Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE
Eliziane Ferranti
Eliziane Ferranti
The inventory management is a challenge for hospital organizations, considering the wide
range of standard products. Effective inventory control, with reliable data, results in a smooth
running of the operational processes of materials in the institution. The ABC Curve has
proven to be a widely used resource for management of materials in stock. Therefore, the aim
of this study was to analyze the implementation of the ABC curve of standard drugs in a
public hospital midsize. Considering the importance of the A curve, was also followed up the
accuracy of the items that compose during four months. This is a descriptive and quantitative
case study conducted by collecting hospital software data and physical inventory count. For
preparation of the ABC curve, we attempted to cost and consumption data of medicine at the
hospital system. To measure the accuracy of the curve, we proceeded to daily counts of items,
checking their quantity in the system. From the results, it is possible to identify that the
categorization of drugs by curves assisted the manager of the hospital pharmacy to control the
items of the curve, which is 75% of monthly expenditure on drugs. It is suggested for further
work, the implementation of the ABC curve for other groups of materials and scheduling of
acquiring and replenishment of items as the curves in order to decrease the stored value of
medicines.
-
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 7
2 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 8
3 OBJETIVOS.................................................................................................................. 9
3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 9
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 9
4 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 10
4.1 LOGÍSTICA HOSPITALAR........................................................................................10
4.2 GESTÃO DE ESTOQUES............................................................................................11
4.2.1 Classificação ABC........................................................................................................13
4.2.2 Acurácia da medicação do Estoque ...........................................................................15
4.3 HOSPITAL TRAMANDAÍ - FHGV........................................................................... 16
5 MÉTODOS...................................................................................................................18
5.1 MÉTODO DE PESQUISA ..........................................................................................18
5.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................18
5.3 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 19
5.4 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ......................................................................... 19
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 20
6.1 DESCRIÇÃO DAS ROTINAS DESENVOLVIDAS NO SETOR ESTUDADO........20
6.1.1 Reposição de estoque.................................................................................................. 20
6.1.2 Recebimento e conferência.........................................................................................20
6.1.3 Dispensação de medicamentos....................................................................................21
6.1.4 Controle de estoque ....................................................................................................21
6.2 COLETA QUANTITATIVA DE DADOS....................................................................22
6.2.1 Determinação da curva ABC......................................................................................22
6.2.2 Acompanhamento da acurácia da curva A ..............................................................23
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................27
REFERÊNCIAS..........................................................................................................28
ANEXO A – QUADRO 1 – RELAÇÃO DOS MEDICAMENTOS
CLASSIFICADOS POR CURVA ............................................................................ 30
7
1 INTRODUÇÃO
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Seleção/Uso: Tem como objetivo principal definir quais produtos serão utilizados na
instituição. Para esta etapa, é importante reunir representantes da atividade fim e da
atividade meio, através, por exemplo, da comissão permanente de padronização de
materiais, para decidir o que será padronizado e adquirido. Essa comissão é
11
manter o equilíbrio entre a demanda e a disponibilidade, sem haver faltas ou excessos, sendo
este um desafio da logística. Considerando a complexidade do serviço hospitalar, os setores
de suprimentos do hospital necessitam ter total controle de seus processos, pois seu
desempenho impacta no resultado técnico e financeiro da instituição (PONTES et al., 2008).
O controle de estoque tem como objetivo principal evitar a falta de material sem que
para isto seja necessário um estoque excessivo, mantendo um nível adequado com as
necessidades de consumo (ALMEIDA, 2011). Segundo Dias (2010), são funções do controle
de estoque: determinar o que deve permanecer em estoque; quando deve ser reabastecido;
quanto será comprado; acionar o setor de compras para adquirir itens; receber, armazenar,
atender os materiais conforme necessidades; controlar quantidade e valor de estoque com
inventários periódicos; e retirar do estoque itens obsoletos e danificados.
Em organizações públicas, esse controle faz parte da obrigação do gestor, já que a
Constituição Federal de 1988 determina que todos os órgãos do Estado mantenham controle
interno, inclusive com registro de toda movimentação realizada no estoque. Além disso,
instituições públicas podem ser auditadas pelo tribunal de contas para comprovar a probidade
administrativa, a guarda e emprego dos bens, valores e dinheiro público, sendo mais uma
razão para manter uma boa gestão do estoque (SANTOS, 2006).
Para controlar o nível de estoque e prever as quantidades e tempos de reposição,
utilizam-se alguns conceitos e fórmulas, sendo os mais utilizados: consumo médio mensal,
estoque mínimo, prazo de reabastecimento, estoque de segurança e curva ABC (NETO et al.,
2010):
Consumo Médio Mensal (Cmm) ou Média Aritmética Móvel (Mam): é a soma dos
últimos meses divido pelo número de meses. Por exemplo:
Emin = Cm x Pr
Onde:
Emin= Estoque mínimo
Cm = Consumo mensal
Pr = Prazo de reabastecimento
Emin = Cm x Pr
Emin = 100 x 3 = 300 unidades, deverá o estoque mínimo deste item.
A classificação ABC ordena os itens do estoque por sua importância relativa à área
14
Entre os objetivos da utilização da curva ABC, pode-se citar: tratamento especial para
os itens da curva A; implantar estratégias para controle do estoque de acordo com o valor
agregado; utilizar os dados de controle da curva A como indicador; maior liquidez ao
15
São vários os motivos que levam às diferenças de estoque, como por exemplo: erros
de contagens, erros de endereçamentos, desvios internos, erros de processamento, etc.
16
Detectar o problema que ocasionou a diferença encontrada na maioria das vezes não é simples
(BURMESTER; HERMINI; FERNANDES, 2013). Porém, a nível gerencial, sabe-se da
necessidade de precisão de informações para se conseguir mensurar, de maneira mais correta
possível, a provisão dos itens para atender as demandas da instituição. Ao mesmo tempo,
sabe-se que a coleta dessas informações gera custos crescentes, portanto, é necessário avaliar
quais dados são mais importantes para auxiliar a gestão (BARBIERI; MACHLINE, 2009).
5 MÉTODOS
maior representação econômica, foi elaborado um formulário para contagem diária dos itens.
Nesse formulário desenvolvido em planilha de Excel, o funcionário designado pela farmácia
fez a contagem do estoque físico de cada item e verificou no sistema sua quantidade no
estoque virtual.
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Depois de emitida a ordem de compra para o fornecedor, a farmácia recebe por email
uma cópia deste documento para controle e acompanhamento.
Ao chegar o medicamento, o funcionário da farmácia responsável pelo estoque ou o
farmacêutico confere a nota fiscal com a ordem de compra. Se ambas estiverem de acordo,
inicia-se a conferência física: analisam-se os produtos entregues quanto à quantidade,
21
validade (mínimo de um ano, conforme padrão da instituição), aspecto das embalagens, laudo
de controle de qualidade e condições de entrega (se era medicamento que necessitava de
condições especiais como refrigeração, por exemplo). Após a conferência, é lançada a nota
fiscal no sistema informatizado (onde já alimenta a entrada de quantidades no estoque
virtual), e procede-se à guarda dos medicamentos.
Por haver menor fluxo de trabalho no turno da noite, e ficar presente um farmacêutico
e um auxiliar, procede-se à contagem de alguns itens do grupo de material médico hospitalar,
geralmente os de maior valor unitário, conforme o fluxo de trabalho da noite, não existindo
rotina estabelecida.
Portanto, dos 308 medicamentos, 52 são contados diariamente (16,9%), e não há rotina
estabelecida para o controle de estoque dos demais itens. Mesmo entre os itens contados
diariamente, não se conhece a proporção do custo mensal com medicamentos que se mantém
controle.
Tabela 5 - Itens com erros de estoque mais frequente (em número de dias)
Medicamento Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro
Dipirona inj 15 12 14 11
Heparina SC 13 14 10 9
Fonte: Elaborada pela autora
26
Uma explicação provável para esta maior frequência de erros nestes medicamentos é o
fato de serem os itens mais consumidos, com maior número de dispensações realizadas por
dia. Logo, a probabilidade de erro torna-se maior e, consequentemente, encontrar o erro para
ajustar o estoque virtual também. Apesar disso, os percentuais de acurácia desses
medicamentos são altos, pois são muitas unidades movimentadas diariamente e muitas
unidades estocadas desses itens para atender a demanda.
27
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve como tema principal a implantação da curva ABC como
ferramenta para gerenciamento do estoque de medicamentos. Percebeu-se que o hospital não
utilizava esse método para gestão de seu estoque, tratando todos os medicamentos – exceto
controlados - da mesma forma. A curva elaborada demonstrou que seus percentuais, tanto no
que se refere à quantidade de itens quanto ao valor financeiro envolvido, estão dentro do
previsto na literatura.
Em relação aos itens da curva A, percebeu-se que a contagem diária foi uma rotina
fácil de implantar, considerando que são apenas 18 itens. No primeiro mês de rotina, onde o
percentual de discrepância médio do mês ficou em 2,45, observou-se que os funcionários não
estavam habituados com a nova rotina, apresentando dificuldades para localização do erro que
gerou a discrepância, fato que foi superado nos meses subsequentes. A taxa de discrepância da
acurácia da curva A nos demais meses ficou dentro do previsto pelo mercado, ou seja, inferior
a 1%, o que demonstra que a rotina implementada conseguiu alcançou seu objetivo, atingindo
controle dos itens que correspondem a 75% do gasto mensal com medicamentos.
Em relação aos itens da curva B e C, foi proposto para a coordenação da farmácia a
contagem cíclica das curvas B e C, a fim de conseguir contabilizar todos os itens pelo menos
uma vez ao mês.
Sugere-se para futuros trabalhos, programar a aquisição e reposição dos estoques
conformes as curvas, com estoques menores e reposição mais frequentes para itens da curva
A, e estoques maiores e reposições distanciadas para itens da curva C, a fim de diminuir o
valor estocado de medicamentos e otimizar o serviço do setor de compras.
Este trabalho não tem a pretensão de esgotar os assuntos pertinentes a todas as
possibilidades de controles de estoque por meio da classificação ABC, mas pode-se concluir
que a sua utilização auxiliou a organização de controle de estoque de medicamentos, ficando
como sugestão de implementação para os demais grupos de materiais padronizados da
instituição.
28
REFERÊNCIAS
BARBIERI, José; MACHLINE, Claude. Logística hospitalar – Teoria e Prática. São Paulo:
Saraiva, 2006.
BRASIL. Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o artigo 37, inciso Xxi, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm.
Acesso em 09/03/2015.
CARVALHO, José C.; RAMOS, Tania. Logística na Saúde. Lisboa: Edições Silabo, 2009.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
DIEHL, Astor A.; TATIM, Denise. C. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e
técnicas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
NETO, F. de P.B. de A.; SILVA, W.L.M.; LUIZA, V.L. Gestão logística em saúde.
Florianópolis: departamento de ciências da administração/UFSC; Brasília: CAPES:UAB,
2010.
SANTOS, Gustavo A. A. dos. Gestão de farmácia hospitalar. São Paulo: Senac São Paulo,
2006.
SILVA, Maria A. P. da. Aplicação do método curva ABC de Pareto e sua contribuição
para gestão das farmácias hospitalares. 2010. Monografia (Curso de Especialização em
Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação
Oswaldo Cruz, Recife, 2010.
SLACK, N.; STURAT, C.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São Paulo: Atlas,
2009.
ANEXO A
C
150 CP FENITOINA 100MG CP 223 R$ 0,16 R$ 35,68
CP SULFATO FERROSO 109MG CP R$ 0,04 C
151 890 R$ 35,60
FR PREDNISOLONA 3MG/ML SOL. ORAL R$ 3,20 C
152 11 R$ 35,20
CP METFORMINA 850MG CP R$ 0,12 C
153 291 R$ 34,92
C
154 AMP CLORPROMAZINA 25MG/5ML EV/IM INJ 26,3 R$ 1,30 R$ 34,19
AMP METILERGOMETRINA 0.2MG/ML INJ. R$ 1,55 C
155 21,7 R$ 33,58
R$ C
156 FR ALTEPLASE 20MG EV 20ML DILUENTE 0,1 334,00 R$ 33,40
CP AMOXICILINA+ACIDO CLAVULANICO (500+ R$ 0,89 C
157 125)MG CP 37,3 R$ 33,23
AMP DESLANOSIDEO 0.4MG/2ML INJ. R$ 1,28 C
158 24,7 R$ 31,57
CP AMIODARONA 200MG CP R$ 0,35 C
159 86,7 R$ 30,33
CP CARVEDILOL 6.25MG CP R$ 0,23 C
160 125,7 R$ 28,90
CP ESPIRONOLACTONA 100MG CP R$ 0,36 C
161 77,7 R$ 27,96
CP NIMODIPINO 30MG CP R$ 0,21 C
162 129 R$ 27,09
AMP PROMETAZINA 50MG/2ML INJ. R$ 0,70 C
163 38 R$ 26,60
AMP SALBUTAMOL 0.5MG/ML INJ. R$ 1,58 C
164 16,7 R$ 26,33
ENV SACCHAROMYCES SP 100MG CP R$ 1,29 C
165 20,3 R$ 26,23
CP ANLODIPINO 5MG CP R$ 0,04 C
166 646,3 R$ 25,85
FR PERMANGANATO DE POTASSIO 6% R$ 18,80 C
167 1,3 R$ 25,07
AMP DICLOFENACO DE SODIO 75MG/3ML INJ. R$ 0,63 C
168 39,7 R$ 24,99
CP CARVEDILOL 3.125MG CP R$ 0,19 C
169 125,3 R$ 23,81
CP CAPTOPRIL 25MG CP R$ 0,03 C
170 778 R$ 23,34
AMP SULFATO DE MAGNESIO 50% INJ. R$ 0,65 C
171 34 R$ 22,10
CP AAS 100MG CP R$ 0,02 C
172 1075 R$ 21,50
TB MUCOPOLISSACARIDEO POLISSULFATO R$ 9,15 C
173 5MG/G 2,3 R$ 21,35
CP VERAPAMIL 80MG CP R$ 0,22 C
174 96,7 R$ 21,27
FR BUPIVACAINA 0.75% INJ. SEM R$ 20,74 C
175 VASOCONSTRITOR 1 R$ 20,74
FR OLEO MINERAL 100ML R$ 1,82 C
176 11,3 R$ 20,63
CP LEVOTIROXINA 25MCG CP R$ 0,15 C
177 134,3 R$ 20,15
CP RANITIDINA 150MG CP R$ 0,25 C
178 80,3 R$ 20,08
CP TENOXICAM 20MG CP R$ 0,68 C
179 29,3 R$ 19,95
CP ISOSSORBIDA MONONITRATO 20MG CP R$ 0,09 C
180 219,7 R$ 19,77
AMP ETOMIDATO 2MG/ML 10ML INJ R$ 9,87 C
181 2 R$ 19,74
CP DOXAZOSINA 2MG CP R$ 0,24 C
182 79,3 R$ 19,04
C
183 CP RISPERIDONA 2MG CP 75,3 R$ 0,25 R$ 18,83
FR BUPIVACAINA 0.5% INJ. COM EPINEFRINA R$ 13,94 C
184 1,3 R$ 18,59
CP DILTIAZEM 30MG CP R$ 0,13 C
185 134,7 R$ 17,51
CP LOSARTANA POT. 50MG CP R$ 0,06 C
186 287 R$ 17,22
FR AZITROMICINA 200MG/5ML SUSPENSAO ORAL R$ 4,27 C
187 4 R$ 17,08
R$ C
188 FR ALTEPLASE 10MG EV 10ML DILUENTE 0,1 167,00 R$ 16,70
35