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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA -CET

CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA III


DISCIPLINA: IMUNOLOGIA CLÍNICA
PROFESSORA: ESTER MIRANDA

AUTOIMUNIDADE

RAIMUNDO DELEY FONTELES DA SILVA

Teresina -PI
2020
RAIMUNDO DELEY FONTELES DA SILVA

AUTOIMUNIDADE

TRABALHO DESEMPENHADO, COMO REQUISITO

DE OBTENÇÃO DE NOTA DA DISCIPLINA DE

IMUNOLOGIA CLINICA, MINISTRADA PELA

PROFESSORA ESTER MIRANDA.

Teresina – PI
2020
DOENÇAS AUTOIMUNE
Doenças autoimunes, também chamadas de autoimunidade, são doenças
causadas por falhas no sistema imune em distinguir o “próprio” do “não-próprio”,
fazendo com que o sistema imune identifique células próprias e saudáveis como
ameaças e inicie uma resposta de defesa contra elas. Alguns exemplos mais conhecidos
de doenças autoimunes, são: diabetes mellitus tipo 1, lúpus eritematoso
sistêmico, síndrome de Sjögren, tireoidite de Hashimoto, doença de Graves e artrite
reumatoide (GIRELLO,2002).

Durante o processo de formação, o sistema imune passa por diversas etapas que
visam controlar e regular para que sua formação seja adequada e funcional. Dentre as
fases de regulação, após garantir que seus linfócitos sejam capazes de reconhecer MHC
próprio (linfócito T, apenas), a segunda etapa de regulação é garantir que os linfócitos
não reconheçam (não respondam contra) o próprio organismo. Nessa fase, as células são
apresentadas à antígenos diversos e aquelas que possuem afinidade alta para antígenos
próprios são rapidamente eliminadas devido ao perigo iminente que elas teriam se isso
não ocorresse. Todo este processo é chamado de tolerância central (BORDIN, 2001).

Além disso, existe outro processo chamado tolerância periférica, onde células


que se encontram nos tecidos periféricos e tem alguma potencialidade de serem
autoreativas, são identificadas e são eliminadas através da indução de sua morte (morte
celular) ou são silenciadas através da ação de outras células com efeitos supressores
(ROBAZZI,2017).

Ambos processos de tolerância são extremamente regulados por diferentes vias


de sinalização. Essa regulação é tão essencial para homeostase do organismo que uma
vez quebrada a tolerância, o sistema imune passa a responder altamente contra
antígenos do próprio organismo, desencadeando assim, autoimunidades. Os processos
que levam a esta quebra de tolerância ainda são amplamente estudados e não há nenhum
consenso sobre o mecanismo central nesses casos (GONAGLE, 2006).

Alguns mecanismos propostos, no entanto, são: a falha na indução da morte da


célula autoreativa, esta morte celular é induzida através de receptores de morte. É
possível que algumas células tenham anormalidades nestes receptores e, portanto, sejam
incapazes de receber a sinalização de morte, vinda deles; perda da anergia celular, as
células autoreativas podem ser colocadas em estado de anergia, quando reconhecidas
pelo sistema. Sendo assim, elas não são retiradas, mas apenas silenciadas (GONAGLE,
2006).

É possível que o ambiente celular que ela se encontre faça com que esta célula
volte a ser ativa, e portanto, autoreativa; reação cruzada de antígenos microbianos e
próprios alguns patógenos possuem antígenos bastante semelhantes estruturalmente com
antígenos próprios. Assim, após uma infecção as células que possuem semelhança,
podem ser capazes de reagir contra o próprio e desencadear uma autoimunidade;
defeitos nas células supressoras – algumas células são importantes supressoras da
ativação do sistema imune, como os linfócitos T supressores. Havendo falha na ativação
e na atuação destas células, perde-se seu efeito inibidor e assim, pode-se favorecer a
ativação de células autoreativas. Apesar de serem diversos, estes mecanismos
geralmente não são únicos, mas acontecem concomitantemente dois ou mais,
favorecendo completamente o quadro de desenvolvimento de autoimunidade
(ROBAZZI, 2017).

Ao decorrer desse trabalho será descrito 5 doenças autoimune, onde será exposta
suas Definição, Epidemiologia, Mecanismo Imunológico, Diagnóstico e Sintomatologia
e o Tratamento.

ESCLEROSE MÚLTIPLA

Definição

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica, de características


desmielinizantes, que ataca a transferência de impulsos nervosos através da bainha de
mielina pela formação de placas de esclerose no sistema nervoso (BARROZO;
ALMADA; MITRE; 2005).

Também denominada Esclerose em Placas é uma doença determinada pela


desmielinização de axônios situados no SNC (Sistema Nervoso Central), levando à
formação de placas de localizações diversas da substância branca encefálica e medular.
Tem evolução crônica, marcada por surtos e remissões, existindo um polimorfismo
quanto ao sintoma, pois as áreas de desmielinização (placas) são multifocais.
(FERREIRA, 2003).

É uma doença neurológica, crônica e autoimune ou seja, as células de defesa do


organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e
medulares. Embora a causa da doença ainda seja desconhecida.

Epidemiologia

A Esclerose Múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que têm
possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes,
que são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos. De acordo com o
Atlas da Esclerose Múltipla de 2013, a prevalência da doença no Brasil é de 5,01 a 20
pessoas a cada 100 mil habitantes. Quanto mais distante da linha do equador, maior a
prevalência (GREGORI,2002).

Acomete adultos jovens, principalmente mulheres, Idade de maior adoecimento


entre 20 e 50 anos, mas hoje já se faz cada vez mais o diagnóstico em idades inferiores,
inclusive em adolescentes e crianças. Acima dos 50 anos também há casos de início da
doença descritos (ABBAS, 2003).

Mecanismo Imunológico

A Esclerose Múltipla demonstra ser um complexo processo onde operam


diversos elementos do sistema imune inato e adquirido, de origem periférica e
residentes no SNC. O conhecimento dos mecanismos imunopatogénicos tem impacto
terapêutico, no desenvolvimento de estratégias orientadas e modificadoras da doença, e
eventualmente de biomarcadores (MARQUES ET AL.2010).
Os sintomas da EM variam muito entre as pessoas. Para algumas pessoas, a EM
é caracterizada por períodos de recaída e remissão enquanto para outros tem um padrão
progressivo. Para todos com a EM, a vida se torna imprevisível. É uma vida comum e,
em muitos países, é a principal causa de incapacidade neurológica não traumática em
adultos jovens. Isso tem grandes implicações para a qualidade de vida das pessoas com
EM e suas famílias e amigos, e pelo custo para a sociedade se a sua condição não for
gerida adequadamente (ORBACH,2007).
Diagnóstico e Sintomatologia

Existe uma série de doenças inflamatórias e infecciosas que podem ter sintomas
semelhantes ao da Esclerose Múltipla. O mais importante é aliar os aspectos:
conhecimento médico, a história da pessoa e exames físicos, neurológicos e
laboratoriais.
Segundo Caleffi (2003) os sintomas mais frequentes são: fraqueza muscular,
espasticidade, dificuldade de locomoção, parestesias, fadiga, alterações de visão, perda
da audição, alterações esfincterianas, emocionais, cognitivas, alterações na deglutição,
na fala e alterações vocais.
Apesar da etiologia permanecer ainda desconhecida, a teoria que atualmente
reúne mais consenso propõe que em indivíduos geneticamente predispostos e com uma
tolerância imunológica anômala, determinados fatores ambientais desregularão o
sistema imunitário (STADELMANN, 2011)

Tipos de Esclerose Múltipla

Tipo 1 Evolui em surtos cujos sintomas ocorrem de maneira súbita com posterior
recuperação parcial ou total dos mesmos, neste caso chamada Esclerose Múltipla
Remitente Recorrente (EMRR) ou surto remissão.

Tipo 2 Evolui sem surtos, mas com sintomas progressivos acumulados ao longo do
tempo, neste caso chamada Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EM PP).

Tipos 3 Evolui com sintomas lentos e progressivos com o tempo em indivíduos que
possuem a forma remitente recorrente inicialmente EMRR pode evoluir com ganho de
sintomas sem surto em geral após 20 anos de doença pode ser observado e aqui
chamado de Esclerose Múltipla Secundaria Progressiva. A forma mais comum de
esclerose múltipla é a recorrente-remitente (quando os surtos podem deixar sequelas ou
não).

Tratamento

Os medicamentos que visam reduzir a atividade inflamatória e a agressão à


mielina, com diminuição dos surtos em intensidade e frequência, contribuindo assim na
redução do ganho de incapacidade ao longo dos anos são os chamados
imunomoduladores. Já os medicamentos imunossupressores (que reduzem a atividade
ou eficiência do sistema imunológico) também têm ocupado lugar de destaque no
tratamento da EM. Entre eles, destacam-se a azatioprina, a ciclosfosfamida, o
mitoxantrone, o methotrexate e a ciclosporina (ABEM, 2007).

Para o tratamento dos surtos, utiliza-se a pulsoterapia (administração de altas


doses de medicamentos por curtos períodos de tempo) com corticoides sintéticos. O
corticoide mais comum é o metilprednisolona, administrado via endovenosa por três ou
cinco dias. Geralmente, após a administração venosa, passa-se a utilizar o corticoide via
oral (prednisona) por cinco dias ou mais (SALAWU, 2002).

Os interferons, juntamente com o acetato de glatirâmer, são utilizados no


tratamento da EM para reduzir os surtos e estabilizar a doença. No Brasil estes
medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo governo através de farmácias de
dispensação de alto custo ou em centros públicos de referência do tratamento da EM
mediante relatório médico que confirme a existência da doença (ABEM, 2007).

DOENÇA DE ADDISON

Definição

A chamada Doença de Addison acontece quando há mau funcionamento das


glândulas adrenais, que produzem muito pouco os seguintes hormônios:
Cortisol hormônio esteroide que ajuda o organismo a controlar o estresse, reduzir
inflamações e auxiliar no funcionamento do sistema imunológico, além de manter os
níveis de açúcar no sangue constantes, assim como a pressão arterial.
Aldosterona hormônio esteroide que controla o sódio e o potássio no sangue (KOETZ,
2012).

A Doença de Addison afeta a capacidade do organismo para responder ao estresse


físico. Embora seja considerada uma doença rara, pode ocorrer em qualquer idade. Os
corticosteroides desempenham papel importante, ajudando o organismo a combater
infecções e promover a saúde durante o estresse físico. A falta de hormônios
suprarrenais pode causar: Níveis elevados de potássio, Extrema sensibilidade ao
hormônio insulina, que está normalmente presente no sangue. Essa sensibilidade pode
levar a baixos níveis de açúcar no sangue, risco aumentado durante os períodos de
estresse, como infecção, pós-cirurgia ou lesão (KOETZ, 2012).

Epidemiologia

A insuficiência adrenal primária (doença de Addison) corresponde à


insuficiência do córtex da glândula adrenal em produzir os hormônios cortisol (um
glicocorticoide) e aldosterona (um mineralocorticoide). É considerada uma doença rara,
com prevalência entre 0,45-11,7 casos por 100.000 habitantes. Após a introdução de
terapia antituberculosa eficaz, a autoimunidade tornou-se a principal causa de
insuficiência adrenal primária em países desenvolvidos (SIMON, 2013).

Nos Estados Unidos e na Europa, a adrenalite autoimune é responsável por 68%-


94% dos casos No Brasil, estudo realizado em São Paulo demonstrou que a etiologia
autoimune é a mais prevalente (39%), seguida de paracoccidioidomicose (28%),
tuberculose (11%) e adrenoleucodistrofia (7,3%). Outras causas de insuficiência adrenal
primária são infecções virais, histoplasmose, neoplasias malignas metastáticas,
hemorragia adrenal, medicamentos e hiperplasia adrenal congênita (consultar o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hiperplasia Adrenal Congênita)
(STEWART, 2011).

Mecanismo Imunológico

A doença de Addison normalmente é causada por doenças autoimunes, em que o


sistema imune passa a atacar o próprio organismo, podendo interferir na função das
glândulas adrenais. No entanto, também pode ser causada por uso de medicações,
por infecções fúngicas, vírus ou bactérias, como blastomicose, HIV e tuberculose, por
exemplo, além de neoplasias (SIMON, 2013).

Embora ainda pouco estudado, é amplamente aceito que as células T são


fundamentais na patogônese da DA de etiologia autoimune. A semelhança do que
ocorre no diabetes mellitus do tipo I, acredita-se que a ativação de linfócitos T
"helper"(CD4+) autoreativos desempenhe um papel crítico nos estágios precoces da
doença, levando à destruição celular através da ação de linfócitos T citotóxicos (CD8 +)
(AURON,2015).

Diagnóstico e Sintomatologia

Diagnóstico Clínico

Para que a insuficiência adrenal primária se manifeste, 90% do tecido funcional


do córtex adrenal deve estar comprometido. Pacientes com a forma crônica (com
instalação insidiosa da perda de função adrenal) têm, inicialmente, manifestações mais
sutis das deficiências hormonais (BORNSTEIN,2016).

A apresentação clínica da insuficiência adrenal aguda resulta principalmente do


déficit mineralocorticoide, sendo dominada pela hipotensão ou pelo choque hipotensivo.
Esse choque é principalmente causado pela depleção de sódio e de volume plasmático,
mas o excesso de prostaglandinas (prostaciclina) e a diminuição da resposta a
norepinefrina e angiotensina II podem agravar o colapso circulatório. Entretanto, tanto
pacientes com apresentação aguda quanto aqueles com a forma crônica tendem a
apresentar deficiência de corticoides adrenais (LOVAS, 2002).

As manifestações clínicas mais comuns são dor abdominal, fraqueza,


emagrecimento, hiperpigmentação cutânea, hipotensão postural, hiperpotassemia,
hiponatremia, acidose metabólica, anemia e eosinofilia. Todavia, tais manifestações
podem ser inespecíficas, ocasionando retardo do diagnóstico. As manifestações clínicas
na forma aguda caracterizam-se por hipoglicemia, respiração fraca e curta, febre,
taquicardia, náusea, vômitos, cefaleia, dor abdominal inespecífica, diarreia,
desidratação, hipovolemia, obnubilação (ofuscação da vista) e sonolência. Pode ocorrer
hipotensão refratária a fluidoterapia e vasopressores, choque, inconsciência e coma
(SILVA, 2004).

Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico de insuficiência adrenal primária pode ser feito apenas com
dosagens séricas basais de cortisol, que vai estar reduzido, e de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), que, compensatoriamente, aumenta. Na presença de
ACTH elevado, níveis séricos basais de cortisol abaixo de 3 mcg/dL já indicam a
presença de insuficiência adrenal, enquanto níveis acima de 16 mcg/dL excluem esse
diagnóstico. Se houver dificuldade na interpretação ou realização do ACTH sérico, pode
ser realizado teste de estímulo com 250 mcg de ACTH por via endovenosa (EV) ou
intramuscular (IM), com dosagens de cortisol sérico aos 30 e 60 minutos após a injeção.
No teste de estímulo com ACTH, um valor de cortisol sérico acima de 18 mcg/dL afasta
o diagnóstico. Alternativamente, o diagnóstico pode ser feito por meio de dosagens da
atividade da renina (aumentada) e da aldosterona (baixa) (LOVAS, 2002).

Outros exames que podem estar alterados nos pacientes com insuficiência
adrenal primária são os níveis séricos de eletrólitos. O sódio em geral encontra-se baixo
(hiponatremia) e o potássio pode estar elevado (hiperpotassemia), porém a presença das
duas alterações nem sempre é observada. Além disso, cerca de 10%- 20% dos pacientes
apresentam hipercalcemia no momento do diagnóstico (SILVA, 2004).

Podem apresentar dores locais: no abdômen ou nos músculos, no corpo: baixo


nível de açúcar no sangue, desidratação, desmaio, fadiga, perda de apetite, pressão
baixa, tontura, distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico (água e eletrólitos) ou suor, no
aparelho gastrointestinal: náusea ou vômito, também é comum: ausência de
menstruação, desejo por comida salgada, desejo sexual reduzido, escurecimento da pele,
fraqueza muscular, perda de peso ou quantidade insuficiente do hormônio cortisol
(LOVAS, 2002).

Tratamento

O tratamento de pacientes com insuficiência adrenal primária tem por objetivo


suprir a deficiência de glicocorticoides e mineralocorticoides. Devido à falta de ensaios
clínicos randomizados com desfechos clínicos, a prescrição de glicocorticoide e
fludrocortisona é baseada em séries de casos de pacientes com a doença. O tratamento
de reposição de glicocorticoide deve ter posologia prática, mimetizando o ritmo
circadiano de secreção do cortisol e minimizando assim os efeitos adversos
(FALORNI,2004).
As buscas realizadas nas bases de dados MEDLINE e Embase não identificaram
comparações diretas entre os diferentes esquemas de reposição de glicocorticoide no
tratamento da insuficiência adrenal primária. No tratamento crônico, a preferência é
pelo uso de prednisona ou prednisolona, glicocorticoides com pequeno efeito
mineralocorticoide e menor incidência de miopatia do que os glicocorticoides fluorados
(como a dexametasona) (FALORNI,2004).
O tratamento com glicocorticoide deve ser feito com a menor dose possível para
manter o controle de sintomas. Muitos pacientes conseguem controle satisfatório dos
sintomas com doses de 2,5 a 3,75 mg/dia de prednisona ou prednisolona. O ajuste da
dose dos glicocorticoides deve considerar situações de estresse, nas quais a dose deve
ser duplicada ou triplicada. Essas situações ocorrem nos casos de doença febril
(temperatura igual ou acima de 38,5 °C), gastroenterite com desidratação, parto normal
ou operação cesariana, cirurgia acompanhada de anestesia geral e grandes traumas
(BRANDÃO, 2014).

DIABETES TIPO 1

Definição

O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença metabólica autoimune de caráter


multifatorial, caracterizada pelo excesso de glicose no sangue, devido a alterações no
metabolismo normal dos carboidratos, proteínas e lipídeos, podendo evoluir com
complicações macro e microvasculares, oculares, renais e neurológicas, dentre outras,
quando não manejada de forma adequada (HIRSCH, 2006).

Também chamado de diabetes dependente de insulina, é uma situação onde


ocorre uma destruição de células b, usualmente levando à deficiência absoluta de
insulina, é uma doença endócrino-metabólica de etiologia heterogênea, que envolve
fatores genéticos, biológicos e ambientais, caracterizada por hiperglicemia crônica,
resultante de defeitos na secreção ou na ação da insulina. A doença pode evoluir com
complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose e síndrome hiperosmolar
hiperglicêmica não cetótica) e crônicas, microvasculares (retinopatia, nefropatia,
neuropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, arterial periférica e
cerebrovascular) (MELMED et al., 2016).

Epidemiologia

A incidência aproxima-se de 0,5 casos novos para cada 100.000 habitantes ao


ano e acomete principalmente crianças, adolescentes e adultos jovens, sendo a maior
idade de ocorrência por volta da adolescência. Diversos estudos recentes apontam para
uma tendência mundial ao aumento da incidência da doença em menores de 5 anos de
idade.

Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, o número de portadores


da doença em todo o mundo era de 177 milhões em 2000, com expectativa de alcançar
350 milhões de pessoas em 2025. No Brasil são cerca de seis milhões de portadores, a
números de hoje, e deve alcançar 10 milhões de pessoas em 2010. Um indicador
macroeconômico a ser considerado é que o diabetes cresce mais rapidamente em países
pobres e em desenvolvimento e isso impacta de forma muito negativa devido à
morbimortalidade precoce que atinge pessoas ainda em plena vida produtiva, onera a
previdência social e contribui para a continuidade do ciclo vicioso da pobreza e da
exclusão social (BANGSTAD, 2009).

No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável pela


primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros
inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com
insuficiência renal crônica submetidos à diálise. É importante observar que já existem
informações e evidências científicas suficientes para prevenir e/ou retardar o
aparecimento do diabetes e de suas complicações e que pessoas e comunidades
progressivamente têm acesso a esses cuidados (BRASIL, 2013).

Mecanismo Imunológico

Ao contrário do que se imaginava, a evolução da doença não é aguda e sim um


processo de auto agressão de evolução lenta que provavelmente se desenvolve durante
anos numa fase pré clínica. No período de manifestação da doença, com a presença de
hiperglicemia e cetose, as células secretoras de insulina já estão em número muito
diminuído ou praticamente ausentes (ADA, 2017).

A presença de infiltrado inflamatório do tipo linfomononuclear e a ausência de


células secretoras de insulina, as células beta, caracteriza o quadro histológico do
diabetes tipo 1. As células secretoras de outros hormônios, como glucagon,
somatostatina e polipeptídeo pancreático, também presentes nas ilhotas pancreáticas são
poupadas, porém como as células que secretam insulina são em maior número as ilhotas
pancreáticas acabam se tornando atrofiadas. O processo de destruição das células b
pancreáticas, denominado insulite, ocorre pela agressão imunológica mediada por
células linfocitárias, macrófagos e células "natural killer", sendo, portanto um processo
dependente da imunidade celular (HIRSCH, 2009).

Diagnóstico e Sintomatologia

O diagnóstico de DM1 pode ocorrer em qualquer idade, entretanto o diagnóstico


na fase adulta requer atenção, isso porque a maior parte dos diagnósticos de diabetes na
infância e adolescência é do tipo 1, enquanto que fase adulta é do tipo 2. Alguns
pacientes com diagnóstico inicial de diabetes tipo 2 com base na idade avançada,
rapidamente deterioram e, posteriormente, são classificados corretamente como diabetes
tipo 1 (THOMAS et al., 2019), nestes casos a solicitação de autoanticorpos específicos e
peptídeo C são importantes para o correto diagnóstico (NICE, 2015).

O diagnóstico de DM1 é confirmado na presença de níveis de glicemia e/ou


HbA1c conforme definidos acima e de sinais de insulinopenia inequívoca, tais como
sintomas 10 clássicos de hiperglicemia e/ou presença de CAD. Na maioria dos casos de
DM1, a hiperglicemia é grave e quando não tratada, evolui rapidamente para CAD,
especialmente na presença de infecções ou de outra forma de estresse. Assim, o traço
clínico que mais define o DM1 é a tendência à hiperglicemia grave e CAD, situações
em que não há dúvida de que o tratamento com insulina deve ser iniciado
imediatamente (ADA, 2017; SILVA et al., 2008).

Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda


involuntária de peso (os “4 Ps”). Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são:
fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções de
repetição. Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como
neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. Entretanto, como já
mencionado, o diabetes é assintomático em proporção significativa dos casos, a suspeita
clínica ocorrendo então a partir de fatores de risco para o diabetes (NICE, 2015).

Tratamento.

Pela maior complexidade do cuidado, esses pacientes são em geral


acompanhados por especialista endocrinologista. O encaminhamento deve ser imediato,
com o cuidado de evitar demora no atendimento, pois, eles apresentam risco elevado de
descompensação metabólica (SPRINKS, 2007).

A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha
do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das
insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/ trabalho, atividades físicas, padrão
de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela
família. A terapêutica no diabetes mellitus tipo 1 (DM1) historicamente tem seguido a
tríade insulina/alimentação/ atividade física (KORDONOURI, 2011).

Com os novos avanços tecnológicos e terapêuticos, e novos conhecimentos dos


fatores psicológicos e sociais que envolvem o diabetes, poder-se-ia dizer que hoje a
tríade deveria mudar para insulina/ monitorização/educação em diabetes, incluindo em
educação a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas
famílias

ESPONDILITE ANQUILOSANTE

Definição

A espondilite anquilosante é doença reumática sistêmica, autoimune,


inflamatória e crônica que pertence a uma família de doenças chamadas
Espondiloartrites Soronegativas, que também inclui a Artrite Psoriásica, Artrite
Enteropática e Artrite Reativa. Espondilite significa inflamação da coluna, e
Anquilosante significa a fusão, ou solda, de dois ossos em um só (BRAUN,2002).
A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que espondilite anquilosante
ocorre quando o sistema imunológico do corpo passa a atacar suas próprias articulações,
por razões ainda não compreendidas. Normalmente, as articulações entre os ossos da
coluna e/ou as articulações entre a coluna e o quadril (articulações sacroilíacas), são os
primeiros alvos desses ataques (REVEILLE, 2001).
A espondilite anquilosante não tem cura, e embora costume ser menos ativa
conforme o avanço da idade, o paciente deve estar ciente de que o tratamento é para
sempre. Portanto, o objetivo do tratamento é controlar a doença, aliviando os sintomas
dolorosos e reduzindo o risco de deformidades. Assim como melhorar a mobilidade da
coluna onde estiver rígida, permitindo ao paciente ter uma vida normal. Para tanto,
recorre-se tanto ao uso de medicamentos quanto a sessões de fisioterapia, correção
postural e exercícios, que devem ser adaptados a cada paciente. Além disso, a cirurgia
pode ser necessária caso haja necessidade de substituir a articulação do quadril
(KRAEMER, 2001).

Epidemiologia

Estudos mostram que cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 terão
espondilite anquilosante. Apesar disso, a maioria nunca será diagnosticada, pois ela se
apresentará de forma mais branda. Como o HLA-B27 está presente em 7% a 10% da
população, pouco mais de um em 100 indivíduos apresentará a doença. Filhos de
pacientes com espondilite anquilosante possuem riscos muito reduzidos de apresentar a
doença (até 15%) comparados às chances de 85% de gerar crianças saudáveis, sem a
doença (CUSMANICH, 2006).
Mesmo entre os 15% que sofram da doença, provavelmente apenas um
apresentará uma condição severa, o suficiente para interferir em sua vida normal. Pais
com espondilite anquilosante não devem testar seus filhos através de exames para
verificar a presença do gene o HLA-B27, pois não há como saber qual criança com esse
grupo sanguíneo apresentará a doença (KRAEMER,2001).

Mecanismo Imunológico
A doença afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das
articulações da coluna, fazendo com que ela se torne dura e inflexível. Além disso, afeta
também as grandes articulações, como: quadris, ombros e outras regiões. Por ser
autoimune, sabe-se que é causada por uma deficiência no sistema imunológico, que faz
com que ele ataque as próprias células e tecidos saudáveis do corpo, como se fossem
invasores. Não se sabe o motivo que leva a este comportamento (REVEILLE, 2001).
No entanto, quando “ativado”, o sistema imunológico ataca a coluna e as
articulações, ossificando os ligamentos da coluna, fazendo com que os ossos se fundam.
 Embora não exista cura para a doença, é muito importante diagnosticar a Espondilite
Anquilosante e tratar o quanto antes. Isso vai estacionar a progressão da doença, manter
a mobilidade das articulações acometidas, evitar maiores danos que podem trazer
sequelas, e reduzir os riscos de outros problemas relacionados, como doenças cardíacas,
entre outras (WANG, 2006).

Diagnóstico e Sintomatologia

O primeiro sintoma da espondilite anquilosante são as dores na coluna,


especialmente na região lombar, podendo irradiar para as pernas. Normalmente, essa
dor costuma persistir por mais de três meses, abranda com o movimento e aumenta com
o repouso. A maioria das pessoas percebem os primeiros sinais e sintomas da doença
entre o final da adolescência até os 30 anos, no entanto a espondilite anquilosante pode
iniciar em qualquer idade. É comum também que diferentes sintomas se apresentem, e
as pessoas sintam diferentes níveis de desconforto e redução de mobilidade
(CUSMANICH, 2006).

Algumas pessoas com espondilite anquilosante vivem anos achando que


possuem apenas costas rígidas, sem saber que podem ter uma doença autoimune. Tais
sintomas aparecem lentamente ou insidioso durante algumas semanas, e podem
desaparecer espontaneamente (são intermitentes) e recidivar depois de algum tempo
(BRAUN, 2002).

No início, a espondilite anquilosante costuma causar dor nas nádegas,


possivelmente se espalhando pela parte de trás das coxas e pela parte inferior da coluna.
Geralmente, um lado fica mais doloroso que o outro. Outros sintomas incluem rigidez
matinal da coluna, que diminui de intensidade durante o dia, o comprometimento
progressivo da mobilidade da coluna que vai enrijecendo (anquilose) e aumento da
curvatura da coluna na região dorsal (WANG, 2006).

Quando o sistema imunológico é “ativado”, e passa a atacar a coluna e as


articulações, a sensação é similar à de uma gripe, fazendo a pessoa se sentir muito
cansada, perder o apetite, peso e podendo até ter anemia. Já a inflamação das
articulações entre as costelas e a coluna vertebral pode causar dor no peito ao redor das
costelas, que piora com a respiração profunda devido à diminuição da expansibilidade
do tórax (DAGFINRUD, 2005).

Neste caso, não se deve fumar, pois os pulmões quando não podem expandir
normalmente ficam ainda mais suscetíveis a infecções. Com a evolução da doença, a
tendência é a dor tornar-se mais intensa, especialmente à noite. Com o passar do tempo,
a inflamação causada pela espondilite anquilosante pode também avançar para outras
regiões da coluna e outras partes do corpo, como quadril, ombros, joelho, calcanhar
(tendão de Aquiles) ou na parte de baixo dos pés (fasceíte plantar) (DAGFINRUD,
2005).

Tratamento.

A espondilite anquilosante é mais facilmente diagnosticada pelo reumatologista,


médico especializado em artrites e doenças autoimunes. Normalmente, seu diagnóstico
é baseado no histórico do paciente, conjunto de sintomas descritos por ele (dor nas
nádegas e dor nas costas) e exames físicos. Durante o exame físico, o médico examina
as costas e procura por espasmos musculares, focando na postura e na mobilidade,
examinando também outras partes do corpo para encontrar outras evidências (CLEGG,
2006).

De posse de todas essas informações, são pedidos exames sanguíneos, aliados à


exames de imagem (raios-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética)
das articulações sacroilíacas, da coluna e das juntas afetadas para confirmar o
diagnóstico. As alterações características costumam estar nas juntas sacroilíacas
(sacroileíte), mas também essas alterações podem levar alguns anos para desenvolver-
se. Portanto, podem não ser notadas na primeira consulta. Por isso, o médico avaliará o
paciente com relação à anemia e aos testes da velocidade de sedimentação das hemácias
(VHS) e proteína C Reativa (PCR), que informam quão ativa a doença está (CLEGG,
2006).

VASCULITE AUTOIMUNE

Definição

Vasculite significa inflamação dos vasos sanguíneos. Assim como chamamos


Apendicite à inflamação do apêndice ou Artrite à inflamação das articulações, também
pode haver inflamação dos vasos sanguíneos (SUNDERKÖTTER, 2018).

As lesões causadas pela vasculite dependem, por um lado, do tamanho do vaso


afetado, por outro, do órgão ou órgãos atingidos, dando origem a vários tipos de
vasculite. Por exemplo, a lesão de pequenos vasos da pele poderá causar manchas
cutâneas e pequenas zonas de pele desvitalizada, a qual recuperará com a melhoria da
vasculite. Se os vasos atingidos forem os dos rins, poderá haver comprometimento do
bom funcionamento destes órgãos, com repercussão grave no organismo e necessidade
de intervenção terapêutica urgente (HOFFMAN, 2014).

Epidemiologia

A incidência anual da doença seria de 2,4 casos a cada milhão de pessoas. A


vasculite primária do SNC acomete igualmente homens e mulheres. A idade média no
diagnóstico é de cerca de 50 anos, e 50% dos pacientes têm entre 37 e 59 anos de idade
no momento do diagnóstico (CARLSON, 2006).

A sobrevida é afetada pela doença e o aumento da mortalidade é associado a


infartos cerebrais e quando a doença envolve grandes vasos. Um subgrupo da doença
consiste o que é denominado de vasculite primária de SNC rapidamente progressiva,
que muitas vezes tem um desfecho fatal (JANNETTE, 2013).

Mecanismo Imunológico
A causa e a patogênese da vasculite primária SNC são desconhecidos. A doença é
rara, o que dificulta estudos sobre sua fisiopatologia, acredita-se que a doença tenha
múltiplos fatores influenciando seu aparecimento. Os agentes infecciosos têm sido
propostos como fatores precipitantes, pois infecções de SNC por vírus como
varicela/zoster e de outros vírus são descritos como associados a quadros que simulam
vasculites (SUNDERKÖTTER, 2018).
As células T parecem ter papel importante na patogênese da vasculite, o que
sugere que o processo pode ser secundário a algum antígeno específico nos vasos
cerebrais que desencadeiam resposta imune. A presença de angiopatia amiloide com
inflamação e destruição tecidual também é bem descrita e em geral ocorre em pacientes
com maior idade (HOFFMAN, 2014).
Alguns pacientes podem apresentar o que é denominado de vasculite primária de
SNC rapidamente progressiva, com evolução rápida e frequentemente fatal, neste caso
existe na maioria dos casos associação com uma forma histológica necrotizante de
vasculite (CARLSON, 2007).

Diagnóstico e Sintomatologia

O diagnóstico da vasculite é feito pelo angiologista ou reumatologista e será


feito após a analise do histórico de doenças da pessoa, e em alguns casos pode ser
solicitado exames laboratoriais como, detecção de anticorpos anti-citoplasma (ANCA)
que são anticorpos que atacam o citoplasma, exame de urina, eletrólitos, creatinina,
exame de sangue completo e exame FAN, que tem como objetivo detectar a presença
do autoanticorpos no sangue (LANE, 2005).

Muitas pessoas com vasculites sentem sintomas gerais como mal-estar, febre,
fadiga, perda de apetite e perda de peso. Os outros sintomas variam de acordo com a
parte do corpo que é afetada: Pele: manchas na pele. As mais frequentes são arroxeadas
e peque nas, aparecendo em grupos (púrpura) (JANNETTE, 2013).

Podem também aparecer úlceras. Pulmão: tosse, falta de ar ou expulsão de


sangue pela boca através da tosse. • Nervos dos membros: fraqueza muscular e
alterações da sensibili dade (sensações de “formigueiro” ou “entorpecimento”). Rim:
presença de proteínas e/ou de sangue na urina (que pode tor nar ou não a urina escura),
hipertensão arterial (“tensão alta”), membros e face inchados, podendo originar por
vezes insuficiência renal (falência do funcionamento do rim), com necessidade de tra
tamento por hemodiálise (em que uma máquina funciona pelo rim, limpando o sangue),
Intestino: dor abdominal, sobretudo depois das refeições ou o apa recimento de sangue
nas fezes. Articulações: dores articulares ou artrite (inflamação das articulações que se
manifesta por inchaço, calor, vermelhidão e dificuldade em movimentar a articulação),
Nariz e ouvidos: sinusites recorrentes (inflamação dos seios perinasais que se
manifestam por exsudado nasal, hemorragias nasais e crostas nasais), úlceras nasais ou
otites recorrentes (inflamação dos ouvidos), Olhos: dificuldade na visão, visão dupla ou
turva, dor no olho ou olho vermelho (PELEG, 2017).

Tratamento

O tratamento nas últimas duas décadas alterou-se completamente – a maioria das


vasculites podem agora ser controladas e às vezes podem até ser curadas. A questão
atualmente concentra-se nos efeitos secundários de alguns tratamentos (HOCHBERG,
2007).

O plano terapêutico, atualmente, inclui os fármacos, o exercício e o repouso


adequados, a dieta e a evicção do stress, do tabagismo, do frio e de determinados
medicamentos/alimentos que possam ter causado a vasculite. Os fármacos constituem
ainda a forma mais eficaz de tratar as formas graves das vasculites. É muito importante
não esquecer que as vasculites podem afetar muitos órgãos e sistemas diferentes e que,
portanto, podem existir formas muito diferentes da doença (LANE, 2005).

Estes medicamentos também podem proteger contra as infecções que podem


surgir como complicações dos imunossupressores. Os corticóides (Rosilan, Meticorten,
Lepicortinolo, Medrol, SoluDacortina) são fármacos frequentemente usados no
tratamento das formas graves das Vasculites. São formas sintéticas de hormonas que as
glândulas supra-renais do nosso corpo naturalmente produzem para fornecerem força e
potência extras ao corpo nos momentos de necessidade. São potentes anti-inflamatórios
(LANE, 2005).
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