Você está na página 1de 32

CURSO DE ODONTOLOGIA

MICROBIOLOGIA ORAL
(BIOFILME DENTÁRIO)

Professor Dr. Moisés Franco Barbosa da Silva


Microbiologia Oral

Biofilme
Complexas comunidades de micro-organismos envolvidos em uma matriz
extracelular
Microbiologia Oral

Película Adquirida
• Biopelícula formada por proteínas e glicoproteínas salivares e do fluido gengival
na superfície dentária;
• Adere ao esmalte;
• Esse filme orgânico já está presente após 15 minutos, apresentando formação
mais rápida nas primeiras 2 horas;
• A seguir, ela começa a ser colonizada por bactérias.
Microbiologia Oral
Microbiologia Oral

Biofilme Dentário
Acúmulo de micro-organismos na superfície dos dentes

Comunidade microbiana embebida por uma matriz aglutinante e firmemente


aderida sobre os dentes ou outras estruturas bucais sólidas (próteses, aparelhos
ortodônticos, restaurações, superfície de implantes).
Microbiologia Oral
Película Adquirida
Primeiro estágio na formação do biofilme dentário

Ações da película
 Proteção da superfície do esmalte;
 Influência na aderência de micro-organismos bucais;
 Substratos para micro-organismos adsorvidos;
 Reservatório de íons protetores, incluindo o flúor.
Microbiologia Oral
Composição do biofilme dentário
Células bacterianas
Leucócitos Células epiteliais descamadas

Polissacarídeos
Pigmentos Restos alimentares

Sais minerais Matriz ou Glicocálice


Microbiologia Oral
Microcolônias
 Pode apresentar um único micro-
organismo (normalmente – várias
espécies);
Microbiologia Oral
Biofilme
Vantagens para os micro-organimos:

 Proteção frente a fatores ambientais como os mecanismos de defesa do


hospedeiros;
 Proteção contra substâncias tóxicas (antibióticos);
 Facilitar obtenção de nutrientes (utilização de outras bactérias);
Microbiologia Oral
Etapas de formação Biofilme

 15 minutos a 8 horas após a limpeza adequada;


 Colonizado por Streptococcus (60 a 80%);
 São necessário pelo menos 24 horas sem limpeza para que haja a
formação de uma camada de biofilme clinicamente evidenciável.
Microbiologia Oral
Etapas de formação Biofilme

 Microbiota mais complexa;


 Diminuição dos Streptococcus (45%) e surgimento do grupo Veillonella (20%);
 Aumento de outras espécies como Actinomyces (25%) e Fusobacterium (5%)
após 3 dias.
Microbiologia Oral
Etapas de formação Biofilme

 Crescimento do biofilme no sentido apical e aumento da espessura;


 Favorecimento dos micro-organismos anaeróbios (Prevotella, Porphyromonas,
Eubacterium) e Espiroquetas (Treponema) aumentam em número.
Microbiologia Oral
Microbiologia Oral
Progressão aceita:

Existe diferença entre o tipo de biofilme correlacionado com a cárie e com doença
periodontal.
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme

 Biofilme da superfície dentária – assentamento das bactérias sobre a película


adquirida;
 Camada bacteriana condensada – camada preenchida por micro-organismos
cocoides;
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme

 Corpo do biofilme dentário – maior porção do biofilme. Diferentes espécies


arranjados ocasionalmente.
 Superfície do biofilme dentário – grande variedade de micro-organismos.
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme

 Forma-se abaixo da borda gengival. É mais fino.

 Biofilme aderido – associado ao dente.


 Biofilme não aderido – associado ao epitélio do sulco gengival.
 Camada interposta entre Biofilme aderido e não aderido – micro-
organismos flutuam no exsudato gengival.
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme
Microbiologia Oral
Aspectos Morfológicos do Biofilme
Microbiologia Oral
Fatores que afetam o desenvolvimento do biofilme

 Anatomia dos dentes e tecidos;


 Estrutura dentária;
 Higiene bucal;
 Atrito com a dieta.

As mais importantes reações que acontecem no biofilme estão relacionadas com a


utilização metabólica de substratos fornecidos pela mistura alimento-saliva.
Microbiologia Oral
Potencial Patogênico Biofilme
 Cárie e Doença periodontal são as principais enfermidades da
cavidade bucal influenciadas pela atividade patológica do biofilme.
Microbiologia Oral
Formação do Biofilme Dentário
Fase inicial
 Forças de Van der Waals (energia cinética) – atração das bactérias;
 Nessa fase a adsorção é reversível.
Microbiologia Oral
Formação do Biofilme Dentário
Fase de acumulação
 As bactérias se tornam aderidas à superfície dos tecidos bucais;
 Camada de hidratação – imersão de saliva no esmalte (neutraliza);
 Glicocálice – aderência de micro-organismos (parede celular);
 Pili ou Fímbrias – organelas filamentosas que participam da aderência;
 Adesinas – moléculas que reconhecem receptores específicos;
 Polímeros bacterianos extracelulares – material de reserva (retenção
mecânica)
Microbiologia Oral
Polímeros Bacterianos Extracelulares
Glicanos
 Produzidos pela ação enzimática de certos micro-organismos sobre a
sacarose;

 Ex: Streptococcus mutans – o processo facilita a aderência a


superfície dos dentes.
Microbiologia Oral
Polímeros Bacterianos Extracelulares
Levanos
 Definidos como frutanos (cadeias de frutose). São encontrados em
muitos tecidos vegetais como material de reserva;
Microbiologia Oral
Métodos de controle de Biofilme Dentário
 Químicos - Goma de mascar, dentifrícios e antissépticos;
 Enzimas – Dextranase produzida por fungos;
 Antibióticos;
 Fluoretos;
 Biológios – Vacinação;
 Dieta.
Microbiologia Oral
Composição da dieta
Dieta Saliva

Nutrientes para os micro-organismos


Microbiologia Oral
Composição da dieta
 0,1% de sacarose na cavidade bucal diminui o pH do biofilme dentário
em 1 unidade em 5 minutos;
 Só retorna ao normal após 20-30 minutos;
 Concentrações de 10% produzem um pH abaixo de 4;
 O pH crítico para ocorrer desmineralização do esmalte está entre 4,5 e
5,5.
Microbiologia Oral
Principais fontes de carboidratos
 Glicoproteínas salivares;
 Polímeros extracelulares (glicanos e frutanos);
 Amido;
 Dissacarídeos: sacarose, maltose e lactose;
 Monossacarídeos: frutose, glicose;
 Açúcares alternativos: manitol e sorbitol – metabolizados em frutose (xilitol)
Microbiologia Oral
Fisiologia
Referência Bibliográfica:
JORGE, A. O. C., Microbiologia e Imunologia Oral. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
Parte III
Cap. 28
Email: moises_franco@uol.com.br

Você também pode gostar