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Misoginia: o

preconceito
contra
mulheres

MATERIAL DESENVOLVIDO POR


DISCENTES DA DISCIPLINA TEMAS ATUAIS
EM PROCESSOS PSICOSSOCIAIS E DA
SAÚDE, DO CURSO DE PSICOLOGIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE
FORA, MINISTRADA PELA PROFESSORA
EDELVAIS KELLER.
AUTORES:
GEOVANNA TURCHETTI
JULIA CUNHA CABRAL
JULIA FERREIRA REZENDE
LAURA SANTOS COSTA
LUDMILA RACHID
MAYARA SIQUEIRA RABELLO
NATHALIA BARBOSA
TOMÁS CIVINELLI

VENDA PROIBIDA
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS
O QUE É MISOGINIA?
Palavra formada por raiz grega "miseo" e "gyne" que significa AVERSÃO ÀS
MULHERES.

Se expressa de diversas formas em nossa cultura. Exemplos: piadas e produção


de conteúdo científico ou cultural menosprezando mulheres e suas capacidades. A
misoginia leva, frequentemente, à opiniões ou crenças negativas sobre a mulher e
o feminino, além de levar à condutas negativas perante as mesmas.

A MISOGINIA É UMA ATITUDE DE PRECONCEITO/DESPREZO/AVERSÃO À


ELEMENTOS RELACIONADOS AO UNIVERSO FEMININO.

A DESIGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES NÃO


É ALGO RECENTE.
A história da humanidade é capaz de nos mostrar uma
cultura mundial que reafirmou por séculos o conceito
de inferioridade da mulher.
IDADE MÉDIA
Nenhum direito às mulheres.

Os homens respondiam pelas mulheres


em todos os contextos. Sentimentos,
aprovações, desejos e os sofrimentos das
mulheres não eram considerados.

SÉCULO SÉCULO
VI A.C. XVIII
SÉCULO
XV
GRÉCIA ANTIGA IDADE MODERNA
Não reconhecimento da mulher como Queima às bruxas.
cidadã.
Morte de milhares de mulheres na
Mulheres eram excluídas do processo fogueira e guilhotina por não se
de democracia e subordinadas aos encaixarem no padrão considerado
homens. adequado na época.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Programa Uma pesquisa realizada pelo Instituto
de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP), Patrícia Galvão e Locomotiva, apontou que
realizada em 75 países:

QUASE 90% DAS PESSOAS


SÃO PRECONCEITUOSAS
EM RELAÇÃO A MULHERES
E À IGUALDADE DE
76% DAS TRABALHADORAS
GÊNERO RELATAM JÁ TER SOFRIDO
VIOLÊNCIA E ASSÉDIO NO
50% TRABALHO
Consideram o homem superior como líder
O Anuário Brasileiro de Segurança
político
Pública de 2020, registrou, no
primeiro semestre do ano,
40%
Julgam que homens são melhores executivos 66.123 VÍTIMAS DE
que mulheres ESTUPRO E ESTUPRO
30% DE VULNERÁVEL, O
Acreditam que é aceitável um homem bater QUE INDICA A
na esposa ou companheira
OCORRÊNCIA DE 1
ESTUPRO A CADA 8
MINUTOS.
De acordo com dados da Ouvidoria Nacional de Direitos
Humanos (ONDH),

A MÉDIA DE DENÚNCIAS POR


DIA, ENTRE JANEIRO E ABRIL
DE 2020, FOI 313. O QUE
SIGNIFICA, EM MÉDIA, UMA
DENÚNCIA A CADA 5 MINUTOS.
O QUE É VIOLÊNCIA?
Pode-se definir como violência qualquer ação intencional dirigida a outrem da qual
resulte prejuízos, danos físicos, sociais, psicológicos e/ou espirituais. Assim, a
violência consiste no uso intencional de poder ou de força, seja tal ato empregado
de forma real ou por meio de ameaça.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


A violência contra a mulher trata-se de uma violência de gênero, compreendida
por uma relação de poder de dominação do homem e de submissão da mulher.

A Lei 11.340, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, prevê cinco
tipos de violência familiar e doméstica contra a mulher, são elas:

Violência física: condutas que ofendam a integridade e/ou a saúde corporal, como
atirar objetos, ferir, espancar, estrangular e torturar.
Violência moral: qualquer ato que represente calúnia, difamação e/ou injúria, como
acusações falsas, exposição da vida íntima e rebaixar a mulher através de ofensas que
incidem sobre sua índole.

Violência patrimonial: condutas de retenção, redução e/ou destruição parcial ou total


de bens, documentos pessoais, objetos e valores.

Violência psicológica: impactos negativos à autoestima, desenvolvimento da mulher e


saúde emocional, através de atos que visem degradar ou controlar seus
comportamentos, crenças e decisões.

Violência sexual: condutas que constranjam a presenciar, a manter ou a participar de


relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.
Também refere-se a invalidação do exercício dos direitos sexuais e reprodutivos.

Tais violências raramente ocorrem de forma isolada,


constituindo violação de direitos humanos e das
liberdades essenciais, provocando consequências
graves para a mulher e devem ser DENUNCIADAS.
O QUE PODEMOS FAZER SOBRE ISSO?
O Artigo 5º Inciso I da Constituição de 1988 garante
que todos são iguais perante a lei, e que homens e
mulheres são iguais em direitos e deveres.
A Lei Maria da Penha (Nº 11.340 ago 2006) combate
a violência contra a mulher, em especial a violência
doméstica.
A lei Nº 13.104 mar. 2015 tipifica o feminicídio, e visa
coibir o homicídio de mulheres com o agravamento
de pena.

Para acionar os aparatos citados acima e tantos outros, procure os


serviços:
Casa da Mulher Delegacia Especializada de
Rua Fonseca Hermes nº 143, Centro Atendimento à Mulher (DEAM)

Rede de atendimento Mesmo endereço da Casa da


completa incluindo Mulher.
aconselhamento psicológico, Foco nos crimes previstos na
social e orientação jurídica. lei Maria da Penha,, além de
Há acolhimento de vítimas casos de crimes contra a
dignidade sexual e
feminicídio.

Núcleo de Atendimento à mulher na OAB


Centro de Registro de Ocorrência Policial da
Polícia Militar, 2º piso do Santa Cruz Shopping

Mais uma alternativa às


vítimase funciona em
parceria com os órgãos de
segurança pública e com a
Casa da Mulher.
Possibilidade de requerer
medida protetiva
CONCLUSÕES

Por mais que hoje em dia mulheres não sejam


consideradas legalmente propriedades de seus
maridos, ainda são objetificadas e anuladas, vistas
como inferiores, além de terem seus corpos
controlados por uma sociedade patriarcal;

Então, podemos perceber que o preconceito contra


as mulheres não é de hoje e, apesar de existirem leis que
garantem direitos básicos a elas, até hoje presenciamos
diversas formas de violências. Muitas delas estão
MASCARADAS como CUIDADO ou AMOR, como por
exemplo a violência psicológica e a patrimonial;

As opções hoje disponíveis se dão através dos


serviços mencionados anteriormente. Todos nós
podemos agir proativamente em combate ao feminicídio
e a qualquer tipo de violência contra a mulher ao fazer a
DENÚNCIA.

VAMOS JUNTOS?
REFERÊNCIAS
Coelho, E. B S., Silva, A. C. L. da, & Lindner, S. R. (2014).
Violência: definições e tipologias. Atenção a homens e
mulheres em situação de violência por parceiros íntimos
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
(1998). Brasília. Recuperado em 20 de março de 2021, de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituic
aocompilado.htm
Ferrer Pérez, Victoria A.; Bosch Fiol, Esperanza Violencia de
género y misoginia: reflexiones psicosociales sobre un
posible factor explicativo Papeles del Psicólogo, núm. 75,
2000, pp. 13-19

Fórum Brasileiro de Segurança Pública. (2020). Anuário


Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em:
https://forumseguranca.org.br/anuario-brasileiro-seguranca-
publica/

Guimarães, M. C., & Pedroza, R. L. S. (2015). Violência contra


a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e
jurídicas. Psicologia & Sociedade, 27(2), 256-266.
https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n2p256

Instituto Patrícia Galvão. (2020). Percepções sobre a violência


e o assédio contra mulheres no trabalho. Disponível em:
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-
dados/76-das-brasileiras-ja-sofreram-violencia-e-assedio-no-
trabalho/
REFERÊNCIAS
Lei n. 11.340, de 07 agosto de 2006. (2006). Cria mecanismos
para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dá
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm
Lei Nº 13.104, DE 9 DE MARÇO DE 2015. Altera o art. 121 do
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do
crime de homicídio, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de
1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos
Lima, J. G. Preconceito, sociedade e violência contra mulher.
Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Psicologia,
Faculdade de Educação e Meio Ambiente. Ariquemes – RO, p. 59.
2019.
Organização das Nações Unidas. (2020). Tackling Social Norms: a
game changer for gender inequalities. Disponível em:
http://hdr.undp.org/sites/default/files/hd_perspectives_gsni.pdf
Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH). (2020).
Denúncias registradas pelo Ligue 180 aumentam nos quatro
primeiros meses de 2020. Disponível em:
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-
2/maio/denuncias-registradas-pelo-ligue-180-aumentam-nos-
quatro-primeiros-meses-de-2020
da Silva, S. G. (2010). Preconceito e Discriminação: As Bases da
Violência Contra a Mulher. Psicologia Ciência e Profissão, 30 (3),
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Teles, M. A. A., & Melo, M. (2017). O que é violência contra a


mulher. Brasiliense.

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