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EXPERIMENTO 5 - CONDICIONAMENTO DE SINAIS

Lucas de Almeida Martins – 2018020328, Thiago Santos Oliveira – 2019028144

Palavras-chave: amplificador de diferenças, amplificador somador, filtro passa-baixas.

Introdução

Condicionar um sinal é convertê-lo de forma adequada para interfaceá-lo com outros elementos. O
condicionamento do sinal passa por diversas etapas: isolar, filtrar e amplificar o sinal de interesse para
que atinja níveis de tensão adequados, bem como boa relação sinal/ruído e baixa distorção. A
aquisição e condicionamento do sinal analógico culmina na sua amostragem e posterior conversão
A/D, a fim de viabilizar o processamento digital do sinal em um sistema de controle, por exemplo.

Materiais e métodos

1. Amplificador de diferenças

A primeira etapa do condicionamento de sinais consiste em transformar o sinal de saída do


amplificador de isolamento de diferencial para “single-ended” (referenciado ao terra). Dessa
forma, configuramos um amplificador operacional na topologia conhecida como amplificador
de diferenças (Figura 1).

Figura 1 - Circuito do amplificador de diferenças.

Tomando R1 = R2 e Rf = Rg, temos

Vout =(Rf / R 1)∗(V 2−V 1)

Por conveniência, aproveitamos para aplicar o ganho já neste estágio, visto que ele é dado
simplesmente pela relação de resistores escolhida. Como a saída do estágio de isolamento foi
próxima dos 2.0Vpp tanto no divisor de tensão como no shunt, para que o sinal ocupe todo o
range de tensão suportada pelo ADC (5V), idealmente teríamos 2,5Vpp. Assim o ganho foi
calculado da seguinte forma

G=2,5 Vpp/2,0 Vpp=1,25 V /V

Pela expressão, temos que o ganho é dado por

G=Rf / R 1

1,25=Rf / R 1

Assim, os resistores Rf e R1 foram escolhidos como 12kΩ e 10kΩ respectivamente. Como


não dispunhamos do resistor de 12kΩ durante a prática, associamos um resistor de 10kΩ e um
de 2,2kΩ em série. A montagem do circuito na protoboard está apresentada na figura 2.

Figura 2 - Montagem do circuito do amplificador de diferenças.

2. Amplificador somador

O segundo estágio consiste em aplicar um offset ao sinal senoidal single-ended que


corresponde a saída do estágio anterior. Isso se deve ao fato do range de tensões do ADC ser
de 0V a 5V enquanto o sinal está entre -2,5V e +2,5V. Desta forma, o offset DC aplicado ao
sinal deve ser de +2,5V.
Figura 3 - Circuito do amplificador somador.

Para isso, projetamos um amplificador somador de ganho unitário, visto que o ganho do sinal
já foi aplicado no estágio anterior. A topologia do circuito está apresentada na figura 3, na
qual a saída pode ser escrita como:

Vout=(1+ RA /RB)∗(V 1+ V 2)/2

Tomando RA = RB o ganho se torna unitário, assim a saída se torna apenas

Vout =V 1+ V 2

A montagem em protoboard do circuito está apresentada na figura 4.


Figura 4 - Montagem do circuito do amplificador somador.

A tensão DC que é somada ao sinal é gerada pelo canal B da fonte, na configuração de onda
arbitrário de número 9 chamada de Pos-DC que se trata de uma tensão DC positiva
Figura 5 - Onda Pos-DC no gerador de sinais.

3. Filtro passa-baixas

O último estágio do condicionamento de sinais consiste em um filtro passa-baixas analógico


construído com componentes passivos (resistor e capacitor). A função deste estágio é remover
quaisquer componentes de ruído, seja eletromagnético, advindo de mal contato, etc, os quais
são tipicamente de baixa amplitude e alta frequência. Dessa forma, o sinal de saída que segue
cara o conversor A/D consiste apenas no sinal de interesse. Para este tipo de filtro RC a
frequência de corte pode ser calculada como:

fc=1/( 2 π∗RC )

Para o divisor de tensão, o sinal encontrado representa a onda de tensão de 60Hz da rede
atenuada, desta forma, a frequência de corte do filtro foi definida como 100Hz e arbitramos o
valor do capacitor para 30nF, dessa forma a resistência foi calculada como

R=1/(2 π∗fc∗C)
−9
R=1/(2 π∗100∗15× 10 )

R=53 k Ω

O filtro com frequência de corte de 100Hz foi então construído com um capacitor de 30nF e
dois resistores de 100kΩ em paralelo, como mostra a figura 6.
Figura 6 - Montagem do filtro passa baixas com frequência de corte de 100Hz.

Para o sinal do resistor shunt, nota-se que existem componentes de frequência mais elevadas
que compõem a onda vista no osciloscópio. Assim, como não houve tempo durante a prática
para analisarmos a FFT da onda aquisitada e assim, definir a frequência de corte de modo que
grande parte do sinal seja preservado, consideramos a frequência como 500Hz (orientação do
professor). Arbitrando novamente o capacitor para 30nF, o resistor foi calculado como:

R=1/(2 π∗fc∗C)

R=1/(2 π∗500∗15× 10−9 )

R=10,6 k Ω

Dessa forma, o filtro com frequência de corte de 500Hz foi então construído com um
capacitor de 30nF e um resistor de 10kΩ, como mostra a figura 7.
Figura 7 - Montagem do filtro passa baixas com frequência de corte de 500Hz.

Uma consideração importante desta topologia de filtro analógico é o efeito de carga, no


entanto, como a saída do filtro vai para uma entrada analógica do microcontrolador, a
impedância da carga vista pelo circuito é muito elevada e assim, o efeito de carga pode ser
desprezado.

Resultados

1. Amplificador de diferenças

A fim de testar o amplificador de diferenças, foram setadas duas formas de onda quadradas no
gerador de sinais, a primeira com 6 V de pico e a segunda com 2 V de pico. Observa-se que
na saída do amplificador, obteve-se a diferença dos sinais, uma onda quadrada de 4 V. Além
disso, obtivemos um ganho de 1,43, ao invés dos esperados 1,25, o que deve-se ao fato de
que tivemos de fazer uma associação em série de resistores de 10kΩ e 2,2kΩ pela falta do
resistor de 12kΩ, dessa forma, não obtivemos o ganho calculado, mas um valor próximo dele.
Figura 8 - Onda quadrada de 6Vpp no gerador de sinais.
Figura 9 - Onda quadrada de 2Vpp no gerador de sinais.
Figura 9 - Saída do amplificador de diferenças com e sem ganho.

2. Amplificador somador

Para testar o circuito do amplificador somador, utilizou-se uma onda senoidal de 6Vpp no
gerador de sinais e outra onda de 6Vpp, porém só a parte positiva, +3V. Dessa forma, pode-se
observar no osciloscópio que o sinal de 6Vpp foi deslocado +3V.
Figura 10 - Sinal senoidal de 6Vpp no gerador de sinais.
Figura 11 - Sinal positivo da onda senoidal de 6Vpp no gerador de sinais.
Figura 12 - Sinal deslocado de +3V no osciloscópio.

3. Filtro passa-baixas

Para verificar se o circuito do filtro passa-baixas opera conforme o desejado, introduzir uma
onda na entrada do filtro proveniente do gerador de sinais e varremos o espectro de frequência
gradualmente até encontrar a frequência de corte, adotada por convenção como a frequência na qual o
sinal é atenuado 3dB ou seja, onde a atenuação no sinal é de cerca de 30%. Por motivos de
simplificação, encontramos no osciloscópio a frequência na qual o sinal decai 1/3 do original através
de inspeção visual do grid do equipamento. Após encontrada a frequência de corte, analisamos ainda a
saída do filtro para frequências mais elevadas. As imagens a seguir apresentam os resultados obtidos
para os dois filtros, onde o canal 1 (amarelo) é o sinal de entrada e o canal 2 (azul) é o sinal de saída.
Figura 13 - Filtro com frequência de corte de 100Hz, sinal de entrada de 10Hz.
Figura 14 - Filtro com frequência de corte de 100Hz, sinal de entrada de 50Hz.
Figura 15 - Filtro com frequência de corte de 100Hz, sinal de entrada de 100Hz (sinal decai
1/3).
Figura 16 - Filtro com frequência de corte de 100Hz, sinal de entrada de 200Hz (uma oitava
acima).
Figura 17 - Filtro com frequência de corte de 100Hz, sinal de entrada de 2000Hz.
Figura 18 - Filtro com frequência de corte de 500Hz, sinal de entrada de 100Hz.
Figura 19 - Filtro com frequência de corte de 500Hz, sinal de entrada de 300Hz.
Figura 20 - Filtro com frequência de corte de 500Hz, sinal de entrada de 500Hz (sinal decai
1/3).
Figura 21 - Filtro com frequência de corte de 500Hz, sinal de entrada de 1kHz (uma oitava
acima).
Figura 22 - Filtro com frequência de corte de 500Hz, sinal de entrada de 10kHz.
Discussão e Conclusão

Referências

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