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Nádia Nhampimbe

Factores que Influenciam Cumprimento ou Não Cumprimento de Obrigações Fiscais


Por Parte Dos Pequenos Importadores Usuários da Fronteira De Ressano Garcia
(2018-2020)

Licenciatura em Contabilidade e Habilitações em Auditoria

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2022

Nádia Nhampimbe

Factores que Influenciam Cumprimento ou Não Cumprimento de Obrigações Fiscais


Por Parte Dos Pequenos Importadores Usuários da Fronteira De Ressano Garcia
(2018-2020)

Licenciatura em Contabilidade com Habilitações em Auditoria

Monografia Científica apresentada ao Departamento de


Contabilidade e Finanças da Universidade Pedagógica de
Maputo, como requisito para obtenção do Grau de Licenciatura
em Contabilidade com Habilitações em Auditoria.

Supervisor: Mestre, Luís Cumbe

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2022
ÍNDICE

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS.....................................................................................5

DECLARAÇÃO..............................................................................................................................6

CAPITULO I: INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

1.1. Justificativa...........................................................................................................................7

1.2. Delimitação do Estudo..........................................................................................................8

1.2.1. Delimitação especial......................................................................................................8

1.2.2. Delimitação temporal.....................................................................................................8

1.3. Problematização....................................................................................................................9

1.4. Hipóteses.............................................................................................................................10

1.1. Objectivos do Estudo..........................................................................................................10

1.1.1. Objectivo Geral............................................................................................................10

1.1.3. Objectivos Específicos.................................................................................................10

CAPÍTULO II- REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................11

2.1. Tributo................................................................................................................................11

2.1.1. História do Tributo......................................................................................................11

2.1.2. Conceito de Tributo.....................................................................................................12

2.2. Sistema Tributário Moçambicano......................................................................................13

2.2.1. Impostos.......................................................................................................................15

2.2.1.1. Objectivos dos Impostos.......................................................................................16

2.2.1.2. Tipos de Impostos.................................................................................................17

2.2.2. A Evasão e a Fraude Fiscal..........................................................................................19

2.2.2.1. Factores que Influenciam o Incumprimento Fiscal..............................................19

2.3. Importação e pequenos importadores.................................................................................26


CAPÍTULO III- METODOLOGIA...............................................................................................27

3.1. Tipo de Pesquisa.................................................................................................................27

3.1.1. Do ponto de vista da sua natureza...............................................................................27

3.1.2. Do ponto de vista dos seus objectivos.........................................................................28

3.1.3. Do ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos.........................................................28

3.1.3. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema.............................................29

3.2. População e Amostra da pesquisa...................................................................................29

3.3. Instrumentos de recolha de dados...................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA (Provisória)...........................................................................32


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AT Autoridade Tributária

IRPC Imposto de Rendimento sobre Pessoas Colectivas

IRPS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

ISPC Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes

IVA Imposto Sobre Valor Acrescentado

NUIT Número de Identificação Tributária

UPM Universidade Pedagógica de Maputo


DECLARAÇÃO

Eu Nádia Nhampimbe, declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e
das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho de monografia em nenhum momento foi apresentado em outra
instituição para a obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, 3 de Julho de 2022

_________________________________________

(Nádia Nhampimbe)
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

Em Moçambique, comparativamente aos países da região, o IVA é elevado, estando apenas


abaixo de Madagáscar e Tanzania 1. De acordo com CIP (2020), os impostos de rendimento
continuam, de longe, a principal fonte de receitas fiscais do Estado e o peso do Imposto de
Rendimento de Pessoas Singulares (IRPS), com incidência no orçamento das famílias, é quase
metade do Imposto de rendimento sobre Pessoas Colectivas (IRPC)2.

Startiene & Trimonis (2010:277) sugerem que a economia informal resulta de impostos elevados
e péssimo bem-estar social, acrescentando que se trata de um mercado secundário onde ocorrem
transacções que poderiam ser possíveis no formal, mas seriam taxadas, situação que gera a
necessidade de praticar essas operações longe do encalce da lei. O argumento destes autores é
consistente com a abordagem de Chen (2007: 80) segundo o qual muitos proprietários de
empresas informais operam de forma semilegal ou ilegal devido ao ambiente regulatório que é
muito punitivo, desajustado ou simplesmente não existente.

Reconhece Chowdhury (1999) que o não pagamento de direitos aduaneiros e demais imposições,
traz elevadas implicações na capacidade dos Estados de arrecadar receitas para o financiamento
das suas economias. Por isso, o contrabando tem sido conhecido como uma das causas dos
desequilíbrios económicos e da perda de receitas, em muitos países, particularmente os menos
desenvolvidos.

O presente trabalho surge no âmbito do estudo do o impacto do não cumprimento de obrigações


fiscais por parte dos pequenos importadores usuários da fronteira de Ressano Garcia., fez se o
levantamento do problema existente, de modo a avaliar os factores que influenciam os pequenos
importadores a cumprir ou não com as suas obrigações fiscais.

1.1. Justificativa
Social: Afigura-se relevante a escolha do tema para compreensão efectiva em relação aos
factores que influenciam o cumprimento ou não cumprimento de obrigações fiscais por parte dos
micro importadores na fronteira de Ressano Garcia. Neste sentido, nota-se a ausência de uma
estratégia consertada para lidar com a informalidade em Moçambique pode ser encontrado na recente
pretensão da Autoridade Tributária em Moçambique. Se se considerar a fuga ao fisco um dos

1
Disponível em: http://www.agt.minfin.gov.ao/PortalAGT/#!/iva/contexto/o-iva-na-sadc
2
Em 2019, os impostos sobre rendimentos representaram cerca de 47% da receita tributária, CGE
comportamentos que caracterizam o agente informal, é expectável que esta medida não atinja os
objectivos pretendidos pelas autoridades estatais. Por outro lado, a proliferação de taxas e
impostos, incluindo o Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC), não fará mais
do que criar confusão entre os operadores e incrementar a aversão ao fisco.

Pessoal: o presente estudo foi resultado de indagação pessoal em relação aos factores que
influenciam o cumprimento ou não cumprimento de obrigações fiscais por parte dos pequenos
importadores na fronteira de Ressano Garcia, visto que esta é a fronteira que regista o maior
movimento de pessoas e bens entre a República de Moçambique e da África do Sul. Este
movimento que sujeita os pequenos importadores de várias situações que incorrem ao
cumprimento ou não das obrigações fiscais.

Acadêmico: trabalho é uma fonte de acréscimo bibliográfico, este que pode servir de orientação
para futuros estudos, levando em consideração o contexto do cumprimento ou não cumprimento
de obrigações fiscais por parte dos importadores informais transfronteiriços.

1.2. Delimitação do Estudo


1.2.1. Delimitação especial
O presente estudo foi realizado na fronteira de Ressano Garcia, esta que se localiza no Posto
Administrativo do mesmo nome, no Distrito de Moamba situado na parte norte da província de
Maputo, a 75 km da capital da Cidade de Maputo, a que está ligado pela Estrada Nacional
número 2 e 4, e está posicionado entre os paralelos 24º27’e 25° 50’Sul e os meridianos 31º59’e
32° 37’Este.

A escolha da fronteira de Ressano Garcia, é justificada por ser a fronteira terrestre que mais
regista movimento migratório entre pessoas, importação e exportação de mercadorias para a
África do Sul. Este factor que atrai muitos moçambicanos que operam no sector informal que
buscam produtos alimentares, vestuários, material de construção, com vista a garantir o sustento
familiar.

1.2.2. Delimitação temporal


O estudo foi realizado dentre os anos 2018 a 2020. A escolha dos anos é justificada pelo facto
deste horizonte ser caracterizado pela evada perda de receitas fiscais, estas que são resultado de
várias ilicitudes praticada por vários utentes da fronteira de Ressano Garcia.
1.3. Problematização
É possível perceber que uma parte significativa das receitas provenientes do comércio externo
não esteja a ser captada pelas Alfândegas, por se entender que a maioria dos operadores do
mercado não esteja a declarar as suas mercadorias ao passar pelo território aduaneiro
(JAIROSSE, 2016). A não declaração de mercadorias, às Alfândegas, à entrada e saída do
território aduaneiro nacional constitui infração aduaneira (PA, 2017).

Nos termos do quadro legal moçambicano, as infrações aduaneiras podem ser diferenciadas de
acordo com a sua natureza e gravidade. Para efeito desta pesquisa, todas as infrações que
resultem na evasão de direitos aduaneiros e demais imposições são classificadas como
contrabando. Esta perspectiva é trazida por Chowdhury (1999), ao afirmar que o contrabando é
mais do que a não declaração de mercadorias ou a sua introdução por circuitos ilegais, inclui um
vasto leque de infrações que consistem na passagem de mercadorias, pelas Alfândegas, à luz do
dia, sem pagar as devidas imposições fiscais ou efectuando um pagamento parcial.

Nestes termos, pequenas importações são analisadas de forma fragmentada, concentrando-se


nas estratégias adotadas pelos seus praticantes para ultrapassar as barreiras fronteiriças e
burocracias formais, como se estes elementos fossem únicos entraves para esta actividade. Do
mesmo modo enfatizam-se os aspectos económicos e financeiros principais motivações para esta
prática. O que não permite perceber de forma ampla as suas dinâmicas quer em torno dos
praticantes quer em torno da actividade em si. Pois é possível que neste processo comercial está
presente o individualismo, a afirmação de identidades, relações de poder, de exploração,
cooperação e confiança entre os seus praticantes Contudo, diante da natureza deste sector várias
metodologias por forma a não declarar os produtos adquiridos nas autoridades tributarias.

Diante do exposto, surge a seguinte questão de partida: Quais são os factores que influenciam o
cumprimento ou não cumprimento de obrigações fiscais por parte dos pequenos importadores
utentes da fronteira de Ressano Garcia?
1.4. Hipóteses
H0 – As obrigações Fiscais impostas pelas autoridades tributarias influenciam no cumprimento
de obrigações fiscais por parte dos pequenos importadores que usam a fronteira de Ressano
Garcia;

H1 – As obrigações Fiscais impostas pelas autoridades tributarias influenciam no não


cumprimento de obrigações fiscais por parte dos pequenos importadores que usam a fronteira de
Ressano Garcia

1.1. Objectivos do Estudo


1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar os factores que influenciam o cumprimento ou não cumprimento fiscal por parte
dos pequenos importadores que usam a fronteira de Ressano Garcia.

1.1.3. Objectivos Específicos


 Descrever os tramites fiscais no que concerne as importações de contribuições fiscais dos
pequenos contribuintes usuários da fronteira Ressano Garcia;
 Avaliar os factores que influenciam para o cumprimento ou não das obrigações fiscais
dos pequenos importadores usuários da fronteira Ressano Garcia;
 Identificar as vantagens e desvantagens do cumprimento das obrigações fiscais por parte
dos pequenos importadores usuários da fronteira Ressano Garcia.
CAPÍTULO II- REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Tributo
2.1.1. História do Tributo
Etimologicamente a palavra tributo vem do Latim tributum e significava uma contribuição paga
pelos membros das antigas tribos (tribus) romanas. O termo se generalizou para se referir aos
valores cobrados dos cidadãos romanos, como também aos valores que um povo vencedor
obrigava o vencido a pagar como símbolo de submissão e obediência (ROCHA, 2014). A origem
da palavra tributo está diretamente ligada à formação do homem como um ser social. Ainda
como nômade e livre de relações sociais estáveis e permanentes, ele andava pelos mais
diferenciados lugares acomodando-se temporariamente em terras que lhe oferecessem as
melhores condições de sobrevivência.

Com crescimento da família e do seu grupo social, ele foi forçado a se estabelecer de modo
permanente para dali poder garantir a sua subsistência. Em determinado período da história, o
homem buscou organizar-se socialmente em comunidades com o objetivo de atender aos mais
diferentes interesses, que iam desde as necessidades básicas de defesa, alimentação e abrigo, até
a proteção contra a ameaça de outros povos (AMORIM & WEYNE, 2006, p. 13).

A presença de um chefe tribal ou líder religioso dentro dessas tribos era algo bastante comum e
muitas vezes como forma de prestar alguma homenagem ou reconhecer o papel desenvolvido por
eles na condução do grupo, a entrega de oferendas e presentes era sempre vista como uma atitude
honrosa. Silveira (2002, apud ROCHA, 2014) chega a afirmar que a origem do tributo
acompanhou essa evolução humana, sendo que as primeiras manifestações tributárias surgiram
voluntariamente sob a forma de ofertas a esses líderes eu chefes.

A imposição dos tributos se tornará algo mais frequente e obrigatório diante das conquistas de
novas terras ou povos, onde os povos vencedores passariam a impor aos vencidos o pagamento
de pesadas taxas. A cobrança de tributos pelos líderes de uma comunidade aos seus próprios
súditos ou liderados vai surgir com maior intensidade mais tarde quando, de tudo o que o súdito
produzisse em suas terras, uma parte deveria ser entregue ao chefe em forma de tributo
(ROCHA, 2014).
A opressão em relação à cobrança de tributos persistiria enormemente ao longo da história do
homem, com a imposição do tributo aos derrotados nas guerras (Roma antiga), passando pela
Idade Média quando, além dos senhores feudais, que exigiam pesados tributos, cobrados das
colheitas em troca de proteção, o povo ainda recolhia à Igreja algumas contribuições, fosse por
meio dos dízimos e ofertas, fosse por outras imposições como, por exemplo, as indulgências. É
importante lembrar que durante as Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), diversos senhores
feudais passaram a cobrar ainda mais impostos de seus súditos visando o financiamento de suas
viagens à Terra Santa.

Durante o Absolutismo francês, a cobrança de tributos pelos monarcas alcançou seu ponto
culminante. Para Amorim & Weyne (2006, p. 20), 80% dos ganhos dos camponeses eram pagos
aos vários coletores de impostos. Acontece que o resultado dessa cobrança feita aos franceses era
predominantemente marcado pela utilização do que era arrecadado no sustento do luxo dos
palácios e da boa vida dos reis e seus fiéis súditos.

A exploração, desorganização fiscal e gastos excessivos, que trouxeram consequências


desastrosas para as finanças da França, eclodirá a Revolução Francesa, em 1789 (AMORIM &
WEYNE, 2006, p. 20). Para Rocha (2014), com o surgimento do Estado liberal e das terríveis
consequências no campo social provocadas pela Revolução Industrial no final do século XIX, foi
preciso que o Estado assumisse uma nova postura, diferente daquela baseada no distanciamento
da sociedade. A intervenção estatal, segundo o autor, tornava-se, por certo, uma atitude
necessária.

“O novo papel do Estado exigia a realização de diversos gastos e investimentos, fato este que
justificava a cobrança de tributos sobre a população, pois como assegurar ao povo educação,
saúde, moradia, emprego e outros tantos direitos sociais sem que houvesse a arrecadação de
tributos”. Daí a imprescindível função social do tributo. O dever de pagar tributos é que gera,
então, as condições financeiras para que o Estado atenda as demandas da sociedade. Segundo
Martins (2005, p. 255), “o tributo é o principal elemento da história depois do homem, pois é o
instrumento que dá força ao Estado”.

2.1.2. Conceito de Tributo


Pimpão (2012, p. 85) define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de acto ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante actividade administrativa plenamente vinculada. Para Harada (2011, p. 308), o
tributo não possui um conceito uniforme. No entanto, a doutrina em geral agrega um o traço
característico da coercitividade. Dessa forma, os tributos são prestações pecuniárias
compulsórias, que o Estado exige da sociedade em virtude do seu poder de império.

Concordando com Harada & Coêlho (2015, p. 365), define que tributo é toda prestação
pecuniária em favor do Estado ou de pessoa por ele indicada, tendo por causa um fato lícito,
previsto em lei, instituidor de relação jurídica, diferenciando-se da multa porque esta, embora
prevista em lei em favor do Estado, decorre de um fato ilícito, ou seja, ter alguém descumprido
algum dever contratual ou legal.

Nisso segundo Correia Neto (2019), existem três características principais ou essenciais para
que se possa enquadrar certa obrigação na noção de tributo:

I. Compulsoriedade ou obrigatoriedade;
II. Natureza pecuniária, isto é, geralmente em forma de dinheiro; e por fim
III. O tributo não constituí uma punição pela prática de um acto proibido.

Nesse mesmo debate Pimpão (2012), por sua vez, acrescenta dois elementos aos já apresentados
por Correia Neto (2019), que são a legalidade instituída pela Lei, e a cobrança mediante
actividade administrativa plenamente vinculadas.

2.2. Sistema Tributário Moçambicano


O debate sobre o sistema tributário é complexo e constantemente analisado em vários prismas nisso
para Musgrave (S/D), Apud Silva (2014), o conceito de sistema tributário é entendido como sendo o
complexo de regras jurídicas formado pelos tributos instituídos em um país ou região autónoma e os
princípios e normas que os regem.

De acordo com Passos (2014), o sistema tributário é o conjunto de impostos, taxas e


contribuições através dos quais o Estado obtém recursos para cumprir suas funções, como a
oferta de bens e serviços públicos de qualidade. Corroborando com o pensamento acima Correia
Neto (2019), defende que o sistema tributário é o conjunto das regras destinadas a regular a
instituição, a cobrança, a arrecadação e a partilha de tributos.

Fazendo uma análise ao debate acima evidenciado percebemos que enquanto Passos (2014), olha
para o sistema tributário como o conjunto de tributos, e Correia Neto (2019), por sua vez defende
que o sistema tributário como o conjunto de regras que disciplinam a instituição, cobrança, a
arrecadação e a partilha de tributos, sendo que ambos autores acabam por apresentar apenas uma
parte do que é o sistema tributário, no entanto para o presente trabalho a definição que é utilizada
é a de Musgrave (s/d ), pois ela é mais abrangente e o entendimento aceite é que o sistema
tributário engloba tanto os tributos, assim como os princípios e normas que os regem.

No contexto moçambicano, em conformidade com o disposto no artigo 3 da Lei n.º 2/2006, de 22


de Março, os tributos são agrupados conforme a designação que se segue: (i) os impostos
nacionais e autárquicos; (ii) as taxas, nacionais e autárquicas; (iii) as contribuições especiais,
nacionais e autárquicas; e por fim (iv) as demais contribuições financeiras estabelecidas por Lei a
favor de entidades públicas, desde que a gestão das mesmas seja da competência da
administração tributária.

De acordo com ACIS (2011), são tributos, para efeitos da Lei tributária, os impostos, as taxas e
as contribuições especiais, assim definidos:

 Os impostos são as prestações obrigatórias, avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma


entidade pública para a prossecução de fins públicos, sem contraprestação
individualizada, e cujo facto tributário assenta em manifestações de capacidade
contributiva;
 As taxas designam prestações avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma entidade pública
como contrapartida individualizada pela utilização de um bem do domínio público, ou de
um serviço público, ou pela remoção de um limite jurídico à actividade dos particulares;
 As contribuições especiais são as prestações efectuadas como contrapartida de benefícios
ou aumento do valor dos bens do sujeito passivo, que resultem de obras públicas ou da
criação ou ampliação de serviços públicos, ou devidas em razão do especial desgaste de
bens públicos ocasionados pelo exercício de uma actividade.

ACIS (2011), interpretando a Lei nº 15/2002, de 26 de Junho – Lei de Bases do Sistema


Tributário, apresenta os princípios da legalidade tributária:

 As bases da política de impostos e o sistema fiscal são definidos por Lei, nos termos da
Constituição;
 A Lei de Bases do Sistema Tributário determina a incidência, as taxas e os benefícios
fiscais dos impostos nacionais, as garantias e as obrigações do sujeito passivo e da
administração tributária, bem como os procedimentos básicos de liquidação e cobrança
de impostos;
 A Lei das Finanças Autárquicas determina a incidência, as taxas e os benefícios fiscais
dos impostos autárquicos;
 O exercício da justiça tributária é garantido através dos tribunais das jurisdições fiscal e
aduaneira para tutela plena e efectiva de todos os direitos ou interesses legalmente
protegidos em matéria tributária.

2.2.1. Impostos
Segundo Ibraimo, (2002) “imposto é uma prestação coactiva, pecuniária, definitiva e unilateral,
estabelecida por lei, sem caracter de sanção, a favor do Estado, para realização de fins públicos.

A definição acima citada pode ser discernida da seguinte forma:

a) Prestação coactiva: imposta pelo Estado;


b) Prestação pecuniária ou patrimonial: avaliável em dinheiro;
c) Prestação definitiva: sem direito a restituição, reembolso, retribuição ou indemnização;
d) Prestação unilateral ou não sinalagmática: sem contraprestação específica, individual,
imediata e directa (ao contrário da taxa, não dá ao devedor o direito de exigir qualquer
contraprestação imediata);
e) Prestação estabelecida por lei: de acordo com o princípio da legalidade, isto é, todos os
impostos devem ser estabelecidos por lei através da Assembleia da República, para o
caso de Moçambique;
f) Prestação sem caracter de sansão: sem fins sancionatórios;
g) Prestação a favor do Estado: em sentido muito amplo, equivalente aqui a qualquer
entidade que exerça funções públicas;
h) Prestação para realização de fins públicos: regra geral, o imposto pago pelos
contribuintes é usado para a materialização das despesas públicas.

Com uma definição similar, Waty (2002), define o imposto como, uma prestação coactiva,
patrimonial, positiva, definitiva, não sinalagmática, sem carácter de sanção, estabelecida por
lei, a favor de uma entidade pública, ou com funções públicas para a satisfação de
necessidades públicas e redistribuição de riqueza, independentemente de qualquer vínculo
anterior.

De uma forma simples e clara, pode-se definir o imposto como, o valor pago pelas pessoas
físicas ou colectivas (empresas), a título obrigatório, a favor do Estado ou entidades públicas
para financiar as despesas e investimentos de carácter público.

2.2.1.1. Objectivos dos Impostos


Como já é sabido, os impostos são criados para a satisfação de fins públicos e necessidades
colectivas dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais (obtenção de receitas publicas)
e extrafiscais (sociais, económicas, etc.).

Segundo Ibraimo (2002), os impostos foram criados com vista a atender os seguintes objectivos:

a) Objectivos Fiscais De acordo com este objectivo os impostos visam a obtenção de


receitas para financiamento de despesas públicas, isto é, satisfação das necessidades
financeiras do Estado.
b) Objectivos sociais: os impostos visam a repartição justa da riqueza e dos rendimentos, a
diminuição das desigualdades, tendo em conta as necessidades e rendimentos do
agregado social, operando-se assim uma verdadeira redistribuição de riqueza.
c) Objectivos Económicos: os impostos podem combater a inflação (reduzindo o
rendimento disponível e, consequentemente, o consumo), obter a selectividade do
consumo (tributando mais pesadamente os consumos nocivos e supérfluos, como o
tabaco, o jogo, certas bebidas e as antiguidades), proteger as indústrias nacionais
(estabelecendo direitos aduaneiros protectores durante um certo período), incentivar a
poupança e o investimento (indirectamente através dos desagravamentos fiscais).

Segundo Ibraimo (2002) o objectivo principal da política tributária é o estabelecimento de um


mecanismo efectivo gerador de receitas, que seja justo, simples, previsível e economicamente
eficiente. Um mecanismo efectivo gerador de receitas permite atingir as metas de receita do
governo, para se obter uma distribuição adequada dos recursos nacionais pelos serviços públicos
essenciais. Um sistema tributário eficaz é estruturado de tal forma que as receitas aumentam
automaticamente ao longo do tempo sem que sejam necessárias mudanças frequentes na lei
tributária ou aumentos nas taxas dos impostos.

Uma questão importante é que, um sistema tributário justo, deve ser bem administrado para
minimizar a evasão fiscal, uma vez que, ao se permitir que alguns contribuintes escapem às suas
responsabilidades, isto causará que os restantes contribuintes tenham que suportar uma parte
adicional e não devida de carga tributária. Ao alargar-se o mais possível o sistema tributário, o
Estado (governo) pode de forma justa distribuir a carga por todos os contribuintes. Finalmente,
um sistema tributário justo evita a existência de taxas de impostos excessivamente altas.

2.2.1.2. Tipos de Impostos


2.2.1.2.1. Impostos Directos e Indirectos
Existem várias formas de classificação dos impostos, no entanto, a forma clássica usada na
classificação dos mesmos e, mais antiga é aquela que classifica os impostos em directos e
indirectos, reais e pessoais, principais e acessórios, periódicos e de obrigação única,
proporcionais, progressivos e degressivos. De acordo com Ibraimo (2008), os impostos
classificam-se de acordo com os seguintes critérios:

a) Critérios Económicos Segundo o critério do modo de avaliação da capacidade tributária,


consideram-se impostos directos àqueles que incidem sobre a matéria colectável
(rendimento ou património) possuída ou obtida. Deste modo, serão impostos indirectos
àqueles que incidem sobre o património ou rendimento utilizado (em consumo ou
transferência da riqueza).
b) Critérios Jurídicos De acordo com este critério, serão considerados impostos directos,
quando for possível determinar previamente os contribuintes, organizando um rol
nominativo destes. O imposto será directo quando essa possibilidade não existe, por o
contribuinte não ser previamente conhecido.

O critério de classificação dos impostos directos e indirectos usado pelo legislador moçambicano
é o critério jurídico. A divisão dos impostos em directos e indirectos remonta aos fisiocratas
(indivíduos defensores da fisiocracia). Para os fisiocratas, a terra era o único factor produtivo,
pelo que, todos os impostos acabavam sempre por ser suportados pela terra, estabelecendo-se a
partir daí, a distinção entre impostos directos, aqueles que tributavam a posse do solo ou o
produto líquido da agricultura, e impostos indirectos todos os restantes que, tributando outras
realidades, acabavam por indirectamente recair sobre a agricultura (VOUGA, 2011 apud
SANTOS, 2003).

2.2.1.2.2. Impostos Reais e Pessoais


Esta distinção tem sido acolhida em diversas convenções internacionais. Os impostos reais,
também chamados de objectivos, atingem a matéria colectável directamente, isto é, sem levar em
conta a situação económica do sujeito passivo e do seu agregado familiar. Os impostos pessoais,
também chamados de subjectivos, atendem às condições pessoais do sujeito passivo.

Os impostos pessoais, respeitam aos rendimentos das pessoas, neles se incluindo os rendimentos
empresariais e profissionais quando exercidos em nome individual. Por ele tributa-se o
rendimento global das pessoas singulares, pois só assim se pode avaliar a capacidade de
pagamento individual e, consequentemente, tributar tomando em consideração os elementos
reveladores da sua situação socioeconómica, tendo em conta o rendimento e as necessidades do
individuo ou do agregado familiar, portanto, desta forma, pode-se dizer que os impostos
pessoais, tributam as pessoas em função da sua riqueza (VOUGA, 2011).

2.2.1.2.3 Impostos Principais e Acessórios


Por vezes, sobre a matéria colectável ou sobre a colecta de determinado imposto- imposto
principal, recaem novos impostos- impostos acessórios, cobrados a favor do Estado ou outra
pessoa colectiva. Se os impostos acessórios recaem sobre a colecta consideram-se adicionais, se
recaem sobre a matéria colectável chama-se adicionamentos.

2.2.1.2.4 Impostos Periódicos e de Obrigação Única


Os impostos de obrigação única incidem sobre factos ocasionais, que não se repetem com
regularidade, como é o caso da Sisa, já que as transmissões de prédios ou outros bens a título
oneroso não se repetem com frequência. Os impostos periódicos incidem sobre factos que se
renovam com certa permanência, normalmente um ano. É o caso da contribuição predial ou do
IRT- Imposto sobre o Rendimento do Trabalho, já que a situação do proprietário de um prédio
ou de trabalhador se presume contínua.
2.2.1.2.5 Impostos Proporcionais, Progressivos e Degressivos
Consideram-se impostos proporcionais, aqueles cuja colecta do imposto varia na proporção da
matéria colectável, sendo a taxa a aplicar sempre a mesma. O imposto é progressivo quando se
eleva a sua taxa à medida que a matéria colectável aumenta. O imposto degressivo, é totalmente
o oposto do progressivo, portanto, a sua taxa baixa na medida em que aumenta a matéria
colectável.

2.2.2. A Evasão e a Fraude Fiscal


Evasão fiscal é um conceito amplo que, no essencial, corresponde à ideia de que há alguém que
deveria pagar um imposto, mas não o paga, sem que resulte da transferência para outro sujeito
económico do sacrifício fiscal Franco (2010). A evasão fiscal abrange duas situações distintas:
evasão ilegal e evasão legal (fuga ou ilisão fiscal são outros nomes desta última prática).

De acordo com Franco (2010), considera-se fraude fiscal, com maior rigor, o conjunto de
práticas tendentes a reduzir irregularmente o montante do imposto a pagar (por contabilização
viciada, declaração errónea, ocultação parcial da matéria colectável ou de factos tributários),
havendo por vezes tendência para considerar fraudulento, em sentido amplo, até o
comportamento de potenciais contribuintes que pratiquem a evasão ilegal. A fraude e a evasão
fiscal ilícita constituem práticas ilegais, que são objecto de prevenção e repressão, com
ocorrência de sanções jurídicas adequadas, normalmente pela via de imposição de penas e
infracções fiscais.

2.2.2.1. Factores que Influenciam o Incumprimento Fiscal


De acordo com Pinto (2016) as causas ou razões do incumprimento fiscal formam um tema que
tem sido alvo de pesquisa por diversos autores, quer pela sua importância, quer pela
transversalidade no tempo. Assim sendo, torna-se importante referir que existem alguns autores
que se destacam nesta matéria por desenvolverem estudos pioneiros e pela aglomeração e
resumo da informação que apresentam.

De acordo com a literatura existente, há uma diversidade de causas para o incumprimento fiscal
(FISCHER et al., 1992; JACKSON & MILLIRON, 2002). De acordo com estes autores, o
cumprimento fiscal é influenciado por fatores demográficos, económicos, sociológicos ou
psicológicos (fatores comportamentais), e por fatores culturais, como defendem Chau e Leung
(2009) mais recentemente. A nossa investigação, por sua vez, aborda o tema de forma diferente.
São apresentadas as causas gerais para o incumprimento fiscal, subdivididas em; económicas;
comportamentais, psicológicas ou sociológicas; e políticas ou institucionais (PINTO, CRUZ, &
ABRUNHEIRO, 2014 apud PINTO, 2016).

2.2.2.1.1. Factores Económicos


Segundo Pinto (2016), do ponto de vista dos contribuintes, os impostos são meras reduções do
rendimento que têm à sua disposição. Partindo do pressuposto de que é indesejável haver
diminuição do rendimento disponível, o fator económico torna-se uma causa do incumprimento
fiscal. De um modo geral, o incumprimento fiscal de origem económica assume um papel
determinante para o cumprimento das questões fiscais influenciado pela recessão ou pela crise
económica.

Desta forma, podemos assinalar como causas económicas de incumprimento fiscal: por um lado,
a origem e o nível de rendimento dos contribuintes; por outro lado, a penalização e a
probabilidade de auditoria.

 Origem e Nível de Rendimento Dos Contribuintes

O rendimento dos contribuintes como causa para o incumprimento fiscal está directamente
relacionado com a fonte de rendimento e com o montante de rendimento auferidos pelos
indivíduos (BORREGO et al. 2013; CHAU & LEUNG, 2009). Estudos realizados nos Estados
Unidos, em Inglaterra e no Canadá, tal como citado por Borrego et al. (2013), mostraram-se
unânimes no que diz respeito à influência da fonte de rendimento como factor de incumprimento
fiscal ao concluírem que os trabalhadores dependentes, ou seja, que trabalham por conta de
outrem, são menos propensos a cometer evasão fiscal, do que os trabalhadores independentes.

Para este facto foi indicada como razão a facilidade com que os trabalhadores independentes
conseguem omitir o seu rendimento às autoridades fiscais, face aos trabalhadores dependentes,
que vêm os seus rendimentos declarados pelas entidades patronais (BORREGO et al., 2013 apud
PINTO, 2016).

Nas suas pesquisas, Pinto (2016) obtive uma conclusão semelhante. Os autores investigados por
Pinto (2016) concluíram que os trabalhadores independentes têm uma probabilidade mais
elevada de cometer evasão fiscal. Adicionalmente, Chau & Leung (2009) afirmam que a fonte de
rendimento como motivo do incumprimento fiscal pode estar ainda nos rendimentos não sujeitos
a retenção, uma vez que não são tributados diretamente, tornam-se uma oportunidade de
contornar o sistema fiscal e praticar incumprimento fiscal.

O montante de rendimento ou a alteração do mesmo é também por vezes uma razão para os
contribuintes não cumprirem fiscalmente as suas obrigações. Pinto (2016) concluiu, também nas
suas pesquisas que o aumento da taxa de tributação resultante de um aumento do nível de
rendimento é um incentivo a declarar menos rendimento e, portanto, a diminuir o nível de
cumprimento dos contribuintes.

 Penalização e Probabilidade de Auditoria

A penalização em caso de incumprimento fiscal e a probabilidade de auditoria4 estão


normalmente associados. Desse modo, os contribuintes são compelidos a ponderar o benefício
resultante do incumprimento fiscal e o prejuízo (multa paga pelos contribuintes-penalização) a
que estão sujeitos se forem detetados a praticar incumprimento fiscal, ou seja, caso sejam alvo de
auditoria fiscal (ALI et al., 2014). Neste sentido, a evasão fiscal torna-se ideal quando há uma
relação custo-benefício positiva para os contribuintes, ou seja, quando a penalização é menor que
o imposto a pagar se declarassem o seu verdadeiro rendimento.

Verifica-se assim que as decisões dos indivíduos são influenciadas por um conjunto de valores e
preferências que pretendem minimizar a perda resultante do crime (BECKER, 1974 apud
PINTO, 2016) e que ponderam o nível de penalização e a probabilidade de auditoria, antes de
cometer evasão fiscal. Neste sentido, existem autores que defendem que uma elevada
penalização e uma elevada probabilidade de auditoria são fatores que desencorajam a prática de
evasão fiscal.

2.2.2.1.2. Factores Comportamentais, Psicológicos e Sociológicos


As normas sociais e psicológicas têm-se desenvolvido no seio da comunidade de forma a
influenciar as atitudes e comportamentos dos indivíduos da sociedade em que se inserem. Estas
normais têm ganho relevância entre os seres humanos que as consideram quase imperativas, uma
vez que determinam a aceitação dos indivíduos nas comunidades. Assim, o comportamento de
cada um é ponderado socialmente, o que se pode traduzir num problema para a administração
fiscal ou num benefício, dependendo das atitudes sociais dos cidadãos (PINTO, 2016).
Este modo, no que respeita aos fatores comportamentais, psicológicos ou sociológicos dos
contribuintes, Jackson e Milliron (2002) identificam a equidade fiscal, o comportamento dos
pares, a moral tributária e a complexidade do sistema fiscal como causa para o incumprimento
fiscal.

 Equidade Fiscal

A administração fiscal considera, assim como os contribuintes, que a maior causa para o
crescimento do incumprimento fiscal é a crescente insatisfação com a equidade do sistema fiscal
(CHAU & LEUNG, 2009). A perceção de equidade tem subjacentes duas dimensões diferentes:
uma relacionada com o equilíbrio de trocas6 e a outra com a comparação da carga fiscal do
contribuinte com a dos outros contribuintes (JACKSON & MILLIRON, 2002).

Chau, Leung (2009) concluíram no sentido do equilíbrio das trocas, isto é, que se os
contribuintes verificarem que o pagamento dos impostos a que estão obrigados não lhes permite
usufruir de contrapartidas que considerem justas, desenvolvem um sentimento de injustiça para
com o sistema fiscal e por isso são mais propensos a não cumprir fiscalmente as suas obrigações,
ao contrário do que era esperado caso considerassem o sistema fiscal justo.

Em forma de resumo, podemos concluir que os contribuintes que sentem que o sistema fiscal não
pratica uma equidade fiscal, quer ao nível de equilíbrio de trocas, quer ao nível de comparação
com as outras classes sociais, são mais propensos a praticar incumprimento fiscal (PINTO,
2016).

 Comportamento dos Pares–Influência Social

“A influência dos pares é refletida nas expectativas individuais em relação à aprovação ou


discórdia do comportamento de incumprimento fiscal” (Chau & Leung, 2009, p. 37). Assim,
verificamos que a caracterização social ou cultural do indivíduo é um fator influente no
cumprimento fiscal (PINTO, 2016).

Os autores Chan et al. (2000) ao avaliarem os cidadãos de Hong Kong concluiram que apesar de
os contribuintes aparentemente não apresentarem dificuldades específicas com o sistema de
tributação, estes podem decidir por não cumprirem fiscalmente as suas obrigações, quando estão
convencidos que o incumprimento é consistente com as expectativas e normas da classe social
em que se inserem. Concluiu-se assim, que os contribuintes deste país são movidos por
expectativas e aprovações sociais, ou seja, pelo comportamento dos pares.

 Moral Tributária

Na opinião de Torgler (2002), citado por Lopes e Santos (2013), uma boa relação entre os
contribuintes e a administração fiscal contribui para um grau de cumprimento fiscal
voluntário. Neste sentido, o Estado pode fomentar moral tributária ao promover um sistema
justo e transparente, esperando que os contribuintes concretizem as suas obrigações fiscais.

Assim, a moral tributária torna-se um fator importante no cumprimento fiscal pois define-se
como “motivação intrínseca para pagar os impostos” (Torgler, 2006, p. 82), dado que está
relacionada com motivações religiosas, de classe social, económicas, de confiança e de
imagem da administração fiscal. Desta forma, se a moral fiscal é fator determinante no
reforço do cumprimento das obrigações fiscais, há uma variedade de políticas além da
coerção que podem ajudar a aumentar o cumprimento das obrigações fiscais (TORGLER et
al., 2007 apud PINTO, 2016).

 Complexidade do Sistema Fiscal

A complexidade fiscal pode definir-se como a dificuldade que os contribuintes têm em


interpretar a legislação fiscal ou a dificuldade em cumprir a mesma. Assim, quando existem
detalhes excessivos para o cálculo e interpretação dos impostos, é provável que os contribuintes
incorram em incumprimento fiscal (Jackson & Milliron, 2002), sendo necessário simplificar e
clarificar as normas para que os contribuintes possam entender as regras pelas quais estão a ser
tributados e deste modo, reforçar o cumprimento fiscal.

Saad (2014), ao citar Mustafa (1996), sugeriu que a presença de complexidade fiscal na Malásia
está relacionada com factores como a ambiguidade, os cálculos, as mudanças, os detalhes, as
formas e as manutenções de registos. Assim, verificamos que são várias as variáveis que
compõem a complexidade tributária e que quando são adicionadas ao inadequado conhecimento
fiscal contribuem para um aumento da dificuldade de interpretação e consequentemente
dificuldade de cumprimento fiscal.

 Educação e Conhecimento Fiscal


Na Noruega um estudo desenvolvido por Eriksen & Fallan (1996) apud Pinto (2016) com dois
grupos de estudantes, um de marketing e outro de direito tributário, permitiu concluir que há uma
forte influência do conhecimento fiscal sobre a perceção de equidade do sistema fiscal, pois o
entendimento acerca do equilíbrio fiscal aumenta com uma maior consciência do sistema fiscal.
Além disso, está ainda empiricamente provado por diversos estudos que a posse de
conhecimento fiscal conduz a taxas de cumprimento mais elevadas (Saad, 2014).

Por outro lado, na África do Sul e na Tanzânia, Ali et al. (2014) apud Pinto (2016), os inquiridos
mostraram uma discordância relativamente a esta conclusão. Os indivíduos destes países que
compreendem que é difícil para as autoridades fiscais saberem quais os impostos a que cada um
está obrigado a pagar, são menos propensos a ter uma atitude de cumprimento fiscal do que os
que compreendem que é relativamente fácil. Este estudo evidencia, portanto, que a correlação
referida, difere de país para país e que o conhecimento fiscal está não só associado ao
cumprimento fiscal, mas também ao incumprimento fiscal voluntário por parte dos contribuintes
com conhecimentos fiscais elevados.

 Preferência por Diferentes Tipos de Impostos

A preferência por diferentes tipos de impostos está relacionada com o interesse pessoal dos
contribuintes (Dornstein, 1987; Ferreira, 2013; Hammar et al., 2008).

Dornstein (1987) em Israel, Hammar et al. (2008) na Suécia e Ferreira (2013) em Portugal
abordaram a insatisfação dos contribuintes em relação aos impostos e de um modo geral
concluíram que os contribuintes são mais adversos aos impostos a que estão sujeitos do que aos
restantes, devido ao sentimento relativo de privação. No mesmo sentido, a preferência dos
contribuintes foi analisada através da averiguação da vontade de aumentar, diminuiu ou manter
os impostos em vigor no país. A conclusão foi ao encontro da anterior – os contribuintes são
motivados por interesses pessoais no que respeita aos impostos, dado que preferem diminuir os
impostos a que estão sujeitos e aumentar os impostos que não fazem parte das suas obrigações
fiscais.

2.2.2.1.3. Factores Políticos ou Institucionais


A instabilidade política, a incerteza fiscal e a qualidade de governação são causas que estão na
origem do cumprimento ou incumprimento fiscal dos contribuintes. Estas causas desenvolvem
sentimentos de incerteza e de vulnerabilidade nos contribuintes, impossibilitando-os ou
prejudicando-os na sua competência de cumprimento fiscal. Assim, verifica-se que as causas
políticas ou institucionais relacionadas com o incumprimento fiscal podem não só prejudicar a
administração fiscal e o Estado, mas também os contribuintes que por vez podem incorrer em
custos para cumprir as suas obrigações e por não as cumprir.

 Instabilidade Legislativa

O impacto das mudanças nas políticas fiscais em momentos de forte tensão no orçamento de
Estado e a perceção da tributação nas formulações políticas do Governo foram objeto de um
estudo realizado, no Reino Unido, por Webb e Hussain (2010). De modo resumido, o artigo
discute como a perceção da tributação e a aceitação das mudanças fiscais estão interligadas
aquando das reformulações nas políticas fiscais. Assim, a compreensão dos contribuintes tem um
papel chave na determinação da resposta do sistema fiscal em aumentar ou diminuir as receitas
fiscais e taxas de tributação devido ao comportamento de cumprimento fiscal.

Neste âmbito e a partir de modelos projetados sobre períodos de austeridade ou de crise, Webb e
Hussain (2010) concluíram que as receitas fiscais poderão subir em período de austeridade e que
a maioria das mudanças poderá, teoricamente, ter um amplo apoio público. Consequentemente,
poucos são os contribuintes que num período destes irão sentir que há uma carga fiscal imposta
coercivamente. No entanto, tais mudanças podem gerar ressentimento e conduzir a uma receita
fiscal menor do que seria expectável, uma vez que os contribuintes podem incorrer em
incumprimento fiscal voluntário por não concordarem com as alterações, ou mesmo involuntário
por falta de atualização em matéria fiscal (Webb & Hussain, 2010). Note-se que os sistemas
fiscais nos dias de hoje estão em constante mudança e por isso, existem inúmeras falhas na
prestação de informações aos contribuintes, mesmo nos órgãos que integram o sistema fiscal.

 Incerteza do Sistema Fiscal

A incerteza do sistema fiscal está de certa forma relacionada com a instabilidade legislativa
abordada no ponto anterior, com a perceção de equidade do sistema fiscal, com a complexidade
fiscal e com a interpretação fiscal, ou seja, com o conhecimento fiscal (Vos & Mihail, 2006).
Quando o sistema tributário é complexo, ou é constantemente sujeito a alterações fiscais,
fomenta incerteza entre os contribuintes no que respeita à forma como a lei é aplicada e os
contribuintes ficam potencialmente expostos aos custos: pagamento de impostos, multas e juros
adicionais e os custos de aconselhamento profissional e contencioso.

Com a aplicação da lei neste ambiente, o resultado não é coerente com o que a administração
fiscal esperava, dando origem a uma consequência não intencional na receita, fomentando a
incerteza dos contribuintes e injustiça no sistema tributário (Vos & Mihail, 2006).

 Qualidade da Governação

A qualidade de governação e o cumprimento fiscal revelaram ter uma relação significativamente


positiva entre si (Alabede et al., 2011), provando que a qualidade de governação pode ser
retribuída pelos contribuintes através do reforço do comportamento de adesão, ou seja, de
cumprimento fiscal (Torgler, 2006). Indiretamente, esta conclusão permite concordar com os
autores Fjeldasted e Semboja (2001), que determinam que os contribuintes na Tanzânia estão
dispostos a cumprir as suas obrigações fiscais, se verificarem que os impostos pagos são
aplicados na melhoria dos serviços públicos fornecidos pelo governo.

Verifica-se que na verdade, quando os contribuintes não estão satisfeitos com a qualidade dos
serviços públicos, procuram esses serviços junto de órgãos não estatais, demonstrando que
quando a qualidade de governação não é positivamente percebida dá origem a uma atitude de
incumprimento fiscal (Ali et al., 2014). No mesmo sentido, quando há aplicação de impostos
opressivos e perseguição dos contribuintes, considera-se que a qualidade de governação
percebida pelos contribuintes é negativa, aumentando a resistência fiscal e o incumprimento
fiscal generalizado (FJELDSTAD & SEMBOJA, 2001 apud PINTO, 2016).

2.3. Importação e pequenos importadores


De acordo com Vieira (2015), a importação pode ser definida como ato de inserção no país de
produtos ou serviços vindos do exterior, esse intercâmbio entre países é denominado como
mercado globalizado. Essa prática é eficaz para as empresas brasileiras, pois impulsiona a
adopção de novas tecnologias, gerando a modernização do sector industrial e preços
competitivos, destinados à fabricação de materiais com maior produtividade e qualidade.

A importação é o ingresso seguido de internalização de mercadoria estrangeira no território


aduaneiro. Em termos legais, a mercadoria só é considerada importada após o seu ingresso no
país, por meio da etapa de desembaraço aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos em lei
(AT, 2015).

Os importadores são registados junto do Ministério da Indústria e Comércio (MIC) que emite um
cartão de identificação atestando a autorização para operador de importação. São isentos da
necessidade de possuir uma autorização emitida pelo MIC:

 Os importadores que importem mercadorias com valor inferior a 500 USD;


 As pessoas privadas que importem bens pessoais (bagagem) e separados de bagagem com
valor inferior a 1,500 USD, desde que cumpram os condicionalismos previstos no manual
do sistema simplificado de importações;
 Missões e funcionários diplomáticos quando importem bens destinados às representações
ou para uso pessoal;
 Funcionários estrangeiros de organizações internacionais para uso pessoal, ao abrigo da
convenção das as Nações Unidas;
 Agências das Nações Unidas quando importem bens para seu próprio uso;
 Missões e funcionários consulares quando importem bens destinados às representações
ou para uso pessoal;
 Entidades que importem amostras sem valor comercial; e outras entidades
especificamente autorizadas pelo MICTUR para realizar operações de importação.
CAPÍTULO III- METODOLOGIA

3.1. Tipo de Pesquisa


3.1.1. Do ponto de vista da sua natureza
O tipo de pesquisa quanto a natureza é aplicada porque objectiva gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigida a solução dum problema específico. Envolve variedade de interesses
locais (SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009: p.48). Neste contexto, alinha-se a análise dos factores
que influenciam cumprimento ou não cumprimento de obrigações fiscais por parte dos pequenos
importadores na fronteira de Ressano Garcia.

3.1.2. Do ponto de vista dos seus objectivos


Quanto aos objectivos, o tipo de pesquisa escolhido foi a pesquisa bibliográfica, exploratória e
descritiva, baseada em levantamentos bibliográficos. A pesquisa bibliográfica consistiu na
consulta de bibliografias indispensáveis relacionadas com o estudo tais como artigos, revistas,
livros, pesquisas, monografias bem como a Internet.

Este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas
envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Essas pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e estudo do caso (Gil,
2007:57).

A tipologia de pesquisa vigente no presente trabalho é descritiva esta que segundo Gil (2008:
p.48):

“As pesquisas deste tipo têm como objectivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenómeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que
podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de colecta de
dados”.
3.1.3. Do ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos
Quanto aos procedimentos de colecta, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, porque qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto, embora existem, porém, pesquisas científicas que
se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas
com objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do
qual se procura a resposta (FONSECA, 2002:32).

Quanto aos procedimentos técnicos, ou seja, a maneira pela qual obtêm-se os dados necessários
para a elaboração da pesquisa é de levantamento tipo survey. Esse tipo de pesquisa ocorre
quando envolve a interrogação directa das pessoas cujo comportamento desejamos conhecer
através de um questionário, procede-se a solicitação de informações através de um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise
quantitativa, obtermos as conclusões correspondentes aos dados colectados. Onde não são
pesquisados todos os integrantes da população estudada (GIL, 2008). Antes seleccionamos
mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo universo que é tomada
como objecto de investigação. As conclusões tiradas a partir dessa amostra são projectadas para
a totalidade do universo. (GIL, 2010)

3.1.3. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema


Na abordagem quantitativa, normalmente o fenómeno estudado já foi totalmente descrito e
documentado através da pesquisa anterior. As questões de pesquisa são direccionadas a explicar
relações entre variáveis pelo exame de variações. Esta abordagem permite ao pesquisador
extrapolar a partir dos dados, com intuito de desenvolver uma explicação mais geral do
fenómeno (GOLICIC, 2005). Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem analisar seus
dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais da abordagem.

Desta feita, foram analisados os factores que influenciam cumprimento ou não cumprimento de
obrigações fiscais por parte dos importadores informais transfronteiriços vulgo “mukhero” na
fronteira de Ressano Garcia.
3.2. População e Amostra da pesquisa
 População

Para Lakatos; Marconi (2003), população é o conjunto de seres animados ou inanimados que


apresentam pelo menos uma característica em comum. O trabalho terá como universo
populacional todos os colaboradores da autoridade tributária e importadores informais
transfronteiriços na fronteira de Rassano Garcia

 Tipo de Amostra

De um modo genérico, as amostras são agrupadas em duas grandes categorias a saber: Amostra
probabilística e não probabilística. Como os próprios nomes sugerem, existe um grupo de
amostras que se fundamenta pelas leis Matemáticas (Estatística) e o outro não. Essas
características de amostras referidas anteriormente, referem-se, respectivamente as amostras
probabilísticas e não probabilísticas (GIL, 2008).

A amostragem estratificada é aquela que se “caracteriza pela selecção de uma amostra de cada
subgrupo da população considerada (GIL, 2008: p. 49). O fundamento para delimitar os
subgrupos ou estratos pode ser encontrado em propriedades como sexo, idade ou; classe social”.
Desta feita, no universo de todos os colaboradores da autoridade tributária afetos no Ressano
Garcia e importadores informais transfronteiriços que também fazem o uso da mesma fronteira,
foram colhidos como amostra 50, sendo, 15 trabalhadores e 35 importadores informais
transfronteiriços.

3.3. Instrumentos de recolha de dados


Nesta pesquisa, foi usada como técnica de colecta de dados a entrevista aplicado em forma de
questionário.

 Entrevista: É uma técnica usada na colecta de dados, e também mais usada nas pesquisas
das ciências sociais (FREITAS., 2013).

“A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”
(LAKATOS & MARCONI, 2003), O pesquisador usou esta técnica ao dialogar com os
trabalhadores da autoridade tributária e importadores informais transfronteiriços vista a colher o
maior número de informações que podem ir ao encontro dos objectivos traçados, para tal efeito,
o pesquisador produziu um roteiro de questões, que será feita com base em 14 perguntas semi-
abertas com pelo menos 4 alternativas.

CAPÍTULO IV: ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DE DADOS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA (Provisória)

 BARBEDO, J. M. R,. textura da pobreza urbana. Porto: trabalho de dessertação de Mestrado


em Desenvolvimento Urbano.Universidade do Porto.Portugal, 2007.
 BYIERS, B. Informality in Mozambique: characteristics, performance and policy issues.
Nathan Associates Inc. USAID, 2009.
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 CHICOMBO, Adélia. (2008), O Sector Informal em Moçambique e seu contributo na
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 GIL, A. C. Como elaborar projectos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
 MARCONI, Marina & LAKATOS, Eva . Fundamentos de metodologia científica. São
Paulo: Atlas, 2003
 MOÇAMBIQUE. Autoridade Tributária de Moçambique. Balanço de execução da política
fiscal e aduaneira de março de 2013.
 MOÇAMBIQUE. Autoridade Tributária de Moçambique. Plano estratégico de 2011-2014.
 MOÇAMBIQUE. Autoridade Tributária de Moçambique. Relatório de atividades
desenvolvidas pela Autoridade tributária de Moçambique de 2006 -2012.
 MOÇAMBIQUE. Lei nº 1/2006 de 22 de Março. Cria a Autoridade tributária de
Moçambique. Imprensa nacional, Maputo, 22 de março de 2006.
 MUENDANE, A, Sector Informal em Moçambique: Estimativas Básicas e Metodologia de
Medição das Contas Nacionais. Tese de Licenciatura em Economia. Faculdade de Economia.
Maputo, 2000.
 RODRIGUES, Eth Ludmilla de Gois Vieira Nunes. O Ambiente Favorável para Empresas
Sustentáveis em Moçambique. Maputo: Organização Internacional do Trabalho, 2019.
 SILVA, Samara dos Santos (2014). Sistema Tributário Nacional: fiscalidade, parafiscalidade e
extrafiscalidade. Disponível em: https://saamssilva.jusbrasil.com.br. Acesso em 23 Março. 2022.
 VARSANO, Ricardo (2002). Sistema Tributário para o Desenvolvimento. In: CASTRO, Ana
Célia (Org.). Desenvolvimento em debate. Rio de Janeiro: Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social: Mauad, v. 2, p. 231-250.

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