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AUTOIMUNIDADE
Teresina -PI
2020
RAIMUNDO DELEY FONTELES DA SILVA
AUTOIMUNIDADE
Teresina – PI
2020
DOENÇAS AUTOIMUNE
Doenças autoimunes, também chamadas de autoimunidade, são doenças
causadas por falhas no sistema imune em distinguir o “próprio” do “não-próprio”,
fazendo com que o sistema imune identifique células próprias e saudáveis como
ameaças e inicie uma resposta de defesa contra elas. Alguns exemplos mais conhecidos
de doenças autoimunes, são: diabetes mellitus tipo 1, lúpus eritematoso
sistêmico, síndrome de Sjögren, tireoidite de Hashimoto, doença de Graves e artrite
reumatoide (GIRELLO,2002).
Durante o processo de formação, o sistema imune passa por diversas etapas que
visam controlar e regular para que sua formação seja adequada e funcional. Dentre as
fases de regulação, após garantir que seus linfócitos sejam capazes de reconhecer MHC
próprio (linfócito T, apenas), a segunda etapa de regulação é garantir que os linfócitos
não reconheçam (não respondam contra) o próprio organismo. Nessa fase, as células são
apresentadas à antígenos diversos e aquelas que possuem afinidade alta para antígenos
próprios são rapidamente eliminadas devido ao perigo iminente que elas teriam se isso
não ocorresse. Todo este processo é chamado de tolerância central (BORDIN, 2001).
É possível que o ambiente celular que ela se encontre faça com que esta célula
volte a ser ativa, e portanto, autoreativa; reação cruzada de antígenos microbianos e
próprios alguns patógenos possuem antígenos bastante semelhantes estruturalmente com
antígenos próprios. Assim, após uma infecção as células que possuem semelhança,
podem ser capazes de reagir contra o próprio e desencadear uma autoimunidade;
defeitos nas células supressoras – algumas células são importantes supressoras da
ativação do sistema imune, como os linfócitos T supressores. Havendo falha na ativação
e na atuação destas células, perde-se seu efeito inibidor e assim, pode-se favorecer a
ativação de células autoreativas. Apesar de serem diversos, estes mecanismos
geralmente não são únicos, mas acontecem concomitantemente dois ou mais,
favorecendo completamente o quadro de desenvolvimento de autoimunidade
(ROBAZZI, 2017).
Ao decorrer desse trabalho será descrito 5 doenças autoimune, onde será exposta
suas Definição, Epidemiologia, Mecanismo Imunológico, Diagnóstico e Sintomatologia
e o Tratamento.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
Definição
Epidemiologia
A Esclerose Múltipla tem sido foco de muitos estudos no mundo todo, o que têm
possibilitado uma constante e significativa evolução na qualidade de vida dos pacientes,
que são geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos. De acordo com o
Atlas da Esclerose Múltipla de 2013, a prevalência da doença no Brasil é de 5,01 a 20
pessoas a cada 100 mil habitantes. Quanto mais distante da linha do equador, maior a
prevalência (GREGORI,2002).
Mecanismo Imunológico
Existe uma série de doenças inflamatórias e infecciosas que podem ter sintomas
semelhantes ao da Esclerose Múltipla. O mais importante é aliar os aspectos:
conhecimento médico, a história da pessoa e exames físicos, neurológicos e
laboratoriais.
Segundo Caleffi (2003) os sintomas mais frequentes são: fraqueza muscular,
espasticidade, dificuldade de locomoção, parestesias, fadiga, alterações de visão, perda
da audição, alterações esfincterianas, emocionais, cognitivas, alterações na deglutição,
na fala e alterações vocais.
Apesar da etiologia permanecer ainda desconhecida, a teoria que atualmente
reúne mais consenso propõe que em indivíduos geneticamente predispostos e com uma
tolerância imunológica anômala, determinados fatores ambientais desregularão o
sistema imunitário (STADELMANN, 2011)
Tipo 1 Evolui em surtos cujos sintomas ocorrem de maneira súbita com posterior
recuperação parcial ou total dos mesmos, neste caso chamada Esclerose Múltipla
Remitente Recorrente (EMRR) ou surto remissão.
Tipo 2 Evolui sem surtos, mas com sintomas progressivos acumulados ao longo do
tempo, neste caso chamada Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EM PP).
Tipos 3 Evolui com sintomas lentos e progressivos com o tempo em indivíduos que
possuem a forma remitente recorrente inicialmente EMRR pode evoluir com ganho de
sintomas sem surto em geral após 20 anos de doença pode ser observado e aqui
chamado de Esclerose Múltipla Secundaria Progressiva. A forma mais comum de
esclerose múltipla é a recorrente-remitente (quando os surtos podem deixar sequelas ou
não).
Tratamento
DOENÇA DE ADDISON
Definição
Epidemiologia
Mecanismo Imunológico
Diagnóstico e Sintomatologia
Diagnóstico Clínico
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico de insuficiência adrenal primária pode ser feito apenas com
dosagens séricas basais de cortisol, que vai estar reduzido, e de hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), que, compensatoriamente, aumenta. Na presença de
ACTH elevado, níveis séricos basais de cortisol abaixo de 3 mcg/dL já indicam a
presença de insuficiência adrenal, enquanto níveis acima de 16 mcg/dL excluem esse
diagnóstico. Se houver dificuldade na interpretação ou realização do ACTH sérico, pode
ser realizado teste de estímulo com 250 mcg de ACTH por via endovenosa (EV) ou
intramuscular (IM), com dosagens de cortisol sérico aos 30 e 60 minutos após a injeção.
No teste de estímulo com ACTH, um valor de cortisol sérico acima de 18 mcg/dL afasta
o diagnóstico. Alternativamente, o diagnóstico pode ser feito por meio de dosagens da
atividade da renina (aumentada) e da aldosterona (baixa) (LOVAS, 2002).
Outros exames que podem estar alterados nos pacientes com insuficiência
adrenal primária são os níveis séricos de eletrólitos. O sódio em geral encontra-se baixo
(hiponatremia) e o potássio pode estar elevado (hiperpotassemia), porém a presença das
duas alterações nem sempre é observada. Além disso, cerca de 10%- 20% dos pacientes
apresentam hipercalcemia no momento do diagnóstico (SILVA, 2004).
Tratamento
DIABETES TIPO 1
Definição
Epidemiologia
Mecanismo Imunológico
Diagnóstico e Sintomatologia
Tratamento.
A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha
do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das
insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/ trabalho, atividades físicas, padrão
de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela
família. A terapêutica no diabetes mellitus tipo 1 (DM1) historicamente tem seguido a
tríade insulina/alimentação/ atividade física (KORDONOURI, 2011).
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Definição
Epidemiologia
Estudos mostram que cerca de 20% dos indivíduos com HLA-B27 terão
espondilite anquilosante. Apesar disso, a maioria nunca será diagnosticada, pois ela se
apresentará de forma mais branda. Como o HLA-B27 está presente em 7% a 10% da
população, pouco mais de um em 100 indivíduos apresentará a doença. Filhos de
pacientes com espondilite anquilosante possuem riscos muito reduzidos de apresentar a
doença (até 15%) comparados às chances de 85% de gerar crianças saudáveis, sem a
doença (CUSMANICH, 2006).
Mesmo entre os 15% que sofram da doença, provavelmente apenas um
apresentará uma condição severa, o suficiente para interferir em sua vida normal. Pais
com espondilite anquilosante não devem testar seus filhos através de exames para
verificar a presença do gene o HLA-B27, pois não há como saber qual criança com esse
grupo sanguíneo apresentará a doença (KRAEMER,2001).
Mecanismo Imunológico
A doença afeta os tecidos conjuntivos, caracterizando-se pela inflamação das
articulações da coluna, fazendo com que ela se torne dura e inflexível. Além disso, afeta
também as grandes articulações, como: quadris, ombros e outras regiões. Por ser
autoimune, sabe-se que é causada por uma deficiência no sistema imunológico, que faz
com que ele ataque as próprias células e tecidos saudáveis do corpo, como se fossem
invasores. Não se sabe o motivo que leva a este comportamento (REVEILLE, 2001).
No entanto, quando “ativado”, o sistema imunológico ataca a coluna e as
articulações, ossificando os ligamentos da coluna, fazendo com que os ossos se fundam.
Embora não exista cura para a doença, é muito importante diagnosticar a Espondilite
Anquilosante e tratar o quanto antes. Isso vai estacionar a progressão da doença, manter
a mobilidade das articulações acometidas, evitar maiores danos que podem trazer
sequelas, e reduzir os riscos de outros problemas relacionados, como doenças cardíacas,
entre outras (WANG, 2006).
Diagnóstico e Sintomatologia
Neste caso, não se deve fumar, pois os pulmões quando não podem expandir
normalmente ficam ainda mais suscetíveis a infecções. Com a evolução da doença, a
tendência é a dor tornar-se mais intensa, especialmente à noite. Com o passar do tempo,
a inflamação causada pela espondilite anquilosante pode também avançar para outras
regiões da coluna e outras partes do corpo, como quadril, ombros, joelho, calcanhar
(tendão de Aquiles) ou na parte de baixo dos pés (fasceíte plantar) (DAGFINRUD,
2005).
Tratamento.
VASCULITE AUTOIMUNE
Definição
Epidemiologia
Mecanismo Imunológico
A causa e a patogênese da vasculite primária SNC são desconhecidos. A doença é
rara, o que dificulta estudos sobre sua fisiopatologia, acredita-se que a doença tenha
múltiplos fatores influenciando seu aparecimento. Os agentes infecciosos têm sido
propostos como fatores precipitantes, pois infecções de SNC por vírus como
varicela/zoster e de outros vírus são descritos como associados a quadros que simulam
vasculites (SUNDERKÖTTER, 2018).
As células T parecem ter papel importante na patogênese da vasculite, o que
sugere que o processo pode ser secundário a algum antígeno específico nos vasos
cerebrais que desencadeiam resposta imune. A presença de angiopatia amiloide com
inflamação e destruição tecidual também é bem descrita e em geral ocorre em pacientes
com maior idade (HOFFMAN, 2014).
Alguns pacientes podem apresentar o que é denominado de vasculite primária de
SNC rapidamente progressiva, com evolução rápida e frequentemente fatal, neste caso
existe na maioria dos casos associação com uma forma histológica necrotizante de
vasculite (CARLSON, 2007).
Diagnóstico e Sintomatologia
Muitas pessoas com vasculites sentem sintomas gerais como mal-estar, febre,
fadiga, perda de apetite e perda de peso. Os outros sintomas variam de acordo com a
parte do corpo que é afetada: Pele: manchas na pele. As mais frequentes são arroxeadas
e peque nas, aparecendo em grupos (púrpura) (JANNETTE, 2013).
Tratamento
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