Educação
Profª. Rafaela Westphal
2016
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Profª. Rafaela Westphal
379.2010981
W537p
Westphal; Rafaela
Políticas sociais em educação / Rafaela Westphal :
UNIASSELVI, 2016.
169 p. : il.
ISBN 978-85-515-0009-5
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, esta unidade é o início de seus estudos sobre a Polí-
tica de Educação. As discussões aqui travadas acompanharão você ao longo
deste caderno e proporcionarão a base para compreender da melhor forma o
restante do conteúdo trabalhado de forma crítica.
Assim, teremos muito estudo e conhecimento para ser adquirido pela fren-
te, e ao final deste livro, acadêmico, você será capaz de compreender como funciona
hoje a Política de Educação e qual o papel do assistente social inserido nesta política.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ..................................................... 1
VII
3 EVASÃO ESCOLAR POR DEMANDA DE TRABALHO ......................................................... 93
4 MAU COMPORTAMENTO NA ESCOLA ................................................................................... 98
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 102
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 107
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 108
VIII
UNIDADE 1
TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
NO BRASIL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontrará
atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste primeiro tópico sobre as trajetórias educacionais
no Brasil, fomentaremos uma discussão que nos permitirá avaliar desde os
primórdios da educação no país até os dias atuais, bem como as instituições e
atores que estão desenvolvendo as políticas de educação. Não é proposta, aqui,
uma análise detalhada de cada um destes sujeitos, mas sim uma visão geral sobre
o que se tem em vigência atualmente no que concerne à política educacional. É
importante enxergarmos além do imediatismo e nos perguntarmos o propósito
real desta política.
3
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
NOTA
4
TÓPICO 1 | PRIMEIRAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS
NOTA
5
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
NOTA
De acordo com Oliveira (2011), a educação para os índios era básica, apenas
o suficiente para que pudessem aprender a ler e escrever e, desta forma, apreender a
organização que os jesuítas estavam lhes passando.
6
TÓPICO 1 | PRIMEIRAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS
Então, caro acadêmico, o que podemos ver, nesta época, é que as mulheres
sofriam uma violência dupla, eram privadas do acesso ao ensino e ao mesmo
tempo sofriam da violência de gênero, aqui, no caso, por meio do abuso sexual.
NOTA
sofre com a violência estrutural e ainda acaba se tornando mais suscetível a outras
formas de violência.
Então, caro acadêmico, conseguimos identificar como foi o início das práticas
acadêmicas em nosso país. Agora, vamos retomar a trajetória da educação no Brasil
e iniciar o período imperial.
[...] Nasceu naquele país o que de certo modo se pode chamar de ensino
público; ou seja, um ensino mantido pelo Estado e voltado para a cidadania
– uma noção que, forjada pelo Iluminismo, requisitava do indivíduo a
compreensão de seus direitos e deveres em uma sociedade que passava a
exigir das pessoas uma gradual independência de pensamento e discurso.
A partir de 1759, o Estado assumiu a educação em Portugal. Apareceram
os concursos públicos e a análise da literatura destinada à escola (isso
incluía a censura, pois o Iluminismo português não implicou uma
liberação completa dos autores do movimento). No Brasil desapareceu o
curso de humanidades, ficando em seu lugar as “aulas régias”. Eram aulas
avulsas de latim, grego, filosofia e retórica. Ou seja, os professores, por ele
mesmos, organizavam os locais de trabalho e, uma vez tendo colocado
a “escola” para funcionar, requisitavam do governo o pagamento pelo
trabalho do ensino (GHIRALDELLI, 2009, p. 27).
8
TÓPICO 1 | PRIMEIRAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS
• Em 1838, criação do Colégio Pedro II, cujo objetivo era ser modelo enquanto
instituição de ensino secundário.
Para que você, acadêmico, aprofunde um pouco mais seus estudos sobre este
período de constituição da política de educação, sugere-se a leitura do texto a seguir,
de Maria Isabel Moura Nascimento (2016).
DICAS
Caro acadêmico, você pode aprofundar ainda mais o seu conhecimento com as
indicações de leituras a seguir. Estes autores trabalharão o conceito de violência que será útil
não só neste caderno, mas ao longo de sua vida profissional. Seguem as indicações:
ODALIA, Nilo. O que é violência. São Paulo: Nova Cultural, Brasiliense, 1985. 93p. (Coleção
Primeiros passos).
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
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TÓPICO 1 | PRIMEIRAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS
11
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
Em 1837, na cidade do Rio de Janeiro, foi criado o Colégio Pedro II, onde
funcionava o Seminário de São Joaquim. O Colégio Pedro II fornecia o diploma de
bacharel, título necessário na época para cursar o nível superior. Foram também
criados nessa época colégios religiosos e alguns cursos de magistério em nível
secundário, exclusivamente masculinos. O Colégio Pedro II era frequentado pela
aristocracia, onde era oferecido o melhor ensino, a melhor cultura, com o objetivo
de formar as elites dirigentes. Por este motivo, era considerado uma escola
modelo para as demais no país.
12
TÓPICO 1 | PRIMEIRAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos:
• Como o ensino era feito de acordo com as classes sociais e as mulheres eram
excluídas deste espaço de aprendizado.
• Que com o início do período imperial a educação passou a ser vista como um
direito do cidadão e inclusive foi citada desta forma na primeira Constituição
brasileira, de 1824.
14
AUTOATIVIDADE
A partir dos assuntos estudados neste tópico, faça uma análise crítica
sobre os tópicos a seguir aplicando os conceitos de Galtung de violência direta
e violência indireta. Você não precisa se prender apenas a esse autor, pode
utilizar outros autores que já conheça ou, até mesmo, pesquisar novos para
construir seu raciocínio.
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA
EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, para darmos continuidade aos nossos estudos sobre a
trajetória da educação brasileira, vamos agora estudar o período compreendido
como República Velha (1989-1930). Neste tópico você apreenderá as principais
manifestações e evoluções quanto à educação. Discutiremos sobre as reformas
propostas pelos governantes e como essas diferem entre si.
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
18
TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
Para mostrar melhor a vocês como esta exclusão social ocorria no período
da Primeira República, convido a lermos juntos mais um trecho de Delaneze
(2007, p. 54):
O pior é que a população não chega a ter consciência de que sofre uma
violência, e agora falamos da violência estrutural, isso porque, como elas não têm
acesso à educação, este assunto não é com elas tratado. Neste aspecto, outro autor
nos auxilia a explorar ainda mais os conceitos de violência estrutural, o sociólogo
francês Bourdieu.
21
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
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TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
Este último decreto talvez seja o mais significativo para nossos estudos
sobre a educação brasileira. Não que os demais não o sejam, mas este, em especial,
tratará sobre as organizações que foram propostas e colocadas em prática pelo
então Ministro Francisco Campos. Este decreto vai delimitar a proposta de divisão
do ensino em fases, a primária e a secundária.
DICAS
Para que você, acadêmico, compreenda melhor o que estamos falando, indico
a leitura deste decreto na íntegra: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/
decreto-21241-4-abril-1932-503517-publicacaooriginal-81464-pe.html>.
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
24
TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
25
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
Neste momento então não foi possível chegar a nenhum resultado final
sobre a situação. Assim, em 1932, intelectuais assinaram então o “Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova”, o documento foi assinado por 26 educadores,
entre eles Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho.
26
TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
pedagógico, a educação nova não pode deixar de ser uma reação categórica,
intencional e sistemática contra a velha estrutura do serviço educacional,
artificial e verbalista, montada para uma concepção vencida.
• [...] A educação nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das
classes, assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social,
preparando-se para formar "a hierarquia democrática" pela "hierarquia das
capacidades", recrutadas em todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas
oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver
os meios de ação durável com o fim de "dirigir o desenvolvimento natural
e integral do ser humano em cada uma das etapas de seu crescimento", de
acordo com uma certa concepção do mundo.
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
FONTE: Adaptado de AZEVEDO, F. et al. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932).
Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p.188–204, ago. 2006. Disponível
em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/22e/doc1_22e.pdf>. Acesso
em: 22 abr. 2016.
E
IMPORTANT
28
TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
29
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
a este também sugerir medidas para possíveis problemas que pudessem surgir,
além de verificar a distribuição adequada de fundos para o setor educacional.
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TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
DICAS
Aproveite a facilidade que a internet nos proporciona e use-a a seu favor! Pesquisar é crescer,
e o seu crescimento auxiliará você no “saber como fazer”. O exercício da pesquisa é algo
que o profissional de Serviço Social utiliza constantemente em suas atividades diárias, afinal
lidamos com leis e normativas em nosso dia a dia.
5 ERA VARGAS
Acadêmico, as mudanças que ocorreram de um mandato a outro do
Presidente Getúlio Vargas foram exorbitantes. Ribeiro (1993) e Ghiraldelli (2009)
concordam que em um momento o governo Vargas assumiu a educação enquanto
responsabilidade, já no segundo entendeu que essa era dever da família e das
instituições privadas. O discurso do presidente mudou. Vamos então entender
do que estamos falando.
31
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
Ribeiro (1993) aponta que neste período se instalou no Brasil uma fase
desenvolvimentista que estava preocupada com a expansão das indústrias. Com
isso, precisavam de pessoas para desenvolver atividades braçais que a indústria
tanto precisava, reformulando assim o interesse na educação. Como assinalamos,
ao dar o golpe para iniciar o período ditatorial, Getúlio Vargas criou uma
nova Constituição. A partir dela poderemos aprofundar mais sobre a situação
econômica da educação no Brasil.
Da Educação e da Cultura
Art. 148 - Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o
desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, proteger
os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do país, bem como prestar
assistência ao trabalhador intelectual.
32
TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
Art. 149 - A educação é direito de todos e deve ser ministrada pela família e pelos poderes
públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a estrangeiros domiciliados
no país, de modo que possibilite eficientes fatores da vida moral e econômica da nação,
e desenvolva num espírito brasileiro a consciência da solidariedade humana.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao34.
htm>. Acesso em: 22 abr. 2016.
33
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
Art. 125 - A educação integral da prole é o primeiro dever e o direito natural dos pais. O
Estado não será estranho a esse dever, colaborando, de maneira principal ou subsidiária,
para facilitar a sua execução ou suprir as deficiências e lacunas da educação particular.
É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar, na esfera da sua
especialidade, escolas de aprendizes, destinadas aos filhos de seus operários ou de
seus associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os poderes que caberão ao
Estado, sobre essas escolas, bem como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem
concedidos pelo poder público.
FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao37.
htm>. Acesso em: 8 maio 2016.
Então, acadêmico, o que você leu neste quadro-síntese acima foi exatamente
o que aconteceu neste período: três anos antes, a Constituição reconhecia a
educação enquanto direito de todos; já em 1937 a educação é um dever dos pais e
primeiramente deveria ser vista através de ensino privado.
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TÓPICO 2 | CONSTITUIÇÃO E EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO
Bons estudos!
E
IMPORTANT
Para aprofundar ainda mais seus conhecimentos não deixe de ler as bibliografias
indicadas.
Entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico, disponível em:
<http://anais.anpuh.org/wp-content/uploads/mp/pdf/ANPUH.S23.0452.pdf>.
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Acadêmico, este tópico trouxe informações importantes sobre a
continuidade da política de educação no Brasil. Você pôde perceber que mudanças
ocorrem e que às vezes deixam claros os objetivos de nossos governantes com
relação às medidas tomadas. Ou seja, se pensam na população e no acesso dessa
a direitos sociais e por hora constitucionais, ou se o interesse dos governantes
é com relação ao desenvolvimento econômico, mesmo que para isso o acesso à
educação sofra diferenciais com relação às classes sociais.
36
Posteriormente, em 1932, intelectuais assinaram então o “Manifesto
dos Pioneiros da Educação Nova”, sendo assinado por 26 educadores, entre
eles Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho, clamando pela
importância da educação para a população, sem distinção de classes sociais e
enquanto dever do Estado.
37
AUTOATIVIDADE
( ) A educação nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das
classes, assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função
social, preparando-se para formar “a hierarquia democrática”.
( ) Momento em que houve o entusiasmo pela educação.
( ) Ampliação do tempo de ensino, de cinco para sete anos.
( ) Violência doce, imperceptível aos olhos do sujeito que a sofre e, até mesmo,
aos olhos do sujeito praticante.
( ) Cria o Conselho Nacional de Educação, enquanto órgão consultivo do
ministro da Educação e Saúde Pública nos assuntos relativos ao ensino.
( ) Declarou o ensino livre, laico e gratuito.
( ) Dispõe sobre o ensino superior no Brasil.
( ) Não houve aumento de oportunidades quanto à educação neste período.
De acordo com Teixeira tinha-se um ensino primário de oportunidades
reduzidas; e um ensino secundário pago.
1 Primeira República.
2 Reforma de Benjamin Constant.
3 Violência Simbólica.
4 Decreto 19.850 (11/03/1931).
5 Decreto 19.851 (11/04/1931).
6 Reforma de Francisco Campos.
7 Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
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UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
No tópico anterior aprendemos um pouco mais do que foi a educação
durante os governos de Getúlio Vargas, refletindo sobre as mudanças que este
governante propôs no âmbito da educação. Neste tópico apressaremos um pouco
a parte histórica no que tange às ações de cada governante para que possamos
nos dedicar às lutas políticas pela educação.
2 DITADURA
Após o término do governo de Vargas e ascensão de Juscelino Kubitschek,
a ideia de que a educação não é de competência apenas do Estado prevaleceu
sobre o famoso governo JK. Não foi diferente com Jânio Quadros, os incentivos à
educação se destinavam à escola privada, e com isso os índices de alfabetização
ficavam baixos (GHIRALDELLI, 2009).
39
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DITADURA E MOVIMENTO ESTUDANTIL
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
ATENCAO
Acadêmico, não vamos nos alongar muito, pois nossa leitura complementar
é extremamente rica e conta com detalhes deste período de nossa história no Brasil, bem
como a participação dos estudantes neste momento. Portanto, não deixe de ler a leitura
complementar.
3 MOVIMENTOS SOCIAIS
É essencial conhecermos a origem dos movimentos estudantis, e para
isso vamos resgatar a memória que é disponibilizada pela União Nacional dos
Estudantes, conforme vemos nos trechos a seguir sintetizados.
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TÓPICO 3 | DITADURA E MOVIMENTO ESTUDANTIL
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DITADURA E MOVIMENTO ESTUDANTIL
DICAS
DICAS
SUGESTÃO DE LEITURAS:
PAULA, Jéssica Reis de. Movimento Estudantil: sua história e suas perspectivas. Rio de
Janeiro: [s.n.], 2007. Disponível em: <http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/monografia/31.pdf>.
Acesso em: 4 ago. 2016.
MELLO, Igor. Movimento estudantil vive crise de identidade, apontam políticos. Jornal do
Brasil, s.n., 21 nov. 2011. Disponível em: <http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/11/21/
movimento-estudantil-vive-crise-de-identidade-apontam-politicos/>. Acesso em: 4 ago.
2016.
SOARES, Wellington. Como abordar em aula as novidades sobre ditadura militar no Brasil.
Nova Escola, São Paulo. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/ditadura-militar/>.
Acesso em: 4 ago. 2016.
45
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Ainda hoje são procurados os corpos dos guerrilheiros mortos pela repressão.
Em ambos os episódios havia a participação de estudantes que deixaram a militância
no ME para aderir à luta armada e à clandestinidade. A década de 1970 apresenta-se
como um período de revisão e de recuperação para o ME e para a esquerda brasileira.
A tentativa de luta armada mostrou-se frágil, pois além da repressão nestes anos ter
sido mais intensa, havia ainda um despreparo dos militantes para desenvolver tal
forma de conflito.
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DITADURA E MOVIMENTO ESTUDANTIL
CGT que fracassou. Segundo Bandeira (1978, p.129), “Goulart acreditava que, com o
apoio popular, neutralizaria qualquer tentativa de golpe de Estado”. Tinha a ilusão
de que o CGT, que possuía grande força, fosse capaz de aglutinar o povo e resistir ao
golpe.
Estes movimentos diferiam entre si, cada qual com suas particularidades e
reivindicações próprias. Esta falta de ligações entre esses movimentos revelou-se
uma debilidade que prejudicou a reação ao golpe militar. [...]
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UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | DITADURA E MOVIMENTO ESTUDANTIL
O XXX Congresso da UNE concretizou-se em 1969 com Jean Marc van Weid
eleito presidente da UNE. No entanto, a UNE perdera muito da sua força política
e os estudantes se desvinculavam do ME para militar nas organizações armadas
clandestinas. Muitas dessas organizações que antes apoiavam o ME deixaram-no
de lado após 1968 e concentraram-se nas camadas populares, na preparação da
guerrilha [...].
51
UNIDADE 1 | TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, vimos que:
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
país;
escolar;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontra-
rá atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, fechamos a unidade anterior com o período ditatorial e
com os movimentos estudantis que foram de extrema importância neste período.
Assim, na Unidade 1 pudemos compreender aspectos importantes da história
da educação brasileira, desde as primeiras práticas educativas, até o período
ditatorial.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
57
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Mas se política social não é nem boa e nem ruim, o que ela é?
Como foi bem colocado por Lopes, Amaral e Caldas, as políticas são os
conjuntos de ações, metas e planos para alcançar os objetivos do interesse público
e garantir o bem-estar da sociedade. Desta forma, nos cabe uma análise inicial dos
planos, ações e metas que hoje estão voltados para a educação, de entender se estes
alcançam todos os pontos que foram definidos através da Constituição de 1988.
59
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Deste modo, caro acadêmico, para que você tenha amplo conhecimento
sobre o que estamos analisando, é imprescindível que conheça a Lei de Diretrizes
Bases da Educação. Este documento, guiado pela Constituição e elaborado para
estabelecer os planos, metas e ações, é o norte que rege todo o sistema educacional
no Brasil, estabelecendo como as unidades de ensino devem se guiar e o que
devem ofertar.
Assim, vamos ver a seguir alguns quadros com a síntese sobre como hoje
está organizado o sistema de ensino. Ao longo desta unidade vamos analisar
como cada um destes preceitos e normativas está sendo garantido em todo Brasil,
por isso é importante que você leia atentamente cada um dos quadros-síntese a
seguir sobre a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, ou também conhecida
como Lei de Diretrizes Bases da Educação.
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores.
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TÓPICO 1 | LEGISLAÇÃO ATUAL NO BRASIL
Art. 24. A educação básica, nos níveis Fundamental e Médio, será organizada de acordo
com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo
de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
finais, quando houver;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo,
para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições
de ensino em seus regimentos;
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade
o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico,
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças,
sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental;
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo
de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial
e de 7 (sete) horas para a jornada integral;
61
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Art. 32. O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na
escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação
básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das
artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 4º O Ensino Fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como
complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5o O currículo do Ensino Fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate
dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de
13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a
produção e distribuição de material didático adequado.
Art. 35. O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três
anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições
de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e
o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
62
TÓPICO 1 | LEGISLAÇÃO ATUAL NO BRASIL
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso
ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de
trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador
na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
FONTE: Adaptado de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 15
ago. 2016.
63
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para
a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração
para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular.
FONTE: Adaptado de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 15
ago. 2016.
ATENCAO
Não deixe de consultar e estudar a lei citada na íntegra. Para avançarmos nesta
unidade é importante conhecer quais são as normatizações atuais para que possamos guiar
nosso estudo sobre o que está ou não sendo de fato garantido e qual o nosso papel enquanto
profissionais de Serviço Social.
64
TÓPICO 1 | LEGISLAÇÃO ATUAL NO BRASIL
65
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
66
TÓPICO 1 | LEGISLAÇÃO ATUAL NO BRASIL
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for
o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos
alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola;
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente
da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a
relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de
cinquenta por cento do percentual permitido em lei (BRASIL, 1996,
s.p.).
67
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
ATENCAO
Nesta unidade as atividades serão continuação uma da outra, para que assim o
acadêmico possa absorver melhor qual o papel do assistente social e quais as possibilidades
de trabalho deste na Política de Educação.
68
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, vimos:
69
AUTOATIVIDADE
1 Constituição Federal.
2 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
3 Política Nacional de Assistência Social.
4 Políticas Públicas.
70
UNIDADE 2 TÓPICO 2
DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Como vimos no tópico anterior, enquanto profissionais de Serviço Social
podemos auxiliar na Política de Educação quanto há identificações de demandas
que podem ser encaminhadas à Política de Assistência Social e sistemas de
garantia de direitos.
71
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
72
TÓPICO 2 | DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
73
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
74
TÓPICO 2 | DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
Se nos aprofundarmos ainda mais, veremos que, com base nos índices já
vistos, outro aspecto da Constituição não vem sendo cumprido:
75
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Como podemos ver, o ambiente escolar desta foto não protege as crianças
ou a pessoa que está lecionando, das mudanças climáticas. Ambos ficam sujeitos
ao calor, à chuva, ao frio e ao vento. A iluminação ocorre aparentemente pela luz
solar, o chão é de terra.
76
TÓPICO 2 | DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
Agora, vemos que o tempo passou e estamos no século XXI, com uma
Constituição prevendo a educação enquanto direito, e responsabilizando os
estados a garantirem que as famílias tenham acesso ao direito delas, como já
discutimos anteriormente.
Segundo Brasil:
77
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
E
IMPORTANT
78
TÓPICO 2 | DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
Nordeste 49.338 65,1% 20.912 27,6% 5.376 7,1% 205 0,3% 75.831
Centro-
1.755 17,6% 5.137 51,6% 2.954 29,7% 102 1,0% 9.948
oeste
Sudeste 13.478 22,7% 33.826 57,0% 11.738 19,8% 322 0,5% 59.364
Sul 5.078 19,8% 12.819 49,9% 7.393 28,8% 420 1,6% 25.710
Total 86.739 44,5% 78.047 40,0% 29.026 14,9% 1.120 0,6% 194.932
Como vemos nesta tabela, apenas 0,3% das escolas avançadas estão na
região Norte, e 1,6% estão no Sul do país. Se compararmos as regiões com escolas
adequadas, a diferença entre Norte e Sul também é bem alarmante. A primeira
possui 6,5% das escolas adequadas do país, enquanto que o Sul possui 28,8%.
79
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Neste caso, vimos que poucos estudantes possuem de fato acesso ao ensino
de qualidade em um espaço que lhes propicie condições mínimas de bem-estar
para garantir seu aprendizado, com sala de aula, carteiras, quadro, ventilação,
iluminação, condições de higiene e, claro, acesso a estes espaços.
80
TÓPICO 2 | DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
81
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Obviamente, o projeto para construção não pede apenas isso, mas possui
uma série de exigências, quanto à construção, que envolvem aspectos do terreno,
e neste ponto já não é mais nossa competência enquanto profissionais do Serviço
Social, embora, sempre que preciso, possamos sensibilizar outras secretarias
responsáveis pela construção civil, para cooperação na elaboração dos projetos.
82
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, vimos:
83
AUTOATIVIDADE
84
DICAS
Você pode conferir no link a seguir o que se fala sobre a estrutura das
escolas. <http://www.gazetadopovo.com.br/educacao/estrutura-precaria-afeta-o-
ensino-3fqqdq2npmd0u7ym8mvdgbeq6>.
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste item pretendemos estudar alguns problemas que afetam os
adolescentes que, devido a isso, deixam de estudar. Estes problemas que vamos
tratar aqui não são apenas uma questão que afeta a Política de Educação, mas
também a saúde, a política de assistência e de trabalho e renda.
2 GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Vamos então iniciar contextualizando como se encontra hoje a problemática
em relação à gravidez na adolescência. Esta temática nos permite abordar uma
série de questões, seja na área de planejamento familiar, saúde da mulher e do
bebê, perspectivas para o futuro e possibilidades de violência que aquela pessoa
possa estar sofrendo.
Na educação, o que nos cabe refletir é o fato destas jovens mães deixarem
de prosseguir com seus estudos, e isso por uma série de fatores, como: cobrança do
companheiro para que assuma as funções da casa, cuidado com a criança depois
que nasceu, vergonha ou sentimento de exclusão quando precisa frequentar a
escola com a barriga ainda grande.
87
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Entre as que tiveram um filho antes dos 20 anos, apenas 23% haviam
estudado além da 8ª série, enquanto as que não deram à luz, 44%
estudaram além da 8ª série.
Em outros casos, seus pais não aceitam o fato de suas filhas estarem
grávidas e com isso podem acabar expulsando-as de casa. Em outra situação,
ainda pode ocorrer de a gravidez ser uma situação aceita e desejada, tanto pelos
pais quanto pelos adolescentes, por se tratar de uma questão cultural. Para eles
pode ser natural, normal e aceitável, uma vez que seus pais também se casaram
cedo.
O que se quer dizer com isso é que se entende que até o período da
maior idade, as pessoas estão em formação, tanto física quanto emocional e
psiquicamente. Assim, uma relação sexual que ocorre com adolescentes e crianças
é considerada estupro, pois aquela criança ou adolescente ainda não possui
discernimento igual ao de um adulto sobre aquele ato.
88
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
E
IMPORTANT
89
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Enquanto profissionais que assumem uma postura ética, nos cabe cuidar
muito com comentários que possam surgir na comunidade em que esta pessoa
circula, ou até mesmo em nosso espaço de trabalho, afinal, aos profissionais de
Serviço Social é vedada qualquer forma de discriminação ou policiamento dos
comportamentos que os usuários possam estar tendo em sua vida.
90
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
[...] O espaço escolar deve propiciar aos alunos mais do que a aquisição
de conhecimentos constantes em sua matriz curricular, mas deve
promover a formação humana de seus estudantes, e esta perpassa
pelo âmbito da sexualidade, muitas vezes pouco ou nada abordada no
contexto familiar.
Neste sentido, é necessário que ações sejam planejadas, no ambiente
escolar, na intenção de minimizar os índices de gravidez na
adolescência. O ideal seria que família e escola juntas atuassem no
sentido de oferecer orientação sexual aos adolescentes, contudo nem
91
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
92
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
Então, acadêmico, vimos que os pais muitas vezes não têm o entendimento
de que o trabalho é maléfico para as crianças, e principalmente sobre os prejuízos
que podem ocorrer para a vida deste infante, como a evasão do ambiente escolar.
Pode-se compreender um pouco o motivo pelo qual estes pais ou responsáveis
acreditam que é benefício o “auxílio dos filhos”.
93
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
Como se pode ver na imagem, não parece que estas crianças têm opção de
seguir com seus estudos e ter a possibilidade de aproveitar sua infância.
94
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
Nos cabe ainda compreender que, por ser uma demanda cultural, esta
situação não se altera de um momento para o outro, é um trabalho longo. Muitas
vezes estes pais trabalharam durante a infância, então pode ser algo já introjetado.
No entanto, nos cabe manter o foco, que é a luta pelo acesso à educação e
permanência na escola de crianças e adolescentes. Mas, acima de tudo, o foco em
fazer com que o trabalho do adolescente não interfira em seu rendimento escolar,
ou fazê-lo evadir-se da escola. Este é o foco que precisamos manter.
Sobre este aspecto é possível abordar alguns dados para aprofundar ainda
mais a discussão. Para isso vamos analisar um gráfico disponível no site do IBGE,
sobre os índices de trabalho por faixas etárias em cada região do país.
95
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
96
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
97
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
ATENCAO
98
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
100
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
E
IMPORTANT
101
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
Maurício Tragtenberg
Professor da Escola de Administração de Empresas da FGV-SP
Professores, alunos, funcionários, diretores, orientadores. As relações
entre todos estes personagens no espaço da escola reproduzem, em escala menor,
a rede de relações de poder que existe na sociedade. Isso não é novidade. O que
interessa é conhecer como essas relações se processam e qual é o pano de fundo
de ideias e conceitos que permitem que elas se realizem de fato.
102
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
103
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
104
TÓPICO 3 | INSEGURANÇA DE QUEM DEIXA A ESCOLA
submete-se aos exames e provas. O que prova a prova? Prova que o aluno sabe
como fazê-la, não prova seu saber.
Não é por acaso que existe relação entre a estrutura simbólica da religião
com a escolar. Elas reforçam a estrutura simbólica pela qual se realiza a estrutura
de classe. A mesma relação de indignidade existente entre o pecador e a religião é
a existente entre os alunos e o saber. O aluno é visto como se tivesse uma essência
inferior à do mestre. [...]
105
UNIDADE 2 | POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS
106
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, pudemos refletir sobre algumas situações que ocorrem aos
estudantes por todo o Brasil, cujo impacto, às vezes, é a evasão escolar. Estamos
nos referindo a problemas que não assolam apenas a Política de Educação, como
também as políticas de saúde, trabalho e renda.
107
AUTOATIVIDADE
108
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontra-
rá atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
109
110
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, inicialmente vamos conhecer um pouco do que foram os
marcos históricos da luta de nossa categoria pela inserção dos assistentes sociais
na Política de Educação.
Por fim, vamos estudar ainda o projeto de Lei que prevê a contratação de
assistentes sociais na Política de Educação. Assim, caro estudante, nesta unidade
você estará apreendendo novos conhecimentos, tanto teóricos, quanto legais.
Assim, podemos destacar alguns espaços em que esta luta foi travada:
111
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
ANO AÇÃO/MOVIMENTO
Produção do Parecer Jurídico 23/2000, elaborado pela Dra. Sylvia Terra,
assessora jurídica do CFESS, sobre a implantação do Serviço Social nas
2000 escolas de Ensino Fundamental e Médio, relacionando a pertinência
da inserção do Serviço Social na educação (CONSELHO FEDERAL DE
SERVIÇO SOCIAL, 2014, p. 9).
Constituição de um Grupo de Estudos sobre o Serviço Social na Educação
2001 pelo CFESS, que construiu a brochura intitulada “Serviço Social na
Educação” (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2014, p. 10).
Pela primeira vez foi aprovada, no 35º Encontro Nacional (2006), a
constituição de um Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação, do
2006
Conjunto CFESS-CRESS. (CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL,
2014, p. 10).
O Grupo de Trabalho Serviço Social na Educação realizou a sistematização
de leis e projetos de lei acerca do Serviço Social na Educação nos âmbitos
municipal, estadual e nacional; incidiu para a ocorrência de adequação das
legislações que apresentavam incorreções, tais como a identificação do
2008/2009 Serviço Social com a política de assistência social, bem como a necessidade
da ampliação da concepção de “Serviço Social Escolar” para “Serviço Social
na Educação”; gestão e acompanhamento frente aos projetos de lei e de
emenda constitucional em trâmite no Congresso Nacional (CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL, 2014, p. 11).
FONTE: Conselho Federal de Serviço Social (2014)
112
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
DICAS
113
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
114
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
115
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
assim como pela ampliação deles. Uma das principais lutas para ser travada é a
ampliação da educação pública e de qualidade.
Estas são algumas das abordagens que são pensadas a partir da cartilha
CFESS sobre os subsídios para atuação dos assistentes sociais na área educacional.
É um ponto de partida para quem pode se perguntar o que faz um assistente
social neste espaço.
116
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
117
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
O Serviço Social surgiu nas escolas, a partir da ideia de que este agente
era a ligação entre o lar e a escola. Isso ocorreu em 1930 e teve como influência as
práticas ocorridas nos Estados Unidos da América.
118
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
ATENCAO
119
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
120
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
Este artigo fala justamente dos exemplos que dei anteriormente, do quanto
são importantes as referências para as políticas públicas como saúde, assistência,
para que estas atendam as demandas que são relacionadas à família.
121
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
122
TÓPICO 1 | BUSCA PELO ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL E SUAS INTERVENÇÕES
Segundo Mioto (2004, p. 10), são ações que “estão relacionadas àquelas
que, através da informação, da reflexão, visam provocar mudanças (valores,
modos de vida)”, ou seja, são ações:
Para isso, não podemos esquecer que nosso Código de Ética e a Lei que
regulamenta nossa profissão são, acima de tudo, nossos norteadores. Nesta
unidade também vimos alguns dos marcos legais sobre a inserção do Serviço
Social na Política de Educação.
DICAS
Não deixe de ler as leis que foram citadas, na íntegra. Todas se encontram
referenciadas ao final desta unidade. Elas possuem subsídios importantes para que você
compreenda ainda mais sobre a Política de Educação e a inserção do Serviço Social nela.
123
RESUMO DO TÓPICO 1
Por fim, vimos o conceito de Mioto sobre ações socioeducativas, que são
instrumento de intervenção de nossa profissão.
124
AUTOATIVIDADE
125
126
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E
CONTROLE SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
127
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Acadêmico, agora que você entendeu o que são conselhos, vamos estudar
quais são suas funções. Esta atribuição está geralmente identificada em cada
regimento interno de seu conselho. Todos os conselhos possuem regimentos
internos. Neste documento, toda a composição do conselho é esmiuçada, são
definidas as atribuições das comissões, como ocorrerão as plenárias, as atribuições
de cada um dos representantes, seja o presidente, o vice-presidente, o secretário,
entre outros.
Assim, vejam qual a diferença entre cada uma das funções dos conselhos.
As funções principais são quatro: deliberativa, consultiva, fiscal e mobilizadora.
128
TÓPICO 2 | ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Assim, em uma forma resumida, ainda temos como funções dos conselhos,
de acordo com Brasil (2014, p. 44):
Neste sentido, vemos que estes espaços podem ser um excelente meio de
participação, tanto dos profissionais, quanto de estímulo para que a população,
os pais dos estudantes, também participem. É importante que estes sejam
esclarecidos quanto à sua função de cidadãos e como esta pode ser exercida por
meio dos Conselhos de Direitos.
129
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
130
TÓPICO 2 | ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
131
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
ATENCAO
Caro acadêmico, para entender melhor, não deixe de acessar o site do MEC e
o portal do Conselho Nacional de Educação. Eles serão de extrema importância para você
conseguir acompanhar as últimas notícias relacionadas à educação. Leia na íntegra a lei de
criação do Conselho Nacional de Educação, disponível no link <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L9131.htm>.
132
TÓPICO 2 | ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
Assim, vemos que os conselhos também são espaços nos quais acontece
a participação da população no sentido de fiscalização e cobrança do Executivo
para que as ações sejam de fato implementadas. Esta fiscalização e cobrança tem
o nome de “controle social”. Desta forma, o poder não fica somente nas mãos
do Executivo, mas também da sociedade, que tem possibilidade de exercer sua
cidadania por meio da participação efetiva.
133
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
DICAS
134
TÓPICO 2 | ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
TUROS
ESTUDOS FU
3 CONFERÊNCIAS
Além do espaço de participação dos conselhos, outro espaço de participação
são as conferências, que também são espaços de discussão e deliberação de
propostas, nos quais vão estabelecer as prioridades em cada aspecto da política
pública. Estas conferências não acontecem com tanta periodicidade como as
reuniões dos conselhos, no entanto, reúnem-se a cada dois anos nas esferas
municipais e a cada quatro anos nas esferas estaduais e federal. Da mesma forma
que os conselhos, as conferências também são espaços de discussão e participação
entre governo e sociedade civil.
135
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Para que a população não chegue nestes espaços sem saber como agir
e como acontecem as deliberações, pode-se organizar pré-conferências, que são
136
TÓPICO 2 | ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
137
RESUMO DO TÓPICO 2
138
AUTOATIVIDADE
1- Deliberativa.
2- Consultiva.
3- Fiscal.
4- Mobilizadora.
139
140
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, já estamos chegando ao final desta unidade de estudos e
ao final deste caderno. Até este momento já estudamos muita coisa, não é mesmo?
141
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
142
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
143
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
DICAS
144
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
DO DIREITO À EDUCAÇÃO
Assim, entendemos que, com a promulgação desta lei, mais do que antes
as escolas precisam se adaptar e receber de maneira inclusiva os estudantes
que demandam cuidados especiais devido às suas necessidades. Enquanto
profissionais de Serviço Social, e trabalhadores também na Política de Educação,
devemos nos atentar à nova legislação e aos programas que nosso governo possui,
para que possamos assistir adequadamente este público, como é seu direito.
145
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
ATENCAO
Leia a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, em sua íntegra, disponível no link:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Enquanto
profissionais de Serviço Social, quanto mais conhecimento adquirirmos em relação aos
direitos cidadãos, mais podemos informar e esclarecer aos usuários de nossos serviços sobre
seus direitos.
4 PROUNI
O PROUNI é um programa do Ministério da Educação que tem por objetivo
também possibilitar o acesso ao Ensino Superior. Por meio deste programa os
estudantes podem ter acesso a descontos nas mensalidades, chegando a 50% do
valor. A oportunidade é para estudantes que ainda não possuem diploma de nível
superior.
O PROUNI possui alguns critérios mais restritos que o Educa Mais Brasil.
Assim, pode se candidatar:
146
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
Outro critério para acesso ao PROUNI é o valor per capita permitido para
concessão de 50% e 100% das bolsas. Em alguns momentos e instituições o profissional
de Serviço Social é requisitado para fazer a avaliação socioeconômica para o acesso a
bolsas de estudo. Nas escolas privadas é bem comum a contratação de profissionais
de Serviço Social para esta finalidade.
5 FIES
Outro programa importante que visa à contribuição para o acesso de
estudantes ao nível superior é o Fundo de Financiamento Estudantil – FIES. Este
programa procura financiar a graduação em universidades particulares.
147
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
148
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
Por outro lado, podem surgir outras demandas que ali não estão previstas,
por exemplo, a situação de um estudante que enfrenta seus pais que não desejam
que seus estudos ou que não concordam com a escolha do curso de seu filho
que decide ingressar em uma instituição de Ensino Superior. E nestas situações?
Vamos supor que a renda familiar per capita ultrapasse por pouco os critérios
estipulados, e aí? O estudante vai deixar de ingressar no Ensino Superior, pois
não possui o apoio familiar para tal. Sozinho não tem condições de cursar, e por
meio dos critérios para requisição de bolsa, também não conseguirá.
6 PRONATEC
Além dos programas citados anteriormente, o Estado ainda disponibiliza
um programa de inserção em cursos técnicos de formação através do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o qual visa
proporcionar educação profissional e tecnológica voltada ao mercado de trabalho.
Estes cursos oferecidos têm por objetivo qualificar os jovens sem formação.
Pode-se ver, no item IV, que um objetivo desta lei é ampliar as oportunidades
aos trabalhadores, ou seja, pretende deixar a mão de obra dos trabalhadores mais
capacitada para tal.
149
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
DICAS
Pois bem, por meio da seleção de prioridade para as pessoas que estão
excluídas ou à margem do sistema capitalista, tentamos igualar um pouco esta
relação. É mais ou menos o que ilustra a imagem a seguir:
150
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
151
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Bons estudos!
152
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
O papel do profissional de Serviço Social na gestão da educação
Aos poucos adquiriu uma incidência junto aos colégios, porém de forma
muito pontual, acompanhando a aplicação dos recursos da Assistência Social no
campo da Educação através das bolsas de estudos.
153
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
154
TÓPICO 3 | PROGRAMAS PARA GARANTIA DA EDUCAÇÃO
155
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Não é uma tarefa fácil, mas, ao intervir neste cenário, o profissional tem
um papel fundamental no processo de integração estudante/escola/comunidade/
redes socioassistenciais. O assistente social trabalha tanto no atendimento de
questões subjetivas (estudante) e de sua família, como da rede social em que está
inserido, da qual a comunidade escolar faz parte, mas que muitas vezes necessita
de um mediador para a promoção de sua integração e funcionalidade.
157
UNIDADE 3 | A ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS JUNTO À POLÍTICA DE EDUCAÇÃO
Conclusões
158
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, pudemos finalizar nosso estudo da unidade olhando
a atuação do assistente social na educação e em específico nos programas e
oportunidades que o governo oferece para a inserção de estudantes no ensino.
Outro programa que vimos foi o PROUNI, o qual também possui como
objetivo possibilitar o acesso ao Ensino Superior. Por meio deste programa os
estudantes podem ter acesso a descontos nas mensalidades, chegando a 50% do
valor. Esta oportunidade é para estudantes que ainda não possuem diploma de
nível superior.
159
AUTOATIVIDADE
Bom trabalho!
160
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, M.; RUA, M. das G. Violência nas escolas. Brasília:
UNESCO Brasil, 2002. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/
images/0013/001339/133967por.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2016. Acesso em: 29
maio 2016.
BRASIL. Projeto de Lei n.º 3.466, de 2012. Dispõe sobre a instituição do Serviço
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