As empresas mais inovadoras do mundo e a própria Endeavor usam o método OKR. Por que
não conhecer um pouco mais?
OKR (Objectives and Key Results) é um framework de definição de metas criado pela Intel e
adotado por diversas empresas do Vale do Silício, como Google, Twitter, LinkedIn, Dropbox e
GoPro.
Muitas empresas perguntam como começar com OKR. Se você quer aprender sobre, esse
vídeo ( https://youtu.be/47IMBrCsQng) com Monica Santos, Diretora de RH do Google, são
excelentes introduções para você. Aqui, vamos aprofundar um pouco mais. Depois de ter
ajudado empresas de diferentes tamanhos a adotar OKR e de ter estudado diversos casos no
Brasil e no exterior, este é o roadmap que recomendo.
Lembre-se que existem várias maneiras de usar OKR. Mesmo nas empresas do Vale do Silício,
times diferentes usam OKR de maneiras diferentes. Use este artigo como um guideline, nada
está escrito em pedra.
OKR não é um pacote fechado, que precisa ser adotado por completo desde o início. Sua
empresa não vai virar o Google de uma hora para outra. Comece pequeno, com uma
abordagem iterativa e incremental.
Siga uma uma adoção em fases, deixando para o final práticas avançadas como Stretch Goals
e Separação de Remuneração.
Aproveite os ciclos de OKR e evolua o seu modelo a cada trimestre.
Evite começar com OKRs individuais. Isto geralmente cria problemas já que os líderes não
conseguem esclarecer as dúvidas do time – eles mesmos ainda estão aprendendo.
Os coaches Ben Lamorte e Christina Wodtke recomendam começar com um único OKR para
gerar foco e alinhamento, o que pode ser uma opção. Em alguns casos, sugiro iniciar com um
primeiro ciclo de OKR de 30 ou 45 dias, para facilitar o aprendizado e acelerar o ciclo de
feedback.
Os OKRs para a organização normalmente possuem dupla cadência: OKRs anuais de alto nível
e OKRs para o próximo trimestre, que são mais detalhados e desdobrados para os times.
Os OKRs anuais devem ser poucos e de alto nível. Pense neles como Critérios de Sucesso para
o ano. Imagine que você está em 31 de Dezembro, avaliando o ano que passou: quais seriam
as métricas que diriam que sua empresa teve um ano excepcional?
Os OKRs do time não precisam estar 100% alinhados com os OKRs da empresa. Um time pode
ter um objetivo local, não representado nas prioridades da empresa.
8) Defina os OKRs em sessões de OKR Planning
Existem várias maneiras de se fazer o grading/scoring de OKRs. Comece pela mais simples, use
a proporção linear do atingimento de cada Key Result. Se sua meta era aumentar a satisfação
de clientes em 5 pontos e você atingiu 4,5, você atingiu 90% da meta.
As atividades do time devem ser priorizadas com base nos OKRs. Se tivermos duas opções,
devemos escolher aquela que contribui para o atingimento dos OKRs.
Os OKRs devem estar inseridos no dia a dia da empresa e no seu modelo de gestão. Devem
existir reuniões regulares de time para acompanhar a evolução dos OKRs e um calendário das
datas de definição dos próximos OKRs.
Isto é fundamental para evitar o problema do “Set it and Forget it” (defina a meta e esqueça
dela). Times que não inserem OKR na sua rotina acabam tratando somente dos incêndios do
dia a dia e não geram os resultados esperados – ou esquecem de definir os OKRs no início do
trimestre.
Stretch Goals, metas muito difíceis que tiram o time da zona de conforto, fazem parte da
filosofia de OKR, mas podem atrapalhar. Muitas empresas no Brasil e no resto do mundo
descobriram que atingir somente 60% dos OKRs, como recomendado, tende a desmotivar o
time no começo.
Construa a cultura aos poucos. Comece com metas tradicionais, ainda que puxadas, tentando
atingir os 100%. Depois, adote o um segundo passo, definindo 100% de metas puxadas, mas
planejando e buscando no dia a dia atingir 120%. A diferença parece pequena mas é
importante para a motivação do time.
A filosofia de OKR recomenda separar os resultados dos OKRs da remuneração. Porém, nunca
altere a maneira de definir metas e o modelo de remuneração no mesmo ano.
Amadureça sua avaliação de desempenho em paralelo aos OKRs e no médio prazo, depois que
os dois processos estejam estabelecidos, altere a remuneração.
Os OKRs devem ser mais um input na avaliação e promoção, sem uma fórmula de
bônus.
Conclusão
Espero que este roadmap possa te ajudar a adotar OKR com sucesso. Lembre-se que é uma
sugestão de deve ser adaptada ao contexto e a cultura da sua organização.
Para saber mais sobre a prática de OKR, junte-se a nós na OKR Alliance, organização global
sem fins lucrativos dedicada a encorajar a adoção bem sucedida de OKR.
Você está usando OKR ou planejando usar? Tem alguma pergunta? Por favor poste nos
comentários.
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Endeavor Brasil
Conheça a trajetória que levou o Vale do Silício a se tornar sinônimo de cultura da inovação
em todo o mundo.
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Neste artigo, vamos abordar um assunto que é (ou pelo menos deveria ser) referência para
dez entre dez empreendedores e startups. Vamos falar sobre aquele que é considerado o
coração da era da tecnologia da informação, o epicentro de uma revolução que, desde os
anos 1950, vem transformando hábitos e sobretudo mercados no mundo todo: o Vale do
Silício.
Mas por que elaborar um artigo sobre o tema, sendo que uma rápida pesquisa na internet já
traz uma quantidade infinita de informações? A ideia aqui é fechar o escopo e fazer um
registro a partir do nosso ponto de vista; ou seja, reunindo informações e aspectos sobre
o Vale do Silício que podem ser relevantes para te inspirar a sonhar grande e incorporar essa
cultura em sua empresa ou startup. E, de quebra, quem sabe também ajudar a elucidar
aquelas curiosidades que você sempre teve, mas que nunca foi capaz de perguntar.
Na verdade, nós jamais deixamos de nos referir ao Vale do Silício. Vira e mexe elaboramos
algum conteúdo sobre, como este estudo que conta em detalhes a formação do Vale; ou este
artigo em que um empreendedor brasileiro conta sua experiência por lá; ou mesmo este
vídeo em que o CEO do SurveyMonkey fala sobre fatores que impulsionam a inovação no
Vale. Não tem jeito. De tempos em tempos, todo mundo precisa se dirigir a Meca, e nós não
somos exceção.
Porém, assim como as gigantes que hoje lá se instalam, o Vale do Silício já foi, ele
próprio, uma startup.
Sua origem remonta aos anos 1950, quando o local era totalmente diferente do que é hoje. É
claro que o termo startup não existia então; mas o fato é que não havia empresas de
tecnologia, não havia investidores, não havia quase nenhum estrangeiro, e muito
menos pesquisadores em Stanford.
Era este o cenário que William Shockley, Prêmio Nobel de Física e pesquisador da área de
semicondutores (chips), encontrou quando resolveu lá fundar sua empresa. A opção pelo
local se deu porque Shockley havia passado sua infância no Vale.
E, para constituir seu negócio, aproveitou a fama internacional recém granjeada pelo prêmio e
recrutou oito jovens pesquisadores vindos de Nova Iorque e Boston – os mais importantes
centros tecnológicos de então.
Outro nome fundamental para o Vale é o de Frederick Terman. Como reitor de Stanford,
incentivou, nos anos 1940 e 1950, professores e alunos graduados a iniciarem suas próprias
empresas.
Pois bem: o fato é que, pouco tempo depois, a Fairchild realizou as primeiras vendas para a
IBM, então uma gigante, e para o programa militar do Governo dos Estados Unidos. De modo
que, já em meados dos anos 1960, a empresa faturava mais de US$ 20 milhões.
Com nove mil empregados, a Fairchild Semiconductor existe até hoje, e seus oito
empreendedores são também considerados os fundadores do Vale do Silício. À época, em
apenas doze anos, a empresa gerou 31 spinoffs, ou seja, empreendimentos que surgiram a
partir da própria Fairchild. E todas, com a exceção de duas, possuíam vínculos com um dos
oito co-fundadores.
1 – a falha é aceitável: na verdade, na maior parte dos casos, a falha é inevitável; o essencial é
tentar, uma vez que quase todos os empreendedores de sucesso erraram um tanto antes de
acertar. Esse ponto é ainda mais importante para os empreendedores brasileiros, onde a
cultura do fracasso ainda é pouco valorizada.
Estes são fatores essenciais para que se institua a cultura do Vale do Silício fora do
Vale do Silício.
Outra boa notícia para você: este pensamento de Goldberg vem se materializando na forma
de investimentos realizados fora do Vale do Silício. Alguns fundos vinculados ao local vêm,
inclusive, financiando cada vez mais startups no Brasil. São os venture capitalists
– investidores que fazem aportes em empresas nascentes. Um exemplo recente é o
investimento de US$ 130 milhões feito pela Redpoint e.ventures em startups brasileiras. É
um movimento que vem se tornando mais recorrente, e que cristaliza a ideia de que o Vale do
Silício está ampliando mais suas fronteiras.
Scale-ups e Empresas
Playbook de Open Innovation