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Condições do Trabalho
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof.ª Paula Dittrich Corrêa
B468l
ISBN 978-85-515-0232-7
CDD 363
Impresso por:
Apresentação
Para que você, acadêmico, possa ampliar seus conhecimentos, vamos
iniciar nossos estudos sobre Laudo Técnico das Condições Ambientais do
Trabalho. O conteúdo deste livro, bem como as orientações, contribuirão
positivamente no direcionamento do processo ensino/aprendizagem.
III
Na Unidade 3, você compreenderá sobre o surgimento de programas
relacionados à saúde do trabalhador, para proteção da saúde de quem
trabalha, bem como garantias e deveres. Também conhecerá sobre os
equipamentos de proteção, mapa de risco e como os laudos se materializam,
ou seja, ofereceremos alguns exemplos para que você tenha noção de como
são estruturados.
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO....... 1
TÓPICO 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 3
2 EVOLUÇÃO DO TRABALHO HUMANO.................................................................................... 4
3 HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO...................................................................... 7
4 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO......................................................................... 9
5 LEGISLAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA DO TRABALHO.............................................. 12
5.1 REFERENCIAL NORMATIVO . ................................................................................................ 12
5.2 ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO ...................................................... 15
5.3 RESUMO DA EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA BRASILEIRA................. 18
AUTOATIVIDADE.............................................................................................................................. 21
VII
UNIDADE 2 - RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO...................................................... 65
VIII
UNIDADE 3 - PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO..................... 121
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
SEGURANÇA DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo a esta caminhada para estudar e entender
sobre a segurança do trabalho, presente no nosso dia a dia.
A finalidade deste estudo é que você receba as informações e construa seu
próprio conhecimento referente ao tema central, para assim discutir a importância
das condições do trabalho, com vistas à segurança do trabalhador, visando o
aprimoramento para sua trajetória profissional.
Diariamente somos postos à prova, basta você pensar num caso prático:
você, como engenheiro, vai até um canteiro de obras para verificar o andamento
dos trabalhos, então, seu colega percebe que você não está usando capacete e
o oferece, em seguida vem a reflexão: mas para que utilizar capacete se nunca
aconteceu nenhum acidente comigo? Você acredita que este pensamento, que
pode gerar uma conduta errônea, está correto? É claro que não, você simplesmente
deve pegar o equipamento de proteção individual e utilizar, a fim de protegê-lo
de eventual sinistro.
3
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Segundo Curia et al. (2011), sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho
é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (art. 19 da Lei nº 8.213/91).
4
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
UNI
FONTE: <http://globedia.com/inside-google-ocio-negocio-otium-negotium-trabajo-tripalium>.
Acesso em: 29 jun. 2017.
5
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Neves (2011) relata que uma máquina de fiar era muito mais rápida do
que o melhor artesão, e a maioria dos artesões não podia comprar uma máquina.
Dessa forma, o empregador viu a oportunidade de ganhar dinheiro, comprou a
máquina e empregou o trabalhador, assim surgiu o capitalismo.
FONTE: <https://clionainternet.wordpress.com/2012/06/12/revolucao-industrial-exploracao-do-
trabalho>. Acesso em: 29 jun. 2017.
6
TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
É visível que, ao longo dos séculos, o homem evoluiu dos seus ancestrais,
melhorando seus hábitos de saúde e higiene, evidenciando a preocupação de ser
acometido por menos doenças e pestes. Evoluindo para um cuidado coletivo,
adotando-se a segurança em prol dos trabalhadores, de modo a evitar alguns
hábitos danosos à saúde, como também evitando sua repetição e, por conseguinte,
passando a garantir melhores condições de vida.
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UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20415-15227-1,00-
DO+CAFE+A+INDUSTRIALIZACAO.html>. Acesso em: 30 jun. 2017.
Após quatro anos no poder, ele criou a CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), que é a base para todas as NR (Normas Regulamentadoras). Também
criou vários benefícios, dentre eles o descanso semanal, salário mínimo, carteira
de trabalho, entre outros. Tudo isso em função do atendimento das normas
internacionais traçadas pela Organização Internacional do Trabalho – OIT, por
meio da Organização das Nações Unidas – ONU, para oferecer atendimento com
vistas à promoção da saúde, segurança dos trabalhadores, igualdade social e
qualidade de vida no trabalho (SANTOS, 2013).
UNI
Você sabe por quem são criadas as normas regulamentadoras? São criadas por
uma comissão do governo e também por patrões e funcionários, com posterior publicação
pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MIGUEL, 2014, p. 104).
9
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&id=2888>.
Acesso em: 29 jun. 2017.
11
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
ASSÉDIO MORAL
Humilhação
Autoritarismo
E NÃO ESFREGUE Isolamento
O NARIZ NO MEU
DEDO QUANDO
FALAR COMIGO!
Pressão
Ameaça
DENUNCIE!
FONTE: <http://www.direitodoempregado.com>. Acesso em: 30 jun. 2017.
Você pode estar questionando, o que tem isso a ver com a segurança do
trabalho? Então vamos contar a história: há alguns anos, os jornais de São Paulo
noticiaram que um tratador de aproximadamente 60 anos estava abaixado para
repor a lavagem dos animais, na zona rural da região, quando um porco rapidamente
se aproximou dele e, sem que o tratador pudesse se defender, o matou.
Essa história traz um comparativo muito real que algumas empresas fazem
com o trabalhador, pois demitem muitos funcionários sem justificativa, somente
para auferir mão de obra mais barata e livre de impostos, ao invés de registrá-
los, treiná-los e conscientizá-los. Fazendo uma analogia com a história, é assim
que o empregador faz com o empregado, desenvolve exatamente o sentimento
que o porco nutre pelo tratador, dessa forma, o salário representa a lavagem,
13
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Martins (2013) aduz que foi com a Constituição Federal de 1988 que
ocorreu a valorização do trabalho humano, onde o homem ascendeu para ter
garantida a dignidade social e direito à integridade física e mental, atingindo um
equilíbrio na sua vida pessoal e profissional.
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TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
UNI
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TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
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UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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TÓPICO 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Getúlio Vargas criou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que é a base
para todas as NR (Normas Regulamentadoras).
• A OIT desenvolve alguns programas e dentre eles está o trabalho decente, que
objetiva promover oportunidade para que homens e mulheres tenham um
trabalho produtivo e de qualidade.
20
AUTOATIVIDADE
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO
TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
O Laudo Técnico das Condições de Trabalho é um documento ligado às
condições de segurança no ambiente de trabalho, ele é redigido em função do
ambiente em que os trabalhadores executam suas atividades, a fim de documentar
sobre os agentes nocivos que podem causar doenças ou complicações para a
saúde dos trabalhadores.
2 HISTÓRICO E REGULAMENTAÇÃO
Acadêmico, você sabe como surgiu o LTCAT? Ele surgiu em 1991, com
a Lei nº 8.213 da Previdência Social, pois o Instituto Nacional da Seguridade
Social, conhecido por INSS, necessitou definir critérios de verificação referentes
às condições do ambiente de trabalho das empresas, para conceder o benefício da
aposentadoria especial.
24
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
25
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
UNI
Havendo algum quesito que não esteja de acordo com os termos da legislação
trabalhista, é necessário estabelecer recomendações para que os agentes nocivos
sejam eliminados ou enquadrados dentro dos limites estabelecidos pelas INs.
26
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
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UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Conforme Curia et al. (2011), a NR 9, em seu artigo 9.1.5, informa que são
considerados riscos ambientais aqueles causados por agentes físicos, químicos e
biológicos capazes de danificar a saúde do trabalhador em função de sua natureza,
concentração e tempo de exposição.
28
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Riscos Riscos
químicos biológicos
Riscos Riscos
físicos ergônomicos
Riscos de
acidentes
FONTE: <http://omundoacadadia.com.br>. Acesso em: 4 jul. 2017.
29
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
4.1.1.1Ruído
Conforme Ponzetto (2010), é considerado ruído qualquer tipo de som
interno ou externo a um ambiente e que não seja harmonioso, ou seja, que seja
desagradável para as pessoas ou funcionários que ficam expostos.
30
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Sapo 50 Hz – 10.000 Hz
Gato 60 Hz – 65.000 Hz
Morcego 1000 Hz – 120.000 Hz
FONTE: <http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-fisica/exercicios-sobre-nivel-
intensidade-sonora.htm>. Acesso em: 4 jul. 2017.
UNI
31
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
4.1.1.2 Vibrações
O conceito não é difícil de deduzir, pois o próprio nome sugere vibração,
assim, vibração significa vibrar, ou seja, é quando o trabalhador desenvolve
alguma atividade em que o corpo vibra, por exemplo, quando o trabalhador
utiliza uma britadeira.
32
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://focusocupacional.com.br/noticias/pesquisa-revela-desconhecimento-de-
seguranca-para-trabalho-em-ambientes-pressurizados>. Acesso em: 6 jul. 2017.
33
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
guincho
cachimbo
de saída do
material
NT
NA
FONTE: <https://sites.google.com/site/naresi1968/naresi/liberacao-de-base-de-tubuloes>.
Acesso em: 7 jul. 2017.
UNI
34
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Para Ponzetto (2010), locais com pressões baixas são indicativos de baixa
quantidade de oxigênio, atingindo diretamente o metabolismo das células do
organismo, provocando falta de oxigênio. Normalmente, o primeiro sintoma
ocasionado pela falta de oxigênio é a perda da visão noturna, iniciando esse
sintoma a partir de uma altura de 1.800 metros, posteriormente ocorre perda
momentânea da memória, coordenação, euforia e morte.
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UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://www.acaciamed.com.br/noticias/89-exposicao-ocupacional-ao-frio>.
Acesso em: 10 jul. 2017.
4.1.1.5 Radiações
Na era da tecnologia, não conseguimos fugir das radiações que nos cercam
diariamente, seja através do rádio, televisão, radares, sistemas de comunicação
sem fio, como celular, walk talk, internet ou até do forno micro-ondas. Porém,
alguns tipos de radiação interagem com os seres vivos de forma que não causam
prejuízos para a saúde, como exemplo podemos citar as ondas de rádio.
Para Ponzetto (2010), radiação é definida como ondas de energia que são
transmitidas pelo ar, como as ondas eletromagnéticas, sendo que a exposição
do indivíduo frente às radiações sem os devidos equipamentos de proteção será
altamente lesiva para a saúde.
37
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Nesse esquema podemos entender que as partículas alfa são as radiações mais
ionizantes, mas sua penetração na matéria é pequena, não conseguem nem passar
uma folha de papel, mas no organismo podem causar queimaduras. Já as partículas
beta atravessam facilmente o papel e o corpo humano, mas não o aço, plástico e
alumínio, por exemplo. As partículas gama são altamente penetrantes, atravessam o
papel, o corpo humano e o aço e causam danos irreparáveis ao organismo.
38
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAJLsAI/radiacao>.
Acesso em: 12 jul. 2017.
b) Não ionizantes: de acordo com Oliveira (2009), as radiações não ionizantes são
de natureza eletromagnética e seus efeitos dependem de fatores com duração
e intensidade da exposição, comprimento de onda da radiação, região do
espectro em que se situam, entre outras condições.
39
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
d) Radiação laser: Oliveira (2009) esclarece que cada vez mais está sendo
utilizada essa radiação nas atividades profissionais, como em levantamentos
topográficos e geodésicos, na medicina e nas comunicações. Seus principais
efeitos danosos ao organismo são queimaduras na pele e olhos.
Muitos trabalhadores estão expostos a esse risco, pois são fáceis de serem
encontrados na indústria química, produção de baterias, cloro-soda, petroquímica,
amianto, metalurgia e siderurgia (BARSANO; BARBOSA, 2012).
40
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
41
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
42
TÓPICO 2 | CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Ponzetto (2010) alega que riscos de acidentes são todos os fatores que
colocam em perigo o trabalhador, tanto física como psicologicamente. Esses
fatores podem ser considerados equipamentos sem proteção ao trabalhador,
ferramentas inadequadas, falta de manutenção dos equipamentos, eletricidade
ou armazenamento inadequado de materiais.
43
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
44
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Ergonômico
b) ( ) Físico
c) ( ) Químico
d) ( ) Biológico
45
46
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Sabemos que muitas patologias atingem o homem, e as doenças ocupacionais
não são diferentes, elas são conhecidas como doenças profissionais relacionadas à
saúde do trabalhador. Nesse aspecto, podemos também considerar a possibilidade
de um trabalhador ser acometido por algum acidente durante sua jornada laboral,
causando uma perturbação tanto na saúde quanto na vida profissional.
Bons estudos.
2 DEFINIÇÕES LEGAIS
2.1 INSALUBRIDADE
Conforme Saliba (2013, p. 370), a palavra insalubre “vem do latim e significa
tudo aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qualidade de insalubre”.
47
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Rossete (2014, p. 27) traz uma definição sobre o que vem a ser trabalho
insalubre: “[...] podemos dizer que trabalho insalubre é aquele em que o
trabalhador se submete a determinado agente ambiental ao longo de anos de
exposição, podendo desenvolver uma doença profissional ou do trabalho”.
48
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
UNI
50
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
2.2 PERICULOSIDADE
Segundo Paoleschi (2012), por meio das normas jurídicas instituídas,
o empregado receberá periculosidade quando ficar exposto a condições de
risco à sua integridade física. Essas normas estabelecem o direito ao adicional
somente para quatro agentes: explosivo, inflamável, energia elétrica e radiação
ionizante, mesmo que existam situações até mais perigosas em algumas funções
ou atividades exercidas.
Saliba (2013) diz que com relação à periculosidade, o artigo 193 da CLT
estabelece que o valor do adicional é de 30% sobre o salário sem os acréscimos
resultantes de gratificação ou participações nos lucros da empresa, assim, o
empregado poderá escolher qual melhor lhe convier. Da mesma forma, podemos
afirmar que os adicionais de insalubridade e periculosidade não podem ser
somados, ou seja, o empregado, se estiver enquadrado nas duas categorias,
deverá optar por apenas uma delas.
AGORA É LEI!
Trabalhadores em
motocicleta possuem
direito a adicional
de periculosidade!
3 AVALIAÇÕES AMBIENTAIS
A avaliação ambiental é importante e necessária para verificar os riscos
ambientais ocupacionais, quando o trabalhador estiver desempenhando alguma
atividade, sendo que a avaliação deve ser ampla, de modo a conter todos os ambientes.
53
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Para Saad (2012), há alguns riscos que não são possíveis de serem medidos,
sendo assim, não é adequado enquadrar o risco dentro de um limite de tolerância.
Podemos exemplificar com o risco biológico, que conforme previsto no anexo 14
da NR 15, não é necessário mensurar a quantidade de microrganismos, apenas a
comparação do ambiente com a tabela já caracteriza a atividade como sendo insalubre.
54
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
4 DESENVOLVIMENTO DO LTCAT
O LTCAT pode sofrer, a qualquer momento, fiscalização de auditores
do INSS e deve refletir condições atuais de trabalho no momento da ação fiscal,
dessa forma, sempre que houver mudança de função ou alteração da forma de
trabalho, deve ser refeito, ou melhor, atualizado o laudo ambiental, a fim de evitar
aplicação de penalidade.
55
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
FONTE: <http://www.salcas.com.br/dosimetro-de-ruido-portatil-sl355-extech>.
Acesso em: 19 jul. 2017.
56
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
57
UNIDADE 1 | LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Já estudamos que o LTCAT foi uma exigência do INSS, entretanto, ele não
permanece no INSS, mas deve estar sempre atualizado e disponível na empresa
para a análise dos auditores fiscais da Previdência Social.
58
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
Curia et al. (2011) demonstram que, conforme previsto no art. 133 da Lei
nº 8.213/91, as empresas devem ter o LTCAT com a seguinte finalidade:
LEITURA COMPLEMENTAR
Mateus Ferrarezi
INTERPRETAÇÃO
Importante destacar ainda que os artigos 166 e 167 da CLT, que é Lei,
no sentido técnico da palavra, ao regulamentarem sobre EPI, não exigem para a
neutralização da insalubridade a anotação, bastando o fornecimento regular.
INFRAÇÃO
VERDADE
60
TÓPICO 3 | ASPECTOS GERAIS DO LTCAT
61
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O laudo deve ser elaborado medindo os agentes nocivos e para isso é necessário
utilizar diversos instrumentos de medição.
62
AUTOATIVIDADE
2 Cite pelo menos três requisitos que o LTCAT deve conter para sua elaboração.
63
64
UNIDADE 2
RISCOS OCUPACIONAIS NO
TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
65
66
UNIDADE 2
TÓPICO 1
ACIDENTE DE TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Caro aluno, seja bem-vindo a esta caminhada para estudar, entender
e discutir sobre segurança no ambiente de trabalho, presente no dia a dia do
trabalhador. Aliás, o trabalho deve ser desenvolvido com consciência, concentração
e análise de possíveis riscos para evitá-los, a fim de prevenir possíveis acidentes.
67
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
RITMO
ALUCINANTE?!
IMAGINA!
PEGUE SEU BRAÇO
E PRODUZA!
2.1 CONCEITO
De acordo com o artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, entende-
se como acidente de trabalho “aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho". (BRASIL, Lei no
8.213, de 1991, p. 1415).
68
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
Mesmo os acidentes que não acarretam lesões são considerados para fins
de prevenção.
FONTE: <https://irp-cdn.multiscreensite.com/64d4fda7/files/uploaded/TF%2018-19%20ModI%20
PST%20Aula%201%20-%20Prevncionismo.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2018.
69
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
70
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
Setor/profissão Acidentes
Serviços 76.256
Indústria extrativa e da construção civil 46.673
Transformação de metais e de compósitos 11.808
Escriturários 40.371
Exploração agropecuária 33.990
Técnicos das ciências biológicas, bioquímicas, da saúde 29,718
Trabalhadores da fabricação de alimentos, bebidas e fumo 23.351
71
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
3 TIPOS DE ACIDENTES
Não é possível dizer que a legislação acidentária no Brasil é precária, mas
ocorrem diversos tipos de acidentes, tornando difícil esgotar esses infortúnios
laborais, que podem ocasionar a incapacidade laboral.
3.1 TÍPICO
Hertz (2009) entende que nesse tipo de acidente, que ocorre em função do
exercício do trabalho, se conhece o instante em que a lesão ocorre, oportunizando
a cronologia entre as lesões, quando forem sucessivas.
72
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
73
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
• Digitadores que são acometidos na sua grande maioria por Lesão por Esforço
Repetitivo (LER).
• Telefonistas que podem sofrer de Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR).
• Cavadores de poços ou mineradores, podem sofrer silicose, doença
caracterizada pela inalação do pó de sílica, causando fibrose pulmonar.
74
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
NOTA
75
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
FONTE: <http://equipedeobra17.pini.com.br/construcao-reforma/35/doencas-do-
trabalho-213952-1.aspx >. Acesso em: 10 nov. 2018.
3.3 CONCAUSA
Entre as hipóteses de equiparação a acidente de trabalho, há as concausas,
que estão previstas no artigo 21, I da Lei no 8.213/9 (BRASIL, 1991), que diz:
76
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
faleceu devido à infecção generalizada, porque a ferida foi porta de entrada para
bactérias.
4 BENEFÍCIOS ACIDENTÁRIOS
Em algum momento na jornada de trabalho, o empregado pode sofrer um
acidente de trabalho, mesmo que atualmente haja tecnologia em seu favor. Esses
acidentes causam desde lesões que incapacitam o trabalhador até sua morte.
77
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
4.1 AUXÍLIO-DOENÇA
Apesar de estudarmos o conceito de auxílio-doença, é importante saber
que ele não é um benefício concedido apenas a empregados acidentados, veja o
que diz Cabral Júnior (2003, p. 92):
NOTA
Auxílio-doença
Destinado ao segurado da Previdência Social
que ficar incapacitado para o trabalho,
mesmo que temporariamente, por
mais de 15 dias consecutivos.
O auxílio é
cessado quando:
• alta médica, recuperação
do trabalhador
• benefício se transforma em
aposentadoria por invalidez
• falecimento do segurado
• retorno voluntário
ao trabalho
FONTE: <http://www.sindecolon.com.br/noticia/Auxílio-doença>.
Acesso em: 26 jul. 2018.
4.2 AUXÍLIO-ACIDENTE
Esse benefício será concedido ao trabalhador quando sofrer um acidente
e permanecer com sequelas, impedindo sua capacidade de trabalho que
habitualmente exercia. O direito está assegurado aos empregados, trabalhadores
avulsos e segurador especial, em contrapartida, o empregado doméstico,
contribuinte individual e o facultativo não terão direito a este benefício.
79
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
FONTE: <https://rmonjardim.jusbrasil.com.br/artigos/190919501/auxilio-doenca-e-ou-
acidentario>. Acesso em: 1º nov. 2018.
DICAS
80
TÓPICO 1 | ACIDENTE DE TRABALHO
81
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
Através dessa medida, a pensão por morte passa a ter carência de 24 meses,
portanto, o benefício será concedido, se o falecido contribuiu por esse período.
Anteriormente a essa mudança, o benefício não possuía período de carência,
assim sendo, o beneficiário tinha o direito de receber a pensão a partir de uma
única contribuição mensal do segurado. Mas, preste atenção, nessa medida há
exceções, pois ela não se aplica aos casos em que a morte do segurado decorrer
de acidente de trabalho ou doença profissional ou de trabalho. Da mesma forma,
está fora dessa regra o segurado que, no momento do óbito, estava recebendo
auxílio-doença ou qualquer espécie de aposentadoria.
82
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Mesmo os acidentes que não acarretam lesões são considerados para fins de
prevenção.
83
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Doença profissional.
b) ( ) Pediculose.
c) ( ) Acidente de automóvel que tenha ocorrido nas férias do empregado.
d) ( ) Gestação.
84
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) F – V – V – F.
d) ( ) V – V – V – F.
85
86
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da sua vida profissional, você encontrará vários entendimentos
relacionados ao ambiente de trabalho, dos quais necessitará ter conhecimento
para interagir com as nuances da vida em prol da segurança no ambiente laboral.
87
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
FONTE: <http://seaacbauru.com.br/site/2016/04/18/o-que-pode-e-o-que-nao-pode-ser-
anotado-na-ctps/>. Acesso em: 1º nov. 2018
De acordo com Matos (2018), deve haver uma regra para que a empresa
faça as anotações na CTPS, pois não é permitido qualquer tipo de registro,
portanto, devem ser especificados:
88
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
Você sabia que a CTPS deve ser devolvida no prazo máximo de 48 horas?
Sim, a empresa que não devolver neste prazo ficará sujeita a multa de valor igual
à metade do salário mínimo. Dessa forma, quando o empregador entregar a CTPS,
deverá fazer por meio de recibo com data e assinatura do empregado e que deverá
ficar arquivado e disponibilizado ao Ministério do Trabalho, diante de alguma
fiscalização.
89
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
NOTA
FONTE: <https://info.casadoconstrutor.com.br/almanaque/dicas/conheca-15-equipamentos-
que-nao-podem-faltar-em-um-canteiro-de-obras/>. Acesso em: 9 ago. 2018.
90
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
DICAS
FONTE: <https://ccs2.ufpel.edu.br/wp/2017/07/27/hoje-27-e-o-dia-nacional-de-prevencao-de-
acidentes-de-trabalho/>. Acesso em: 1º nov. 2018.
91
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
FONTE: <http://www.sindmetal.org.br/charge-da-semana-a-maquina/>.
Acesso em: 1º nov. 2018.
92
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
Mesmo que o acidente não gere o benefício, esta comunicação terá efeitos
do ponto de vista estatístico, epidemiológico e tributário, conforme aduz Oliveira
(2013, p. 64):
1ª via – ao INSS;
2ª via – à empresa;
3ª via – ao segurado ou dependente;
4ª via – ao sindicato de classe do trabalhador;
93
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
Sim Não
Empresa preenche o Quadro I Acidentado, sindicato de classe,
Empresa
"EMITENTE" da CAT e encaminhada médico assistente ou autoridade
emite CAT
ao médico pública, preenche o Qadro I
"EMITENTE" da CAT e encaminha
ao médico.
FONTE: <http://valoreseatitudes.blogspot.com/2011/08/cadastramento-da-comunicacao-de.
html>. Acesso em: 9 ago. 2018.
94
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
4 REABERTURA DA CAT
A reabertura da CAT é a forma de oferecer continuidade à análise de uma
lesão decorrente de acidente do trabalho ou doença ocupacional, sendo que o
objetivo é simples, é de comunicar ao INSS e às demais autoridades que houve
um acidente, na verdade, significa que o acidente resultou em consequências que
levaram à necessidade de novo afastamento do empregado.
95
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
Oliveira (2013) destaca que o cadastro da CAT não gera estabilidade, para
isso ocorrer é necessário cumprir três requisitos:
FONTE: <http://www.portalaltotiete.com.br/luciana/mat-mauro.asp?c=1038>.
Acesso em: 1º nov. 2018.
Portanto, para haver estabilidade, o que realmente importa é que esses três
requisitos tenham sido cumpridos, assim, havendo reabertura, necessariamente
deve haver agravamento da lesão, liberação do auxílio-doença acidentário e, por
fim, o direito à estabilidade, que será gerado a partir da alta médica.
96
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
97
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
FONTE: <http://www.sintracomlondrina.com.br/a-responsabilidade-do-empregador-nos-
acidentes-de-trabalho/>. Acesso em: 1º nov. 2018.
Oliveira (2013, p. 185) traz o conceito das três modalidades de culpa que
já foram citadas.
98
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
NOTA
Essa teoria da culpa admite que quem cria o risco tem a obrigação de
evitar que haja um resultado prejudicial ao empregado, mas, caso aconteça, terá o
dever de reparar o dano. Portanto, quem aufere lucros da atividade e cria o risco
deve indenizar.
99
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
Não precisa
demonstrar culpa
FONTE: <https://pt.slideshare.net/renatavalera/responsabilidade-civil-nas-relaes-de-consumo>.
Acesso em: 1º nov. 2018.
100
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
Por isso, não procede a observação feita por José Cairo Júnior
quando, após afirmar o acolhimento, no Código Civil, da teoria da
responsabilidade objetiva, admite a possibilidade de o empregador
dela afastar-se, demonstrando que adotou todas as medidas
contratuais, legais e convencionais que tratam da segurança, Medicina
e higiene do trabalho, o que equivaleria à teoria da culpa presumida,
hipótese afastada na novel legislação, ao tratar do tema.
NOTA
RC - Subjetiva • Dano
• Culpa
• Nexo Causal
RC - Objetiva • Dano
• Atividade de Risco
• Nexo Causal
FONTE: <https://sergiopontes.jusbrasil.com.br/artigos/600701813/entenda-a-responsabilidade-
civil>. Acesso em: 10 nov. 2018.
Já diz o ditado que em toda regra existe exceção, nesta seara há situações
em que mesmo havendo acidente de trabalho, a indenização não é devida. São as
causas em que o empregador se exime da responsabilidade, as quais conhecemos
por excludentes da responsabilidade.
101
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
6 EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE
Para entender melhor esse assunto, as excludentes da responsabilidade do
empregador não permitem a imputação da responsabilidade civil do empregador,
diante de um acidente de trabalho.
102
TÓPICO 2 | EXIGÊNCIAS LEGAIS NA SEARA TRABALHISTA
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
104
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – V – F.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – F – F.
105
a) ( ) O benefício de auxílio-acidente não é garantido ao empregado através da
emissão da CAT pela empresa, pois é a Previdência Social que assegura
a concessão do benefício.
b) ( ) Somente o cadastro da CAT não gera estabilidade, pois há necessidade
de cumprir outros requisitos.
c) ( ) Em caso de doença ocupacional, não é necessária abertura de CAT.
d) ( ) Somente o INSS faz o cadastramento da CAT, pois o preenchimento dos
dados é complexo e não existe manual de instruções.
a) ( ) V – V – F – F.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) F – F – V – F.
d) ( ) V – V – V – V.
4 Quando o agente age sabendo o que está fazendo, ele está consciente do seu
ato, então se diz que a pessoa atua com dolo, pois se agisse por omissão,
negligência ou imprudência, estaria atuando com culpa. Dessa forma,
assinale a alternativa CORRETA, que indique o conceito para essa afirmação:
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Até agora, estudamos como os acidentes de trabalho acontecem e as
normas e determinações frente à Previdência Social. Já, neste tópico, estudaremos
de forma generalista as normas de higiene ocupacional e os programas de higiene
ocupacional.
Uma boa ideia é utilizar o treinamento da CIPA, para treinar uma equipe,
a fim de prestar assistência diante de acidentes na empresa.
107
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
Vamos dar uma dica de kit básico de primeiros socorros, pois, como já
vimos na NR7, os itens devem estar adequados de acordo com a atividade da
empresa. Dessa forma, torna-se evidente que o kit de primeiros socorros de uma
empreiteira será diferente de uma lavanderia, então vejamos o que não pode
faltar no kit básico:
108
TÓPICO 3 | AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL
Art. 282 – Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico,
sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
FONTE: <www.soemga.org.br/noticia/53/kit-de-primeiros-socorros-e-obrigatorio>.
Acesso em: 20 ago. 2018.
pele, parece que nada aconteceu, mas o problema é que a descarga gera traumas
musculares e lesão nos nervos, dessa forma, pode haver lesão, queimadura ou até
mesmo fraturas, devido aos espasmos musculares e arremessos da vítima.
Para socorrer uma vítima com choque elétrico, de maneira alguma pode
haver contato direto com a vítima, assim, se ela estiver sofrendo choque, deve-
se desligar a fonte de energia ou, em último caso, afastar a vítima da fonte de
corrente, com um cabo de madeira e chamar a emergência.
2.2 FRATURAS
É a ruptura de um ou mais ossos, ela é classificada em fechada (quando
não há rompimento da pele) ou exposta (quando o osso aparece).
• deitar a vítima de costas, com a cabeça colocada para o lado, pois em caso de
vômito, essa posição evitará broncoaspiração;
• levantar as pernas, acima da altura do tórax;
• afrouxar as roupas;
• chamar a emergência, em caso de a vítima não retomar a consciência em dois
ou três minutos.
110
TÓPICO 3 | AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL
Você sabe quais são os sintomas de infarto? Vamos ver os sinais mais
comuns, segundo Santos (2012):
• pressão no peito ou nas costas, que pode ser acompanhada de tonturas, suor,
náusea, respiração curta, falta de ar e, às vezes, perda de consciência;
• a dor do infarto geralmente avança para a boca, pescoço, ombros, braços ou
estômago;
• inquietação e ansiedade.
Hoje sabe-se que esse evento não significa morte, pois há inúmeros
recursos para reverter o quadro, com destaque para reanimação cardiopulmonar,
medicamentos, equipamentos e capacitação de pessoas leigas, que são
fundamentais para salvar vidas.
E
IMPORTANT
Você não pode treinar a RCP em pessoas saudáveis, pois podem ocorrer
graves problemas cardíacos, pratique em manequins ou simuladores.
111
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
• ausência de consciência;
• ausência da respiração;
• ausência de pulso;
• palidez, pele fria e úmida, pele arroxeada nas mãos.
112
TÓPICO 3 | AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL
113
UNIDADE 2 | RISCOS OCUPACIONAIS NO TRABALHO
114
TÓPICO 3 | AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL
Melhoria Contínua
Planejamento
LEITURA COMPLEMENTAR
As mãos são essenciais para qualquer coisa que fazemos, desde tarefas
domésticas até atividades profissionais. Parece até desnecessário repetir, mas
é com elas que podemos escrever, segurar objetos, apertar, sinalizar e tatear
(diferenciando texturas, temperaturas etc.).
– Cortes;
– Contusões;
– Ferimentos e mutilações;
– Prensamentos;
– Esfolamentos;
– Choques;
– Perfurações;
– Queimaduras;
– Fraturas.
Solução: o uso de EPCs (bloqueio tipo cadeado e garra que servem para
impedir o religamento de máquinas, equipamentos ou painéis elétricos) e EPIs
(luvas e mangotes para a proteção das mãos e braços). Além da realização de DDS
(treinamento contínuo sobre as condutas a serem realizadas nesta situação).
Situação 2: partes de máquinas que possibilitam a preensão das mãos
Alguns equipamentos possuem espaços entre as engrenagens que podem
causar a preensão de dedos ou da mão toda.
116
TÓPICO 3 | AÇÕES E INTERVENÇÕES NO AMBIENTE LABORAL
117
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
118
AUTOATIVIDADE
119
120
UNIDADE 3
PROGRAMAS DE SEGURANÇA E
SAÚDE DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
121
122
UNIDADE 3
TÓPICO 1
SEGURANÇA NO AMBIENTE DE
TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos, neste tópico, aspectos gerais relacionados à CIPA, como seu
surgimento, o objetivo, o funcionamento, o processo eleitoral, os componentes
dessa comissão e a função dos cipeiros. Também abordaremos sobre o Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, também
conhecido por SESMT, regido pela NR-4, dispondo que empresas, órgãos e poderes
que possuam empregados regidos pela CLT precisam manter este serviço.
2 SESMT
Como já estudamos, os trabalhadores brasileiros, por muitas décadas,
sofreram acidentes e foram acometidos por doenças relacionadas ao trabalho.
Esses trabalhadores foram desprezados por longos anos, desenvolvendo suas
atividades em condições absurdamente insalubres e perigosas.
123
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
2.1 COMPOSIÇÃO
Bensoussan et al. (2010) afirmam que a composição e o dimensionamento do
SESMT são definidos em função do risco da atividade principal e do número total de
empregados na empresa, ambos devem seguir a determinação da NR-4, quadro 2.
124
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
2.2 COMPETÊNCIA
Vamos verificar que a norma regulamentadora n° 4, em seu item 4.12,
elenca as competências dos profissionais do SESMT, as quais devem ser cumpridas
pelo empregado e oportunizadas pelo empregador, para o bom desenvolvimento
das suas atividades.
125
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
2.3 DIMENSIONAMENTO
Precisamos saber de onde vem a orientação para o dimensionamento
dos integrantes do SESMT, e isso não é difícil de entender, pois a CLT contém a
previsão legal para dispor sobre o SESMT e também de suas atribuições dentro
da legislação trabalhista.
QUADRO 1 – NR-4
Acima de 5.000
Nº de 50 101 251 501 1.001 2.001 3.501
para cada grupo
empregados no a a a a a a a
de 4.000 ou fração
estabelecimento 100 250 500 1.000 2.000 3.500 5.000
acima de 2.000**
Técnicos
Técnico Seg.
- - - 1 1 1 2 1
Trabalho
Engenheiro Seg.
- - - - - 1* 1 1*
Trabalho
1 Aux. Enfermagem
- - - - - 1 1 1
Trabalho
Enfermeiro do
- - - - - - 1* -
Trabalho
Médico do
- - - - 1* 1* 1 1*
Trabalho
Técnico Seg.
- - - 1 1 2 5 1
Trabalho
Engenheiro Seg.
- - - - 1* 1 1 1*
Trabalho
Aux. Enfermagem
2 - - - - 1 1 1 1
Trabalho
Enfermeiro do
- - - - - - 1 -
Trabalho
Médico do
- - - - 1* 1 1 1
Trabalho
126
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Técnico Seg.
- 1 2 3 4 6 8 3
Trabalho
Engenheiro Seg.
- - - 1* 1 1 2 1
Trabalho
Aux. Enfermagem
3 - - - - 1 2 1 1
Trabalho
Enfermeiro do
- - - - - - 1 -
Trabalho
Médico do
- - - 1* 1 1 2 1
Trabalho
Técnico Seg.
1 2 3 4 5 8 10 3
Trabalho
Engenheiro Seg.
- 1* 1* 1 1 2 3 1
Trabalho
Aux. Enfermagem
4 - - - 1 1 2 1 1
Trabalho
Enfermeiro do
- - - - - - 1 -
Trabalho
Médico do
1* 1* 1 1 2 3 1
Trabalho
FONTE: <http://www.areaseg.com>. Acesso em: 18 ago. 2017.
3 CIPA
Várias instituições, empresas e organizações não conseguem compreender
que quando ocorrem acidentes em função da atividade laboral, isso acaba
acarretando aumento de custos e certamente não conseguem compreender a
extensão desses custos, pois o déficit da mão de obra em função do afastamento
do trabalho, para o restabelecimento da saúde do trabalhador, influencia
diretamente no processo produtivo.
Saliba (2013) corrobora essa informação, quando afirma que por meio do
Decreto nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, foi instituída a obrigatoriedade
de as empresas brasileiras criarem organismos internos, confirmando a reunião
de esforços dos trabalhadores e de empregadores objetivando a prevenção dos
acidentes de trabalho.
UNI
129
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
3.2 ORGANIZAÇÃO
Oliveira (2009) cita que a CIPA deve ser mantida em regular funcionamento
nas organizações públicas, privadas, sociedades de economia mista, órgãos da
administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recreativas,
cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores, conforme
subitem 5.2 da NR 5, que, além disso, ainda oferece outras previsões:
130
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Paoleschi (2009) diz que o presidente da CIPA será indicado pelo empregador
dentre os seus representantes titulares, enquanto o vice-presidente da comissão
será escolhido pelos representantes dos empregados, entre seus titulares.
FONTE: <http://segurancadotrabalhonwn.com>.
Acesso em: 18 ago. 2017.
Empregador Empregados
Designação Eleição
Titular Titular
Suplente Suplente
(Presidente) (Vice-Presidente)
131
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
UNI
3.3 ESTRUTURA
Para iniciar a composição da comissão, o responsável indicado para tal
atividade deve consultar a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE), contida no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), conforme
exemplo dado a seguir.
132
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
FONTE: <https://adicadehoje.com.br/consulta-cartao-cnpj-pela-receita-federal>.
Acesso em: 18 ago. 2017.
QUADRO II
133
FIGURA 5 – QUADRO I - DIMENSIONAMENTO DA CIPA
acima de
nº de empregados
0 20 30 51 81 101 121 141 301 501 1.001 2.501 5.01 10.000 para
no estabelecimento
a a a a a a a a a a a a a cada grupo
nº. de membros da
19 29 50 80 100 120 140 300 500 1.000 2.500 10.000 10.000 de 2.500
GRUPOS
CIPA
acrescentar
efetivos 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1
C-7
suplentes 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1
efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2
C-7a
suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
134
efetivos 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1
C-8
suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1
efetivos 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1
C-9
suplentes 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1
efetivos 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2
C-10
suplentes 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2
FONTE: <http://segurancadotrabalhonwn.com/modelo-de-cedula-de-votacao-cipa-download>.
Acesso em: 22 ago. 2017.
• O edital deve ser fixado para divulgação onde todos os trabalhadores tenham
facilidade de acesso, com 45 dias antes do término do último mandato.
• O período mínimo para inscrição será de 15 dias, sendo que a inscrição e a
eleição devem ser individuais.
• Qualquer empregado pode se inscrever, independente do setor.
135
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
PROCESSO ÁGIL
E DINÂMICO.
Para Saliba (2013), caso haja anulação da eleição, a empresa deve convocar
nova eleição no prazo de cinco dias a contar da data de ciência, mantendo as
inscrições anteriores.
136
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
UNI
• Estudo do ambiente das condições de trabalho, bem como dos riscos originados
do processo produtivo.
• Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho.
• Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos
riscos existentes na empresa.
• Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e medida de
prevenção.
• Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária referentes a segurança
e saúde no trabalho.
• Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos.
• Organização da CIPA e outros assuntos pertinentes ao exercício das atribuições
da comissão.
Paoleschi (2009) relata que quando for comprovado que o treinamento não
contemplou os itens acima mencionados, o Ministério do Trabalho determinará
a complementação ou realização de outro curso, que será realizado no prazo
máximo de 30 dias, a partir do momento em que a empresa souber da decisão.
137
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
138
TÓPICO 1 | SEGURANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO
Belasco (2011) afirma que, para que não se perca o foco do gerenciamento
de riscos, é importante fazer um planejamento quanto à análise de riscos, sempre
olhando para o CNAE e a classificação de risco da empresa. É importante relatar
que os riscos podem mudar e, por isso, a constante análise é imprescindível.
139
RESUMO DO TÓPICO 1
140
AUTOATIVIDADE
2 Cite quais são os itens que uma empresa deve considerar para realizar o
dimensionamento do SESMT, ou seja, chegar à composição do SESMT.
141
a) ( ) O PGR faz parte da política de prevenção da empresa.
b) ( ) O PGR não se importa em fazer um planejamento quanto à análise de
riscos.
c) ( ) A gestão de riscos não constitui um aspecto importante como política de
prevenção das empresas.
d) ( ) Esse plano só é aplicado em empresas públicas.
142
UNIDADE 3
TÓPICO 2
SEGURANÇA DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Uma das principais prioridades da segurança e saúde do trabalhador é
prevenir a possibilidade de ocorrências de caráter desastroso a quem dedica seu
tempo e esforço na atividade laboral.
143
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
UNI
Você sabia que a NR-9 desconsidera riscos ergonômicos? É verdade, mas cabe
o bom senso. Deve-se utilizar a prevenção, como forma de evitar o seu aparecimento.
144
TÓPICO 2 | SEGURANÇA DO TRABALHO
FONTE: <http://gelgassessoria.com.br/programa-de-prevencao-de-riscos-ambientais-ppra>.
Acesso em: 24 ago. 2017.
O PPRA segue o que está estabelecido na NR-9, bem como está alinhado
com as normas regulamentadoras, de modo especial ao Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional, previsto na NR-7.
UNI
2.1 ESTRUTURA
O PPRA necessita possuir um planejamento com suas atividades e
ações, dessa forma, deve estabelecer metas para que as ideias sejam executadas,
seguindo um cronograma.
145
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
f) Registro e divulgação dos dados: todos os dados do PPRA devem estar contidos
no documento base, conforme a NR-9, no item 9.2.1.
146
TÓPICO 2 | SEGURANÇA DO TRABALHO
Antecipação
dos riscos
Reconhecimento
Treinamento
dos Riscos
Implantação
Medidas de Controle
e Monitoramento
FONTE: <http://segtrabcampo.blogspot.com.br/2016/07/ppra-estrutura-de-elaboracao.html>.
Acesso em: 24 ago. 2017.
2.3 RESPONSABILIDADES
O empregador, além de várias obrigações impostas pela legislação
brasileira, tem como principais incumbências estabelecer, implementar e assegurar
o cumprimento do PPRA, como atividade permanente da empresa ou instituição.
147
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
3 MAPA DE RISCOS
Já estudamos e compreendemos que o ambiente de trabalho pode oferecer
riscos ao trabalhador, causando até mortes, doenças e incapacidades. Tudo isso
ocorreu e ainda acontece ao longo da trajetória de vida da humanidade.
3.1 HISTÓRICO
Ponzetto (2010) relatou que houve um movimento na Itália na década de
70, em que os trabalhadores reivindicaram por melhores condições de trabalho e
saúde. A repressão nessa época foi desencadeada por um grupo de indústrias de
Turim, que lutaram contra as condições perigosas e nocivas de trabalho, surgindo
o “Modelo Operário Italiano”, também conhecido por MOI.
Vieira (2008) afirma que esse modelo foi importante para o Brasil, pois a
FUNDACENTRO, com a ideia de ajudar a CIPA para ter expressão dentro das
empresas e indústrias, teve contato com o Modelo Operário Italiano, originando
o Mapa de Risco.
148
TÓPICO 2 | SEGURANÇA DO TRABALHO
3.2 CONCEITO
O mapa consiste em um levantamento dos pontos de risco existentes
nos diferentes setores das empresas, a fim de identificar situações e locais
potencialmente perigosos.
149
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Vieira (2008) ainda expõe que a gravidade dos riscos também refletirá o
descontentamento do trabalhador, pois quanto mais desagradável for o trabalho,
maior será o círculo, porém, esta gradação será feita através do consenso dos
trabalhadores expostos ao agente.
150
TÓPICO 2 | SEGURANÇA DO TRABALHO
FONTE: <https://pt.linkedin.com/pulse/definindo-higiene-ocupacional-wagner-nunes>.
Acesso em: 25 ago. 2017.
151
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
FONTE: <https://pt.linkedin.com/pulse/definindo-higiene-ocupacional-wagner-nunes>.
Acesso em: 25 ago. 2017.
Quando um risco afeta a seção inteira, por exemplo, vibração, uma forma
de representá-lo no mapa é colocá-lo no meio do setor e acrescentar setas nas
bordas, indicando que o problema se espalha por todo o local (PONZETTO, 2010).
FONTE: <http://docplayer.com.br/11569320-Mapa-de-risco-risco>.
Acesso em: 25 ago. 2017.
Para Pantaleão (2017), o EPI deverá ser utilizado quando não houver
possibilidade de eliminar os riscos do ambiente de trabalho ou quando as
medidas de proteção coletiva não forem viáveis, eficientes e suficientes para
acabar com os riscos.
153
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
ser usados quando o risco físico, químico e biológico estiver acima dos limites de
tolerância, colocando em perigo a saúde física e psíquica do trabalhador.
154
TÓPICO 2 | SEGURANÇA DO TRABALHO
156
RESUMO DO TÓPICO 2
• Após discussão e aprovação pela CIPA, o mapa de riscos deverá ser colocado
em cada local analisado, de forma visível e de fácil acesso.
157
AUTOATIVIDADE
I– O PPRA segue o que está estabelecido na NR-9, como também com o que
está alinhado com as normas regulamentadoras.
II– PPRA é um programa importante para realizar a prevenção de doenças
ocupacionais e acidentes de trabalho.
III– Não existe nenhuma obrigação entre o empregador e o PPRA.
IV– O registro do PPRA sempre deve ser por meio digital.
158
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM
SAÚDE DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
Os programas voltados à saúde do trabalhador foram surgindo
gradativamente, de acordo com a necessidade vivenciada na atividade laboral,
em que os trabalhadores estavam expostos aos riscos, os quais desencadeavam
várias patologias.
Parabéns por chegar até aqui na sua jornada de estudos, tenha foco nos
seus objetivos, pois certamente alcançará vitória nos seus ideais.
159
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
UNI
De acordo com Oliveira (2009), a legislação ordinária, através dos arts. 168 e
169 da CLT, garantiu a manutenção da NR-7, que determina a obrigação de elaborar
e implementar o PCMSO por todas as empresas, órgãos e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, para garantir a saúde dos trabalhadores.
160
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
UNI
FONTE: <https://www.elcaminohospital.org/services/diagnostic-services/specialty-programs/
pulmonary-function-lab>. Acesso em: 2 set. 2017.
2.2 OBJETIVO
Para Sherique (2015), o PCMSO tem a finalidade de realizar a prevenção
e o diagnóstico de forma preventiva, com relação aos problemas de saúde que
dizem respeito ao trabalho, e deve ser planejado e implantado por meio das
identificações de riscos à saúde de todos os empregados da empresa, com base
no mapa de riscos e no PPRA.
Nesse mesmo sentido, Mattos et al. (2011, p. 138) ensinam que o PCMSO:
[...] é um programa que especifica procedimentos e condutas a serem
adotados pelas empresas em função dos riscos a que os empregados
se expõem no ambiente de trabalho. O objetivo é prevenir, detectar
precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do
empregado.
161
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Podemos observar pela figura a seguir que o relatório anual deve conter
setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, estatísticas dos
resultados considerados anormais e o número de exames para o próximo ano.
162
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
QUADRO III
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL
RELATÓRIO ANUAL
Nº de Resultados
Nº Anual
Nº de Anormais x 100 Nº de Exames
Natureza de
Setor Resultados ______________ para o Ano
do Exame Exames
Anormais Nº Anual de Seguinte
Realizados
Exames
163
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Bensoussan et al. (2010) afirmam que qualquer que seja a estrutura utilizada,
ela sempre deverá existir, e não é porque não há necessidade de um modelo padrão
que será admitida a redução a um simples parágrafo, e mesmo havendo ausência
de riscos ambientais e ergonômicos, deverá haver algum respaldo de metodologia.
IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
RECONHECIMENTO DE RISCOS
PROCEDIMENTOS
164
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
UNI
165
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
NOME E ENDEREÇO
Tipo de exame:
[ ] Admissional [ ] Periódico [ ] Demissonal
Observações:
1. A 1ª via deste atestado deverá ficar arquivada no local de trabalho à disposição da fiscalização
do trabalho, sendo que a 2ª via deverá ser obrigatoriamente entregue ao trabalhador;
2. Os dados obtidos na presente avaliação estão registrados em prontuário clínico individual
sob responsabilidade do médico encarregado do exame.
Nome e CRM do médico-coordenador do PCMSO:
____________________________________________________________________________________
, de de
_____________________________________
DR.
CRM n°
____________________________________________________________________________________
Declaro que recebi a 2ª via deste documento.
Em ___/____/_____.
_____________________________________
Ass. Empregado
FONTE: <https://guilhermecapucci.wordpress.com/2012/09/27/aso/>.
Acesso em: 3 set. 2017.
166
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
FONTE: <http://www.saudeesegurancanotrabalho.org/ltcat_ppra>.
Acesso em: 6 set. 2017.
167
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
UNI
UNI
168
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
4.1 CONCEITO
Para Campos (2016), o Perfil Profissiográfico Previdenciário, também mais
facilmente conhecido por PPP, é um documento histórico laboral e individual do
trabalhador que presta serviço à empresa.
• PPRA.
• PCMSO.
• LTCAT.
• Perfil de cargos da empresa.
• Pasta do funcionário nos Recursos Humanos.
• Carteira de Trabalho do funcionário.
170
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
171
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
Esse roteiro é uma forma de planejar o trabalho, pois serve como guia
para a construção do LTCAT, assim, deve-se verificar a realidade da empresa,
para aplicar os itens cabíveis. Na figura a seguir podemos entender como fica o
layout do LTCAT, é apenas a primeira página, pois, como o laudo é bem extenso,
serve apenas como demonstração.
172
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
FONTE: <https://pt.scribd.com/doc/133584714/Modelo-Ltcat>.
Acesso em: 12 set. 2017.
4 - MEIOS DE
5 - No DE TRABALHADORES
PROPAGAÇÃO NO 6- FUNÇÕES
EXPOSTOS
AMBIENTE DE TRABALHO
173
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
12- TEMPO
10- AVALIAÇÃO
11- LIMITE DE TOLERÂNCIA EXPOSIÇÃO
QUANTITATIVA
LEGISLAÇÃO
FONTE: <https://sites.google.com/site/victoriokoetsfad/desafios-2015/mapa-de-riscos>.
Acesso em: 12 set. 2017.
174
TÓPICO 3 | PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO EM SAÚDE DO TRABALHO
LEITURA COMPLEMENTAR
Yuri Fernandes
175
UNIDADE 3 | PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO
FONTE: <http://www.revistacobertura.com.br/2017/04/20/abril-verde-saude-ocupacional-e-
seguranca-do-trabalho-em-foco>. Acesso em: 25 set. 2017.
176
RESUMO DO TÓPICO 3
177
AUTOATIVIDADE
I– Exame demissional.
II– Exame admissional.
III– Exame de intervalo do trabalho.
IV– Exame oftalmológico.
178
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, L. F. Segurança e medicina do trabalho e sua contribuição na
prevenção de acidentes. 2008. Monografia (Bacharel em Direito). Universidade
do Vale do Itajaí. Itajaí, 2008.
______. Constituição Federal. (1988) 18. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013.
180
CORREIO BRAZILIENSE. No Brasil, 700 mil pessoas sofrem acidente de
trabalho a cada ano. 2017. Disponível em:
<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/
internas_economia,600125/acidente-de-trabalho-no-brasil.shtml>. Acesso em: 24
jun. 2018.
CURIA et al. Segurança e medicina do trabalho. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
MARTINS, Sérgio Pinto. Curso de direito do trabalho. 29. ed. São Paulo: Atlas,
2013.
______. Direito da seguridade social. 25. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
181
MATOS, C. A. C. S. Didático saúde e segurança do trabalho. São Paulo: Eureka,
2018.
SAAD, E. G. Consolidação das Leis do Trabalho comentada. 45. ed. atual. São
Paulo: LTr, 2012.
182
______. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 2. ed. São Paulo: LTr,
2008.
183