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AULA DE SM (SAÚDE DA MULHER) – DIA 20-07

TÓPICO ABORDADO: Legislação: políticas e programas no contexto da Saúde da


Mulher/ Pré-Natal: Assistência Sistematizada de Enfermagem I.
Anotações importantes –
 20º semanas: Aparecimento do colostro;
 A partir da 12º semana já da para auscultar o feto;
 Sulfato ferroso é dado a partir de exames de sangue na 20º semana, quando a
gestante não teve anemia no começo da gestação
 Feito de glicemia em jejum no 1º trimestre e no 3º trimestre, principalmente em
gestante que acabam ganhando uma grande quantidade de peso;
 O ganho de peso para gestante por semana sendo o ideal é que não ultrapasse 500
gramas por semana;
 Toda gestante não importando a idade gestacional se deve pesar, verificar a pressão
arterial, altura uterina (AU), batimentos cardíacos do feto (BCF), palpação e
manobras Leopold
Propedêutica Obstétrica:
Mensuração da altura uterina -
 É feito a partir da 12º semana que é quando o útero está abdominal e não mais
pélvico servindo para identificar o crescimento fetal (média 0,6 a 1 cm por semana);

 Permite o diagnóstico de várias alterações e doenças;


 É realizado com uma fita métrica, onde o ponto zero é localizado na sínfise púbica.
Em 12º semanas o útero está abdominal, 20º semanas na cicatriz umbilical e na 40º
semana começa uma descida do polo fetal, ou seja, o útero começa abaixar.
Palpação (Manobras de Leopold) -
 A gestante deve estar com a bexiga vazia em decúbito dorsal e com o ventre
descoberto, membros superiores em extensão ao lado do corpo;
 Realizado a partir 3º trimestre que é quando o feto está maior, a palpação é realizada
em 4 tempo –
1. Vamos começar no fundo o útero, na qual é possível apalpar o polo pélvico
que é mais mole e o polo cefálico que é mais duro e menor conhecendo o polo
fetal, na qual o polo cefálico é em relação com a cabeça do feto e o polo
pélvico é em relação a bundinha do feto. Feto pélvico ele está com a cabeça
para cima e a bundinha para baixo / Feto cefálico ele está com a cabeça para
baixo e a bundinha para cima
2. Vamos localizar o dorso e as pequenas partes.
3. Temos o reconhecimento da apresentação.
4. Temos a ocupação da escava
 Durante a palpação solicitar que ela relaxe e sinta o bebê;
Ausculta dos batimentos cardiofetais -
 Após a identificação do dorso fetal, através da palpação se realiza a ausculta. Após a
12º semana com o sonar e depois da 20º semana com o PINARD;
 A frequência é de 110 a 160 bpm e feito em torno de 1 minuto;
 Com a ausculta pode se avaliar – vitalidade fetal, confirmar diagnóstico de gravidez,
determinar a posição (relação da posição do feto sendo essa direita ou esquerda, no
próximo ao polo cefálico), gemelaridade (frequência diverge de 8 a 10 bpm) temos
uma zona de silêncio de mais ou menos 10 cm.
As consultas de pré natal devem ser intercaladas entre o médico e enfermeiros, na qual a
enfermagem pode solicitar exames complementares, realizar testes rápidos, prescrever
medicamentos. A portaria nº 1.459 é responsável pela rede cegonha.
Consulta de enfermagem:
Principais queixas –
 Amenorreia;
 Fadiga;
 Mastalgia;
 Polaciúria;
 Enjoos/vômitos matinais.
Sinais de presunção de gravidez –
 Atraso menstrual;
 Manifestações clínicas (náuseas, vômitos, tonturas, sialorreia, mudança de apetite,
polaciúria e sonolência);
 Modificações anatômicas (aumento das mamas, hipersensibilidade nos mamilos,
tubérculos de Montgomery, saída de colostro, coloração violácea vulvar, cianose
vaginal e cervical, aumento do volume abdominal).
Sinais de probabilidade:
 Amolecimento da cérvice uterina,
 Aumento do volume uterino;
 Paredes vaginais aumentadas,
 Aumento da vascularização da vagina (pulsação da artéria vaginal nos fundos de
sacos laterais);
Sinais de certeza –
 Ausculta BCF, sonar a partir de 12º semana e PINARD 20º semana;
 Percepção dos movimentos fetais (MF) de 18º a 20º semanas;
 USG: saco gestacional por via transvaginal com 4 a 5 semanas e a atividade cardíaca
do embrião com 6º semanas.
Sinais de alerta na gestação –
 Sangramento vaginal;
 Cefaleia;
 Escotomas visuais;
 Epigastralgia;
 Edema excessivo;
 Contrações regulares;
 Perda de líquido;
 Diminuição da movimentação fetal;
 Febre;
 Dor em “baixo ventre”;
 Dispneia, cansaço.
Gravidez confirma pelo médico ou enfermeiro:
 Se não for desejada é necessário acolher a mulher e avaliar o risco de aborto;
 Se for desejada é necessário acolher a mulher, abordar os medos e expectativas,
explicar a rotina do pré-natal e sua importância.
Fatores de risco:
 Idade menor que 15 anos e maior que 35 anos;
 Ocupação que exerce esforço físico excessivo, carga horária extensa, exposição a
agentes físicos, químicos e biológicos, estresse;
 Situação familiar insegura, não aceitação da gravidez, principalmente adolescentes;
 Situação conjugal insegura;
 Baixa escolaridade (com menos de 5 anos de estudo regular);
 Condições ambientais desfavoráveis;
 Altura menor que 1,45 cm;
 IMC – baixo peso, sobrepeso ou obesidade;
 Redobrar a atenção no acompanhamento de mulheres negras, indígenas, com baixa
escolaridade, idade menor que 15 anos e maior que 35 anos e/ou que tiveram pelo
menos 1 filho morto e/ou tiveram mais de 3 filhos vivos.
Fatores de história reprodutiva:
 RN com restrição de crescimento intrauterino, pré-termo ou malformado;
 Síndromes hemorrágicas ou hipertensivas;
 Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos;
 Nuliparidade e multiparidade (cinco ou mais partos);
 Cirurgia uterina anterior, pois pode ocorre o rompimento do útero devido a
musculatura do útero que é cruzada está com uma cicatriz que deixa essa
musculatura mais fina;
 3 ou mais cesáreas;
 Macrossomia fetal.
Fatores de risco da gravidez atual –
 Ganho ponderal inadequado;
 Anemia;
 Infecção do Trato Urinário.
Iniciar a primeira consulta, cadastrar a gestante no sistema de informação e preencher o
cartão da gestante e realizar os testes rápidas. Se o companheiro/companheira estiver
junto realizar o pré-natal do parceiro/parceira.
Se a gestante não tem risco gestacional mínimo 6 consultas com médicos/enfermagem
intercaladas. Na qual, mensais até 28º semana gestacional, 28 a 36º semanas é quinzenal e
a partir da 36º semana até o nascimento é semanal. Risco gestacional após uma avaliação.

Primeira consulta de pré-natal:


 Idade;
 Endereço atual;
 Procedência;
 Naturalidade;
 Escolaridade;
 Profissão;
 Renda Familiar;
 Estado civil;
 Tipo de moradia;
 Condições de saneamento;
 Antecedentes familiares (hipertensão, DM, doenças congênitas, tuberculose,
hanseníase, gemelar, parceiro HIV, CA mama e/ou colo de útero);
 Antecedentes pessoais (doença renal, transfusão de sangue, anemia, cirurgia, alergia,
virose, HÁ crônica, DM, cardiopatia, IMC, epilepsia – gardenal é responsável pela
malformação de lábio paladina, entretanto ela não pode parar de tomar a medicação
devido as crises, doença de tireoide ou endocrinopatias, malária, portadora de HIV,
uso de retrovirais, ITU, doenças neurológicas de psiquiátricas, neoplasias, uso de
medicação, vacinação);
 Ginecológicos (menarca, ciclos menstruais, uso de métodos anticonceptivos,
infertilidade/esterilidade, IST, cirurgias ginecológicas – quando/porque, mamas,
Papanicolau – recomendado a partir da 16º semana);
 Sexualidade (idade da primeira relação, desejo sexual, prática de relações sexuais na
gestação, números de parceiros, orgasmo, uso de preservativo, dispareunia);
 Antecedentes obstétricos (número de gestação, número de parto, número de aborto,
tipo de parto, idade da 1º gestação, intervalo entre as gestações, complicações no
ciclo gravídico puerperal anterior, número de filhos vivos, complicações do RN –
prematuro ou menor que 2.500 gramas, natimorto, filhos mortos, mortes neonatais,
história de amamentação);
 Uso de drogas e substâncias ilícitas e licitas;
Exame físico:
 Frequência cardíaca;
 Inspeção da pele e mucosas;
 Ausculta cardiopulmonar;
 Palpação dos gânglios;
 Temperatura;
 Pressão arterial;
 Peso e altura = IMC (IMC feito no início da gestação ou até antes se possível);
 Exames de mamas;
 Inspeção das genitais

OBS: 2º trimestre ganho de peso é de cerca de 250 gramas por semana e 3º trimestre o
ganho de peso é de cerca de 400 a 500 gramas por semana.
Exames realizados durante a gestação:

Exame hemoglobina e hematócrito –

 Anemia presente, tratar e acompanhar hemoglobina após 30 e 60 dias;


 Anemia grave, encaminhar ao pré-natal de alto risco.

Tipo sanguíneo e fator Rh –

 Se o fator Rh for (-) e o pai desconhecido ou pai com fator Rh (+), realizar exame de
Coombs indireto;
 Antecedente de hidropsia fetal ou neonatal, independentemente do Rh, realizar
exame de Coombs indireto.

Eletroforese de hemoglobina –

 As gestantes com traço falciforme devem receber informações e orientações


genéticas pela equipe de Atenção Básica.
 As gestantes com doença falciforme encaminhadas ao pré-natal de alto risco,
hematologista.

Glicemia em jejum –

 Entre 85-90 mg/dl c/fatores de risco ou 90-110 mg/dl: realizar o TTG na 24ª-28ª Sem.
gestação. Orientar medidas de prevenção primária (alimentação saudável e atividade
física regular).
 Se >110, repetir glicemia de jejum. Se > 110 mg/dl, o diagnóstico será de DMG.
Orientar medidas de prevenção primária e referir ao alto risco, mantendo o
acompanhamento na UBS.
Teste de tolerância à glicose (jejum e 2 horas pós sobrecarga com 75 gramas de glicose
anidro) –
 Feito entre a 24º semana e a 28º semana

 Orientar medidas de prevenção primária e referir ao alto risco, mantendo o


acompanhamento na UBS.
 Fatores de risco: Idade superior a 35 anos, IMC de sobrepeso/obesidade ou ganho
excessivo, deposição central excessiva de gordura corporal, baixa estatura (menor
que 1,50 m, crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia
na gravidez atual, antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição,
malformações, morte fetal ou neonatal, Macrossomia (peso ≥ 4,5 kg) ou DMG,
história familiar de DM em parentes de 1º grau, síndrome de ovários policísticos;
 Em caso de DMG é encaminhado para pré-natal de risco com acompanhamento
frequente na UBS, além disso, consegue controlar bem com alimentação saudável,
exercícios físicos e suspensão de fumo.
Teste rápido de sífilis ou VDRL –

Se reagente, tratar conforme fase clínica da doença:


 Sífilis primária: penicilina benzatina, 2.400.000 UI, intramuscular, em dose única
(1.200.000 UI em cada glúteo);
 Sífilis recente secundária e latente: penicilina benzatina, 2.400.000 UI, intramuscular,
repetida após 1 semana, sendo a dose total de 4.800.000 UI;
 Sífilis tardia (latente e terciária): penicilina benzatina 2.400.000 UI, intramuscular,
semanal (por 3 semanas), sendo a dose total de 7.200.000 UI
Teste rápido para HIV e sorologia –

Se reagente:
 Toda gestante infectada pelo HIV deve receber TARV durante a gestação, com dois
objetivos: profilaxia da transmissão vertical ou tratamento da infecção pelo HIV.

Sorologia hepatite B (HBsAg) –

 HBsAg reagente e HBeAg reagentes: encaminhar ao serviço de referência alto risco.


 HBsAg não reagente: se esquema vacinal desconhecido ou incompleto, indicar vacina
após 1º trimestre.
 Toda gestante HBsAg não reagente deve receber a vacina para hepatite B ou ter seu
calendário completado, independentemente da idade.

Toxoplasmose IgG e IgM –


 Fornecer orientação sobre prevenção primária, tais como, lavar bem os alimentos,
não ingerir carnes cruas, mal cozidas, embutidos, evitar contato com terra e fezes de
gato, lavar bem as mãos, não consumir leite e derivados crus.

Parasitologia de fezes –

 Em caso de diagnóstico parasitoses intestinais só devem ser tratadas na gravidez


quando o quadro clínico é exuberante ou as infecções são maciças, não sendo
recomendado o tratamento durante o primeiro trimestre da gestação;
 Nenhuma droga antiparasitária é considerada totalmente segura na gestação.

Urina tipo 1 –

 Leucocitúria: realizar urocultura para confirmar ITU. Não disponível a urocultura,


tratar empiricamente.
 Cilindrúria, hematúria sem ITU ou sangramento genital e proteinúria maciça ou dois
exames seguidos com traços, passar por avaliação médica e, caso necessário, referir
ao alto risco.
 Traços de proteinúria: repetir em 15 dias; se manter
 Traços de proteinúria e hipertensão e/ou edema; • Proteinúria maciça - PRÉ-NATAL
DE RISCO
 Pielonefrite, imediatamente à maternidade; ITU refratária ou de repetição, referir ao
alto risco.

Urocultura e antibiograma –

Teste rápido de proteinúria –


 Proteinúria (+) ou mais deve ser seguida de uma determinação de proteinúria de 24
horas, sendo um dos sinais para diagnóstico de pré-eclâmpsia.

Coombs indireto –

 Imunoglobulina anti-D no pósparto, se o RN for Rh (+), após abortamento, gestão


ectópica, gestação molar, sangramento vaginal ou após procedimentos invasivos
(biópsia de vilo, amniocentese, cordocentese), se mãe Rh (-) e pai Rh (+).
Prescrição farmacológica no Pré-Natal pelo enfermeiro:
Vacinação de gestante:
dT/dTpa (difteria, tétano e
coqueluche) –
 Aplicado quando esquema
vacinal desconhecido, não
vacinada;
1. Esquema de 1ª dose dT (qualquer idade gestacional), 2ª dose dT (após 60 ou
no mínimo 30 dias da primeira), 3ª dose dTpa (após 60 dias ou no mínimo 30
dias da segunda, após a 20ª. Sem (preferencialmente entre a 27ª e 36ª semana
de gestação)
 Vacinação completa - Uma dose dTpa, após a 20ª semana.

Hepatite B –
 Esquema vacinal desconhecido ou não vacinada ou HBsAg (-) e Anti-HBs < 10
1ª dose (após a 14ª semana de gestação)
2ª dose (após 30 dias da primeira)
3ª dose (após seis meses da primeira)
 Esquema incompleto, completar esquema conforme o número de doses faltantes

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