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Londrina
2021
CAMILA NAGY CORREIA
Londrina
2021
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração
Automática do Sistema de Bibliotecas da UEL
C 183 Correia, Camila Nagy
Contribuições da Cartografia Temática em Tempos de Pandemia /
Camila Nagy Correia. – Londrina, 2021.
78 f. il.
CDU 91
CAMILA NAGY CORREIA
BANCA EXAMINADORA
Elon Musk
CORREIA, Camila Nagy. Contribuições da Cartografia Temática em Tempos
de Pandemia. 2021. 86 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharelado
em Geografia – Centro de Ciências Exatas, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina, 2021.
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
2 CORPO TEÓRICO DA PESQUISA ......................................................................... 15
2.1 FUNDAMENTOS DA CARTOGRAFIA ........................................................................ 16
2.1.1 Evolução da Cartografia e Diversas Correntes Teóricas ............................. 16
2.1.2 Divisões da Cartografia ............................................................................... 20
2.2 CORRENTES METODOLÓGICAS DA CARTOGRAFIA TEMÁTICA: LINGUAGEM E MODELOS
DE COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA ............................................................................ 24
1 INTRODUÇÃO
Figura 1- Cópia (1475) do mapa T-O de Santo Isidoro, bispo de Sevilha - Espanha
Martinelli (2010), aponta que no século XVIII, com o surgimento das ciências
especializadas, a Cartografia alcançou o status de ciência, começando a surgir os
primeiros mapas temáticos. Conforme o autor, já no século XIX, com a sistematização
da Geografia:
para esta disciplina, concordando com a ideia de que a mesma é a ciência de estudo
e produção de mapas.
Com o progresso da Cartografia, é possível oferecer uma série de estudos e
análises sobre diversos aspectos, sejam eles do meio físico, natural ou social; Alguns
exemplos podem ser apontados: fenômenos naturais, previsão do tempo, diversos
tipos de rotas, monitoramento de vulcões, acompanhamento do desmatamento, etc.
Deste modo, a Cartografia foi extremamente importante no processo histórico
de desenvolvimento da sociedade, sendo fundamental atualmente. Os usos da
Cartografia podem ser diversos, conforme suas diferentes vertentes que abordam
áreas específicas de estudos, como apresentado a seguir, podendo ser compreendida
em: Cartografia Topográfica, Cartografia Geral, Cartografia Sistemática e Cartografia
Temática.
Conforme apontado por Taylor (1991, p7), a Teoria da Informação é uma “teoria
matemática destinada auxiliar na solução de certos problemas de otimização do custo
da transmissão de sinais”. Ele apresenta um esquema de transmissão de informação:
Emissor - Mensagem - Receptor.
Apesar de ser uma das primeiras teorias, seus fundamentos são essenciais
para a criação de mapas atualmente, pois um mapa é a representação de uma
informação, e este deve ser o mais objetivo possível para que sua compreensão seja
efetiva. A Teoria da Informação é fundamental na Comunicação Cartográfica, que
abre caminho para outras teorias, visando sempre o mesmo propósito, o efeito da
comunicação pelo mapa resulta em conhecer formas de elaborar mensagens que
sejam capazes de manifestar possibilidades de assimilação para o receptor.
(1978, p. 8-9) tais como: classificação dos signos, especificação das regras de
designação, listagem das regras que governam os arranjos dos signos que podem
ocorrer nos processos dos signos e a identificação das verdadeiras regras que se
estabelecem quando um conjunto de signos é verdadeiro.
Além dos sistemas monossêmicos, também são apresentados os polissêmicos,
(Figura 6) onde de acordo com Santos (1987, p.10) “a significação sucede à
observação e se deduz pela semelhança dos signos”.
Fonte: DiBiase (1990) apud MacEachren, 1994, p.3. Elaborado pela própria autora, 2021.
A curva apresentada no modelo pode ser entendida como sendo o mapa, deste
modo, os mapas concedem a exploração dos dados, e a confirmação das hipóteses
contidas no domínio privado, proporciona o pensamento visual. Os mapas permitem
a visualização cartográfica, e através disso a construção do conhecimento. Enquanto
os mapas de síntese apresentam resultados de domínio público através da
comunicação Cartográfica. DiBiase então afirma que a visualização é uma maneira
diferente de pensar a utilização da Cartografia como instrumento de pesquisa.
A visualização atua como interface entre os principais aspectos da Cartografia.
O Formalismo contém técnicas que tem o objetivo da produção Cartográfica, e a
cognição, o que se pretende é atingir o conhecimento das características do espaço
e suas relações.
Quando a epidemia da febre amarela teve seu ápice na cidade de Nova York,
em 1795, ainda não era certo como a doença se proliferava. Com isso, o aumento de
infecções foi constante. Um dos principais estudos desenvolvidos sobre a doença foi
realizado pelo médico nova iorquino Valentine Seaman (1770-1817), que
acompanhou o desenvolvimento da doença na região.
Em sua publicação “An inquiry into the cause of the prevalence of the yellow
fever in New-York” (Um inquérito sobre a causa da prevalência da febre amarela em
Nova York) de 1798, Seaman relata os procedimentos e os mapas utilizados para sua
argumentação, onde investigou os casos registrados e cruzou com dados de
localização.
Ao analisar o cruzamento de dados referente às mortes, considerando a
localização geográfica, Seaman buscava identificar se a febre amarela possuía origem
estrangeira ou local, e se era contagiosa ou não. Por não possuir habilidades
Cartográficas, o médico então utilizou um mapa local de um recorte de uma das
regiões da cidade, a área portuária de New Slip, situada no estuário do East River.
Geograficamente, a transição entre um rio e o mar faz com que o local sofra influência
das marés, o que neste caso, causava inundações na área escolhida, e essas
inundações geravam inúmeros problemas.
Seaman então mapeou todos os casos encontrados na região de New Slip,
identificando e classificando os casos fatais, quase fatais e diagnósticos incertos
(Figura 12). Os casos fatais foram sequenciados de forma numérica, os casos quase
fatais são identificados pela letra “E” e os casos incertos identificados pela letra
“O”. Onde a maioria dos casos são identificados próximos a área portuária de New
Slip.
O segundo mapa elaborado por Seaman considerou locais insalubres (Figura
13). Para identificar os depósitos de lixo, inundações e deslizamentos utilizou a letra
“S”; e para identificar aglomerações de pessoas, áreas de conveniência e áreas de
comércio utilizou a letra “X”. Com isso, foi possível notar a relação entre as áreas
insalubres e as aglomerações, localizadas nas áreas que sofriam com inundações,
caracterizando a falta de políticas voltadas à saúde pública.
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3 CONTEXTUALIZANDO A PESQUISA
1 https://coronavirus.jhu.edu/map.html
2 https://covid19.who.int/
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Conforme publicado3 no site da CNN por Kristen Rogers (2020), o site mais
visitado durante a pandemia para o acompanhamento da disseminação do vírus, foi o
da Universidade de Johns Hopkins, fornecendo o monitoramento de coronavírus que
coleta informações de várias fontes de dados, trabalhando com uma escala mundial.
Sendo uma ferramenta publicamente disponível, este serviço é realizado com uma
das plataformas da ESRI (Environmental Systems Research Institute - Instituto de
Pesquisa de Sistemas Ambientais), uma das organizações geográficas que é
mundialmente reconhecida como fornecedora de SIGs.
Logo no início do ano de 2020, a plataforma apresentava a atualização
constante do número de casos, informando o grande aumento em um curto período
de tempo. A partir de sua criação, outros painéis foram sendo desenvolvidos, um dos
principais é o presente no site da OMS, que desde a declaração de estado de
Emergência Pública, promove a informação sobre a propagação do vírus, com
atualizações frequentes.
A seguir, serão apresentados como as representações cartográficas se deram
durante a pandemia, visto que sendo um tema novo, sugeriu a ideia de inúmeros
trabalhos referentes a Covid-19, não apenas referentes à cartografia. Posteriormente,
serão analisados e descritos os objetos de estudo deste trabalho.
visto os valores de cor entre diferentes nações, se constituindo como ferramentas que
influenciam na aparência do mapa, facilitando a sua legibilidade. O uso de mapas
desse tipo, apresenta diferentes níveis de gravidade de maneira objetiva, sendo
sugestivo que regiões em áreas mais escuras, representam locais com um maior
número de casos.
Além do tipo de representação, a escolha da cor é importante, pois pode
influenciar a interpretação do público sobre os dados informados. Com tudo, os mapas
disponibilizados pela OMS, são eficazes para o público, pois sua classificação de
dados cuidadosamente projetada junto a um esquema de cores apropriado para
categorização, facilitam a compreensão do leitor.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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