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Gl curso Sistemas de aterramento - Projeto, construgao, medigédes e manutengao DEZEMBRO 2014 | OaQUUeNES Glen) - cine Sh epriaials | : SHGASIUNEM 6 Bose q t a ACME 3 santa conan nas aON eceecceccecerecenns INDICE Introdugao Definigdes basicas Principais finalidades dos sistemas de aterramento Principals requisites dos sistemas de aterra Resisténcia de aterramento conceto fisico Eletrodo ideal de aterramento Célula resisténela de aterramento eletrodo ideal Cloulo potenciais no solo eletrodo ideal ‘Meio onde ser Implantado o sistema de aterramento Valores tipicos de resistividade Observagées importantes com relacdo a variagao da resistividade com a agua, sais e temperatura Medigéo da resistividade do solo [ ABNT NBR 7117:12] Método de medigao Interferéncias elétricas e mecénicas Critério para determinar o ntimero de minimo de pontos @ serem medidos Andlise dos valores medidos Estratificagdo ou modelagem matematica do solo Métodos de modelagem do solo Estratificaciio pelo método grafico de comparaco de curvas Estratificagao pelo método grafico aproximado Resistividade aparente Metodologia para o célculo da resistividade aparente Dimensionamento de sistemas de aterramento (S.A.) - METODOLOGIA Dimensionamento de sistemas de aterramento eletrodo vertical, HASTE PAGINA 15 16 7 18 19 2 24 ar 34 40 40 45 48 49 82 lEng°Galeno Lemos Gomes: aterramento@galenoengenharia.com.br Lis iN Cu SOS ‘Alternatives para a redugéo da resisténcia de aterramento Dimensionamento (SA) hastes em paralelo dispostas em linha reta Dimensionemento (SA) com tratamento do solo Dimensionamento (SA) condutor horizontal Dimensionamento (SA) composto de hastes em linha interligadas por condutor horizontal Dimensionamento de matha da aterramento sob 0 ponio de vista operative, sem hastes Dimensionamento de malha de aterramento sob o ponto de vista operative, com hastes Dimensionamento (SA) quadrado vazio Dimensionamento (SA) quadrado chelo Dimensionamento (SA) profundo Dimensionamento da bitola dos condutores dos sistemas de aterramento Esquemas de atorramento Alerramento de referéncia de sinal -MRS Concetto de equalizagéo de potenciais Mélodode medigdo da resisténcia de aterramento @ dos potenciais na superficie Do solo Médulo 1 H- Estratifiacao exemplos 1-2. Sistemas de aterramento exemplos de caloulo 13-Comoséo Méduto it II-4-Dimensionamento de malhas sob o aspecto de seguranca 11-2-Calculo da corrente de malha pelo método simpliicado [ABNT NBR 8449:84] 11-3-Terrémetro alicate, conforme ABNT NBR 18749:09 Méduto tt Ill-4-Sistemas de aterramento SPDA lil-2-Solda Exotérmica Iil8- BONUS- Introdugéo a protegéio de equipamentos sensiveis-ET1 Referéncias Eng.Galeno Lemos Gomes: _aterramento@galenoengenharia.com.br 56 57 66 72 73 76 7 79 8 83, a6 89 96 103, 110 4124 128 130 443, 149 183 212 1-INTRODUGAO: Historicamente, a ligagdo a terra (ATERRAMENTO) surgi da necessidade de se ofetuar a protegéo contra 08 danos causados pelas elevadas corentes associadas as descargas atmosféricas (raios) 6 também do ponto de vista de protegdo quanto a dissipar a eletricidade estatica acumulada, Todas as pares motdlicas pertencentes aos equipamentos, n&o submetidas nomalmente as Correntes devido a carga dos circultos, devem ser conectados através dos chamados condutores de aterramento aos eletrodos de aterramento_os quais por sua vez estéo Imersos no solo, criando 0 que normaimente chamamos de aterramento de seguranga ou de protegao. Com desenvolvimento dos sistemas de geragao, transmisséo e distribuigo a ligagdo a terra passou a ser ainda mais nocesséria com finalidade de proteger as pessoas 0 os equipamentos, nascendo dai & necessidade do chamado aterramento do sistema, que nada mais 6 do que a ligacdo a terra de um Condutor "vivo", normalmente 0 ponto neutro do sistema de gerago ou transformagio, deste modo garante-se um retomo das correntes de defelto (de seqdiéncia zero) pela terra (caso por exemplo de um condutor tocando 0 solo) para a origem das mesmas (gerador e/ou transformador) possibiltande deste modo & operagdo rdpida das protegdes (fusiveis, disjuntores). A terra portato pode ser considerada como denominador comum para todos os equipamentos elétricos. E Importante observer que nos sistemas de distribuicdo_de baka tensfo, principalmente na alimentagae de equipamentos eletro-eletronicds sensiveis (ET) deve-se fazer com que este retorno a fonte das correntes de defeito sejam através de um ‘caminho metélico" 9 no pela terra, normalmente no caso do sistema trifésico, por um tercero condutor chamado de condutor de Protegao (PE), o qual deverd ter sua isolaggo com a cor verde ou verde e amarelo. O aterramento de seguranga ou de protegao atuando em conjunto com os dispositives de protecdo tals como fusiveis, relés e disjuntores, tem os seguintes objetivos: proteger as pesscas © os equipamentos contra as tensées e correntes de valores no suportaveis pelo corpo humano e pelos roprios equipamentos. Coneeitualmente 6 muito importante termos bem claro de que o sistema de aterramento, 6 um onto muito importante, mas ndo e o unico que teremos que dedicar muita e especial atencao. Atualmente é cada vez mais importante aten¢do sobre todos os sequimentos que compéem uma instalagao elétrica, principalmente naquelas onde. equipamentos eletro-eletronicos sensivels (ET) estéo presentes. 2-DEFINIGOES BASICAS: [Fonte ABNT NBR 15749:2009] 2.4 ATERRAMENTO: Ligagao intencional de parte eletricamente condutiva a terra, através de um condutor elétrico 2 -CONDUTOR DE ATERRAMENTO: Condutor ou elemento metalico que, nao estando em contato com 0 solo, faz a ligacdo elétrica entre uma parte de uma instalagdo que deve ser aterrada e 0 eletrodo de aterramento 2.3-CORRENTE DE INTERFERENCIA: No proceso de medigéo resistividade do solo © da resisténcia de aterramento, qualquer corrente estranha ao processo de medigiio, capaz de influenciar seus resultados 2.4- ELETRODO DE ATERRAMENTO: Elemento ou conjunto de elementos do sistema de aterramento que assegura o contato elétrico com o solo ¢ dispersa a corrente de defeito, de retomo ou de descarga atmosférica na terra. 2.5-ELETRODO NATURAL DE ATERRAMENTO: Elemento condutor ligado diretamente a terra cuja finalidade original nao de aterramento, mas que se comporta naturaimente como eletrodo de aterramento 2.6-MALHA DE ATERRAMENTO: Conjunto de condutores nus, interligados e enterrados no solo 2.7-POTENCIAIS PERIGOSOS: Potenciais que podem provocar danos quando aplicados ao elemento tomado como referéncia 2.8- POTENCIAL TRANSFERIDO: Valor do potencial transferido para um ponto remoto de um dado sistema de aterramento 2.9-RESISTENCIA DE ATERRAMENTO DE UM ELETRODO: relagao da tensdo medida entre o eletrodo e o terra remoto e a corrente injetada no eletrodo 2.10-RESISTIVIDADE APARENTE DO SOLO: Resistividade vista por um sistema de aterramento qualquer, em um solo com caracteristica de resistividade homogénea ou estratificado em camada, cujo valor 6 utilizado para o cAlculo da resisténcia de aterramento desse sistema 2.11-RESISTIVIDADE ELETRICA DO SOLO: Resistividade do solo. Resisténcia entre faces opostas do volume de solo, consistindo em um cubo homogéneo e isétropo cuja aresta mede uma unidade de comprimento 2.42-RESISTIVIDADE MEDIA DO SOLO A UMA DADA PROFUNDIDADE: Valor de resistividads resultante da avaliagao das condigdes locais @ do tratamento estatistico dos resultados de diversas medigées de resistividade do solo para aquela profundidade, ofetuadas numa determinada drea ou jocal, e que possa ser considerada como representativo das caracteristicas létricas do solo. [Ref. ABNT NBR 7117/12] 2.13-SISTEMA DE ATERRAMENT( Conjunto de todos os eletrodos ¢ condutores de aterramento, interiigados ou néo entre si, assim como partes metalicas que atuam direta ou indiretamente com a fungo de aterramento, tais como: torres Pérticos, armaduras de edificagdes, capas metdlicas de cabos, tubulagdes e similares 2.14-TENSAO DE PASSO: Diferenga de potencial entre dois pontos da superficie do solo separados pela distancia de um passo de uma pessoa, distancia esta considerada igual a 1,0 metro 2.15-TENSAO DE TOQUE: Diferenga de potencial entre uma estrutura metdlica aterrada © um ponto da superficie do. solo separado por uma distancia horizontal equivalente ao alcance normal do brago de uma pessoa. Por definigdo considera-se esta distancia igual a 1,0 metro. 2.16-TENSAO MAXIMA DO SISTEMA DE ATERRAMENTO: Tenséo maxima que um sistema de aterramento pode atingir relatlvamente ao terra de referénoia, quando houver ocorréncia de injegdo de corrente de defeito, de retomo ou de descarga atmosférica para 0 solo 2.17-TERRA DE REFERENCIA PARA UM ELETRODO OU SISTEMA DE ATERRAMENTO {OU PONTO REMOTO): Regido do solo suficientemente afastada da zona de influéncia de um eletrodo ou sistema de aterramento, tal que a diferenga de potencial entre dois quaisquer de seus pontos, devido a corrente que circula pelo eletrodo para a terra, seja desprezivel. E_uma_superficie praticamente equiipotencial que se considera como zero para referéncia de tensdes elétricas. TENSAO DE| [TENSKODE FeNsAO pe TENSAO DE TOQUE [TRANSFERENCIA TOQUE Massa. massa tet] qexsao De oo 1 i vim Tat iN perew pe 1\ \ APOTENCIAL 1 Heshisa2] Maal Telsko i Wey pak MAXIMA Lee Nbc cS Og)sIsTEMA NLL eP i MENTO A it? SY, “nee Ts. TERRA DE REFERENCIA “TERRA DE REFERENCIA Figura4- TensGes em uma instalacdo- (Ref.|EEE 80-2000] 3-PRINCIPAIS FINALIDADES E REQUISITOS DOS SISTEMAS DE ATERRAMENTO: 3.4-PRINCIPAIS FINALIDADES: 3.1.1-Possibilitar 0 escoamento através do condutor de aterramento até os eletrodos de aterramento, componentes do sistema de aterramento, da corrente devido a uma falha da 'solagao dos equipamentos e/ou circuitos elétricos, permitindo com que a mesma retorne a sua fonte, possibiitando em conseqiiéncia a devida atuagéo das protegdes, tals como fusiveis, disjuntores e similares. 3.1.2-Proporcionar 0 escoamento para a. terra das correntes associadas a eletricidade estatica, evitando deste modo faiscamentos perigosos do ponto de vista da geragdo de explosées; 3.1.3-Manter os potenciais que surgem nas partes metélicas de estruturas e carcagas metalicas de equipamentos, acidentalmente energizadas, dentro dos limites considerados Seguros, para os operadores e para os préprios equipamentos: 3.1.4-Possibilitar 0 controle dos potenciais desenvolvidos no solo (tensdo de passo, toque e transferéncia), dentro dos vatores admissiveis, quando do retomo da corrente de fatha a sua origem, fonte de alimentago, transformador ou gerador; 3.1.5-Possibilitar a diminuiggo dos valores das tensdes fase-terra durante transitorios no Sistema elétrico, tals como falhas fase-terra, chaveamentos e similares de tal maneira que o nivel basic de isolag4o dos equipamentos (NBI) nao sejam ultrapassadas; 3.1.6-Possibilitar um caminho de escoamento de baixa impeddncia, para a terra das correntes associadas as descargas atmosféricas (raios); 3.1.7-Especificamente no caso dos sistemas eletrOnicos, fornecer um plano de referéncia sem perturbagdes, fundamental para o bom funcionamento dos mesmos, esta ditima fungao tomou-se fundamental com o surgimento dos equipamentos eletrSnicos sensiveis (ET!); 3.1.8-Proporcionar balxos valores de resisténcia (impedancia, nas altas frequéncias) de aterramento. 3.2-PRINCIPAIS REQUISITOS: 3.2.1-Possuir adequada capacidade (ampacidade adequada) para conduzir, sem sofrer alteragdes de suas caracteristicas elétricas e mecénicas, as correntes de falha durante 0 tempo necessario para atuagao das proteges, 0 mesmo acontecando no caso das descargas atmosféricas (raios), quando da dispersdo para a terra das geralmente elevadas correntes associadas as mesmas; 3.2.2. Ter rigidez mecAnica suficiente, especialmente em locais onde houver possibilidade de danos fisicos; 3.2.3 Os materiais utilizados nos sistemas de aterramento devem ser especificados de tal ‘maneira a suportar os efeltos da corrosdo, caracteristico dos locais onde forem instalados; 3.2.4. As conexdes ndo devem sofrer nem corrosdo nem afrouxamento; 3.2.5. O dimensionamento dos sistemas de aterramento devem ser executados, de tal maneira que nao sejam permitidos "ELOS" fracos, conforme esquematizado na figura 2 CONDUTOR- Resistencia a fusdo durante a disipagdo de corrente. ‘Ser mecanicamente resistonte para evtar danos fseos. Apresentar baa resistencia eltice para evitar aquesimento quando da paseagem de corrente. GONETOR- Nao deve apresenta menar cordutvidade do que 0 condutor No dove softer corrosdo nem afrouxar (ideal uso de lca exotsimica) (Deve ter capacitade para_suporarcorrente devdo a fathas sucessivas HASTE DE ATERRAMENTO. Deve ter ighdez mecdnica para possibilarcravamento Deve estar de acordo com a NBR 13571, processo de fabricagio eletoiico com ccameda de cobre minima de 0,254, uantitade e dimenstes adequadas para dspersar as correntes envalvdae HASTE-SOLO - O solo junto es hastes deve estar tanto quanto posslvel compactado, o's ¢justarente na camada de transiofo haste-sla once se concentram os valores mals elevados das componentes da resistencia de aterament, [As hastes devem ser em quantdade sufcienta, ter afastamentoe protundidade adequados, SOLO- A resistvidade do melo onde seré implantado 0 sistema de atarramento precisa ser conhecia na maior pate dos casos atavés de madigées. NBR 7117/12. ‘A reslstvidade vara basicamente com a temperatura, umidade, compasigso ‘geol6gica, compactagto, quantidade de sa Normaimente os solos possuem valores de resistvidade que variam com a rotunda Figura 2- Os sistemas de aterramento nao devem ter "ELOS' fracos RES! ENTO, CONCEITO Fisici © conceito fisico da resisténcia de aterramento, pode ser facilmente entendido através do sistema tipico de aterramento/protecdo representado pela Figura 3, composto da carcaga metélica aterrada de um motor € 0 conjunto de dispositivos de protecdo (fusivels e/ou disjuntores) instalados nas fases, os quais deverdo interromper @ corrente de falha, no caso de um curto-circuito, em um determinado intervalo de tempo; isto quando a mesma circular através do sistema de aterramento para o neutro da fonte, transformador ou gerador, aravés da terra, quando na auséncia do condutor de protegao (PE). O mais seguro (corrsto) 4.2 prosonga do condutor de protegd (PE), 0 mesmo foi rotirado com o objetivo de facilitar a ‘explicagao do conceito fisico da resisténci Cabe observar que a interigagao da carcaga metilica do motor a terra 6 felta através do chamado Condutor de aterramento (2), que por sua vez 6 conectado ao chamado eletrodo de aterramento (4). A oposigao a corrente de fala que neste caso espectfico tende circular do ponto de defeito para a fonte, da forma descrta anteriormente, pode ser caracterizada como sendo a chamada resisténcia de aterramento. A resisténcia de aterramento (Rat) resulta da soma das seguintes resisténcias parciais, fesisténcia da conexo do condutor de aterramento ao motor, fesisténcla do préprio condutor de aterramento; fsisténcia da conexdio condutor de aterramento a haste de aterramento; fesist@ncia da haste de aterramento em si; josisténcia de contato haste de aterramento-solo; RI Rs Ri R Rt Re ‘esisténcia do solo que envolve o eletrodo de ateramento. 220V-Trifésico Conductor de Protecdo (PE) dove ser instalado sempre junto com as fases. Rat= Rl+R2+ 73+ R4+R5+R6 Se 0 dimesionamento dos condutores e as conexdes forem adequadamente feitas, podemos escrever: R TBz0 ps. Fa: RAs0 F6#0 logo a resisténcia de aterramento é igual a: | Rat=R6 Figura 3 ~ Componentes da resisténcia de aferramento OBSERVAGAO IMPORTANTE: Esperamos que tenha ficado claro que 0 circuito da Figura 3 apresentada sem © (PE) durante a primeira parte da apresentagéo em aula, foi felta deste modo com 0 tinico objetivo de apresentar 0 eoncelto fisico da resisténeia de aterramento, na pratica 6 importante do ponto de vista de Seguranga quo a instalagéo do motor ou outro equipamento elétrico soja executada com a presenca do gondutor de protegdo (PE) indicado na figura 3 antorior, com a utilizagdo do mesmo a maior parcela da sorrente_cireulara pelo (PE), Cabe observar também que o condutor de protegao (PE) deve ser insialado 0 mais proximo possivel dos condutores das fases que_alimentam o motor, ou outro equipamento elétrico, para que desta maneira a impedéncia de retémo (sequéncia zero) pelo mesmo, no caso de um curto-circuito fase- terra seja a menor possivel. Dos varios componentes citados anteriormente que compéem o valor total da resisténcia de aterramento os _citados a sequir podem ser considerados como tendo um valor de resistencia desprezivel (valor de resisténcia aproximadamente igual a zero) em comparagdo com a resisténcia caracteristica do préprio meio onde foi implantado o eletrodo ou sistema de aterramento, no presente caso 0 solo: Resisténcia propria dos condutores, das conexdes e dos préprios eletrodos de aterramento, naturalmente quando forem convenientemente dimensionados/especificados e instalados, A componente representada pela resisténcia_de contacto eletrodo_de_aterramento-solo, quando estiver livre de camadas de tinta e/ou graxa e com o solo bem compactado, também pode ser considerada como praticamente igual a zero, ou seja também desprezivel, ELETRODO IDEAL DE ATERRAMENTO: ‘Apesar de na pratica nao encontrarmos eletrodos de aterramento iguais a estes, 0 estudo tedrico para a caracterizagao da resistencia de aterramento através do mesmo é de grande ajuda na compreenséo de aspectos praticos relatives néo sé aos eletrodos como também dos sistemas de aterramento reais, Para caracterizar_a resisténcia de aterramento de um eletrodo, considera-se um eletrodo com formato de uma semi-esfera condutora maciga, enterrada em um solo homogéneo, com sua superficie plana nivelada com a superficie do solo, conforme representado na Figura 4. Sendo que resisténcia de aterramento deste eletrodo semi-esférico 6 composto pela soma das resisténcias de um ntimero infinito de “finas* calotas semi-esféricas concéntricas ao eletrodo em questdo, tendo as mesmas uma espessura (dx), Cabe observar que quando circular uma corrente (J) do. eletrodo semi- esférico para a terra, iremos ter diversas superficies semi-esféricas com 0 mesmo potencial ou seja diversas superficies equiootenciais. Estas “finas’ calotas semi-esféricas irdo se estender desde a superficie externa do eletrodo até 0 infinito, o qual esta localizado normalmente a uma distancia de aproximadamente cinco vezes o ralo do eletrodo. superficie do solo Figura 4- Eletrodo ideal constituido por uma semi-esfera de raio (r) e diversas calotas semi-estéricas de espessura (tx) A gorrente (1), neste caso ideal, quando se dissioa para a terra o faré radialmente em relagdo a semi- esfera. As linhas pontihadas representam as diversas calofas semi-esféricas de espessi’a infinitesimal (dx). " Considerando-se 0 solo como um condutor pelo qual iré circular a corrente de defeito (1), fica claro que quanto mais afastado do centro (0) da semi-esfeta maciga estivermos, maior sera a seco transversal representada pelas diversas calotas semi-esféricas de espessura infinitesimal ( ax. nite wg pe & Considerando.; Se qual mesma 6 dada quer uma destas calotas Semi-estéricas de espessura ( dx ) a Fesisténcia da Pela formula P=resistividade em O.m (4) = espessura da calota semi-estérica S= area superficial da calota Semi-estéricg Substituindo-se (2) em (4 ) tem-se: (4) Considerando-se |r isto 6 distancia (X) da Figura 4 até o terra remoto, teremos: 2 [3-4] 2 (5) Férmula (6) utlizada para o célculo da rasisténcia de aterramento de um eletrodo semi-esférico ideal em um solo homogéneo. Sendo: R, = Resisténcia de aterramento verdadeira do eletrodo semi-esférico em O.m = raio do eletrodo semi-esférico em metros X=1r1= © = terra remoto ou de terra de referéncia P= resistividade do solo em Q.m, em solo homogéneo CALCULO DA TENSAO EM UM PONTO QUALQUER DISTANCIADO DE ( X ) DO CENTRO DO ELETRODO SEMI-ESFERICO: célculo da tenséio em um ponto qualquer da superficie do solo distanciado de (x) metros do centro do eletrodo semi-esférico pode ser calculado pela Formula (6): (6) A Figura 5 representa a curva das tensdes em varios pontos do solo nas proximidades do eletrodo semi-esférico ideal em um solo homogéneo. Figura 5- Distribuigdo de tensao no solo proximo ao eletrodo semi-esférico A resisténcia que a corrente (1) encontra_para se dissipar para 0 solo, 6 a resisténcia de aterramento verdadeira (R=) a qual é calculada pela Formula (6). Exemplo 1: Caicular para o eletrodo semi-esférico ( macigo ) de cobre os seguintes valores: 1-Resisténcia de aterramento; 2-Resisténcia de aterramento até uma distancia igual a duas vezes o ralo do eletrodo semi-esférico, ou seja a uma distancia de (2 xr); ‘3-Resisténcia de aterramento até uma distancia igual a cinco vezes 0 raio_do eletrodo semi-estérico, ou (x 4-Qual a maxima elevagao de potencial do sistema de aterramento composto pelo eletrodo semi- esférico; 5-Qual a tensdo de toque em uma estrutura situada a 4 metros do centro do eletrodo semi-esférico 5a- Qual o valor da corrente que ira circular pelo corpo do operador que tocar a citada estrutura ? 5b- O valor de corrente que ira circular, poder gerar fibri_ ventricular ? 6-Qual a tensdo de passo entre os pontos (4x r) @(5 xr) (pés sobre os pontos 4r @ Sr); 6a- Qual o valor da corrente que iré circular pelo operador ? 6b- A corrente que circula pelo operador iré causar fibrilagdo 7 Dados: Solo homogéneo,com resistividade (p) = 100Q.m 2, 416 Raio do eletrodo semi-esférico igual a = 1 metros woven UL Corrente do eletrodo para o solo 400A Leh male ‘Tempo de eliminagéo da falta = (1) = 0,5 segundos : Resistividade superficial = ax = 30000.m (brita) oS Vong wh pr tammy 10 4-Calculo da resisténcia de aterramento. ] sendo- r= = = terra remoto ou de referéncia 5,92 =160 éncia_de aterramento até uma distancia de duas vezes o ralo do eletrodo semi- esférico, ou seja (2x); logo (rt) = 2x1= 2m 3-Calculo da resisténcia de aterramento até uma distancia de cinco vezes 0 raio_do eletrodo semi- esférico, ou seja (5 xr); logo (ri) = 5x1= 5m Figura 6-Eletrodo semi-estérico com raio r=1metro em solo homogéneo com resistividade de 1009.m WW 4-Caloulo da elevagao maxima de potencial do sistema de aterramento. Culdados especiais devem ser tomados com relagao a interligago de aterramento de equipamentos que estejam fora do sistema de aterramento, quanto as tensées que podem ser tranferidas a um ponto remoto, 0 que caracteriza a chamada de tensdo de transferéncia.. No IEEE 80= 2000 esta elevacao de potencial € denominada de GPR ( Ground Potencial Rise). 100 Vmndximo =V_ = px! — = 100x 1 _ = 15927 m ar rrnrs’g 2x314x1 p 100 T= 2x21 _r00= 15927 Ou pode ser calculado por R,, x KP. Fem Vvmax.=1.591V eletrodo semi-estérico de raior = 1 metro Figura 7 - Operador fora da rea do sistema de aterramento, tocando um condutor metalico aterrado_no mesmo, Vmax. = tensdo de transferéncia. Esta diferenga de potencial aparecerd em todo elemento condutr interligado a0 sistema de aterramento tendo sua extremidade afastada do mesmo. 5- Qual a Tensdo de toque na estrutura da figura 8: E 0 valor da tensao que aparece entre a estrutura metélica_aterrada a 4 metros do centro do eletrodo e um ponto situado no solo a um metro da mesma, conforme figura 8. Calcula-se a tensao em um ponto distanciado de (X) metros do eletrodo semi-esférico pela formula geral (7), neste caso 0X) = Smetros. Vy fazendo-se (X) = § metros, pois o operador esta a cinco metros de distancia do "xa 12 centro do eletrodo, teremos: I 100 ¥, = px = 100x 10 _ = 3187 5 Ps Oa 3 1ax5 Very Figura 8 - Tensdo de toque Logo a tensdo de toque (Vt) sera iguala: = Vf= Vm—Vsm = 1.592- 311 74 V Dados: Valor maximo de corrente de choque que em 99,5% das pessoas no gera fibrilagao ventricular pode ‘ser calculada para pessoas de 50 kg, pela formula: oh = 9 ‘Sendo (t) 0 tempo de eliminagao da falta em segundos Ich = Fi A It Resistencia do corpo humano~ 10000, Resisténcla umpé = 3x os _ps'= Resistividade da camada superficial Resisténcia da m&o = zero. Célculo da tensio de toque maxima admissivel (Vimax, 0,116 0,116 Vimax. (Rch +15 psVolts (1000 +15 30007 = 5500 x 0,164 = 9027 Célculo da corrente que circulard pelo corpo do operador na situagao do item 5: 1274V = Ich(1000 + 1,5 x 3000) = Ich x 5500 1274 5500 ~ Ich =0,2314. ——____—» Valor de corrente que iré causar fibrilagao ventricular Pois 0 valor maximo de corrente admissivel pelo corpo humano é de 0,164A Respostas: Item 5a) O valor de corrente que ira circular pelo operador 6 de 0,231, Item 5b) O valor de corrente de 0,1231A ira causar fibrilagdo ventricular. 13 6- Qual a tensdo de passo. 6.1- Tensdo de passo na periferia; 6.2- Tensdo de passo em um ponto genérico. Vpe 6.1 lVpg 6.2 6.1- Tens&o de passo na periferi Vpe= Vp (r=1m) - Vp (r=2m) = 1592— V2 Vy = px —= 100-1 95V Xo 2xax2 2x314x2 Vp = 1.692-795 = 797 V 6.2- Tensdo de passo em um ponto genérico. Vpg= Vp (r=4m) - Vp (r=6m) = 100x100 3087 2x3,14x V, = px 4 100x100 3187, 2x314x5 Vpg= 398 - 318 = 80V 14 I al L Figura 9- Tensdo de passo na periferia e em um ponto genérico 6.a) Célculo da tensdo de passo maxima admissi Vpmdx = a (Reh +3x ps +3x ps Volts = it OAs (1000 + 6x ps) = 0,164 19000 = 31167 T91V <3116¥ Logo no produz fibrilagao, pois 0 valor da corrente que ciroula pelo corpo seré igual a: Vpe = Ich(Rch + 6x ps Volts = 197 = Ich(1000 + 6x ps) = Ich x19000 Teh =—27_ _ 0.04194 19000 Ich < Ichméx 6.b) Logo nao iré causar fibri A ait Se DOS VALORES CALCULADOS ANTERIORMENTE TEM OS SEGUINTES SIGNIFIGADOS NA PRATICA: 1-0 valor da resisténcia de aterramento deste eletrodo ideal semi-esférico ¢ diretamente proporcional a resistividade do meio, no caso o solo em que 0 mesmo. serd implantado, esta constatagdo é valida para todos os outros tipos de sistemas de aterramento, o que nos leva a concluir que 6 fundamental o conhecimento das caracteristicas elétricas do meio através do conhecimento dos valores da resistividade do mesmo, através de medigSes executadas no local da futura implantagdo deste sistema de aterramento. Os valores medidos, apés tratamento matematico adequado sero ullizados para a execugao dos projetos dos sistemas de aterramento em geral, 2- Dentre as diversas parcelas que somadas entram na compasigéo do valor final da resisténcia de aferramento de um determinado eletrodo, as que teri os mafores valores concentram-se na proximidade do mesmo; 3 Devido a concluséo do item 2, quando for necessério se fazer 0 tratamento do solo para a redugéo do valor da resisténcia de aterramento de um determinado elettodo, 0 mesmo deverd ser executado 0 mais préximo possivel deste eletrodo, procurando-se atuar principalmente na regio lite de transiggo entre 0 eletrodo e 0 solo, aluando-se sempre no volume de infuéncia préximo do mesmo. 4- Aproximadamente 80% da resisténcia de aterramento (Rat) est4 compreendida dentro de um volume entre as calotas semi- esféricas até uma distancia aproximada igual a cinco vezes o ralo do eletrodo_semi - esférico, em um solo homogéneo, de maneira aproximada esta conclusdo pode ser extrapolada para casos de sistemas de aterramento reais implantados em solos de heterogéneos, considerando-se o raio como sendo a maior dimensao do sistema de aterramento ( exemplficando: em uma malha de 50mx50m a maior dimensdo seria a diagonal * 70,2m). 5- valor da resistividade do meio onde seré implantado o sistema de aterramento deverd ser obtido através de medicbes, aplicando-se a norma brasileira NBR 7117/12. Observagdes: a) Os solos na prétca no podem ser considerados homogéneos, isto ¢ com o mesmo valor de resistvidade fem todas as diregdes e profundidades. Devido a este fato veremos posteriormente que teremas que modelar 0 solo (fazer a estrattioagéo) para posteriormente executarmos os célculos. 2) Os solos de um maneira genérica podem ser consideradas como uma matriz porosa preenchida por agua de impregnagéo cuje a resistvidade varia de 0,03 a 10 0.m. ©) O valor da resistvidade (p) depende fundamentalmente da agua de impregnagdo e da quantidade de sais ( presenga de ions) sendo que a variagéo do valor da resistvidade depende principalmente do grau de saturagéo, que nada mais é do que a fragHo ocupada pela égua em relagdo ao volume total de poros. 4-0 MEIO ONDE SERA IMPLANTADO 0 SISTEMA DE ATERRAMENTO: Como para se projetar adequadamente um sistema de ateramento as caracteristicas olétricas do melo onde 0 mesmo seré Implantado deve ser conhecida, como goraimente esta implantagdo & no solo, que é um resistividade & variével de local para local em fungdo do tipo, nivel de umidade, profundic formagio geolégica, temperatura, sali f outros fatores naturais, sendo também afetado por fatores extemios como ‘contaminagao e compactagdo, devemos endo obter os valores de resistividade caractoristica através de medigées. A Tabela {da figura 10 indica a ampla variagdo dos valores de resistividade em fungo do tipa de solo, sendo que a figura 11 nos indica as variagées tipicas da resistividade em funsdo da umidade, salinidade temperatura. Figura 5 ~ Distribuigao de tens&o no solo proximo ao eletrodo semi-estérico 15 16 Figura 10-Tabela | - Valores tipicos de resistvidade de alguns tipos de solo [Ref ABNT NBR 7117/12] IPOS DE SOLO” | FAIXADE RESISTWIDADES (im) ] ‘AGUA DO MAR, = ‘ALAGADICO, LIMO, HUMUS, LAMA 5-460 ~AGUADESTLADA | 300 ARGILA ~_ 800-8.600 wa ie ~CALCARIO 1500 = 5.000 ‘AREIA GRANITO 1500-10000 0S BASALTO 40000-20000 ‘ASFALTO (OMIDO) 'APARTIR DE 10.000 MOLHADO: 20 100 ‘GMIDO: 300 1.000 (CONCRETO (1) ‘SECO; 3KO.m -2M0.m eh Figura 14b Risgis Sum UaTaeray rca ae a a (a.m) Tewpenaruna °C 716-8 0 eo«80 T ESIADOSOLIDO- GEIO “tengo uno son gE uw smeroorsssnmee Figura 11- Variagdes tipicas de resistividade (p) do solo Podemos por simplicidade agrupar os solos em trés tipos bésicos: Primeiro tipo: Solo organico — com resistividade de 5 a 500 Q.m Sequndo tipo: Solo arenoso ou argiloso — com resistividade de 500 a 5.000 O.m Terceiro tipo: Solo rochoso —com resistividade de 5.000 a 50.000 O.m 4.1- OBSERVAGOES IMPORTANTES COM RELACAO AS VARIAGOES DA RESISTIVIDADE DO SOLO COM A QUANTIDADE DE AGUA, SAIS E TEMPERATURA: idade do solo depende fundamentalmente da agua de impregnagao, cuja resistividade varia de 0,3 a 10 0.m, e do grau de saturagao (que é a fragao ocupada pela aqua, com relagao ao volume total de poros) e a concentragao de sais nesta Agua de impregnacao; 4.1.2 As variagdes de temperatura influenciam nos valores de resistividade, do solo cabendo observar que a presenga de sais abaixam o ponto de congelamento da Agua, sendo que o ponto de transigdo fica em torno de 0 a 5 graus Celsius; .1.3-Nas temperaturas abaixo de zero, no ponto de congelamento da agua, ha um rapido aumento do valor da resistividade, pois além do gelo ser isolante , a dilatagao faz com que a area de contato entre os. inulos do solo diminua, com o conseqiiente aumento da resisténcia de contato, 14 lamento_das _bitolas dos condutores de um sistema de aterramento, devem ser levados em consideragao nda sé, em paises trios, 0 aumento da resistividade com 0 congelamento das camadas do solo, como também ndo deve ser permitido que os condutores se aquecam ao ponto de vaporizar a 4gua contida no solo. 4,2-COMPACTAGAO: A compactacao tem grande influéncia no valor da resistividade do solo pois dela depende a maior ou menor area de contacio enire os gros que o compdem, conforme esquematizado na figura 12, devido a este fato sempre quando da execugao dos sistemas de aterramento, 0 solo deve ser compactado apés 0 preenchimento das valetas e buracos feitos para implantagao dos eletrodos de aterramento, Cuidados devem ser tomados para que durante esta operaggo de re-aterro das valetas a terra original ndo seja misturada com entulho ou brit, (1)- Quanto meiora superficie de contacto menor o valor da resstivdade para um doterminado tipo de soto. (2)- Intersticios, entre os gros do solo, que quando cheios de agua aumentam a citada superficie diminuindo em conseqiiéncia o valor da resistividade, esta melhora se intensifica quando 0 sal esté presente, pois estaremos entéo fem presenga de uma soixdo eletoltica, Figura 12 - Representagao esquematica macrascépica de uma porgée de solo 7 4.2.4-OBSERVAGOES: 4,2.1.4-Isto no quer dizer que a colocagdo de sal para diminuir a resistividade do solo seja aconselhavel, muito pelo contrario, pois o mesmo além de ser lixiviavel facilita a corrosdo, 4.2.4.2-Nas especificagées para execugao de sistemas de aterramento deve ser previsto a compactagao do solo apés a implantagao do respectivo sistema, 4.2.4.3-A figura 12 também auxilia 0 entendimento da Influéncia da temperatura no aumento da resistividade do solo, pols além do gelo ser isolante, quando o mesmo se forma, haverd uma pequena dilatagdo que por sua vez afasta os gréos componentes do solo, diminuindo conseqdentemente a superficie de contacto, aumentando por sua vez_o valor da resistividade. 4.2.1.4 - A pratica nos indica que normalmente apés um grande perfodo de seca o solo ainda mantém cerca de 5% de umidade por peso e 15 % apés um perfodo chuvose. O Ideal do ponto de vista da execugéo de um projeto de alerramento ¢ 0 de se ter o conhecimento desta variago, © conseqilentemente da resistividade durante 0 perfodo de varios anos, onde naturalmente serdo executadas medigées durante o perioda de secas e o de chuvas. Isto nem sempre & possivel, porém este conhecimento nos leva a executar as medigdes apds pelo menos de um periodo grande de seca. 0 dimensionamento deverd ser executado preferencialmente com base nos resultados das medigées executadas durante a pior situagdo, isto € com 5 % de umidade AA influéncia das chuvas iré ser sentida normalmente nos valores de resistividade das camadas mais superficiais do solo, sendo esta influencla maior ou menor iré depender das caracteristicas especificas de cada um dos solos, caracteristicas tais como entre outras do maior ou menor grau de capilaridade. 5- MEDIGAO DA RESISTIVIDADE DO SOL : [Ref. NBR 7117/12] A determinagdo dos valores das resistividades do solo e sua estratificagao € de importancia fundamental para 0 cAlculo de um sistema de aterramento, subsidiando o desenvolvimento dos projetos, bem como a determinagao das tensdes de passo e toque. Em geral os solos na prética ndo so homogéneos e sim constituidos de diversas camadas com espessuras e valores de resistividade distintas, isto 6 s4o heterogénios. Os valores de resistividade do solo sao determinadas através de medigdes. Os diversos valores obtidos nas medigdes, apés sofrerem um determinado {ratamento matemético nos leva a um conjunto de valores de resistividade que {rao representar 0 solo medido. Com base nestes valores representativos representativos, é executado a estratificacdo do solo ou determinagao. do. seu modelo matemiatico. Este modelo matemético nos iré, possibilitar a determinagéo das diversas camadas, suas profundidades (a), e os diversos valores de resistividades (p) das respectivas camadas, conforme pode ser visto na figura 13, constante da ABNT NBR 7117/12. 18 pl = resistividade da primeira camada d= espessura da primeira camada ‘p2=resistividade da segunda camada d2= espessura da segunda camada resistividade da terceira camada d3= espessura da terceira camada pt =resistividade da quarta camada d4= ospessura da quarta camada Figura 13 - Solo real e solo estratificado - [ABNT NBR 7117:12] Foram desenvolvidos métodos de prospec¢ao geoelétricos que se caracterizam pela facilidade operacional e precisao fornecidas. Basicamente, os métodos que utlizam sondagem elétrica procuram determinar a distribuigao vertical de resistividade, abaixo do ponto em estudo, resultando entéo em camadas horizontais, geralmente causadas por processos sedimentares. Em fungao de pesquisas jé realizadas pode-se dizer que metade da carrente injetada no solo, circula acima de uma profundidade igual a metade da distancia entre eletrodos, e que grande parte da corrente flui acima da profundidade igual 4 separagdo entre eles. Para estas conclusdes pressupse-se a condicéo de solos homogéneos, nao sendo as mesmas validas para solos estratificados, nos quais a densidade de corrente varia de acordo com a distribuigdo de resistividades, Os gradientes de potencial da superficie do solo, dentro ou adjacentes a um eletrodo, sao principalmente uma fungdo da resistividade da camada superficial do solo. Em contraste, a resisténcia do eletrodo de terra 6 primariamente uma funcao de suas dimensées e da resistividades das camadas mais profundas do solo, especialmente se o eletrodo for de grandes dimensdes. Dispondo-se de dois eletrodos de corrente pelos quais se faz circular uma corrente (J), @ de dois eletrodos de potencial que detectardo uma diferenga de potencial (¥}, pode-se mostrar que a resistividade do solo é proporcionat a (Vil), sendo o fator de proporcionalidade uma fungo do método empregado. [Ref. NBR 7117/12]. 5.1- METODO DE MEDICAO: A NBR 7117H2, apresenta 0 método dos quatro eletrodos iqualmente espacados ou arranjo. de Wenner como um dos métodos que podem ser utiizados para a obtengo do valor da resistividade do solo. 5.1.1- DESCRIGAO DO METODO DE WENNER: 5.14.4- Quatro eletrodos auxiliares, dois de corrente e dois de potencial séo utlizados (basicamente os mesmos so compostos por hastas de 3/4" com 60 centimetras de comprimento) as mesmas. so. cravadas no solo em linha rata e espacadas igualmente entre si por uma distancia de (a) metro 5.1.4.2- Os dois eletrodos extemos sao os denominados eletrodos auxiliares de corrente (C1 ) e ( C2) os internos io 0s eletrodos auxiliares de potencial, (Pt ) e ( P2), O cravamento dos eletrodos no solo ¢ feito a uma profundidade 19 {al que se possa verificar um contacto elétrico adequado dos mesmos com o solo (0 que se verifica normalmente a 15 ou 20 cm de profundidade), 5.4.4.3: Injotase corronte (1) entre os elerodos auxilares de corrente ( C1) e (C2), medindo-se a queda de potencial (Av) entre os eletrodos auxiliares de potencial (P4) e (P2), conforme indicado na figura 14, Pt] p2_| oe alr av) i % Figura 14 ~ Configuragao do método de Wenner 5.4.4.4 A NBR 7117H2 sugero que as medigées sejam executadas com um espacamento (a) entre os eletrodos auxiiares de corrente e potencial igual a: (1) para(n)=14, 2,3, 4,... ete (2) Férmula completa Na pratica as. eletrados auxiliares de correnta @ potencial so enterrados a uma profundidade que néo exceda (0,1 x a). Na realidade 0 que importa & que estes eletrodos auxiliares fagam um contato elétrico 0 melhor possivel com 0 solo. E também importante observar que cada instrumento de medica possue um Valor maximo limite de resisténcia de aterramento prépria dos eletrodos auxiliares, se este valor limite for ultrapassado, os valores medidos provavelmente incluiro erros. E quando b < a/10, a equagdo (2) tomna-se igual a: (3) 20 Que 6 aproximadamente a resistividade média do solo na profundidade (a). Um conjunto de medig6es. com varios espagamentos entre eletrodos (equacdo 1), resulta em um conjunto de valores de resistividade que quando plotadas em fungéio dos espagamentos, indicam a variagdo da fesistividade com a profundidade, As lelturas dos diversos valores de (R) obtidas apés conectarmos 0 terrémetro nos eletrodos auxiliares, de corrente e de potencial, nada mais s4o do que a relagao entre queda de potencial entre os eletrodos auxiliares de potencial (P1) e (P2) devido a corrente (1) do instrumento, a qual circula pelo solo entre os eletrodos auxiliares de corrente (C1) e (C2), logo 0 que estaremos lendo no terrémetro poder ser representado por; R= (AV/I) Nota: Este valor da resisténcia média aproximada do solo na profundidade (a) no deve ser confundldo com a resisiéncia de aterramento, 5.4.1.6- MAXIMO ESPACAMENTO (a) ENTRE OS ELETRODOS AUXILIARES DE MEDIGAO: Nas medig6es pelo método de Wenner, objetivando a obtengao do valor aproximado da resistividade média do solo para diversas profundidades a equagao (1) anterior 6 utiizada, para diversos valores de (n) = 1, 2, 3, 4.... Na pratica 0 que normalmente se faz € 0 preenchimento da Tabela Il da figura 18. (a) moves] (R)Q| 2-n-a] pa2naR| 2 12,56 4 25,12 8 50,25 16 100,50 32. 201,00 64 402,12 Figura 15 - Tabela If normaimente executada para o registro das medigbes da resistividade média do solo em um determinado ponto (P) sendo (R) a leltura do terrémetro, e (p) sera o valor aproximado da resistividade média do solo auma profundidade igual a (a) calculada normalmente pela formula simplificada de Wenner. Uma divida pode surgir: até que distancia entre os eletrodos auxiliares (profundidade) deveremos efetuar as medig6es, quando no existirem limitagdes tisicas para a realizagao das mesmas pelo método de Wenner ? Como os valores medidos representam aproximadamente a resistividade média a uma profundidade (a) © como estas profundidades de interesse esto relacionadas com as dimensdes do sistema de aterramento que se pretende projetar e construir no solo sob anélise através das medigdes. Cabe observar que quanto maior for as dimensdes do sistema de aterramento, maior seré 0 volume de solo que sera solicitado quando da dissipagao de uma corrente de curto-circulto para a terra, no sentido da fonte. Portanto para que estas medigdes epresentem da melhor forma possivel o solo onde seré implantado este futuro sistema de aterramento, 21 deveremos madir também até profundidades também maiores. Uma malha de aterramento extensa por exemplo, construida a uma profundidade de 0,80 m da superficie do solo, ao dissipar correntes de defeito fase- terra no sentido da fonte, ira utilizar camadas do solo muito mais profundas do que os 0,80 m, utilizara um volume de solo, chamado de volume de influéncia muito mais profundo. Agora, qual deveré ser aproximadamente a profundidade minima que deveremos obter informagées através das medigoes pelo métada de Wenner para servir de dado de entrada para a. nosso futuro projata ? Como um dos objetivos fundamontais das medigdes é 0 de se projetar o sistema de aterramento o mals adequadamente possivel do ponto de vista do escoamento das correntes de defeito para o solo alé a fonte, é importante 0 falo de estimarmos até que profundidade este solo ir influenciar nesta dissipagdo. Em termos praticos, podemos dizer que para que a estratificacdo seja executada com o maior nimero de informacoes possiveis, deveremos executar medioes até no minimo uma profundidade igual A metace da maior dmenso do sistema de aterramento que se pretende_projetar e construr, Exemplo: Malha de aterramento prevista, deverd ter as dimensdes 50m x 50m. d= 2x50=702 —— d-nocaso, 6 amaior dimenséo sistema de aterramento = 70,2 motos. Logo a metade da maior dimensao é igual a 35,36 m ( a= espagamento entre os eletrodos auxilares) Figura 16 Deveremos entéo executar medigdes pelo métado de Wenner, até no minimo 36 m. 5.1.1.7- INTERFERENCIAS ELETRICAS DE MECANICAS QUANDO DAS MEDIGOES PELO METODO DE WENNEE Dever ser tomados certos cuidados para que interferéncias elétricas @ mecnicas néo alterem os resultados das medigées. Interferéncias elétricas por cor ternac 4a-Sdo causadas basicamente por corrente altemada de 60 Hz'ou freqdéncias miliplas ou sub-miltiplas da mesma; b-Poderemas ter também interferéncias radiadas devido a campos elétricos e/ou magnéticos ou eletromagnéticos. —, 8 Correntes que circulam para a terra no sentido da fonte, devido ao desequilibrio das carges pertencentes aos circuitos de cistibuigdo, a feqiiéncia das mesmas sdo geralmente de 60 Hz e em certos casos muliplas e sub-miltiplas das mesm: ©- Correntes de fuga que circulam para terra no sentido da fonte, devido a falhas indevidas a isolagao de equipamentos elétrico; d-Correntes de frequéncias diversas préximo & antenas de telecomunicagdes &-Correntes de 400 Hz de fuga dos circultos auxilares de partida de aeronaves, e similares 22 Observagdo: Nos terrémetros analdgicos a interferéncia pode ser notada devido 0 ponteito do galvanémetro do instrumento de medigéo nao se estabilizar (fica oscilando de um lado para 0 outro), 0 caso mais grave é aquele em que esta oscilagao ndo & percebida, pelo fato da freqiiéncia da corrente interferente ser maior do que a propria inércia do ponteiro do galvanémetro, neste caso 0 ponteiro no se move, Nos instrumentos_digitais (mals utlizados atualmente) as interferériclas. em certos casos podem ser notadas pela oscilagao dos valores durante as medigbes, certos terrémetros nos permitem efetuar a medigao do valor das tens6es interferentes. Interferéncias elétricas por corrente continua: a A heterogeneidade na composigéo dos solos cria certas macropilhas naturais, que por sua vez geram as chamadas correntes telirlcas, que circulam no solo devido a esta heterogeneidade. Possuindo inclusive potenciais, préprios, que podem variar em média de aproximadamente 0.8 a 4,8 volts conforme a composi¢go geologica, b- Correntes de fuga provenientes de circuitos de tragao elétrica (metr6, trens e similares); Para que estas interferéncias n&o produzam erros nas medigées os terrdmetros devem ser fabricados com fitros internos, logo ao se adquiirinstrumentos deste tipo deve-se verificar qual a freqdéncia de operagéo do mesmo e se possuem fitros para bloquear interferéncias de corrente continua. Interferéncias mecar Sempre que estivermos efetuando medigdes de resistividade do solo, devemos observar se objetos metélicos enterrados néo esto ocasionando erros nos resultados. A figura 17 sugere as disténcias minimas_ a serem obedecidas, objetivando minimizar essas interferéncias F oe . a. ki J nen oe pocelintieaies Y>4,5.dmax. ‘Sendo dméx. o espacamento entre os eletrodos auxiliares (a) X>dmax. Z = qualquer Figura 17 - Distancias minimas de objetos enterrados 23 Quando no tivermnos pleno conhecimento se no local das medigdes existem ou néo elementos metélics enterrados, uma indica.cao da existéncia dos mesmos 6 a ndo variagao das leituras do terémeto ( AVF t= R} mesmo quando ‘aumentamos os espagamentos (a) enire os eletrodos auzdiares de comrente (C1) (C2) € 0s de potencial (Pt) (P2). Quando for realmente necessario se saber o valor da resistidade do solo em locals onde existam sistemas de aterramento com fundagdes metélicas ou de concreto armado, e sendo invidvel a execugto das medigdes de resistvidade do meio sem a influéncia deste elementos condutoras, algumas allemativas apesar de nos levarem a valores aproximados podem ser os seguintes: Execucdo_ de mediges em terrenos vizinhos, que néo possuam elementos metilicos enterrados, Aconselha-se sempre que possivel comparar estes resullados com os das sondagens geol6gicas feitas antes da execugéo das fundagées ro terreno em que foi inviével @ execugéo das medigées. Para que se possa deste modo deduzir, apds @ comparagao e andlise, qual o valor de resistividade mais adequado para representar 0 solo em questa. Retrada de amostra do solo, figura 18, neste caso a amostra é retrada por intermédio de um trado, até a profundidade que se deseja conhecer o valor da resistividade, « compactacéo e a umidade deve ser tanto quanto possive! mantida como no Solo original. Como se conhece 0 comprimento © a segao transversal, calculase a resisividade apés a medigéo da resistividade da amostra pelas férmulas: Figura 18 ' L t Caso 2 medigdo (R) da resisténcia da amostra nao possa ser efetuada no campo, deve-se'cotocar 0 materiat da amostra fm um tubo no condutor (PVC ou fibra de vidro) com as mesmas dimensdes do trado, efetuando-se a medigéo em laboratério. Este processo é de elevado custo e dificil execugdo, principalmente quando se deseja verificar o valor da resistvidade a grandes profundidades. Cabe observar que aste processo nao é muito utlizado, 5.1.1.8 CRITERIOS PARA A DETERMINACAO DO NUMERO MINIMO DE PONTOS A SEREM MEDIDOS, PARA A DETERMINAGAO DO VALOR DA RESISTIVIDADE CARACTERISTICA DO MEIO (SOLO): As medigées de resistividade devem ser executadas em toda a area onde ser implantado o novo sistema de aterramento, sendo que 0 ntimero minimo de pontos & basicamente definido levando-se em consideragdo os seguintes fatores: Dimensdes do local; Discrepancia entre os valores encontrados durante as medigées; Malor ou menor importancie co projeto que serd executado. Sendo que 0 numero minimo de pontos é estabelecido em func4o das dimensées do terreno, a NBR 7417/84 recomenda que para uma Area até 10.000m* o nimero de pontos deverd ser 0 de cinco. dispostos conforme as figuras 19 © 20 seguintes. 24 pte —t LL. aa PONTOS DE MEDIGAO=. DIRECOES DE MEDICAC 8,C,0,£ _NOTAR: PONTO (E) NAS DUAS DIRECOES (Ex) © (Evy) yex Figura 19 Disposigdo dos pontos de medigdio Figura 20 - Disposigao dos pontos de medigao em éreas com geometa diferente do retangulo Para areas superiores a 10.000 m’, inscrevem-se retangulos com aproximadamente esta area e dispdem-se os pontos de medigao nestes retanguls como descritoanterionmente, No casa de aterramentos pontuais, como em linfas de transmissao e distibuigdo, subestagbes unitarlas ¢ para-aios, as medigGes devem ser efetuadas nos pontos em questéo, Devem ser exacutadas em direg6es ortogonas, salvo no caso de linhas quando deverdo ser feta nas dregdes dos eos das mesmas. 25 Na NBR 741742 (NBR 7147/84 revisada) Sao sugeridos o seguinte nimero de pontos nas diregées indicadas nas Figuras 21(a) até 21(e), conforme TABELA Il constante da norma supra citada: TABELA Ill- AREA DO TERRENO E NUMERO DE LINHAS DE MEDIGAO Area do terreno [Nero minimo de linhas de Croquis para as linhas de im’) medicao medicao 81,000 2 Figura 21(a) 1.000 <§ < 2.000 3 Figura 21(b) 2,000 < $ 5 6,000 4 Figura 21(c) §.000 < S< 10.000 5 Figura 21(d) 40.000 < $ = 20.000 6 Figura 21(0) a& 4 a& “az a > 2 a 24(e) LEGENDA: A, B, C, D, E, F LINHAS DE MEDIGAO : Ret TABNT.NBRO117:921 Figura 21-Ncmero minimo de medigdes em fungao da érea do terreno. 26 5.1.1.9- ANALISE DOS VALORES MEDIDOS: Normalmente para executarmos 0 projeto (célculo) de um sistema de aterramento, o primeira passo refere-se a caractrizago do meio (localfsolo) onde o mesmo ser implantado, o que normelmente & feito através de medigdes para determinar o valor da resistividade que 0 caracterize, Normalmente, so executadas diversas medigdes, obtendo-se para cada ponto medido @ para cada espacamanto escolhido, uma série de valores, os quais podem ser vistos na Tabela IV. Criteriosa andlise desses valores encontrados Geve ser felta, com 0 objetivo de que se chegue a conoluséo de quals dos valores medides podem ou néo ser considerados como realmente representatives do meio onde ser construldo o sistema de aterramento. Esta andlise é onhecida como anélise de aceitaeao dos valores, a qual é normalmente feta utllzando um dos seguinles crtérios: 5.1.1.94- Critério da média aritmética com exclusio de valores (0 mais utiizado na pritica ): BAA. -Critério da média geométrica:_mais preciso do que o anterior): A seguir serdo anaiisados os dois critérios 5.4.1.9.1-Gritério da média aritmética com exclusio de valores: ‘5:1.1.9.1- Gritério da média aritmética com exclusiio de valores: ‘1-Calcula-se a mécia aritmética dos valores medidos, R médio ou ( p ) médio; 2-Calcula-se os desvios dos varios valores medidas com relagdo & média; % Calcula-se 08 desvios percentuais dos vérios valores medidos com relagéo & média; 4- Se todos os desvios forem menores do que 60% em relagdo & média, podemos dizer que em todos os pontos, os valores que foram medidos so representativos, e 2 média aritmética dos mesmos poderd ser utlizada no projeto do sistema de aterramento a ser implantado no local em que foram feitas as medicdes, 5 = Quando os desvios percentuals com relagéo & média forem iguais ou maioras do que 50%, o8 seguintes procedimentos devem ser seguides: 5a-Vericar se o valor da resistividade no ponto e profundidade onde o desvio foi maior ou iqual_ que a média se 0 mesmo @ muito menor com relag4o ao valor médio naquele ponto, se isto ocorrer, simplesmente se abandona o valor medida neste ponto, calculando-se nova média com os valores medidos nos. pontos restantes na mesma profundidade em questao; 5b- Verlficar se 0 valor da resistividade no ponto onde o desvio fol maior ou iqual: que a média se o valor da resistividade neste ponto é muito malor do que o valor medio, se isto se verificar, dois procedimentos poderdo ser seguidos; 5b1- Dimensionar 0 sistema de aterramento considerando-se este ponto com valor elevado do resistvidade, neste caso estarfamos superdimensionando o sistema de aterramento, 502 - Excluir este valor e calcular a média com os valores dos pontos restantes na mesma profundidade, tratando © ponto com alto valor de resistividade de maneira especial, como por exemplo executando no local uma malha com um quadriculado com espagamento menor . Pode-se inclusive efetuar uma estratiicagao especifico para este ponto oritco, a fim de que possamos tomar os devidos cuidados, 27 Exemplo 2: Projetar uma malha de aterramento a ser implantada em um temeno jas dimensdes esto representadas na figura 22. Para que possamos execular os célculos do projeto deveremos inicialmente efetuar as medi¢ées da resistividede, escolher os valores de resistividade representatives do local (solo) onde sera implantada a malha, tragar a curva de fesistividade caracteristica do mesmo, representando-o em sequida pelo modelo matematica representative deste solo ou @ a= 80m y x x y Pontos de mediga0=A,8,C,0.E Diregées de medicio= y, x Figura 22 A Tabela IV indica os valores medidos de ( R= V/1) pelo método de Wenner : Tabela IV - Valores medidos com 0 terrémetro (a)m [Ponto a(xx) ] Ponto B(y-y) | Ponto c (xx) | PontoD(yy) | Ponte (xa) | Pon eWay) (ohm) Rohm) Riohm) R(ohm) (ohm) Rohm) fennel "320 aaa) ea) 1050 750) 440 4 a8 362 256 70) 378 208 { @ 38 52 50 78 90 30 16 08 Os 038) 72 72a oa 2 007 O02 0 007 072 0.01 A Tabela V nos indica os valores da resistividade, calculados com a aplicagao da formula de Wenner P=2xmxaxR Qm 28 Tabela V — Valores de resistividade calculados pela férmula de Wenner simplificada (aym_ | Ponto a(xx) | Ponto B (yy) | Ponto G (xx) I Ponto (yy) | Pontoe (xx) | Ponto Evy) Han) Pam Ham Ham) wan) Haan) 2 “eaB 76 7545.56 753,08 131047 312.48 35292 4 va 360,07 ei 29,51 0.00 aT 3 “94 283.98 25738 376,59 “2,99 150.0 fe rr Bo 3027 38.9 72064 iat wat 2 20 402 28H 204 2a 2ot A Tabela VI 6 obtida calculando-se a média aritmética dos valores me a= 2 metros: fos de (R= V/ 1), ou seja para 132 +1234 60-+105+75 +44 6 89,830 O valor da resistividade méaia ¢ calculado utiizando-se a formula p = 2ma (AVI) = p = 2n-a (R) ou seja: pmédio= 2x xax Rmédio=2x3,14%2x8983=112880.m podendo ser calculado também da seguinte maneira: 1658,76 + 1545,66 + 753,98 + 1319,47 + 942,48 + 552,92 =112880.m 6 Repete-se este procedimento anterior para os diversos espacamentos (a) = 4, 8, 16, 32 obtendo-se a Tabela VI Tabela VI- Valores de Rmédio e resistividade média (alm Rindiio | Resletvidade media 2 or T1288 a maya 23.58 a oa 2B 6 oa 3488 @ 00% 255 Deverdo ser agora calculados os DESVIOS COM RELACAO A MEDIA: Din} resistividade média - resistividade no ponto considerado| = 29 No presente exemplo, teremos: Para o Ponto A(x-x), a= 2m: Dm= 1658,76 - 1128,8 = 529,96 fazendo-se o mesmo para todos os demais pontos, a= 4, 8, 16, 32 iremos gerar a Tabela Vil Tabela Vil- Desvios calculados com rela¢do a média (Dm) (a) motos Pont A Ponto Pont ¢ Pont Ponto E Ponte ex) on 2 $20.98 aver areo7 902 “8857 a7618 a Toss 854 "e088 705.98 (ao 3062 @ Tee 3116 Tat Er 288 Wire 1. 6 aa 446 | we Bet 146,44 or 2 om a 028 058 0.14 ry Na seqiiéncia deveremos calcular 0 desvio médio porcentual com relagao a média (Dm%), para cada ponto medido, para deste modo podermos executar as verificagdes de quais os desvios irdo ultrapassar 50%, com relagdo a média: f Dm (%) = resistividade média - resistividade no ponto ce 100 (resistividade média ) Para o exemplo, para (a)= 2m: } 1658,76-1128,8 | x 100 = 46,94 11288 Fazendo 0 mesmo para todos os pontos teremos a Tabela Vill dos desvios médios porcentuais em Telagéo a_média, Tabela esta que deve ser analisada segundo o Critério da média aritmética com exclusao de valores. 30 Tabela Vill - Desvios médios porcentuals (% ) com relagdo a média (Dm%) (a) metros [Ponto Afjxx) [Ponto Bly) [Ponto Cfcx) [Ponto Diy-y) [Ponto E{xx) [Ponto E(y-y) 2 4.94 36,99 35,22 1687 16,52 51.03 4 1438 76.52 2a 12.86 153) 37.16 + 8 a714 16,98 22,08 1688 4028 5325 16 152 45,06 184 222 154g 3725 32 2118 S785 702 2148 Critério da média aritmética com exclusao de valores. Os desvios médios porcentuais maiores do que 50% com relaggo a média_devem ser analisados, utiizando-se 0 seguinte crtério: Se o valor da resistividade no ponto ¢ na profundidade em que o desvio médio porcentual é maior do que 50% for muito menor do que o valor da resistividade média no ponto e na profundidade respectiva, abandona-se este valor de resistividade e calcula-se nova média com os valores restantes. Porém se o valor de resistividade for muito maior do que o valor da resistividade média, duas opgdes podem ser adotadas: Primeira opgao: Nao abandona-se o valor de resistividade © calcula-se 0 sistema de alerramento de maneira Conservativa, Sequnda op¢do: Abendone-se o valor da resistividade neste ponto, calculando-se uma nova média ‘com os valores restantes, os quais sero os representatives do solo medido, e que sera utlizado nos célculos para projetar o sistema de aterramento. Porém se adotada a segunda opgo, deve-se tratar este ponto com alta resistividade de maneira_especffica e com medidas especiais, tais como por exemplo com a utilzacdo de uma malha mais densa especificamente implantada neste local, Tabela IX Resistividade média (a)metros | pmédio (im) 2 TmaoT | [__eaae3 358,08 16 123,15, 2 258 ANALISE PARA (A) = 2 METROS ©) Ponto Ely-y) a =2m % = 51,03 temos que no Ponto Ely-y) a =2m o valor medido foi de p2m = 852,92 O.m (Tabela V), portanto pm >>> p2m pois pm =1126,8 Gm, LOGO este valor pode ser_abandonado. 6) Célculo da média com os valores restantes, para (a) = 2 metros: 31 1658,76 + 1545,66 + 753,98 +1319,47 +942, 5 ANALISE PARA (A) = 8 METROS ©) Ponto E(y-y) a =8m_D% = 83,25 temos que no Ponto Ely-y) a =8m o valor medido foi de p8m = 160,80 0.m (Tabela V),” portanto pm >>> p8m pois pm = 322,54 0.m, LOGO esto valor pode ser_abandonado, 4) Célculo da média com os valores restantes, para (a) = 8 metros: = 1244,07 (vide Tabela Ix) 442,34 + 261,38 + 257,33 +3 5 9 + 452,39 = 358,08 (vide Tabela Ix) ANALISE PARA (A) = 16 METROS a) Ponto C(x-x)_@= 16 m, Dm% = 61,8 % temos que no Ponto C (x-x), a= 16m temos p16m = 36,19 O.m AGORA 0 valor da resistividade média 6 igual a pm = 94,83 Q.m-LOGO pm >>> p 16m podemos abandonar © valor de p16m = 36,19 O.m (Tabela V) 8 calcular nova média com 6 restante dos valores, b) Ponto E(x-x) a =16m D% = 154,42 temos que no Ponto E(x-x) a =16m 0 valor medido fol de 16m = 241,27 Q.m (Tabela V), portanto pm <<

>>p 16m pois pm = 94,83.0.m, LOGO este valor pode ser tambom abandonado, 4) Célculo da média com os valores restantes, para (a) = 16 metros: 80,42 + 50,27 + 120,64 + 241,27 4 Critério da média geométric: Pelo critério da média geométrica deveremos extrair a ralz (.n) dos ( n) valores medidos, ou seja: RL P2X P3.s.pn Para 0 exemplo 2 temos para (a) = 2 metros: 23,15 (vide Tabela IX) §(1658,76 x1545,66 x 753,98 x1319,47 x 942,48 x 552,92 =1048,570.m Repetindo 0 calculo anterior para (a) = 4, 8,16,32 iremos gerar a Tabela X 32

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