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“O conceito de constitucionalismo, portanto, está vinculado à noção e importância da Constituição, na medida em que
é através da Constituição que aquele movimento pretende realizar o ideal de liberdade humana com a criação de meios
e instituições necessárias para limitar e controlar o poder político, opondo-se desde sua origem, a governos arbitrários,
independente de época e de lugar” (JR., Dirley da Cunha, p. 33).
Constitucionalismo Moderno: Petition of Rights (1628), Habeas Corpus Act (1679), Bill of Rights (1689), Act of
Settlement (1701);
O constitucionalismo moderno também ganhou expressão com figuras importantes e defensores do contrato social e
do direito natural como Thomas Hobbes (1588-1679), John Locke (1632-1704) e Rousseau (1712-1778).
Artigo 1° - Todos os homens nascem igualmente livres e independentes, têm direitos certos, essenciais e naturais dos
quais não podem, pôr nenhum contrato, privar nem despojar sua posteridade: tais são o direito de gozar a vida e a
liberdade com os meios de adquirir e possuir propriedades, de procurar obter a felicidade e a segurança.
Artigo 2° - Toda a autoridade pertence ao povo e por consequência dela se emana; os magistrados são os seus
mandatários, seus servidores, responsáveis perante ele em qualquer tempo.
Artigo 3° - O governo é ou deve ser instituído para o bem comum, para a proteção e segurança do povo, da nação ou
da comunidade. Dos métodos ou formas, o melhor será que se possa garantir, no mais alto grau, a felicidade e a
segurança e o que mais realmente resguarde contra o perigo de má administração.
Todas as vezes que um governo seja incapaz de preencher essa finalidade, ou lhe seja contrário, a maioria da
comunidade tem o direito indubitável, inalienável e imprescritível de reformar, mudar ou abolir da maneira que julgar
mais própria a proporcionar o benefício público.
“Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo
Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de
assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento
dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de
alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma
que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. Na realidade, a prudência recomenda que
não se mudem os governos instituídos há muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda
experiência tem mostrado que os homens estão mais dispostos a sofrer, enquanto os males são suportáveis, do que a se
desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa série de abusos e usurpações,
perseguindo invariavelmente o mesmo objecto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes
o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança.”
Sacramentando a divisão de poderes, sendo o poder legislativa dirigido aos deputados e senadores, o poder executivo
dirigido ao Presidente e Vice-Presidente e o Poder Judiciário à Suprema Corte;
Da mesma forma com divisões bem definidas, o poder legislativo entregue a Assembleia Legislativa, poder executivo
dirigido à Realeza e o poder judiciário entregue ao Tribunal de Cassação;
Esses movimentos possibilitaram a constitucionalização das liberdades, isto é, a estruturação política e social
garantidas pela constituição limitaram os campos de atuação das autoridades soberanas e tornaram a participação do
cidadão dentro do estado mais efetiva, formulando o Estado Democrático de Direito.
2ª Guerra Mundial;
NEOCONSTITUCIONALISMO:
PÓS-POSITIVISTA: trabalha a perspectiva de que o conjunto de normas jurídicas deve ser analisado sob o aspecto da
moral;
SOFT POSITIVISM: a moral ainda deve estar incorporada na norma jurídica, mas ainda deve ser considerada como
um aspecto distinto da norma;
POSITIVISMO INCLUSIVO: todo o conjunto ético e moral deve ser flexível as alterações positivas;
JURÍDICO: deve haver uma confluência entre esses três pontos de interpretação;
Outra inovação trazida pelo neoconstitucionalismo foi a possibilidade de reconhecer como perfeitamente aceitáveis
diversos tipos de normas jurídicas que não estejam necessariamente dentro daquele território organizado pela
constituição, como por exemplo, a sujeição do Brasil à Corte Interamericana de Direitos Humanos e à Convenção
Dirley da Cunha, p.77 define constituição como a “[...] Lei Fundamental; a Lei das leis; a Lei que define o modo
concreto de ser e de existir do Estado; a Lei que ordena e disciplina os seus elementos essenciais (poder-governo,
povo, território e finalidade).”
CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA: nessa concepção a constituição surge como uma forma de representar o estilo de
organização da sociedade. Assim, a sociedade é quem dita a construção constitucional. Pensando nisso, o doutrinador
chamado Ferdinand Lassalle entende que não deve haver uma distinção entre a constituição jurídica e a constituição
real. Ou seja, entre aquilo que se observa da realidade da organização social e o que se coloca no documento escrito.
Não pode haver um divórcio entre esses dois aspectos.
CONCEPÇÃO POLÍTICA: O pensador dessa concepção é Carl Schmitt e ele divide o sentido político da constituição
em 4 conceitos:
1° - Conceito absoluto: defende a constituição como sendo a forma motriz do Estado, ou seja, só existe estado por há
constituição, o que nos leva a perceber que esse posicionamento dita se o estado seria uma monarquia, aristocracia ou
democracia, além de determinar a forma de comportamento do estado;
2° - Conceito relativo: tudo o que está na constituição é constitucional e não pode ser alterado por leis normais;
3° - Conceito positivo: esse conceito traz a distinção entre constituição e lei constitucional, isto é, tudo aquilo que
estiver relacionado com decisão política fundamental como, direitos individuais, vida democrática, organização do
estão e dos poderes é constituição e tudo aqui que não estiver relacionado aos fatores acima, é lei constitucional;
CONCEPÇÃO JURÍDICA: o idealizador dessa concepção seria Hans Kelsen que deduziu que a função do Estado é a
de criar normas jurídicas. Por isso, a constituição teria o dever de ser a lei fundamental do Estado, capaz de organizar
o território, povo e governo e garantir os direitos fundamentais. Para Kelsen a constituição teria dois sentidos: de um
lado o lógico-jurídico, ou seja, a constituição no campo das ideias e o sentido jurídico-positivo, a constituição como
sendo o pilar jurídico do Estado. Esse doutrinador entende a Constituição como norma pura e, em face disso, solidifica
a Teoria Pura do Direito, pretendendo explicar o direito a partir daquilo que ele é, sem necessariamente sofrer
influência de outras áreas.
Por isso, o direito seria a norma prescritiva da sociedade, ou seja, qual deve ser a conduta do individuo e qual deve ser
a sanção em caso de desobediência. Para isso, Hans Kelsen entendeu o direito como um sistema de normas que estão
dispostas hierarquicamente. Assim, uma norma seria capaz de validar outra norma, até chegar a uma norma que não se
submete à nenhuma outra, no caso, a Constituição.
TEORIA DA CONSTITUÇÃO
CONSTITUÇÃO COMO GARANTIA DO STATUS QUO ECONÔMICO E SOCIAL (ERNST FORSTHOFF): Para
Forsthoff a Constituição deveria resgatar a existência de um Estado autoritário, que limitasse a perspectiva social e
econômica;
CONSTITUIÇÃO COMO PROCESSO PÚBLICO (PETER HÄBERLE): segundo essa Teoria, a Constituição deve
ser interpretada dentro de um recorte histórico com a finalidade de trazer atualizações levando-se em consideração
uma sociedade pluralista e aberta;
3° - e torna-se fonte normativa como sendo a principal legislação que deve ser utilizada como o parâmetro de todos os
atos;
“Definir o Direito Constitucional como a parte do direito que estuda as regras contidas na Constituição não é senão
parcialmente verdadeiro. É certo que a Lei Básica de um país forma geralmente objeto principal de Seu Direito
Constitucional. Mas não se erige em seu escopo exclusivo. Primeiramente, em certos países, a Constituição
propriamente dita se reduz a algumas coisas: costumes, práticas, tradições completam e sobrelevam amplamente os
textos escritos, como no caso da Grã- Bretanha; o Direito Constitucional não poderia limitar-se apenas ao seu exame.
Mesmo nos países em que a Constituição escrita contém o essencial das normas concernentes à estrutura do Estado e à
organização do governo, muitas destas normas, não são por ela estabelecidas – são encontradas em leis ordinárias, nos
regulamentos, nas resoluções das assembleias e também nos usos e costumes: o Direito Constitucional desborda
largamente o de Constituição” – Maurice Duverger.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:;
Constitucional dentro da Teoria Geral do Direito, ou seja, suas classificações, conceituações, divisões, características e
tudo aquilo que forma o objeto de estudo;
O Direito Constitucional e o Direito Administrativo: o direito constitucional quem possibilita os princípios gerais e os
fundamentos de organização da Administração Pública, ex.: Art. 37. A administração pública direta e indireta de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:;
O Direito Constitucional e o Direito Penal: a constituição traz os limites de punição do Estado, ex.: veda a instituição
do Tribunal de Exceção (XXXVIII); pune atos contra a liberdade (XLI); quais crimes são inafiançáveis (XLIII);
- O Direito Constitucional e o Direito Processual, ex.: garante o acesso à justiça (XXXV); o contraditório e a ampla
defesa (LV);
O Direito Constitucional e o Direito do Trabalho, ex.: garantias constitucionais aos direitos sociais do empregado (Art.
7°);
O Direito Constitucional e o Direito Civil, ex.: Igualdade entre homem e mulher (Art. 5°, I) e a constituição do
casamento (Art. 226);
O Direito Constitucional e o Direito Tributário, ex.: o Direito Constitucional traz os padrões do sistema tributário:
discrimina as espécies de tributos (Art. 145); limites do estado em tributar (Art. 150), entre outros aspectos;
O Direito Constitucional e o Direito Internacional: nesse campo existem duas correntes distintas: dualismo em que o
direito interno não interage com o externo, ou seja, o que é norma do país é norma do país, e o que é norma
internacional é norma internacional. E a teoria monista em que existe uma norma única, a ordem interna tem a mesma
força da ordem externa. O Brasil adotou o monismo moderado, reconhecemos o direito internacional, mas ele não tem
a mesma força da constituição, possuindo um nível de hierarquia de lei ordinária, à exceção dos Tratados de Direitos
Humanos;
CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO
QUANTO AO CONTEÚDO
MATERIAL: a Constituição material reflete o conjunto de normas essencialmente Constitucionais como direitos e
garantias fundamentais, organização de poder e organização de Estado;
FORMAL: conjunto de normas escritas, reunidas em um documento e que foi elaborado pelo Poder Constituinte
Originário;
QUANTO À FORMA
NÃO ESCRITA: as normas Constitucionais estão espalhadas em diversos documentos e geralmente são impostas
pelos costumes;
QUANTO À ORIGEM
CESARISTAS: Constituições que são outorgadas mas que dependem do referendo popular para sua validade;
QUANTO À ESTABILIDADE
FIXA: documento que só pode ser alterado pelo Poder Constituinte Originário;
RÍGIDA: Constituição que não pode ser alterada com a mesma simplicidade de uma lei ordinária;
FLEXÍVEL: Constituição que pode ser alterada com os mesmos procedimentos de uma lei ordinária;
SEMIFLEXÍVEL: Constituições em que parte da sua norma pode ser alterada com procedimentos especiais e parte
com procedimentos de leis comuns;
QUANTO À EXTENSÃO
ANÁLITICA: documento extenso que detalha e disciplina todas as particularidades não apenas do Estado, como
também da Sociedade;
QUANTO À FINALIDADE
GARANTIA: a maior finalidade de uma Constituição de garantia é preservar as liberdades contra a atuação do Estado;
DIRIGENTE: Constituições dirigentes garantem o status quo mas cria um projeto de avanço em direção ao futuro;
DOGMÁTICA: Constituições que são sistemáticas, escritas e elaboradas por um órgão constituinte;
HISTÓRICA: Constituições elaboradas pela influência dos costumes, transformações sociais e desenvolvimento da
história e tradições;
QUANTO À IDEOLOGIA
NORMATIVAS: Constituições aceitas e adequadas à organização política daquele Estado (possuem validade
jurídica);
NOMINAL: seria um documento sem validade jurídica para aquele momento específico, na verdade, é uma
Constituição que expressa apenas um desejo de se tornar aquilo que ela representa no documento;