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GRANDE DIFICULDADE DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS: A FALTA

DE VOLUNTÁRIOS
GREAT DIFFICULTY OF NON-GOVERNMENTAL ORGANIZATIONS: LACK OF
VOLUNTEERS

Francisco Ítalo Militão Vilar


Graduando em Ciências Contábeis - Faculdade Una Bom Despacho
franciscovilar.2617@aluno.una.br

Gabriela Lorrany de Melo


Graduando em Ciências Contábeis - Faculdade Una Bom Despacho
gabrielamelo0449@gmail.com

Tamara Ramalho Benicio


Graduando em Ciências Contábeis - Faculdade Una Bom Despacho
tamarabenicio1234567890@gmail.com

Thais Rocha Antunes


Graduando em Ciências Contábeis - Faculdade Una Bom Despacho
thaisantunest660@gmail.com

José Mauro Silva


Professor Orientador - Faculdade Una Bom Despacho
E-mail: josemauros12@yahoo.com.br

Resumo

As organizações não-governamentais no Brasil atuam em diversas áreas, colaborando com


o desenvolvimento da cidadania, expansão da democracia e nas práticas de políticas
compensatórias, auxiliando a gestão pública com o intuito de minimizar os problemas
sociais existentes no País. Com intuito de aproximar o leitor ao assunto pesquisado, esse
artigo desenvolveu sua análise através de estudo de caso, por meio de pesquisa pessoal na
modalidade entrevista, realizado na ONG G3 Resgate, localizada no município de Pitangui,
no estado de Minas Gerais. O presente estudo tem também como objetivo ressaltar uma
das muitas dificuldades enfrentadas pelas Organizações Não-Governamentais, que é a
carência de ajuda voluntária. A partir da análise dos dados da pesquisa, foi possível
visualizarmos que a ONG colabora com a gestão pública da cidade de Pitangui,
proporcionando importantes contribuições às comunidades do município e região. Também
foi evidenciado que a falta de recursos financeiros e parcerias com órgãos públicos e outros
órgãos da sociedade civil, em especial com a gestão municipal da cidade de Pitangui,
dificulta no alcance dos objetivos institucionais e na execução de ações do G3 Resgate.

Palavras-chaves: Organização Não-Governamental. G3 Resgate. Dificuldades.


Voluntários.
1. Introdução

No Brasil assim como em outros países em desenvolvimento, observa-se o


crescimento de um terceiro setor, coexistindo com os dois setores tradicionais: o primeiro
setor, aquele no qual a origem e a destinação dos recursos são públicos, e o primeiro setor
sendo privado, sendo a aplicação dos recursos revertidos em benefícios próprios.
O terceiro setor volta por se constituir em uma atuação pública não-estatal, formando
a partir de iniciativas privadas, com voluntários, sem fins lucrativos, no sentido do bem
comum, com uma característica não governamental e não lucrativa , organizado e
independente que se mobiliza por ação voluntária das pessoas da sociedade.
Contudo entra em contexto instituições, fundações, institutos empresariais,
associações comunitárias, entidades assistenciais e filantrópicas, e ONG’s sendo assim
instituições sem fins lucrativos.
O presente trabalho tem como referência a ONG G3 Resgate, um grupo de
primeiros socorros sem fins lucrativos, voltado para a sociedade, atendendo a cidade de
Pitangui e áreas próximas, necessitando assim de doações, arrecadações de materiais de
socorros, alimentos para os voluntários, despesas da sede onde se alojam, é uma
instituição caracterizada por ser humanitária e cooperativa.
As ONG’s vêm cada vez mais adquirindo um papel mais relevante no mundo,
tornando assim o mundo mais globalizado, atraindo simultaneamente a política e economia.
O seu crescimento tem atraído uma maior atenção sobre sua atuação, suas funções e seus
resultados.

2. Fundamentação Teórica

2.1. Responsabilidade Social

No cenário mundial contemporâneo percebe-se o processar de inúmeras


transformações de ordem econômica, política, social e cultural que, por sua vez, se
adaptam aos novos modelos de relações entre instituições e mercados, organizações e
sociedade. No âmbito das atuais tendências de relacionamento, verifica-se a aproximação
dos interesses das organizações e os da sociedade resultar em esforços múltiplos para o
cumprimento de objetivos compartilhados.
Sendo assim os primeiros estudos que tratam da responsabilidade social tiveram
início nos Estados Unidos, na década de 50, e na Europa, nos anos 60. As primeiras
manifestações sobre este tema surgiram, no início do século, em trabalhos de Charles Eliot
(1906), Arthur Hakley (1907) e John Clarck (1916). No entanto, tais manifestações não
receberam apoio, pois foram consideradas de cunho socialista. Foi somente em 1953, nos
Estados Unidos, com o livro Social Responsabilities of the Businessman, de Howard Bowen,
que o tema recebeu atenção e ganhou espaço. Na década de 70, surgiram associações de
profissionais interessados em estudar o tema: American Accouting Association e American
Institute of Certified Public Accountants. É a partir daí que a responsabilidade social deixa
de ser uma simples curiosidade e se transforma num novo campo de estudo. A
responsabilidade social revela-se então um fator decisivo para o desenvolvimento e
crescimento das empresas.
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é
um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para
uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a
gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento
de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de
interesses como, por exemplo, os voluntários ,às comunidades locais, os doadores,as
autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Afirma Carlos Cabral-
Cardoso (2002) que o conceito de responsabilidade social deve ser entendido a dois níveis.
O nível interno relaciona-se com os trabalhadores, mais genericamente, a todas as partes
interessadas afetadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar no alcance de
seus resultados. O nível externo tem em conta as consequências das ações de uma
organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o ambiente, os seus
parceiros de negócio e meio envolvente.
Com o passar do tempo, o conceito de responsabilidade social ganhou várias
nomenclaturas diferentes. Por vezes, elas podem ter significados bem distintos. Dentre elas,
estão: Responsabilidade Social Corporativa (relacionada com preocupações sociais
voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários), Responsabilidade
Socioambiental (adiciona ao compromisso das empresas com pessoas e valores humanos
a preocupação com o meio ambiente) e Responsabilidade Social Empresarial (nesse
conceito, se encaixa a redução de impactos negativos da atividade empresarial na
comunidade e meio ambiente, adota uma postura comportamental que envolve maior
transparência, ética e valores em relação aos seus parceiros faz parte deste conceito e o
torna muito potente).
É comum relacionar exclusivamente com ações compulsórias impostas pelo governo
ou por quaisquer incentivos externos, como os fiscais. Mas ela é uma prática feita com amor
pelos voluntários, que envolve o benefício da coletividade para ajudar o próximo a salvar
sua própria vida.

2.2. Gestão de Projetos Sociais

Quando se fala em gestão social têm-se como referência à gestão das ações sociais
públicas. A gestão social é, na realidade, a gestão das demandas e necessidades dos
cidadãos. A política social, os programas sociais, os projetos não são apenas canais dessas
necessidades e demandas, mas também respostas a elas.
Foi neste século, propriamente, que as necessidades e demandas dos cidadãos
foram reconhecidas como legítimas, constituindo-se em direitos. Foi também neste século
que os direitos dos cidadãos se apresentaram como fundamento da política pública. No
entanto, a cidadania de todos, como conquista da civilização, mantém-se na pauta das lutas
políticas; é que as desigualdades sociais não desapareceram e continuam a ser a
expressão mais concreta da permanente tensão e presença dos destituídos de direitos.
As prioridades contempladas pelas políticas públicas são formuladas pelo Estado,
mas nascem na sociedade civil. Por isso mesmo, estão em permanente disputa. Demandas
e necessidades tornam-se prioridade efetiva quando ingressam na agenda estatal,
tornando-se interesse do Estado e não mais apenas dos grupos organizados da sociedade.
Médicos, sociólogos, mecânicos, engenheiros, garçons, não importa a profissão, oito
em cada dez trabalhadores se tornaram ou irão se tornar membros de uma organização. A
sociedade contemporânea é uma sociedade de organizações, pois é nelas que
basicamente se encontram as oportunidades de realização profissional e de sobrevivência,
aplicando-se o que se sabe e ainda agregando outros saberes, assim como trocando
trabalho por dinheiro. Como bem lembra Peter Drucker, só se pode oferecer possibilidade
de emprego e carreira a milhões de pessoas em todo o mundo porque, ao longo dos últimos
cem anos, conseguiu-se construir e estruturar organizações.
Entre todas as disciplinas, a gestão, sendo a ciência do trabalho pretendido e
organizado, talvez seja a de mais generalizado interesse na sociedade, já que ao
compreendê-la pode-se utilizar a organização à qual pertencemos como um elemento
facilitador para o alcance dos objetivos pessoais.
Dito isto, este texto busca dar uma visão geral das principais dimensões da gestão,
sem perder o foco central, o da gestão de projetos nas organizações não-governamentais.
Em termos estruturais, partimos de uma abordagem macro e universal, compatível com o
caráter panorâmico do texto, mais informativo que formativo, cujo objetivo é ressaltar a
importância das ações das ONGs para a sociedade.
O perfil gerencial de uma organização determina o padrão de sua atuação.
Gerentes, através da combinação dos talentos e competências das pessoas, tomam
decisões e assim definem os rumos e o tom da ação organizacional. O lidar com pessoas é
o grande eixo em torno do qual acontece o desempenho da função gerencial,
independentemente de área e posicionamento hierárquico. Gerenciar pessoas é um ato de
equilíbrio fino, intimamente ligado à capacidade de exercer liderança e inspirar motivação.

2.2.1. Liderança
Liderança é um processo interpessoal através do qual um indivíduo dotado de
autoridade influencia e orienta o comportamento de outro(s). É através da liderança que a
gerência se realiza. O líder conduz, inspira, orienta e anima os indivíduos na direção de um
dado objetivo. A força de uma equipe está em relação direta com a força de seu líder.
As discussões sobre liderança concentram-se fortemente na questão do estilo, ou
seja, a forma preferencial com que os líderes exercem sua influência sobre as pessoas.
Com finalidade puramente didática, distinguem-se quatro estilos básicos:

● Autocrática
O foco dessa liderança é no próprio líder. Na liderança autocrática, o líder
centraliza totalmente a autoridade e as decisões, e os subordinados não têm
nenhuma liberdade de escolha. A figura do “chefe” se sobressai e as pessoas
recebem ordens, com pouco espaço para questionamentos ou sugestões.

● Liberal
Ao contrário da autocrática, este estilo de liderança tem ênfase no liderado. O
líder permite total liberdade para a tomada de decisões individuais ou em grupo
participando delas apenas quando solicitado. A liderança liberal enfatiza
somente o grupo. Dessa forma, as pessoas tendem a exercer atividades mais
intensas pela liberdade observada.
O líder só ajuda quando solicitado, confiando plenamente no trabalho do
liderado. Ele parte do pressuposto de que os colaboradores são maduros o
suficiente e estão aptos a desempenhar as suas tarefas, sem a necessidade de
um acompanhamento constante. Por isso, com o passar do tempo, e sem a
necessidade de prestar contas, o grupo tende a oferecer baixa produtividade e
um certo individualismo no seu desempenho.

● Democrática
Esse é um estilo de liderança interessante na gestão de qualquer negócio.
Neste modelo, o líder se torna um facilitador do processo, ajudando os
colaboradores a executarem bem as suas tarefas e priorizando um clima
agradável de trabalho. Ele se preocupa com a execução do trabalho em si, mas
também com a qualidade de vida e satisfação da sua equipe de trabalho.

● Coaching
Este é um estilo de liderança bastante atual, onde a performance dos liderados
está em foco. O líder exibe um verdadeiro interesse pelo aumento da
performance dos seus subordinados, acompanhando a evolução de cada um,
incentivando-os e dando feedback constantes para manter as pessoas
motivadas e alinhadas em suas atividades.

2.2.2. Motivação
De um ponto de vista psicológico, motivação é a chama interna que energiza, dirige
e sustenta a ação dos indivíduos. No plano administrativo, motivação humana para o
trabalho é a força interna que leva um indivíduo a se associar a uma organização e fixar-se
nela, dando o melhor de si.
Nessa perspectiva, surgem os vários modelos e teorias acerca da motivação
humana, entre os quais podemos destacar a hierarquia de necessidades de Maslow, talvez
o mais popular na área da motivação, esse modelo se vale da forma da pirâmide para
estabelecer uma escala de necessidades, as quais, à medida que são atendidas, vão sendo
substituídas por outras imediatamente superiores.
Sua grande contribuição é ter chamado a atenção para a importância da
autorrealização e do crescimento pessoal. A partir da obra de Maslow surgiu toda a
moderna concepção de tratar pessoas não como um elemento de custo a ser controlado e
sim como um potencial a ser desenvolvido.

Disponível em: http://estrategiaemercado.blogspot.com/2011/06/hierarquia-de-necessidades-de-maslow-o.html

2.3. Planejamento estratégico, financeiro, operacional e marketing

O Planejamento Estratégico, onde define-se as estratégias com foco no longo prazo


de uma organização. Nesta etapa é preciso buscar sempre ter uma visão ampla da
companhia e sem entrar muito em detalhes, afinal o Planejamento Estratégico geralmente é
feito para um período de 5 a 10 anos e seria bastante complicado e muito pouco provável
acertar tantos detalhes para um período tão futuro.
A importância de uma boa gestão para o progresso das instituições sem fins
lucrativos do terceiro setor é um fato inquestionável e por este motivo é essencial que as
entidades estejam sempre buscando aprimorá-la, estabelecendo quais são seus planos
futuros da entidade em um período de cinco a dez anos. A entidade precisa estabelecer a
direção pela qual devem seguir, baseando- se em suas principais metas e prioridades. É
preciso dar mais foco e objetividade a organização, além de ser um fator determinante
durante a tomada de decisões e também no progresso dos resultados já obtidos. Antecipar
os planejamentos é necessário para evitar problemas, o que acaba fazendo com que as
entidades sem fins lucrativos que planejam se saiam melhores do que as que não fazem um
bom planejamento.
O bom planejamento é necessário para que a instituição possa refletir melhor sobre
sua situação atual, identificando seus pontos fortes e fracos, suas oportunidades e ameaças
que influenciam diretamente no dia a dia da instituição. Pode ser feito uma pesquisa através
de entrevistas, reuniões coletando evidências para a melhoria da instituição, preparando-se
para definir quais são as metas mais relevantes e realistas de acordo com o panorama da
entidade. Feito isto basta que a instituição permaneça fiel na execução do que foi
estabelecido no planejamento estratégico para conseguir resultados positivos futuramente e
permanecer melhorando de forma progressiva a gestão da organização sem fins lucrativos.
É de extrema importância fatores internos e externos à organização, por exemplo, o
cenário econômico global e a situação do mercado em que a instituição atua. Uma
excelente ferramenta nesta hora é a, análise SWOT que ajuda a mapear todas as Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças e fornece uma ótima base para a estruturação dos
demais planos estratégicos. É preciso estabelecer metas e objetivos, estratégicos que
organização pretende atingir, como a posição que pretende ocupar na sociedade ou como
quer ser reconhecida por seus usuários dentro de alguns anos.
É importante ressaltar que apesar de o Planejamento Estratégico ser criado para um
horizonte de até 10 anos, é essencial que ele seja revisado e atualizado constantemente.
Se isto não ocorrer, os planos sofrem um sério risco de ficarem desatualizados e serem
abandonados dentro da organização.
O Planejamento Estratégico precisa ser inspirador e motivador. Os planos de longo
prazo são uma das formas mais simples e poderosas de engajar seus voluntários com os
objetivos da instituição e gerar grande satisfação em todos com o alcance dos resultados.
O Planejamento Operacional com planos bem mais focados no curto prazo,
geralmente elaborados para períodos mais curtos, de 3 a 6 meses, com as definições de
métodos, processos e sistemas a serem utilizados para que a organização possa alcançar
os objetivos globais. Como resultado da etapa de Planejamento Operacional geralmente
obtemos Planos de Ações e Cronogramas das atividades que precisam ser desenvolvidas
dentro do período de tempo que está sendo planejado. Uma ferramenta muito útil nesta
etapa é o 5W2H que auxilia a organização a montar os Planos de Ações sem esquecer
nenhum detalhe importante.
Um plano de Marketing é o planejamento das ações de Marketing de uma
organização a fim de alcançar um determinado objetivo. O planejamento pode ser voltado
para os serviços oferecidos pela organização.
O plano de marketing deve dizer como irá alcançar seus objetivos e metas da
estratégia de marketing. Um planejamento financeiro é parte do plano de negócios em uma
empresa. Será esse o documento a apontar as diretrizes para que a ideia se torne rentável,
estabelecendo as ferramentas de controle para garantir a saúde do caixa e o cumprimento
das metas propostas para curto, médio e longo prazos.
2.4. G3 Resgate: História e Projetos

A associação humanitária de serviços sociais voluntários de Pitangui (G3- Resgate)


foi fundada em 28/04/2012 pelo Comandante Edson Eduardo Souza e sua ex-esposa
Elizabeth Antônia Santos (tesoureira da ONG), com o objetivo de salvar vidas, pois no ano
da fundação não tinha nenhum recurso de resgate na cidade.
Em 2008, Edson mudou-se para a cidade de Pitangui, no estado de Minas Gerais,
para trabalhar como coordenador, realizando serviços de resgate em uma mineradora.
Dentro de 4 anos, treinou mais de 400 pessoas como socorristas e brigadista, no seu tempo
livre ou em trajeto do serviço ele fazia atendimentos em pista, com os equipamentos e o
automóvel que tinha.
Com inúmeros acidentes que levaram à morte, por falta de atendimento de
emergência, evidentemente a cidade só havia ambulâncias simples da prefeitura que não
se encontrava equipamentos e pessoas qualificadas para aquele tipo de emergência em
pista. Assim, como ele já foi coordenador de uma equipe de resgate em Nova Era, estado
de Minas Gerais, resolveu pedir uma filial para Pitangui, depois de muitas negociações eles
conseguiram trazer o (GAVE) para a cidade.
Ao passar dos anos a ONG decidiu parar de ser uma filial para se tornar uma matriz,
com a ajuda da Associação Estadual dos Bombeiros Voluntários e Equipes de Resgate
Voluntárias de Minas Gerais (Volunterminas) o GAVE passou a se chamar G3-RESGATE.
Atualmente, a instituição filantrópica situa-se na rua Martinho Campos, número 105,
no centro da cidade de Pitangui-MG; conta com a ajuda de 26 socorristas voluntários e
detém posse de 5 veículos, sendo 1 motocicleta e 4 automóveis. Eles atuam no centro
oeste mineiro (Gamas, Nova Serrana, Pará de Minas, Martinhos Campos, Onça de Pitangui,
Pitangui), uma prática voluntária que atende vítimas em estado de trauma ou clínico, seu
maior objetivo é ajudar o próximo a salvar sua própria vida, sem olhar Hierarquia, raça ,
religião, etc.
A ONG não possui uma base própria, nesse sentido um dos projetos é adquirir a
base, atrair mais socorristas voluntários e arrecadação de fundos, para a instituição crescer
e se qualificar, podendo ajudar a população quando mais necessita.
3. Metodologia

O presente trabalho apresenta em sua pesquisa a seguinte metodologia: uma


pesquisa de caráter descritivo e exploratório. Onde a primeira busca descrever as relações
entre as variáveis presentes no texto e a segunda busca obter maior familiaridade com o
tema mencionado. Outro aspecto utilizado para desenvolvimento da pesquisa foi a
utilização de fonte pessoal através de entrevista, essa fonte por sua vez, busca obter maior
aproximação e compreensão do tema. Para apresentação de resultado foi utilizado o tipo
qualitativa que visa apresentação dos resultados através de conceitos. Como descritiva
temos referenciais teóricos que apontam os crescentes números de ONG’s que se
apresentam para auxiliar o governo na tentativa de oferecer oportunidades (Zanella 2009,
p.80).
Desta maneira o universo da pesquisa envolve, conforme amostra por acessibilidade
e indica a realidade da pesquisa de forma qualitativa. Foram realizadas leituras de obras e
artigos relacionados aos cenários das ONG’s e da cultura organizacional das políticas
públicas no contexto histórico global. Assim procura-se entender como é o formato cultural
das organizações que não tem o governo como base e as soluções e oportunidades através
delas.
Outro ponto importante foi o levantamento de dados, entre o período dos meses de
março a maio de 2020. Primeiramente visava-se restringir os campos encontrados para o
entendimento da atuação de algumas ONG’s e a omissão do poder público, através de
artigos, livros e sites. Logo após, ocorreu a coleta de dados da pesquisa em uma ONG
localizada na cidade de Pitangui-MG (G3 Resgate) através dos representantes.
As limitações dos métodos representam as dificuldades de fazer uma pesquisa de
qualidade, mostrando dados fiéis e comprobatórios da realidade da instituição visitada.
Também sendo de difícil acesso as informações relacionadas às políticas que o governo
deverá realizar para mudar este cenário, onde a cada dia o social fica mais desprotegido.
4. Resultados e Discussões

Para entender o mecanismo de uma ONG, foi realizada uma entrevista com o
Senhor Edson Eduardo Souza (cofundador e atual presidente da ONG G3 Resgate) e com
a Senhora Elizabeth Antonia Santos (também cofundadora da ONG G3 Resgate), com
perguntas abertas elaboradas para indicar aspectos internos da organização e visão da
ONG. Além dessas entrevistas, foi realizada junto aos responsáveis da ONG G3 Resgate
uma pesquisa para ilustrar a opinião dos mesmos.
Em seguida foi realizado o tratamento dos dados, onde foram analisadas as
principais características que representam os serviços prestados por essa organização e
quais dificuldades estes tiveram e têm desde a fundação da instituição.
Assim, após realizada uma análise SWOT, foi possível identificar os pontos fortes e
fracos da ONG G3 Resgate e então criado um diagrama de causa e efeito, possibilitando a
filtragem dos dados obtidos e evidenciando dois gargalos da instituição, que são a curta
disponibilidade de verbas, pois a ONG depende exclusivamente de doações, e também a
carência de ajuda voluntária, sendo esta a maior dificuldade, pois isto acaba limitando os
trabalhos de resgate.

Fonte: Pesquisa de campo

Com o diagrama em mãos, foi desenvolvido um plano de ação estilo 5W2H - uma
ferramenta administrativa que pode ser utilizada em qualquer empresa a fim de registrar de
maneira organizada e planejada como serão efetuadas as ações, assim como por quem,
quando, onde, por que, como e quanto irá custar para a empresa - para enfatizar os
principais problemas enfrentados no ambiente interno da ONG. A partir disso, foi definido
ações, metas, responsáveis e prazos para alcançá-las com o objetivo de amenizar os
problemas encontrados.
Percebe-se assim que aponta na prática a discussão que é estabelecida ao longo
desse texto de que a oferta do Estado é insuficiente em várias áreas e locais.
Em sua totalidade os responsáveis consideram que a Instituição trouxe benefícios ao
oferecer suporte ao sistema público de saúde. Destacam que os resultados ultrapassam os
muros da instituição, uma vez que influenciam também a comunidade.
Como o resultado da pesquisa foi possível apontar a capacidade de outras
instituições além do Estado em realizar políticas que tragam melhorias para a qualidade de
vida da sociedade.
Através dos dados da pesquisa, foi possível perceber que a população no geral, na
falta de serviços de resgate oferecidos pelo município, é beneficiada pelos serviços
importantíssimos prestados pela ONG G3 Resgate.

5. Conclusão

A partir do que foi exposto neste trabalho foi possível compreender através de
diferentes perspectivas e aspectos que existe a necessidade de realizar políticas públicas
para que se consiga assim alcançar diversos serviços e esferas da sociedade. Percebe-se
também o Estado como sendo o principal responsável por essas políticas e encontrou o
auxílio das Organizações Não Governamentais para a realização das mesmas. Uma vez
que está mais perto das necessidades decorrentes da população, trazendo assim
oportunidades e benefícios a toda sociedade. Como foi citado acima o caso da ONG G3
Resgate que foi criada da necessidade de oferecer para a população um serviço de resgate.
Através do contato maior com este tema houve uma mudança em nossa concepção
sobre a atuação das Organizações Não Governamentais. As mesmas ampliaram suas
intervenções, podendo citar como suas áreas: educação, saúde, alimentação, trabalho,
moradia, transporte, lazer, esporte, segurança, proteção à maternidade e à infância e
assistência social. Tais áreas anteriormente eram exclusivas do Estado.
As ONG’s dessa forma oferecem serviços que em sua grande maioria geram
qualidade de vida para os seus participantes e assim permitem que mais pessoas tenham
acessos aos mesmos. Uma vez que em se tratando de diversidades e oportunidade as
ONG’s em auxílio ao Estado conseguem oferecer os serviços de forma satisfatória.
É importante mencionar que as informações apresentadas na pesquisa não esgotam
o tema, tornando o estudo mais interessante. Inúmeras questões ainda precisam ser
respondidas entre as quais estão: como se organizará as instituições no decorrer dos anos,
para atender as demandas sociais? Como essas parcerias, Estado/ONG’s, podem ser
fortalecidas para gerar mais oportunidades de bens e serviços para a sociedade? Espera-se
que as instituições continuem criando mecanismos eficientes nas resoluções das demandas
sociais.

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