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SUMÁRIO
Devemos lembrar que um percentual importante não entra na produção nacional por
entrar numa produção informal, geralmente responsável na produção de leite e outros
subprodutos. O leite inspecionado é aquele da produção formal (equivale a 60 a 75%), que foi
averiguado a quantidade por passar por um laticínio. Pensando nisso, provavelmente o ranking de
produtores internacionais seriam: EUA, Índia, China, Brasil e Rússia, uma vez que não é
contabilizada a produção informal.
A Nova Zelândia e a Argentina são exportadores e por isso devemos nos atentar a estes
países. O primeiro país ocupa o primeiro lugar em exportações para determinados produtos como,
por exemplo, o leite em pó, mostrando que apesar de uma baixa produção, existe uma quantidade
alta de excedentes para exportação. A China é o lado oposto da Nova Zelândia uma vez que é
importadora por conta da necessidade da demanda interna.
A tabela abaixo não se refere exatamente aos países com melhor produtividade média,
mas sim em relação a produção total desses países (primeira tabela apresentada nesta aula).
Abaixo temos a mesma relação para produtos como: manteiga, leite em pó desnatado
(é um produto com menor valor agregado e com isso países com menor poder aquisitivo
conseguem participar e ter um consumo significativo) e leite em pó integral.
A capacidade de estoque para produtos como o leite em pó é um fator que pode modificar
o valor no mercado internacional, principalmente para países que apresentam altos estoques e
com isso podem sair do mercado e controlar o preço daquele produto no seu mercado.
Na tabela abaixo temos uma indicação sobre os níveis das propriedades no Brasil e as
médias produtivas.
Além disso, pensando no estrato pertencente também temos uma avaliação da sua
participação na produção nacional e também no seu volume total. Em quanto sistema o que é
necessário para o Brasil é aumentar a produção leiteira por animal e não aumentar a quantidade
de animais, visto que o nosso rebanho é grande.
A produção
brasileira de hoje se
assemelha com a produção
norte-americana de 1910,
conforme a imagem da
tabela ao lado.
Assim como a Índia
segue para um caminho
como o que o Brasil está
agora (isso não quer dizer
que será no mesmo tempo,
do mesmo modo, mas
apenas um segmento para
uma maior tecnificação
assim como uma maior produção), conforme podemos analisar por meio da imagem dos gráficos
abaixo:
De 5564 municípios brasileiros apenas 67 não produzem leite, além disso as 100 maiores
cidades produtores são dependentes da produção uma vez que ela representa seu principal
negócio. A cadeia leiteira nacional da bovinocultura emprega pessoas tanto diretamente na
indústria de laticínios com os produtos lácteos, além de peças e veículos e também na construção
civil. Na atividade primária temos em torno de 2,7 milhões de postos de trabalho permanente. Um
detalhe é que quanto maior a automação da cadeia, menor poderá ser a quantidade de
trabalhadores diretos ligado com a cadeia.
Os três principais produtos são queijos, leite UHT e leite em pó, seguido posteriormente
de demais produtores e do leite pasteurizado.
O produto mais importado é o leite em pó e é oriundo principalmente da Argentina (60%)
e Uruguai (33%). O segundo produto mais importado é o queijo e essa importação é oriunda da
Argentina (57%) e Uruguai (28%).
O mercado precisa analisar o cambio nacional, o valor externo e também o valor do dólar
para decidir o local de comprar mais vantajoso para os comerciantes. Este exemplo é visto na
importação do leite de pó no ano de 2020. O reflexo dessa compra é de em torno de 2 a 3 meses.
Antigamente o leite era tabelado pelo governo para ele ter acessível ao brasileiro, mas
hoje em dia o seu valor é conforme o mercado e não por nenhum teto estabelecido pelo governo.
Os produtos importados não são por conta de nichos, apesar de isso existir por conta de
produtos específicos que não são produzidos aqui. A questão de importação ou não equivale mais
na questão comercial e no preço desse produto do que qualquer outro impacto.
No gráfico abaixo quando temos um valor do preço ao produtor:preço para importar
menor do 1, quer dizer que é mais vantajoso comprar o leite do produtor, do que importar, assim
como valores maiores que 1 mostram o contrário, que é mais vantajoso pro lacticínio importar do
que comprar do produtor. Apesar de ruim para o pequeno produtor, para a cadeia esse sistema é
melhor.
Os municípios com mais relevâncias são: Patos de Minas, Prata, Unaí, Patrocínio, João
Pinheiro, Lagoa Formosa, Monte Alegre de Minas, Carlos Chagas, Coromandel e Pompéu.
O ranking da produção de leite é: Minas Gerais (27,1%), Paraná (12,5%), RS (12,3%),
GO (9,1%), SC (8,7%), SP (4,7%), RO (3,2), BH, PE. Pensando na produção mineira o Sul de
Minas apresenta maior produção, mas a maior produtividade por vaca é do Alto Paranaíba (menor
rebanho, mas maior produtividade). Os municípios em questão de volume são: Patos de Minas
(195.827), Patrocínio (173.150), Coromandel (124.405).
Uma das fraquezas brasileira é a baixa eficiência, comparada com os demais países, além
disso a baixa qualidade também é algo que afeta a produção. Outro detalhe que pode acontecer é
a diminuição da contribuição da pequena produção, mas não uma erradicação da agricultura
familiar.
Variáveis incertas da nossa produção: participação das cooperativas (no Sul tem
aumentado, mas em outras regiões isso foi diminuindo); relacionamento indústria/produtor;
balança comercial (seremos exportador de lácteos? Teremos expansão do cenário interno?).
Na espinha de peixe podemos a altura da linha do leite pode ser qualquer uma das três
opções.
Passagem e tandem são para fazendas menores e menos usuais nos modelos criados hoje
em dia. Em fazendas que ordenham uma quantidade elevada de vacas teremos espinha de peixe
ou parelas/side by side, este último apresenta maior tecnologia, principalmente por ordenha em
um espaço menor de fosso, necessitando de equipamentos com um preço mais elevado em
comparação com os da espinha de peixe.
As instalações até o
momento são necessárias a
presença do colaborador para
realizar o teste de caneca, pre e
pós-dipping, dentre outras
atividades importantes para a
ordenha. Mais atualmente
temos ordenhas robóticas em
que foi tirada essa presença dos
colaboradores e a própria
“máquina” faz as etapas
necessárias.
SALA DE LEITE
Devemos pensar em uma fácil limpeza e sanitização, um local ventilado e o
dimensionamento também dependente dos equipamentos (tanque). Todos esses fatores implicam
na construção da sala de leite.
CURRAL DE ESPERA
O ideal é que o animal fique até 1hora/lote e o dimensionamento é de 1,8 a 2,8m²/vaca.
A largura é equivalente a sala de ordenha e geralmente o comprimento é maior que a largura. O
aclive deve ser no sentindo da ordenha para estimular o animal a entrar na mesma.
SETOR DE ANIMAIS
As vacas em lactação serão criadas em galpões sendo eles com cama coletiva (compost
barn, loose housing) ou camas individuais (free stall, tie stall). Para este último tipo as dimensões
devem respeitar o tamanho do animal, logo as dimensões do animal quando deitado. É importante
lembrarmos que uma vaca pequena ou grande demais será ruim para o animal.
Para as medidas consideraremos a altura de garupa e a distância entre os íleos. A baia terá
o comprimento igual da cama ou maior, nunca será menor! A cama é só o espaço para o animal
ficar deitado, enquanto a baia é este espaço mais aquele espaço a frente para que o animal
permaneça com a sua cabeça.
Neste tipo de instalação a cama e a baia terão um mesmo tamanho. A barra divisória,
altura da canaleta, altura do bebedouro e outras dimensões existem parâmetros técnicos que
definem como deve ser organizado.
Existe uma mureta que varia de 25 a 30 cm em relação a cama e em relação à pista
equivale de 10 a 15 cm, uma vez que a pista está um pouco mais elevada em comparação com a
cama. Neste tipo de instalação não pensamos tanto no espaço individual do cocho pois esta
medida será o mesmo da largura de cama. O bebedouro é em geral do tipo taça e sua variação é
de 46 a 51 cm em relação à cama, sendo que o animal terá acesso a dois bebedouros (o do seu
espaço e do animal do lado).
A baia precisa de uma inclinação de 2 a 3% visando que caso tenha algum acúmulo de
líquido, o mesmo irá escorrer. A largura da baia leva em conta a distância entre os íleos (2x a
distância entre os íleos).
Alguns detalhes problemáticos é um pé direito mais baixo e a menor presença de
ventiladores (verificar a imagem abaixo da instalação da UFMG).
Nesta instalação a vaca terá uma coleira e estará com uma corrente para prender o animal
naquela baia, não evita o movimento dela em torno da baia, mas sim evita ela mudar para outra
baia.
Coloca-se uma contenção de choque bem fraco para que o animal seja condicionado para
defecar e urinar na canaleta e não na baia em si. Esse choque só rela no animal caso a sua
inclinação não esteja correta, caso esteja o mesmo não irá relar nessa barra. No primeiro
treinamento a barra fica em torno de 5 cm acima da vaca e após condicionada a distância é de 10
cm.
Na imagem abaixo, da Embrapa, não havia a barra de contenção com choque e acumulava
fezes que este animal fazia na própria cama. Além disso, a canaleta tem uma inclinação da
esquerda para a direita para ir pro local de manejo de dejetos.
Aqui o animal fica solto, sem definição em qual cama o mesmo deitará. A meta nesta
instalação é uma alta densidade em um ambiente confortável, comportando rebanho acima de 60
vacas e de alta produção. Devemos observar a facilidade de limpeza e distribuição de alimento e
este tipo de instalação apresenta elevado custo.
Neste sistema a largura da baia e da cama será diferente.
Em galpões comerciais de linha contínua é ideal fazer umas interrupções em alguns cantos
para que os animais possam passar de um lado para o outro e se alimentar, ao invés de dar a volta
em todo o galpão para ir par ao outro lado. O galpão precisa de um desvio para o local que os
dejetos cairão.
A baia frente sólida é aquela que o animal terá uma parede na frente para se levantar
(devemos garantir o espaço necessário do animal levantar, lembrando que quando ele vai levantar
ele se inclina pra frente) e quando temos linha dupla de cama (uma cama na frente da outra)
devemos deixar só metade do espaço para o animal ir para frente porque o mesmo pegará uma
parte do espaço da frente. A contenção de pescoço não deve estar nem muito pra frente e nem
muito pra frente pois isto será ruim para os animais.
Devemos avaliar se as vacas estão batendo nas divisórias ou nas conteção de pescoço
quando deitam ou levantam, fazendo esforço para levantar. Além de vacas metade dentro e
metade fora das baias, baias sujas geralmente é erro de manejo mas se for quantidade grande o
erro é também de dimensão e não só manejo. Outro detalhe que mostra erro de dimensão é vaca
deitada no comedouro, preferindo a sujeira.
É considerado superlotação se 10 a 20% a mais de vacas em relação ao número de vacas,
apesar que elas não deitem ao mesmo tempo, precisando nos atentar os números pois quanto maior
tempo as vacas ficam deitada, maior será a produção. Maior tempo em pé exigirá maior gasto da
vaca procurando um local para deitar, além disso na alta lotação elas buscam se deitar logo após
a ordenha e comem em menor tempo para evitar a competição de camas. Por isso, devemos
respeitar a quantidade de animais que o galpão comporta.
Loose housing era um modelo para trabalhar
com as vacas secas e as vacas pré-partos, porém a
explosão do compost barn gerou um desuso do Loose
housing para a utilização do outro mencionado. Um
funcionário tinha que repor a areia conforme ia
diminuindo (imagem de como é este modelo).
O compost barn é um confinamento de animais
que ocorre em estábulos com área de repouso coletivo
para bovinos de leite, num local de terra batida ou concretada, cobertos por uma camada de cama
que pode ser de palha de trigo, palha de arroz, areia, esterco desidratado, cepilho de madeira e
outros materiais.
É uma instalação com cama coletiva, porém o material deve ser orgânico (casca de café,
casca de arroz, manavalha, etc) e pensando no dejeto dos animais (todos os dias a cama será
revolvida e por isso teremos a compostagem dos microrganismos). Teremos uma compostagem
aeróbica (CO2 + H20 + calor), quando o manejo é bem feito teremos um produto próximo ao
húmus, porém na compostagem no barracão não chegará nesta etapa mas bem próximo de modo
que possa ser utilizado como adubo orgânico. A temperatura da cama é um indicativo se está
tendo a compostagem ou não.
Em manejos adequados a faixa aeróbica pode ocorrer onde temos a zona anaeróbica. Em
manejos falhos a zona anaeróbica pode ter materiais podres que podem ocasionar problemas aos
animais como, por exemplo, mastite. Por isso, é necessário muito cuidado e um bom trabalho ao
manejar a cama.
O material que será utilizado na cama em teoria pode ser qualquer um que seja orgânico,
porém os materiais mais adequados são aqueles que entram nos seguintes parâmentros:
• Boa relação C:N (> 30:1);
• Tamanho médio (3 a 5 cm comprimento x 2 a 3 mm de espessura) pois interfirirá na
compactação;
• Boa capacidade de absorção de água;
• Liberação fácil de calor;
• Disponibilidade regional para não ser um empecilho para a cama.
Os materiais mais comuns são aqueles da indústria madereira: maravalha (30-50mm);
serrage (5-30mm); cavaco (50mm); pó de serra (< 5mm). O melhor deste seria a maravlha por
conta do tamanho dela, uma vez que os demai são grandes ou pequenos demais.
Além disso temos a casca de amendoim por conta da boa absorção de umidade, a boa
uniformidade, porém existe um risco de contaminação por fungos que poderá ser problemático
em camas úmidas. Casca de arroz é outra opção porém apresenta alta dureza, baixa absorção de
umidade, alta sílica que dificulta a decomposição por bactéricas e apresenta arestas pontiagudas
podem gerar irritação ou ferida nos cascos e na pele dos animais.
Existem outras opções como: casca de café (é necessário cuidado para que esteja bem
seca para aumentar o pode absorvente de água);
palhadas (triturar para facilitar o revolvimento da
cama); resíduo de papel (compacta fácil, promove
muito pó no revolvimento, risco de conter químicos);
bagaço de cana (risco de fermentação alcóolica que
pode prejudir a compostagem e se atentar ao teor de
umidade que o material vem).
Se tivermos uma maior quantidade de vaca
sujo, teremos um indicativo de problema com a cama. Na foto acima o problema é a umidade.
O revolvimento é para incorporar, aerar e secar a cama. É utilizado escarificador ou
enxada rotativa. No ínicio teremos um volume de 30-45cm de camada e na reposição de cama é
de 5-10 cm de 2 a 5 semanas, mas isso depende de fatores como a época do ano (repõe mais cedo
na época das águas, galpão fechado, material com relação C:N mais baixo; repõe com tempo mais
espassado nas secas).
A temperatura da cama será mais elevada nos 15-25
cm de profundidade da cama e abaixo disso a temperatura cai
porque não tem decomposição nesta outra parte. A
temperatura varia de 43,3 a 65°C e a faixa ótima é de 45-
55°C. Temperaturas mais baixas representam que a camada
está no final “da vida” dela, precisando repor a camada.
A umidade deve ser de 40 a 60%, quando está acima de 60% indica uma compactação
mais intensa e deixa um ambiente mais anaeróbico, sendo ruim pois queremos um abiente a
aeróbio. Valores abaixo de 40% representam uma falta de água e por isso pouca taxa de
decomposição. Para que a cama passe por uma boa secagem, os ventiladores serão estremamente
importante principalmente para evitar uma umidade excessiva. Além disso, o ventilador, manejo
de cama e a lotação de animais por barracão,
podem auxiliar em controlar a umidade e
evitar valores acima ou abaixo. Camas muito
secas é mais difícil de manejar e melhorar do
que as camas mais umidas.
Problemas na foto: o ideal é as vacas
não acessarem os bebedouros enquanto estão
na cama para evitar que a decomposição seja
diferente em cada parte do barracão. Além
disso, como o trator é quem vai revirar a cama
locais com dente (partes laterais do bebedouro) dificultam o manejo para revolver a cama de
forma eficiente.
O ideal (foto 2) é que o bebedouro esteja no corredor de forma que o animal saia da cama
e acesse o mesmo; além disso deve ser liso o ambiente tanto na cama, quanto no corredor para
que o trator passe.
Os ventiladores teremos os modelos de
alto volume de ar mas baixa velocidade de vento
(1) OU baixo volume de ar porém alta
velocidade de vento (2). O que mais 1
encontraremos é o número 2, porém podemos
fazer uma mistura de ambos em um galpão só.
Esses ventiladores precisam ter tanto sobre a 2
cama para ajudar na temperatura, assim como na
pista de alimentação. No free stall deveria ter
ventiladores tanto na linha de cama (melhor ambiência para as vacas) e na linha de alimentação
o ideal é ter uma linha de aspersão também. Essa mesma coisa é necessária no curral de espera
para ordenha, além de ser uma boa ter uma sala de banho para situações com estresse térmico.
Galpões abertos teremos ventiladores (linha de cocho e área de cama) e aspersores (linha
de cocho) Galpões com pressão negativa teremos exaustores e placa evaporativa. Ventilação
cruzada é aquela que o ar vem de forma, cruza transversalmente o barracão passando pela placa
evaporativa, porém temos também o túnel de vento em que o ar percorre todo o galpão. O uso da
placa refletora é para redirecionar o ar para os animais. Os exaustores sempre estarão
funcionando, mas as placas evaporativas apenas funcionará quando o ar que está entrando é um
ar quente.
exaustores
VENT. CRUZADA
Na terceira imagem abaixo o túnel de vento é basicamente de lona e essa lona serve como
uma placa refletora e vai atuar no ar de forma transversal pro círculo de vento.
placa
Exaustores ligados
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑎𝑛𝑠𝑜
𝑵ú𝒎𝒆𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒊𝒒𝒖𝒆𝒕𝒆𝒔 = + 𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑡𝑒𝑠
𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑠𝑡𝑒𝑗𝑜
Deve respeitar o espaço mínimo de cocho por
animal. Os valores de referência são de 75 cm para
vacas em pré-parto e pós-parto e 60cm para as vacas
em lactação para galpões bem estruturados com a dieta
dos animais.
Uma maior densidade animal com menor
distâncias interindividuais dará um aumento no
comportamento agressivo dos animais, além de que
sem limitação de alimento disponível x acesso
limitado ao alimento induzirá todos os animais ao
cocho de uma só vez.
Tiago Moraes Ferreira – tiago.ferreira@altagenetics.com
a sanidade é outro ponto importante para analisarmos se o colostro está livre de certos
(com baixa carga bacteriana) patógenos, sendo necessário um exame desse leite.
Devemos guardar apenas os colostros de qualidade e para isso é importante fazer a análise
do mesmo. O usual é congelar o banco de colostro, mas caso seja refrigerado por conta da alta
incidência de partos em um dia ou na mesma semana é sugerido manter de 3 até 4 dias, mas o
ideal seria manter até 24 horas.
Esse banco congelado pode permanecer até um ano em freezer não frost free, até três
meses no freezer frost free. O armazenamento é em sacos descartáveis com 1 a 2L resistentes e
fechados com seladores, juntamente com a informação da data que foi ordenhado. Deve ser feito
banho maria para descongelar o leite (lentamente a no máximo 50°C).
O colostro em pó é bem mais caro, por isso é importante tentarmos ter o colostro das
vacas, mas também algum em pó para momentos que possa acabar o banco de colostro.
Temos as opções de suplementos (acima de 100 g IgG/dose) com função de corrigir a [ ]
do colostro, enquanto o substituto (abaixo de 100 g IgG/dose) é literalmente o colostro em pó
com IgG, gordura e demais nutrientes do leite.
O substituto é indicado na falta de volume e/ou qualidade imunológica adequados de
colostro; quando tiver disponibilidade somente de colostro com alta contaminação bacteriana;
necessidade de facilitar o manejo da colostragem, especialmente em partos noturnos ou em
períodos com grande número de nascimentos; para substituição completa, forneça no mínima
200g de imunoglobulinas G (IgG) na primeira alimentação (essa quantidade seriam 2 pacotes,
sendo que o preço atualizado de apenas um é de R$230,00, com desconto).
Devemos avaliar no mínimo 20% dos animais, mas o ideal é o maior número de animais
possíveis. Ocorrerá coleta de sangue entre após as primeiras 24 horas e 7 dias de vida após a
colostragem. Devemos deixar a amostra dessorar, no qual pegaremos uma gota do soro desse leite
e analisar por meio do refratômetro próprio para analisar soro (seja o de rix ou de proteína total).
Quanto maior melhor, pois, teremos menor mortalidade e menor morbidade. Para cada tipo de
refratômetro teremos os valores:
• Proteína ideal: acima de 5,5 g/dl
• Brix: acima de 8,4%
Podemos trabalhar com fornecimento natural ou artificial, assim como aleitamento
individual ou coletivo.
No aleitamento artificial podemos utilizar balde, balde com chupeta ou mamadeira.
Ambos são bons, mas devemos fazer análise do ponto de vista comportamental X desempenho e
saúde. A quantidade de baixos volumes de dieta líquida em poucas refeições não atende a
necessidade de mamar. O fator mais importante é a higiene.
O fechamento da goteira esofágica é o canal que desvia a dieta líquida para ir para o
omaso e abomaso e não para o retículo e rúmen. Que são pilares musculares na parede dorsal do
retículo, ligando o cárdia ao orifício retículo-omasal (mais de 90% do leite vai para o omaso, que
é o correto). Qualquer alimento que for para o rúmen virará gás e representa uma falha.
Devemos dar um estímulo para que o animal tenha desejo pelo leite (sucção) e também
para que ocorra presença do leite na faringe (quimiorreceptores) para induzir fechamento de
goteira esofágica (feito principalmente em adultos).
Temos as opções do leite que pode ser o de transição, não comercializável (mastite, leite
com resíduo de antibiótico) e o comercializável (que é o nosso parâmetro sempre!), além dele
temos o sucedâneo e o colostro fermentado.
Não devemos adicionar ao pool de leite o colostro e o leite de transição, entrando então
no leite não comercializável. Além disso, as vacas em tratamento para mastite (composição
nutricional alterada), outras doenças (boa composição nutricional), risco sanitário e resistência a
antimicrobianas são leites não comercializáveis.
A contagem bacteriana pode ser reduzida por meio da pasteurização que pode ser lenta
(63°C por 30 minutos) ou rápida (72°C por 10-15). O uso de sucedâneo no leite pool para fornecer
ao bezerreiro pode ser uma forma de ajustar o leite para melhor a composição nutricional e
conseguir utilizar ele na produção. Os resíduos antimicrobianos é a única coisa que não pode ser
“corrigida” tornando-se efetivamente um leite que não tem utilização na produção.
A principal dieta líquida fornecida na produção é o leite não comercializável (43%) sendo
29% pasteurização lenta, 21% pasteurização rápida e 50% não pasteuriza; seguido de leite
comercializável (32%), sucedâneo (22%) e por fim leite acidificado (3%).
O sucedâneo pode apresentar diversos valores e o desempenho animal depende tanto da
qualidade do produto quando do manejo (a diluição feita, a temperatura, etc.), o que determinará
a ingestão e aproveitamento dos nutrientes. Um ponto positivo é que a o sucedâneo é uma proteína
de origem animal e seu uso é positivo caso tenha uma qualidade boa e ainda a diluição deve ser
de acordo com o ideal para termos a sua melhor “avaliação”. Apresenta possibilidade de inclusão
de aditivos/medicamentos.
Os níveis nutricionais de um sucedâneo devem conter de proteína em torno de 22 a 27%
na MS (a parte de sólidos podemos interpretar como a matéria seca para fazer os cálculos para a
matéria natural), é importante que mais da metade de proteína seja oriunda de fontes lácteas. A
fibra bruta é menor que 0,15%, demonstrando a baixa presença de produtos de origem vegetal.
Os valores para gordura é de 15 a 20% (preferência para a gordura de oriunda de fontes
lácteas) e a quantidade de minerais e vitaminas é de acordo com o recomendado pelo NRC (2021).
• FASE I (não ruminante): primeiros 21 dias (2ª sem. Concentrado – 3ª sem. Ruminação);
• FASE II (transição): 3ª a 8ª semana;
• FASE III (ruminante): a partir de 8 semanas.
Com 10 dias de vida todos os microrganismos já estão presentes e ao final do primeiro
mês de vida estão aptos a digerir (75% da MS e 84% da celulose oriunda de uma gramínea de boa
qualidade). O desenvolvimento total das papilas ocorre em torno de 2 a 3 meses de vida.
O alimento sólido ocasiona dois estímulos no animal. O primeiro é o estímulo mecânico
(físico) com movimentação do rúmen, desenvolvimento da musculatura, aumento do volume do
rúmen e manutenção da saúde do epitélio. Bezerro em crescimento apresenta problema com
acidose! E o segundo estímulo é o químico (fermentação) gerando os produtos de fermentação
que são os ácidos graxos voláteis (os principais são propiônico, butírico e acético [produzido em
maior quantidade porém não é metabolizado pelas células do rúmen]), metabolizados na parede
(apenas parte do propionico e quase todo butírico), ocorre produção de energia e por fim ocorre
o desenvolvimento do epitélio (papilas) em número e tamanho.
As opções para a dieta sólida é o volumoso e o concentrando e ambos fazem o estímulo
físico e químico, porém o concentrado apresenta maior substrato e por isso gera um melhor
estímulo químico. Dietas de apenas volumosos fornecimentos o estímulo físico adequado, mas
não o químico.
O concentrado pode ser fornecido a partir do primeiro dia de vida da bezerra, porém o
consumo é muito baixo, por isso indica-se colocar uma quantidade pequena para que os animais,
caso queiram, consumam. Os valores esperados em um concentrado são: proteína bruta (PB) em
torno de 18% (melhores resultados com 20% e para altos volumes de dietas líquidas valores de
22 a 24%); teor de fibra em detergente neutro (FDN) de 15 a 25%; teor de fibra em detergente
ácido (FDA) de 6 a 20%; amido de 25 a 30% e extrato etéreo (EE) de 3 a 4%.
A forma física do concentrado pode ser em multi-partículas (estímulos físicos e químicos,
porém um ponto negativo é que pode existir seleção), farelado ou peletizado.
Deve ser um local limpo, seco e bem drenado. Com ventilação adequada para condições
ambientais de temperatura, umidade e velocidade do ar (caso vente muito teremos que pensar em
cortinas para quebrar o vento). É importante ser confortável e caso seja gaiola precisamos colocar
uma camada de cama (feno ou plana com em torno de 15 a 25 cm) e o manejo diário feito será a
retirada de fezes. Precisa ser protegido contra chuva e sol e de forma que as bezerras possam ver
umas às outras (criação em pares apresenta um estímulo entre os animais) e equipado com
sombras nas instalações externas.
No berçário o acesso deve ser restrito para pessoas que não realizam qualquer manejo
com os animais, além de que o ambiente deve estar limpo e protegido contra outros animais.
Quando necessário, utilizar baias de aquecimentos com cama de feno ou palha e manter a
temperatura entre 17 e 25°C. Podem ser utilizadas baias ou gaiolas suspensas, no mínimo nos
primeiros 14 dias de vida das bezerras. É necessário um protocolo de limpeza e desinfecção dos
utensílios e instalações.
As gaiolas individuas em
galpões tem tamanhos diferenciados
se a quantidade é de até 30 animais
ou se é mais que 30 (valores na imagem). Independentemente da quantidade de bezerras alojadas
é necessário o uso de piso confortáveis e antiderrapantes, assim como camas sobre os pisos. Além
disso, é importante seguir um protocolo de limpeza e desinfecção dos utensílios e instalações,
assim como é ideal ter ventiladores no galpão visando que o ar circule no ambiente.
É importante pensar no protocolo de limpeza e em como ele será feito caso tenha mais
animais nas gaiolas ao lado para evitar a proliferação de microrganismos.
O bezerreiro pode ser individual ou coletivo, assim como o berçário. Em casos de
alojamentos individuais em áreas externas será importante um ambiente protegido contra outros
animais, com boa drenagem, manter o local limpo e seco (trocar o abrigo de local em caso de
casinhas). É importante que exista uma distância suficiente entre os abrigos para impedir o contato
direto entre os animais e também é necessário que o local passe por vazio sanitário (10 a 14 dias
de vazio).
Na foto com o modelo argentino o sentido mais correto seria o norte-sul.
Teremos um aumento do tamanho dos lotes, onde poderemos trabalhar com quantidades
em torno de 50 animais. Nos piquetes as dimensões de referências são: 27,8m²/animal e sombra
de 2,8m²/animal. Além disso, temos como valores para cacho de 40-50cm/animal. É indicado
ainda a continuação do concentrado para novilhas, assim como do sal mineral à vontade e do
calendário sanitário.
Para essas fases indica uma PB da dieta em torno dos 16%, uma relação PM:EM (proteína
metabolizável:energia metabolizável) de 40g/Mcal ou PB:EM de 65g/Mcal. Além disso, o ECC
é de 3,25 a 2,5; altura de cernelha de 125cm e altura de garupa de 130cm. Com um ganho médio
diário de 850 a 900 g/dia.
Se a idade ao primeiro parto for elevada teremos uma maior quantidade de animais em
recrias na propriedade.
Proporciona o animal a permanecer a mais tempo na produção e pode ser composta por:
• Pele;
• Fina camada de tecido conjuntivo abaixo da pele;
• Tecido conectivo unindo os quartos à parede abdominal;
• Ligamentos suspensórios laterais (não elástico);
• Ligamento suspensório medial (elástico);
• Tendão subpélvico.
O ligamento suspensório medial é o ligamento elástico que nos deixará identificar o
quarto posterior direito e o esquerdo, além de ser o responsável por maior longevidade da vaca
no rebanho. Quando ele se rompe são as
demais partes quem auxilia na
sustentação do úbere. O melhor é
quando vemos um ligamento forte, ou
seja, um sulco bem definido dividindo
os quartos direito e esquerdo
posteriores.
É muito importante pensarmos
no suprimento sanguíneo, pois afetará
na produção de leite. O sangue chega na
glândula mamária por bifurcação da
aorta que subdivide nas artérias ilíaca
externa e interna, porém é a externa a principal via para que o sangue
chegue nas glândulas. A veia mamária que vemos na vaca é
denominada veia subcutânea abdominal, porém não é a principal via
porque a principal não é possível de ser vista.
Na pele do úbere existe a presença de pelos porém na pele dos tetos não existem. Os
comprimentos dos tetos variam conforme as raças. No Holandês temos variações de 3,9 a 4,6 cm
de comprimento e 2,3 cm de diâmetro, enquanto no Gir temos 9,3 a 10,4 cm de comprimento e
3,8 a 4,1 cm de diâmetro.
Quanto maior o comprimento, menor será o fluxo médio durante a ordenha, além do que
quando maior o comprimento, maior será a presença do leite residual.
Existe muito mecanismo de defesa para a mastite, porém os manejos ultrapassam essa
defesa. Alguns dos mecanismos estão descritos na imagem abaixo:
O tecido secretor da glândula mamária apresenta de 150 a 220 alvéolos (um conjunto de
alvéolos gera um conjunto de lóbulos que gerará um conjunto de lobo). O leite secretado está
sendo secretado principalmente na porção superior do úbere, precisando ser secretado até a porção
inferior onde está o teto. Os ductos quem são responsáveis por esse caminho da porção superior
para a inferior. Quanto mais próximo do teto os ductos são mais calibrosos e em menor número,
enquanto na parte mais superior do úbere são mais delgados, porém em maior número.
Existem os ductos intralobulares, interlobulares, intralobares, interlobares, lactíferos (10
a 20) e a cistena da glândula. Um lobo é drenado por um único ducto assim como um lóbulo drena
para um único ducto. Abaixo tem a organização esquemática:
A junção do tipo tigth proporciona uma união da célula alveolar ficar ligada uma na outra
para que o conteúdo não saia de dentro de modo a preservar a função secretora do alvéolo. Caso
exista algum problema nessa secreção teremos uma queda na capacidade secretória da glândula
mamária.
A mamogênese é o
desenvolvimento da glândula
mamária e está sendo formado
desde a fase embrionária e persiste
até a fase fetal, portanto os impactos
da vaca refletem positivamente ou
negativamente na sua cria. Ocorre
nas fases embrionária, fetal, puberdade, gestação e no início da lactação.
Quando a bezerrinha nasce toda a parte estrutural está pronta (tetos, canal do teto, cisterna
dos tetos e das glândulas, vasos sanguíneos, tecido nervoso, tecido conjuntivo, tecido adiposo e
poucos ductos próximos à cisterna) porém não existem os alvéolos ainda e nem os ductos. A
glândula do nascimento à puberdade é rudimentar. Existe uma matriz adiposa para ser substituída
posteriormente pelos ductos e os alvéolos.
Todo o tecido não secretor está praticamente já formado (vasos sanguíneos, tecido
nervoso, conjuntivo, adiposo) e ainda o volume da glândula é dada pela matriz adiposa, na qual
os ductos se ramificam.
Do nascimento à puberdade teremos duas formas distintas de desenvolvimento. O
primeiro é o isométrico (tecido mamário desenvolve 1,6 vezes mais rápido que o corpo) e o
segundo é o alométrico (tecido mamário desenvolve 3,5 vezes mais rápido que o corpo). Durante
os primeiros 2 meses teremos crescimento isométrico e de 2 a 4 meses até a puberdade teremos a
primeira fase de crescimento alométrico que o animal terá. Da puberdade até a concepção ocorrerá
a volta do último crescimento, em que se intensifica durante a primeira gestação dessa novilha.
Melhor nutrição durante o aleitamento da bezerra favorece o desenvolvimento da
glândula mamária.
Tanto na fase alométrica quando na isométrica é apenas desenvolvimento dos ductos,
apenas na primeira gestação que haverá a formação alveolar. Dos 3 aos 4 meses de idade (90-
100kg) até a puberdade (9 a 12 meses com 250 a 280kg) teremos especificamente: alongamento
e ramificação de ductos da cisterna da glândula em direção à parte superior da glândula.
Da puberdade à gestação teremos um desenvolvimento isométrico limitado. Durante os
estros teremos alguma ramificação de ductos e não teremos desenvolvimento alveolar. Já no início
da gestação ocorrerá crescimento e ramificação de ductos, no terço final teremos desenvolvimento
alométrico com desenvolvimento lóbulo-alveolar e no final da primeira gestação teremos
desenvolvimento mamária completo (falta diferenciação das células alveolares - secreção).
A mamogênese não finaliza no primeiro parto da novilha, ela perpetua até a terceira
lactação dessa vaca. Após a terceira lactação não se vê um aumento da produção de leite por
desenvolvimento de glândula. Da primeira para segunda há um grande desenvolvimento e da
segunda para a terceira lactação tem um desenvolvimento menor.
A lactogênese é o processo responsável pela produção de leite. Sendo a mudança do
estado não secretor para o estado secretor. Ocorre no terço final da gestação com intensificação
do periparto imediato, uma vez que o que induz é o mesmo perfil hormonal da indução do parto.
A primeira etapa, no terço final da gestação, ocorrerá a diferenciação estrutural e
funcional do epitélio alveolar, existe capacidade de síntese ainda limitada com aumento da relação
núcleo/citoplasma e menor volume de RER, algumas microvilosidades, etc. Já próximo ao parto,
no periparto, teremos o processo regulado pelas mudanças hormonais deste período com aumento
da concentração de estrógeno, glicocorticoide, GH, prolactina, prostaglandina e diminuição das
concentrações de progesterona, lactogênio placentário
As mudanças no periparto foi o aumento de mitocôndrias, RER, ribossosmos, membranas
do completo de Golgi desenvolvidas e orientadas para o ápice; aumento da atividade enzimática
e metabólica da célular, além de maior capacidade de síntese.
Na galactopoiese teremos a manutenção da lactação que apresenta ação hormonal e
remoção frequente do leite, sendo essas duas ações ocorrente em paralelo. A manutenção do
número de células alveolares trará a capacidade de síntese destas e eficiência do reflexo de ejeção
do leite. Diversos hormônios estão relacionados seja de forma direta ou indireta, como os
hormônios da tireoide atuando no aceleramento do metabolismo, dentre outros.
A ordenha precisa ser tranquila e calma, pois caso a vaca esteja estressa a mesma liberará
adrenalina e bloqueará a ocitocina. Isso pode ocorrer por efeito central (bloqueia liberação de
ocitocina), efeito periférico (vasoconstrição periférica) ou efeito periférico (bloqueia receptor de
ocitocina na glândula mamária).
A involução da glândula mamária pode ser estimulada pela interrupção das ordenhas.
Envolve apoptose e remodelação da glândula e é caracterizado por: menor atividade metabólica
e máxima renovação; reabsorção de fluídos acumulados na atividade.
Na primeira fase de involução, 25 dias pós-secagem (35 dias pré-parto), existe uma
mínima atividade secretória, máxima renovação de células e vai reabsorver todo o leite que estava
presente. Após esta etapa a glândula precisa ser prepara para a próxima lactação e por isso as
células serão regeneradas.
A proximidade do parto faz com que ocorra o retorno da atividade e vai melhorando por
conta da renovação que ocorre na involução, porém ao longo dos anos dos partos que essas vacas
têm acaba diminuindo a porcentagem de renovação por que nem todas as células conseguem se
renovar mais. Além disso, o período seco é importante porque após o pico existe uma queda em
que a vaca precisa da renovação para melhorar a sua lactação para a próxima produção. Valores
existentes é que 20 dias pré-parto existe um aumento de 78% da atividade secretória, enquanto 7
dias pré-parto o aumento é de 98% da atividade.
O animal tendo um período seco menor haverá uma lactação menos produtiva e então
uma colostrogênese pior, por conta do comprometimento da renovação da célula.
O principal componente do leite é a água (86 a 88%) por conta do grande efeito osmótico
(puxar água) da lactose (4,6 a 5,2%) e outros componentes. Em sólidos totais temos de 12 a 14%
compostos por lactose, gordura, ácidos graxos, proteínas, minerais, vitaminas. Para o processo de
síntese e secreção do leite ocorrer precisamos de: i) suprimento de precursores a partir do sangue
(dieta e metabolismo); ii) capacidade de captação dos precursores e sua conversação em
componentes do leite (manejo de ordenha); iii) remoção do leite da glândula mamária.
• proteína A – galactosiltransferase (transfere galactose que foi ativada, transportada por uma
molécula de UDP) e é sintetizada em qualquer célula do organismo, porém a galactose não
consegue ser transferida para a glicose, apenas para proteínas formando uma glicoproteína;
• proteína B – alfa-lactoalbumina (é de fato uma proteína sintetizada exclusivamente na
glândula mamária) responsável por modificar a ação da lactose sintetase transferindo o grupo
galactosil para glicose e “virando” lactose.
A proteína A com a proteína B faz com que a proteína B direcione toda a galactose para
ser transferida para uma glicose formando então a lactose e apenas na glândula mamária, onde a
proteína B é sintetizada.
A lactose é sintetizada no citoplasma e nas membranas do complexo de Golgi (formam
vesículas para encobrir a lactose para que ela não fique solta no citoplasma puxando água e
rompa). Dietas inadequadas de glicose com baixo aminoácido podem comprometer a síntese da
proteína B e com isso diminuir a lactose. A [ ] máxima de lactose é de 300 mmol/L (tem que
sempre se manter constante para manter isotônica com fluídos corporais, para isso ocorrer precisa
puxar mais água e ocasiona um aumento do leite). O teor de lactose é um dos fatores que menos
vai variar no leite pois a mudança traria modificações no equilíbrio osmótico.
Após a glicose ser sintetizada, ela é envolvida por uma vesícula secretora (por conta das
membranas do complexo de Golgi), onde terá glicose e água. Após difundida, a vesícula sai do
Golgi e vai para a região apical (ápice da célula), se funde com a membrana da célula (plasmática)
e joga para fora a lactose e a água (processo denominado EXOCITOSE).
Para a vaca produzir muito leite, ela precisa produzir muita lactose. Esta última precisa
de muita glicose na glândula mamária para ser produzida. A síntese de glicose vem do sangue e
o principal fornecedor dessa glicose vem de gliconeogênese hepática (ou seja, vem do fígado). O
principal propulsor do metabolismo gliconeogênico de ruminantes é o ácido propiônico. Este
ácido vem de fermentação ruminal e a dieta responsável por este tipo de fermentação é
principalmente muito rica em amido, ou seja, uma dieta de carboidratos não fibrosos com muito
concentrado (que dará maior produção diária de ácido propiônico). O concentrado pode ser
qualquer um, mas algumas fontes acabam gerando maior quantidade de ácido propiônico
(preferência daqueles com maior presença de amido).