de Participação Social
e a Mediação Familiar,
Escolar e Comunitária
Prof.ª Cláudia Deitos Giongo
Prof.ª Ângela Martins Rorato
Indaial – 2020
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Deitos Giongo
Prof.ª Ângela Martins Rorato
G496f
ISBN 978-85-515-0426-0
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, pronto para apreensão de novos conhecimentos? Es-
peramos que sim. Antes de iniciarmos os estudos da Disciplina Formas Demo-
cráticas de Participação Social e a Mediação Familiar, Escolar e Comunitária
apresentamos um breve currículo das professoras autoras deste livro didático.
IV
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
V
VI
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
VII
VIII
Sumário
UNIDADE 1 – PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS...........................................1
IX
TÓPICO 6 – CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS..................................................................71
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................................71
2 MOVIMENTOS SOCIAIS....................................................................................................................72
3 PRIVAÇÃO RELATIVA.........................................................................................................................74
4 MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS.........................................................................................................75
5 O SEXO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS .........................................................................................76
6 NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS...................................................................................................77
7 TEORIAS DE MUDANÇAS SOCIAIS................................................................................................78
8 TEORIA EVOLUCIONISTA................................................................................................................79
9 TEORIA FUNCIONALISTA................................................................................................................80
10 TEORIA DO CONFLITO....................................................................................................................81
11 MUDANÇAS SOCIAIS MUNDIAIS................................................................................................82
12 RESISTÊNCIA ÀS MUDANÇAS SOCIAIS...................................................................................84
13 FATORES ECONÔMICOS E CULTURAIS......................................................................................84
14 RESISTÊNCIA À TECNOLOGIA......................................................................................................86
15 A TECNOLOGIA E O FUTURO.........................................................................................................88
15.1 INFORMÁTICA...............................................................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 6........................................................................................................................89
AUTOATIVIDADE..................................................................................................................................90
X
TÓPICO 3 – MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS.................................................................................129
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................129
2 LEGISLAÇÃO RELACIONADA......................................................................................................130
2.1 RESOLUÇÃO 125/2010 CNJ..........................................................................................................130
2.2 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 2015..........................................................................................131
3 NEGOCIAÇÃO ...................................................................................................................................131
3.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................132
3.2 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTOS.............................................................................................134
3.3 FASES DA NEGOCIAÇÃO ..........................................................................................................136
3.4 O NEGOCIADOR...........................................................................................................................137
4 CONCILIAÇÃO...................................................................................................................................137
4.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................138
4.2 PROCEDIMENTO..........................................................................................................................139
4.3 TÉCNICAS ......................................................................................................................................141
5 MEDIAÇÃO..........................................................................................................................................144
5.1 DEFINIÇÕES PRELIMINARES....................................................................................................144
5.2 A PESSOA DO MEDIADOR.........................................................................................................145
5.3 FUNÇÕES DO MEDIADOR.........................................................................................................147
5.4 REGRAS E PRINCÍPIOS DA MEDIAÇÃO.................................................................................147
5.5 ESCOLAS OU MODELOS DA MEDIAÇÃO..............................................................................148
5.6 PROCEDIMENTOS........................................................................................................................149
5.7 TÉCNICAS PARA A CONDUÇÃO DE UMA MEDIAÇÃO ...................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................153
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................156
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................157
XI
4.1 TÉCNICA DE INTERVENÇÃO NA GESTÃO E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS ...........186
4.2 METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO PESSOAL E SOCIAL......................................187
4.3 ESTRATÉGIA INTEGRADA DE PREVENÇÃO .......................................................................188
5 A ESTRUTURA DE UM PROJETO DE MEDIAÇÃO ESCOLAR .............................................189
5.1 DIAGNÓSTICO – LEVANTAMENTO DE DADOS..................................................................189
5.2 PLANO DE AÇÃO.........................................................................................................................190
5.3 SENSIBILIZAÇÃO..........................................................................................................................190
5.4 FORMAÇÃO: CAPACITAÇÃO TEÓRICA E PRÁTICA..........................................................190
5.5 INSTITUCIONALIZAÇÃO...........................................................................................................191
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................193
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................194
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................209
XII
UNIDADE 1
PARTICIPAÇÃO SOCIAL E
MOVIMENTOS SOCIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em sete tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Direitos, cidadania, participação popular e movimentos sociais se
tornaram temas frequentes nos pronunciamentos de governantes, políticos
de diferentes partidos, empresários brasileiros ou estrangeiros, estudantes,
trabalhadores e membros das camadas da sociedade que enfrentam as piores
condições de vida. Qual o significado de tais temas para indivíduos pertencentes
a grupos tão distintos?
3
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
4
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
Esse breve détour nos permite afirmar que a cidadania tem sido uma ins-
tituição em desenvolvimento ao longo dos tempos. Desde a segunda metade
do século XVII, tal fato coincide com o desenvolvimento do capitalismo, que
é um sistema desigual. Como é possível que tais princípios opostos possam
crescer e florescer, lado a lado, em um mesmo lugar, cidade ou país? A questão
é pertinente, pois não há dúvida de que, no século XX, a cidadania e o sistema
de classe capitalista estão em guerra (MARSHALL, 1967). O contexto histórico
analisado por Marshall (1967), da relação entre cidadania e diretos, teve início na
década de 1960, o que será que mudou até o século XXI?
5
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
6
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
Deveres do cidadão
Direitos do cidadão
7
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
ATENCAO
Alienação: atribuir ao fenômeno uma força que ele não tem, não revela o que
o real é, de fato.
9
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
De acordo com Santos (2000), a nação ativa está ligada aos interesses da
globalização perversa, nada cria e nem contribui para uma melhor formação de
mundo, ao contrário da nação dita passiva, que a cada momento cria e recria
uma nova forma de produzir o espaço social, mostrando que a atual forma
de globalização não é irreversível e a utopia é pertinente. Com base nessa
contestação, fundada na história real de nosso tempo, é que desejamos uma outra
globalização acessível a todos.
10
TÓPICO 1 | CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E POPULAR
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Jonh Locke afirmava que apenas os homens livres e iguais podem fazer um
pacto com o objetivo de estabelecer uma sociedade política.
12
AUTOATIVIDADE
"Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes
tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano
da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas
da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim
do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos rumos
para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela
redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam
diretamente com a população e com o Estado". FONTE: GOHN, M. G. M. Os
sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 (adaptado).
Podemos afirmar que, no processo da redemocratização brasileira, os novos
movimentos sociais contribuíram para:
13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, você vai aprender sobre o direito que todo cidadão tem a
um meio ambiente saudável e que possibilite a sua manutenção para as gerações
futuras. Você vai estudar como a participação pública pode ser fundamental nas
ações decisórias das atividades que possam causar impacto ambiental. Apesar
de muito ter evoluído nesse sentido, a participação pública ainda é restrita. O
que é possível fazer para reverter esse quadro?
ATENCAO
15
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
• acesso à informação;
• participação no processo decisório;
• acesso à informação ambiental (trâmites judiciais).
DICAS
16
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
Para isso, ela deve seguir prazos acessíveis e ter custos acessíveis,
garantindo não só a informação aos dados ambientais, como também a
participação pública no processo decisório. Você sabia que o Brasil apresenta
um grande avanço nesse sentido? A Lei Federal n° 7.347 de 1985 (BRASIL, 1985)
fortaleceu os preceitos de aplicação da lei ambiental e ganhou mais força quando
se integrou à Constituição de 1988 e ao Ministério Público.
Possibilidade
de expressão
cidadã em uma
democracia
Representação
(Eleições, Plebicitos Participação
e Conselhos)
18
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
8º - Controle 5º - Conciliação
2º - Terapia
7º - Delegação 4º - Consulta
1º - Manipulação
6º - Parceria 3º - Informação
19
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Participação do público
nas decisões
FONTE: Adaptada de Sánchez (2013)
20
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
ATENCAO
Vale lembrar que a participação não é uma decisão exclusiva dos cidadãos.
Ela envolve, também, a participação de autoridades governamentais e técnicas. Assim,
por mais que a participação pública se intensifique, não será em todas as esferas que
ela conseguirá o mesmo efeito, justamente porque muitas decisões não dependem da
população.
21
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Qualidade do
meio ambiente
Resultados de
Diversidade monitoramento e
biológica auditoria, além de
planos de
recuperação
UNI
A informação que deve chegar à população por parte do poder público pode
abranger, por exemplo, pedidos de licenciamento e emissão dessas licenças, documentos
que solicitem a supressão vegetal, autos de infração, Termos de Compromisso e
Ajustamento de Conduta, registros de apresentação do EIA, bem como aprovação e
rejeição do mesmo. Apesar dessa quantidade de informação, o que será que ainda falta
para que a participação popular seja mais efetiva?
22
TÓPICO 2 | OS GRAUS DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA
O SINIMA foi desenvolvido para que fosse utilizado por meio de softwares
livres, coma integração das bases de dadoscom recursos tecnológicos. Dentro do
SINIMA, existem vários sistemas governamentais, não governamentais.
Vimos que a informação existe, então o que realmente falta? Falta que
a população aprenda a utilizá-la. Nesse quesito, o Governo poderia estimular
ainda mais, ensinando a correta forma de buscar o pensamento crítico sobre
o tema, facilitando a linguagem cada vez mais e promovendo ações de edu-
cação ambiental, por exemplo. Além disso, a participação popular precisa ser
organizada, legítima e integrada aos meios formais e informais. Dessa maneira,
estaremos caminhando em direção a uma sociedade que, além de cobrar o seu
direito, saberá fazê-lo corretamente.
UNI
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
24
AUTOATIVIDADE
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o Brasil tem um sistema de governo democrático, que se
baseia nos princípios da participação e do envolvimento coletivo nos assuntos
de interesse dos cidadãos. Para o sistema educacional brasileiro, os princípios
democráticos também são norteadores das ações educativas.
Além disso, vai ver como os ambientes da escola podem ser repensados
e organizados para favorecer a participação da coletividade e reafirmar os
princípios democráticos.
27
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Emancipação do Sujeito
ATENCAO
29
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Afinal:
DICAS
30
TÓPICO 3 | SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
DICAS
31
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
32
TÓPICO 3 | SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
Diversidade
Canais de
Planejamento
Comunicação
Didática
Recursos Interações
Estrutura
física
O planejamento se alia com a didática, pois por meio dele são previstas
as estratégias metodológicas mais adequadas, que podem levar ao alcance dos
objetivos propostos para aquela aula ou para o projeto em questão. Esse elemento
é essencial para que sejam previamente analisados os espaços de participação dos
alunos no decorrer das aulas. Os recursos aqui também devem ser considerados,
pois, ao planejar, o professor e o gestor da escola precisam avaliar a dimensão
dos elementos necessários. A ideia é evitar, assim, a frustração de um mal
planejamento, de modo que os recursos não sejam suficientes, ou, pior ainda,
excluam alguns alunos de famílias mais vulneráveis da participação em alguma
atividade proposta.
33
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Outro aspecto que merece destaque e que tem sido muito enfatizado nas
políticas públicas educacionais na contemporaneidade diz respeito ao direito
de todos a uma educação de qualidade, o que na escola está relacionado à
diversidade. Todos têm direito a um ambiente educativo que os considere em
equidade de condições, independentemente de seu gênero, de sua origem étnico-
racial, de sua religião ou de sua orientação sexual. A busca por uma cultura de
paz e de propagação dos direitos humanos deve estar presente no interior das
escolas, evitando preconceitos e discriminações de qualquer ordem.
ATENCAO
34
TÓPICO 3 | SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
35
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
Ênfase no ensino
Ênfase na aprendizagem
Transmissão de conhecimentos
Desenvolvimento de competências
UNI
https://goo.gl/p7A1mW
36
TÓPICO 3 | SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
Agora você vai conhecer dois modelos de escolas que podem servir de
inspiração para que as escolas do sistema educacional brasileiro adaptem sua
organização e seu funcionamento em torno dos princípios da participação e do
desenvolvimento da autonomia dos alunos: a Escola da Ponte, em Portugal, e a
rede de escolas de educação infantil públicas de Reggio Emilia, na Itália. Ambas
se destacam internacionalmente pelos seus projetos pedagógicos diferenciados e
de vanguarda.
37
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
38
TÓPICO 3 | SENSIBILIZAR PARA A DEMOCRACIA E A PARTICIPAÇÃO
UNI
Leia o relato a seguir para ver como o conteúdo deste capítulo pode ser
aplicado ao cotidiano das escolas:
“Certa vez, ao visitar uma escola de educação infantil no papel de conselheiro municipal
de educação, percebi que, ao me deslocar pela escola com duas professoras, éramos
acompanhados por uma aluna. A criança constantemente chamava uma das professoras
que caminhava ao meu lado, porém era ignorada. Depois de assistir por mais de 10
vezes a aluna interpelar a professora sem receber atenção, eu questionei a professora
perguntando-lhe porque não respondia à criança. Ela me respondeu que a aluna passava
o dia todo assim. Refleti com essa professora sobre a necessidade de escutar e responder
às crianças desde a primeira infância, pois faz parte de seu processo de desenvolvimento
questionar e requerer atenção. Para que se formem cidadãos conscientes, autônomos e
críticos, precisamos ouvir e respeitar os alunos desde pequenos, pois todas essas vivências
são importantes para a produção de suas subjetividades”.
39
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sem autonomia você não seria capaz de perceber que hoje as pessoas são
conduzidas a viver de acordo com o estilo de vida produzido por uma
sociedade organizada pela lógica do capital, do consumo e da concorrência.
40
AUTOATIVIDADE
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 4
OS MOVIMENTOS SOCIAIS
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo, você vai ver que as mobilizações sociais em torno de
um objetivo comum a um grupo de pessoas não são organizações recentes. Na
verdade, a organização social em prol de uma causa é uma prática política antiga
e pode levar a situações extremas, como insurgências, revoltas e até revoluções.
As principais revoluções conhecidas se iniciaram a partir de um ideal e um
objetivo compartilhado por um grupo de pessoas.
Por isso, ao longo deste texto, você vai conhecer os aspectos históricos
da formação dos movimentos sociais. Também vai identificar as diferenças
entre as demandas dos movimentos sociais tradicionais e as demandas dos
novos movimentos sociais. Por fim, vai ver como os movimentos sociais e as
suas demandas por diálogo se relacionam com o Estado na busca por políticas
públicas que atendam às suas necessidades.
43
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
44
TÓPICO 4 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
45
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
ATENCAO
46
TÓPICO 4 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
48
TÓPICO 4 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
49
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
50
TÓPICO 4 | OS MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
51
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os movimentos sociais são hoje uma das formas mais comuns de mobilização
para a visibilidade de demandas sociais específicas.
52
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Pauta e assunto.
b) ( ) Partido e pauta.
c) ( ) Agenda e pauta.
d) ( ) Agenda e assunto.
e) ( ) Assunto e agenda.
a) ( ) Líderes.
b) ( ) Motivadores.
c) ( ) Apoiadores.
d) ( ) Atores.
e) ( ) Contestadores.
53
54
UNIDADE 1
TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Os movimentos sociais existem desde os tempos de colônia no Brasil,
o qual é marcado por lutas e movimentos contra a dominação, a exploração
econômica, a exclusão social e, atualmente, a política, a corrupção, a falta de
ética dos políticos, entre outros problemas que o país vem enfrentando. Eles
contribuíram e vêm contribuindo para a conquista e a manutenção de direitos e
espaços de participação social, fortalecendo a cidadania e a democracia brasileira.
55
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
56
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
DICAS
ATENCAO
57
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
58
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
UNI
59
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
60
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
DICAS
61
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
62
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
UNI
UNI
63
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
UNI
O período entre 1945 e 1964 ficou marcado na história como regime político
populista, sendo propício para o surgimento de lutas e movimentos sociais. A
redemocratização do país, o desenvolvimento de um cenário internacional da
sociedade de consumo e a política da guerra abrem espaços propícios a projetos
que visavam ao desenvolvimento nacional, nos quais criam-se condições para a
instalação de indústrias multinacionais no país; são desenvolvidas políticas para
o setor de energia, em que a Petrobrás é criada e estradas, silos, armazéns, portos
e usinas hidrelétricas são patrocinados pelo Estado; e são inauguradas Brasília
e as primeiras fábricas de automóveis. Surge também um novo setor da classe
operária no ABCD paulista, os metalúrgicos, e há um crescimento do movimento
operário com certa autonomia e liberdade, possibilitada pela Constituição Liberal
em vigor até 1964 (GOHN, 2000; LEMOS; FACEIRA, 2015).
64
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
UNI
UNI
UNI
DICAS
66
TÓPICO 5 | TRAJETÓRIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS NO BRASIL
DICAS
UNI
67
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu que:
68
AUTOATIVIDADE
Como são chamados os movimentos que visam retomar uma situação que
existia anteriormente ou impedir que reivindicações de grupos sociais
opostos se mantenham?
a) ( ) Burocráticos.
b) ( ) Revolucinários.
c) ( ) Reformistas.
d) ( ) Radicais.
e) ( ) Conservadores.
a) ( ) Crise.
b) ( ) Avanço.
c) ( ) Eliminação.
d) ( ) Retrocesso.
e) ( ) Revolta.
69
70
UNIDADE 1
TÓPICO 6
1 INTRODUÇÃO
Nesse excerto de texto de Smart mobs, Howard Rheingold (2003)
descreve um novo fenômeno no qual estranhos ligados por aparelhos de
comunicação móvel convergem espontaneamente para atingir determinada
meta. Rheingold, uma autoridade reconhecida no tocante às implicações sociais
das novas tecnologias, identificou um comportamento social que está surgindo.
Pode-se esperar esses efeitos não previstos. Geralmente, as novas tecnologias
não podem evitar a mudança da maneira como as pessoas vivem as suas vidas e,
por extensão, a evolução da sua cultura e sociedade. A invenção do computador
pessoal e a sua integração na vida cotidiana das pessoas são um outro exemplo
da mudança social que em geral se segue à introdução de uma nova tecnologia.
71
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
2 MOVIMENTOS SOCIAIS
Embora fatores como meio ambiente físico, população, tecnologia e
desigualdade social sirvam como fontes de mudança, é o esforço coletivo das
pessoas, organizado em movimentos sociais, que leva definitivamente a transfor-
mações. Os sociólogos utilizam a expressão movimento social para se referir às
atividades coletivas organizadas para efetuar ou enfrentar as mudanças básicas
em um grupo ou uma sociedade existente (BENFORD, 1992). Herbert Blumer
(1955, p. 19) reconheceu a importância especial dos movimentos sociais quando os
definiu como “empreendimentos coletivos para definir uma nova ordem de vida”.
72
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
“Ei, Bush/ Quem luta as suas guerras?/ Só as minorias e os pobres!” Os alunos do ensino
médio de Los Angeles protestam contra a guerra no Iraque fazendo uma demonstração de
apoio aos trabalhadores em greve de um supermercado em Eagle Rock, Califórnia. Na sua
demonstração contra a guerra e a favor de práticas trabalhistas justas, o grupo, denominado
“As Animadoras de Torcida Adolescentes Radicais”, ilustra a teoria da privação relativa dos
movimentos sociais.
73
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
3 PRIVAÇÃO RELATIVA
Os membros de uma sociedade que se sentem frustrados e descontentes
com as condições sociais e econômicas não estão necessariamente, do ponto de
vista objetivo, em uma situação ruim. Os cientistas sociais há tempos reconhecem
que o mais importante é como as pessoas percebem a sua situação. Como assinalou
Karl Marx, a miséria dos trabalhadores foi importante para que percebessem a
opressão que sofriam, tendo em vista a sua posição em relação à classe capitalista
dominante (MARX E ENGELS [1847] 1955).
74
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
4 MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS
É preciso mais do que desejo para dar início a um movimento social. Ter
dinheiro, influência política, acesso aos meios de comunicação e pessoal ajuda.
A expressão mobilização de recursos se refere às maneiras como um movimento
social utiliza esses recursos. O êxito de um movimento por mudanças depende
em grande parte de seus recursos e de quão eficazmente ele os utiliza (ver
também Gamson, 1989; Staggenborg, 1989a, 1989b).
75
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
A reforma agrária está em processo no País e seus resultados até agora não têm
sido promissores, já que as famílias assentadas produzem muito pouco por
falta de instrumentos de trabalho, insumos básicos e, muitas vezes, por falta de
conhecimento porque o recrutamento dos membros do MST admite desempre-
gados das cidades e não apenas aqueles com tradição no – ou originalmente do
– trabalho rural.
76
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
77
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
Abordagem Ênfase
Abordagem da privação relativa O s m ov i m e n to s s o c i a i s tê m g ra n d e
probabilidade de surgir quando as expectativas
crescentes são frustradas.
Abordagem da mobilização de recursos O êxito dos movimentos sociais depende de
quais recursos estão disponíveis e de quão
eficazmente são utilizados.
78
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
8 TEORIA EVOLUCIONISTA
O trabalho pioneiro de Charles Darwin (1809-1882) a respeito da
evolução biológica contribuiu para as teorias sobre mudanças sociais do século
XIX. A abordagem de Darwin enfatiza uma progressão contínua de formas de
vida sucessivas. Por exemplo, os seres humanos apareceram depois dos répteis
na evolução e representam uma forma de vida mais complexa. Na busca de uma
analogia com esse modelo biológico, os teóricos sociais deram origem à teoria
evolucionista, na qual a sociedade é vista como caminhando em uma direção
definida. Os primeiros teóricos evolucionistas concordavam que a sociedade
estava progredindo inevitavelmente para um estado mais elevado. Como era de
se esperar, concluíram, à moda etnocêntrica, que seus próprios comportamento e
cultura eram mais avançados do que das civilizações anteriores.
79
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
9 TEORIA FUNCIONALISTA
Como os sociólogos funcionalistas se concentram naquilo que mantém um
sistema e não no que o muda, aparentemente contribuem pouco para o estudo
das mudanças sociais. Entretanto, como demonstra o trabalho do sociólogo
Talcott Parsons, os funcionalistas fizeram uma contribuição singular para essa
área da investigação sociológica.
80
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
Desde 1990, golfistas negros, como Tiger Woods, vêm sendo bem recebidos nos campos
de golfe particulares mais exclusivos. A sua aceitação em enclaves antes exclusivamente
de brancos, como o Augusta National Golf Club, sede do Torneio de Veteranos, ilustra o
processo de inclusão descrito por Talcott Parsons. No entanto, esse processo está longe da
conclusão. As mulheres ainda são impedidas de fazer parte do Augusta National e outros
clubes de elite, independentemente de quão ricas ou bem-sucedidas sejam.
10 TEORIA DO CONFLITO
A perspectiva funcionalista minimiza a importância da mudança,
enfatiza a persistência da vida social e vê a mudança como uma forma de manter
o equilíbrio de uma sociedade. Opostamente, os teóricos do conflito argumentam
que as instituições e práticas sociais persistem porque grupos poderosos têm a
capacidade de manter o status quo. A mudança tem uma importância crucial, já
que é necessária para corrigir injustiças e desigualdades sociais.
81
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
82
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
A queda do regime totalitário de Saddam Hussein no Iraque, em 2003, foi uma das várias
mudanças de regime que ocorreram no início do século XXI. Em uma sociedade global, essas
mudanças afetam as pessoas no mundo todo e não em apenas um país.
83
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
84
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
85
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
14 RESISTÊNCIA À TECNOLOGIA
Inovações tecnológicas são exemplos de mudanças na cultura material
que provocam resistência.
UNI
Em Londres, uma mulher de telefone celular caminha por uma linha de cabines telefônicas
obsoletas recicladas como arte ambiental. No mundo todo, as mudanças tecnológicas
derrubaram os canais de comunicação estabelecidos, alterando as interações sociais
cotidianas das pessoas no processo.
86
TÓPICO 6 | CIDADANIA E MOVIMENTOS SOCIAIS
87
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
15 A TECNOLOGIA E O FUTURO
Tecnologia é um conjunto de informações culturais sobre como utilizar
os recursos materiais do meio ambiente para satisfazer as necessidades e os
desejos humanos. Os avanços tecnológicos – o avião, o carro, a televisão, a
bomba atômica e, mais recentemente, o computador, o fax e o telefone celular
– provocaram mudanças extraordinárias em nossa cultura, nossos padrões de
socialização, nossas instituições sociais e nossas interações sociais cotidianas.
As inovações tecnológicas, na verdade, estão surgindo e sendo aceitas a uma
velocidade incrível.
15.1 INFORMÁTICA
A década passada foi testemunha de uma explosão de informática nos
Estados Unidos e em todo o mundo. Os seus efeitos são particularmente dignos
de nota no tocante à Internet, a maior rede de computadores do mundo. Estimou-
se que em 2005 a Internet atingiria 1,1 bilhão de usuários de computador, contra
apenas 50 milhões em 1996 (GLOBAL REACH, 2004).
88
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu que:
• É preciso mais do que desejo para dar início a um movimento social. Ter
dinheiro, influência política, acesso aos meios de comunicação e pessoal ajuda.
89
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Interação social.
b) ( ) Mobilidade lateral.
c) ( ) Movimento social.
d) ( ) Princípio preventivo.
e) ( ) Movimento de acomodação urbana.
90
UNIDADE 1
TÓPICO 7
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos o conceito de Estado, sociedade e direitos
humanos; a história e a evolução dos direitos humanos no Brasil; e o papel dos
movimentos sociais em defesa dos direitos humanos.
2.1 ESTADO
O Estado é uma organização social soberana que possui poder supremo
sobre os indivíduos em uma sociedade, tendo legitimidade para exercê-
lo, inclusive com a força física, se necessária for. Dessa forma, entende-se
que somente as organizações estatais são reconhecidas pelo povo para ditar
regras que todos devem seguir e possuem autoridade e poder para regular o
funcionamento da sociedade em um território. O exercício do poder ao qual
se refere é a capacidade de o Estado influenciar a ação e o comportamento das
pessoas, de forma decisiva. Apesar das características citadas, definir Estado não
é fácil, uma vez que na ciência política sua definição ainda é imprecisa, levando
as pessoas a confundirem Estado com governo, país, regime político ou sistema
econômico.
91
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
ATENCAO
2.2 SOCIEDADE
A sociedade pode ser caracterizada por um grupo de pessoas que
compartilham a mesma cultura e as tradições e se localizam no mesmo tempo e
espaço. Todo homem está concentrado na sociedade em que está inserido, sendo
influenciado por ela em sua formação como indivíduo. A sociedade humana
surgiu com a finalidade de atender as suas necessidades, pois desde os primórdios
o ser humano precisa de ajuda para sobreviver e tem a tendência e a necessidade
de viver em grupo para se desenvolver, o que faz a sociedade ser considerada
uma rede de relações entre indivíduos, grupos sociais e organizações. Essas
relações são chamadas de relações sociais, a base da existência da sociedade,
a qual é construída diariamente por meio da organização social e da parti-
cipação individual, que definem, de forma ativa, o seu modelo de referência para
determinado grupo de pessoas.
92
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
o Estado e suas políticas públicas. Não é fácil conceituar sociedade civil, uma vez
que ela possui grande diversidade de significados e é produto de uma construção
histórica, cultural, geográfica, social e política, sofrendo variações à medida que
mudam os autores, as épocas, os contextos históricos e as perspectivas políticas
que a influenciam e a enriquecem (LAVALLE, 1999; SCHOLTE, 2002).
93
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
UNI
https://goo.gl/uKU03U
94
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
• Promover uma gama de ações para todos os grupos sociais: isso significa que
os discursos dos direitos humanos devem ser objetivos e acessíveis a uma
diversidade de percepções e atrair grupos esquecidos e imperceptíveis como
proponentes das mudanças necessárias à justiça. Na sociedade civil nascem os
conflitos entre os pedidos por justiça, e discutir sobre os direitos humanos não
cria mecanismos para a resolução dessas questões. No entanto, enquanto se
discute, cria-se um espaço de interação e diálogo entre todos os envolvidos em
determinado problema, podendo, sim, se chegar à resolução de alguns deles.
• Tornar a injustiça pública: a sociedade civil contribui para a consolidação
dos direitos humanos quando leva a injustiça à esfera pública. Para que isso
seja possível, é preciso que a associação e o diálogo estejam abertos e com o
mínimo de intervenção. Dessa forma, os grupos que atuam em questões sobre
os direitos humanos tornam pública a injustiça ao defender mudanças ou
exercer pressão para que elas aconteçam. Essa pressão pode ocorrer por meio
do fornecimento de informações, educação para o público e outros grupos,
propondo políticas públicas e encaminhando ações legais.
• Proteger o espaço privado: os grupos de direitos humanos protegem o espaço
no qual os indivíduos se expressam e se desenvolvem quando buscam as
condições necessárias para essa ação, reforçando os limites de atuação do
Estado e do mercado.
• Intervir e interagir diretamente nos sistemas legais e políticos: hoje existem
muitas leis e políticas voltadas para os direitos humanos. No entanto,
essas normas apenas se efetivam de acordo com sua prática, refinamento e
aprovação, sendo validadas pela sociedade civil. Grupos de direitos humanos
participam de forma ativa nesse processo quando levam casos legais aos
tribunais, fornecem informações e dados essenciais para o refinamento das
políticas públicas e propõem novos mecanismos capazes de criar um sistema
que apoie os direitos humanos. Essa deve ser uma intervenção estratégica
focada na mudança de paradigma e na pressão sobre a política governamental,
para que seja mais consistente com o seu discurso.
• Promover a inovação social: a inovação social precisa ser factível, e o diálogo,
o feedback e os resultados devem estar abertos e serem justificáveis a diversas
perspectivas. A inovação social surge como uma resposta direta às injustiças
localizadas na sociedade civil. Os inovadores são os que possuem profunda
consciência, estão envolvidos com aqueles que são afetados pela injustiça
e, trabalhando com eles, experimentam e criam outras formas de encontrar
soluções.
95
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
96
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
97
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
• igualdade de gêneros;
• erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades sociais;
• promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, gênero, idade
ou cor;
• racismo como crime imprescritível;
• direito à saúde, à previdência, à assistência social, à educação, à cultura e ao
desporto;
• reconhecimento de crianças e adolescentes como pessoas em desenvolvimento;
• estabelecimento da política de proteção ao idoso, ao portador de deficiência e
aos diversos agrupamentos familiares;
• orientação de preservação da cultura indígena.
UNI
https://goo.gl/yzmb9w
98
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
DICAS
99
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
DICAS
100
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
101
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
A PARTICIPAÇÃO SOCIAL
CONSELHOS
102
TÓPICO 7 | MOVIMENTOS SOCIAIS E DIREITOS HUMANOS
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
OUVIDORIA PÚBLICA
103
UNIDADE 1 | PARTICIPAÇÃO SOCIAL E MOVIMENTOS SOCIAIS
FONTE: CLP. A Importância da participação social para a boa gestão pública. 2019. Disponível
em:https://www.clp.org.br/a-importancia-da-participacao-social-para-a-boa-gestao-publica-
mlg2/. Acesso em: 8 jan. 2020.
104
RESUMO DO TÓPICO 7
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Estado é uma organização social soberana que possui poder supremo sobre
os indivíduos em uma sociedade, tendo legitimidade para exercê-lo, inclusive
com a força física, se necessária for.
• O Estado tem três funções fundamentais, das quais decorrem todas as suas
ações:
o Legislativa: elabora as leis e o ordenamento jurídico, necessários à vida em
sociedade.
o Executiva: assegura que as leis sejam cumpridas.
o Judiciária: julga a adequação ou não dos atos particulares sob as leis
existentes.
• Todos possuem direitos, sem discriminação. Eles são garantidos por lei e
visam proteger os indivíduos e grupos contra quaisquer ações que possam
interferir no gozo das liberdades fundamentais e na dignidade humana.
CHAMADA
105
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Constituição Imperial.
b) ( ) Programa Nacional de Direitos Humanos.
c) ( ) Ato Institucional n.º 5.
d) ( ) Declaração Universal dos Direitos Humanos.
e) ( ) Constituição Cidadã.
106
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
107
108
UNIDADE 2
TÓPICO 1
JUSTIÇA MULTIPORTAS
1 INTRODUÇÃO
Como já apresentado, viver em sociedade exige o desenvolvimento de
capacidades para lidar com desentendimentos, conflitos de interesses e, quem
sabe, discórdias, visto que as pessoas são únicas, diferentes umas das outras e,
por isso mesmo, podem almejar coisas diferentes e dessas diferenças podem
surgir relações de conflitos. Para a resolução desses conflitos, são acionadas
diferentes formas de resolução, cada qual com suas especificidades.
Neste tópico, será apresentada a Justiça Multiportas, com o objetivo
de que outros métodos possam ser analisados e explorados, já que podem
apresentar soluções mais adequadas neste tempo de excessiva litigiosidade e
inseguranças jurídicas.
2 DEFINIÇÕES PRELIMINARES
A expressão multiportas é uma metáfora utilizada para figurar as
muitas portas de acesso à Justiça, de modo que, a partir da análise da demanda
apresentada, as pessoas envolvidas possam ser encaminhadas para a porta que
melhor atenda a sua necessidade: porta da justiça estatal, mediação, conciliação,
arbitragem.
109
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
3 COMPREENSÃO HISTÓRICA
Nas sociedades primitivas, quando haviam riscos para pessoas
envolvidas em conflitos, uma terceira pessoa, respeitada pela comunidade,
era incumbida de facilitar o consenso, para que não fosse necessário recorrer
à justiça pelas próprias mãos. Com esse dado, é possível dizer que os métodos
consensuais de solução de conflitos precederam a jurisdição estatal. Só mais
tarde foi consolidado o poder do Estado no surgimento do processo judicial, que
com o tempo mostrou todas as suas fraquezas.
110
TÓPICO 1 | JUSTIÇA MULTIPORTAS
Mesmo tendo predomínio, é possível citar pelo menos duas razões pelas
quais o excesso de judicialização é um problema no país. Primeiro, pelo aumento
das demandas judiciais, sendo que o Poder Judiciário não consegue sozinho
resolver os problemas das pessoas que o procuram diariamente. O resultado da
cultura do litígio é facilmente verificável: raramente se consegue obter a prestação
jurisdicional de maneira célere e justa ao mesmo tempo. Um segundo ponto diz
respeito à satisfação alcançada com a decisão de um juiz, já que nem sempre os
envolvidos ficam satisfeitos ou cumprem o que foi judicialmente determinado,
ou seja, além de não trazer a pacificação, a sentença formalizada em um longo
processo (na denominada fase de conhecimento), para ser cumprida, ainda passa
por outra nova e longa etapa até que seja efetivada (na denominada fase de
cumprimento de sentença).
NOTA
111
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
4 LEGISLAÇÃO RELACIONADA
Didaticamente, a par de outras tantas classificações e estudos doutrinários,
pode-se dizer que a legislação está subdivida em duas grandes categorias: o das
normas substantivas (direito material) e normas adjetivas (direito processual),
as quais convivem harmonicamente, na maioria das vezes, no mesmo texto
normativo, como é o caso do Código de Defesa do Consumidor.
DICAS
Boa leitura!
112
TÓPICO 1 | JUSTIÇA MULTIPORTAS
DICAS
113
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
114
TÓPICO 1 | JUSTIÇA MULTIPORTAS
DICAS
O sistema multiportas deixa de ser lugar onde apenas se julga para ser
um local de resolução de conflitos, cujas partes podem e devem sair satisfeitas
com o resultado para suas controvérsias. Quanto às vantagens do sistema
multiportas, é possível elencar:
115
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
116
AUTOATIVIDADE
( ) Certo.
( ) Errado.
2 Há uma cultura do litígio enraizada na sociedade, cuja tendência é resolver
os conflitos de forma adversarial. Nessas circunstâncias, os denominados
meios alternativos de resolução de conflitos apresentam especial
importância, na medida em que possuem os seguintes objetivos, EXCETO:
117
118
UNIDADE 2 TÓPICO 2
MEIOS HETEROCOMPOSITIVOS
1 INTRODUÇÃO
O método heterocompositivo, também chamado de impositivo, é aquele
que conta com juiz ou árbitro como terceiro imparcial para decidir de forma
impositiva a solução de um conflito. Através desse método, a vontade das partes
envolvidas em uma controvérsia é substituída pela decisão de uma terceira
pessoa, alheia ao conflito de interesses gerador da discórdia.
2 JURISDIÇÃO
Para falar em jurisdição, é necessário mencionar o Estado, visto que ela
constitui função típica do Estado em dirimir conflitos que lhe são apresentados,
quando da aplicação da lei. É entendida como a atividade e o poder do Estado
de aplicar as normas do ordenamento jurídico em relação ao caso concreto, seja
expressando autoritativamente o preceito, seja realizando efetivamente o que o
preceito estabelece.
119
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
É necessário ter sempre presente que a solução dada pelo juiz irá pôr fim
ao processo, mas não necessariamente à situação de litígio, que poderá perdurar
no tempo. Isso significa que a sentença pode acabar com a relação processual
entre as duas partes, determinando que um ganha e o outro perde, entretanto,
o desconforto gerado pelo conflito irá se manter, não sendo alcançado e saciado
por nenhuma decisão que provenha de uma terceira pessoa.
120
TÓPICO 2 | MEIOS HETEROCOMPOSITIVOS
formais, mas que devem ser observadas por quem bate à porta do Judiciário.
Essas regras e procedimentos são necessários para diminuir as inseguranças
jurídicas.
4 DEFINIÇÕES PRELIMINARES
Trata-se de método de resolução de conflitos sem a participação do
Poder Judiciário. No Brasil, é regido pela Lei nº 9.307/96, abrangendo direitos
patrimoniais disponíveis, seja em relação a conflitos de interesses pessoais de
pequena monta, como também grandes controvérsias empresariais ou estatais,
desde que não estejam restritos pela legislação.
122
TÓPICO 2 | MEIOS HETEROCOMPOSITIVOS
5 PRINCÍPIOS E PROCEDIMENTO
A arbitragem é orientada pelos seguintes princípios:
123
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
E
IMPORTANT
FONTE:<http://www.dispute-resolution-hamburg.com/pt/arbitragem/o-que-e-
arbitragem/>. Acesso em: 12 dez. 2019.
6 ARBITRO
A pessoa que se propõe a atuar como árbitro necessariamente precisa ter
mais que 18 anos, ter discernimento e condições de expressar sua vontade e ter a
confiança das pessoas envolvidas no conflito. O árbitro não precisa ser advogado,
mas é bom que tenha conhecimentos sobre direito, já que a arbitragem envolve o
uso de muitos conceitos legais.
Assim como o juiz, o árbitro não pode ser amigo ou parente das partes,
nem trabalhar para elas ou ter algum interesse pessoal no julgamento da causa.
Segundo a lei, o árbitro deve ser independente e imparcial.
124
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
125
AUTOATIVIDADE
126
( ) Somente as alternativas I e II estão corretas.
( ) Somente as alternativas I e III estão corretas.
( ) Somente alternativas II e III estão corretas.
( ) Todas estão correta
( ) Todas estão erradas
127
128
UNIDADE 2 TÓPICO 3
MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
1 INTRODUÇÃO
O Brasil caminha em passos ainda lentos para mudanças dos paradigmas
relacionados à forma como lida com conflitos. A cultura litigiosa mostra-
se enraizada no íntimo das pessoas, sendo que, mesmo em suas residências
ou comunidades, ainda parece prevalecer a Lei de Talião com a sua famosa
expressão “olho por olho, dente por dente”.
129
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
2 LEGISLAÇÃO RELACIONADA
A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça e o Código de
Processo Civil de 2015 representam um marco no direito brasileiro por viabilizar
a construção de um processo civil e sistema de justiça multiportas, que indicam
o método ou técnica mais adequada para a solução de conflitos. Espera-se que
o Judiciário se constitua em um espaço de resolução de disputas, local onde os
envolvidos em conflitos possam sair satisfeitos com o resultado.
DICAS
130
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
3 NEGOCIAÇÃO
A negociação é o meio mais simples, rápido, básico e elementar para
a resolução de controvérsias. As pessoas negociam o tempo todo, em casa, no
trabalho, com amigos e nos mais diferentes espaços por onde andam e vivem,
porque é uma forma básica de conseguir o que se quer dos outros. Ela pode
ser entendida como uma atividade na qual duas ou mais partes, tentam criar
um acordo que resolva o conflito estabelecido entre eles, de forma diferente de
recorrer à força ou à decisão de um terceiro.
NOTA
131
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
É possível afirmar que cada vez que duas ou mais pessoas trocam
ideias com o intuito de modificar suas relações, cada vez que chegam a um
acordo, estão negociando. A negociação depende da comunicação e ocorre
entre pessoas que representam a si ou a grupos organizados. O destaque desse
conceito está na troca de ideias com o objetivo de comprometer as relações com
o outro visando acordo.
132
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
concebida para chegar a um acordo, quando você e o outro lado têm alguns
interesses em comum e outros opostos” (FISHER; URY; PATTON, 2005, p. 15).
Uma das máximas desse método é criar valor antes de distribuir tais
valores entre os envolvidos no processo de negociação. Siouf Filho (2012)
apresenta a imagem de um bolo e afirma que se deve aumentar o bolo para só
então cortá-lo e distribuí-lo. Assim, para o autor, quanto maior o bolo, maior a
possibilidade de satisfação entre os participantes e maior a chance de se chegar a
um acordo.
NOTA
133
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
NOTA
134
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
135
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
136
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
3.4 O NEGOCIADOR
A teoria de Harvard apresenta a figura do negociador como uma pessoa
cooperativa, que atua baseada em princípios que buscam o ganha-ganha em vez
da preocupação em vencer no enfoque ganha-perde. O negociador ganha-ganha
busca possibilidades de soluções criativas que agreguem valor às questões e que
favoreçam a manutenção de relacionamentos.
4 CONCILIAÇÃO
A Lei federal nº 7.244/84 foi a grande impulsionadora para a projeção da
conciliação como forma autocompositiva de resolução de conflitos. A Lei rompeu
paradigmas ao introduzir no cenário jurídico nacional propostas de pacificação
social, deu ênfase à conciliação e criou a figura do conciliador como facilitador
na resolução de conflitos. Essa lei foi substituída pela Lei nº 9.099/95, que dispõe
sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, definindo critérios para a criação
de um espaço formal para a atuação do conciliador.
137
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
1973 Código de Processo Civil Artigos 125, IV, 269, III, 277 e outros.
2001 Lei dos Juizados Especiais Federais Lei nº 10.259, de 12 de julho de 2001.
138
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
FONTE: A autora
4.2 PROCEDIMENTO
Na conciliação, é esperado que o terceiro – conciliador -– interfira no
processo da discussão, sugerindo um possível acordo e apontando possíveis
soluções. Esse parecer é dado a partir de uma avaliação criteriosa das vantagens
e desvantagens para cada um dos envolvidos, que podem ou não acatar as
sugestões recebidas.
139
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
NOTA
• Etapa da Abertura
• Etapa Esclarecimento
140
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
A terceira etapa pressupõe a criação de opções que pode se dar por uma
sugestão apresentada pelo conciliador ou mesmo propostas construídas pelos
envolvidos para a solução do conflito. O foco, segundo Tavares Filho e Tavares
(2016, p. 350) “é o incentivo à criatividade das partes, na busca da solução da
disputa, tendo em vista que quanto mais propostas forem discutidas, maiores as
perspectivas de uma decisão consistente”.
Os autores Tavares Filho e Tavares incluem uma outra etapa, antes
da etapa final, chamada por eles de avaliação e escolha das opções de
solução.
• Acordo
o forma escrita;
o redigido na presença das partes, advogados e conciliador;
o modo simples, claro, preciso;
o fazer constar exatamente o que ficou combinado;
o ter o tratamento jurídico necessário;
o deixar assinalado quem vai fazer o quê, porquê, quando, como, onde e
quando.
4.3 TÉCNICAS
Vamos apresentar as técnicas de conciliação descritas por Tavares Filho
e Tavares (2016). Estas técnicas também são utilizadas em outros métodos de
solução de conflitos, como a mediação e negociação. Cabe ao conciliador decidir
pela melhor técnica em resposta ao que busca resolver.
141
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
E
IMPORTANT
142
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
FONTE: TAKAHASHI et al. Manual de Mediação e Conciliação da Justiça Federal. 2019. Disponível
em: https://www.cjf.jus.br/cjf/corregedoria-da-justica-federal/centro-de-estudos-judiciarios-1/
publicacoes-1/outras-publicacoes/manual-de-mediacao-e-conciliacao-na-jf-versao-online.pdf.
Acesso em: 12 dez. 2019.
143
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
5 MEDIAÇÃO
Mediar é uma estratégia de resolução de conflitos que viabiliza a
compreensão dos problemas na perspectiva de cultura de paz, permitindo aos
envolvidos a construção de decisões que melhor lhes favoreçam. A mediação
avança não somente no Judiciário, mas na resolução de conflitos em ambientes
escolares, prisões, empresas, comunidades e em muitos espaços que lidam com
relacionamentos sociais. Esta estratégia oferece alternativas às propostas de
judicialização dos conflitos, tão vigentes em nossa sociedade.
A mediação também pode ser definida como uma negociação que tem um
terceiro como facilitador, por meio da qual pessoas em disputa, ou que podem
se colocar em situação de disputa, são auxiliadas por uma terceira pessoa a
construir alternativas autocompositivas. A proposta investe na ideia de mobilizar
os envolvidos a compreender suas próprias posições quanto as da outra parte e,
assim, possam criar uma nova.
144
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
E
IMPORTANT
(MOLINARI, 2015)
Para definir a pessoa do mediador, Vezzulla (1998) refere que uma das
formas mais efetivas é dizer o que ele não é. O mediador não é um juiz, pois
não cabe a ele julgar, tampouco dar vereditos. O mediador não é um negociador,
cujo interesse direto é o resultado, visto que o sucesso da mediação não está
atrelado ao fato dos mediandos chegarem a um acordo. Também não é um
árbitro que emite laudos e decisões. O mediador é um terceiro que atua, como já
foi assinalado, de forma neutra e conduz sem decidir. Ainda, segundo Vezzulla
(1998), o mediador é como o marisco que fica na pior das posições, entre o mar
e a rocha. Mediador é como a parteira, que ajuda a dar à luz aos reais interesses
dos envolvidos.
145
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
147
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
Princípios Regras
Confidencialidade Informações
Validação
FONTE: A autora
148
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
5.6 PROCEDIMENTOS
Com base no Manual de Mediação Judicial, elaborado pelo Conselho
Nacional de Justiça, o processo de mediação inicia com a Sessão de Abertura
ou Declaração de Abertura. Essa sessão tem como propósito informar às partes
sobre o processo de mediação, realizar combinações sobre a importância do
estabelecimento de um tom cordial para o debate das questões e explicitar as
expectativas quanto aos resultados do processo que irá iniciar. É importante e
necessário que o mediador possa ganhar a confiança das partes.
149
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
150
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
151
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
DICAS
152
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Tania Almeida
153
UNIDADE 2 | OS MEIOS QUE COMPÕEM O SISTEMA DE JUSTIÇA MULTIPORTAS
154
TÓPICO 3 | MEIOS AUTOCOMPOSITIVOS
FONTE: ALMEIDA, T. As bases teóricas do rito da Mediação e de suas técnicas. [s.d.] https://www.
cnj.jus.br/wp-content/uploads/2011/02/Artigo%20Tania-86_Dez-31_Mediacao_de_Conflitos_Um_
meio_de_prevencao_e_resolucao_de_controversias_em_sintonia_com.pdf. Acesso em: 12 dez.
2019.
CHAMADA
155
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
156
AUTOATIVIDADE
2 Deve o mediador despender o mesmo tempo e energia com cada uma das
partes?
a) ( ) Sempre.
b) ( ) Sempre que possível deve ser concedido o mesmo tempo a cada uma
das partes.
c) ( ) É indiferente, nunca poderá ser o mesmo.
d) ( ) O mediador é quem conduz o processo e aplica nele as competências e
energias que forem necessárias.
a) ( ) Autoridade
b) ( ) Clarividência
c) ( ) Neutralidade
d) ( ) Compaixão
157
158
UNIDADE 3
PROCESSOS DE MEDIAÇÃO:
MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
E COMUNITÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar o papel social das escolas e meios adequados para lidar com os
conflitos que se expressam neste contexto;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
159
160
UNIDADE 3
TÓPICO 1
MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
1 INTRODUÇÃO
Famílias “normais” têm problemas e cotidianamente se esforçam para sua
superação, sendo que algumas delas precisam de ajuda quando não conseguem
superar desafios sozinhas. Famílias que vivenciam mudanças importantes na sua
composição, como é o caso de separação, recasamentos, cuidado de familiares
doentes ou idosos, podem demandar auxílio para definição de aspectos da
dinâmica de suas relações. Definições sobre quem cuida de quem, quando
cuida e a participação financeira são alguns dos aspectos que historicamente são
decididos em espaços do judiciário.
161
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
162
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
(MILTON NASCIMENTO)
E é justamente por isso que Vezzulla (2018) chama a atenção para o fato
de que não existe um conceito que sirva única e exclusivamente para família,
ele entende família como todos aqueles que se apresentam como família. Tal
compreensão está diretamente vinculada à percepção dos avanços da cultura
humana. Vezzulla (2018) diz que, de alguma maneira, sentimentos de união,
163
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
164
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
“É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem”.
(ELIS REGINA)
significa dizer que ela também muda, mas segue com a função de manter
algum nível de proteção para seus membros, porque a condição neotênica
do ser humano faz com que ele necessite de cuidados, e a família, a menor
unidade da sociedade, é que tem oferecido o dito cuidado, independentemente
da configuração de como se organiza.
DICAS
166
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
167
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
Essa divisão está tão presente no imaginário social que ainda nos
surpreendemos quando mães referem que seus filhos ficarão melhor atendidos
pelo pai, ou mães que decidem priorizar trabalho e ascensão profissional.
168
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
Cada divórcio é particular, assim como são únicas as pessoas que se separam.
Entretanto, é possível assinalar padrões gerais sobre essa transição e como as pessoas
lidam com o processo. Em um sentido amplo, é possível referir três fases de transição
pelas quais passam as pessoas envolvidas no divórcio: A primeira compreende o
primeiro ano após a separação, conformando um período de caos, confusão e crise;
a segunda, o realinhamento, caracteriza-se por ser uma fase de transição, em que
as questões econômicas, sociais e extrafamiliares vão sendo reorganizadas entre o
segundo e terceiro ano após a separação; a fase da estabilização, na qual se poderia
dizer que, com efeito, há uma reorganização do sistema familiar.
Quanto à fase do luto, ela diz respeito a tudo que poderia ter sido. Saber
que o casamento acabou e aceitar que não voltará mais com a mesma pessoa é
um processo realmente difícil. Significa a perda de algo importante que esteve
presente na vida dos envolvidos. A fase da negação é representada por tentativas
de recuperar o relacionamento, mesmo sabendo que tudo já acabou. Acaba
sendo uma forma inconsciente dos envolvidos de se protegerem, de negarem,
então, o que está acontecendo. A próxima é referida como a fase do rancor,
pois existe um sentimento de rancor experienciada por ele próprio, pelo outro
e pelo mundo em geral. Sentimentos de injustiça, raiva e culpa são acionados
em uma tentativa de diminuição da ansiedade para encontrar justificativas do
término da relação. Na fase seguinte, a negociação, é evidenciado o fato de que o
casamento é um contrato. Dessa forma, os envolvidos aceitam que o contrato que
fizeram foi quebrado, e as cláusulas não foram respeitadas por ambos ou talvez
tenham simplesmente expirado. Outra fase pela qual os envolvidos passam é a
vergonha, na qual o sentimento de incompetência e frustração aparecem muito
forte. Por fim, há a fase da celebração, quando é possível visualizar uma nova
vida pela frente. Quando todas as fases do divórcio foram superadas, a aceitação
real aparece, o que pode oferecer à pessoa um sentimento de satisfação.
5.1 DIVÓRCIO
A experiência de passar por um divórcio é sempre complexa, pois
envolve conflitos, rupturas e mudanças que repercutem em todo o sistema
familiar. A forma como o divórcio é entendido e conduzido pode produzir
resultados positivos ou negativos aos membros da família, o que está diretamente
relacionado ao comportamento do ex-casal.
Pelo artigo 1632 do Código Civil, a separação ou divórcio não pode alterar
a relação entre pais e filhos, e a guarda das crianças deve ficar com o cônjuge que
tiver melhores condições de criá-los, independente de gênero.
Segundo Chaves (2019, p.1), existem três tipos de guarda no Brasil:
guarda unilateral, guarda alternada e guarda compartilhada.
170
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
171
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
E
IMPORTANT
O mediador não busca quem está certo ou errado. Ele acolhe, reconhece e
legitima as duas partes envolvidas no conflito.
173
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
Não é bom que os filhos sejam usados para dirimir questões dos pais. O
que o mediador faz para que isso não aconteça é resgatar os filhos pelos filhos,
e não pelos pais. A emancipação que se busca na mediação não acontece se os
mediandos continuarem a considerar os filhos como seus auxiliares.
174
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
175
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
SÍMBOLOS DO GENOGRAMA
Principais Símbolos do Genograma
Animal
?
Criança
Homem Mulher Genero Gravidez Aborto Aborto Morte Gêmeos Gêmeos idênticos
Desconhecido Adotada Natural
Esse instrumento pode ser utilizado para a coleta de dados dos diferentes
membros da família e dos relacionamentos entre eles. Também pode ser
utilizado para coletar dados sobre problemas que afligem os envolvidos e o
enfrentamentos desses problemas.
9 MEDIABILIDADE
O entendimento de mediabilidade diz respeito às características de
determinada situação ser passível ou não de encaminhamento para a mediação.
Mesmo que a mediação possa ser utilizada para uma grande quantidade de
situações, existem umas que não são passíveis de encaminhamento, como os
casos que envolvem violência doméstica, por exemplo.
176
TÓPICO 1 | MEDIAÇÃO FAMÍLIAR
DICAS
DICAS
FONTE: Relatos selvagens. Direção: Damián Szifron. Baueri: Warner Bros, 2014
177
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• No divórcio, podem ser identificadas três fases de transição pelas quais passam
os envolvidos: período de caos, confusão e crise, fase de realinhamento e fase
de estabilização, compreendidos através de seis momentos: luto, negação,
rancor, negociação, vergonha e celebração.
• São temas para a mediação familiar: divórcio, pensão alimentícia dos filhos,
guarda e parentalidade, cuidado de idosos doentes, reconhecimento de
parentalidade, entre outros.
a) ( ) Círculo dinâmico.
b) ( ) Escola de pais.
c) ( ) Psicoterapia breve.
d) ( ) Mediação familiar.
e) ( ) Constelação familiar.
179
180
UNIDADE 3
TÓPICO 2
MEDIAÇÃO ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
O ambiente escolar é palco das mais diferentes relações sociais e, portanto,
bastante propício a manifestações de conflito. Em conversas cotidianas, notícias
de jornais e revistas, bem como em pesquisas acadêmicas, é comum ouvir que
o maior problema do Brasil é a educação, sendo que a pauta de discussão é o
contexto escolar e como se estrutura a educação em valores no país.
2 ESPACO ESCOLAR
A escola é pensada tanto como espaço de apreensão de conhecimentos
quanto como espaço onde se adquire e solidifica valores. Também é reconhecida
como um espaço em que é possível desenvolver a capacidade de autonomia,
responsabilidade e comunicação, de forma a construir relações abertas e
saudáveis baseadas no reconhecimento e compreensão do outro.
A ideia de escola está diretamente relacionada à educação. Para Ovejero
e Rodriguez (2005), o objetivo principal da educação é possibilitar a formação
de pessoas competentes socialmente, que possam sentir-se valorizadas como
pessoas e, ao mesmo tempo, possam contribuir para o desenvolvimento
humanizado de outras pessoas.
A educação, como a vejo, é uma atenção à diferença e um processo
de produção da diferença. A pergunta pela educação é uma pergunta
pelo outro. Transformar a educação não é outra coisa senão uma
alteração do modo como vejo o outro, não requer outra coisa do que
uma firme vontade de se arriscar a pensar de outro modo minha
relação como os outros, que não deixa de ser uma forma de arriscar-
se a pensar de outro modo a mesmidade. Metamorfose? No fundo,
sim. Educar é ajudar ao outro em um permanente processo de
metamorfose (WARAT, 2003, p. 35).
181
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
Isso significa que não é expectativa e que não se trabalha para que não
existam conflitos ou litígios nas escolas, pois esses são intrínsecos à essência
humana e constituem elementos do desenvolvimento. Como já foi dito, as escolas
são, por excelência, espaço de diversidade, local de pluralidade de opiniões,
divergências de perspectivas e, portanto, local que tem por desafio encontrar
estratégias e técnicas apropriadas para lidar com os conflitos. Em abril de 2014,
183
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
FONTE: A autora
184
TÓPICO 2 | MEDIAÇÃO ESCOLAR
de potenciar a criatividade com uma base realista; e (x) crença nas próprias
possibilidades e nas da outra parte.
185
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
186
TÓPICO 2 | MEDIAÇÃO ESCOLAR
187
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
NTE
INTERESSA
188
TÓPICO 2 | MEDIAÇÃO ESCOLAR
189
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
5.3 SENSIBILIZAÇÃO
Como já foi assinalado, a Mediação Escolar não tem como único objetivo
capacitar alunos para mediar conflitos. Um dos grandes objetivos é viabilizar
que o ambiente escolar introduza esforços para a construção de uma cultura de
paz através da resolução adequada de conflitos.
190
TÓPICO 2 | MEDIAÇÃO ESCOLAR
5.5 INSTITUCIONALIZAÇÃO
Após concluída a etapa da capacitação e certificado que os alunos
desenvolveram habilidades e competências para o enfrentamento de situações
reais, a institucionalização da prática de mediação deve acontecer. A divulgação
do início das práticas de mediação pode acontecer através de cartazes ou flyers
ou mesmo pelos próprios alunos capacitados. Estes podem passar nas salas de
aula para apresentar e divulgar a proposta.
UNI
FONTE: CLIP-ART
191
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
E
IMPORTANT
192
RESUMO DO TÓPICO 2
• Mediação escolar é uma nova abordagem que vem se inserindo nos contextos
das instituições de ensino, visto serem ambientes que acolhem relações sociais
diversas e, portanto, propícias à eclosão de conflitos.
193
AUTOATIVIDADE
194
UNIDADE 3
TÓPICO 3
MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
1 INTRODUÇÃO
O tempo da mediação é o tempo da sensibilidade, o tempo do amor, é
o tempo da espera do momento certo, do instante propicio para agir,
para assim então resolver a crise (WARAT, 2004).
195
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
196
TÓPICO 3 | MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
3 PERSPECTIVA CONCEITUAL
A mediação comunitária tem natureza democrática e tem por base o
sentimento de inclusão social, tendo em vista que procura prevenir e resolver
conflitos de maneira pacífica sempre por meio do diálogo. Dessa forma, ela
não é apenas uma alternativa de resolução de conflitos, mas instrumento
de fortalecimento democrático já que oferece aos cidadãos o sentimento de
inclusão social. Segundo Sales, Lima e Alencar (2008), quando as soluções
são construídas pelas próprias partes é incentivada uma perspectiva de
conscientização para a paz.
197
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
198
TÓPICO 3 | MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
dos fatores que envolvem o problema e a pensar nas possíveis formas de solução
que contemplem os interesses e necessidades das partes envolvidas. O terceiro
eixo de atividades envolve atores da comunidade na mobilização popular e
criação de redes solidárias para o mapeamento e o reconhecimento tanto das
dificuldades quanto dos recursos que a comunidade pode oferecer.
199
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
ATENCAO
200
TÓPICO 3 | MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
201
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
202
TÓPICO 3 | MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
[...] O que se pedia aos mediadores cidadãos? Deve ser, por sua
presença, sua colhida, sua escuta, alguém que permitira avançar no
tratamento do problema – no qual não vê a decisão tomar – que existe
com outro, na sua família, na empresa, no bairro [...] O mediador deve
zelar pela privacidade do que é tratado dentro do espaço, deve ser
neutro e imparcial, não podendo sentenciar, nem indicar uma “saída”,
deve acima de tudo, deixar que as partes conflitantes resolvam seu
conflito (SPENGLER, 2010. p. 323-324).
ATENCAO
203
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
LEITURA COMPLEMENTAR
204
TÓPICO 3 | MEDIAÇÃO COMUNITÁRIA
205
UNIDADE 3 | PROCESSOS DE MEDIAÇÃO: MEDIAÇÃO FAMILIAR, ESCOLAR
FONTE: SALES, L. M. de M.; ALENCAR, E. C. O. de. Mediação de conflitos escolares – uma proposta
para a construção de uma nova mentalidade nas escolas: algumas experiências em mediação
escolar. Pensar Revista de Ciência Jurídica, Fortaleza, v. 9, n. 1, p. 89-96, fev. 2004. Disponível em:
https://periodicos.unifor.br/rpen/article/view/751/1613. Acesso em: 13 dez. 2019.
206
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
207
AUTOATIVIDADE
208
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R. A.; ALMEIDA, T.; CRESPO, M. H. (Orgs). Tribunal Multiportas:
investindo no capital social para maximizar o sistema de solução de conflitos no
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AZEVEDO, A. G. de (Org.). Manual de Mediação Judicial. 6. ed. Brasília: CNJ,
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particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de
conflitos no âmbito da administração pública; altera a Lei nº 9.469, de 10 de julho
de 1997, e o Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972; e revoga o § 2º do art. 6º da
Lei nº 9.469, de 10 de julho de 1997. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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