Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Alexandre Carneiro
Membro de uma família judaica, filho de um rabino-chefe, Durkheim teve uma educação
ortodoxa que o influenciou pelo resto da vida, apesar de ter decidido romper com a tradição
familiar, declarando-se agnóstico, o sociólogo francês durante toda a sua vida guardou traços
marcantes da vida disciplinada que aprendera em sua educação.
Aos dezoito anos de idade passou a estudar em Paris. Após duas tentativas, foi aprovado
no exame vestibular da Ecole Normale Supérieure, onde fez parte de um corpo brilhante de
alunos: Bergson, Janet, Brunot. Os autores que influenciaram suas idéias: Condorcet,
Montesquieu, August Comte, Boutroux, Fustel de Colanges, Kant.
Concluída sua formação superior, lecionou filosofia entre 1882 a 1887, dentro de cujo
período passou o ano acadêmico de 1885 – 1886 na Alemanha estudando filosofia e psicologia.
Os artigos que escreveu, na época, sobre o pensamento social da Alemanha, valeram-lhe a
indicação para ocupar a cadeira de professor de ciência social e educação na Universidade de
Bordéus, em 1887, cadeira criada especificamente para ele.
Um dos grandes méritos desse autor foi ter introduzido a sociologia na universidade,
fundando a cadeira de sociologia, conferindo a esta disciplina o reconhecimento acadêmico.
O percurso da produção acadêmica de Durkheim revelará que o autor, diferentemente de
Max Weber, contemporâneo, não consiste em um autor enciclopédico. Durante toda a sua
carreira intelectual o sociólogo trabalhou com um número limitado de problemas que o
ocuparam durante todas a sua vida acadêmica.
Uma ciência cujo objetivo seria detectar e buscar soluções para os “problemas sociais”,
restaurando a “normalidade social” e se convertendo dessa forma numa técnica de controle
social e de manutenção do poder vigente.
cada indivíduo bebe, dorme, come, raciocina e a sociedade tem todo interesse em
que estas funções se exerçam de modo regular. Porém, se todos esses fatos fossem
sociais, a sociologia não teria objeto próprio e seu domínio se confundiria com o da
biologia e da psicologia1.
Segundo Durkheim, o fato social, objeto da sociologia, consiste em toda maneira de agir
fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que
é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando uma existência própria,
independente das manifestações individuais que possa ter.
Ao atribuir tais características aos fatos sociais, Durkheim pretendia salientar que o
indivíduo, ao nascer, já encontra pronta e constituída a sociedade, padrões, costumes, crenças,
direitos são transmitidos pelas gerações passadas às novas gerações pelo processo de
educação.
Problematização
Como fica a questão da criatividade do ser humano? Onde fica o caráter histórico das
sociedades humanas?
A sociologia não deve tratar de conceitos, mas de coisas. Os fenômenos sociais são fatos
naturais e não existe na natureza senão coisas. Isto eqüivale a considerar os fenômenos sociais
Na pesquisa sociológica:
Com efeito, para as sociedades como para os indivíduos, sendo a saúde boa e
desejável, é a doença, ao contrário, algo de ruim que deve ser evitado (1990:42).
O normal é tudo aquilo que é socialmente como deve ser, ou seja, a perfeita adaptação
do organismo ao meio que é o seu; o estado de um organismo em que as possibilidades de
sobrevivência atinjam o máximo.
Um fato social é normal para um tipo social determinado considerado numa fase
determinada de seu desenvolvimento, quando se produz na média das sociedades
desta espécie, consideradas na fase correspondente de sua evolução (1990:56).
O patológico é o que deveria ser diferente do que é, ou seja, aquilo que perturba a
adaptação do organismo ao seu meio existencial e o enfraquece.
Existem, pois, espécies sociais pela mesma razão por que existem espécies em
biologia. Estas, com efeito, são devidas ao fato de que os organismos não
constituem senão combinações variadas de uma única e mesma unidade anatômica
(1990:75).
Bibliografia
ARON, Raymond. As Etapas do Pensamento Sociológico, 5a edição, SP, Martins Fontes,
2000.
DURKHEIM, Émile, As Regras do Método Sociológico, São Paulo, Ed. Nacional, 1990.
DURKHEIM, Émile, As Formas Elementares de Vida religiosa, São Paulo, Paulinas, 1989.
MARTINS, C. B. O que é Sociologia, São Paulo, Brasiliense, 1983
GIDDENS. Anthony. As idéias de Durkheim. SP, Contrix, 1981
MERTELLI, Stefano. A religião na sociedade pósmoderna, SP, Paulinas, 1995.