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O primeiro debate.

Recentemente, tivemos o primeiro debate pela Presidência da


República. Seis candidatos à Presidência da República
participaram neste domingo (28) do primeiro debate das eleições
de 2022, organizado pelo grupo Bandeirantes, Folha de S.Paulo,
Uol e TV Cultura.

Porém, a coluna desta semana não falará dos presidenciáveis ou


de seus discursos. A coluna vai falar de um debate muito mais
antigo. O famoso “o que eu tenho a ver com isso?”

Esse debate permeia a nação brasileira constantemente. Todos


nós lembramos o ditado popular de que “futebol e política não
se discutem” e como esse ditado na verdade foi inventado por
alguém que nunca frequentou um boteco ou marcou um
churrasco em casa.

Isso porque, sempre discutimos estes assuntos, especialmente


com relação ao futebol, no tocante as eternas discussões de
quem é melhor jogador, time, técnico etc. Pelé x Maradona,
Messi x Cristiano Ronaldo, sendo que eu pessoalmente, sempre
achei o Ronaldo Fenômeno o melhor centroavante do Brasil, na
época em que ele jogou pelo Corinthians.

Porém, ainda parece que temos um tabu quanto a política, já que


evitamos discuti-la a todo custo. Conforme pesquisa do Instituto
Locomotiva, mais da metade do eleitorado nacional não quer
discutir política. Entre os homens, 51% admitem desistir de
conversar sobre política em algumas situações. Já entre as
mulheres, o número sobe para 57%.

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E com todo o respeito aos diversos analistas fazendo as mais
variadas análises políticas deste afastamento do Brasileiro, mas
este sempre foi um costume nosso. Infelizmente. Sejam as
margens do Ipiranga, seja no nascimento da nossa República, o
brasileiro sempre foi muito passivo com relação ao rumo de
nossa nação.

O que impressiona, é como esse sentimento de desilusão e


polarização afeta diretamente nossa participação.

Desde 1989 até a presente eleição, o número de abstenções,


votos brancos e nulos aumenta significativamente no segundo
turno das eleições presidenciais.

Em 2018, somando os votos nulos e brancos com as abstenções,


houve um contingente de 42,1 milhões de eleitores que não
escolheram nenhum candidato, cerca de um terço do total do
colégio eleitoral nacional.

E depois perguntamos o porquê o Brasil não vai para frente. A


resposta está aí. Talvez, para o Brasil evoluir efetivamente como
democracia nós, o povo, devemos tomar as rédeas de nossa
nação.

Até porque, todas as vezes que tomamos, sempre algo


revolucionário aconteceu. Diretas Já e a Constituição de 88; os
caras pintadas; as manifestações dos 20 centavos; o movimento
anticorrupção e a lava jato. Várias vezes o Colosso que é o povo
brasileiro acordou e está na hora deste colosso acordar
novamente.

Política não deve ser uma pauta que nos divide, muito menos
uma pauta que nos torna agressivos com nosso irmão ou irmã.
Política tem que ser um assunto que todos nós discutimos e

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participamos, sendo que toda opinião feita de boa-fé deve ser
respeitada e acolhida.

Pense como numa reunião de condomínio, no qual as pessoas


vão decidir as regras do prédio. É nossa função deixar o prédio
melhor para todos nós vivermos. Até porque aqueles que não
participam depois não podem reclamar do como as regras foram
mal feitas, ou como o síndico não sabe o que faz.

Enfim, nosso primeiro dever agora é justamente termos este


primeiro debate e votar, exercer o poder do povo na forma da
constituição e escolher o melhor candidato para o continuado
crescimento nacional. Talvez devêssemos lembrar mais uma vez
da lição de John Kennedy, pois muitas vezes perguntamos o que
o País pode fazer por nós ao invés de perguntarmos o que
podemos fazer pelo País. E efetivamente eu respondo, que neste
momento, pelo nosso País, o que podemos fazer é debater e
votar!

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