Você está na página 1de 15

Representação Prisão

Preventiva
Excelentíssimo Senhor Juiz Federal da __ Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito
Federal .

Referência: Autos do Inquérito Policial nº / 2017.

Delegado de Polícia Federal que ao final subscreve, no exercício dos poderes


conferidos pelo artigo 144 da Constituição Federal, com fulcro nos artigos 311, 312 e
313, todos do Código de Processo Penal, diante dos fatos investigados no caderno
investigatório em epígrafe vem à presença de Vossa Excelência, representar pela prisão
preventiva de RICARDO SANTOS, brasileiro, solteiro, nascido em 11/09/80, na cidade
de Fortaleza – CE, residente e domiciliado na quadra 02, conjunto 2, casa 4, Setor
Norte, da Cidade Estrutural, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
Dos fatos.

Trata-se de investigação policial instaurada para apuração do crime de tentativa de


homicídio qualificado, fato praticado por RICARDO SANTOS, no dia 06/08/17, às 15h,
no interior do edifício sede do INSS em Brasília, mais precisamente no Setor de
Perícias. Na ocasião, após passar por uma perícia médica, o indiciado tentou ceifar a
vida do médico MALTHUS FONSECA, servidor público federal, após o último comentar
que o autor não faria jus ao benefício da aposentadoria por invalidez, uma vez que
ainda estaria apto ao trabalho. Descontente, o homicida, munido de uma faca tipo
“peixeira”, desferiu uma facada contra o peito da vítima.
Após o golpe, o representado deixou o prédio em desabalada carreira tomando rumo
ignorado no Plano Piloto. O ofendido, por sua vez, antes de desmaiar, pediu por
socorro, sendo atendido de pronto por outros colegas médicos, que trabalham no
INSS. Uma viatura do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal compareceu ao local e
socorreu o servidor junto ao Hospital de Base. A vítima está consciente, fora de perigo
de morte, e já foi submetida ao exame de corpo de delito.
Um dia após o crime, o indiciado se apresentou na Superintendência da Polícia
Federal em Brasília, acompanhado de um Defensor Público da União, para ser
ouvido em declarações.
Como já havia sido indiciado nos autos do inquérito policial, RICARDO SANTOS
foi interrogado. Na ocasião, ele usou de seu direito constitucional de
permanecer em silêncio.
Por ser primário e de bons antecedentes, e apresentar residência fixa, não foi
pedida a prisão temporária de RICARDO SANTOS num primeiro momento.
Ocorre que em 06/09/2017, um agente da Polícia Federal, designado para
notificar o investigado para comparecimento à reprodução simulada dos fatos,
notou que no muro da residência do indigitado havia uma placa ostentando os
seguintes dizeres: “VENDE-SE. TRATAR PELO TELEFONE ______”, o que
demonstra que o representado pretende se furtar da aplicação da lei penal.
Do direito.
No Processo Civil, os requisitos para uma ação cautelar são os seguintes: o
fumus boni juris e o periculum in mora. Eles mostram que para ocorrer a
prestação jurisdicional antecipada, o juiz tem de se convencer de que há a
“fumaça do bom direito” e o “perigo da demora”. No Processo Penal, vários
doutrinadores fizeram uma analogia diante dos institutos mencionados, para se
mostrar como eles funcionariam neste ramo do Direito. Em matéria de prisão
preventiva devem estar presentes os seguintes requisitos: fumus comissi delicti e
o periculum libertatis.
No fumus comissi delicti (pressupostos) deve haver a existência de crime e
indícios de autoria. No caso em tela, temos a comprovação de que o perito
MALTHUS foi vítima de tentativa de homicídio qualificado, pela leitura do laudo
de exame preliminar de lesão corporal que segue em anexo.
Para haver o periculum libertatis é necessária a presença de um dos seguintes
fundamentos: a garantia da ordem pública, a garantia da ordem econômica, a
aplicação da lei penal e a conveniência da instrução criminal.
No caso em comento, o autor, RICARDO SANTOS, ao colocar a sua casa à venda,
denota que fugirá do distrito da culpa, de maneira a inviabilizar a futura
execução da pena.
Assim, presentes os pressupostos e fundamentos da prisão preventiva,
imperativa se revela a segregação cautelar do representado, para se garantir a
aplicação da lei penal.
Do pedido.

Diante das razões de fato e de direito expostas, a Autoridade Policial ao final


firmada representa pela prisão preventiva de RICARDO SANTOS, já devidamente
qualificado, com encaminhamento dos autos devidamente relatados no prazo
legal, a contar do dia em que se executar a ordem de prisão.

Local, data, ano.

Delegado de Polícia Federal


Representação Prisão Preventiva -
Identificação Criminal
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da __ Vara Federal da Seção Judiciária do
Distrito Federal.

Referência: Autos do Inquérito Policial nº / 2012.

O Delegado de Polícia Federal ao final firmado, no exercício dos poderes


conferidos pelo artigo 144 da Constituição Federal, com fulcro nos artigos 313,
parágrafo único, do Código de Processo Penal, e 3º, inciso IV, da Lei 12.037/09,
diante do fato apurado no caderno investigatório em epígrafe, vem à presença
de Vossa Excelência, representar pela PRISÃO PREVENTIVA da pessoa conhecida
pelo apelido de “TOUPEIRA”, e a consequente identificação criminal do mesmo,
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
Dos fatos.
Trata-se de investigação policial instaurada para apuração do crime de furto qualificado,
ocorrido na madrugada do dia 06/08/12, no interior da agência 1 da Caixa Econômica Federal,
localizada em Brasília, fato praticado por RICARDO SANTOS, já qualificado, MARCOS SOUTO,
também qualificado e por “TOUPEIRA”, indivíduo ainda não qualificado.
RICARDO e MARCOS, a partir de um buraco aberto na parede do restaurante “Ziquita Baiana”,
que é vizinho do estabelecimento bancário, conseguiram adentrar no cofre da agência e
acabaram por furtar a quantia aproximada de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) em
espécie.
Como ambos estavam trajados de pedreiros no dia do fato e davam a impressão de estar
realizando reformas no restaurante, nenhuma suspeita foi levantada pelos vigilantes que
trabalham no banco.
A ação foi filmada tanto pelos circuitos do banco como do restaurante, sendo que as mídias
foram degravadas por policiais federais, o que possibilitou a correta identificação dos dois
furtadores.
O lugar em que ocorreu o furto foi isolado e preservado para perícia, sendo que o laudo de
exame de local será juntado aos autos do presente tão logo seja finalizado.
No dia 10/09/12, por meio de “denúncia anônima”, os agentes responsáveis
pelas investigações localizaram e apreenderam cerca de R$ 2.000.000,00 (dois
milhões de reais) enterrados no jardim da residência de MARCOS SOUTO,
situada na quadra 02, conjunto 2, casa 4, Setor Central do Gama.
Refazendo os passos do suspeito desde o dia da prática do crime, os policiais
lograram em identificar o outro furtador, RICARDO SANTOS, e apreender outros
R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), que estavam escondidos na lataria de
um veículo PÁLIO, placa JGV 9627 – DF, deixado no estacionamento subterrâneo
do prédio Mix Park Sul, localizado na quadra 910 Sul de Brasília.
Segundo imagens do circuito de câmeras das lojas situadas aos arredores da
agência bancária, o automóvel em questão foi usado pelos furtadores para que
eles fugissem da cena do crime, no dia da prática do furto.
Pela verificação das imagens degravadas (em anexo), percebe-se que há um
terceiro indivíduo no interior do veículo, justamente o motorista, pessoa
encarregada de possibilitar a fuga da dupla.
Ocorre que até o presente momento, por conta dos interrogatórios dos
indiciados, as únicas informações que a Polícia Federal dispõe acerca do terceiro
indivíduo é que seu apelido é TOUPEIRA e que ele reside na CL 307, conjunto 09,
casa 08, na cidade satélite de Santa Maria – DF.
Cumpre ressaltar que possivelmente TOUPEIRA tenha usado luvas ao dirigir o
veículo, uma vez que no laudo de exame pericial do automóvel foram
constatadas apenas as impressões digitais de RICARDO e MARCOS SOUTO (em
anexo).
Do direito.
A Lei 12.403/11 alterou o Código de Processo Penal criando um novo
fundamento legal para a decretação de prisão preventiva, que agora, também
será admitida quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la.
No caso em comento, a Polícia Federal não tem certeza acerca da identidade do
motorista dos criminosos, a terceira pessoa envolvida no furto em testilha.
Assim, é necessária a decretação da prisão preventiva de TOUPEIRA, para que
ele seja indiciado, interrogado e identificado criminalmente, de acordo com o
que rege a Lei 12.037/09.
Vale ressaltar que a identificação criminal de TOUPEIRA é essencial para as
investigações policiais.
O preso será colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo
se outra hipótese recomendar a manutenção da prisão.
Por fim, cumpre ressaltar no caso em investigação estão preenchidos os
requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que são aprova da
existência do crime e os indícios de autoria.
Do pedido.

“Ex positis”, faz-se necessária e imprescindível a decretação da prisão preventiva


de TOUPEIRA, bem como de sua identificação criminal, pois há dúvida sobre a
identidade civil do suspeito, sendo essenciais para a continuidade das
investigações acerca do crime em comento.

Local, data, ano.

Delegado de Polícia Federal

Você também pode gostar