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TÍTULOS DE CRÉDITO

DIREITO CAMBIÁRIO
Unidade III
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Disciplina jurídica: Lei Uniforme de Genebra
(Decreto 57.663/1966), Lei de letras de câmbio e
nota promissória (Decreto 2.044/1908), lei do
cheque (Lei 7.357/1985), lei da duplicata (Lei
5.474/1968) e Código Civil apenas
subsidiariamente (arts. 887 a 926).
Conceito: “documento necessário para o
exercício do direito literal e autônomo nele
mencionado.” Cesare Vivante.
Ordem de pagamento e promessa de
pagamento.
Negociabilidade e executividade.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO

Principais expressões cambiárias:


Saque, Sacador, Sacado.
Aceite, Aceitante.
Tomador, Credor, Beneficiário (título ao portador e
nominativo).
Aval, Avalista, Avalizado.
Endosso, Endossante, Endossatário.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO

Princípios:
Cartularidade;
Literalidade;
Autonomia (abstração e inoponibilidade de
exceções pessoais a terceiros de boa-fé).
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO

Saque:
É o ato de emissão do título.
O título emitido deve conter a data de emissão e
a assinatura do emitente (CC, art. 889).
Vincula o sacador ao pagamento do título,
embora o sacado seja o devedor principal (LU,
art. 9º).
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Aceite:
Ato realizado pelo sacado que consiste na
concordância em efetuar o pagamento.
Formaliza-se por simples assinatura no anverso do
título de crédito. É identificado pela expressão
“aceito”.
O aceite obriga o sacado ao pagamento, por isso é
facultativo (exceto duplicata).
Pode ser dado até o vencimento (LU, art. 21). A
recusa do aceite antecipa o vencimento do título
(LU, art. 43).
Não é possível em todos os títulos de crédito.
O aceite pode ser parcial: limitativo ou modificativo.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Aval:
Obrigação firmada por terceiro (avalista) que
garante o pagamento do título, caso o devedor
(avalizado) não pague. O avalista é
corresponsável pela dívida (solidariedade).
Formaliza-se por assinatura do avalista no título
mais a expressão “por aval”. LU, ART. 31.
Podem ser avalizados o sacador, o sacado ou
endossante. Se o avalista não indicar quem está
avalizando, entende-se que é o sacador.
Espécies de aval: total ou completo e parcial; em
branco e em preto.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Endosso:
Ato de transferir crédito representado por título à
ordem. Efeitos: Transferência do crédito, deixando o
endossante de ser credor; Vinculação do
endossante do título, na condição de
coobrigado/codevedor.
Endosso deve ser escrito no verso do título. Não
pode ser parcial (LU, art. 12).
Se o título possuir cláusula “não à ordem”, só pode
ser transferido mediante cessão de crédito (civil –
arts. 286 e ss.).
Espécies: em branco e em preto; endosso caução e
endosso mandato; endosso sem garantia e endosso
posterior ao vencimento.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Vencimento:
Data a partir da qual o crédito se torna exigível.
Circunstâncias de vencimento antecipado: aceite parcial,
recusa de aceite, falência do sacado ou falência do
sacador.
Espécies:
 À vista: acontece no dia da apresentação do título ao
devedor para que este faça o pagamento. se o título não
possuir data de vencimento, será à vista – CC, ART. 889, §
1°.
 A prazo: o dia de apresentação do título ao devedor é
fixado previamente pelo emissor.
 A certo termo da data: prazo fixado pelo sacador a contar
da data de emissão do título.
 A certo termo da vista: prazo fixado pelo sacador a contar
da data de aceite do sacado.
TEORIA GERAL DOS TÍTULOS
DE CRÉDITO
Protesto:
Regulado pela lei 9.492/97.
Ato pelo qual se prova a falta de pagamento do
título ou a recusa de aceite.
O protesto pode se realizar: Por falta de
pagamento, por falta de aceite ou por falta de
devolução.
Protesto é obrigatório para cobrar dos
coobrigados (sacador, endossantes, avalistas).
Cláusula “sem despesa”.
CHEQUE

Ordem de pagamento à vista.


Emitente (sacador), sacado (banco que recebe a
ordem e efetua o pagamento) e portador
(beneficiário, tomador, credor).
Regime jurídico: Lei 7.357/1985 – Lei do Cheque.
Os fundos suficientes para pagamento e a falta
de aceite.
Qualquer cláusula inserida no cheque é
considerada não escrita (como pós-datá-lo – LC,
art. 32).
CHEQUE

Pode ser ao portador ou nominativo, transferíveis


por endosso.
Aplicam-se os institutos do Direito Cambiário, a
não ser que sejam incompatíveis com a natureza
do cheque (P. Ex.: aceite – LC, art. 6º).
Prazos de apresentação para pagamento: 30
dias, se da praça, 60 dias, se de outra praça (LC,
art. 33).
Prazo de prescrição para execução: 6 meses a
contar do vencimento do prazo de apresentação.
Não há necessidade de protesto para executar.
CHEQUE

Sustação e revogação:
Revogação (contra-ordem): para não
pagamento ou compensação, que deve ter
razões motivadas (LC, art. 35).
Sustação (oposição): fundada em relevante
razão de direito (LC, art. 36 – furto, roubo, extravio,
B.O.).
CHEQUE

Cheque cruzado:
Aquele cujo pagamento deve ser creditado em
conta bancária.
Dois traços paralelos no anverso do título.
Cruzamento “em preto”: não pode ser
endossado, pois identifica o beneficiário e o
banco da conta a ser creditada.
Cruzamento “em branco”.
Cheque administrativo e cheque visado.
DUPLICATA

Título de crédito criado a partir de uma compra e


venda mercantil, sendo emitida pelo vendedor
(sacador/tomador) contra o comprador
(sacado/aceitante), que efetuará o pagamento.
Regime jurídico: Lei 5.474/1968.
É obrigatória a extração da fatura de venda a
prazo para pagamento superior a 30 dias
(contados da entrega ou despacho da
mercadoria).
Não é possível ao vendedor emitir outro título que
não a duplicata (LD, art. 2º, caput).
DUPLICATA

O aceite é obrigatório (art. 8º).


Protesto por falta de pagamento, falta de
devolução ou falta de aceite (art. 13).
Protesto por indicação (art. 13, § 1º c/c art. 14).
Execução: instruída pela duplicata com aceite ou
pelo comprovante de entrega da mercadoria
(art. 15, II).
Prescrição: 3 anos contra o sacado e seu avalista
e 1 ano contra os demais coobrigados (art. 15, II).
NOTA PROMISSÓRIA

Promessa de pagamento, de determinado valor,


emitida pelo devedor (promitente) ao credor
(promissário).
Regime jurídico: Lei Uniforme (Decreto 57.663/66,
art. 75 e ss.) e subsidiariamente o Decreto
2.044/1908.
Prescrição: 3 anos a contar do vencimento,
contra o sacado e seu avalista; 1 ano a contar do
protesto, contra os demais coobrigados (LU, art.
77 c/c art. 70).

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