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fosta HS CAPITULO NOVE APRESENTANDO E DESCREVENDO DADOS DE PESQUISA —_—— See A cesta altura, 0 processo formal de coleta de dados de pesquisa ja foi deli neado e exposto, Os dadlos gerados por esse processo devem agora ser apresenta- dos em um formato claro e compreenstvel. Pode-se usar pacotes de software (ver Capitulo Quatro) para compilar dados em tabelas, graficos ou medidas est cas tesumidas, Contudo, o formato de apresentagao resultante € normalmente al 0 imperfeito e quase sempre necessita de refinamento para que se torne apropria- do a0 publico pretendido. Em geral, ¢ muito dificil para um leigo compreender plenamente e interpretar os dados em seu formato original. Assim, este capitulo € ¢s dois subsequentes apresentam os principios fundamentais de construgao e ana- lise de tabelas. A finalidade desta exposicdo é capacitar o leitor a resumir dados de pesquisa do printout do computador € comunicé-los a um publico de forma o mais sucinta e precisa possivel, Este capitulo trata da apresentacio e da descricdo de da- dos. Os Capitulos Dez e Onze ampliam esta exposicao pata incluir a andlise de da- dos de pesquisa. A DIstRIBUICAo DE FREQUENCIA A apresentacio tabular de dados mais elementar é a distribuicao de frequen- cia, uma apresentacao sumatia da frequiéncia de respostas de cada categoria de varidvel. Um exemplo de distribuicao de frequéncia na forma como sai do com. Putador ¢ dado no Quaco 9.1, que formece informacées de uma pesquisa de nati- vyos americanos a respeito do perfodo de tempo em que cada entrevistado viveu na reserva. 158 © Metodologa de Pesquisa (© material de computador apresentado no Quadro 9.1 pode ser usado para s construir uma tabela de distribuicao de frequencia concebida para comunicar informagoes a um publico, Essa tabela deve ser plancjada para apresentarinfor- ‘ages erticas em um formato simplificado e mais legivel que o safdo do com- purador, Portanto, os dados do Quadro 9.1 podem ser adaptados para a forma rmostrada na Tabela 9.1 QUADRO 9.1. NUMERO DE ANOS VIVIDOS PELOS INDIOS NA RESERVA Freqiiéncla FreqUénda Freqdéncia Categoria anos de Yano Temenosde S anos Stemencs.de 10 noe 30emencs.de20 anoe 20emenos de 30 anos 30 menesde 50 anos Soanose mais oral ‘300, 3002 99, ea ___so_iooz_igg_ “As porcentagens de feqdéncarelativaincluem casos ausentes e so cleulades com base ra amosrainteia da pesquisa, “As porcentagens de freqUtncia ajustad excluem os casos ausentes es caculadas com base Somente em casos vslidos. *Ospacotesestristicosperacomputadoresmuitasvezesconsit:=-aprobablidadedeosentre- vistadosndo esponderem atodas as perguntas da Essa falta derespostas marcada ‘edenominada‘casosausentes"(no Brasil costuma-zeutlizao ermo*sem resposta). ‘TABELA 9.1, NUMERO DE ANOS QUE 0 ENTREVISTADO VIVEU NA RESERVA —TABELA S11 NOMERO DE ANOS QUE O ENTREVISTADOVIVEUNARESERVA Nimero de Anos f % Menosdet Tor Br Temenos des 145 187 Semenosde 10 “9 193 10emenos de 20 was va 20emencs de 30 134 173 emai, no 142, Total 774 ico Semresposta=26 ‘A Tabela 9.1 mostra a distribuigdo de freqitncia dos valores de uma varivel, comum. Essas tabelas no S20 exis de construir © 6 exigem que se respeite alguns prineipios basicos, Primeito, tabelas devem ser numeradas, Cada uma deve ter um titulo descritivo que infor- ‘Apresentando © Descrevendo Dados de Pesquisa © 158 ‘me ao publico pretendide que informacdesestio sendoapresentadas. Otitulo deve ser o mals espectfico possivel, sem ser demasiado longo ou complicado, Todas a variaveis e suas categorias correspondentes dlevetn ser claramente classifcadas. As unidades de analise (por exemp! etfos, anos ou délares) lem disso, as categorias de cada logica. Dados ordinais e de inter- 0 dados nominais dever ser apre- ta para baixa, a menos que haja alguma sentados numa ordem razio que obrigue 20 opesto, Para liminar qualquer distorgdo potencialcausada por casos ausentes, a5 fe- ‘quencias ajustadas do printout do computador devem ser usadas na constmvgaa da tabela de distribuigao de frequencia. O niimero de casos ausentes deve ser nica, do no final da tabela como “sem resposta". Um sumario das porcentagens,arre. dondadas para o décimo mas préximo, deve sempre ser mosirado juntamente com as frequncias, porque as porcentagens padronizam as freqaéncis¢faclitaen ascomparacbes,Além disso aso nio sea dbvia, a fonte dos dados da tabela deve, ra ser indicada AS porcentagens de frequencia m devido a erros de arredondamento, de 100%, o pesquisador poder res das devern sempre somar 100%. Se, lizarem ligeiramente mais ou menos problema de duas maneira, Primeiro, cle poderé mostrar uma porcentager total de 100%, mesmo que as porcentagens andividusis resultem numa soma um pouco diferente; neste caso, deverd ser acres centada uma nota de rodapé a tabela, declarando que as porcentagens podem nao totalizar 100% devido a eros de aredondamento, Segundo, uma categoria pode ser identificada com uma porcentagem que pode ser ajustada par se chegar a um total de 100%, Recomendavse que a cate, ora escohida sejaassociada a porcentagem mais proxima do pontomo qual ecor © arredondamento, Por exemplo, na Tabela 9.1, a categoria “Menge de ano” ex '@ associada a uma porcentagem de exatamente 13,049. Corretamente arredonda, dha, esta porcentagem devera ser mostrada como 13,0 (ver Quadro 91). Porem, a0 $e faze sso, a porcentagem total paraa dsiribuigo defrequénciaajustada pas, 2a ser 99.9%. A proximidade de 13,049 com o ponto de amedondamente de 13,05 permite sua selecio como a categoria a ser ajustada Os autores recomendam a segunda abordagem, porque a pequena vantagern em precisto de se user 13.0% € muiro menos importante que a desvantagenn da aparéncia de imprecisio re uma coluna d nao chegam 4 porcentage tabular € comunicar dados vist abordagem atinge melhor esse ob Em determinados projetos de pesquisa, algumas categ dem nao receber omtimero esperado de resposts que con categoria Iss € ostrado no Quadro 9.1, onde a categona’"3¢ anos mia ve somente 15 respostas — 1,9% do total de respostas. Comic esta mates, 160 + Metodclogiace Pesqusn ‘vamente pequena, a Tabela 9.1 funde esta categoria com a "30 anos e menos de 50” para abter categorias mais coerentes com as regras de construcio de catego- tias discutidas no Capitulo Tres. Se a tabela incluir uma categoria “Outros”, deverd haver uma nota resumnin- do ns pos de resposts inchuidas na mesma. Caso o pesquisador sinta que deter- rminados termos ou conceitos expressos na tabela nfo estdo claros, ele deverdro- ver esclarecimentos adicionais em notas de rodape a ‘SELECIONANDO A MEDIDA Mals APROPRIADA DE TENDENCIA CENTRAL PARA & DESCRICAO Dos Dabos DE PESQUISA Conforme indicado no Capitulo Seis, as medidas de tendéncia central sto valiosas para ajudar a resumir dados de uma tabela de distribuicto de frequencia, Quando as ts medidas de tendéncia central tem valores relativamente proximos, seria redundante incluir mats de uma na tabela. Além disso, quando essas medi- «las diferem em valor de forma substancial, seria inadequado e desconcertante deverd selecionar somente uma medi- ela de distribuigdo de freqaencia, Es- F 0 pesquisador na selecao da medi- ‘Veja uma exposicio completa dessas da de tendencia ee estatisticas descritivas no Apendice B. Mostrames no Capitulo Seis que, na disi.:Luigdo normal, a moda, a mediata © média sto igual. Entretanto, se a distribuigto tiver poucos valores extremos, altos ou baixos, as trés medidas de tendéncia central ir8o comecar a se desviat tumas das outras. Essa distribuicio é chamada de assimétrica e geralmente assu- tne uma de duas formas 1. A assimetria positiva (Figura 9.1), que tem uma média mais alta que a mediana ea moda porque hi poucos valores altos puxando a média (e, em. ‘enor extensto, a medina) para esses valores mais altos 2. A assimetria negativa (Figura 9.2), que tem alguns valores relativamente bbaixos puxando a média e a mediana para os valores baixos. Para uma dis- ccussto completa de estatisticas descritiva, inclusive medidas de tendéncia central ¢ medidas de dispersto, consulte 0 Apendice B No caso de distribuicto normal, com as tés medidas de tendéncta central iguais ou quase, qualquer uma delas bastaria coma resumo esttistco para os da- os. Neste caso, a negra para se escolher a medida adequada giva em tomo do nt vel de medicto associado com a vanvel.Especficamente, a média deve ser usa- da pata dados de intervalodistrbuidos normalmente, com a mediana sendo mais spropriada para dados ordnais e a moda permanecendo como a unica medida de tendéncia central para dados nominas ‘Apresentandoe Descrevendo Dados de Pasquise * 161 FIGURA 9.1, DISTRIBUIGAO COM ASSIMETRIA POSITIVA, Frequéncia / FIGURA 9.2. DISTRIBUIGAO COM ASSIMETRIA NEGATIVA ‘Mode Mediana Media Se eee eee Frequéncie ‘Média Mediane Moda pase snnncneomstns esas esse SMES SAO ESESI Sa SaaSSOOBIODaESSIEOES ‘escola entre mediana e média com dads de intervalo assiméticas depen- de do quanto eles sto assimetricos. Quando o pesquisador determina que a me ia € excessivamenteafetada pela assimettae, poranto, ¢ un a tendéncia central de distribuigao, a mediana passa a seta 63 Considere o exemplo simples abaixo Os salrios anuais de des funciondrios de una pequena empresa privada es- tioindcadosno Quadro 9.2. Arenda mea dessesuncionaroné de $76.40 por ano, Pode-se observarimediatamente que esta média nao ¢ uma representacio 162 * Metedologia de Pesquisa ‘adequada da tendéncia central dessa distribuicdo de renda, porque nove dos dez fancionarios ganham menos que a média, Neste caso, uma medida muito mais informativa ¢ a mediana de $26,000, A assimetra € freqcentemente encontrada com variaveis como renda familiar, idade e despesas habitacionais. Poranto, a re- sa prtica para essas variaveis€ que a melhor medida resumida de tendenci tral €a mediana — nto a média, ata explicar melhor este conceito de assimetria, considere a Tabela 9.1, na qual a categoria modal ¢ 5 ¢ absixo de 10 anos (muitas vezes designada pelo onto médio da categoria, 7,5), a mediana ¢ 9,75 anos e a média é 15,03 anos (com base em dados disponiveis para o pesquisador, mas nao mosttades natabe- ‘Uma assimetria positiva éfortemente sugerida por essas medias central, a medida que a média é muito mais alta que a mediana, a qual por sua vez é mais alta que a moda (ver Figura 9.1). Essa distribuigAo assimétrica ¢ ‘ausada por uns poucos entrevstados que viveram na reserva por pericdos par- ticularmente longos. ‘QUADRO 9.2. SALARIOS DE FUNCIONARIOS DEUMA PEQUENA EMPRESA PRIVADA, Salsriog 3190000 21.000 521.500 522500 525.000 $27,000 333.000 ‘40.000 55.000 500.000 | Nota: = $76 400; mediana = $26000, Outro indicacor de assimetria¢ a natureza da dispersto, medida em particu- lar pelo desvio padrdo. Como vimos no Capitulo Ses, numa distibuigao normal tres unidades de desvio padtéo cobrem quase toda a distribuicdo (99,74%). Por- tanto, 0 pesquizador podera suspeitar de uma distibuicto asimetrica se a média, ‘mais ou menos trés desvios padrao, nao se aproximar da gama dos dados. No ca- 0 dos dados da Tabela 9.1, note que a média de 15,03 esta associada a um des- vio padrio de 11,11 e que 15,03 + 3(11,11) = ~18,30 a +48,36. Iso estd muito fora da gama dos dads, espe reinferior, que nao pode ser menor que zero anos de Finalmente, a maneira mais rudimentar de determinar se existe 04 nfo ass metria numa distribuicdo de frequencia¢ preparar um poligono de frequencias de ‘Apresentando e Descrevendo Dados de Pesquisa * 163 uma disribuigo.' Ein distribuigbes particularmente assimetricas, 0 poligono de frequencias ira demonstrar as caractersticas de assimetria indicadas nas Figuras 9.1e92. DistRiBuicoes GRADUADAS DE FREQUENCIA Outra questo relativa ao uso de urna medida adequads de tendencia central «envolve vaiaveis medidas usando-se a escalade Likert. No Capitulo Tres, fot apre- sentado 0 seguinte exemplo de pergunta de escala de Likert: Qual ¢ sua impress geral a respeito de como 0 governo municipal de Susanville feta sua empresa? Altamente postiva Pest 1 3 4 5 As respostas a esta pergunta sto mostradas na Tabela 9.2 ‘TABELA 9.2.IMPRESSAO DO EFEITO DO GOVERNO MUNICIPAL DE SUSANVILLE <8RE OS NEGOCIOS Impressio Valor a * Bramente postive 7 ora Posiva 2 V5 292 Neutra 3 200 333 Negativa 4 75 Rs ‘Atamente negativa 5 2 i Total 00 00. ota ¥ =367 —_ O leitor pode ter notado que foi calculada uma média aritmética para os da- dos da Tabela 9.2, embora eles sejam claramente de natureza ordinal. Como indi camos acima, a mediana —¢ ndo a média — ¢ a medida adequada de tendet central para dados ordinals. No caso da Tabela 9.2, a mediana ¢ encontrada no ca ha categoria "Neutra", Contudlo, a escala de Likert, que 's numéricos com dados ordinais (neste caso, de 1 a 5 ramente do lado positivo em relagio ao neutro. Portanto, a média forneceu mais informacdes que a med lcando a0 pesquisador que o centro de dis ‘fo est perto de “Neutra (a median), mas ¢ algo pondetado no sentido das c otias de respostas positivas 164 * etodologia de Pesquisa O caleulo da média neste caso faz importantes suposigbes a respeito da nate ‘eza desses dados ordinals ao tratéclos como se fossem dados de intevalo. Em pri- ee assume que todos os entrevistados tém uma compreensto comurn ido de cada categoria de tesposta. Por exemplo, a0 se perguntar 4s pes- ue idace elas tn, assume-se corretamente que existe uma compreensio co- conceito de anos na medicio da idade. Tecnicamente, este pode nfo ser ‘© cas0.em termos do que os entrevistados entendem por“Altamente negativo"ter- sus "Negativo", e assim por diante, Em segundo, o céleulo assume que existe uma distancia igual entre cada categoria da varavel, que ¢ mensuravel em conformida- ibuidos a esses categoras. Nenhurna conclusio deste tipo pode ser tirada com relacio a dados ordinais, visto que a ordinsiidade somente permite ao pesquisador classifcar os dados, nfo manipulé-los art camente. Porém, essa manipulacao tornou-se aceita porque se considera que o poder das informacdes abtidas supera de longe os custosassociados ao relaxamen- todesses detalhes técnicos. Assim, €recomendado que, no caso de respostas esca- Jonadas, a medida de tendéncia central a ser considerada correta € a media arit- reética e, no caso de uma série de tai respostas, uma média geral é uma medida suméria aceitavel do assumto em estudo. © Quadro 3.1 (Captuslo Tees, p. 71) apresentou respostas escalonadss a uma série de perguntasfetas a profissionais de planejamento urbano. Essas respostes produziram uma contagem media para a caracterstca de cada trabalho: Caracteistiea do Trabalho Atul Media ‘Oporunidade para ter maior responsibiidade ‘Oponunidade pas inluenciar poltcasinteras da empresa ‘Opomunidade para creserprofissionl ‘Oportunidade para prestatim serico p Reconhecimento da minh contrbulgio &emprest Remunergiosuficiente por mess esforcos ‘Oporanidade pars dese asao paca me ngulhar ‘Média geal As respostas acim, se fssem descrtasexclusivamente como dads ordinas, teriam produzido medianas de "Nutro". Entretanto, o velaxamento do respeito Tigoroso & ordinalidade desses dados permit 30 pesquisador identificarinforma- ortantes nao-evidentes no uso da mediana, Por exemplo, esta claro que 0s planejadores urbanos sentem-se melhor a respeito da opormunidade que tem ‘Apresentando e Descrevendo Dados de Pesquisa * 165 ‘TABELAS CoNTINGENCIAIS COM TABULAGAO CRUZADA As distribuigdes de frequéncia envolvem a descrigdo de uma variavel. Muitas vezes, porém, a pesquisa requera andlise simultanea de mais de um: ‘exemplo, um pesouisidor pode estar interessado em conhecer a relacio amtecedentes einicos dos entrevistados na pesquisa e suas realizagdes escoares, para recomendar determninadas propostas cultralmente baseadas para a elevacao dos resultados escolares numa area em estudo. Neste caso, dias variaves estdo sendo estudadas — emia e educacio. As tabelas contingenciais sto usadas para se examinar a telacdo entre duas ou mais variaveis.O pesquisador esta interessado na influencia que uma delas pode tersobreoutra, Portanto, uma tabelac cial acrescenta uma dimensioexpli- cativa& distribuicdo de frequencia, A Tabela 9.3 ¢ um exemplo dessastabelas, —TARELA 95 OPINIEO DOS CONTRIBUINTES SOBRE OFINANCIAMENTO _ DE BIBLIOTECAS LOCAIS PORTIPO DE PUBLICO —__DEBBUDTECASLOCAISPORTIPODEPOBLICO Tipo de Pico __—Benarde—_‘Funeiondrios Het —Fesidentes ___Empresa:_ _Nao-Residentes_ __Total__ Opiniso fw Ff ow fF 6 oF ® ae fever a er eT) Conta so 252 12 Son 19105020 Semopinito 25 125 30 250 50 500 125250 Toul 300__ i000 3001000 3001000 500 joa ressem sido uma distnbuigto de fre- aqencia simples, 0 pesquisador teria constatado que a maloria da populacdo da mostra (215 pata 160) estavaa favor do financiame; a comunidade em estudo, como indica a coluna “Tot ela contingencial provéasinformacoes adicionais de que o grupo ao qual os entrevistados perten- ‘em parece influir nas suas opinides sobre o financiamento de biblioteca. Es- ses dados sto obtidos pela tabulagio cruzada em computador de duas pergun- tas do instrumento de pesquisa e suas varidveisassociadas: opiniao a tespeito Go financiamento de bibliotecase tipo de publico ao qual pertence o entrevis- tado, A Tabela 9.3 revela que ha uma diferenca entre esses grupos sobre esta questo, com 62,3% dos tesidentesa favor do financiamento, mas somente 25% dos dans de empresas com a mesma opiniao. Os nao-residentes tendem a ser mals neuttos a ese resp Cada um dos principios enumeradas aeima com las de distribuigao dk Além disso, ha princ "10 construgao de tabe- elas ct adicionais que se aplicam especificamente a tabelas con- 166 * Metodolosa de Pesquisa tingenciais, Antes de enuimeri-los, ¢ importante explicar 0s conceitos de variaveis independentes e dependentes ‘Avariavel independente € o agente de mudanca, ou variavel que procura explicar mudancas na vartavel dependente. Fla influencia ou precede a variavel dependente, que esté sendo explicada e€, portanto, dependente da variavelinde- ppendente. No caso das vertavets da Tabela 9.3, 0 grupo a que pertence o entre Vistado € a vativel independente que tem alguma influencia sobre 0 rmento de bibliotecas. A reversio dessas caracterizag6es é, logicament provavel Ao determinat qual varitvel deverd ser consideradaindependente qual deve- + ser considerada dependente, 0 pesquisador pode usar determinada regra pri tica caso 0 bom senso nto especifique com clareza uma varidvel independente para dada situacao. Ele deve procuraridentiicar qual delas surgiu primeito,e esta pode ser especificada como independente. Por exemplo, uma tabela contingencial com. as varlavels “anos de escolatidade”e “classe socioeconémica dos pais” ditara que classe socioecondmica dos pais pode ser designada como indeperden'e, porque la claramente precede as realizagbes escolares dos filhos. Quando uma relacdo temporal nao for clara, o pesquisador precisard usar seu ceritério profissional a respeito do objetivo do estudo e concentrarse em escolhet qual varavel deverd ser tratada como independente. Existe uma medida estatisti- a para ajuda-lo nessa determinacao. Ela é chamada lambda (A) e sera explicada no Capitulo Onze. as tabelas contingenciais € que elas além da linha “Total”, Essa coluna mostra a so- as categorias da coluna variavel para cada categoria da linha varl4ve. ‘Uma vez que a finalidade declarada de uma tabela contingencial € determinar a relacdo entre duas variaveis, a inclusto de uma coluna “Total” um componente centico enecessirio. Além disso, a tabela deve estar preparada deforma que avaria- vel independente esteja nas colunas € a dependente esteja nas linhas. O titulo da tabela deve ser expresso em tertnos da varidvel dependente “pela" varavel inde pendente, como nas Tabelas 9.3 € 9.4 ‘As porcentagens sio calculadas somente para a varidvel independente (cola na), De acordo com este principio, a porcentagem é calculada vertcalmente,tota- lizando 100% no pé de cada coluna, As variaveis podem ser comparadas manten- do-se constante uma categoria da varidvel dependente (linha) ¢ comparando as porcentagens através da linha, Por exe quanto 25,0% dos ones de empresas sto a favor do financiamento de bibliotecas.62,5% dos re dentes sto a favor desse financiame! Podem surgit pelo menos duas situacdes que fariam o pesquisador inverter as vatlavels independente e dependente. Primelzo, o numero de categoria da varidvel independente pode ser t20 excenso que fique tunica folha de papel. Neste caso, poderd ser necessario apt pehdente na vertical e reconfigurar a tabela para que ela possa ser coloca ‘Aptesentando e Descrevendo Dados de esqusa * 167 ‘uma pigina. Segundo, ¢ possvel que numa stie de tabelas uma varivel se sistentemente identificada como independe renda ¢ em geral uma varavel independe tamentats), mas pode surgir um caso iol dor podera decidir no inverter o eixo para o q Nos casos em que a variavel independente estilocalizada nas colunas, as porcentagens ainda deverio ser calculadas para ela embors isso ccor, a honzontalmente) e as comparagdes entre as varitves serdoefetuadas compa. rando porcentagens nas colunas. E possvel acescentar uma teceiravariavel a andlise de uma tabela contin- gzncial,construindo tabela contingencias que cruzem as varidvesindependens tee dependente e mantendo constante cada categoria de uma terceira varidvel (de controle), Por exemplo, a Tabela 9.3 poderia ser apresentada em umn forma: do, peparando-se uma série de tabelas contingenciais que apre- sentem opiniées sobre o financiamento de bibliotecas por tipo de publica para cada categoria etiria de entrevistado, A Tabela 9.4 € um exemplo dessas deur ‘buicdesbaseadas em idade, As abelas para outros grupos etrios podem set mom tadas de forma semelhante,o que € comumente denominado tabulagao enivada em tes vias e¢ paricularmente util quando se suspeita que vatiaveisadicionals vidas na relaco. ‘TABELA.4, OPINIAO DOS CONTRIBUINTES SOBRE O FINANCIAMENTO DE BIBLIOTECAS LOCAIS POR TIPO DE PUBLICO (FAIKA ETARIA 35-54 ANOS) —BIRLIOTECAS LOCAIS POR TIPO DE PUBLICO (FAIKA ETARIA 35-54 ANOS) Tivo de Piblico "Residentes Dons de _‘Funciondriog Empresa: __Néo-Residentes Total Opinio ros hw. Po “Reor «55705 20S 20a 95 aay Contra 7 8 9 5774s 8g Semopingo 6 22 16 188 8 250 9 _ise Toxa| 7 io 851000 321000195 Yon Amostras Desproporcionais © Capitulo Oto expas desproporeionais, nas qu exageradas para garant ecessidade de se usar amostras deliberademente cdeterminados grupos da populagio devem 168 * Metodologia de Pesquisa ‘amostra total seja uma representagao proporcional da populagdo e nao uma soma 4e grupos desproporcionalmente representados, Este processo ¢ melhor demonstrado por um exemplo de amostragem des- Proporcional na cidade de Davis, California, Para fins de planejamento, a cidade vizinhanga sto divididas numa série de areas de planejamen', oto des quais foram escothidas para estudo, Essas areas estio relacionadas na Tabela 9.5, juntamente com suas populacées e poscentagens correspondentes, Fol determinado que a importancia dessas areas de planejamento ea sufcien- ‘ementesignificaiva para que cada uma fosse analisada em separado, em concon. dlancia com uma margem maxima de erro de #10% (95% de nivel de contianea), Consideragdesorcamentriase de prazo limitaram otamanho total daamostraaapro- >émadamente 800 pessoas. Em grandes populagbes (cem mil ou mus), essa manger de ero ¢ atingivel com uma amesta de aproximadamente cem pessoss, Pata popt- lagdes menores, a exigencia € reduzida (ver Capitulo Sete). Porta amostras de tamanhos adequaclos para atingir esse objetivo; elas, Quadro 9.3 como “Tamanho Real da Amostra TABELA 9.5. AREAS DE PLANEJAMENTO DA POPULACAO DE DAVIS —TABELA 9.5. AREAS DE PLANEJAMENTO DA POPULACAO DE DA QUADRO 9.3. TAMANHOS DE AMOSTRAS E PESOS PARA AS AREAS DE PLANEJAMENTO DA CIDADE DE DAVIS ‘reade Tamanho Esperado Tamanho Real Peso Planejamento Proporcionalda da Amostra__(Esperado/Real) ‘Amostra © eth Genial 5173 33 —— West Davis 121 Cental 274 East Davis as fast Davsace 013 core 018, South Davis, 120 South Davis County 016 Tota ‘Aresentando e Descrevendo Dados de Pesquisa * 169 tudo era igualmente importante analisar os resultados em termos da que exigiriaque aar los para cada drea de planejamento, caso Pesquisa tena sido realizada deforma randomica sem estaifieagao. Assim, pot xerplo, ea aes Central representa 36,1% da populacéo de Dai, espera poe cea de 36,13 (301 pessoas) dos 833 participantes selecionados a0 acaso em, a a cidade para a pesquisa sejam moradozes da drea de planejamento Conve © tamanho proporcional esperado da amostra de cada area ent2o compara- do a amosia realmente obtida,e¢ calculado um peso dividindo a amostra pro. porcional pela amosta real A Tabela 9.6 mostra as instalagoes recreativas ao ar livre mais freqtentemene ‘e usaas pelos moradores de Davis, tabuladas por area de planejamento. PLANILHA 9.1. CALCULO DO TOTAL PONDERADO DA CIDADE PARA INSTALAGOES RECREATIVAS AO AR LIVRE MAIS FREQUENTEMENTE USADAS RRTLAGOES RECREATIVAS AO AR LIVRE MAIS FREQUENTEMENTE US Instlagio ‘Area dePlanejamento Pero Ginturdes Verdes Cam Campos Atletico" “Romhcental——_—~930 —s6x030=1680 3a rospetoae West Davie 121 39x1a1 Central 274 26x274= 7124 East Davis 183 2rx1g3= 4541 East Davis Mace ona 23x03 294 Core 08 30x08 =540 South Davis 120 24x 12022880 South Davis County 016. 19x016= 304 “Total ponderad da cidade 28 “Continua © mesmo proceciment para cada nsalago east wow Thre "Soma dos totais ponderedos das areas de planejamento. Os totais das colunas para cada area de planejamento representam 0s dados resis da amestra, 20 passo que a coluna “Total Fonderado da Cidade” recta apli> cacto dos pesos do Quadro 9.3. Este cileulo esté deserito na Planilha 9 1, que seleciona uma categoria da varsvel dependent aplica 0 peso para cada catego. na de varivelindependente aos dados reals da amostra nessa Categorias. A segu, a planitha soma esses dados ponderados para obter um a acidade, o qual éarredondado até mimeros nteieosp continua dos dados (ver Apéndice B) — isto ¢, individuos vistados, O pro- cesso continua por meio de cada categoria da varidvel dependente. A Planilha 9-1 Aescreve esse processo para duas categorias dessa varvel. Voce poderd verifcar as outa oito categorias na Tabla 9.6 TTABELA 9.6. INSTALAGOES RECREATIVAS AO AR LIVRE MAIS FREQUENTEMENTE USADAS PELOS MORADORES DE DAVIS, POR AREA DE PLANEJAMENTO. Areade Planejamento East ‘North East Davie- ‘South Central __West___Central___Davis___-Mace_—_‘Core_—_—Davis Instalagéo foe 1 * Ff we wT 8 8 Ginturdesverdes 56289 —+H—1GG «AS —«NGA SBR SSA -28 148 2917.2 1096 208 BI Campos wliticos 34175-39210 25155 27 4S 2B 330170119183 21816 Playgrounds 2% 134 19 102 18 107 33 178 2 139 15 BS 2 135 18 173 175 130 ‘Areas gramadas 2 8 W752 WS 4 75 13 715 2 182 15 92 8 77 1394 99 Prscinas 12 62 2% 4d 9 53 2 9 19 110 6 91 15 92 8 77 128 95 Areasdepiquenique 10 52 7 38 8 48 18 97 1B 105 15 85 17 104 13 125 94 70 Quadasdetenis = 472791244, Quadrasdebasquete 9 46 17 91 10 60 9 48 8 47 16 91 6 37 7 67 78 59 Outre" 0 52 1% 65 10 60 12 65 5 29 6 91 2 123 12 116 97 72 Niousanenhuma 0 09 4 22 9 53 6 32 9 09 4 23 6 32 2 19 49 36 Took 194 1000 186 1000 168 1000 186 1000 172 1000 175 1000 163 1000 io4 von0 1350 1000 ‘Desdo b natureza do processo de ponder "“Outrasncuiinstalngdes 20a ve como pistas de patnacio, campos 6 gol, parques, cilova ejardins communtiies “Como os entrevistados podiam dar mais de uma resposta 0s totais das colunas podem utrapassrotamanho da amos. a —a pean 1 epepsunwes Oa 3G 04uOD 0a ‘83 VS3QWGINNWOD SVN SOUR usOdsa¥ 3c O4ViaL O OGNYULSOW S¥IONIM JO3uI 3d ONODIOd'e's VUNDIE ‘@ 221puady 00) o-g ejagey eu sop cae “ensow spep soe sapuodsaiioo sxouanbay op oUodiod 09 fg tnd] Sseyuty woo sowuod so anBry « ‘tuapuodsati69 orp josse erouanbay} & IEA « ‘citiod op wurse assep9 ap eyeniona epes v wpe: ewuozuoy, 50 2zy[€207 « exraueus a1u1N835 vp opjnansued > P oye no sepsuenbay ‘oxt9 op ofuo] ov asseo ap ojeauatul epeo 2p sorppuu soruod 3 soma das frequncias das reas de planejamento nio é igual 20 total ponderado da cidade, 4 2p ouodjod seougnbayj 9p ouosiod we, ey yes8 woe UE | ide v exed epest et © 9 ofeasaius ap sopep 2p opdeussan won ont ‘esbsog ape LAL «nbs op sopea opuanaisag 2 opuewasaidy 172 + Metodologiade Pesquisa EXERCICIOS 1. Prepare uma tabela de distribuicto de frequencia ps ‘indices de poluigao de uma amostra de quarenta 5,00; 5,25; 5,00, 6,0 ca 0 que se pede: de distribuicdo de frequencia segundo os prineipios sie capo 3s so ou nfo caractersticos de uma distibuigao = 730,92) is aproprada de tendencia central para esta dis- . Determine a medid trbuigao. 3. Considere a Tabela 9.7 edida mals apropriada de tendéncia central para os la pare um poligono de frequencias para os dados da tabela, ‘QUADRO 9.4. PONTUACOES NO TESTE DE APTIDAO ESCOLAR— ALUNOS DOENSING meDIO —_MWUNOSDOENSINU MEDIO Freqaéncia Freguénda Freqiéncia Freqiéncia Absolute Relativa’—Ajustada’—Rcumulade ‘Apresantando e Descrevendo Dados de Pesquisa * 173 ‘TABELA 9.7. RENDA FAMILIAR ANUAL NO CONDADO. DE BENEDICT PARAO ANODE 1990 ——_____DEBENEDICTPARROANODE1990 de policia de acordo com ae xo? Allamente Satisfatoria Neutra Insatisfatéria_——_Altamente insatisfatoria 20) ig80 de frequéncia para estas infor- mais adequada de tendencia central, A escala 5. A matriz abaixo, processamento do politico, Branca Negra Hispnica Asitica Total 200 120 t00 50 470 3500 +0 30430 Independente 50 _20 ao 20 _100 Total 600 150 150 100 1,000 a ingencial. C independente e dependente sejam c inhas. b. Que c 8 tabela?

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