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Eng. Civil pela Escola Politécnica da USP (EPUSP), Doutor pelo Depto. de Engenharia de Estruturas
e Fundações da EPUSP, Prof. de Cursos de Atualização do PECE (EPUSP) (a partir de 1980),
Membro da Comissão de Estudos da Revisão da NBR 6118 (NB1), Consultor.
email: clapimachado@uol.com.br
Resumo
Este trabalho tem como objetivo aplicar à prática do projeto estrutural as principais
conclusões dos estudos e pesquisas de peças de consolos curtos e de consolos muito
curtos de concreto armado realizadas pelo autor nos últimos anos e anteriormente
publicadas em três trabalhos. Uma apresentação resumida dos modelos propostos
(incluindo a formulação, exemplos e recomendações adicionais) foi feita nos dois últimos
trabalhos, em 2000.
Este terceiro trabalho, que tem por base todos os anteriores, é de natureza bem prática,
visando aplicações ao projeto estrutural corrente, face às novas recomendações da NBR
6118 (NB1), cuja revisão final foi recentemente aprovada pela ABNT. Pela primeira vez a
NB1, nesta nova versão, apresenta recomendações para os elementos especiais, entre
os quais os consolos, mas são apenas recomendações básicas (diretrizes gerais). Este
trabalho pretende dar a sua contribuição à pratica de projeto, com o uso de formulários
práticos de cálculo para consolos com cargas verticais e horizontais ou com apenas
cargas verticais, considerando as taxas máxima e mínima de armadura e as disposições
construtivas recomendadas, tudo ilustrado através de exemplos resolvidos, mostrando-se
toda a seqüência de cálculos.
Para os consolos curtos foi aplicada uma formulação baseada em modelos propostos de
“escoras e tirantes”, aprimorados a partir de algumas soluções clássicas. Para os
consolos muito curtos empregou-se uma formulação com uma conceituação que poderia
ser considerada como uma nova teoria de atrito-cisalhamento modificado linear, com
coeficiente de atrito e coesão aparente variáveis com a resistência do concreto.
Acredita-se que o conteúdo deste trabalho e dos anteriores possa ser útil tanto como
complementação às recomendações já normalizadas, como também fornecendo
subsídios a futuras revisões parciais da NBR 6118.
(∗)
Refere-se à utilização da armadura de costura como uma armadura suposta concentrada para o cálculo, formando um segundo
tirante em um modelo mais geral de dupla treliça, estudado por MACHADO (1999), assunto que não será tratado neste trabalho.
V Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 3
simplificada, fazendo o uso de γ n como um coeficiente equivalente para considerar a
redução das resistências desses consolos, de modo a enquadrá-las aproximadamente
nos resultados experimentais disponíveis para os modelos aqui adotados (MACHADO
(1999), MACHADO e PIMENTA (2000-a, 2000-b)). Por isso, os coeficientes de ajuste
(equivalentes, no caso) chegam a valores maiores que 1,44 ( γ n = 1,6 ou 1,5 em 2.2f).
A atual NBR 6118 (2003), em sua seção 22.3.1.4.3 não permite o projeto de consolos
curtos ou muito curtos sem costura, e na seção 22.1, exige a aplicação do coeficiente γ n
às solicitações de cálculo em todos os elementos especiais, incluindo os consolos.
não haja riscos de fendilhamento do concreto sob a placa de apoio ou exista armadura
suficiente para absorver os esforços horizontais de tração):
σ Rd ,apo ,maj = σ Rd ,apo Ac1 / Aco ≤ 1,5σ Rd ,apo → σ Rd , apo , maj = (b / ba )σ Rd , apo ≤ 1,5σ Rd , apo (3)
σ Sd ,apo = VSd /( a a ba ) (4)
c) Adotar um valor da altura útil d = h − d ' para iniciar o cálculo e verificar posteriormente
se 1 / 3 ≤ a / d ≤ 1 consolo curto ( 1 / 2 ≤ a / d ≤ 1 pela NBR 6118 (2003))
se a / d < 1 / 3 consolo muito curto ( a / d < 1 / 2 pela NBR 6118) (roteiro do capítulo 3)
d) Armadura necessária do tirante
ηV = VSd /(bdf cd* )
d
sendo f cd* = 0,85(1 − f ck / 250) f cd (5)
Figura 2 - Modelo biela-tirante para consolos curtos com cargas vertical V d e horizontal H d , no estado
limite último de ruptura do concreto à compressão na flexão ( θ = θ lim,c e x = xlim,c ) (MACHADO (1999).
b) Costura no trecho horizontal (2/3)d adjacente ao tirante para consolos curtos com
1 / 3 ≤ a / d < 1 / 2 (este caso não se aplica à atual NBR 6118 (2003)).
As 2 ≥ ( As1 − H d / f yd ) / 2 ≥ ( Asav + H d / f yd ) / 3 ≥ ( As ,cos / s) min × (2 / 3)d (23)
(∗)
A nomenclatura dos aços Classes A e B foi eliminada da norma NBR 7480 (1996), mas é aqui mantida por tradição.
V Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 7
2.4 Verificação (roteiro)
a) Coeficientes γ f e γ n : é válido o indicado em 2.3.1a
b) Taxa mecânica de armadura balanceada ω bal (expressões (10) a (15) e Tabela 1)
c) Taxa mecânica de armadura na configuração limite da biela ω lim,c (exprs. (16) a (20))
d) Taxa mecânica máxima de armadura ω máx (conforme 2.3.1h)
ω lim = ω bal ≤ ω lim,c e ω máx = 0,75ω lim (21)
V Rd ,apo , maj = (a a ba )(b / ba )σ Rd , apo ≤ 1,5(a a ba )σ Rd , apo e H Rd ,apo ,maj = tgϕVRd ,apo ,maj (30)
g) Capacidade resistente do consolo: o menor entre os valores obtidos em 2.4e e 2.4f:
V yRd ≤ V Rd ,apo e H Rd ≤ H Rd ,apo (31)
Em valores característicos, com os coeficientes indicados em 2.4a resultam:
V Rk = V Rd /(γ f γ n ) e H Rk = H Rd /(γ f γ n ) (32)
h) Armadura de costura: desconsiderada na capacidade, embora existente (ver 2.3.2)
(Para a consideração da colaboração da costura em consolos curtos no modelo de
bielas proposto através de uma dupla treliça (tirante + costura) ver MACHADO (1999)).
3 Consolos muito curtos
3.1 Considerações preliminares
Consolos muito curtos são os consolos com baixas relações a / d , que nos ensaios
geralmente rompem por cisalhamento na interface consolo pilar e, em poucos casos, à
flexão. No modelo aqui adotado, os consolos muito curtos estão na faixa a / d < 1 / 3 , bem
caracterizada nos ensaios. Os pesquisadores e normas, em sua maior parte, como a
NBR 9062 (1985) e a NBR 6118 (2003), ainda adotam a definição clássica: a / d < 1 / 2 .
No modelo aqui aplicado é usada a formulação de atrito-cisalhamento modificado linear,
com coeficientes de atrito e coesão aparente variáveis com a resistência do concreto,
proposta por MACHADO (1999), MACHADO e PIMENTA (2000-b).
válida para o intervalo 0,87 ≤ ρ s f yd ≤ 8,7 MPa (∗) (consolos com costura) (39)
Asav = (Vd − c ad , var bd 1 ) /( µ ad , var f yd ) (40)
Obs.: Pela teoria clássica do atrito-cisalhamento esta armadura resulta em geral bem
maior ( Asav = Vd /( µ a f yd ) com µ a = 1,4 para os casos usuais).
e) Armadura para a força horizontal H d ( H d ≥ 0,2Vd , conforme 2.3.1a):
Ash = H d / f yd ≥ 0,2Vd / f yd (41)
f) Armadura de flexão necessária somente para carga vertical
É determinada usando o modelo de consolos curtos, sem a consideração de H d , mas
computando o seu efeito no acréscimo da excentricidade da carga vertical:
a ' = a + ∆a , com ∆a = ∆h(H d / Vd ) e ∆h = h − d + t a (42)
(∗)
Faixa de aplicação segundo os ensaios e estudos de WALRAVEN, FRÉNAY e PRUIJSSERS (1987).
V Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto 10
O valor de a é substituído pelo seu valor corrigido a ' = a + ∆a na expressão de ω ,
resultando, segundo MACHADO (1999):
ω nec = ω = 1 − 1 − ηVd2 − 2ηVd a' / d , onde (43)
ηVd = Vd /(bdf cd* ) e f cd* = 0,85(1 − f ck / 250) f cd (44)
(poderiam ser usadas também as mesmas expressões de 2.3.1d, fazendo tgϕ = 0 )
g) Armadura balanceada para H d = 0 : expressão aproximada MACHADO (1999),
ω bal = 1,5(1 − a / d )k / f ckl + 0,5(3a / d − 1) p / f ckq (45)
(valores de k , p , l e q tirados da Tabela 1 (seção 2.3.1f) para cada tipo de aço)
h) Taxa mecânica da armadura do tirante na configuração limite da biela ω lim,c
Admite-se H d = 0 , mas para a verificação de a ex pelas expressões (16) é necessário
considerar o valor de H d , se H d ≠ 0 . Podem ser adotadas as demais expressões de
2.3.1g fazendo tgϕ = 0 ou as seguintes, já simplificadas para H d = 0 :
∆ as = d ' tgϕ s , a as = a a + 2∆ as = a a + 2d ' tgϕ (para H d = 0 ) (46)
tgϕ s = (l − a − a a / 2 − φ − c ) / d ' ≤ 1 / 2 (para H d = 0 ) (47)
ω lim,c (para H d = 0 ) = (a'+0,5a a + ∆ as ) /[d 2 + (a'+0,5a + ∆ as )2 ] (48)
i) Verificação da taxa mecânica de armadura máxima ω máx (suposto H d = 0 )
ω lim = ω bal ≤ ω lim,c e ω máx = 0,75ω lim (21)
j) verificar se o valor da altura útil é satisfatória, após a distribuição e alojamento da
armadura do tirante.
3.3.2 Distribuição das armaduras As1 e As 2 ( ω k ,min = 0,04 e ω k dadas pelas exps. (9))
As1 ≥ ( Asf + Ash ) ≥ [(2 / 3) Asav + Ash ] , As 2 ≥ ( As1 − Ash ) / 2 e As1, min = 0,04( f ck / f yk )bd 1 (49)
As 2 deverá ser distribuída na faixa horizontal de altura (2/3)d, junto à armadura principal,
completando-se o terço inferior restante com a armadura mínima dada em 2.3.2c.
4 Disposições construtivas e detalhamento típico
Na Figura 5 estão indicadas disposições construtivas para consolos curtos e muito curtos,
com algumas opções e critérios para a ancoragem da armadura do tirante.
5 Recomendações da NBR 6118 (2003) para consolos
A NBR 6118 (2003), totalmente revisada e agora publicada, apresenta pela primeira vez
recomendações para elementos especiais, em particular para consolos curtos. Estas
recomendações para os elementos especiais ainda são muito básicas, com algumas
diretrizes gerais, deixando para futuras revisões um detalhamento maior das recomendações.
Parte destas recomendações já refletem algumas conclusões dos estudos dos modelos e
critérios desenvolvidos nos trabalhos anteriores MACHADO (1999) e PIMENTA e MACHADO
(2000-a), embora a norma não apresente diretamente expressões de cálculo, nem tensões
limites para esses elementos. Para os consolos curtos apresenta algumas diretrizes gerais,
entre as quais alguns aspectos para o sucesso do comportamento dos consolos na sua
seção 22.3.1.2, alíneas a) a e). Na alínea c), citando a Figura 22.3 (Figura 6 daqui), dá
uma indicação para a consideração da abertura de carga sob a placa de apoio, que é a
do modelo aqui aplicado, já proposto nos trabalhos anteriores (Figuras 1 a 3). A Figura 6
a seguir é a Figura 22.3 da NBR 6118 (2003), que na norma foi construída
σ Sd ,apo = VSd /(a a ba ) = 728 × 10 3 /(250 × 400) = 7,28 MPa < σ Rd ,apo = 9,64 MPa
c) Adotar um valor inicial da altura útil d = h − d ' (suposto φ16 mm para o tirante)
h = 700 mm; d = 610 mm; d ' = 90 mm; a / d = 350 / 610 = 0,5738 ≅ 0,574 (consolo curto)
d) Armadura necessária do tirante (expressões (5) a (8))
f cd* = 0,85(1 − f ck / 250 ) f cd = 0,85(1 − 25 / 250 )25 / 1,4 = 13,66 MPa tgϕ = H d / Vd = 0,2 (dado)
ηVd = VSd /(bdf cd* ) = 728 × 10 3 /(500 × 610 × 13,66) = 0,1747
a' / d = [a + (h − d + t a )tgϕ ] / d = [350 + (700 − 610 + 50)0,2] / 610 = 0,6197
1 + 1 − ηVd (ηVd + 2a' / d ) 1 + 1 − 0,1747(0,1747 + 2 × 0,6197 )
tgθ = = = 1,3208
ηVd + 2a ' / d 0,1747 + 2 × 0,6197
2(1 + tgϕtgθ )(1 − (a ' / d )tgθ ) 2(1 + 0,2 × 1,3208)(1 − 0,6197 × 1,3208)
ω1 = = = 0,1672 (= ω cal )
1 + tg 2θ 1 + (1,3208) 2
As1 = bdω 1 f cd* / f yd = 500 × 610 × 0,1672 × 13,66 / (500 / 1,15) = 1602 mm2 ( 8φ16 em 2 camadas)
e) Critério da taxa máxima da armadura: dado por (21), ω lim = ω bal ≤ ω lim,c e ω máx = 0,75ω lim
f) Taxa mecânica de armadura balanceada (expressões (10), (12) e (13) para H d ≥ 0 e Tabela 1)
ω bal = 1,5(1 − a / d )ω b ,1 / 3 + 0,5(3a / d − 1)ω b ,1 (expressão aproximada geral)
c) Taxa mecânica de armadura na configuração limite da biela: ω lim,c = 0,331 (igual ao do Exemplo 1)
d) Taxa mecânica máxima de armadura: ω máx = 0,75 × 0,331 = 0,248 (igual ao do Exemplo 1)
e) Capacidade resistente do consolo no estado limite último de escoamento da armadura do tirante
As1 = 8 × 200 = 1600 mm2 ( 8φ16 mm = armadura existente)
As1 f yd 1600(500 / 1,15)
ω = ω1 = = = 0,167 (existente)
bdf *
cd 500 × 610 × 0,85(1 − 25 / 250)(25 / 1,4)
Como ω = 0,167 < ω máx = 0,248 toda a armadura poderá ser considerada no cálculo da capacidade
resistente (em escoamento). Pelas expressões (25) a (28):
a ' / d = [a + (h − d + t a )tgϕ ] / d ; k1 = tgϕ − a ' / d e k 2 = ω 1 + 2(a ' / d )tgϕ
ηVd = 2tgθ (1 − (a' / d )tgθ ) /(1 + tg 2θ ) V yRd = ηVd bdf cd* H yRd = V yRd tgϕ
a ' / d = [350 + (700 − 610 + 50)0,20] / 610 = 0,6197
k1 = 0,20 − 0,6197 = −0,4197 e k 2 = 0,167 + 2 × 0,6197 × 0,20 = 0,4149
f cd* = 0,85(1 − 25 / 250)25 / 1,4 = 13,66 MPa
V yRd = 727,1 kN < V Rd ,apo = 964 kN e H yRd = 145,4 kN < H Rd ,apo = 192,8 kN
V yRd = 727,1 kN e H yRd = 145,4 kN
Em valores característicos, com os coeficientes γf e γn indicados em 6.2a:
V Rk = V Rd /(γ f γ n ) = 727,1 /(1,4 × 1,3) = 399,5 kN e H Rk = 0,20 × 399,5 = 79,9 kN
Estes valores, aqui obtidos com uma formulação de verificação, são praticamente iguais aos carregamentos do
Exemplo 1 ( Vk = 400 kN e Vk = 80 kN), que ajudam a confirmar o dimensionamento feito no Exemplo 1.
6.3 Exemplo 3
Projetar o consolo com o aspecto e dados da Figura 9, admitindo que a peça será pré-fabricada em usina.
Solução do exemplo, usando a formulação e os critérios do roteiro e 3.3:
d nec = 1209,6 × 10 3 /(500 × 3,857) = 627 mm → adotados h = 850 mm e d = 750 mm ( d ' = 100 mm )
a / d = 280 / 750 = 0,373 → 1 / 3 ≤ a/d = 0,373 ≤ 1 → consolos curtos para os modelos aqui
aplicados e consolo muito curto pela NBR 6118 (2003) ( a / d < 1 / 2) , conforme sua seção 22.3.1.1.
O consolo do Exemplo 3 será dimensionado como consolo muito curto, segundo o roteiro da seção 3.3, ficando
dentro dos limites da definição da NBR 6118 (2003) e no caso, a favor da segurança, uma vez que o tirante
também será dimensionado à flexão, com um critério especial usando o modelo biela-tirante do roteiro.
6.3.4 Disposições construtivas (ver Figura 10; respeitadas algumas recomendações da Figura 5))
7 Conclusões
Algumas das principais conclusões deste trabalho foram as seguintes:
a) Os roteiros de cálculo e os exemplos resolvidos e comentados, aplicando os novos
modelos e critérios propostos pelo autor para o projeto de consolos em trabalhos
anteriores, mostram a viabilidade de aplicação prática da formulação desenvolvida,
mesmo com cálculo manual, usando calculadoras. Para os consolos curtos, alguns
modelos clássicos biela-tirante propostos por outros pesquisadores apresentam
formulação mais simplificada, tornando o cálculo mais expedito, mas perdem precisão
em relação ao modelo proposto, mais rigoroso, que apresentou bom comportamento
experimental. Para os consolos muito curtos a nova formulação de atrito-cisalhamento
é simples, o dimensionamento fica econômico e com boa precisão.
b) Para os consolos curtos, com ou sem cargas horizontais, para evitar que estes se
rompam pelo concreto antes que o aço do tirante se escoe, é adotado um critério que
limita a taxa mecânica máxima de armadura ω max a 75% da menor taxa, entre a taxa
mecânica de armadura balanceada ω bal (ruptura pelo concreto e aço em início de
escoamento) e a taxa na configuração limite da biela ω lim,c (ruptura pelo concreto).
c) Para os consolos curtos, com cargas horizontais ou não, o critério adotado no modelo
para a abertura de carga sob a placa de apoio na definição da seção resistente da
biela na ruptura pelo concreto, também passou a ser adotado pela NBR 6118 (2003),
embora sem detalhar o critério, conforme apresentado nos trabalhos anteriores e aqui.
d) A nova versão da NBR 6118 praticamete não apresenta diretrizes para o projeto de
consolos muito curtos, a não ser a própria definição ( a / d ≤ 1 / 2 ), e em algumas
considerações gerais.
e) O modelo aqui adotado para os consolos curtos é baseado em uma formulação de
atrito-cisalhamento linear, com coeficiente de atrito e coesão variáveis com a
resistência do concreto, apresenta resultados mais corretos e econômicos em relação
ao dimensionamento pelo modelo clássico de atrito-cisalhamento.
f) Para se projetar dentro da NBR 6118, basta definir se o consolo é curto ou muito curto
pela norma e aplicar os roteiros aqui apresentados, ficando a favor da segurança. Os
modelos aqui adotados prevêm uma faixa um pouco maior do que a da NB1 para os
consolos curtos ( 1 / 3 ≤ a / d ≤ 1 ), mas isto fica como mais uma alternativa ao projetista.
Acredita-se que os objetivos almejados, expostos em 2.1, foram atingidos.
8 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Ações e segurança nas estruturas - Procedimento –
NBR 8161. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Barras e fios de aço destinados a armaduras para
concreto armado – NBR 7480. Rio de Janeiro, 1996.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto e execução de estruturas de concreto pré-
moldado - NBR 9062 (NB-949). Rio de Janeiro, 1985.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto e execução de obras de concreto armado;
NBR 6118 (NB1). Rio de Janeiro, 2003.
FRANZ, G. e NIEDENHOFF, H. Die bewehrung von Konsolen und gedrungenen Balken. Beton und Stahalbetonbau,
v. 58, n. 5, p. 112-120, 1963.
HAGBERG, T. Design of concrete brackets: on the application of the Truss Analogy. ACI Journal, jan.-fev., 1983, p. 3-
12.