PATOS DE MINAS
2018
ANDRESSA BARBOSA PARANHOS
BIANCA CRISTINA SOUZA
CAMILLA LUISE SOUZA OLIVEIRA
CAROLINE OLIVEIRA ALMEIDA
IZABELLA SANT’ANNA BORGES
THAYLANA NAYARA SANT’ANA NOGUEIRA
PATOS DE MINAS
2018
DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Esta coação pode ser exercida através de violência (força física, material, vis
corporalis) ou através de grave ameaça (violência moral, força intimidativa, vis compulsiva)
Trata-se de crime comum, ou seja, como sujeito ativo pode-se figurar qualquer
pessoa, inclusive pessoa jurídica. No entanto como sujeito passivo, em relação ao inciso I
pode ser qualquer pessoa, desde que seja trabalhador, empregado ou patrão; e quanto ao
inciso II (1ª parte) somente pode ser o proprietário do estabelecimento. Destaca-se, no
entanto, que a pessoa jurídica não pode figurar como sujeito passivo desse crime.
O art. 198, como crime pluriofensivo, visa tutelar dois bens jurídicos distintos: a
liberdade de celebrar contrato de trabalho e a normalidade das relações de trabalho, possuindo
competência da Justiça Federal.
Preceitua como crime forçar (dolo) alguém mediante violência (vis corporalis) ou
grave ameaça (vis compulsiva) a:
a) Associação profissional: define-se por união de indivíduos que tem por fim a
defesa, estudo e coordenação dos interesses profissionais de tal entidade
associativa. (art. 1º Dec. Lei 1.402/39 e art. 511, CLT)
b) Sindicato: é a espécie do gênero associação profissional que é reconhecida
pelo Poder Público como representante da classe de sindicalizados (art. 50,
Dec. Lei 1402/39 e art. 561, CLT).
A lesão que se produz através da infração prevista nesse artigo deve atingir as
relações de trabalho.
Como crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, no caso de
funcionário público atuar como sujeito ativo, este poderá também responder por crime de
abuso de autoridade (art. 3º, f, Lei 4.898/65). O sujeito passivo também pode ser qualquer
pessoa desde que se trate de trabalhador ou profissional que tenha a possibilidade de integrar
associação ou sindicato. No caso da conduta que força “deixar de participar” o sujeito passivo
deve ser integrante de sindicato ou associação.
O art. 200 visa tutelar a regularidade e a moralidade que deve orientar as relações
trabalhistas. Tipifica como crime participar, praticando dolosamente violência (real, no curso
da ação para garantir eficácia a pressão) contra coisa ou pessoa, de:
O art. 202, CP, trata-se de um crime pluriofensivo, visa proteger bens jurídicos
distintos: liberdade e organização do trabalho além do patrimônio do proprietário do
estabelecimento.
a) Danificar o estabelecimento
b) Danificar as coisas existentes no estabelecimento
c) Dispor das coisas existentes no estabelecimento
O sujeito ativo, por se tratar de crime comum, pode ser qualquer pessoa. Já o
sujeito passivo é o proprietário do estabelecimento e a coletividade, de forma conjunta.
A tentativa é admissível, já que se é possível fracionar a fase executória.
O caput desse artigo define que comente crime aquele que frustra, mediante
fraude ou violência, direito assegurada pela legislação do trabalho, e confere pena de detenção
e multa, além da pena corresponde à violência. Além disso, também incorre em crime
semelhante aquele que impede o trabalhador de se desligar de sua atividade, ou que coage
esse trabalhador a comprar mercadorias, reiteradamente, em um mesmo estabelecimento
como forma de impossibilitar a sua saída (§1°, incisos I e II).
Trata-se de uma norma penal em branco, visto que, é necessário complementação
através das leis trabalhistas que definem os direitos assegurados aos trabalhadores. O objeto
jurídico é a tutela da legislação trabalhista.
A doutrina classifica o crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista
como comum, doloso, material, comissivo, instantâneo ou permanente, unissubjetivo e
plurissubsistente. Excepcionalmente pode ser classificado como omissivo impróprio.
O §2º traz uma majorante de pena quando o crime for cometido contra menor de
dezoito anos, idoso, gestante, indígena ou pessoa portadora de deficiência física ou mental,
uma vez que, a possibilidade dessas pessoas se defenderem em face da agressão de seus
direitos é reduzida.
No art. 204 o crime ocorre com o ato de frustrar a, mediante fraude ou violência,
obrigação relativa à nacionalização do trabalho. Trata-se também de uma norma penal em
branco, já que, os direitos assegurados estão previstos nas leis trabalhistas. Tem como sujeito
passivo o Estado.
O tipo penal é exclusivamente doloso, não se admite a modalidade culposa. É um
crime comum devido à realização por qualquer pessoa, simples, porque só há o dolo e
material por sua ocorrência entre conduta e resultado para consumação.
As penas aplicadas a esse artigo são, cumulativamente, detenção, de um mês a um
ano, e multa, além a pena correspondente à violência. Trata-se de ação penal pública
incondicionada.
De acordo Heleno Fragoso, citado por BITENCOURT, “se frustrando, com
violência ou fraude, obrigação relativa à nacionalização do trabalho, o agente violar direito
individual assegurado pela lei trabalhista, praticará em concurso formal, igualmente, o crime
previsto no art. 203, CP".
O artigo 205 busca tutelar o interesse estatal nas funções de fiscalização exercida
por este, ou seja, ocorre o crime, quando o agente exerce atividade que esteja impedido de
fazê-la em virtude de decisão administrativa. O sujeito ativo é a pessoa que está impedida de
ser sua atividade, enquanto o sujeito passivo é o Estado.
É um tipo penal exclusivamente doloso, não se admitindo a modalidade culposa.
Não é admitido também a tentativa. Tem como pena detenção, de três meses a dois anos, ou
multa. A ação penal é pública incondicionada.
Classifica-se como crime próprio, uma vez que, só pode ser cometido por pessoa
que esteja impedida de exercer determinada atividade, doloso e de conduta habitual.
PENAL. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO
ADMINISTRATIVA. ARTIGO 205 DO CÓDIGO PENAL. TIPICIDADE.
HABITUALIDADE. A expressão típica "exercer atividade", constante no
artigo 205 do Caderno Criminal, requer a habitualidade do agente na
realização de atos inerentes à sua atividade durante o período no qual o
exercício dos mesmos se encontre obstado por decisão administrativa.(TRF-
4 - ACR: 8201 RS 2004.71.05.008201-0, Relator: LUIZ FERNANDO
WOWK PENTEADO, Data de Julgamento: 29/11/2006, OITAVA TURMA,
Data de Publicação: D. E. 10/01/2007)
CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Geral (arts. 121 ao 361). 8.
ed. Salvador: JusPODIVM, 2016.
MOREIRA, ELEN. Os crimes contra a organização do trabalho. s.l. s.d. Disponível em:
<https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6076/Os-crimes-contra-a-organizacao-do-
trabalho> Acesso em: 16 mai. 2018