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PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E SOCIEDADE
1822
Com o enfraquecimento do colonialismo e as pressões, Dom Pedro I
decide proclamar a independência do Brasil em sete de setembro de
1822. Após a independência, foi promulgada a primeira constituição,
em 1824, surgindo a ideia de Sistema Nacional de Educação. No
artigo 179 dessa Lei Magna, podia-se ler: “Instrução primária e
gratuita para todos os cidadãos”. No entanto, apesar de serem
propostas escolas e distribuídas por todo o território nacional, elas
desapareceram.
1827
Ainda no império, em 1827, surge a primeira lei sobre educação, que
permitia que mulheres frequentassem as escolas elementares,
todavia, as instituições de ensino mais adiantadas ainda eram
proibidas a elas. Contudo, o que houve mesmo foi apenas a
distribuição racional do ensino elementar, que teve sua ampliação
comprometida pela base escravocrata e que apenas a elite estudava.
Devido à manutenção da mão de obra escrava, a escolaridade não
era, de fato, uma prioridade.
1834
Como se pode notar, as questões históricas influenciam diretamente
na criação dos sistemas educacionais desde aquela época. Mais
tarde, com o Ato Adicional à Constituição, em 1834, a educação foi
descentralizada, ficando a cargo das províncias a responsabilidade de
organizar seus próprios sistemas de ensino primário e secundário e
somente as que tinham recursos implementariam essa instrução.
Somente ficaria a cargo do poder central o Ensino Superior. Essa
diversidade de províncias trazia ao país graves deficiências
quantitativas e qualitativas no sistema educacional.
1835
Como a educação era limitada, haviam pouquíssimas pessoas
preparadas para o magistério e nenhum amparo para a carreira
docente. Os funcionários das poucas instituições de ensino não
tinham formação pedagógica e daí iniciou-se a discussão sobre a
necessidade de criação das Escolas Normais para a formação de
professores qualificados. Somente em 1835 surge a primeira Escola
Normal Brasileira em Niteroi, com duração de dois anos e a nível
secundário. As outras categorias de nível secundário continuavam
com as aulas avulsas, particulares e para meninos.
1879
Em 1879 houve a reforma de Leôncio de Carvalho, que ampliou o
acesso à escolaridade, entretanto continuava seguindo princípios
adotados pelo regime: centralização, formalização e autoritarismo.
1889
Muitas intempéries ocorreram no país, como a Guerra do Paraguai
(1865-1870), a Lei do Ventre Livre (1871), Lei Áurea (1888) etc.,
ocasionando a desarticulação entre o apoio político da oligarquia
escravista à monarquia. O movimento crescente por uma ideologia
liberal e adepta às ideias positivistas determinou a Proclamação da
República (1889). Nesse momento, temos o que chamamos de
Primeira República ou República Velha.
“Ela era um dos instrumentos do Estado, seu papel será ficar a serviço da Nação
(...). Assim, a Educação (...) longe de ser neutra, deve adotar uma filosofia e seguir
uma tábua de valores, deve reger-se pelo sistema de diretrizes morais, políticas e
econômicas que formam a base ideológica da nação e que, por isto, estão sob a
guarda, o controle ou a defesa do Estado. (CAPANEMA, 1937, p. 21)”
2 Relação escola-sociedade
Dentro de um pensamento da Sociologia, as relações entre o processo
educacional acadêmico e a sociedade de classes é estudada por várias
perspectivas.
2.1 Abordagem teórica de alguns pensadores
Começando por John Dewey, é através da educação que a vida humana se
perpetua por meio da comunicação permanente das experiências
adquiridas pelo grupo social às novas gerações para que esta se desenvolva
incessantemente.
Dewey aborda a importância de uma educação integral, ajustando o
crescimento natural do ser humano com uma eficiência social. Tal ajuste
chegaria ao alcance de uma sociedade ideal, uma sociedade
verdadeiramente democrática.
Esse pensamento de Dewey percebe a educação como algo positivo para o
progresso da sociedade como um todo. Por outro lado, alguns teóricos
compreendem a educação como ferramenta de transmissão de ideologias
que comprometem as ideias sociais, contaminando os pensamentos dos
educandos, pois estariam a serviço do monopólio do poder econômico,
social, político e cultural.
A base desses entendimentos tão antagônicos pode ser amparada pelas
ideias de dois grandes representantes do pensamento sociológico:
Durkheim: Com seu princípio de integração.
Educação infantil
A educação infantil é a primeira etapa da educação básica ofertada
às crianças de 0 a 3 anos de idade em creches e as de 4 a 5 anos nas
pré-escolas. Essa etapa representa o alicerce da educação, visto que
objetiva o desenvolvimento nos aspectos físico, intelectual e social da
criança, complementando as ações da família e da comunidade (Art.
29 da LDB).
Ensino fundamental
A segunda etapa é o ensino fundamental, que se subdivide em duas
etapas: anos iniciais, do 1º ao 5º ano, e anos finais, do 6º ao 9º Ano.
Com duração de nove anos. No ciclo normal, essa fase busca a
formação essencial do cidadão, a partir do pleno domínio da leitura,
da escrita e do cálculo.
Ensino médio
O ensino médio é a terceira e última etapa da Educação Básica,
finalizando o ciclo com a consolidação e o aprofundamento dos
conhecimentos adquiridos no ensino fundamental. Além de
possibilitar a preparação básica para o trabalho, para o exercício da
cidadania e o aperfeiçoamento na formação ética, no
desenvolvimento intelectual e principalmente no posicionamento
crítico diante a realidade.
Instância 2
Uma infraestrutura adequada, atualizada, confortável; com tecnologias
acessíveis, rápidas e renovadas.
Instância 3
Uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual,
emocional, comunicacional e eticamente bem remunerados, motivados e
com boas condições profissionais, em que haja circunstâncias favoráveis a
uma relação efetiva com alunos, que facilite conhecê-los, acompanhá-los e
orientá-los.
UNIDADE – 2
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO, PRÁTICAS E TEORIAS
1.1 Filosofia e história
A filosofia a que temos acesso originou-se na Grécia Antiga. A palavra
filosofia é de origem grega e significa literalmente amor (philos) à
sabedoria (sophia).
Tal movimento acontece como uma tentativa de elucidar a realidade fora
do âmbito das explicações religiosa e mitológica. Como não havia uma
aceitação dessas explicações, os filósofos gregos começaram a especular
sobre princípios naturais para explicar a origem do mundo. Desde então, a
filosofia não interrompe sua continuidade em busca de conhecimento.
Várias escolas de pensadores existiram no decorrer da história grega e
quase todos se preocupavam com a educação do ser humano; uma
inquietude para tornar o ser humano melhor. Mais uma vez temos na
Grécia a origem da palavra Educação: Educare, que significa trazer à tona.
Continuando a busca pela essência do ser humano, novas ideias vieram e Santo
Agostinho defendia que cada ser humano é uma pessoa e cada uma tem sua
consciência, que é dotada de vontade, imaginação, memória e inteligência.
Na Idade Média, a verdade é passível de ser conhecida desde que não contradiga
a fé.
Na Idade Moderna, os filósofos conseguem separar a fé da razão.
Piaget
Para Piaget, a aprendizagem é construída passo a passo na proporção da
organização das estruturas mentais e cognitivas, de acordo com o
desenvolvimento da inteligência, que para ele significava adaptação. A
organização seria um equilíbrio entre o ser e o meio ambiente, cuja
interação resultaria nos processos de assimilação e acomodação. A
aquisição do conhecimento (assimilação) e sua interiorização (acomodação)
teria como resultado uma renovação interna. Esse mecanismo proporciona
que não haja uma ruptura entre o velho e o novo. O que surge é uma
adaptação intelectual e o progresso das estruturas cognitivas que ele
nomeia como equilibração, que é comum a todos os estágios de
desenvolvimento criados por ele.
Vygotsky
Vygotsky, também interacionista, aborda essa interação como uma
experiência social mediada por instrumentos e signos compatíveis com os
conceitos do próprio sujeito. Para ele, a interação baseia-se na linguagem e
na ação em que “desafios” da vida surgem, estimulando o progresso
constante da cognição e estruturas emocionais. Alerta sobre a dificuldade
dos desafios enfrentados, que para terem um resultado de sucesso deve
ser passível de superar e lança os conceitos de zona distal e zona
proximal. Ele defende que para haver crescimento, a periodicidade, a
própria irregularidade no desenvolvimento, as metamorfoses ou mudanças
é o que entrelaça os fatores internos e externos e os processos
adaptativos. Em tempo, cabe mencionar que Alexander Romanovich Luria
realizou muitos trabalhos junto com Vygotsky.
Wallon
Já na abordagem interacionista de Wallon, a inteligência é genética e
organicamente social, ou melhor, "o ser humano é organicamente social e
sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar"
(WALLON apud CRUZ, 2014, p. 33). Dentro desse ponto de vista, o
desenvolvimento cognitivo é centrado na psicogênese da pessoa
completa. Para Wallon, as fases do desenvolvimento são descontínuas,
com rupturas e retrocessos que modificam as estruturas anteriores de
forma significativa. Não há um desenvolvimento linear, mas sim uma
reformulação de uma etapa a outra subsequente e que é nesse momento
que ocorrem as “crises” que afetam a conduta da criança. Ele fundamentou
suas ideias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo:
a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do “eu” como
pessoa.
Outras teorias, como Montessori, Ausubel, Emilia Ferrero, Edgar Morin,
Rubem Alves, Mario Sérgio Cortella, continuam os estudos como uma
demonstração de que a aprendizagem é um processo dinâmico com
modificações necessárias conforme o momento histórico e suas
necessidades.
E, então, com qual delas você se identificou?
4 Articulações na compreensão do
processo ensino-aprendizagem
É notório que ocorram as mudanças da sociedade conforme o período
histórico e, por conseguinte, o perfil dos estudantes também se transforma.
Com o olhar claro e crítico, como articular permanentemente a teoria e a
prática no trabalho docente? Compreendendo a importância
desse exercício contínuo, seu início precisa ser instigado desde a
formação dos educadores.
4.1 Formação docente
Ao pensarmos na formação docente, devemos rever a vereda para essa
formação que começa nas Escolas Normalistas, no nível da Educação
Básica. Cabe ressaltar as ofertas do Nível Superior, levando em
consideração também as dos diversos cursos, em geral, e o curso de
licenciatura como proposta formativa do profissional de Educação.
Dentre as qualificações gerais, temos desde profissionais liberais até
bacharéis caminhando para o campo da Educação, ocupando um papel de
educador e, muitos, sem nem a licenciatura. O que sabemos é que esses
profissionais têm como experiência educacional, até então, apenas
a qualidade de aluno.
Tal atuação reflete como papel do professor aquele que apenas concebe e
repassa conteúdos, uma prática tecnicista da relação ensino-
aprendizagem. Daí não ser incomum ouvir falas dos alunos que “este ou
aquele professor é um excelente intelectual, porém não sabe dar aulas, não
tem didática”.
Na condição dos avanços alcançados pelo desenvolvimento teórico da
Educação, nesse cenário da realidade, ou seja, na prática educativa, não há
mais como se reduzir a profissão de professor a apenas a transmissão de
seus conteúdos e técnicas. Há necessidade da retomada do significado do
saber escolar no diálogo com o saber dos alunos, com a realidade material
em que as práticas sociais se produzem.
Segundo Mizukami et al. (2002), aprender a ser professor não é uma tarefa
que seja concluída após estudos de um conjunto de conteúdos e técnicas
para transferência deles a outrem. Atualmente, esse modelo de
racionalidade técnica não corresponde e não dá conta à formação docente.
Há de se investir numa racionalidade prática, em que a aprendizagem
aconteça ao redor de situações reais que, de fato, são complexas e
detentoras de problemáticas particulares.
#PraCegoVer: A imagem mostra um professor e dois alunos em uma
bancada com um notebook aberto. O professor está ensinando algo para
os alunos e eles prestam atenção.