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TÉCNICAS NECESSÁRIAS

PARA O ACONSELHAMENTO
Paul Hoff destaca que, uma autoridade em psicologia pastoral
afirmou que, quase todas as pessoas que recorrem ao pastor-conselheiro, se sentem
desorientadas, desanimadas, inadequadas, apreensivas ou carregam sobre si um pesado
sentimento de culpa.

O conselheiro deve deixar a pessoa se expressar. Isso pode levar


a própria pessoa detectar as raízes de sua dificuldade.

Existem casos que não convém avaliação detalhada pode ser


demasiadamente penosa, e talvez até não seja necessária.

MÉTODO NÃO DIRETIVO


Hoff descreve que, segundo a teoria do método não diretivo,
cada ser humano tem dentro de si a solução de seus problemas.
Isto não quer dizer que ele não necessite de ajuda de Deus, e sim que a solução de
seus problemas começa com a auto percepção.
O trabalho do pastor-conselheiro é primordialmente ajudar
as pessoas a expressarem seus sentimentos, e trabalhar
para trazer à luz as causas do problema.

É fundamental que haja um diálogo no qual o conselheiro e


o aconselhado explorem os sentimentos do aconselhado. O
conselheiro ajudará o aconselhado a interpretar seu problema e a chegar a uma
solução.

Os princípios de aconselhamento são como chaves douradas que abrem os


cadeados e deixam sair de suas prisões as pessoas que tem problemas.
Consideremos alguns Princípios:

ESCUTAR
Hoff realça que, o papel do pastor como conselheiro é
completamente diferente do seu papel como pregador, e
cita Woodworth:
“Nós pregadores, temos a desvantagem de estar tão acostumados a falar, que o
nosso primeiro impulso é dizer algo. Mas a técnica para o aconselhamento é distinta
da que serve para pregação. Devemos estar prontos para ouvir e lentos para falar.”

Só quando se escuta atentamente é que se pode entender


qual é a situação real do aconselhado e como este se sente.
Escutar comunica ao aconselhado que ele está sendo aceito tal como ele é. Todos
nós nos sentimos aceitos por aqueles que nos escutam.

Falar com um pastor atento e compreensivo é uma


experiência que difere totalmente (Tg 5. 16).

Hoff argumenta que, deve-se escutar com “empatia”; isso


significa: entrar no sentimento da pessoa, sentir o que ela sente, ver através
de seus olhos e em certo ponto identificar-se com ela.
Mas ao mesmo tempo é necessário manter uma atitude
serena e objetiva; é preciso encontrar um equilíbrio entre o objetividade e a
sensibilidade para com as emoções da pessoa, e não envolver excessivamente com
o problema.

Portanto, comunica-se empatia escutando-se atentamente,


refletindo e respondendo de tempo em tempo com palavras
e gestos que revelam compreensão.

ENCONTRAR SOLUÇÕES
Segundo Hoff, o pastor conselheiro escuta, formula
perguntas que estimulam o aconselhado a falar acerca de
seus sentimentos, e explora os aspectos significativos.

Ele interpreta às vezes o que o aconselhado expressa de


maneira não muito clara, ajudando o aconselhado a
entender melhor seu próprio problema. Em seguida ambos
trabalham juntos para conseguir uma solução.
Existem casos que o pastor apresenta alternativas nas
quais o aconselhado não havia pensado.

Ele apresenta como possibilidade, e não tenta impô-las,


pois é o aconselhado que deve decidir o que irá fazer. Se o
aconselhado não está disposto a atentar para a Palavra de Deus, o pastor não ganha
nada pressionando-o.

AVALIAÇÃO DA TÉCNICA NÃO-DIRETIVA


Segundo o autor, a teoria não-diretiva pode servir em
muitos casos, especialmente nos problemas emocionais.
Porém, tem que ser adaptada para incluir princípios cristãos.

O autor frisa, que não é a única técnica que o pastor deve


usar, pois nem sempre surte efeito.
Há conselheiros evangélicos que rejeitam esse método;
argumentam que ele não dá lugar à ajuda de um perito (o
pastor), à receita Bíblica nem à ajuda divina.

Hoff realça que, mesmo que as Escrituras descrevam


situações psicológicas e deem certas soluções, elas não
impõem nenhuma técnica. Os princípios bíblicos devem constituir a base
das convicções do conselheiro. O método pode ser variado.

Alguns conselheiros evangélicos rejeitam tudo o que certos


psicólogos ensinam, pois, afirmam que esses psicólogos
são humanistas com alguns conceitos anticristãos. Mas seria
necessário rejeitar uma ferramenta eficaz na construção de um templo só porque ela
foi inventada por um incrédulo?

O autor frisa: não seria mais sábio extrair o útil e rejeitar o que é prejudicial
dentro das teoria da psicologia? Não seria mais sábio adaptar certas técnicas dos
psicólogos, dando-lhes um enfoque cristão? Realça que, valeria a pena refletir.
TÉCNICA DIRETIVA
Segundo Hoff, é o método em que o conselheiro torna se a figura
central e domina o processo de aconselhamento. A ele cabe recolher
os fatos, analisá-los e interpretá-los. Fazer um diagnóstico e prognóstico quanto a solução
ideal.

Os objetivos deste método são quase idênticos aos da técnica


não-diretiva. O aconselhado tem que encarar a si e a seu
problema de maneira mais clara e realista.

O aconselhado descobrirá suas potencialidades e fraquezas, e se


adaptará às circunstâncias, optando por uma solução para o seu
caso e aprendendo a assumir suas responsabilidades quanto a si
mesmo.

Porém, é o conselheiro quem deve procurar conduzir o aconselhado a se esforçar


para alcançar esses objetivos. Frisa ainda que, se o aconselhado não é capaz de
encarar-se a si mesmo e de compreender seu problema, só resta ao conselheiro
a alternativa de utilizar a técnica diretiva.
ACONSELHAMENTO POR CONFRONTAÇÃO
Alguns psiquiatras têm observado que a terapia puramente
psicológica não dá resultados em muitos casos. O autor cita Karl
Menninger que escreveu um livro intitulado: “O Que Aconteceu Com o Conceito do
Pecado?” e, lamenta que a sociedade tente ignorar a responsabilidade moral do
homem.

Hoff realça que, tem surgido um novo movimento que dá


ênfase à responsabilidade do indivíduo. Este movimento
ensina que pessoa tem que enfrentar a realidade.

Ninguém pode ajudar a pessoa que não esteja disposta a


enfrentar sua situação, a confessar o seu pecado e a
realizar o que for necessário para livrar-se do seu problema.

O autor destaca que, muitas vezes convém que o pastor empregue a técnica de
confrontação, indo visitar um membro da igreja quando esse se comportar mal.
Ás vezes os pregadores abusam do púlpito porque lhes
falta a coragem de confrontar pessoalmente o pecado do
crente. Hoff frisa que, tal procedimento pode produzir ressentimento, tanto da
parte do membro como da congregação.

É muito melhor falar com ele em particular acerca de seu


problema do que parar atrás do púlpito e descarregar sua
artilharia sobre toda a congregação.
INFORMAÇÃO E DIREÇÃO
Hoff ressalta que, existem pessoas que necessitam de
conselho para escolher uma vocação. Outras pedem informação
acerca do noivado e do casamento, de assuntos de conduta, de como resolver
problemas espirituais, de como vencer uma fraqueza moral, e sobre a doutrina cristã.

Para servir essas pessoas o pastor faz o papel de mestre,


mesmo que utilize também a técnica de aconselhamento.

A maioria dos evangélicos crê que Deus tem um plano para


a vida de cada pessoa. Mas como é possível saber a vontade de Deus? O
primeiro passo é entregar-se completamente ao Senhor e
desejar fazer a sua vontade (Rm 12. 1,2).
Assim, é necessário reconhecer que Deus guia por meio de
várias coisas: falando-nos pelas Escrituras, usando amigos espirituais, falando
ao nosso coração enquanto oramos, e abrindo ou fechando portas, conforme as
circunstâncias.

Ressalta que, Deus não nos convocaria para fazer algo sem
nos dar capacidade para realizá-lo.

Hoff frisa que, há ocasiões em que o conselheiro pode dar


informações ou recomendar que o aconselhado leia um
livro acerca do problema.

Deve proporcionar também a oportunidade de o


aconselhado encontrar informações e buscar soluções.
Outro aspecto da técnica de aconselhamento através da informação é
denominado de “orientação preventiva”.

Para finalizar Hoff destaca que, o conselheiro deve


empregar o bom senso; não deve apresentar-se como um
“sabe-tudo”, nem dramatizar excessivamente os perigos em
potencial. Deve-se deixar a porta aberta para que as pessoas possam formular
perguntas e discutir o assunto, ou seja, deve haver diálogo.

Realça que é fundamental empregar as Escrituras


apropriadamente, para que os aconselhados baseiem seu
aprendizado sobre um fundamento sólido.

Em suma, ao enfatizar as técnicas para o aconselhamento,


aborda métodos científicos da dimensão psicológica,
orientando a adaptações aos princípios Bíblicos.
HABILIDADES NECESSÁRIAS
PARA O ACONSELHAMENTO
Carlson, Raymond ao frisar Técnicas, e principalmente, as
Habilidades para o Aconselhamento. Realça com mais ênfase a direção
do Espírito Santo. Segundo o autor, o aconselhamento cristão é um encargo sagrado.

O pastor desfruta de singular posição para influenciar as


imagens horripilantes que alguém tenha de Deus, as ideias
estropiadas do ego, os hábitos destrutivos e as mágoas do
passado.

Além de promover a cura, o pastor ajuda o aconselhado a


desenvolver o potencial divino que Deus tem para sua vida.

O autor destaca que, a palavra terapia, do grego Therapeuto,


sugere que a cura ocorre no contexto de um relacionamento
curativo. Deus nos trouxe a cura quando Ele se encarnou. O pastor capacitado
pelo Espírito emprega os dons de comunicação para administrar a graça de Deus
fielmente (1 Pe 4. 10).
Por meio da empatia precisa, o pastor fica profundamente
envolvido com o aconselhado. O pastor identifica-se com a dor do
aconselhado, enquanto, ao mesmo tempo, oferece esperança, conforto, orientação,
confrontação e oportunidade de crescimento.

Carlson descreve que, o nome que Jesus usou com mais


frequência para se referir ao Espírito Santo, parakletos, tem
sido traduzido por “advogado”, “consolador”, “Ajudador” e “conselheiro”.

O pastor em um relacionamento de aconselhamento,


ministrará em cada uma dessas maneiras; deve ser motivado a
exibir as mesmas qualidades de Jesus, o Maravilhoso Conselheiro (Is 9. 6).

As Escrituras registram que, Jesus não esmagaria a cana


quebrada e não apagaria o morrão que fumega (Mt 12. 20).
Antes, as transformaria em algo melhor.
Jesus serviu de modelo à serena habilidade de ouvir as
pessoas. Ele era compassivo, contudo confrontou a
hipocrisia categoricamente. Carlson menciona alguns
exemplos de hipocrisia:
Quando alguém leva muito tempo para fazer algo, é lento. Quando eu levo muito
tempo, sou cuidadoso.

Quando um irmão não faz o que deve ser feito, é preguiçoso. Quando eu não faço,
estou muito ocupado.

Quando alguém sustenta com firmeza seu ponto de vista, é estúpido. Quando eu
sustento com vigor, estou sendo firme.

Quando um irmão ignora algumas normas de etiqueta, boas maneiras é mal-educado.


Quando eu negligencio algumas normas, sou original e independente.

Quando alguém realiza bem uma tarefa e agrada o superior, está bajulando. Quando
eu ajo assim, faço parte da equipe.

Quando um irmão tem sucesso, certamente foi um golpe de sorte. Quando eu


consigo prosperar, foi porque trabalhei com afinco.
Segundo Carlson, Jesus também encontrou pessoas em
situações de crise e as confortou com compaixão:

• Zaqueu foi pego em crise profissional.

• Nicodemos enfrentava a crise espiritual.

• A mulher apanhada em adultério enfrentava crise moral.

• Marta e Maria enfrentavam a crise do luto.

• O Jovem rico, em crise existencial, perguntava o que


tinha de fazer para herdar a vida eterna.
O pastor que consistentemente define a mente do Espírito
ao aconselhado o ajudará a formar uma consciência mais
confiável.

José e Daniel foram chamados para dar conselhos. Ambos


oraram bastante a respeito do conselho que deram, e eram
conhecidos como: homens em quem o ES habitava.

O mesmo Espírito Santo que habitava e capacitava os


profetas e apóstolos está hoje presente na vida do pastor
que está cheio do Espírito!

PRODUTO DO CONSELHO DO SANTO ESPÍRITO


Carlson frisa que, aconselhar no poder do Espírito
produzirá o fruto do Espírito em ambos (Gl 5. 16-26).
O pastor sabe que a verdadeira liberdade ocorre à medida
que o estilo de vida do crente conforma-se ao que o
Espírito Santo procura produzir. Com coragem e clareza exortará o
aconselhado a optar pelos tipos de escolhas de vida que evitam a imoralidade, o
egocentrismo e os vícios.

Em suma, o pastor guiado pelo Espírito Exorta o


aconselhado a viver uma vida autêntica, prática e piedosa.

Quando parece não haver resposta, quando o processo


parece estar travado, o pastor dependerá do ES.

Carlson realça que, o ES concede poder, ensina, guia,


conforta e dá convicções de pecado. O pastor que aconselha no
poder do ES será o canal do ministério do Espírito ao aconselhado.
O pastor deve incentivar o aconselhado a deixar que o ES
tenha acesso em toda sua vida: cura de feridas do passado,
poder para enfrentar as lutas do presente e esperança de
um futuro glorioso.

Carlson frisa que, se o coração do Pastor for reto, se um


desejo em ministrar estiver presente, se o treinamento
estiver em dia e se houver um andar no Espírito, o
resultado será conselhos piedosos no poder do Espírito.

O pastor que deseja aconselhar no poder do Espírito Santo


tem de ansiar por duas coisas: ser como Jesus e responder
imediatamente à unção do Espírito Santo.

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