiologia do Exercício e
Saúde (ASSESC);
● Graduada em Educação Física Licenciatura Plena (Univali);
● Pesquisadora do Núcleo de Estudos Multiprofissional da Obesidade (NEMO)
vinculado ao Departamento de Educação Física (DEF) e Hospital Universitário de Maringá
(HUM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Experiência de atuação profissional na área de pesquisa científica, em específico
no tratamento multiprofissional da obesidade, na avaliação e medidas de pessoas com
obesidade, em programas de tratamento multiprofissional e em Bioestatística e Estatística
voltado à pesquisa e artigos científicos.

Link para acesso ao currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/6272228329261736


APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

Seja bem-vindo(a) querido(a) aluno(a)!

Esta disciplina é dedicada a você, professor e professora em formação a fim de for-


necer instrumentos teóricos e práticos acerca do ensino de Medidas e Avaliação através de
um conjunto essencial de conhecimentos teóricos e práticos sobre os principais conteúdos
que cercam a disciplina.
Para isso, nosso aprendizado começa na Unidade I tratando dos Conceitos E
Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação Em Educação Física, para tanto con-
ceituaremos através da literatura biometria, medidas e avaliação, iremos também definir e
classificar aptidão física, testes, medidas e avaliações, além de diferenciá-las e apresentar
as etapas básicas de avaliação.
Já na Unidade II nos dedicaremos a discutir sobre as Técnicas e Instrumentos de
Biometria, Medidas e Avaliação. Assim, será fundamental conhecer os tipos de testes, os
critérios para selecionar e validar os testes relacionados a aptidão física para que assim
possamos construí-los, e com o intuito de abranger todo o conteúdo abordaremos também
os seguintes temas: antropometria aplicada; objetivos e procedimentos para avaliação da
aptidão física; métodos para avaliação dos níveis de atividade física; instrumentação para
medidas e avaliação.
Será neste sentido que a Unidade III será abordada, com o objetivo de apresentar
à você as Baterias de Testes sobre aptidão física, composição corporal, além de discorrer
sobre antropometria, protocolos de testes e procedimentos estatísticos: análises e interpre-
tação dos resultados, programas e tendências.
Na unidade que fecha a disciplina, serão elencados os diferentes contextos em
que a Biometria, Medidas e Avaliação são trabalhadas na área da Educação Física, para
isto dissertar sobre avaliação em educação física escolar; desenvolvimento de propostas
para avaliação em Educação Física escolar nos diferentes níveis de ensino; avaliação nas
diversas modalidades desportivas e a organização de ações mediante resultados das ava-
liações em diferentes contextos.
Além disso, na apostila da disciplina Medidas e Avaliação o estudante irá perceber
que ao longo das unidades aparecerão seções do tipo: “Saiba Mais”, “Reflita”, sugestões de
livros e vídeos . Estas seções serão destacadas a fim de garantir o aprendizado necessário
e desejado por você, aluno.
Assim, esperamos que esta disciplina possa agregar em sua formação!

Bons estudos e divirta-se!


SUMÁRIO

UNIDADE I....................................................................................................... 3
Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação
em Educação Física

UNIDADE II.................................................................................................... 29
Técnicas e Instrumentos de Biometria, Medidas e Avaliações

UNIDADE III................................................................................................... 59
Baterias de Testes

UNIDADE IV................................................................................................. 102


Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos
UNIDADE I
Conceitos e Princípios Básicos de
Biometria, Medidas e Avaliação em
Educação Física
Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal
Professora Mestre Greice Westphal

Plano de Estudo:
● Conceitos de biometria, medidas e avaliação;
● Definição e classificação da aptidão física;
● Definições e diferenciação de testes, medidas e avaliações;
● Etapas básicas de avaliação;
● Modalidades de biometria, medidas e avaliação;
● Áreas de Avaliação em Educação Física.

Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar biometria, medidas e avaliação;
● Definir e classificar aptidão física;
● Definir e diferenciar testes, medidas e avaliações;
● Classificar as etapas básicas de avaliação;
● Apresentar as modalidades de biometria, medidas e avaliação;
● Identificar as áreas de Avaliação em Educação Física.

3
INTRODUÇÃO

Olá alunos(as), sejam bem vindos a primeira unidade da disciplina Medidas e Ava-
liação, espero que esta unidade te auxilie no aprendizado que teremos mais a frente em
nossa disciplina.
Nesta unidade, iremos entender o significado de biometria, medida, avaliação, aptidão
física e teste, dessa forma você conseguirá ter um norte sobre o conteúdo que virá adiante.
A fim de esclarecer o conteúdo a vocês, iremos diferenciar os conceitos de testes,
medidas e avaliações, pois muitas vezes erroneamente, diversas pessoas acreditam ter
significados semelhantes ou até mesmo iguais. Partindo desse assunto iremos apresentar
as modalidades existentes em biometria, medidas e avaliação, assim como as áreas de
avaliação em que a Educação Física é atuante.
Dessa forma, considerando a importância desses conteúdos como base para a
disciplina, os mesmos são a base para que você possa se aprofundar nos conteúdos espe-
cíficos da disciplina Biometria, Medidas e Avaliação.
Agora que você já sabe o que Modalidades de biometria, medidas e avaliação vai
aprender nesta unidade, quero convidá - lo(a) para vir conosco nesse mundo específico da
nossa profissão.Vamos lá?!

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 4


1. CONCEITOS DE BIOMETRIA, MEDIDAS E AVALIAÇÃO

Conceito de Biometria

Com o surgimento em 1901 na Inglaterra, a Biometria teve como função tornar-se


a ciência que estuda quantitativamente os fenômenos considerados essenciais para a
conservação da vida (SOUZA, 1980).
A palavra Biometria vem do grego e refere-se a Bio (Vida) e Metria (Medidas), ou
seja, Medidas da Vida. (SOUZA, 1980)
Dessa maneira, a expressão Biometria remete à procedimentos de medida de
diversos fenômenos biológicos. Esta ciência, portanto, refere-se às medidas corporais
dos seres humanos, é denominada Biometria, ou seja, baseia-se em estudos referente às
características físicas e o comportamento do indivíduo (GOMES; SILVA; VAZ, 2013).
Já na década de setenta, Gomes de Sá (1975) destacava esta definição como
simplista, podendo levar a interpretações ambíguas. Preferia entender a Biometria como
“a ciência que procura traduzir numericamente os fenômenos biológicos, estabelecendo
relações entre os dados assim obtidos, com o fim de determinar as leis que os regem”.
Esta é, sem dúvida, uma definição mais coerente, porém falta especificar os três níveis
morfológico, fisiológico e psicológico, os quais estão subentendidos na expressão “fe-
nómenos biológicos” e que são os níveis em que será estudado o indivíduo (GOMES;
SILVA; VAZ, 2013)..

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 5


No contexto da Educação Física, a biometria tem como objetivo determinar as
condições físicas dos indivíduos, através de diversas medidas a fim de identificar o estado
físico e mental para que se possa mensurar os atividade/exercícios físicos a serem
prescritos, ou seja, a biometria objetiva-se em analisar as partes do corpo humano nas
quais podem ser medidas (GOMES; SILVA; VAZ, 2013).
Silveira (1929), define biometria como conjunto de processos matemáticos empre-
gados em Biologia. Corroborando com o autor, Ramalho (1940) afirma que biometria é a
ciência que tem como objetivo traduzir numericamente os fenômenos biológicos,
estabelecendo relação entre os dados obtidos.
Para Albrizio (2007), a biometria é um campo de conhecimento caracterizado pela
“medida dos seres vivos”, sendo que seu objetivo é o estudo quantitativo das alterações
das características das plantas e animais, e, a partir destes, foi empregado através da
medicina aos seres humanos.
É importante entender que os estudos biométricos não se limitavam apenas às
medidas físicas, estes também abrangem as faculdades mentais e comportamentais dos
indivíduos, pois a partir da identificação dessas características seria possível realizar a
intervenção visando o aperfeiçoamento das espécies, raças, inclusive nos seres humanos
(BULMER, 2003).
Assim, a biometria agrega de forma multifacetada, diversas áreas de
conhecimento fundamentado em diferentes modelos de quantificação referente aos
fenômenos corporais, como: 1 - medidas morfológicas, por meio de recursos
antropométricos (avaliação do peso, da altura, das circunferências (pescoço, cintura,
abdômen e quadril) de envergadura, postural, etc. (BLANCKAERT, 2001; SÁ et al.,
2008); 2- medidas fisiológicas, ocorre de acordo com a medição da pulsação, a
capacidade respiratória, a força, a pressão arterial, composições químicas dos líquidos
corporais (exemplo: urina e sangue) entre outras. (DASTON; GALISON, 2007); 3 -
Biotipologia, no qual analisa variações psicológicas a fim de estabelecer uma
classificação dos indivíduos (GOULD, 2003).
Para analisar as informações mensuradas nas medidas biométricas (corporais)
dos indivíduos são utilizados procedimentos estatísticos. Assim, parâmetros estatísticos
como a média e o desvio padrão são utilizados, além de medidas de comparação, como
testes inferenciais que avaliam se há diferenças entre grupos de interesse ou entre
momentos de análise, principalmente com a finalidade de avaliar os efeitos de programas
de intervenção de diversas naturezas (GOMES; SILVA; VAZ, 2013).

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 6


Nesta mesma linha, porém com limites mais bem definidos, a área de Medidas
e Avaliação em Educação Física concentrou a maior parte das publicações e também o
espaço como componente curricular dos cursos de formação na área. Assim, na atualidade
são poucos os cursos que mantém ambas as disciplinas na formação inicial. Deste modo,
mais ênfase será dada neste curso para esta disciplina, destacando, quando for o caso,
aspectos históricos e conteúdos da Biometria.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 7


2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

Assuntos relacionados à aptidão física são muito importantes para o profissional de


Educação Física, uma vez que estão diretamente relacionados com a saúde e também com
o desempenho esportivo. Por essa razão, são abordados praticamente em tempo integral
no campo da Educação Física, seja na área do treinamento física, na de crescimento e
desenvolvimento, na área de atividade física relacionada à saúde.

2.1 Conceito de Aptidão Física


Aptidão Física como palavras distintas têm significados diversos, como: Aptidão -
qualidade do que está apto, capacidades naturais ou adquiridas, pode-se dizer também que
é apenas capacidade, disposição ou até mesmo conjunto de requisitos necessários para
exercer algo, enquanto a palavra Física, refere-se ao corpo, material, está relacionado às
leis da natureza. Dessa forma, ao unificar ambas as palavras Aptidão Física, encontramos
o significado de capacidade, habilidade, disposição material no qual conduz e indica que o
corpo do indivíduo está apto (MACHADO FILHO, 2012).
A aptidão física é definida por Guedes (1996) como um estado dinâmico de energia
e vitalidade que permite às pessoas não apenas a realização das tarefas do dia-a-dia,
como as ocupações ativas das horas de lazer. Além disso, permite enfrentar emergên-
cias imprevistas sem fadiga excessiva. Aliado a essas características, destaca também
a capacidade de evitar o aparecimento das funções hipocinéticas, ao mesmo tempo em

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 8


que possibilita o funcionamento da capacidade intelectual em seu nível máximo, aliado ao
sentido de alegria de viver. A aptidão física estaria ainda associada a capacidade de realizar
esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas
condições orgânicas no meio ambiente em que vivem.
Outra maneira de definir aptidão física encontrada na literatura, é a aptidão física
como a capacidade de endurance (duração), continuação, resistência ao estresse e
persistência em atividades físicas em circunstâncias difíceis (PELLEGRINOTTI, 1998).
Na conferência sobre Exercício, Aptidão e Saúde realizado em Toronto, Canadá
em 1988, foi apresentado um esquema sobre as relações complexas entre: atividade física
habitual, a aptidão física/fisiológica e a saúde, e outros fatores influenciadores, como apre-
sentado na figura abaixo (Figura 1).

FIGURA 1. RELAÇÕES COMPLEXAS EXISTENTES ENTRE

ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL, APTIDÃO FÍSICA E SAÚDE

Fonte: (BOUCHARD et al., 1990).

2.2 Classificação da Aptidão Física


A aptidão física, atualmente, pode ser classificada de acordo com diferentes con-
cepções apresentadas a seguir. Além dessas concepções, detalhes e especificidades sobre
esse tópico serão apresentados a seguir, dentro dessa disciplina/curso:
1- Aptidão física sob um ponto de vista geral: É a capacidade de realizar tarefas
comuns do dia a dia com vigor e vivacidade, sem fadiga excessiva e com plena energia
para poder realizar as atividades de lazer e também para enfrentar emergências imprevistas
(BÖHME, 2003).
2- Aptidão física relacionada à Saúde, referente às ações energéticas auxiliando
na realização das atividades cotidianas, no qual proporciona menor risco de doenças crôni-

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 9


co-degenerativas, também pode ser considerada como um bem-estar geral e não apenas
como prevenção de doenças. Os componentes de mensuração e avaliação relacionados
às atividades físicas habituais são a resistência cardiorrespiratória; aptidão musculoesque-
lética e a composição corporal (MACHADO FILHO, 2012).
3 - Aptidão Física relacionada às habilidades esportivas (agilidade, velocidade,
equilíbrio postural e coordenação motora) ou de performance motora. Estas, reconheci-
damente com uma interferência de fatores genéticos, têm sua contribuição mais voltada
para a realização de tarefas/atividades específicas, relacionadas ao desempenho esportivo
(VERARDI et al., 2007; NAHAS, 2010; DARIDO E RANGEL, 2005).
4 - Aptidão física sob o ponto de vista médico: Neste ponto, de acordo com Reid
& Thomson (1985) - a aptidão física compreende duas áreas: anatomia e fisiologia. No
âmbito da anatomia compreende-se o sistema musculoesquelético (ossos, articulações e
músculos), e a suas inter-relações com a postura e habilidades básicas de locomoção
(andar, correr e saltar). Já no campo da fisiológica está relacionado ao funcionamento dos
sistemas cardiorrespiratório e neuromuscular; aos aspectos antropométricos (percentual de
gordura, composição corporal total e aspectos estéticos); a aptidão motora básica (nutrição
e considerações fisiológicas (funcionamento dos órgãos dos sentidos, do sistema digestivo
e dos órgãos internos e os aspectos endócrinos) (BÖHME, 2003).

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 10


3. DEFINIÇÕES E DIFERENCIAÇÃO DE TESTES, MEDIDAS E AVALIAÇÕES

Caros(as) alunos(as), já definimos o que é medida e avaliação, porém vamos neste


momento além de relembrar estes conceitos, entender o que são os testes e fazer uma
comparação entre os três termos (testes, medidas e avaliações).
Sabemos que a Educação Física é um campo do conhecimento no qual utiliza-se o
método de medidas e avaliação como instrumento com a finalidade de auxiliar, acompanhar,
intervir, prescrever e orientar a prática das atividades físicas entre os indivíduos, para tanto
é indispensável obter conhecimentos e habilidades cada vez mais específicas e sobre esse
tópico (GUEDES, D.; GUEDES,J., 2006).
Por isso, é de suma importância compreender as diferenças dos significados entre
os verbos: testar, medir e avaliar, além de classificar os escores obtidos. Com destaque
aos objetivos de verificar a “normalidade” de acordo com padrões de distribuição de dados
mediante recursos de estatística descritiva. Com isso, estabelecer as normas, padrões e/
ou critérios considerados adequados ou desejáveis.

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3.1 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR

3.1.1 Testar
Está relacionado ao desempenho do indivíduo diante a situações previamente
organizadas e padronizadas. Um teste é uma situação na qual se solicita a alguém que
demonstre certo aspecto de seus conhecimentos ou de sua capacidade. Para isso, normal-
mente, são utilizados instrumentos, procedimentos ou técnicas específicas para a obtenção
da informação de interesse.
Através dos testes é possível determinar os valores numéricos das medidas, o
mesmo pode ser realizado através de uma prova escrita, um teste físico, ou da observa-
ção da performance de um indivíduo. Exemplo: teste de Cooper - 12 minutos (resistência
cardiorrespiratória), testes de sentar e alcançar (flexibilidade), entre outros (GUEDES, D.;
GUEDES, J., 2006).
Existem duas áreas predominantes para a aplicação de testes: aquela que inclui os
testes de campo e os testes desenvolvidos em ambientes laboratoriais, cada um com suas
características como apresenta a figura abaixo (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006):

FIGURA 2. TIPOS DE TESTES E SUAS CARACTERÍSTICAS

Fonte: elaborada pelas autoras(2021).

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3.1.2 Medir
O verbo medir remete ao ato de obter informações que possam ser descritas de ma-
neira quantitativa. Desse modo, é utilizado para coletar informações obtidas por intermédio
de um teste, atribuindo-se a ela um valor numérico. Essas medidas devem ser precisas e
objetivas. Com isso determina-se a quantidade daquilo que se pretende medir. Um exemplo
disso é a medida da distância percorrida pelo avaliado durante a realização do teste de
correr/andar de Cooper de 12 minutos (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006).
No campo da Educação Física, existem diversos tipos de medidas que podem ser divi-
didas em dois grupos, como apresentado na figura abaixo (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006):

FIGURA 3. TIPOS DE MEDIDAS E SUAS CARACTERÍSTICAS

Fonte: elaborada pelas autoras (2021).

3.1.3 Avaliar
Tem a função de interpretar os dados (quantitativos e qualitativos) objetivando
fornecer um “parecer ou julgamento” de valores de acordo com os referenciais pré-esta-
belecidos. Ela agrega um componente qualitativo do que se mediu. Com isso, possibilita a
identificação de um grau de importância que pode estar contido naquele dado objetivo, a

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 13


medida, mas para isso é necessário a comparação com um sistema de referência, seja ela
para determinar o que é o normal, nas avaliações referenciadas por normas, ou o que é o
ideal, nas avaliações referenciadas por critérios. Dessa maneira, na avaliação recorre-se a
um processo interpretativo dos valores de um grupo ou do próprio sujeito, que nesse caso
é considerada uma avaliação referenciada em si mesmo. A partir da avaliação é possível
identificar qual e como será realizado o trabalho, o que é ou foi mais eficiente, além de clas-
sificar os avaliados, analisando seu progresso, estabelecendo a efetividade do treinamento
de acordo com os objetivos estabelecidos. Portanto, entende-se que a avaliação reflete
em metas e objetivos através de comparações mediante um padrão referencial (GUEDES,
D.; GUEDES, J., 2006). Podemos destacar também que este processo é fundamental na
prática docente, pois ele fornece elementos essenciais para o desenvolvimento de uma
ação qualificada, a qual nos permite uma reflexão contínua no que se refere à escolha de
competências, objetivos, conteúdos e procedimentos (DARIDO E SOUZA JÚNIOR, 2007).
No âmbito da educação física, o ato de avaliar as condições físicas de um indivíduo
é essencial, pois para a maioria dos indivíduos, talvez essa seja a única experiência de
avaliação física que eles experimentem. Isso é lamentável, pois a cultura de se submeter
a avaliações periódicas pode contribuir, em muito, para o conhecimento de si mesmo, a
busca por objetivos realísticos e, em última análise, a valorização de valores que cada
indivíduo possui, bem como da valiosa jornada para o aprimoramento das qualidades que
possuímos. Além disso, pode-se considerar relevantes motivos da avaliação por possibili-
tar acompanhar a evolução das capacidades físicas diante um programa de intervenção,
identificar problemas ou dificuldades pré-existentes que requeiram certos cuidados ou até
mesmo a restrição de alguns tipos de exercícios, trabalhando com exercícios específicos e
de forma segura.
Desse modo, encontramos na literatura três tipos diferentes de avaliação, cada qual
com sua peculiaridade. Assim, cabe ao profissional compreender cada um e estabelecer
qual será o mais apropriado a ser utilizado com cada indivíduo, ou se ele utilizará todos
os tipos sem escolher entre uma avaliação ou outra (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006). O
quadro abaixo apresentará, de maneira clara e objetiva, os tipos e as descrições de cada
um dos tipos de avaliação.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 14


FIGURA 4. TIPOS E DESCRIÇÕES DAS AVALIAÇÕES

Fonte: elaborado pelas autoras (2021).

Como descrito no quadro acima, as avaliações têm diferentes propósitos e momen-


tos de aplicação. A avaliação diagnóstica normalmente é aplicada antes de se iniciar um
programa de exercícios, também com a finalidade de procurar pontos ou características
de destaque, positivos ou negativos. Com essa análise torna-se mais claro o caminho a
percorrer durante o programa que se tem pela frente. As avaliações formativas e somativas,
normalmente, são aplicadas no ambiente ensino-aprendizagem. Sendo que a avaliação
formativa tem como característica facilitar a assimilação de conteúdos no decorrer do pro-
grama instrucional. Ao passo que a avaliação somativa, normalmente é aplicada ao final do
período instrucional e pretende verificar o quanto se assimilou durante esse período. Nesse
sentido, as avaliações formativas tendem a fornecer um feedback a alunos e professores
sobre o progresso observado durante o processo, enquanto que a avaliação somativa visa
analisar se determinado critério de aproveitamento foi atingido, a fim de que se possa for-
necer uma certificação ou título ao final de um período instrucional ou curso.
De forma, os termos: medida, avaliação, teste são aplicados em diferentes contex-
tos no campo da Educação Física, conforme ilustrado pela figura 5.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 15


FIGURA 5. ESQUEMA GERAL ENVOLVENDO OS TESTES, MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EF

Fonte: Morrow Jr., Jackson; Disch e Mood (2003).

Assim podemos afirmar que o profissional de Educação Física deve conhecer, de


forma teórica e prática, uma série de procedimentos e situações nas quais serão necessários
o planejamento e a aplicação de testes, medidas e avaliações para seu cliente/paciente/
aluno. Como pode-se depreender, a situação em que se esteja e o perfil do público que está
sendo atendido determinará, em grande medida, quais os procedimentos e rotinas mais
apropriados. O importante é compreender que situações distintas requerem organização e
padronização diferenciados, no entanto, o primordial do processo de medir, testar e avaliar
pode ser entendido conforme a figura 5.
Então alunos(as), agora podemos iniciar a aprendizagem específica sobre a avalia-
ção, você deve estar se perguntando, agora já sei a definição, a diferença entre avaliação,
teste e medidas. Mas como realizo a avaliação propriamente dita?
Antes de tudo vale a pena ressaltar que a realização da avaliação física é impor-
tante para que o indivíduo que deseja iniciar uma atividade física a realize de forma segura
e orientada, pois é a partir dela que o profissional de Educação Física poderá realizar a

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 16


prescrição de exercícios físicos e desportivos de acordo com o tipo, a intensidade,
frequência, a duração da sessão de treino. (CONFEF, 2021; GABER et al., 2011).
A partir da avaliação física também é possível que o profissional possa identificar
indivíduos com sintomas e/ou fatores de risco para doenças cardiovasculares,
metabólicas, pulmonares, do sistema locomotor que podem se agravar dependendo do
tipo e intensida-de dos exercícios. Por isso, nestes casos, antes da realização da
prescrição de exercícios deve-se solicitar que o avaliado procure um atendimento médico
especializado, para que se identifique, de forma mais precisa, a extensão do problema e
após todos os procedimentos necessários o profissional poderá prescrever os exercícios
com segurança e respeitando as restrições existentes.
Pensando nisso, caro(a) aluno(a), como você selecionaria o(s) instrumento(s)
para realizar tal avaliação? Será que o instrumento escolhido é ideal ou confiável? Neste
momento surgem diversas dúvidas, portanto a fim de esclarecer estes questionamentos
que podem surgir durante a realização da avaliação, iremos apresentar algumas etapas
fundamentais para que você, como avaliador, possa direcionar as suas ações.

Vamos iniciar a avaliação?


Como ponto de partida o ideal é realizar a anamnese (questionário) com
perguntas simples, porém de grande valor para o profissional, pois é neste momento que
o avaliador conhecerá o histórico e hábitos do aluno/atleta/cliente (FONTOURA et al.,
2013).
Um questionário muito utilizado entre os profissionais de Educação Física
atuantes em academias é o PAR-Q, este questionário foi desenvolvido pelo Ministério da
Saúde do Canadá e revisado por um Comitê Consultivo Técnico indicado pela Sociedade
Canadense de Fisiologia do Exercício e Fitness (FONTOURA et al., 2013). O PAR-Q tem
7 questões, todas muito objetivas e tem como finalidade verificar a prontidão dos
indivíduos para a prática de exercícios físicos. Caso as respostas das 7 perguntas sejam
todas negativas, assegura-se que o avaliado está pronto para iniciar um programa de
exercícios. Esse mesmo tipo de questionário é recomendado antes da realização de um
teste de esforço.
Após realizar a anamnese, inicie a avaliação física, por meio das realização das prin-
cipais medidas antropométricas, de composição corporal e de aptidão física, de acordo
com o perfil do avaliado e com os propósitos do programa de exercícios que se planeja
realizar. Inicia-se, normalmente, pelas medidas ANTROPOMÉTRICAS:

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● Medida da Massa Corporal: Para realizar a medida da massa corporal total,
chamada popularmente como “peso do indivíduo”, será utilizada uma balança
(digital ou mecânica).
● Altura: A altura, também denominada estatura, é medida através do equipa-
mento denominado estadiômetro.
● Índice de massa corporal (IMC): Esse índice antropométrico tem como parâ-
metros as medidas de massa corporal e estatura.
● Circunferência ou Perimetro: Para realizar essa medida é utilizada uma fita
métrica antropométrica, estas fitas são específicas para essa finalidade, por não
serem feitas com material que possa sofrer alteração (extensão ou encurtamen-
to) com o passar do tempo.
● Diâmetro ósseo: é mensurado por meio do instrumento denominado paquíme-
tro ou antropômetro.
● Dobras cutâneas: o instrumento utilizado para verificar a espessura das dobras
cutâneas é o adipômetro, também chamado de compasso de dobras cutâneas,
espessímetro ou plicômetro.
Após realizar a avaliação antropométrica, se possível o ideal seria realizar a avalia-
ção de aptidão física, a fim de avaliar os níveis da capacidade funcional do aluno, como por
exemplo: Capacidade aeróbica; Flexibilidade; Resistência; Equilíbrio; Agilidade; Potência;
Coordenação; Velocidade.
Assim, o profissional estará com os dados suficientes para planejar e estruturar
um programa de atividade física específico para o aluno/cliente/atleta de acordo com os
objetivos, metas e limitações, garantindo a segurança e a eficácia do treinamento.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 18


SAIBA MAIS

É importante considerar que para cada modalidade existe alguma particularidade rela-
cionada aos critérios de avaliação, como por exemplo, a qualidade do teste (refere à va-
lidade, reprodutibilidade e objetividade), aspectos práticos (referente à viabilidade - equi-
pamentos, as instalações, a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados
e a economia do teste, que se relaciona aos recursos financeiros disponíveis), aspectos
pedagógicos (relaciona-se à facilidade de entendimento e à motivação) e a utilização dos
resultados (compreende a especificidade e a prescrição), aspectos práticos (evidencia a
viabilidade, ou seja, está relacionada a parte de equipamentos, instalações, equipe técni-
ca, tempo de disponibilidade, número de avaliados (ROJAS E BARROS, 2003).
Geralmente um “bom” teste possui três aspectos fundamentais referente a qualidade do
mesmo, ou seja, para selecionar um teste mais eficaz você deve considerar a validade
(validade face e/ou de lógica, de conteúdo, de construção, concorrente e preditiva), a re-
produtividade, que se divide em fidedignidade e objetividade, sendo a primeira sinônimo
de erro intra-avaliador, ou seja a influência do avaliador sobre o fenômeno em avaliação,
enquanto que a segunda, a objetividade, é sinônimo de erro inter-avaliadores, indicando
o quanto de variação dos escores (resultados da medida) pode ser atribuído à influência
de diferentes avaliadores

(ROJAS E BARROS, 2003).

REFLITA

A avaliação por norma se relaciona ao conceito de normalidade, oriundo da distribuição


dos dados e uma determinada população. Utilizando-se recursos estatísticos, como as
medidas de posição, também chamada de medidas de tendência central e de dispersão,
consegue-se descrever um padrão de distribuição que é semelhante, em diferentes
populações. A partir desse padrão, define-se parâmetros como a média, a mediana, o
desvio padrão e a variância. Além desses, também são definidos os intervalos
percentílicos que representam o posicionamento de referência a partir dos quais são
assumidos pontos de corte que indicam uma condição de risco, para valores muito
baixos, um intervalo reconhecido como normal, e estratos correspondentes a valores
elevados.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 19


Um exemplo desse tipo de classificação são as tabelas de peso para a idade, altura
para a idade uti-lizadas para avaliar o crescimento de crianças. Esse tipo de recurso
também é utilizado na classificação do IMC de crianças e adolescentes ou ideais
(classifica os indivíduos em “normal” e “subnormal”). A avaliação referenciada por
critério, por sua vez, baseia-se em valores associados a um menor risco à saúde, por
exemplo na medida da pressão arterial, os pontos de corte indicativos de pré-
hipertensão e hipertensão são atualizados, periodicamente, conforme as evidências
científicas associadas a estes valores.

Fonte: Guedes, D.; Guedes, J. (2006)

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 20


5. MODALIDADES DE BIOMETRIA, MEDIDAS E AVALIAÇÃO

5.1 Modalidade de Biometria:


A Biometria tem sido utilizada na área de Educação Física com diversas finalidades.
Entre as mais conhecidas estão a organização dos dados nas chamadas fichas biométricas.
Essas fichas reúnem informações sobre o indivíduo que está sendo avaliado, normalmente
reunindo parâmetros antropométricos, de crescimento e desenvolvimento, de composição
corporal e, em alguns casos, dados posturográficos.
Os objetivos dessas medidas estão relacionados aos objetivos do programa de
exercícios e/ou treinamento que se pretende realizar. A Biometria também é empregada em
estudos biotipológicos, que determinam o tipo físico do avaliado, ou somatotipologia que
determinam o somatópico e a sua relação com as modalidades esportivas de interesse.
Para a aplicação dessas classificações são necessárias as medidas antropométricas, de
composição corporal e diâmetros ósseos (WEIS e MULLER, 2021).

5.2 Modalidade de Medida:


Quando estamos nos referindo ao avaliado podemos dizer que existem dois tipos
de medidas: a medida formal que é a medida na qual o avaliado possui conhecimento de
que está sendo medido; e a medida informal, quando o avaliado não possui conhecimentos
prévios sobre o que será medido (FONTANA e RIEHL, 2008).

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 21


Também encontramos as avaliações referente ao desempenho do indivíduo, são
elas: normas de referência (relativo ao desempenho do indivíduo comparado ao resultado
do mesmo grupo) e o critérios de referência (comparação dos resultados com um padrão
construído em um determinado grupo - faixa etária, atletas, sexo) (FONTANA e RIEHL, 2008).
E, por fim, as avaliações podem ser classificadas como:
Diagnóstica: Esta avaliação é realizada no início do programa, para conhecer as
condições do avaliado e elaborar o programa, treinamento ou plano de atividades. Refe-
re-se a uma análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, grupo ou equipe, tendo como
objetivo melhorar esses aspectos.
Formativa: Este tipo de avaliação auxilia na evolução dos alunos/indivíduos, per-
mitindo ajustes ao programa/treinamento. Indica ao profissional de Educação Física, se
está havendo progresso no ensino/aprendizagem de determinada habilidade, mostrando se
objetivos estão sendo atendidos adequadamente e no tempo certo.
Somativa: Esta avaliação é realizada ao final do programa ou treinamento, indican-
do os resultados obtidos. Demonstrando a evolução do aluno e o resultado final em relação
a evolução dos objetivos propostos (FONTANA E RIEHL, 2008).

SAIBA MAIS

Avaliação formativa e somativa

A avaliação ocorre em duas perspectivas: formativa e somativa. As avaliações formati-


vas são iniciais ou intermediárias, tais como a administração de um pré-teste e a sub-
sequente avaliação do resultado. A avaliação formativa deveria ocorrer por meio de
processo de instrução, treinamento ou pesquisa. Medida, avaliação e feedback contí-
nuos são essenciais. Por exemplo, após uma cirurgia no ombro, o objetivo pode ser re-
cuperar a amplitude articular de movimento da articulação do ombro. Essas avaliações
contínuas não precisam envolver testes formais; a simples sequência de observação e
feedback entre o estudante ou o participante e o instrutor ou o líder costuma ser ade-
quada. As avaliações somativas são avaliações que normalmente ocorrem no final de
um período de instrução ou de treino. Na qualidade de estudante, você está interessado
na avaliação somativa – a nota – que receberá no final do semestre. A diferença entre
avaliação formativa e somativa pode parecer meramente a diferença no momento da
aplicação dos testes. No entanto, é o uso dos dados coletados que distingue a avaliação
formativa e a somativa. Assim, em algumas situações, o mesmo dado pode ser usado
para a avaliação formativa e para a somativa.

Fonte: Morrow Jr., Jackson, Disch e Mood (2003).

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6. ÁREAS DE AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

Neste tópico caros(as) alunos(as), vamos abordar as áreas em que a Educação


Física atua realizando avaliações físicas, dessa forma iremos enfatizar na área escolar, em
academias de ginástica/musculação e em treinamento desportivo.

6.1 Avaliação na Educação Física Escolar:


Podemos afirmar que as aulas de Educação Física são alguns dos momentos mais
propícios para desenvolver habilidades motoras, por meio da prática desportiva entre as
crianças e adolescentes. Porém, existem diversos fatores individuais que podem interferir
nos objetivos da disciplina, como: i) desenvolvimento e maturação do aluno; ii) nível das
habilidades e nível de expressão das aptidões; iii) interesses e motivação para a prática.
Diante da necessidade e da importância das aulas de Educação Física, principal-
mente em relação aos efeitos positivos e benefícios advindos da prática regular de exer-
cícios e da melhoria nos níveis de aptidão física, muitos professores de Educação Física
utilizam de indicadores como frequência cardíaca (FC) a fim de garantir e ensinar sobre tais
conceitos em suas aulas (LOPES, 2013).
Para auxiliar o professor a realizar as avaliações foi elaborado em 2015 um manual
de testes e avaliação pelo PROESP-Br (Projeto Esporte Brasil), este manual tem como
objetivo apoiar o professor de Educação Física na avaliação dos padrões de crescimento
corporal, estado nutricional, aptidão física para a saúde e para o desempenho esportivo em
crianças e adolescentes.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 23


Considerando a precariedade de algumas escolas brasileiras, o PROESP (2015)
desenvolveu uma bateria de testes para o uso dos professores de Educação Física, inde-
pendentemente de suas condições de trabalho. Segue abaixo os testes indicados:
● Medidas de Crescimento Corporal - Massa corporal (peso); Estatura (altura)
Envergadura.
● Testes de Aptidão Física relacionada à Saúde - Composição corporal (Índice
de Massa Corporal (IMC)); Aptidão cardiorrespiratória (Teste da corrida/cami-
nhada dos 6 minutos); Flexibilidade (T
este de sentar e alcançar); Resistência
muscular localizada (Nº de abdominais em 1 minuto – Sit-up).
● Testes de Aptidão Física relacionados ao Desempenho Esportivo- Força
explosiva de membros superiores (Arremesso de medicineball (2 kg)); Força
explosiva de membros inferiores (Salto horizontal (em distância)); Agilidade
(Teste do quadrado (4 metros de lado)); Velocidade (Corrida de 20 metros);
Aptidão cardiorrespiratória (Corrida de 6 minutos).

6.2 Avaliação em Academias de ginástica e musculação:


A avaliação física em academias geralmente é realizada quando o aluno/cliente
efetiva sua matrícula, ou seja inicia suas atividades naquele estabelecimento, ou após um
período de tempo que pratica um treinamento sistematizado. A avaliação tem por objetivo,
primeiramente, identificar as condições físicas do indivíduo, também é utilizada como forma
de verificar e monitorar a qualidade do treinamento e a evolução do indivíduo perante o
ciclo do treinamento prescrito, assim a avaliação se torna de extrema importância no âmbito
da Educação Física no ramo das academias de ginástica/musculação. Portanto, partindo
desses princípios, podemos entender que a avaliação física é importante pois, ao realizar
a avaliação antes de iniciar as atividades físicas o indivíduo diminui as probabilidades de
colocar sua saúde em risco, pois a mesma é capaz de revelar as condições físicas, as limi-
tações potenciais do aluno/cliente, eventuais alternativas e preferências que mostram-se
adequadas, etc (COSTA, 2007).
Quando se trata de um aluno/cliente que já é praticante a avaliação se torna essen-
cial a fim de verificar a eficácia do programa de treinamento prescrito para o mesmo, assim
é possível ser reformulado e/ou reorganizado de acordo com os objetivos estabelecidos a
serem alcançados (CAZÓN E MELO, 2010).

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 24


Dessa maneira, a avaliação beneficia o aluno/cliente com um treinamento perso-
nalizado, que considera as suas necessidades e potenciais, assim permitindo melhores
resultados (CAZÓN E MELO, 2010).

6.3 Avaliação em treinamento desportivo:


O treinamento esportivo é determinante para o aprimoramento do desempenho fí-
sico. Dessa forma, a avaliação física tem aspecto crucial nesse cenário. Diferentemente da
população em geral, os atletas lutam para superar os seus limites. E isso é um pré-requisito
essencial para o sucesso no meio esportivo. Portanto, no campo do rendimento físico-es-
portivo, de forma geral e com especificidades de acordo com uma modalidade específica, é
necessário analisar um conjunto de capacidades físicas e psicológicas para que se possa
alcançar o potencial de desempenho pretendido (KISS & BÖHME, 2003).
Dessa forma, é necessário que a avaliação realizada englobe todas as variáveis
indicadoras das capacidades mais relevantes na modalidade esportiva. De tal modo que se
possa maximizar o desempenho e minimizar os riscos de lesões e de insucesso nas com-
petições. Para isso, geralmente é aconselhável utilizar condições que simulem a prática
competitiva da modalidade em questão (CURRELL & JEUKENDRUP, 2008).
Nesta área de atuação, em que pequenos detalhes podem fazer toda a
diferença entre a conquista de recordes e títulos ou a desclassificação e perda de
patrocínios, às avaliações físicas devem estar voltadas para a aplicação de testes
regulares, de tal modo elaborados e válidos para a predição do desempenho esportivo
que assegurem ao atleta e a equipe que a produtividade esperada tem todas as
condições de ser alcançada. Para isso, os profissionais atuantes nesse setor devem
estar continuamente se aperfeiçoando e se especializando, pois as margens para
erro são muito reduzidas (CURRELL & JEUKENDRUP, 2008).
Vale ressaltar que a partir da avaliação é possível trabalhar com o atleta treina-
mentos visando a relação entre carga de treino e os riscos de lesões. Assim, podemos
compreender que a avaliação física tem um papel fundamental no que diz respeito ao
treinamento esportivo, pois a mesma é capaz de potencializar o rendimento e fornecer
um feedback ao atleta, também classifica os atletas devido a capacidade de alcançar o
desempenho e rendimento desejado, além de auxiliar o profissional de Educação Física na
indicação de exercícios, no planejamento das atividades, no controle do programa, escolha
das melhores condições e contínuo aprimoramento do treinamento.

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 25


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caros(as) alunos(as), chegamos ao fim d a U nidade I , p ortanto e spero q ue a o fim


dessa unidade você possa ter aprendido e se encantado pela disciplina Medidas e Avaliações.
Para deixar registrado, vamos recapitular nosso conteúdo, dessa maneira anseio
que a aprendizagem dessa unidade você possa levar por toda sua carreira acadêmica
às medidas corporais dos seres humanos e ter como objetivo determinar as condições
físicas dos indivíduos. Essas medidas estão relacionadas com os dados quantitativos,
que se almeja medir, porém ela fornece informações que precisam ser avaliadas, já que
a avaliação envolve a análise dos dados obtidos mediante a comparação com padrões
de referência. Este processo vai possibilitar o uso de dados quantitativos e qualitativos, a
fim de possibilitar os ajustes necessários em programas de treinamento com interesse em
atingir os objetivos esperados.
A aptidão física está associada à capacidade de realizar tarefas físicas sem cansa-
ço excessivo. Pode-se dizer também que é apenas capacidade de viver, com disposição ou
até mesmo um conjunto de requisitos necessários para se exercer alguma função.
E por fim também aprendemos que a Educação Física atua a fim de realizar ava-
liações físicas no âmbito escolar, no treinamento esportivo e em academias de ginástica/
musculação.
Assim, caro(a) estudante acreditamos que com o decorrer dos estudos, você estará
cada vez mais motivado a aprender sobre os desafios da disciplina “Medidas e
Avaliação’’. Portanto, nos encontramos nas próximas unidades.

Até mais!

UNIDADE I Conceitos e Princípios Básicos de Biometria, Medidas e Avaliação em Educação Física 26


LEITURA COMPLEMENTAR

GUEDES, D. P. Procedimentos clínicos utilizados para análise da composição


corporal. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 15, n. 1, p.
113-129, 2013.
MONTEIRO, A. B; FERNANDES FILHO, J. Análise Da Composição Corporal: Uma
Revisão De Métodos. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, v.
4, n, 1, p. 80-92, ISSN 1415-8426, 2002.
OLIVEIRA, R. R.; SANTOS, M. G. Componentes da aptidão física relacionada à
saúde. EFDeportes.com - Revista Digital - Año 17 - Nº 169 - Buenos Aires, junho de 2012.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Fisiologia do exercício: Energia, nutrição e desempenho
humano
Autor: Frank I. Katch, Victor L. Katch, William D. Mcardle
Editora: Guanabara Koogan
Sinopse: Como na publicação da primeira edição de Fisiologia do
Exercício | Nutrição, Energia e Desempenho Humano, em 1981,
esta oitava edição reflete a continuação do compromisso dos
autores de integrar os conceitos e a ciência das diferentes disci-
plinas que contribuem para uma compreensão mais abrangente e
a valorização da fisiologia do exercício na atualidade. Estruturada
em duas partes, oito seções e 33 capítulos, esta obra foi revisada
e atualizada para oferecer, de modo didático e objetivo, o melhor
conteúdo sobre nutrição, transferência de energia e treinamento
físico, e sua relação com o desempenho humano. Características
especiais: Maior ênfase na correlação entre os conceitos teóricos
e a prática Projeto gráfico elaborado especialmente para integrar
texto e figuras de modo adequado para o estudo Mais de 500 fi-
guras que proporcionam melhor compreensão dos assuntos Foco
nas contribuições de pesquisadores para o conhecimento sobre
fisiologia do exercício, por meio de entrevistas com proeminentes
estudiosos deste campo Recursos pedagógicos, incluindo Objeti-
vos do capítulo e Questões discursivas, que propõem perguntas
para reflexão sobre conceitos complexos, e boxes PSC (Para seu
conhecimento), que apresentam informações científicas atualiza-
das Atualizações que refletem os mais recentes achados da área,
além de novas informações sobre nutrição esportiva, aptidão e
treinamento, composição corporal e controle de peso, Exercício
em diferentes ambientes, atividade física e saúde, e biologia mole-
cular Material suplementar online, incluindo questões de avaliação,
referências bibliográficas e apêndices com informações adicionais.

FILME/VÍDEO
Título: I am Bolt
Ano: 2016
Sinopse: Durante um ano, Usain Bolt foi acompanhado pela equi-
pe dos documentaristas Benjamin Turner e Gabe Turner, inclusive
na Rio 2016, o que resultou em um filme de 1h47. O objetivo do
ícone do atletismo com “I Am Bolt” é mostrar para os fãs que não
é nada fácil chegar ao topo e ainda mais difícil se manter no local
mais alto do pódio por tanto tempo.

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UNIDADE II
Técnicas e Instrumentos de Biometria,
Medidas e Avaliações
Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal
Professora Mestre Greice Westphal

Plano de Estudo:
● Tipos de testes;
● Critérios para seleção e validação de testes de aptidão física;
● Construção de testes;
● Antropometria Aplicada;
● Objetivos e procedimentos para avaliação da aptidão física;
● Métodos para avaliação dos níveis de atividade física;
● Instrumentação para medidas e avaliação.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os tipos de testes;
● Conceituar e contextualizar os critérios para seleção e validação de testes;
● Conhecer a construção dos testes
● Estabelecer a importância da antropometria aplicada para a saúde;
● Estudar os objetivos e procedimentos para avaliação da aptidão física;
● Compreender os métodos para avaliação dos níveis de atividade física;
● Conhecer os instrumentos para medidas e avaliação.

29
INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a), seja bem-vindo(a) à segunda unidade da nossa apostila de Medidas
e Avaliação, “Técnicas e Instrumentos de Biometria, Medidas e Avaliação”.
Você deve estar se perguntando, o que são essas técnicas e instrumentos para
medidas e avaliação? Calma, nós vamos aprender juntos! Nesta unidade, iremos apresen-
tar como funcionam esses conceitos na prática e como devem ser aplicados nos diferentes
públicos-alvo (criança, adolescente, adulto e idoso).
Vamos estudar a diferenciação dos tipos de testes com exemplos, os critérios
utilizados para seleção e validação de testes de aptidão física, como é feito a construção
dos testes, o que é, e para que serve a antropometria aplicada, quais são objetivos e
procedimentos para a avaliação da aptidão física, os métodos para avaliação dos níveis de
atividade física e para fechar essa unidade quais são os principais instrumentos utilizado na
rotina dos profissionais no campo de medidas e avaliação em Educação Física.
Vamos aprender juntos sobre essas técnicas e instrumentos da área de Biometria,
Medidas e Avaliação. Vamos lá?!
O teste, como dito anteriormente, na unidade I, é um método utilizado para veri-
ficar a qualidade, desempenho ou o comportamento do aluno/indivíduo, mediante a um
procedimento padronizado para se obter uma informação ou resultado. Além disso, é um
instrumento utilizado para avaliar as habilidades nos domínios cognitivo, psicomotor e afe-
tivo (FREITAS, 2004; GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006).
Os testes são, normalmente, classificados de acordo com o ambiente onde eles
são aplicados, como de campo ou de laboratório, conforme está apresentado na figura 1,
a seguir.

FIGURA 1. TIPOS DE TESTES E EXEMPLOS

Teste de campo
Ex: Teste de corrida de Testes de laboratório.
12 min; Teste de Sentar Ex: Teste ergométrico
e Levantar.

Fonte: elaborada pelas autoras(2021).

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
Conceitos e Princípios BásicosdedeBiometria, MedidaseeAvaliação
Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 30
Os testes de campo têm como característica a fácil aplicação, equipamentos não
tão sofisticados, de baixo custo. Por essas características, não necessitam, em muitos
casos, que os avaliadores tenham um elevado grau de especialização. Além disso, eles
geralmente são aplicados em grupos de pessoas/avaliados em um tempo de coleta de
dados relativamente curto (FREITAS, 2004; HEYWARD, 2013).
Os testes de laboratório utilizam equipamentos elaborados/especializados, que
normalmente apresentam custos elevados, necessitando um ambiente adequado, com cli-
matização, iluminação, segurança dos equipamentos e dos avaliados, e avaliadores espe-
cializados para manusear os aparelhos, que muitas vezes requerem um tempo de aplicação
maior. Por essas razões, os testes de laboratório, na maioria das vezes, são utilizados na
realização de pesquisas e estudos de pós-graduação (FREITAS, 2004; HEYWARD, 2013).

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 31
2. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO E VALIDAÇÃO DE TESTES DE APTIDÃO FÍSICA

Neste tópico, abordaremos os critérios para seleção e validação de testes de apti-


dão física. Esses critérios são denominados critérios de autenticidade científica, definidos
como: validade, fidedignidade, objetividade, padronização e viabilidade (FONSECA, 2012;
TRITSCHLER, 2003). Esses critérios estão presentes no Quadro 1.

QUADRO 1. CRITÉRIOS DE AUTENTICIDADE CIENTÍFICA.

Validade Veracidade de um teste


Consistência de um teste
Fidedignidade ou Confiabilidade (reprodutibilidade da medida ou
resultado)
Exatidão do resultado do teste quando
Objetividade
utilizado por mais de um avaliador.
Uniformidade em todos
Padronização
os procedimentos.
Viabilidade Condição de aplicação com êxito.
Fonte: elaborada pelas autoras(2021).

Na sequência são apresentados os conceitos de cada critério de autenticidade


científica de maneira detalhada (ROJAS; BARROS, 2003; TRITSCHLER, 2003).
Validade: refere-se à capacidade do teste medir o que realmente se propõe a fazer,
com um menor índice de erro possível;

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 32
Fidedignidade ou Confiabilidade: refere-se a medida da reprodutibilidade do
teste, quando é aplicado repetidamente, nas mesmas pessoas, na mesma avaliação,
fornecendo dados similares ou iguais, indica o grau de precisão com que determinada
característica é analisada.
Objetividade: refere-se ao grau de concordância com o valor verdadeiro de um
teste, quando mensurados por dois ou mais avaliadores, comparando os resultados obtidos
com intervalo de tempo reduzido, ou no mesmo momento. Portanto, o teste deve apresentar
resultados idênticos ou muito próximos para uma pessoa avaliada e reavaliada em seguida.
Padronização: O teste deve seguir os mesmos procedimentos, com instruções
claras, para que qualquer avaliador possa compreendê-lo e aplicar corretamente, por meio
de uma normatização.
Viabilidade: Refere-se a condições necessárias para a aplicação do teste como os
custos, tempo despendido, riscos e benefícios da aplicação.
É importante destacar que os critérios tradicionais utilizados para seleção e va-
lidação de testes de aptidão física são: Validade, Fidedignidade e Objetividade (ROJAS;
BARROS, 2003).

FIGURA 2. CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA OS TESTES DE APTIDÃO FÍSICA

VALIDADE CONFIABILIDADE
Medir corretamente, com o Reproduzir dados consis-
mínimo de erro possível tentes e estáveis

OBJETIVIDADE
Confiabilidade entre
avaliadores durante a
administração de um
mesmo instrumento de
medida. Utiliza-se o
coeficiente de
correlação de Pearson (r).

Fonte: Adaptado de (FREITAS, 2004; HEYWARD, 2013; ROJAS; BARROS, 2003).

Para um melhor entendimento sobre os níveis de validade, reprodutibilidade e obje-


tividade, Safrit (1981) sugere a tabela 1, abaixo, para determinar se um teste atinge níveis
adequados em relação aos critérios de autenticidade científica, podendo ser considerado
excelente, bom, regular ou fraco (SAFRIT, 1981).

UNIDADE
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 33
TABELA 1. NÍVEIS DE VALIDADE, REPRODUTIBILIDADE E OBJETIVIDADE

Nível Validade Reprodutibilidade Objetividade


Excelente 0,80-1,00 0,90-1,00 0,95-1,00
Bom 0,70-0,79 0,80-0,89 0,85-0,94
Regular 0,50-0,69 0,60-079 0,70-0,84
Fraco 0,00-049 0,00-0,59 0,00-0,69
Fonte: (SAFRIT, 1981).

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3. CONSTRUÇÃO DE TESTES

Antes de pensar ou de assumir a tarefa de partir para a construção de um teste,


o ideal é se certificar de que isso realmente é necessário. Em outras palavras, buscar na
literatura especializada evidências de que o teste em questão realmente não foi alvo do
trabalho de outros pesquisadores. Com isso em mente, o resultado desse trabalho tende a
ser bem mais promissor.
Para a construção de um teste é necessário levar em consideração alguns elemen-
tos importantes como a objetividade, a reprodutibilidade e a validade do teste, apresentado
no tópico 2. Além disso, é importante ressaltar os tipos de validade de um teste, que é um
conhecimento básico sobre medidas e avaliações, utilizando abordagens qualitativas ou
quantitativas, somente quando um instrumento é válido é possível considerar as informa-
ções obtidas para a avaliação (GUEDES, D.; GUEDES,J., 2006).
Desta forma, para definir o grau de validade de um instrumento é importante desta-
car a sua finalidade, a interpretação e os escores, e principalmente a aplicação, em outras
palavras, para quem será aplicado, o público-alvo, se é compatível com a idade, gênero e o
ambiente a ser realizado o teste de maneira geral (FREITAS, 2004). No que se refere a cons-
trução de testes, há diferentes tipos de validade: 1 - validade de face ou lógica; 2 - validade de
conteúdo; 3 - validade de constructo; 4 - validade concorrente e; 5 - validade preditiva.
Validade Face ou de Lógica: O instrumento parece medir o que se propõe a medir
e os instrumentos de medida produzirão escores representativos de alguma característica

UNIDADE
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 35
ou comportamento, é necessário determinar até que ponto esses escores podem trazer
informações sobre o que pretende avaliar (GUEDES, D.; GUEDES,J., 2006). Exemplo:
Questionário de Qualidade de Vida.
Validade de Conteúdo: Refere-se ao grau em que o conteúdo de um instrumento
reflete adequadamente o constructo que está sendo medido (KIMBERLIN; WINTERSTEIN,
2008). Enfatizando, se o conteúdo está presente nas duas versões do teste, necessaria-
mente as medidas obtidas na versão curta deverão correlacionar-se com as da versão
longa (ROJAS; BARROS, 2003). Exemplo: questionário de atividade física habitual (IPAQ).
Validade de Constructo: É a extensão em que um conjunto de variáveis representa
realmente o construto a ser medido (HAIR JR, J.F.; BLACK, W.C.; BABIN, B.J; ANDERSON,
2006; MARTINS, 2006). Comparação de escores obtidos entre dois grupos diferentes em
relação ao atributo que se pretende avaliar (ROJAS; BARROS, 2003).
Validade Concorrente: Relação estatística entre os escores produzidos pelo ins-
trumento de medida e indicadores de mesma natureza. Investiga a concordância entre o
desempenho de um teste e a condição corrente do que se pretende avaliar (GUEDES, D.;
GUEDES, J., 2006). Pode ser verificada aplicando-se ambos, o teste-alvo e o ‘padrão-ouro’,
ao mesmo tempo (SOUZA; ALEXANDRE; GUIRARDELLO, 2017).
Validade Preditiva: O teste pretende predizer, por meio de uma equação matemá-
tica, a condição futura do examinado quanto a algum critério específico. Neste caso, um
teste tem validade preditiva se as medidas que ele permite obter são significativamente
correlacionados com uma característica, comportamento ou desempenho apresentados no
futuro (ROJAS; BARROS, 2003).
Portanto, alguns tipos de validade requerem a aplicação de testes estatísticos.
Assim, primeiro analisam o coeficiente de correlação entre os escores obtidos pelos instru-
mentos de medida. Em seguida, verificam em uma tabela de referência, como a apresentada
por Tritschler (2000), com os resultados do coeficiente de correlação para a interpretação
da validação de instrumentos ou testes na área da Educação Física.

TABELA 2. COEFICIENTES DE CORRELAÇÃO REFERÊNCIA PARA

INTERPRETAÇÃO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTOS

Coeficiente de Correlação Validação do Instrumento


0,90-0,99 Excelente
0,80-0,89 Muito Boa
0,70-0,79 Aceitável
0,60-0,69 Questionável
Fonte: Adaptado de Tritschler (2000) apud Guedes, D. e Guedes, J. (2006).

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4. ANTROPOMETRIA APLICADA

A antropometria é o método mais utilizado para a avaliação do estado nutricional


individual e coletivo, nos diferentes ciclos da vida, como a infância, adolescência, adultos
jovens, meia idade e idosos. De uma forma geral, é a aplicação de medições para o estudo
do tamanho, da forma, dimensões físicas, maturação, crescimento e a composição corpo-
ral, classificando os indivíduos em “graus” de nutrição e adequação. É um procedimento
não invasivo, de baixo custo e ‘fácil’ operacionalização e padronização, apresentando boa
precisão e acurácia (FERREIRA, 2015; FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008).
Para aprender melhor sobre este tópico, na Educação Física, os métodos mais uti-
lizado na antropometria aplicada são: massa corporal, estatura, comprimentos, diâmetros,
perímetros, e dobras cutâneas (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008; KISS, 2003).
Por meio dessas medidas é possível estratificar graus de nutrição e risco relacionado à
saúde. Também é possível obter informações que em combinação com os resultados de
testes motores podem gerar um escore que serve de indicativo sobre o potencial que uma
pessoa tem em relação ao desempenho esportivo em determinada modalidade.
O peso para a idade e a estatura para a idade são indicadores muito valiosos
da condição de vida, e especificamente da nutrição das crianças. Eles são usados por
pediatras para avaliar o estado de saúde e o crescimento adequado da fase de crescimento
desde bebê a criança. O SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional) é um sis-
tema de informações do Ministério da Saúde, para promover a informação contínua sobre

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condições nutricionais de diferentes grupos populacionais e os fatores que as influenciam.
Para a classificação do estado nutricional são utilizados índices antropométricos. O índice é
a combinação entre duas medidas antropométricas (ex. peso e altura) ou entre uma medida
antropométrica e uma demográfica (ex. peso por idade, altura por idade). Para explorar este
tópico, de forma mais concreta, vamos apresentar os índices preconizados pela Vigilância
Nutricional e SISVAN para cada fase do curso da vida. (SISVAN, 2004)
O índice usado para medir a relação entre o peso e a idade das crianças é chama-
do de: Criança Peso/Idade (P/I). Este índice é classificado em percentis para avaliação do
estado nutricional de crianças.
Conceito: O peso por idade expressa a relação entre a massa corporal e a idade
cronológica da criança. É o índice utilizado para a avaliação do estado nutricional, prin-
cipalmente para caracterização de baixo peso. Essa avaliação é muito adequada para o
acompanhamento do crescimento infantil e reflete a situação global do indivíduo, porém,
não diferencia o comprometimento nutricional atual ou agudo dos pregressos crônicos.
Método de cálculo: O peso da criança é aferido, de acordo com métodos preconi-
zados e é registrado em quilos. A idade da criança é calculada em meses. Os valores são
identificados no gráfico de crescimento infantil, segundo o sexo. Este gráfico corresponde a
curvas que refletem o crescimento de uma população de referência e constam os percentis
de peso por idade, e devem ser observados os pontos de corte para interpretação.
Interpretação: São definidos quatro pontos de corte para o indicador de Peso
por Idade (P/I) (percentis 0,1,3,10 e 97), permitindo a seguinte classificação o estado
nutricional infantil:
● P/I abaixo do percentil 0,1: criança com peso muito baixo para a idade.
● P/I maior ou igual ao percentil 0,1 e menor que o percentil 3: criança com
peso baixo para a idade.
● P/I maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança em risco
nutricional.
● P/I maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com
peso adequado para a idade (eutrófica).
● P/I maior ou igual ao percentil 97: criança com risco de sobrepeso.
Usos: Permite avaliação do estado nutricional de crianças e o acompanhamento
do crescimento infantil.
Limitações: A partir do indicador de peso por idade, não é possível diferenciar se
o comprometimento nutricional é atual/agudo ou pregresso/crônico.

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De forma semelhante é avaliado o índice peso/altura (P/A). Este índice dispensa a
informação da idade; expressa a harmonia entre as dimensões de massa corporal e altura.
É utilizado tanto para identificar o emagrecimento da criança, como para o excesso de peso.
Método de cálculo: A altura da criança, quer seja o comprimento no caso de crian-
ças menores de 2 anos de idade (medida aferida com o indivíduo deitado) ou a estatura
para crianças de 2 anos ou mais (medida aferida com o indivíduo em pé) é registrada em
centímetros. O peso da criança é registrado em quilos. Tanto as medidas de altura como de
peso são avaliadas segundo métodos preconizados e em seguida tais valores são identifi-
cados em gráficos de peso por altura, segundo o sexo. Este gráfico corresponde a curvas
que refletem a distribuição desse índice em uma população de referência, isto é, aquela
que inclui dados referentes a indivíduos sadios, vivendo em condições socioeconômicas,
culturais e ambientais satisfatórias. Nesse gráfico, são apresentados os percentis do índice
de peso por altura e a intersecção da medida de peso da criança com sua altura possibilitará
a identificação da faixa de percentil que se encontra o indivíduo, devendo ser observados os
pontos de corte para sua interpretação. O percentil de peso por altura em que se encontra
a criança também pode ser identificado por meio de tabelas que apresentam diferentes
valores de peso em função da altura e do sexo do indivíduo.
Interpretação: São definidos três pontos de corte para o indicador de Peso por
Altura (P/A) (percentis 3, 10 e 97), permitindo a seguinte classificação:
● P/A abaixo do percentil 3: criança com baixo peso para sua altura.
● P/A maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança com
risco de baixo peso para sua altura.
● P/A maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com
peso adequado para sua altura.
● P/A maior ou igual ao percentil 97: criança com risco de sobrepeso para sua
estatura.
Quanto ao índice P/A, existe a possibilidade de não ser identificado um parâmetro
segundo a referência adotada. Isso ocorre quando há um peso muito baixo ou muito alto
em relação a determinada altura, ou uma altura muito baixa ou muito alta em relação a
determinado peso.
Limitações: Não oferece um diagnóstico preciso de sobrepeso e obesidade,
apenas de excesso de peso de uma forma geral. A informação sobre a idade da criança
não é considerada na avaliação desse índice. Dessa forma, existe a possibilidade de uma

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criança apresentar P/A adequado, mas não ter as medidas isoladas de peso e de estatura
adequadas para sua idade.
Seguindo os mesmos procedimentos descritos em relação às medidas P/I e P/A,
obtém-se também as medidas de Altura/Idade (A/I).
O indicador de Altura por idade (A/I) expressa o crescimento linear de crianças e
corresponde ao dado que melhor representa o efeito cumulativo de situações adversas
sobre o crescimento da criança. É considerado como o índice mais sensível para aferir a
qualidade de vida da população infantil. Trata-se de um índice incluído, recentemente, na
Caderneta de Saúde da Criança.
Os métodos de cálculo e Interpretação são idênticos aos do índice P/A, sendo
utilizados também os mesmos pontos de corte para o índice de Altura por idade (percentis
3, 10 e 97), permitindo a seguinte classificação do crescimento infantil:
● A/I abaixo do percentil 3: criança com altura baixa para a idade.
● A/I maior ou igual ao percentil 3 e menor que o percentil 10: criança com
risco para altura baixa para a idade.
● A/I maior ou igual ao percentil 10 e menor que o percentil 97: criança com
altura adequada para sua idade.
● A/I maior ou igual ao percentil 97: criança com altura elevada para sua idade.
Usos: Permite avaliar o crescimento linear de crianças. Permite a identificação de
efeitos adversos acumulados sobre o crescimento da criança.
Limitações: Não é possível determinar o estado nutricional global da criança a
partir desse índice.

4.1 Estado Nutricional de Adolescentes


Índice: Índice de Massa Corporal (IMC) em percentis para avaliação do estado
nutricional de adolescentes. O IMC é o indicador utilizado para avaliar a proporção entre
o peso e a altura de adolescentes. As medidas de peso e altura do indivíduo devem ser
avaliadas segundo métodos preconizados e registradas, respectivamente, em quilos e em
metros. O IMC é calculado pela relação entre o peso dividido pelo quadrado da altura do
indivíduo, expresso pela fórmula abaixo:

IMC = Peso (kg)


Altura (m)2

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Para adolescentes, isto é, indivíduos com idade maior ou igual a 10 anos e menor
de 20 anos, a classificação do estado nutricional é realizada a partir da identificação do
percentil de IMC por idade e sexo. O valor obtido de IMC e a idade do adolescente devem
ser identificados no gráfico de IMC por idade, segundo o sexo do indivíduo. Este gráfico
corresponde a curvas que refletem a distribuição desse indicador em uma população de
referência, isto é, aquela que inclui dados referentes a indivíduos sadios, vivendo em con-
dições socioeconômicas, culturais e ambientais satisfatórias. No gráfico, são apresentados
os percentis do indicador de IMC por idade. A intersecção da medida de IMC do adolescen-
te com sua idade possibilitará a identificação do percentil de IMC por idade do indivíduo,
devendo ser observados os pontos de corte para sua interpretação. O percentil de IMC por
idade em que se encontra o adolescente também pode ser identificado por meio de tabelas
que apresentam diferentes valores de IMC em função da idade e do sexo do indivíduo.
Interpretação: São definidos dois pontos de corte para o indicador de IMC por
idade para adolescentes (percentis 5 e 85), permitindo a seguinte classificação:
● Percentil de IMC por idade abaixo de 5: adolescente com baixo peso.
● Percentil de IMC por idade maior ou igual a 5 e menor que 85: adolescente
com peso adequado (eutrófico).
● Percentil de IMC por idade maior ou igual a 85: adolescente com sobrepeso.
Limitações: Não permite a avaliação da composição corporal do indivíduo. Por
exemplo, caso seja identificado um alto valor de IMC, não é possível afirmar, com exatidão,
que o indivíduo apresenta excesso de gordura corporal, tendo em vista que há casos em
que tal valor pode ser atribuído ao excesso de massa muscular, como no caso de atletas e
de pessoas que realizam o treino com pesos habitualmente.

4.2 Estado Nutricional em Adultos


Índice: A fórmula do índice para identificar o estado nutricional dos adolescentes é
a mesma para adultos, o que muda é a interpretação dos resultados do IMC para avaliação
do estado nutricional de adultos.
Para adultos (indivíduos com 20 anos ou mais e menores de 60 anos de idade) não
são necessários cálculos adicionais para a interpretação do indicador de IMC. Portanto,
o estado nutricional será determinado a partir do valor bruto de IMC. A classificação do
estado nutricional de adultos é realizada a partir do valor bruto de IMC. Nesse caso, são
definidos três pontos de corte para o indicador de IMC (valores de IMC de 18,5, 25,0 e
30,0), permitindo a seguinte classificação:

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● Valores de IMC abaixo de 18,5: adulto com baixo peso.
● Valores de IMC maior ou igual a 18,5 e menor que 25,0: adulto com peso
adequado (eutrófico).
● Valores de IMC maior ou igual a 25,0 e menor que 30,0: adulto com sobrepeso.
● Valores de IMC maior ou igual a 30,0: adulto com obesidade.
As limitações do IMC para adultos são as mesmas descritas na classificação dos
adolescentes. Além disso, o IMC também é utilizado na avaliação do estado nutricional
de idosos (indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos). A classificação do estado
nutricional de idosos, assim como a de adultos, é realizada a partir do valor bruto de IMC.
Porém, para esse estágio de vida são definidos dois pontos de corte distintos daqueles de
adultos para o indicador de IMC (valores de IMC de 22,0 e 27,0), permitindo a seguinte
classificação:
● Valores de IMC menor ou igual a 22,0: idoso com baixo peso.
● Valores de IMC maior que 22,0 e menor que 27,0: idoso com peso adequado
(eutrófico).
● Valores de IMC maior ou igual a 27,0: idoso com sobrepeso.

REFLITA

Na antropometria aplicada, é necessário avaliar e classificar o seu aluno, por meio do


IMC, corretamente. Com essas informações, é possível planejar um treino físico ade-
quado, sem correr o risco de lesionar ou sobrecarregar algum membro ou articulação
do seu aluno. Por isso é tão importante levar em consideração essas informações, para
que você tenha segurança e conhecimento para a prescrição do exercício físico!

Fonte: elaborado pelas autoras (2021).

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5. OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

Desde a clássica publicação de Carl Caspersen, Kenneth Powell e Gregory Chris-


tenson, em 1985 na revista científica Public Health Report, a Educação Física e áreas
afins passaram a dispor de uma terminologia apropriada para importantes componentes de
estudo, como a atividade física, e exercício e a aptidão física (CASPERSEN, POWELL e
CHRISTENSON, 1985).
Estes autores tiveram o cuidado de diferenciar conceitos que vinham sendo tratados
de forma confusa e, muitas vezes, intercambiável e este fato representava uma barreira à
melhor compreensão desses distintos fenômenos. Assim, estabeleceram: Atividade Física
é todo movimento produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético.
Sendo o exercício físico um subconjunto da atividade física. A diferença é que este é plane-
jado, estruturado e repetitivo, tendo como objetivo a melhoria ou a manutenção da aptidão
física. Por sua vez, a aptidão física é um conjunto de atributos que são relacionados à saúde
ou ao desempenho físico, sendo que o grau em que as pessoas possuem esses atributos
pode ser medido com testes específicos (CASPERSEN, POWELL e CHRISTENSON, 1985).
Destaca-se, dessa forma, que desde a sua definição operacional a aptidão física
assumiu dois grupos de atributos, sendo que entre os atributos relacionados à saúde
incluíram-se a resistência cardiorrespiratória, a força/resistência muscular, a composição
corporal e a flexibilidade. Ao passo que os atributos relacionados ao desempenho espor-

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tivo foram a agilidade, o equilíbrio, a coordenação, a velocidade, a potência e o tempo de
reação. Deste modo, torna-se claro que os objetivos relacionados a avaliação da aptidão
física dividem-se nestes dois ramos: a avaliação de componentes relacionados a saúde e,
por outro lado dos componentes relacionados ao desempenho esportivo (CASPERSEN,
POWELL e CHRISTENSON, 1985).
Com base no descrito acima, dependendo do público a ser avaliado e dos objetivos do
programa a que estarão vinculados definir-se-á a bateria ou conjunto de testes mais apropriado.
Sabemos que uma das funções da Educação Física na escola é auxiliar na pro-
moção de hábitos saudáveis de vida. Assim, a oferta de esportes como estratégia para
auxiliar na melhora dos componentes da aptidão física de crianças e adolescentes é um
procedimento comum. Apesar disso, não estão claros quais os tipos de modalidades es-
portivas podem oferecer benefícios de maior magnitude. Neste tipo de contexto, portanto, a
avaliação dos componentes da aptidão física por meio de uma bateria de testes, como a do
PROESP – 2007 é de grande utilidade (SCHUBERT et al., 2016). Estes autores,
realizaram um estudo transversal (com coleta única de dados e sem acompanhamento
ao longo do tempo) e verificaram que praticantes de modalidades esportivas individuais
tinham mais chance de atingirem os valores esperados de aptidão física para o índice
de massa cor-poral e flexibilidade, enquanto os praticantes de modalidades coletivas
apresentaram mais chances de atingirem os critérios de saúde da capacidade física
para força de membros superiores. Apesar de não ser um estudo longitudinal, que
acompanha os participantes ao longo de um período de alguns anos, o que dá mais
segurança na avaliação da associação observada, os autores concluíram que os diversos
componentes da aptidão física voltada para a saúde estão associados às modalidades
esportivas em crianças e adolescentes (SCHUBERT et al., 2016).
Por outro lado, quando o objetivo dos testes e medidas de aptidão física é a iden-
tificação de talentos para os esportes, outros procedimentos e medidas são necessários.
Nesse sentido, torna-se relevante definir o que é e para o que serve a detecção de talen-
tos. De acordo com Matsudo et al. (2007), a detecção de talentos possibilita efetuar um
prognóstico, de longo prazo, sobre uma pessoa (geralmente criança ou adolescente) que
evidencia atributos e capacidades necessárias para integrar uma população de atletas de
excelência desportiva (MATSUDO; ARAJO; OLIVEIRA, 2007).
E, nesse contexto, a seleção de talentos refere-se ao conjunto de ações que per-
mitem efetuar um prognóstico, a curto prazo, para um indivíduo situado em um grupo de
atletas. Esse prognóstico baseia-se no postulado de que o indivíduo em questão possui

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atributos, nível de aprendizagem, treinabilidade e maturidade necessários para apresentar
um desempenho superior aos outros membros do mesmo grupo. De forma complemen-
tar os referidos autores adicionam: “Quem quiser descobrir o fora de série precisa estar
muito bem treinado em reconhecer o que é normal”. Por este motivo, o Celafiscs (Centro
de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul) buscou, por muitos
anos, valores normativos de diferentes variáveis de aptidão física da população brasileira,
identificando também a sua variabilidade (MATSUDO; ARAUJO; OLIVEIRA, 2007). Cumpre
destacar que o campo de aplicação de testes e medidas, tanto as relacionadas à saúde,
como as ligadas ao desempenho esportivo tem um amplo campo de aplicação e, conse-
quentemente, objetivos e procedimentos específicos, de acordo com o público e o contexto
de avaliação. Assim, o tópico atual será retomado, em outras unidades, para aprofundar
essas questões.

SAIBA MAIS

Para complementar a avaliação da aptidão física, é importante conhecer a equação


preditora de idade óssea na iniciação esportiva através de variáveis antropométricas.
A idade óssea é importante como um referencial na determinação da idade biológica
e maturação, justificando-se, por quanto, a sua utilização, uma vez que o tecido ósseo
diferencia-se, desenvolve-se e amadurece ao longo de linhas determinadas, podendo,
a partir de um centro de ossificação primário, determinar com maior segurança o estado
de desenvolvimento do indivíduo.

Equação:
Idade óssea = -11,620 + 7,004 (estatura) + 1,226.Dsexo + 0,749 (idade) – 0,068 (Tr) +
0,214 (Pcb) – 0,588 (Du) + 0,388 (Df )
Onde: Para o sexo masculino: Dsexo = 0, para o sexo feminino: Dsexo= 1, Estatura (m),
Idade (anos), Tr = dobra cutânea tricipital (mm), Pcb = perímetro corrigido de braço (cm),
Du = diâmetro de úmero (cm), Df= diâmetro de fêmur (cm) (CABRAL et al., 2013).

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6. MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA

Quando se pensa em formas de mensuração do nível de atividade física (AF), lo-


gicamente pensa-se em: Por que ou para que? Entre as possíveis respostas destacam-se:
Comparar a prevalência de AF entre populações; desenvolver estratégias de saúde pública
para aumentar os níveis de AF; Medir a efetividade dos programas de saúde pública; deter-
minar a quantidade ou dose de AF requerida para influenciar determinados parâmetros de
saúde. Todas essas questões servem de indicação sobre a complexidade dessa área de
investigação/atuação. Ao mesmo tempo, a inatividade física ocupa a posição de sexto maior
causador de DALYs (anos de vida perdido livre de doenças) nas Américas ressaltando
a sua importância (PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION, 2012, p. 169).
Por essa razão, e pelo fato de que a inatividade física tenha sido, mais recentemen-
te, identificada como o quarto principal fator de risco para mortalidade global. Agrava-se a
situação uma vez que os níveis de inatividade física estão aumentando em muitos países,
com implicações importantes para a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) e a saúde geral da população em todo o mundo (WHO, 2020). Assim, o plano
de ação da OMS sobre AF para 2018 a 2030 visa tornar as pessoas mais ativas e, por
consequência, com melhores níveis de saúde e de qualidade de vida (WHO, 2018). Com
uma meta de redução de 15% na prevalência global de inatividade física entre adultos e
adolescentes até 2030, uma vez que 1 entre 4 adultos e 3 entre 4 adolescentes atualmente
não atingem as recomendações de atividade física da OMS (WHO, 2018).

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Torna-se necessário, portanto, reforçar que qualquer movimento corporal realizado
pela musculatura esquelética que resulte em um gasto energético é considerado atividade
física AF (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Partindo dessa definição des-
taca-se a dificuldade em medir a AF, que pode ocorrer em diversos contextos no cotidiano
de um indivíduo e de diferentes populações. Considera-se o somatório das AF diárias como
“AF habitual”, podendo esta ocorrer nas atividades de lazer, ocupacionais ou nos desloca-
mentos (WHO, 2018).
Devido ao aumento contínuo de sua prevalência, torna-se necessário igualmente
definir o que vem a ser o comportamento sedentário. Segundo a OMS, o comportamento
sedentário é definido como qualquer comportamento de vigília caracterizado por um gasto
energético menor que 1,5 equivalentes metabólicos (METs), como estar sentado, reclinado
ou deitado. Evidências recentes indicam que altos níveis de comportamento sedentário
contínuo (como permanecer sentado por longos períodos de tempo) estão associados com
alterações no metabolismo da glicose e desordens cardiometabólicas, bem como aumento
da mortalidade geral (WHO, 2018).
Há uma grande diversidade de métodos e técnicas para mensurar a atividade física,
sendo eles classificados como objetivos ou subjetivos. Entre os métodos objetivos destacam-
-se os sensores de movimento, monitores de frequência cardíaca, água duplamente marcada
(DLW) e a observação direta do comportamento. Embora estes apresentem níveis considera-
dos satisfatórios de reprodutibilidade e validade, possuem limitações em termos de logística
e custo, podem ser reativos e mensuram apenas atividades físicas “atuais” ou “recentes”.
Por essas razões, a prática de AF vem sendo avaliada mais comumente por quatro
métodos: acelerômetros; pedômetros; diários; e questionários.
Os acelerômetros são sensores que captam movimentos em três planos e indicam
a intensidade dos movimentos que os indivíduos realizam.
Os pedômetros são semelhantes aos acelerômetros no que se refere a sua uti-
lização, contudo indicam apenas o número de passos que os indivíduos realizam e não
computam a intensidade dos movimentos. 
Os diários, instrumentos nos quais os indivíduos anotam suas atividades em perío-
dos padronizados de tempo, por exemplo a cada período de 15 minutos do dia, durante três
ou sete dias, requerem adesão e cooperação do avaliado, o que pode ser problemático em
pesquisas populacionais com grandes amostras.

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Os questionários, finalmente, são os instrumentos mais utilizados para avaliação
dos níveis de atividade física em pesquisas epidemiológicas porque têm baixo custo, são
de fácil aplicação e proporcionam rapidez na obtenção dos dados (MILITÃO et al., 2013).
Os instrumentos mais diretos, como por exemplo, a água duplamente marcada, a
calorimetria direta e outros, são mais precisos e acurados. No entanto, além de possuírem
um custo elevado tanto para coleta, como para a análise dos dados, não são práticos,
por não permitirem avaliações em larga escala e demandarem grande quantidade de
tempo para aplicação, bem como profissionais altamente especializados. Por outro lado,
os questionários são bastante úteis quando o objetivo é avaliar um grande número de
indivíduos, com praticidade, rapidez e baixo custo, como por exemplo, em estudos de base
populacional (BANDA et al., 2010).
Dentre os diferentes instrumentos para medida da AF, o uso de questionários,
pedômetros e acelerômetros na população idosa é algo bastante frequente, muito, pela
possibilidade de avaliar um número elevado de participantes (UENO et al., 2013). No
entanto, no Brasil, ainda são escassos os instrumentos para a avaliação da AF com boa
validade, aplicados à epidemiologia (FLORINDO et al., 2006).
Cabe observar que não há um instrumento que seja adequado a todos os estudos
que envolvem a medida da AF. Escolher o instrumento mais apropriado não depende so-
mente dos níveis de reprodutibilidade e validade, mas também de outros fatores como as
características da amostra, os objetivos do estudo, recursos disponíveis, os domínios e as
dimensões da atividade física que serão mensurados e o período de referência da medida.

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7. INSTRUMENTAÇÃO PARA MEDIDAS E AVALIAÇÃO

Neste tópico vamos abordar o tema de instrumentação de medidas e avaliação.


Para realização das medidas antropométricas, a avaliação da composição corporal e os
testes de aptidão física, o profissional deve estar familiarizado e, preferencialmente, trei-
nado e capacitado para o uso dos instrumentos e técnicas de coleta, sabendo preparar o
ambiente e os equipamentos apropriados.
Na antropometria, os parâmetros mais frequentemente mensurados são a
massa corporal, estatura, circunferências e diâmetros. Enquanto que na avaliação da
composição corporal o que é verificado, normalmente, é a massa magra, o percentual
de gordura, a massa livre de gordura, a gordura corporal absoluta, entre outros.
Estadiômetro: O estadiômetro é um equipamento utilizado para mensurar a
estatura em metros. É uma medida antropométrica muito importante e um indicador de
precisão para avaliar o crescimento e estimar os índices de risco e estado nutricional,
como por exemplo, o IMC. O estadiômetro pode ser fixo (na parede) ou portátil, no sen-
tido vertical, contém uma haste de metal graduada, normalmente, de 0 a 2 metros. Tem
acoplado um cursor que desliza sobre a unidade de medida, ou seja, em uma régua
disposta perpendicularmente à haste graduada (A padronização desta técnica é a medida
direta, ou seja, são mensurações realizadas em pessoas que ficam em pé, eretos e sem
assistência. Assim, para essa medida, o avaliado permanece em pé, ereto, descalço,
com a posição de costas para o aparelho, a cabeça em posição do plano horizontal de

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Frankfurt, o olhar fixo para o horizonte, os braços estendidos ao longo do corpo, os pés
unidos formando um ângulo reto com as pernas (CHRISTINELLI et al., 2021;
LOHMAN; ROACHE; MARTORELL, 1992; WESTPHAL et al.,2021).

FIGURA 1. EXEMPLO DE ESTADIÔMETRO PORTÁTIL

FIGURA 2. EXEMPLO DE COMO AVALIAR A ESTATURA

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Balança Digital: A massa corporal é uma medida antropométrica mensurada por
meio de uma balança digital. O avaliado permanece em posição direta, em pé, cabeça no
plano horizontal de Frankfurt, com os braços estendidos ao longo do corpo, e com os pés
levemente afastados (CHRISTINELLI et al., 2021; WESTPHAL et al., 2021).

FIGURA 4. EXEMPLO DE BALANÇA DIGITAL

Fita Métrica ou Trena Antropométrica – Circunferências ou Perímetros: A trena


antropométrica ou fita métrica é utilizada para verificar as circunferências ou perímetros,
por exemplo: do pescoço, cintura, abdômen e quadril, além de medidas de pontos espe-
cíficos dos membros superiores e inferiores, como o braço, antebraço, coxa e panturrilha,
respectivamente (WESTPHAL et al., 2020; WHO, 2018).

FIGURA 5. EXEMPLO DE FITA MÉTRICA

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
Conceitos e Princípios BásicosdedeBiometria, MedidaseeAvaliação
Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 51
FIGURA 6. EXEMPLO DE AVALIAÇÃO DE CIRCUNFERÊNCIA

Compasso de barras: Este equipamento é utilizado para verificar medidas de


diâmetros, como o anteroposterior do tórax (tronco). Ele também é utilizado para medir o
comprimento dos membros. O compasso de barras é constituído com uma haste metálica
graduada e um cursor, em forma de corrediça, com uma régua que se desloca até outra
régua fixa, na extremidade oposta. Existem dois tipos de compasso de barras o grande que
se chama antropômetro e o pequeno denominado paquímetro, sendo que este último serve
para medir diâmetros ósseos de extremidades de ossos longos, como o bi-condilo femoral
e o bi-maleolar, para medir o diâmetro do fêmur e da tíbia, respectivamente (LESCAY;
ALONSO BECERRA; HERNÁNDEZ GONZÁLEZ, 2017).

FIGURA 7. EXEMPLO DE PAQUÍMETRO

UNIDADE
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 52
Compasso de Dobras Cutâneas: O compasso de dobras cutâneas, também re-
conhecido como adipômetro, espessímetro ou plicômetro, é utilizado para aferir as dobras
cutâneas ou pregas de gordura subcutânea e, a partir dessas medidas estimar a adiposida-
de corporal (BENITO et al., 2019).

FIGURA 8. EXEMPLO DE PLICÔMETRO

FIGURA 9. EXEMPLO DE ADIPÔMETRO AFERINDO DOBRA CUTÂNEA

Bioimpedância Elétrica: O equipamento de bioimpedância elétrica é utilizado para


estimar os constituintes da composição corporal, verificando a água corporal total, massa
magra, massa livre de gordura, massa óssea e o percentual de gordura (CASTILHO et al.,
2021; CHRISTINELLI et al., 2021; HEYWARD, 2001; WESTPHAL et al., 2021).

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 53
FIGURA 10. EXEMPLO DE BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA

Fonte: elaborada pelas autoras(2021).

SAIBA MAIS

Você sabia que existem recomendações adequadas para aferição da Bioimpedância


Elétrica (BIA)? São elas
Não comer ou beber 4 horas antes do teste;
Não praticar nenhum exercício físico 12 horas antes do teste;
Urinar 30 minutos antes do teste;
Não consumir bebida alcoólica 48 horas antes do teste;
Não é recomendado o uso de medicação diurética 7 dias antes do teste;
Não é recomendado para o sexo feminino, realizar o teste no período menstrual.

Fonte: Christinelli et al (2021); Heyward (2001) e Westphal et al (2021).

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 54
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Querido(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade da nossa apostila


de Medidas e Avaliação. Esperamos que esse conteúdo seja muito produtivo para o seu
aprendizado. Vamos fazer um breve registro dessa unidade, para ajudar em seus estudos.
Nos tópicos 1, 2 e 3 foi abordado sobre os testes de medidas, avaliação e aptidão
física. Lembrando que são dois tipos de teste, o de campo que é caracterizado de fácil
aplicação e baixo custo e o de laboratório, específico para equipamentos de custo elevado
e avaliador especializado. Também, foi apresentado os critérios para seleção e validação
de testes de aptidão física, é importante lembrar que critérios tradicionais utilizados para
seleção e validação de testes de aptidão física são: Validade, Fidedignidade/Reprodutibi-
lidade e Objetividade. Na parte de construção de testes, o que se destaca é os diferentes
tipos de validade, que devem levar em consideração na hora da construção de um teste,
são eles: validade face ou lógica, de conteúdo, constructo, concorrente e preditiva.
Já nos tópicos 4,5,6 e 7 aprendemos sobre as técnicas, instrumentos, procedimentos,
objetivos, níveis de aptidão física de medidas e avaliação em Educação Física. Na antropo-
metria aplicada, apresentamos a avaliação e a classificação do estado nutricional e a impor-
tância desses índices nos diferentes ciclos da vida. Na parte da aptidão física aprendemos
como avaliar os procedimentos em relação a crianças, adolescentes, jovens, idosos e atletas.
Por isso, é necessário reforçar que qualquer movimento corporal realizado pela musculatura
esquelética que resulte em um gasto energético é considerado atividade física.
E para finalizar essa unidade, aprendemos sobre a instrumentação para medidas e
avaliação, como: estadiômetro, balança digital, fita métrica, compasso de barras, compasso
de dobras cutâneas e a bioimpedância elétrica.
Concluímos mais uma etapa na construção do seu conhecimento na área de Bio-
metria, Medidas e Avaliação. Vamos com muita motivação para as próximas unidades.

Até mais!

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
Conceitos e Princípios BásicosdedeBiometria, MedidaseeAvaliação
Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 55
LEITURA COMPLEMENTAR

Taxa Metabólica Basal (TMB) de Adolescentes com Sobrepeso ou Obesidade

Você já ouviu falar em Taxa Metabólica Basal (TMB)? Você sabia que a TMB tem
relação direta com a antropometria aplicada, o estado nutricional e a avaliação física? É
um nome muito interessante, não é mesmo?! Vamos apresentar um estudo que uma das
autoras desta apostila, Greice Westphal, publicou em 2021, sobre a taxa metabólica basal
em adolescentes com sobrepeso ou obesidade.
A TMB, é definida como a quantidade de energia necessária para manter as fun-
ções vitais do organismo em repouso, como os batimentos cardíacos, a pressão arterial,
a respiração, entre outros. Alguns fatores são importantes para expressar a TMB, como: a
composição corporal (massa livre de gordura e massa gorda), sexo, idade, nível de ativida-
de física e estado nutricional.
Sendo assim, para a avaliação da TMB é necessário que o indivíduo esteja em
jejum, descansado e em um ambiente tranquilo. Para a aferição, pode ser realizada a partir
da quantidade de calor produzida pelo organismo, chamado de calorimetria direta, ou pela
calorimetria indireta, por exemplo, equipamentos como analisador de gases ou equações
preditivas. Geralmente esses testes são realizados em um laboratório específico de avalia-
ção cardiorrespiratória.
Diante disso, o objetivo do estudo foi apresentar informações sobre a TMB de ado-
lescentes com idade entre 10 e 18 anos, de ambos os sexos, com IMC entre 25,3 a 52,5 kg/
m2. Foram avaliados, mediante o método da calorimetria indireta (CI) (analisador de gases)
91 adolescentes, sendo 37 meninos e 54 meninas. Avaliação da Taxa Metabólica Basal
(TMB) foi obtida por calorimetria indireta (CI) mensurada pelo analisador metabólico de
gases VO2000 (MEDGRAPH, USA), que foi calibrado com gás de composição conhecida
(16% O2 e 5%CO2) antes de cada medida. A TMB foi calculada com base na média do
consumo de O2 e liberação de CO2.
Também foram realizadas avaliações antropométricas e de composição corporal. A
massa corporal, a composição corporal e a TMB foram obtidas por meio de uma bioimpe-
dância bioelétrica multifrequencial com eletrodo tátil de 8 pontos (InBody).
Neste contexto, a prevalência de sobrepeso foi de 23,0%, obesidade 36,3% e
obesidade severa (40,6%). A mediana da TMB foi de 2.150,9 e 1.548,4 para meninos
e meninas, respectivamente (p<0,05). Apesar disso, não houve diferença significativa na

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 56
TMB por unidade de massa (TMB/Kg) e nem por unidade de massa magra (TMB/MM).
Comparando os dois métodos de medida através de uma correlação, foi verificada corre-
lação significativa (p<0,000) entre a TMB medida pela CI e a estimada pela bioimpedância
elétrica multifrequencial.
Com isso, o elevado custo de equipamentos necessário para essa medida, o nível
de complexidade de seus procedimentos e a necessidade de pessoal especializado, limi-
tam a utilização em situações práticas e em ambientes clínicos. E os métodos de avaliação
que estimam a TMB passam a ser recursos de interesse. Deve-se destacar que programas
de intervenções para controle de peso corporal são necessários para auxiliar no equilíbrio
energético através dos valores da TMB.

Fonte: WESTPHAL, G.; SOARES, G. S.; VESPASIANO, B. de S. .; CHRISTINELLI,


H. C. B. .; PEREIRA, I. A. S. .; CASTILHO, M. M. .; MARTINS, F. M. .; NARDO JUNIOR,
N. . Basal metabolic rate for adolescents with overweight or obesity. Research, Society and
Development, [S. l.], v. 10, n. 1, p. e35010111964, 2021.

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
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Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 57
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Antropometria Aplicada À Saúde E Ao Desempenho Espor-
tivo: Uma Abordagem A Partir Da Metodologia Isak
Autores: André Luiz Lopes; Gustavo Dos Santos Ribeiro
Editora: Rubio
Sinopse: As civilizações antigas já demonstravam interesse por
investigar de que maneira as medidas do homem poderiam influen-
ciar outros aspectos da sociedade. Desde então, foram conduzidos
inúmeros estudos para analisar a proporção, a composição e as
peculiaridades de cada indivíduo e povoado. Caracterizada por
utilizar medidas corporais para predizer variáveis de desempenho
ou função, a Antropometria tem sido aplicada ao longo dos séculos
em áreas correlatas, como Ergonomia e Antropologia. Com uma
abordagem moderna e objetiva, Antropometria Aplicada à Saúde
e ao Desempenho Esportivo: uma Abordagem a Partir da Metodo-
logia ISAK explora os conceitos sobre Antropometria, fazendo um
passeio pela história e evolução das medidas no corpo humano,
desde os seus primórdios até os dias atuais; analisa a importância
da identificação e mensuração do ser humano para a área de
saúde; contextualiza a obesidade e o tecido adiposo; exemplifica
e aplica os índices corporais; descreve em detalhes os métodos,
as fórmulas, as medidas e as ferramentas de avaliação antropo-
métrica. Com objetivo de atender a estudantes e profissionais de
Educação Física e Nutrição, o livro é um instrumento extremamen-
te necessário para atuação em hospitais, clínicas, consultórios e
academias, a fim de se estabelecerem os melhores diagnósticos.

LIVRO 02
Título: Obesidade: Guia Prático do Diagnóstico a Prescrição de
Exercício Físico
Autores: Bárbara de Moura Antunes, Fabrício Eduardo Rossi e
Fábio Santos de Lira
Editora: Clube de Autores
Sinopse: Este livro atual aborda todos os aspectos importantes
da Obesidade, uma doença prevalente no mundo moderno con-
siderada pela OMS como uma pandemia que acarreta problemas
de saúde pública no Brasil e em todos os países distribuídos em
todos os continentes.Sendo assim, trata-se de uma excelente
fonte de informações para profissionais da saúde, especialmente
educadores físicos, nutricionistas, médicos, fisioterapuetas e ou-
tros, que desejam se aprofundar nesse tema e que buscam mais
conhecimento para lidar com pessoas obesas, já que dezenas de
outras enfermidades são agravadas pela obesidade. (SISVAN,
2004)

UNIDADE
UNIDADE I II Técnicas Instrumentos
Conceitos e Princípios BásicosdedeBiometria, MedidaseeAvaliação
Biometria, Medidas Avaliaçãoem Educação Física 58
UNIDADE III
Baterias de Testes
Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal
Professora Mestre Greice Westphal

Plano de Estudo:
● Avaliação sobre a aptidão física;
● Avaliação da composição corporal;
● Antropometria;
● Protocolos de testes;
● Procedimentos estatísticos: análises e interpretação dos resultados;
● Procedimentos estatísticos: programas e tendências.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender os tipos de Avaliação sobre a aptidão física;
● Compreender os tipos de Avaliação da composição corporal;
● Descrever os tipos de métodos de Avaliação da Antropometria;
● Caracterizar os Protocolos de testes;
● Demonstrar os Procedimentos estatísticos: análises e interpretação dos resultados;
● Apresentar os Procedimentos estatísticos: programas e tendências.

59
INTRODUÇÃO

Olá querido(as), iniciamos a Unidade III da nossa apostila de Medidas e Avaliações,


e nesta Unidade, iremos aprender sobre alguns os tipos de avaliação que são realizadas
pelos profissionais de educação física em âmbito de trabalho, dessa forma, você entrará na
parte prática do conteúdo, abordaremos então avaliações sobre aptidão física,
composição corporal e haverá um tópico inteiramente voltado a antropometria, em que
detalharemos uns dos campos de medidas mais utilizados em nosso contexto geral.
Além do mais, esta Unidade irá interpelar a respeito dos protocolos dos testes
realizados nas avaliações apresentadas acima, dessa forma, acreditamos deixar você cada
vez mais fundamentado na teoria e próximo da prática.
Por fim, apresentaremos alguns recursos estatísticos empregados na análise e
interpretação de dados coletados de acordo com as avaliações utilizadas, bem como certos
programas estatísticos que podem ser utilizados dependendo do tipo de pesquisa, ou do
trabalho que será realizado.
Assim, caro(a) aluno, esperamos que assim como nós, você possa se envolver
com o conteúdo e aproveitar ao máximo, pois o mesmo foi elaborado exclusivamente para
ajudá-lo em sua jornada acadêmica e profissional.

Vamos lá?

UNIDADE III Baterias de Testes 60


1. AVALIAÇÃO SOBRE A APTIDÃO FÍSICA

1.1 Avaliação sobre Aptidão Física


Como já foi discutido anteriormente, os componentes da aptidão física costumam
ser agrupados, principalmente, em duas categorias. A aptidão física relacionada à saúde
que inclui a capacidade aeróbica, força, flexibilidade e componentes da composição corpo-
ral e a aptidão física relacionada ao desempenho esportivo, ou às habilidades desportivas
que inclui a agilidade, equilíbrio, coordenação motora, potência e velocidade (SHEPHARD
E BALADY, 1999).

1.1.1 Capacidade aeróbia


É uma das capacidades mais importantes que compõem a aptidão física relacionada
à saúde. Em sua avaliação são obtidos muitos dados para análise pois a mesma tem como
base o sistema cardiorrespiratório, resultando em respostas fisiológicas de adaptação às
necessidades metabólicas durante o exercício. A capacidade aeróbica refere-se à capaci-
dade do indivíduo em realizar uma atividade física de duração superior a quatro minutos
(MATSUDO, S.; MATSUDO, V.; NETO, 2001).
Para a ACSM (2000) capacidade cardiorrespiratória, outra forma de se referir a
capacidade aeróbica, é um componente da aptidão física referente à saúde, portanto pode
ser afetada por fatores como a idade do indivíduo, principalmente no que diz respeito a
doenças crônicas degenerativas (hipertensão arterial e diabetes). Além disso, pode-se

UNIDADE III Baterias de Testes 61


observar que a prática de atividade física diminui risco de doenças e auxilia na redução
de declínios funcionais relacionados à idade e ao processo de morbidades (OLIVEIRA E
SANTOS, 2012).
Leite (2000) define aptidão cardiorrespiratória como a capacidade funcional do
sistema cardiovascular de absorver, transportar, entregar e utilizar oxigênio nos tecidos
ativos durante exercícios físicos.
Podemos também dizer que aptidão cardiorrespiratória é a capacidade do coração,
vasos sanguíneos e músculos de responder a diferentes níveis de demandas fisiológicas
desde o repouso até o exercício máximo (OLIVEIRA E SANTOS, 2012).
Portanto, a melhoria e manutenção da aptidão cardiorrespiratória deve ser um dos
principais objetivos de um programa de exercício físico, pois este é responsável por induzir
alterações significativas na composição corporal, no sistema cardiorrespiratório e músculo-
-esquelético, por este motivo é o componente mais importante da aptidão física relacionada
à saúde (OLIVEIRA E SANTOS, 2012).
Abaixo segue alguns testes para se avaliar a aptidão cardiorrespiratória:
1) Teste de uma milha - a pessoa caminha por uma milha (1609,3 metros) em um
percurso plano. No final, o avaliador registra a frequência cardíaca, a partir disso, é avaliado
o VO2 máximo, para análise do resultado é utilizado a seguinte fórmula: VO2 máx (ml/kg/
min) = 32,6 – (0,17 * peso corporal) – (0,39 * idade) + (6,31 * sexo) – (3,27 * tempo) – (0,156
* frequência cardíaca final) (UNISPORT BRASIL, 2021).
2) Teste de Cooper (Teste de 12 minutos) - O indivíduo deverá percorrer a maior
distância em metros (m) dentro do tempo estipulado, podendo correr ou caminhar, em doze
minutos. Após esse tempo, calcula-se, a partir da distância percorrida, o VO2máx., através
da seguinte fórmula: VO2 máx. (ml/kg/min) = (distância em metros – 504) / 45 (UNISPORT
BRASIL, 2021).
3) Teste de Ruffier - O avaliado realiza 30 flexões sobre as pernas no período de
45 segundos, é realizado a conferência da frequência cardíaca, com a pessoa em repouso
(antes do exercício) (P1), logo após a realização do exercício (P2) e depois de 1 minuto de
finalizar o exercício é realizada a última medição (P3). Para calcular o resultado, é utilizada
a fórmula: (P1 + P2 + P3) – 200 / 10 (UNISPORT BRASIL, 2021).
4) Teste de Harvard (Step Test) - mensura a capacidade de recuperação após
um teste com um banco (step) de 40 cm de altura. O indivíduo deve subir e descer durante
45 segundos, realizando 30 subidas e descidas. O avaliador irá medir a pulsação ao final
do exercício durante três primeiros minutos. Após o teste realizado utiliza-se o seguinte
cálculo: Duração do exercício (segundos) x 100 / 2 * (soma das pulsações contadas em
cada minuto) (UNISPORT BRASIL, 2021).

UNIDADE III Baterias de Testes 62


5) TCPE: Teste ergométrico com a análise dos gases exalados na respiração du-
rante a atividade física. Este teste avalia o consumo direto de oxigênio (VO2) e também
parâmetros como a ventilação pulmonar (VE) e a produção de dióxido de carbono (VCO2),
entre outros parâmetros. É realizado, normalmente, em uma esteira ergométrica ou bicicle-
ta estacionária, com uma máscara facial ligada por linhas de ar a um aparelho analisador
de gases, para a análise gasométrica. Geralmente é feito o monitoramento constante com
eletrocardiograma, oxímetro de pulso e medição de pressão arterial do avaliado. Estes
testes costumam ter duração entre 8 a 12 minutos, de acordo com o protocolo utilizado
(UNISPORT BRASIL, 2021).

1.1.2 Flexibilidade
A flexibilidade é outro componente da aptidão física, este é definido pela ACSM
(2000) como a amplitude de movimentos das articulações, podendo ser simples ou múlti-
plas, e também como habilidade para desempenhar tarefas específicas.
Corroborando com a ACSM (2000), alguns estudos conceituam a flexibilidade como
a capacidade de realizar movimentos em algumas articulações com amplitude de movi-
mento adequada. Desse modo, a flexibilidade está relacionada à qualidade do corpo, no
qual mantém a capacidade funcional das articulações, permitindo assim que seja possível
realizar movimentos das diferentes partes do corpo através de uma grande amplitude de
movimentos (OLIVEIRA E SANTOS, 2012).
Vale ressaltar que a flexibilidade é mensurada através do alcance do movimento
das articulações, e é dependente das estruturas dos ossos e tecidos conectivos, dessa
maneira a flexibilidade é importante pois auxilia na postura adequada, reduzindo os riscos
de lesões (ACHOUR JUNIOR 2006).
Além do alongamento, existem três maneiras para se melhorar a flexibilidade: i) trei-
namento balístico ou ativo - utiliza-se movimentos forçados e repetidos, neste treinamento
é possível ganhar energia cinética durante o movimento; ii) Estática ou passiva - ocorre
através de movimentos lentos e progressivos até a posição de sobrecarga, permanecendo
neste limite por alguns segundos; iii) Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva - este está
relacionado ao movimento de máxima amplitude e contração estática à musculatura alon-
gada (MONTEIRO E FERNANDES FILHO, 2002).

Podemos realizar a avaliação da flexibilidade através dos seguintes testes:

UNIDADE III Baterias de Testes 63


● Testes Adimensionais - testes de flexibilidade que não utilizam uma unidade
convencional de medida, como ângulo e centímetros, para expressar o resultado
obtido, não dependem de equipamentos, utiliza-se apenas de critérios ou mapas
de análise pré estabelecidos. Como exemplos desse tipo de teste podemos citar
os testes de Carter, o Flexiteste Original e o Flexiteste Adaptado.
● Testes Lineares - Expressam seus resultados em uma escala de distância (cen-
tímetros ou polegadas), utilizam materiais para avaliar (fitas métricas, réguas e/
ou trenas). Uma das maneiras mais comuns de realizar esse tipo de avaliação é
por meio do teste de sentar e alcançar, com o uso do banco de Wells.
● Flexímetro - É realizado por meio de um aparelho utilizado para a medição
dos ângulos articulares (Flexímetro). Da mesma forma que os Goniômetro que
também medem os ângulos articulares.
● Flexiteste: Este é um protocolo que não utiliza uma unidade de medida definida,
assim, avalia-se de acordo com pontuação verificada das amplitudes articulares
alcançadas pelo avaliado, de acordo com um gabarito, ou figuras que indicam
a pontuação alcançada de acordo com o movimento avaliado (CADERNO DE
REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013; BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

1.1.3 Resistência
Está relacionada à capacidade que um grupo muscular possui em realizar con-
trações repetidas sem fadiga excessiva. Para a avaliação da resistência pode-se utilizar
testes de campo como os testes de sentar e levantar de 60 segundos e o teste de flexão
abdominal (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006).

1.1.4 Força e resistência muscular localizada


Força muscular pode ser definida como a capacidade de exercer tensão muscular
contra uma resistência, utilizando-se de fatores mecânicos e fisiológicos para poder deter-
minar a força em alguns movimentos específicos (BARBANTI, 1979).
Pode-se também conceituar a força como a capacidade de produzir tensão muscular,
força e torque máximo em uma certa velocidade contra uma resistência, tendo como base a
superação, sustentação ou cedendo à mesma (GUEDES, 1996; MOURA et al., 2010).
Para Nahas (2003) a resistência muscular localizada é a capacidade que o indivíduo
possui de realizar alguns tipos de movimentos diversas vezes pelo maior tempo possível no
mesmo ritmo e com a mesma eficiência, utilizando o mínimo nível de força. Concordando

UNIDADE III Baterias de Testes 64


com o autor, Wilmore et al. (2010) afirmam que a Resistência Muscular Localizada (RML)
está relacionada com a capacidade que um grupo muscular possui em realizar contrações
repetidas contra uma carga ou mantê-la por um período prolongado.
Para mensurar os componentes força e a resistência muscular localizada, pode-se
utilizar os testes apresentados abaixo:
1- Força Máxima – 1RM: Capacidade de executar 1 movimento (fase concêntrica
e excêntrica) com a maior carga possível (KRAEMER E FRY, 1995).
2- Potência Muscular: Está relacionada com a velocidade em que se desempenha
determinado trabalho. Potência (watts) = Força (N) X Velocidade (m/s) (KRAEMER E FRY, 1995).
3- Resistência Muscular: É a capacidade de executar contrações repetidas duran-
te um período de tempo suficiente para acarretar fadiga muscular (manter a produção de
força por um período prolongado) (KRAEMER E FRY, 1995).
4- Força de Preensão Manual: É utilizado para medir a força máxima por meio
do ato de preensão manual, utiliza-se um dinamômetro para a medição (PITANGA, 2010).
5- Salto Vertical; Salto Horizontal e Salto com Contra movimento: Pode ser
realizado com ou sem movimentos de braços. Para realizar a análise é necessário utilizar a
seguinte fórmula - Potência = (60,7 X distância) + (45,3 X peso corporal) - 2055 (watts) (cm)
(kg) (CANADIAN SOCIETY FOR EXERCISE PHYSIOLOGY, 2010).
6 - Teste de Flexão de Braços: Mulheres: Flexionar os joelhos em ângulo reto. A
cintura não deve tocar o solo (POLLOCK E WILMORE, 1993).
7 - Teste abdominal - Teste de prancha lateral - teste de resistência dos flexores
e teste de resistência dos extensores da coluna; prancha ventral; prancha lateral (GUIMA-
RÃES, 2016).

1.1.5 Equilíbrio
O equilíbrio é definido como a capacidade da manutenção da posição corporal,
podendo ser estático ou dinâmico e possui como órgãos responsáveis os olhos, o sistema
vestibular, os proprioceptores (articulações e músculos). Normalmente se utilizam os testes
do avião, do quatro e do flamingo, para poder avaliar ou mensurar o equilíbrio. Já os testes
de passeio na trave e a amarelinha, são muito utilizados para avaliar o equilíbrio dinâmico
(BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

UNIDADE III Baterias de Testes 65


1.1.6 Agilidade
A agilidade é uma variante neuromotora a qual se caracteriza pela capacidade em
conseguir realizar, de maneira rápida, a alteração de direção, sentido e deslocamento da
altura do centro de gravidade de todo corpo ou parte dele. Está relacionada à capacidade
que o indivíduo tem de mudar a posição do corpo no espaço de maneira rápida. Trata-se
de um componente da aptidão física que necessita de habilidade física para sua realização,
vale ressaltar que para se avaliar a agilidade deve-se considerar alguns fatores de interfe-
rência, como: técnica do movimento, a força, a potência muscular e a amplitude articular
(CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013).
Para a realização dos testes de agilidade é necessário apenas cronômetro, cones
e fitas métricas. Porém, para que haja mais confiabilidade nos testes, pode-se utilizar um
conjunto de células fotoelétricas, normalmente o teste utilizado para aferir a agilidade é o
teste shuttle-run (ida-e-volta) (CADERNO DE REFERÊNCIA DO ESPORTE, 2013).

1.1.7 Potência
A potência também é definida como força explosiva. É a capacidade do indivíduo
em realizar um esforço máximo em um curto espaço de tempo e representa a relação
entre força muscular apresentada pelo avaliado e a velocidade com que este realiza os
movimentos, ou seja, trata-se de um componente da aptidão física no qual se relacionam
diretamente a força e a velocidade. Pode ser expressa através da fórmula: (P = F x V),
onde P = potência; F = Força e V = Velocidade. Os testes mais utilizados na avaliação
da potência do indivíduo são: salto horizontal (sem corrida de impulsão), salto vertical ou
testes de arremesso (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

1.1.8 Coordenação
É conceituada como a aquisição, consolidação e o aperfeiçoamento de um movi-
mento, ou seja, está relacionada com a realização de movimento específico com facilidade
e de maneira controlada (GUEDES, D.; GUEDES, J., 2006).

1.1.9 Velocidade
Velocidade é considerada como o tempo que se gasta para percorrer um determi-
nado espaço. A velocidade pode ser influenciada, de modo considerável, devido ao tempo
de reação e o tempo de movimento. Nos testes de velocidade é comum a utilização de três
tentativas, de forma a desconsiderar eventuais erros na sua execução. Além disso, sugere-
-se a utilização do melhor resultado dentre as três tentativas, uma vez que a utilização da
média pode considerar os erros ocorridos na execução (CADERNO DE REFERÊNCIA DO
ESPORTE, 2013).

UNIDADE III Baterias de Testes 66


Velocidade de Reação - capacidade em responder a um estímulo (visual, auditivo
ou tátil) – um exemplo é o teste da régua (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).
Velocidade de deslocamento - capacidade de se deslocar de um ponto a outro -
teste de corrida de 50 metros, teste de corrida de 30 metros, teste de corrida de 06 segundos,
teste de corrida de 04 segundos, teste shuttle-run (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).
Velocidade dos membros - capacidade de movimentar membros superiores e infe-
riores o mais rápido possível - teste de toque de uma mão, teste de toque de um pé, teste de
Nelson (velocidade dos membros superiores) (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

UNIDADE III Baterias de Testes 67


2. AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

2.1 Composição Corporal


Para iniciar a discussão sobre composição corporal, é importante deixar claro para
vocês caros(as) alunos(as), que a composição corporal é definida como a quantidade
de tecidos que compõem o peso corporal por meio de diferentes técnicas, assim ao ser
avaliada é possível quantificar os principais componentes existentes na estrutura corporal
(músculos, ossos e gorduras) (MALINA E BOUCHARD, 1991; MCARDLE et al., 2008).
Além da composição corporal envolver uma quantidade dos componentes corpo-
rais, ainda relaciona-se a associação desses com fatores como nutrição, exercício físico,
crescimento, desenvolvimento, envelhecimento e doenças associadas. Diversos estudos
afirmam que quanto maior o percentual de gordura no corpo maior são os riscos de doen-
ças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, câncer, etc. Desta forma compreende-se que
a massa corporal magra e/ou pouca massa gorda está relacionada a um estado de saúde
desejável (NAHAS, 2010).
Normalmente se utiliza a avaliação da composição corporal no estudo de fatores
de risco cardiometabólicos, bem como na distribuição da gordura corporal. Assim, é fun-
damental esta avaliação desde a infância, pois a mesma auxilia no acompanhamento do
crescimento e desenvolvimento das crianças, para o monitoramento da saúde e do estado
nutricional (ANDAKI et al., 2010).

UNIDADE III Baterias de Testes 68


Abaixo são indicados alguns exemplos de avaliações usadas para mensurar alguns
componentes da composição corporal.
Antropometria: É um dos métodos mais utilizados para avaliar a composição cor-
poral devido seu baixo custo e fácil aplicação. Para se obter resultados mediante os índices
antropométricos, é necessário combinar duas ou mais informações antropométricas
básicas tais como peso e estatura, cálculo do IMC, perímetros de quadril e cintura na
determinação da RCQ, etc. Estes índices antropométricos, embora não possibilitem a
mensuração de constituintes corporais de forma isolada, apresentam associação com
os mesmos, especialmente em nível populacional (PINTO et al., 2005).
Dessa forma, podemos analisar a composição corporal por meio de medidas de
espessura de dobras cutâneas (DC). Com essas medidas e o uso de equações específicas
para essa finalidade pode-se calcular a gordura corporal (%Gord.) e massa corporal. Além
das medidas de dobras cutâneas (DC), as circunferências (pescoço, cintura, abdômen e
quadril), também fornecem alguns índices que avaliam o risco de desenvolver doenças,
como: índice de massa corporal (IMC), índice de conicidade (IC) e índice da relação cintura
e quadril (IRCQ) (MONTEIRO E FERNANDES FILHO, 2002).
O Índice de Massa Corporal (IMC), é utilizado para a avaliação do estado nutricio-
nal e possibilita a identificação de indivíduos com baixo peso, eutróficos, sobrepesos ou
obesos. Devido a apresentação de valores de percentis por idade e sexo pode ser utilizado
para toda a população desde crianças à partir de 2 anos de idade até idosos, assim é
considerado como referência pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (MUST; DALLAL;
DIETZ, 1991; KUCZMARSKI, et al., 2000; ONIS et al., 2007).
Análise de Impedância Bioelétrica - Bioimpedância: É utilizada para medir a
quantidade de gordura e músculo no corpo. O princípio deste exame, é a condução de
uma pequena corrente elétrica (impedância) ao longo dos tecidos do corpo (MONTEIRO E
FERNANDES FILHO, 2002).
A corrente elétrica que é transmitida pelo corpo se dá através de sensores, que re-
gistram a impedância dos segmentos corporais entre os membros superiores e o tronco, ou
somente entre os membros inferiores, ou ainda entre os membros superiores e os inferiores
(JAMBASSI FILHO, et al., 2010; HEYWARD E STOLARCZYK, 2000).
O aparelho (BIA) avalia os segmentos corporais devido os eletrodos se fixarem nas
mãos, pulsos, nos pés e tornozelos, através deste teste pode-se determinar além da quan-
tidade de massa corporal, estimativa de gordura abdominal, avalia a obesidade central,
a gordura visceral, deslocamentos e distribuição de fluidos em algumas doenças (ascite
e insuficiência renal, acúmulo de líquidos na região pulmonar e abdominal) (KYLE et al.,
2004; BRITTO E MESQUITA, 2008).

UNIDADE III Baterias de Testes 69


3. ANTROPOMETRIA

Antropometria como já apresentado é a ciência que estuda e avalia as medidas de


tamanho, massa e proporções do corpo humano, sendo que as principais medidas utiliza-
das são: massa (peso), estatura (altura), perímetros, dobras cutâneas e diâmetros ósseos
(MARINS E GIANNICHI 2003).

3.1 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS

Massa Corporal: Para realizar a medida da massa corporal total, chamada popu-
larmente como “peso do indivíduo”, utiliza-se uma balança (digital ou mecânica).
Para a realização dessa medida o avaliado(a) deverá se posicionar em pé, descal-
ço, e com o mínimo de roupa. Ao subir na balança é necessário que o mesmo permaneça
estático, com os braços estendidos e relaxados ao lado do corpo e com as costas viradas
para o medidor (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

UNIDADE III Baterias de Testes 70


FIGURA 1. MEDIDA MASSA CORPORAL

Fonte: Alvarez e Pavan (2009).

Altura: A altura é medida através do equipamento denominado estadiômetro,


paquímetro ou fita métrica.
Dessa maneira, podemos medir a altura de forma linear, sendo que deve ser rea-
lizada no sentido vertical, ou seja, é realizada a medida do ponto de qualquer parte do
corpo até a distância do solo. A altura do corpo é medida a fim de verificar o crescimento e
desenvolvimento corporal do indivíduo, as principais alturas utilizadas em uma avaliação
antropométrica são: a estatura e a altura do tronco encefálico (ALVAREZ; PAVAN, 2009).

FIGURA 2. MEDIDAS ESTATURA / ALTURA

Fonte: Alvarez e Pavan (2009).

UNIDADE III Baterias de Testes 71


Índice de massa corporal (IMC): Tem como instrumento de medida: a massa
corporal e estatura.
O IMC é muito utilizado nas avaliações físicas, este descreve o estado nutricional
do indivíduo a fim de classificar em: abaixo do peso, peso ideal, sobrepeso e obesidade, ou
seja, identificar o peso ideal do indivíduo de acordo com os valores de referência (ALVAREZ;
PAVAN, 2009).
Para calcular o IMC deve-se aplicar a seguinte fórmula:

Ou seja, IMC é igual ao peso (kg) do indivíduo dividido pelo pela altura (m) 2 .

Exemplo: João tem 83 kg e sua altura é 1,75 m


IMC = Peso (kg) / Altura (m) x Altura (m)
IMC = Altura x altura = 1,75 x 1,75 = 3.0625
IMC = 83 divididos por 3,0625 = 27,10
*** O resultado de 27,10 de IMC indica que João está acima do peso desejado
(sobrepeso).
TABELA 1. CLASSIFICAÇÃO IMC

Classificação do IMC em adultos:


Menor que 18,5 Abaixo do peso

Entre 18,5 e 24,9 Peso normal


Entre 25 e 29,9 Sobrepeso (acima do peso desejado)
Entre 30 e 34,9 Obesidade grau I
Entre 35 e 39,9 Obesidade grau II
Acima de 40 Obesidade grau III
Fonte: Biblioteca Virtual da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/ adaptado pelas autoras, 2021.

● Circunferência ou Perimetro: Para realizar essa medida é utilizada uma


fita antropométrica.
De acordo com Guedes (2013) circunferência é conceituada como perímetro máxi-
mo de um segmento corporal diante a um ângulo reto ao seu eixo. São medidas circulares
de segmentos do corpo que são mensuradas a partir do plano horizontal, perpendiculares
ao eixo longitudinal do corpo.

UNIDADE III Baterias de Testes 72


Os pontos anatômicos a serem medidos são:

Perímetro/Circunferência do pescoço: (com faixas de corte: para meninos pré-


púberes > 30,3 cm e púberes > 34,8 cm; e meninas pré-púberes > 32,0 cm e púberes >
34,1 cm; homens; ≥ 37 cm para o sobrepeso e ≥ 39,5 cm para a obesidade, ao passo que
para as mulheres, o valor é de ≥ 34 cm para o sobrepeso e ≥ 36,5 cm para a obesidade,
(SILVA et al., 2011; BEN-NOUN et al. 2001).

FIGURA 3. PERÍMETRO/CIRCUNFERÊNCIA DO PESCOÇO

Fonte: Mcardle, W.D.; Katch, F.I.; Katch (2008)

Perímetro/Circunferência do braço: pode ser realizada de duas formas - com o


braço relaxado (realizada na área de maior circunferência do braço) e/ou contraído (através
da contração máxima do bíceps) (MARTINS; LOPES, 2009).

FIGURA 4. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DO BRAÇO

Fonte: Martins e Lopes (2009)

UNIDADE III Baterias de Testes 73


Perímetros/Circunferências do antebraço: para realizar a medida é utilizado o
maior perímetro do antebraço direito (MARTINS E LOPES, 2009).

FIGURA 5. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DO ANTEBRAÇO

Fonte: Martins e Lopes (2009).

Perímetro/Circunferência da cintura: a referência anatômica utilizada é a região ab-


dominal em seu menor perímetro (a parte mais estreita do tronco) (MARTINS e LOPES, 2009).

FIGURA 6. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DA CINTURA

Fonte: Martins e Lopes (2009)

Perímetro/Circunferência do abdômen: ocorre no mesmo nível da cicatriz umbi-


lical, usualmente descrita sobre a protuberância anterior máxima do abdome (MARTINS e
LOPES, 2009).

UNIDADE III Baterias de Testes 74


FIGURA 7. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DO ABDÔMEN

Fonte: Fontana e Riehl (2008).

Perímetro/Circunferência do quadril: a referência anatômica utilizada é a maior


porção da região do glúteo (nádegas), sobre os trocânteres (MARTINS e LOPES, 2009).

FIGURA 8. PERÍMETRO/CIRCUNFERÊNCIA DO QUADRIL

Fonte: Martins e Lopes (2009)

UNIDADE III Baterias de Testes 75


SAIBA MAIS

Doenças relacionadas ao excesso de peso podem ser evitadas com métodos que ava-
liam a relação entre o peso e altura, como o IMC. Mas esse método é insuficiente por
não ser preciso em muitos casos, por exemplo, pessoas musculosas podem ter um IMC
alto e não ter problemas de saúde relacionados ao peso. Por essa razão, recomenda-
-se que outro método seja adotado como indicação de riscos à saúde, a RCQ, relação
quadril-cintura.
O RCQ é excelente para identificar doenças cardiovasculares e hipertensão arterial,
pois leva em consideração a localização da gordura no corpo. As gorduras localizadas
principalmente na região abdominal ao redor da cintura fazem com que a pessoa seja
mais propensa a desenvolver problemas de saúde do que se a maior parte da gordura
estivesse localizada nas coxas e quadris.
Para calcular a RCQ, com a ajuda de uma fita métrica, é preciso aferir a circunferência
da cintura e a do quadril e dividir os valores obtidos. (RCQ= circunferência da cintura /
circunferência do quadril). O resultado apresentado, para estar dentro dos padrões con-
siderados saudáveis, deve ser menor que 0,85 para mulheres e 0,90 para homens. Veja
a seguir a tabela com os valores da razão de cintura-quadril.

TABELA. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO - RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL (RCQ)

Fonte: Portal da Educação. RCQ: Relação cintura-quadril. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/

conteudo/artigos/rcq-relacao-cintura-quadril/. Acesso em: 12 de maio de 2021.

UNIDADE III Baterias de Testes 76


Perímetro/Circunferência da coxa: o perímetro da coxa é obtido nas porções
proximal, medial ou distal da coxa, cada qual com um protocolo especifico. Perímetro
proximal - abaixo da prega do glúteo; Perímetro medial - ponto médio entre a prega inguinal
e a borda proximal da patela; Perímetro distal - três centímetros acima da borda proximal
da patela (MARTINS e LOPES, 2009).

FIGURA 9. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DA COXA

Fonte: Martins e Lopes (2009).

Perímetro/Circunferência da perna: o ponto anatômico para a medida da perna


é a medida medial (chamada de panturrilha). A medida desse perímetro ocorre no plano
horizontal, no maior ponto da circunferência da panturrilha, com o peso corporal distribuído
equitativamente em ambos os lados (MARTINS e LOPES, 2009).

FIGURA 10. PERÍMETROS/CIRCUNFERÊNCIAS DAS PERNAS

Fonte: Martins e Lopes (2009).

UNIDADE III Baterias de Testes 77


Diâmetro ósseo:
É mensurado através do instrumento denominado paquímetro ou antropômetro.
Devido ao fato de o diâmetro ósseo ser definido como uma medida biométrica
tomada em projeção entre duas extremidades ósseas simétrica ou assimétrica e situadas
em planos perpendiculares, ou quase, ao eixo longitudinal do corpo, dessa forma, este
está correlacionado à medida dos segmentos corporais e tem a finalidade de estabelecer
a relação dos diâmetros ósseos com o crescimento, desenvolvimento e estado nutricional
(composição corporal) do indivíduo.
Trata-se de medidas somáticas com objetivo de analisar o desenvolvimento
corporal horizontal transversal ou ântero-posterior. As medidas utilizadas para avaliação
antropométricas são: Biacromial (largura das escápulas); Bideltoidiano (distância máxima
das massas musculares dos deltóides); Transverso do tórax (Medida da largura máxima
do tórax); Torácico anteroposterior (mede a profundidade do tórax); Crista-ilíaca (distância
entre os pontos mais laterais (iliocristal) das tuberosidades ilíacas); Bitrocantérico (distância
máxima entre os pontos mais salientes dos ossos fêmur); Transverso do úmero (distância
máxima dos epicôndilos medial e lateral do úmero); Transverso do punho (distância má-
xima entre as apófises distais do rádio e da ulna); Transverso do fêmur (distância entre
os epicôndilos femorais). Vale ressaltar que todas as medidas devem ser expressas em
metros (m), abaixo apresentaremos a equação utilizada para fornecer a massa óssea (MO)
(FONTANA E RIEHL, 2008).

FIGURA 11. MEDIDAS DOS DIÂMETROS ÓSSEOS

Fonte: Fontana e Riehl (2008)

UNIDADE III Baterias de Testes 78


Dobras cutâneas:
O instrumento utilizado para verificar a espessura das dobras cutâneas é conhecido
como adipômetro, compasso de dobras cutâneas, espessímetro ou plicômetro. A medida da
espessura das dobras cutâneas ( também chamadas de pregas cutâneas) está relacionada
com a técnica mais utilizada objetivando verificar a adiposidade corporal (GASSI et al., 2016).
Com o adipômetro, é possível medir a espessura da gordura subcutânea de alguns pontos
anatômicos. Assim, com base nessas informações é possível estimar o percentual de
gordura corporal, bem como a gordura corporal absoluta, ou seja, o peso da gordura em
quilograma e, finalmente, por subtração da massa corporal total, a massa magra (GUE-
DES, 2003).
De acordo com Guedes, D., e Guedes, J., (2006):

...as medidas da espessura das dobras cutâneas correspondem às medidas


de uma camada dupla de pele e de tecidos subcutâneos destacados em pon-
tos anatômicos específicos. (GUEDES, D.; GUEDES,J., 2006, p. 52)

As principais dobras cutâneas são: tricipital, subescapular, suprailíaca, abdominal,


axilar média, coxa média e panturrilha medial.

FIGURA 12. MEDIDAS DAS DOBRAS CUTÂNEAS

UNIDADE III Baterias de Testes 79


Fonte: Fontana E Riehl (2008).

Lembrando caros(as) alunos(as), que a cada medida tem seus lugares (pontos
anatômicos) e maneiras específicas, portanto o ideal é sempre ter em mãos um manual.

REFLITA

“O objetivo é um dos fatores mais importantes antes de definir o processo de medidas


e avaliação a ser utilizado. Assim, é fundamental que o profissional de Educação Física
tenha suas metas e objetivos claros, para que seja possível elaborar estratégias efica-
zes para alcançá-los”.

Fonte: elaborada pelas autoras (2021).

UNIDADE III Baterias de Testes 80


4. PROTOCOLOS DE TESTES

É importante entender queridos (as) alunos(as), que os testes são fundamentais


para a verificação mais fidedigna da capacidade e estado físico de um indivíduo. Assim,
para que os mesmos forneçam informações pertinentes faz-se necessário recursos qua-
lificados a fim de registrar e mensurar da forma mais precisa as variáveis estudadas, de
maneira que possam ser analisadas suas funções em relação a diferentes aspectos tais
como: idade, sexo, dimensões corporais, nível de aptidão física, entre outros. Também é
fundamental que as medidas obtidas sejam confiáveis, com margem de erro conhecida,
pois de outra forma os resultados alcançados pela prática de exercícios podem ficar menos
claros, devido à margem de erro das medidas (SILVA, et al. 2011).
Dessa forma, iremos apresentar alguns testes e seus protocolos, para que você
como profissional de Educação Física possa identificar como se realizam determinados
testes. Porém, é válido lembrar que, existem inúmeros testes, cada qual para um objetivo
em específico, alguns ainda existem com seus protocolos adaptados, assim, cabe a você
verificar qual o objetivo ao aplicar o teste, o que pretende verificar e quem é seu público-
-alvo, quais são os equipamentos e recursos disponíveis a serem utilizados, dentre outros
pontos a serem observados.

UNIDADE III Baterias de Testes 81


● Capacidade aeróbica
Teste de Cooper (Teste de 12 minutos) - O indivíduo percorre o maior percurso
(m) que conseguir no melhor tempo, podendo caminhar ou correr, durante os doze minutos
de duração do teste. (UNISPORT BRASIL, 2021).

FIGURA 13. REALIZAÇÃO DO TESTE DE COOPER

Fonte: CANESIN (2016).

Bicicleta Ergométrica ou Cicloergômetro: Devido a parte superior do corpo


manter-se imóveis neste aparelho, os testes em cicloergômetros apresentam vantagens
por serem mais estáveis, não sofrer influências do peso e gerar menos ansiedade. O ci-
cloergômetro pode ser eletromagnético (funcionamento entre 0 e 500 Watts) ou mecânico
(é determinado por carga e número de rotações por minuto (McARDLE, 1998).
As desvantagens apresentadas nestes testes são: fadiga muscular localizada an-
tes de se alcançar o estresse cardiovascular e, em alguns casos, o desconforto causado
pelo banco da bicicleta. Deve-se evitar a isometria dos membros superiores (MMSS) para
que não haja o aumento do gasto energético podendo influenciar no resultado do teste
(GARDENGHI, 2007).
Esteira Rolante: Devido a reproduzir movimentos de caminhada e possuir regula-
ção de velocidade e inclinação, este é um aparelho que possibilita a realização de testes
em condições variadas de intensidade e duração (GARDENGHI, 2007).
Antes de iniciar o teste deve ser realizado um treinamento para que o avaliado se
adapte (familiarize-se) ao mesmo. Além dos cuidados com o equipamento, é necessário
atentar-se à posição do avaliado para evitar erros posturais como: joelhos fletidos, tronco
inclinado para frente, olhar para o solo, andar a passos curtos e apoiar nas barras laterais
(LEITE, 2000).

UNIDADE III Baterias de Testes 82


Existem diversos protocolos para a realização do teste ergométrico, assim a escolha
dependerá do objetivo, recursos e deve levar em consideração as condições de aplicação
(POWERS, 2000). Para que seja realizado o teste, deve ter a participação de avaliadores
com amplo conhecimento dessa prática, desde a avaliação das contra indicações, critérios
de interrupção do teste até manobras de urgência rotineiras (LEITE, 2000).
Os indivíduos que irão realizar o teste devem suspender os medicamentos (caso
seja possível), por até 48 horas antes da realização, não devem praticar esportes (a fim de
evitar fadiga muscular), não devem fumar (devido possíveis alterações cardíacas e arteriais
dos efeitos do cigarro), usar roupas leves e tênis (LEITE, 2000).
Antes de iniciar o teste, é necessário o preenchimento de uma ficha de identificação
e a realização de exames físicos (averiguação da pressão arterial, ausculta cardíaca e
pulmonar). Também é recomendável, o eletrocardiograma nos casos de pacientes de alto
risco. Porém, nesses casos é necessária a presença de um médico cardiologista para a
realização do teste de esforço (REGENGA, 2000).
Os testes de esforço, normalmente, são classificados como máximo ou submáximos:
→ Protocolo máximo - quanto o avaliado atinge a exaustão máxima de forma volun-
tária, ou atinge o consumo máximo de O2, também pode ser considerado máximo
quando o avaliado atinge a frequência cardíaca máxima (FCmáx) estipulada, ou até
mesmo quando o teste é interrompido devido o aparecimento de sintomas clínicos
e alterações eletrocardiográficas importantes (LEITE, 2000);
→ Protocolo submáximo - este tipo de protocolo define um valor de frequência
cardíaca (FC) previamente a realização do teste e o teste é interrompido quando
o avaliado atinge essa FC, que normalmente é mais baixa do que a FC máxima
(LEITE, 2000).

Método de Bruce - é o teste mais utilizado, constitui de 5 estágios de 3 minutos


cada, quando ocorre a variação da inclinação e velocidade da esteira (inicia-se com inclina-
ção de 10% e velocidade de 2,73 km/h), e em cada estágio ocorre o aumento da velocidade
em 1,36 km/h (0,85 milhas/h) e da inclinação em 2%, até que o indivíduo atinja a exaustão
(GARDENGHI, 2007; McARDLE, 1998);

Cálculo VO² máx.


VO2 máx. = 6,14 + 3,26 x T
T = tempo total do teste em minutos
VO2 = ml/ kg/ min

UNIDADE III Baterias de Testes 83


Método de Astrand: É realizado em uma bicicleta ergométrica, utilizando inten-
sidade submáxima, para a realização do teste são utilizadas duas cargas diferentes com
5 minutos de duração cada e a FC é registrada no 4º e 5º minutos finais de cada carga (é
necessário que a FC esteja entre 120 e 170 bpm) (LEITE, 2000).

Cálculo VO2 máx.


Homem - VO2 máx. = (195 – 61 / FC – 61) x VO2 carga
Mulher - VO2 máx. = (198 – 72 / FC – 72) x VO2 carga
FC = média do 4º e 5º min.
VO2 carga = 0,014 x carga + 0,129
Carga = watts e VO2 = l/ min

Método de Fox: É realizado em uma bicicleta ergométrica, utilizando intensidade


submáxima, para a realização do teste é utilizada uma única carga de 150W por 5 minutos
de duração e a FC é registrada no 5º minuto (LEITE, 2000).

Cálculo VO2 máx.


VO2 máx. = 6,3 – 0,0193 x FC
Onde: VO2 máx. = l / min

Método de Balke: É realizado em uma esteira rolante, utilizando intensidade má-


xima. Inicia-se com uma caminhada a 5,5 km/h com aumento progressivo na inclinação da
esteira de 2% a cada 2 minutos, até que o avaliado atinja o seu limite máximo ou apresente
algum sintoma que leve a interrupção do teste (McARDLE, 1998).

Cálculo VO2 máx.


VO2 máx. = 1,75 x inclinação + 10,50
Onde: inclinação = %
VO2 máx. = ml/ kg/ min

Há ainda a possibilidade de estimar o VO2 máximo de acordo com o sexo e o


nível de atividade. As equações para o calculo do VO2 máximo previsto, ou estimado para
a idade e sexo do indivíduo levam em consideração também o nível de atividade física
habitual (LEITE, 2000).

UNIDADE III Baterias de Testes 84


Homem ativo = 69,7 – 0,6142 x idade
Homem sedentário = 57,8 – 0,445 x idade
Mulher ativa = 44,4 – 0,343 x idade
Mulher sedentária = 41,2 – 0,343 x idade

Indicações, contraindicações e critérios de interrupção:


Os testes ergométricos são indicados para investigar a presença de doen-
ça coronariana, avaliar alterações no eletrocardiograma (ECG) basal, hiper-
tensão arterial sistêmica (HAS) e sua terapêutica, também são utilizados na
terapêutica anti anginosa, na avaliação da eficácia cirúrgica, resultados de
um programa de reabilitação cardíaca, capacidade funcional, efeitos do trei-
namento individualizado e, pós-infartado (QUEIROGA, 2005).

● Flexibilidade
Teste de sentar e alcançar os pés: O objetivo deste teste é avaliar a flexibilidade
do indivíduo, assim para que se possa iniciar o teste o avaliado deve sentar-se na borda do
assento de um cadeira, mantendo a articulação das pernas flexionadas horizontalmente,
o avaliador irá selecionar uma das pernas a ser avaliada (direita e/ou esquerda), a perna
que será avaliada ficará estendida na frente do quadril, com o calcanhar apoiado no chão
e o tornozelo flexionado a 90° enquanto a outra perna permanece flexionada com o pé
completamente apoiado ao solo (CARMO; SILVA; FERREIRA, 2017).

FIGURA 14. REALIZAÇÃO DO TESTE SENTAR E ALCANÇAR

Fonte: (FONTOURA et al., 2013).

Teste “Sentar e Alcançar - Banco de Wells”: Está relacionado a flexibilidade,


para a realização deste teste é utilizada uma caixa de madeira com dimensões de 30x30cm
e 53 cm de comprimento por 15 cm de largura, deve-se colocar uma régua no topo do cubo
na região central fazendo com que a marca de 23 cm fique exatamente em linha com a
face do cubo em que os avaliados apoiarão os pés (banco de Wells), e o avaliado deve
estar sem sapatos (descalço) (CARMO; SILVA; FERREIRA, 2017; PROESP, 2015).

UNIDADE III Baterias de Testes 85


Para iniciar o teste o indivíduo senta-se à frente do banco, com as pernas por de-
baixo da caixa e as solas dos pés em contato com a caixa, permanecendo com os joelhos
estendidos durante todo o movimento de extensibilidade. Os braços estendidos sobre a
superfície da caixa e as mãos sempre em contato com esta superfície sendo que estas
estarão posicionadas uma por cima da outra e palmas voltadas para baixo, inicia-se o mo-
vimento de extensão a frente ao longo da escala de medida objetivando alcançar a maior
distância possível em movimento (sem solavancos). Para a realização do teste o avaliado
terá 3 tentativas, e para ser validada a medida, o avaliado deve permanecer por no mínimo
2 segundos na distância alcançada (CARMO, SILVA, FERREIRA, 2017; PROESP, 2015).

FIGURA 16. POSIÇÃO FINAL DO TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR (BANCO DE WELLS)

Fonte: PROESP-BR (2015).

● Força e resistência muscular localizada


Força Máxima – 1RM: O teste de 1 RM (Resistência Muscular) consiste na ca-
pacidade de executar 1 movimento com a maior carga possível. Para realizar o teste é
necessário realizar o protocolo de aquecimento, que consiste em o avaliado realizar 5 vezes
o movimento do exercício a ser avaliado (CANESIN, 2016).
Protocolo de 1RM Crescente: O protocolo do teste 1RM crescente consiste em
colocar uma carga que se estima ser próxima da carga máxima e se o avaliado conseguir
realizar mais de uma repetição do movimento de forma correta, aumenta-se a carga gra-
dativamente, até que o avaliador atinja uma carga com a qual o mesmo consiga realizar
apenas uma repetição. Lembrando que deve ter um intervalo entre uma tentativa e outra
de aproximadamente 5 minutos. O teste se encerra quando o avaliado não consegue mais
executar um movimento completo.
Protocolo de 1RM Decrescente: Para a realização do protocolo decrescente, é
necessário colocar uma carga com a qual o avaliado não conseguirá realizar o movimento
completo na primeira tentativa, após o tempo de recuperação do avaliado (aproximadamente
5 minutos), inicia-se a redução gradativa de peso em 5% de 1RM estimado até que o avaliado
atinja o peso com o qual o ele consiga realizar o movimento completo de forma correta.

UNIDADE III Baterias de Testes 86


Força de Preensão Manual: Teste de Preensão Manual: Para a realização deste
teste como já mencionado anteriormente na unidade I, é necessário a utilização de um
dinamômetro, vale ressaltar que para a realização deste teste é necessário atentar-se aos
seguintes cuidados: não ter realizado o exercício físico antes da coleta; não interromper a
respiração no momento da coleta; geralmente inicia-se a medição com a mão dominante
para depois a mão não dominante (EICHINGER et al., 2015).
A realização do teste se dá a partir da posição inicial, ou seja, o indivíduo deve man-
ter-se sentados com os ombros em posição de repouso ao lado do tronco com os cotovelos
em flexão a um ângulo de 90º e punhos e mãos livres para a realização da avaliação funcional,
com três empunhaduras possíveis de 5.5, 4.5, 4 cm, antebraço em meia pronação e punho
neutro, podendo movimentá-lo até 30° graus de extensão e com leve desvio ulnar e o tronco
deverá estar entre 90° graus e 110° graus de flexão em relação ao quadril, além de manter os
dois pés no chão e as costas em contato com o encosto da cadeira.
Após a explicação detalhada de como deve ser realizado o movimento a fim de esclare-
cer todas as dúvidas do avaliado, é dado o comando “PRESSIONE”, assim o indivíduo poderá
iniciar de fato o teste dando início a força de preensão manual realizando o máximo de força
que puder e mantendo o instrumento pressionado até que o comando que “PARE” (geralmente
se utiliza os tempo de 3, 6, 10 ou 30 segundos, dependendo o objetivo a ser estudado).

FIGURA 17. TESTE DE PREENSÃO MANUAL - DINAMÔMETRO

Fonte: EICHINGER et al.; (2015).

UNIDADE III Baterias de Testes 87


Teste de Flexão de Braços: Este teste objetiva a avaliação dos membros supe-
riores, para isto, o indivíduo deverá iniciar o teste com o corpo em posição de prancha, o
cotovelo em extensão, e com os pés ligeiramente afastados e apoiando-se nas pontas dos
pés. As mãos devem estar apoiadas no solo, com uma distância de 10 a 20 cm a partir da
linha dos ombros e com os dedos voltados para frente (POLLOCK E WILMORE, 1993).
Ao iniciar o movimento o avaliado deve flexionar os cotovelos até que o ombro desça
até ao nível do cotovelo e o braço esteja paralelo ao solo, formando aproximadamente um
ângulo de 90° entre o braço e o antebraço, retornando à posição inicial até que o cotovelo
fique completamente estendido (POLLOCK E WILMORE, 1993). O ideal é o avaliado realizar
um total de 20 flexões de braços por minuto, ou seja, uma flexão a cada 3 segundos, porém é
necessário que o indivíduo faça a maior quantidade de movimento possível dentro de um mi-
nuto, após será analisado dentro dos parâmetros existente (POLLOCK E WILMORE, 1993).

FIGURA 18. REALIZAÇÃO DO TESTE DE FLEXÃO DE BRAÇO

Fonte: MARINHO; MARINS (2012).

UNIDADE III Baterias de Testes 88


Teste abdominal: O indivíduo que será avaliado deve inicialmente manter-se em
decúbito dorsal, com os joelhos flexionados, solas dos pés em contato com o solo, entre os
calcanhares e os glúteos deve haver uma distância de 30 a 45cm e os pés afastados, com
distância igual à largura dos quadris. Os braços se manterão cruzados à frente do tórax, com
a palma das mãos na altura dos ombros opostos. Neste teste em específico, a função do
avaliador deverá ser além da avaliação e análise do teste, também a de apoiar (segurar)
os pés do indivíduo avaliado, a fim de mantê-lo encostado no solo durante a execução de
todo o teste.
Ao sinal, o avaliado deverá realizar o movimento de abdominal “completo”, ou
seja, elevar o tronco até a altura em que ocorrer o contato dos antebraços com as
coxas, mantendo constantemente o queixo encostado no peito, e retornando à posição
inicial. O resultado final deverá ser considerado a partir da maior quantidade de
movimentos corretos/completos, executados pelo avaliado durante o tempo de um minuto.

FIGURA 19. REALIZAÇÃO DO TESTE ABDOMINAL (UM MINUTO)

Fonte: CANESIN (2016)

Puxada em Suspensão de Barra: Homens - Posição inicial (suspensão vertical),


com extensão total dos braços e pernas sem que os mesmos tenham contato com o solo,
as mãos segurando na barra na largura dos ombros, com empunhadura pronada (dorso
das mãos voltado para o indivíduo), partindo daí o avaliado irá elevar o corpo até que o
queixo ultrapasse a barra e depois retornará à posição inicial, assim deve-se realizar a
maior quantidade de movimentos corretos que o indivíduo conseguir realizar durante um
minuto (JOHNSON e NELSON, 1979; MARINS e GIANNICHI, 2003).

UNIDADE III Baterias de Testes 89


Mulheres - O posicionamento deve ser estático, ou seja, o resultado é avaliado
de acordo com o tempo máximo (segundos) em que a mulher mantém-se na posição de
suspensão com o queixo acima do nível da barra (JOHNSON e NELSON, 1979; MARINS
e GIANNICHI, 2003).

FIGURA 20. REALIZAÇÃO DO TESTE DE SUSPENSÃO DE BARRA (HOMENS)

Fonte: Marinho; Marins (2012).

● Equilíbrio
Testes do flamingo: Este teste tem como objetivo avaliar o componente motor as-
sociado ao equilíbrio desta forma para a realização do teste o avaliado deve se manter em
um único pé sobre uma trave com as seguintes dimensões: 50cm de comprimento, 3cm de
largura e 4cm de altura, com suportes laterais de 15cm de comprimento (CANESIN, 2016).
Para a realização do teste o indivíduo que será avaliado deve se posicionar sobre
um dos pés no eixo longitudinal da trave, com o joelho da perna “livre” (perna em suspen-
são) flexionada mantendo o pé à altura dos glúteos com o auxílio da mão do mesmo lado
(imitando a posição do flamingo). Nesta posição, o avaliado deve permanecer por um
minuto sem cometer nenhuma penalidade, caso ocorra 15 penalidades nos primeiros 30
segundos teste deve ser encerrado (o avaliado não possui condições em realizar o
mesmo).

UNIDADE III Baterias de Testes 90


FIGURA 21. REALIZAÇÃO DO TESTE DE EQUILÍBRIO DO FLAMINGO

Fonte: CANESIN (2016).


● Agilidade
Teste shuttle-run (ida-e-volta): O avaliado deve permanecer na linha de partida
até que se escute o sinal (sonoro) para iniciar a corrida/caminhada, o teste corresponde
em percorrer a distância estipulada (800m, 1200m ou 1600m, de acordo com o protocolo
escolhido), no menor tempo possível. A análise deste teste se dá de acordo com o tempo
(em minutos e segundos) realizado durante o percurso CANESIN (2016).

● Potência
Testes de salto horizontal (sem corrida de impulsão): Para a realização deste
teste é necessário a demarcação no solo de medidas perpendicularmente à linha de partida,
a fim de medir a distância do salto do avaliado. O avaliado se posiciona atrás da linha de
partida (ao ponto zero da marcação “trena”), com os pés paralelos, ligeiramente afastados,
joelhos semi flexionados, tronco ligeiramente projetado à frente. Quando for dado o sinal o
avaliado deve saltar a maior distância possível aterrissando com os dois pés em simultâneo
(PROESP-BR, 2015).

FIGURA 22. REALIZAÇÃO DO TESTE DE SALTO HORIZONTAL (SEM CORRIDA DE IMPULSÃO)

Fonte: PROESP-BR (2015).

UNIDADE III Baterias de Testes 91


Testes de arremesso (medicine ball de 2 kg): Para a realização deste teste
é necessário a demarcação no solo de medidas perpendicularmente à linha de partida, a
fim de medir a distância do arremesso do avaliado. Para iniciar o teste o avaliado deve se
sentar com os joelhos estendidos, as pernas unidas e as costas completamente apoiadas à
parede.
Os cotovelos devem estar flexionados e a bola segura junto ao peito, quando
receber o sinal o avaliado deverá lançar a bola o mais longe possível, sem retirar as
costas da parede. A avaliação deste teste se dará de acordo com a distância registrada do
ponto zero até o local em que a bola tocou ao solo pela primeira vez (PROESP-BR, 2015).

FIGURA 23. REALIZAÇÃO DO TESTES DE ARREMESSO

Fonte: PROESP-BR (2015)

● Velocidade
Velocidade de Reação - capacidade em responder um estímulo (visual, auditivo
ou tátil) - teste da régua (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

Velocidade de deslocamento - capacidade de se deslocar de um ponto a outro,


exemplos de testes de velocidade de deslocamento são: teste de corrida de 50 metros,
teste de corrida de 30 metros, teste de corrida de seis segundos, teste de corrida de quatro
segundos, teste shuttle-run (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).
Teste Corrida de 50 Metros: O teste de corrida de 50 metros inicia-se após o sinal,
quando o avaliado iniciará a corrida em um percurso de 50 metros no menor tempo em que
conseguir, cruzando a linha de chegada ainda em velocidade máxima.
A análise do teste se dá a partir do tempo em que o avaliado conseguiu realizar
o percurso. É válido ressaltar que, devido ser um teste de velocidade máxima, deve-se
informar claramente ao avaliado o objetivo do teste, a fim de reforçar a ideia de que os
ciclos devem ser completados no menor tempo possível (CANISE, 2016).
Velocidade dos membros - capacidade de movimentar membros superiores e infe-
riores o mais rápido possível - teste de toque de uma mão, teste de toque de um pé, teste de
Nelson (velocidade dos membros superiores) (BERGAMO; DANIEL; MORAES, 2016).

UNIDADE III Baterias de Testes 92


5. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS: ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS

A estatística como um conteúdo tende a despertar rejeições por diversos alunos.


Entender os conceitos estatísticos, não deve e nem pode, ser mais difícil do que compreen-
der qualquer outro conceito/conteúdo teórico. No entanto, muitos alunos temem a estatística
porque os conceitos estão apresentados como fórmulas matemáticas. O nosso objetivo
neste tópico é explicar a estatística de modo conceitual, sem confundir, você estudante,
com fórmulas matemáticas complexas.
A estatística define-se como uma ciência para:
● Decidir o melhor plano (experimental ou observacional) para a execução de
uma pesquisa (metodologia científica);
● Organizar e resumir dados de contagem, mensuração e classificação (raciocínio
dedutivo);
● Inferir sobre populações de unidades (indivíduos, animais, objetos) quando uma
parte (amostra) é considerada (raciocínio dedutivo) (PADOVANI, 2012).

5.1 Variáveis
As variáveis são o foco principal da pesquisa ou resposta do seu objetivo, ou seja,
os resultados do seu teste/variável. Uma variável é simplesmente algo que pode variar,
pode assumir valores ou categorias diferentes. Por exemplo: gênero (sexo), idade, frequên-
cia cardíaca. pressão arterial, resultados bioquímicos (LDL, HDL, Triglicerídeos); resultado
do teste de flexibilidade (banco de Wells) (DANCEY; REIDY, 2006).

UNIDADE III Baterias de Testes 93


5.2 Tipos de Variáveis
Variáveis são características que podem assumir valores diferentes de um indiví-
duo para outro ou no mesmo indivíduo ao longo do tempo (PADOVANI, 2012). As variáveis
podem ser classificadas em:
● Independente, explicativa ou preditora: permite predizer uma resposta (causas);
● Dependente ou resposta: evento ou característica que se pretende estudar/
avaliar (efeitos);
● Variável de controle: deseja-se que esteja homogeneamente distribuída nos
grupos, pois poderia interferir nos resultados (atuando, por exemplo, como uma
variável de confusão.

5.3 Escala de Variáveis


Quanto a escala, as variáveis podem ser:

1 - Categóricas (qualitativas):
● Nominal (classificação sem ordem definida);
● Ordinal (classificação com ordem definida).

2 - Numéricas (quantitativas ou intervalar):


● Discreta (contagem, correspondendo a números inteiros);
● Contínua (mensuração, correspondendo a números reais).

Observações:
● Unidade de medida mostra a diferença entre as numéricas discreta e contínua;
● Escore não é contagem (não confundir variáveis categóricas nominais expres-
sas por números com variáveis discretas);
● Pode-se transformar uma variável numérica em categórica (lembrar que há
perda de informações);
● Para variáveis categóricas a análise estatística é limitada. Se as variáveis de-
pendentes e independentes forem todas categóricas, só será possível utilizar
testes não paramétricos (independentes), que apresentam menor poder.

UNIDADE III Baterias de Testes 94


5.4 Análise Descritiva
Organização dos dados coletados através de classificação, contagem ou mensu-
ração. Os dados devem ser apresentados de forma clara por meio de tabelas, gráficos e
medidas de resumo (posição e variabilidade). A análise descritiva pode ser apresentada por
meio de média, mediana, moda, desvio-padrão, percentil e quartil, ou seja, medidas de po-
sição, divididas em medidas de tendência central e medidas de dispersão ou variabilidade
(DANCEY; REIDY, 2006; PADOVANI, 2012).

5.5 Análise Inferencial


Permite realizar inferências (conclusões e analíticas) a respeito de populações a
partir de amostras pela aplicação de testes de hipóteses ou construção de intervalos de
confiança. Deve ser considerado que está utilizando amostras para inferir aos dados reais
da população (parâmetros), portanto existindo nestas estatísticas (dados obtidos de amos-
tras) uma margem de erro (PADOVANI, 2012).

5.6 Planejamento Experimental


Consiste em estabelecer um desenho amostral com poder adequado para os testes
de hipóteses e estimações sem vieses (distorções). Deve ser considerado o cálculo do
tamanho da amostra (cálculo amostral) e a definição da forma de coleta de dados (PADO-
VANI, 2012).

UNIDADE III Baterias de Testes 95


6. PROCEDIMENTOS ESTATÍSTICOS: PROGRAMAS E TENDÊNCIAS

Dessa forma iremos apresentar para vocês queridos (as) alunos(as) alguns progra-

mas estatísticos usados em pesquisas, principalmente científicas.

Para realizar a análise estatística de uma pesquisa, pode-se utilizar: pacote esta-

tístico SPSS for Windows (O SPSS é um pacote de software analítico oferecido pela IBM

utilizado por pesquisadores a fim de analisar dados complexos de pesquisa (ANDY FIELD,

2009); Medcalc for Windows (trata-se de um programa de estatística completo para o Win-

dows, projetado para combinar de perto as necessidades de pesquisadores biomédicos. É

rápido, muito fácil de usar e confiável (PORTAL ACTION, 2021).

Para iniciar a análise estatística, primeiro é realizada a normalidade dos dados,

no qual são utilizados a fim de verificar se a distribuição de probabilidade associada a

um conjunto de dados pode ser aproximada pela distribuição normal. Os principais testes

utilizados são: Teste de Shapiro-Wilk, quando uma amostra apresenta um número menor

que 50 e Kolmogorov-Smirnov é utilizado quando a amostra apresentada for maior que 50.

A análise descritiva, é utilizada para apresentar os dados através de testes descri-

tivos para calcular a média, desvio padrão, percentil e quartil de todas as variáveis, após

verificar a normalidade dos dados.

UNIDADE III Baterias de Testes 96


6.1 Medidas de Tendência Central
As medidas de tendência central, são utilizadas para verificar a estatística descri-
tiva. Uma medida de tendência central de um conjunto de dados fornece uma indicação
do escore típico deste conjunto (DANCEY; REIDY, 2006). Existem três diferentes tipos de
medidas de tendência central: Média, Mediana e Moda.

Média: A média é facilmente calculada por meio da soma de todos os valores da amos-
tra e, então pela divisão pelo número total de valores. Ex: A média da amostra (5,6,9,2) será:

Mediana: Oficialmente definida como o valor que está no meio da amostra, que
representa o mesmo número de valores acima e abaixo dela. A mediana é calculada com
a ordenação de todos os valores e com a tomada do valor que está no meio. Utilizando os
dados 2, 20, 20, 12, 12, 19, 19, 25, 20 (valores anteriores) para ilustrar o cálculo da media-
na, organizamos os dados em ordem crescente e atribuímos um posto a cada um, assim:

Você pode ver que os valores foram ordenados (linha acima) e a cada um foi atri-
buído um (rank). Dessa forma, o valor mais baixo tem posto um, o próximo posto dois e
assim por diante.

Moda: A terceira medida de tendência central é a moda, é simplesmente o valor


mais repetido. No conjunto de valores apresentado acima para exemplificar a média e me-
diana, a moda seria 20, que é o valor que mais se repete.

UNIDADE III Baterias de Testes 97


Todos estes parâmetros e uma grande variedade de testes inferenciais são en-
contrados em programas estatísticos citados acima, como o SPSS, o MedCalc. Muitos
desses recursos também estão disponíveis em programas mais simples como o Microsoft
Excel. Portanto, a prática e o uso desses programas, juntamente com a leitura de manuais
e livros técnicos sobre essas aplicações vão ser fundamentais para o aprofundamento do
conhecimento nessa área.

UNIDADE III Baterias de Testes 98


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Queridos(as) alunos(as), chegamos ao fim da Unidade III da nossa apostila de


Medidas e Avaliação e nesta unidade aprendemos as diferentes avaliações que podem ser
realizadas por profissionais de Educação Física a fim de avaliar a aptidão física e compo-
sição corporal, além de poder conhecer de forma ampla um dos campos de medidas mais
utilizados em nosso contexto geral.
Nesta Unidade podemos também estudar os protocolos de testes a fim de capacitar
você para a realização das avaliações citadas.
E para finalizar, na Unidade III foram apresentados alguns recursos estatísticos
utilizados para analisar e interpretar os dados coletados. Também foram indicados alguns
programas estatísticos que podem ser utilizados dependendo da finalidade e do tipo de
pesquisa que será realizada.
Dessa forma, desejamos estar contribuindo significativamente para o desenvolvi-
mento da sua formação profissional.

Nos vemos na Unidade IV, até lá!

UNIDADE III Baterias de Testes 99


LEITURA COMPLEMENTAR

Visando padronizar e orientar os confeccionistas no desenvolvimento de produtos


para atender a cadeia têxtil e de confecção, o SENAI CETIQT em 2006 iniciou o mapea-
mento das diferenciadas configurações dos corpos brasileiros. Ao longo desses 7 anos o
estudo do SENAI CETIQT passou por diversas fases. Adquiriu primeiramente ferramentas
para medição manual e realizou estudo de viabilidade com um pequeno grupo amostral
composto de alunos e funcionários da própria Instituição. Como os resultados mostraram-
-se satisfatórios, uma nova fase foi iniciada com a aquisição de um scanner de corpo e
prestação de serviços especializados de normatização de uniformes das forças armadas
e auxiliares. Com a metodologia implementada, foi possível um passo maior na direção da
caracterização antropométrica do corpo padrão do brasileiro, projeto SizeBR. Em 2010 o
SENAI CETIQT elencou os principais centros de consumo espalhados pelas cinco princi-
pais regiões: Sul, Sudeste, Centro Oeste, Nordeste e Norte para iniciar o primeiro estudo
científico antropométrico realizado através da tecnologia de escaneamento em âmbito
nacional, com objetivo de contemplar as grandes dimensões do Brasil. Visando uma maior
amplitude da pesquisa, a equipe da Gerência de Inovação, Estudos e Pesquisas através
da linha do Comportamento e Consumo do SENAI CETIQT desenvolveu um questionário
padronizado sobre os hábitos de consumo do brasileiro para ser aplicado em conjunto com
as medições a serem obtidas nessas regiões. Para cada centro de consumo, em função
da população atendida, aplicou-se a teoria estatística da amostragem para definir a quanti-
dade de brasileiros a serem medidos (norma internacional ISSO 15535:2012). Assim, uma
equipe especializada composta por técnicos em design, engenharia, antropologia, ciências
sociais, eletrônica e ergonomia foi treinada para ir a campo realizar as medições automá-
ticas e manuais e tratar as imagens obtidas pelos body scanners. Atualmente a equipe do
projeto SizeBR, dedica-se ao término das medições e ao tratamento estatísticos dos dados
obtidos e, tem como previsão de finalização da etapa nacional para os gêneros masculino
e feminino entre 18 e 65 anos e consequentemente o SENAI CETIQT. Na continuidade
de expansão do SizeBR, buscando atender a outros segmentos, o SENAI CETIQT está
adquirindo mais dois body scanners, um para pés e mãos e outro para cabeça e com isso
atender o segmento do campo da Moda.

Fonte: BASTOS, S. F; SABRÁ, F. G.; ROSA, R.; FELIPE, L. SizeBR – O Estudo


Antropométrico Brasileiro. SENAI CETIQT, Rio de Janeiro, Brasil.

UNIDADE III Baterias de Testes 100


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Testes, Medidas e Avaliação em Educação e Esportes
Autor: Francisco José Gondim Pitanga
Editora: Phorte
Edição: 6ª
Ano: 2010
Sinopse: Antes do início efetivo de um programa de exercícios
físicos, é de fundamental importância a avaliação dos parâmetros
de aptidão física do cliente, aluno ou atleta, para que os exercícios
sejam prescritos de forma individualizada e segura. Com vistas
ao atendimento dessa necessidade, este livro oferece um enfo-
que técnico-científico de alta relevância, com toda a orientação
teórico-prática que os profissionais de educação física e de áreas
afins necessitam não apenas para montar programas de avaliação
no âmbito da educação física e dos esportes, mas também para
maximizar aproveitamento dos testes e das medidas que integram
o processo de avaliação da aptidão física.

FILME/VÍDEO
Título: PARATODOS
Ano: 2016
Sinopse: O documentário mostra a trajetória, a vida e os desafios
de atletas paralímpicos, que fazem parte das delegações brasileiras
de natação, atletismo, canoagem e futebol, em fase de preparação
para os Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

UNIDADE III Baterias de Testes 101


UNIDADE IV
Biometria, Medidas e Avaliação nos
Diferentes Contextos
Professora Mestre Claudiana Marcela Siste Charal
Professora Mestre Greice Westphal

Plano de Estudo:
● Avaliação em educação física escolar;
● Desenvolvimento de propostas para avaliação em Educação Física escolar
nos diferentes níveis de ensino;
● Avaliação nas diversas modalidades desportivas;
● Organização de ações mediante resultados das avaliações em diferentes contextos.

Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a avaliação em educação física escolar;
● Conceituar e contextualizar desenvolvimento de propostas para a avaliação em
Educação Física nos diferentes níveis de ensino;
● Conhecer a avaliação nas diversas modalidades desportivas;
● Estudar a organização de ações mediante resultados
das avaliações em diferentes contextos.

102
INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a), seja bem-vindo(a) à quarta unidade da nossa apostila de Biometria,
Medidas e Avaliação, “Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos”.
Vamos aprender juntos sobre a avaliação em educação física escolar e compreen-
der como é realizado neste ambiente. Também, na sequência, vamos estudar o desenvolvi-
mento de propostas para avaliação em educação física escolar e conceituar nos diferentes
níveis de ensino. Vamos conhecer sobre a avaliação nas diversas modalidades desportivas.
E Para finalizar essa unidade vamos estudar a organização de ações mediante
resultados das avaliações em diferentes contextos.
Vamos começar a estudar juntos sobre essas técnicas de Biometria, Medidas e
Avaliação nos diferentes contextos.

Vamos lá?!

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 103


1. AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Neste tópico vamos aprender sobre a avaliação em educação física escolar e


os objetivos relacionados a avaliação da educação física escolar são, tradicionalmente,
vinculados ao estudo do crescimento, da composição corporal e do desempenho motor.
Além desses, recentemente têm sido acrescentados parâmetros indicadores de ocorrência
de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes tipo 2 e a
hipertensão, a exemplo do Estudo dos Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA).
Estes focos de intervenção e de avaliação decorrem de mudanças que vêm ocor-
rendo nas sociedades e que tem levado a um estilo de vida com predomínio de atividades
sedentárias, aliado ao consumo de alimentos de alto valor calórico, ricos em açúcares
e gorduras, e baixo valor nutricional. No entanto, deve-se destacar que objetivos e es-
tratégias diferentes podem ser encontrados em diferentes épocas e localidades (BLOCH;
CARDOSO; SICHIERI, 2016).
Em uma revisão sistemática recente, Pedretti et al., (2020) analisaram 18 estudos
que envolveram 13.582 participantes. Nestes estudos foram avaliados componentes da
aptidão física relacionada à saúde e também da aptidão física relacionada ao desempenho
motor. Todos os estudos selecionados tiveram como base a bateria de medidas e testes
para avaliação de escolares entre seis e 17 anos do Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br)
que é realizado desde 1994. Em síntese, este estudo identificou que entre 27% e 30%
das crianças e adolescentes avaliados estão na zona de risco à saúde com base em seu

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 104


IMC. O mesmo ocorrendo em 70% dos avaliados para a aptidão cardiorrespiratória e 50
e 65% nessa mesma faixa (zona de risco à saúde) para a flexibilidade e a força muscular
localizada, respectivamente (PEDRETTI et al., 2020).
O mesmo estudo ressalta a escassez de estudos sobre o desempenho motor, o
que impossibilita o delineamento do perfil dos componentes deste construto.
O desempenho motor é um atributo fundamental para a construção de todo um
bom acervo motor durante a infância. Assim, torna-se essencial para a efetiva e praze-
rosa participação em atividades cotidianas. Por meio das atividades diárias, como correr,
saltar e rolar, as crianças desenvolvem habilidades fundamentais de movimento, as quais
se refletem nos seus níveis de aptidão física e desempenho motor. Além do componente
genético, o desempenho motor relaciona-se com os comportamentos habituais, condutas e
solicitação motora destes indivíduos (PELEGRINI et al., 2011).
Diante dessas constatações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece
que crianças e adolescentes devem participar de brincadeiras, jogos, esportes, educação
física e atividades que envolvam recreação e locomoção, com a família, amigos e colegas.
Assim, os mesmos devem praticar, pelo menos, 60 minutos de atividades físicas diárias,
sejam moderadas (caminhada para a escola, jogos recreativos) ou intensas (corrida, jogos
esportivos), somando 300 minutos de atividades físicas na semana (WHO, 2020).
Nesta mesma linha de racionalidade, a OMS (2012), faz expressas recomendações
e orienta sobre os problemas que a inatividade física poderá causar nos seres humanos,
sendo o quarto fator de risco em relação à mortalidade global. Destaca-se que um nível
adequado de atividade física regular reduz o risco de hipertensão, doença coronariana,
diabetes, derrame e outras doenças não transmissíveis. Por outro lado, dietas pouco sau-
dáveis e sedentarismo são fatores de risco para as principais doenças não transmissíveis,
como doenças cardiovasculares, câncer e diabetes. Reconhecendo a oportunidade para
redução de mortes e doenças em todo o mundo, melhorando a dieta e aumentando os
níveis de atividade física, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a Estratégia Global da
OMS sobre Dieta, Atividade Física e Saúde (WHO, 2020).
Os benefícios de um estilo de vida ativo já são reconhecidos há muitas décadas.
Em um posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte a mesma
afirma que em crianças e adolescentes, um maior nível de atividade física contribui para
melhorar o perfil lipídico e metabólico e reduzir a prevalência de obesidade. Também ressal-
ta que é mais provável que uma criança fisicamente ativa se torne um adulto também ativo.
Como consequência, do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva, promover

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 105


a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para
a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma
para uma melhor qualidade de vida (LAZZOLI et al., 1998).
Diante dessas evidências, a avaliação em educação física escolar deve estar cen-
trada na determinação de componentes da aptidão física relacionada à saúde e também da
aptidão física relacionada ao desempenho esportivo. Embora haja estudos com razoável
abrangência, ainda são necessários estudos longitudinais que possam estabelecer, de
forma clara, qual o perfil e as tendências temporais desses componentes na população
brasileira. Esta é uma prática para a qual os professores de Educação Física são os mais
capacitados e apresentam as melhores condições de realização de tais levantamentos.
Para tanto, são necessárias definições de baterias e protocolos a serem adotados, bem
como de seus valores de referência (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016).

SAIBA MAIS

Você sabia que o Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) é um observatório permanente


de indicadores de crescimento e desenvolvimento corporal, motor e do estado nutricio-
nal de crianças e jovens entre 6 e 17 anos?
Com o objetivo de auxiliar os professores de educação física na avaliação desses indi-
cadores, o PROESP-BR propõe, através de um método, a realização de programa cujas
medidas e testes podem ser realizados na maioria das escolas brasileiras. As informa-
ções enviadas ao site do PROESP-BR, formam um banco de dados capaz de orientar
estudos, sugerir diagnósticos e propor normas e critérios de avaliação da população
escolar brasileira no âmbito do crescimento corporal e da aptidão física relacionada à
saúde e ao desempenho motor.

Fonte: (GAYA et al., 2015)

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 106


2. DESENVOLVIMENTO DE PROPOSTAS PARA AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO
FÍSICA ESCOLAR NOS DIFERENTES NÍVEIS DE ENSINO

Neste tópico vamos abordar sobre o desenvolvimento de propostas para avaliação


em Educação Física Escolar nos diferentes níveis de ensino. Considerando as tendências de
estudos populacionais e os problemas mais comuns evidenciados na atualidade, tais como o
sedentarismo e o excesso de peso, é natural que propostas de avaliação em Educação Física
Escolar sejam pautadas pelo monitoramento de componentes da aptidão física relacionada
à saúde. Ao mesmo tempo em que outras propostas incluem também os componentes da
aptidão física relacionada ao desempenho esportivo. Nesse sentido, destacam-se no cenário
nacional estudos como Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br) e o Estudo dos Riscos Cardiovas-
culares em Adolescentes (ERICA) (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016; GAYA et al., 2015).
Assim, é importante que novos estudos sejam pautados em estudos de maior abrangência,
cujos protocolos já são bem definidos e, principalmente porque estes apresentam critérios
diagnósticos respaldados por estudos de elevada consistência científica.
A prática regular e bem orientada de exercícios físicos é reconhecida como um
fator importante para a saúde. Baseando-se nessa relação positiva entre exercício e saúde
surge, em meados da década de 80, o movimento da Aptidão Física Relacionada à Saúde
para a educação física escolar. Esse movimento, que advoga a ideia da aptidão para toda
a vida e a construção de estilos de vida ativa nas pessoas, visa a contribuir para a melhoria
da saúde e da qualidade de vida da população (PEDRETTI et al., 2020).

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 107


Diante da escassez de dados sobre o crescimento somático e sobre os padrões de
aptidões físicas relacionadas à saúde e ao desempenho motor de crianças e jovens brasilei-
ros, em 1994 o Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR), desenvolveu uma bateria de medidas e
testes para avaliação de escolares entre 7 e 17 anos. Tendo como meta construir indicadores
que contribuíssem para o fornecimento de subsídios adicionais para a elaboração de políticas
de educação física e esportes para crianças e jovens no Brasil (GAYA et al., 2015).
O PROESP-BR é o resultado de um conjunto de investigações científicas e interdis-
ciplinares conduzidas por professores e pesquisadores da Escola de Educação Física da
UFRGS, com apoio institucional do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), da Secretaria
de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, do Programa de Pós graduação
em Ciências do Movimento Humano e do Laboratório de Pesquisa do Exercício da UFRGS.
O PROESP parte do princípio que para trabalhar nas escolas brasileira, conhecendo os
problemas existentes na maioria dessas escolas, pela carência de estrutura física e a pre-
cária disponibilidade de materiais para as aulas de educação física e esporte educacional
tornou necessário que os instrumentos de medida e avaliação fossem acessíveis, ou seja,
de baixo custo, envolvendo o mínimo de matérias sofisticados, além de serem de fácil
aplicação. Por essas razões, os testes do PROESP se tornam acessível aos professores
de todo Brasil (GAYA et al., 2015; LUGUETTI; NICOLAI RÉ; BÖHME, 2010; MIRANDA;
MIRANDA; LAVORATO, 2020).
Apesar disso, deve-se destacar que são poucos os estados brasileiros que têm a
Educação Física (EF) como disciplina obrigatória no programa escolar. No primário escola
(3-5 anos), escola básica (6-14 anos) e ensino médio (15-17 anos) é preciso reconhecer a
relevância do professor de EF para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento
de crianças e adolescentes. Da mesma forma, o Relatório Nacional de Desenvolvimento
Humano do Brasil mostra que apenas 0,55% das escolas públicas e privadas brasileiras
têm uma cultura e infraestrutura que valoriza e promove as atividades físicas e os esportes.
Ou seja, quase 88% das escolas apresentam péssimas condições para a promoção de
atividades físicas e esportivas, enquanto que outras 12% apresentam níveis intermediários
(PEDRETTI et al., 2020).
Acreditamos que as aulas de EF devem ser direcionadas para influenciar positi-
vamente os níveis de aptidão dos alunos relacionados à saúde e as habilidades motoras.
Pautadas em conteúdos específicos de EF (elementos de ginástica, rítmicos atividades
motoras, habilidades motoras e jogos esportivos). Essa perspectiva de transformação es-
colar, no âmbito da promoção da saúde, pode ajudar as crianças a se tornarem mais ativas,
podendo afetar positivamente toda a comunidade escolar.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 108


O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) é um estudo
multicêntrico nacional que tem por objetivo conhecer a proporção de adolescentes com
diabetes mellitus e obesidade, assim como traçar o perfil dos fatores de risco para doenças
cardiovasculares (como níveis de lipídios e pressão arterial, entre outros) e de marcadores
de resistência à insulina e inflamatórios nessa população. Para isso foram avaliadas as
condições de saúde de cerca de 75 mil estudantes entre 12 e 17 anos, de 1.247 escolas
brasileiras, públicas e particulares, distribuídas pelas 122 cidades participantes – incluindo
todas as capitais (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016).
Os resultados obtidos pelo ERICA poderão ajudar a reorientar as políticas públi-
cas de educação e saúde voltadas para os jovens brasileiros, a partir da identificação de
vulnerabilidades e necessidades dessa população. Além de apresentar um panorama do
estado atual da saúde dos nossos jovens, permitirão, ainda, definir padrões nacionais para
algumas características físicas na população de 12 a 17 anos como, peso, altura, pressão
arterial e circunferência da cintura, o que será importante para diversas outros estudos no
futuro (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016).
Nesse sentido, o ERICA produziu e divulgou em uma edição especial da Revista
de Saúde Pública da Universidade de São Paulo de 2016 estudos que apresentam o perfil
de fatores de risco para doenças cardiovasculares, estudo sobre a prevalência de hábitos
alimentares não saudáveis entre adolescentes, estudo sobre o tempo de tela e consumo
de alimentos industrializados por essa população. Na mesma edição, foram incluídos
estudos sobre a inatividade física no tempo livre e sobre padrões de consumo de bebidas
alcoólicas por adolescentes. A série ainda incluiu um estudo sobre as prevalências de
hipertensão entre adolescentes, problemas de saúde mental, iniciação sexual e métodos
contraceptivos, prevalência de asma, ingestão de macro e micro nutrientes, prevalência
de dislipidemia, prevalência de síndrome metabólica e prevalência de tabagismo. Assim,
pode-se constatar que a ênfase em comportamentos relacionados à saúde e a prevalência
de fatores de risco são temas de grande interesse por conta de seu impacto, tanto
imediato quanto de longo prazo (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016).
O ERICA foi iniciado em 2008 quando o Ministério da Saúde (SCTIE/DECIT) lançou
uma chamada pública a fim de selecionar instituições científicas para desenvolvimento
de inquérito epidemiológico nacional sobre síndrome metabólica em adolescentes. O
projeto ERICA, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, foi selecionado. Iniciou-se, a partir de então, a formação de uma grande
rede nacional de pesquisadores de diferentes áreas da saúde envolvidos com saúde do
adolescente, doenças cardiovasculares e obesidade, entre outras (BLOCH; CARDOSO;
SICHIERI, 2016).

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 109


Com base nos dados obtidos pelo ERICA cabe salientar a necessidade de que
estes resultados apontem o caminho que possa produzir mudanças a curto prazo com
relação à disponibilidade e estímulo ao consumo de alimentos mais saudáveis, bem como
ao estímulo a atividades e comportamentos que reduzam a exposição desses adolescentes
à obesidade, ao sedentarismo e ao tabagismo, entre outros fatores de risco cardiovascular
(BARUFALDI et al., 2016; BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016; OLIVEIRA et al., 2016;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2017).
Baseado nos relatos de estudos de grande abrangência como o PROESP e o
ERICA pode-se admitir que o desafio de oferecer programas de EF escolar pautados nas
necessidades da população tem como premissa a incorporação de propostas de avaliação
nos diferentes níveis de ensino, de modo a potencializar os efeitos desses programas,
reduzir os agravos relacionados ao estilo de vida sedentário e hábitos alimentares não
saudáveis que tem se tornado dominantes na maior parte dos centros urbanos, em diversos
países e também no Brasil (GAYA et al., 2015).

REFLITA

A avaliação deve abranger as dimensões cognitiva (competências e conhecimentos),


motora (habilidades motoras e capacidades físicas) e atitudinais (valores), verificando
a capacidade de o aluno expressar sua sistematização dos conhecimentos relativos à
cultura corporal em diferentes linguagens – corporal, escrita e falada. Embora essas
três dimensões apareçam integradas no processo de aprendizagem, nos momentos de
formalização a avaliação pode enfatizar uma ou outra delas.

Fonte: (DARIDO; RANGEL, 2005, p. 128)

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 110


3. AVALIAÇÃO NAS DIVERSAS MODALIDADES DESPORTIVAS

Caro aluno, nesta unidade vamos aprender sobre a avaliação nas diversas moda-
lidades desportivas, para isso o monitoramento regular dos componentes da aptidão física
relacionados ao desempenho esportivo, específicos de alguns esportes, é fundamental
para aumentar a probabilidade de sucesso nas competições.
Assim, estudos com o objetivo de avaliar estes componentes em atletas de elite
têm sido realizados em esportes de combate olímpico como boxe amador, esgrima, judô,
karatê, taekwondo e luta livre. Uma revisão sistemática da literatura publicada recentemen-
te aponta falhas metodológicas importantes na maior parte dos estudos avaliados e reforça
que estudos adicionais, com maior rigor metodológico, são necessários para superar essas
dificuldades e fornecer dados que possam auxiliar na preparação física desses atletas.
Apesar disso, o estudo também demonstra um aumento no número de publicações sobre
essa temática nos últimos anos (CHAABENE et al., 2018).
A avaliação da aptidão física relacionada ao desempenho esportivo tem como um
de seus propósitos identificar o talento esportivo. Destacando que talento é uma vocação,
marcada em uma direção que ultrapassa a média, não estando ainda completamente
desenvolvida. Esta denominação é utilizada para conceituar pessoas com atributos ou
características admiradas e valorizadas pela cultura e pelo momento histórico (SANTOS
et al., 2009).
Na área do esporte de rendimento, utiliza-se o termo “talento esportivo” para designar
aquelas pessoas que possuam um potencial, uma aptidão especial, ou uma grande aptidão
para o desempenho esportivo. Em termos teóricos são encontradas diferentes conceituações
referentes a talento esportivo na literatura da área (BÕHME, 2007; KISS et al., 2004).

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 111


Para a descoberta de talentos deve-se levar em consideração as características
fenotípicas, as condições de treinamento (volume, intensidade e especificidade), a idade
biológica, as capacidades motoras, a técnica, a constituição corporal, características psi-
cológicas, como a motivação, a disponibilidade para o desempenho, esforço e estabilidade
psicológica, assim como o suporte social (família, escola, clube, a organização da modali-
dade esportiva) (BÖHME, 2007). Dessa forma, o talento esportivo não pode ser detectado
com base na aptidão demonstrada em um único teste motor e ou mensuração, mas sua
identificação é parte de um processo de desenvolvimento que se torna aparente durante as
etapas de treinamento, testagem e mensuração sistemática (SANTOS et al., 2009).
Com tantos testes para escolher, pode ser difícil selecionar os testes apropriados
para um esporte. Assim, há indicações de uma seleção de esportes, tanto individuais como
coletivos como o basquete, o futebol, futebol americano, hockey, rugby, além da natação,
ciclismo, boxe, tênis, golfe, entre outros (MACKENZIE, B., 2011).
Uma outra área de estudos tem se dedicado a adaptação de baterias de testes
de alguns esportes, como o Handebol para serem realizados por pessoas em cadeiras de
rodas (SILVA et al., 2010)
Nesse sentido, deve-se destacar que os estudos e a aplicação de baterias de teste
em diversas modalidades esportivas, segue em desenvolvimento e depende, em grande
parte, da organização e do nível de popularidade da modalidade esportiva. Contudo, a base
comum para essas baterias de testes continua sendo os componentes da aptidão física
relacionada à saúde, que assegurem que os atletas apresentem baixo risco de desenvolver
comorbidades, aliado aos componentes da aptidão física relacionados ao desempenho es-
portivo, de acordo com cada modalidade, esse é um campo que apresenta grande potencial
de desenvolvimento, motivado pela valorização do esporte e pela incessante busca pela
superação dos limites do corpo humano.

SAIBA MAIS

Você sabia que no esporte, existe o atleta/aluno chamado de talento esportivo?


O Talento esportivo é o aluno/atleta que se destaca em uma prontidão e potencial acima
da média, realizando altos desempenhos esportivos. Geralmente esses atletas apresen-
tam um talento esportivo específico com condições físicas e psicológicas voltadas para
uma determinada modalidade.

Fonte: (FOLLE; DO NASCIMENTO; DOS SANTOS GRAÇA, 2015)

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 112


4. ORGANIZAÇÃO DE AÇÕES MEDIANTE RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES
EM DIFERENTES CONTEXTOS

E chegamos no último tópico da nossa apostila. Vamos estudar juntos sobre a

organização de ações mediante resultados das avaliações em diferentes contextos. Entre

os desafios representados pelo estilo de vida moderno têm sido destacados, ao longo deste
texto, o estilo de vida sedentário e a alimentação não saudável. Este quadro mostra-se mui-

to frequente na maioria dos países. Assim, para que ações efetivas sejam implementadas
torna-se necessário o monitoramento regular destes comportamentos e fatores de risco

(CASTILHO et al., 2021).

Para isso, a divulgação e o uso de ferramentas, tais como as baterias de testes,

apropriadas para a avaliação dos componentes da aptidão física relacionada à saúde em

diferentes grupos populacionais torna-se fundamental. Isto porque os comportamentos e

fatores de risco acima mencionados não são exclusivos do público em idade escolar. Longe

disso, eles afetam pessoas de todas as faixas etárias e níveis socioeconômicos (BIANCHINI

et al., 2016; MIRANDA; MIRANDA; LAVORATO, 2020). Desta maneira, a busca por

indicadores confiáveis bem como o conhecimento de pontos de corte (valores de

referência) que representam risco aumentado para certas doenças tornam-se elementos

relevantes para a implementação de políticas públicas de promoção da saúde.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 113


Além disso, como já foi indicado em estudos mencionados ao longo dessa unidade,
como o ERICA e o PROESP, dados atuais demonstram que a população brasileira de
crianças e adolescentes apresenta baixos níveis de aptidão física. Torna-se ainda mais
complexo o quadro quando se considera a frequência de comportamentos sedentários
nesses grupos populacionais (BLOCH; CARDOSO; SICHIERI, 2016; GAYA et al.,
2015; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2017; THIVEL et al., 2018).
Por essas razões a educação física necessita ser reconhecida e valorizada como
responsável pela orientação para a adoção de hábitos benéficos de saúde. Não obstante
as grandes barreiras impostas por problemas sociais tais como a insegurança e a baixa
disponibilidade de tempo livre para acompanhamento de filhos e filhas a ambientes que
promovam a prática de atividade física e esportes, deve ser urgentemente implementar
ações que possam reverter as tendências atuais de baixos níveis de atividade física e de
excesso de peso cujos reflexos sobre os fatores de risco para doenças cardiovasculares e
metabólicas são bem conhecidos (CASTILHO et al., 2021; DO PRADO et al., 2009; MIRAN-
DA; MIRANDA; LAVORATO, 2020). Deve-se, portanto, assegurar que as futuras gerações
tenham garantido os benefícios advindos dos avanços tecnológicos, sem o ônus que
estas mesmas tecnologias têm representado para estas gerações.
Para que isso ocorra, deve-se ofertar aulas de Educação Física regulares em
todos os níveis de escolarização. Com isso, as bases motoras e o gosto pela prática de
atividades físicas, exercícios e esportes vão garantir que as novas gerações incorporem
tais práticas em suas rotinas de vida. Os benefícios imediatos e futuros serão logo
demonstrados e o aprendizado proporcionado pela experiência, ainda que traumática,
deve servir de garantia que tal descuido não ocorra.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 114


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Querido(a) aluno(a), chegamos ao fim da unidade e da nossa apostila de Biome-


tria, Medidas e Avaliação. Esperamos que esse conteúdo seja muito produtivo para o seu
aprendizado. Vamos fazer um breve registro dessa unidade, para ajudar em seus estudos.
Nos tópicos 1 e 2 foi abordado sobre a avaliação em educação física escolar e o
desenvolvimento de propostas para a avaliação em educação física escolar nos diferentes
níveis de ensino. Lembrando que o desempenho motor é um atributo fundamental para o
desenvolvimento de uma criança e que as atividades diárias ou brincadeiras como correr,
saltar, pular e rolar, as crianças desenvolvem habilidades fundamentais de movimento. A
avaliação em educação física escolar deve estar centrada na determinação de compo-
nentes da aptidão física relacionada à saúde e também da aptidão física relacionada ao
desempenho esportivo.
O Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br) inclui os componentes da aptidão física
relacionada ao desempenho esportivo através de seus protocolos e baterias de testes para
crianças e adolescentes no âmbito escolar. A prática regular e bem orientada de exercícios
físicos é reconhecida como um fator importante para a saúde.
No tópico 3, falamos sobre a avaliação nas diversas modalidades esportivas e o que
se destaca neste tópico é o talento esportivo. Na área do esporte de rendimento, utiliza-se
o termo “talento esportivo” para designar aquelas pessoas que possuam um potencial, uma
aptidão especial, ou uma grande aptidão para o desempenho esportivo. Em termos teóricos
são encontradas diferentes conceituações referentes a talento esportivo na literatura da área.
E para finalizar essa unidade, aprendemos sobre a organização de ações mediante
resultados das avaliações em diferentes contextos, aprendemos que a educação física
necessita ser reconhecida e valorizada como responsável pela orientação para a
adoção de hábitos benéficos de saúde. Para que isso ocorra, deve-se ofertar aulas de
Educação Física regulares em todos os níveis de escolarização. Com isso, as bases
motoras e o gosto pela prática de atividades físicas, exercícios e esportes vão garantir
que as novas gerações incorporem tais práticas em suas rotinas de vida.
Concluímos a construção do seu conhecimento na área de Biometria, Medidas e
Avaliação. Esperamos que essa apostila ajude no seu conhecimento teórico para se tornar
um excelente profissional de Educação Física. A nossa gratidão em ajudar nessa constru-
ção do seu conhecimento.
Até mais!

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 115


LEITURA COMPLEMENTAR

Perfil da aptidão física relacionada à saúde e ao desempenho motor


de crianças e adolescentes brasileiros: uma revisão sistemática

Você já ouviu falar em Perfil da Aptidão Física relacionado à Saúde e ao Desempe-


nho Motor de Crianças e Adolescentes Brasileiros?
O Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br) propõe, desde 1994, uma bateria de medi-
das e testes para avaliação de escolares entre seis e 17 anos com o objetivo de delinear o
perfil de crianças e jovens brasileiros no que se refere à aptidão física relacionada à saúde
e ao desempenho motor.
Sendo assim, o objetivo do estudo foi delinear o perfil da aptidão física de crianças
e jovens brasileiros a partir de uma revisão sistemática da literatura sobre artigos que utili-
zaram da proposta do PROESP-Br. A busca foi realizada na PubMed, ScienceDirect, Lilacs,
SciELO e Google Acadêmico. Estudos originais publicados entre 1994 e 2017 acerca da
aptidão física (saúde e/ou desempenho motor) de escolares (crianças e/ou adolescentes)
que utilizaram a bateria de testes do PROESP-Br foram incluídos.
Um total de 13.582 sujeitos foram avaliados quanto à saúde e 276 quanto ao de-
sempenho motor dos 18 estudos incluídos. A qualidade metodológica foi avaliada em uma
versão adaptada da Newcastle-Ottawa quality assessment scale.
Os resultados evidenciam que 27-30% dos jovens estão na “zona de risco” à saúde
para o Índice de Massa Corporal (IMC), 70% para a aptidão cardiorrespiratória (ApC) e 50 e
65% para flexibilidade e força muscular localizada (FML), respectivamente. Os dados sobre
o desempenho motor são inconsistentes nesta revisão de literatura.
Para finalizar, os resultados indicam baixos níveis de saúde cardiovascular (IMC/
ApC), principalmente quanto à APC, assim como baixos níveis de saúde musculoesquelética
(flexibilidade/FML) dos jovens. Ressalta-se a escassez de estudos quanto ao desempenho
motor impossibilitando delinear o perfil dos componentes deste construto.

Fonte: PEDRETTI, A. et al. Health- and skill-related physical fitness profile of Bra-
zilian children and adolescents: a systematic review. Revista Brasileira de Atividade Física
& Saúde, v. 25, p. 1 – 10, 2020.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 116


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Educação Física Escolar: a educação para a saúde pela
perspectiva da resolução de problemas
Autores: Ademir Testa Junior
Editora: Phorte
Sinopse: Este livro é o resultado de um trabalho que, em 2009,
foi escolhido pela Fundação Victor Civita como o melhor projeto de
Educação Física, em nível nacional, entre os inscritos no Prêmio
Educador Nota 10. Diante do crescente sedentarismo que se ob-
serva na população em geral e entre os estudantes em particular,
a presente obra visa demonstrar que é possível fazer das aulas
de Educação Física um instrumento de aprendizado que vá além
da prática de atividades esportivas e/ou recreativas, inserindo
efetivamente a disciplina no contexto da educação para a saúde.
Busca-se mostrar como se pode utilizar a estratégia da resolução
de problemas para que os estudantes desenvolvam a capacida-
de de tomar decisões conscientes em relação às suas práticas
corporais, ou seja, como levá-los a aprenderem sobre atividades
físicas, saúde e qualidade de vida, de modo a serem capazes de
transformar o conhecimento em conduta ativa e saudável por toda
a vida.

LIVRO 2
Título: Educando crianças para a aptidão física: Uma abordagem
multidisciplinar
Autores: Sephen J. Virgilio
Editora: Manole
Sinopse: O livro fornece ferramentas essenciais não só para
professores de educação física, mas para todos os professores
de educação infantil. Com uma abordagem multidisciplinar, que
promove a colaboração com o professor de sala de aula e o en-
volvimento dos pais e da comunidade, o livro oferece, além de
estratégias motivacionais e de ensino, testes de aptidão física,
exemplos de planos de aula, exercícios de desenvolvimento, jo-
gos ativos e propostas para o ensino dos principais conceitos de
educação física.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 117


LIVRO
Título: Desenvolvimento de Treinadores e Atletas: Pedagogia do
Esporte
Autores: Larissa Rafaela Galatti; Alcides José Scaglia; Paulo
Cesar Montagner e Roberto Rodrigues Paes
Editora: Editora da Unicamp
Sinopse: São múltiplos os caminhos para o desenvolvimento de
um atleta. O mesmo se passa para que um treinador alcance o
nível de excelência no seu contexto de atuação. Em ambos os
casos, trata-se de um processo em longo prazo, influenciado por
múltiplos fatores de diferentes naturezas; são caminhos refle-
xivos, com momentos com e sem mediação de outros agentes.
No livro “Desenvolvimento de treinadores e atletas: Pedagogia do
esporte”, vol. 1, esses processos são apresentados, levando-nos
a refletir sobre procedimentos pedagógicos e pesquisas aplicadas
que venham a contribuir para um melhor desenvolvimento de dois
dos principais agentes do contexto esportivo: atletas e treinadores.
Para tal, a obra reúne 12 capítulos de respeitados autores no tema
do Brasil, do Canadá, do Chile e da Espanha, lançando-se como
livro de referência para os treinadores, atletas, professores e pes-
quisadores envolvidos nesse complexo universo.

FILME/VÍDEO
Título: Muito Além do Peso (Documentário)
Ano: 2012
Sinopse: No documentário, a cineasta Estela Renner analisa a
qualidade da alimentação infantil e os efeitos da publicidade de
alimentos.

UNIDADE IV Biometria, Medidas e Avaliação nos Diferentes Contextos 118


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CONCLUSÃO GERAL

Prezado(a) aluno(a),

Chegamos ao fim de mais uma jornada, no qual teve como objetivo principal possi-
bilitar a aquisição de conhecimentos relacionados a Medidas e Avaliação a fim de contribuir
com a atuação acadêmica e profissional.
Portanto, neste material, buscamos trazer reflexões no âmbito do ensino de
Medidas e Avaliação, sob as quais a sua prática docente pode estar embasada.
Para tanto, partimos do tema sobre os Conceitos e Princípios Básicos de Biome-
tria, Medidas e Avaliação Em Educação Física, no qual discorremos além dos conceitos
de biometria, medidas e avaliação, as definições e classificações da aptidão física testes,
medidas e avaliação e sobre as etapas básicas de avaliação.
Bem como nos voltamos a entender sobre Técnicas E Instrumentos De Biometria,
Medidas E Avaliação, decorrido sobre os tipos de teste, critérios para seleção e validação
e construção, bem como comentamos a respeito da antropometria Aplicada e pautamos
propostas metodológicas sob os objetivos e procedimentos para avaliação da aptidão físi-
ca, métodos para avaliação dos níveis de atividade física e instrumentação para medidas
e avaliação.
Partindo do pressuposto que todo o conhecimento produzido nestes campos foram
absorvidos, exprimimos a respeito das Baterias de Testes, onde constou conteúdos relacio-
nados as avaliações sobre a aptidão física, da composição corporal e antropometria, assim
como os protocolos de testes e procedimentos estatísticos nas perspectivas analíticas,
interpretativas, programáticas e diante suas tendências.
Por fim, discorremos a respeito dos diferentes contexto em que a Biometria, medi-
das e avaliações podem ser trabalhadas, suas propostas, objetivos e organizações, no qual
para você caro(a) acadêmico(a) é de grande importância, pois independente onde será
necessário atuar, você estará preparado e dotado de conhecimentos.
Esperamos que assim como nós, você tenha aproveitado ao máximo os conteúdos
abordados nesta apostila e ressaltamos que este é apenas o início do caminho a ser trilhado
por você futuro profissional de Educação Física.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!

132
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
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