EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DA
FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE XXXXXXXXXX/SP.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, separado judicialmente, pedreiro, portador do RG nº XXXXXX expedido pelo SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o nº XXXXXXXXXX, residente e domiciliado na Avenida XXXXXXXXXX, nº XXX, Vila da Palmeiras, CEP: XXXXXX, nesta cidade de XXXX/SP, vem respeitosamente a presença de Vossa Exa., com o devido acatamento propor a presente AÇÃO DE GUARDA da menor XXXXXXXX, em face de XXXXXXXXXXXX, brasileira, divorciada, professora, domiciliada na Rua XXXXXXXXX, nº XX, Jardim XXXXX, CEP: XXXXX, e de XXXXXXXXXXXXX, brasileira, estudante, residente e domiciliada na Avenida XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, nº XXX,, Jardim XXXXX, CEP: XXXXX, XXXX/SP, pelas razõ es de fato e de direito a serem aduzidas. GRATUIDADE DA JUSTIÇA O requerente se encontra sem condiçõ es financeiras para arcar com as despesas advindas deste processo sem prejuízo do pró prio sustento e para tanto, requer, com fulcro na Lei 1.060/50, a concessã o dos benefícios da Gratuidade da Justiça, conforme faz prova a declaraçã o assinada de pró prio punho anexa. DOS FATOS Preliminarmente convém esclarecer que o requerente viveu maritalmente com a avó da menor e na época da concepçã o nã o foi inserida a paternidade do autor em relaçã o à XXXXXXXXXX, porém já é objeto de açã o para regularizar a paternidade, conforme documentos anexos. Tanto é verdade que na constâ ncia da uniã o entre o autor e a avó da menor nasceram mais três filhos, que tiveram a paternidade do autor registrada, consoante certidõ es de nascimento anexas. Assim, o requerente é avô materna da menor XXXX, bioló gico e afetivo, faltando apenas regularizaçã o quanto a paternidade de XXXXXXXXXXX, que já está sendo providenciada como mencionada acima. Avô e neta possuem excelente relacionamento de carinho, ao contrá rio do que ocorre com a menor e sua genitora. De fato, a convivência entre a menor e a requerida é bastante conturbada. Isso porque a requerida possui relacionamento amoroso com homem casado, tendo encontros amorosos dentro da casa em que mora com a menor, sem nenhuma preservaçã o da intimidade do casal. De sorte que, por vá rias vezes, já ocorreu da menor presenciar situaçõ es constrangedoras. Por outro lado, a menor nã o recebe carinho e cuidados necessá rios da mã e, pois está trabalha até meia noite, nã o tendo “disposiçã o” para realizar seu papel de mã e. Em razã o do exposto, mã e e filha se encontraram em constante conflito, em discussõ es de toda espécie, inclusive com palavras de baixo calã o da mã e para com a filha, causando agressõ es morais e físicas. Como se vê, o ambiente em que a menor reside nã o é saudá vel para a situaçã o de pessoa em desenvolvimento, contrariando todos os preceitos de bem estar físico e moral previstos no Có digo Civil e no Estatuto da Criança e do Adolescente. Diante desse quadro de conflito permanente a adolescente demonstra veemente para o avô que nã o quer mais morar com a mã e, pois se sente segura e acolhida com o mesmo, manifestando insistentemente seu desejo de com ele residir, conforme declaraçã o anexa. Convém ressaltar ainda que na casa do avô há um quarto individual para a menor, proporcionando-lhe carinho e conforto necessá rio. Além disso, com a concessã o da guarda do avô , a menor passará a morar no mesmo bairro que residia anteriormente, de maneira que nã o será alterado horá rio ou local de estudos. Por fim, o pai da menor concorda expressamente que esta fique sob a guarda do requerente, conforme declaraçã o anexa. Ante o exposto, nã o resta dú vidas de que a medida atende aos interesses da criança. DIREITO 1- Antecipação de Tutela No presente caso nã o resta quaisquer dú vidas acerca dos fatos narrados na inicial. Qualquer demora processual – o que inevitavelmente ocorrerá - a criança poderá ficar exposta a toda sorte de dificuldades. Tendo em vista que a criança JÁ SE NECONTRAVA SOB A GUARDA DO AVÔ DESDE XX/XX/XXXX, estando totalmente adaptada e demonstrando resistência em permanecer na guarda da mã e, a guarda do avô deve ser deferida “inaudita altera parte”, pois, o retorno brusco e repentinamente da criança na companhia da mã e, poderá trazer a criança prejuízos irrepará veis de ordem afetiva, segurança, saú de, educaçã o, etc., configurando o “perículum in mora”, fatos ensejadores e autorizadores da antecipaçã o da tutela ora pretendida. Desta forma, atendidos os requisitos estabelecidos pelo artigo 273 do Có digo Processual Civil, requer-se a concessã o da antecipaçã o de tutela, para fixar a guarda provisó ria de XXXXXXXXXXXXXXXX, ao requerente, mantendo-a até final decisã o deste processo, como medida de atender a prioridade absoluta aos interesses e direito da criança e aplicar ao caso a merecedora Justiça, expedindo-se o termo de guarda provisó ria do autor. Caso Vossa Excelência entenda por necessá rio, requer seja designado audiência prévia de justificaçã o, para fins de comprovar através de testemunhas, as alegaçõ es supra citadas. 2 - MÉRITO É certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente, regularizar a situaçã o de fato existente, propiciando melhor atendimento da criança em todos os aspectos, nos termos do artigo 33 da lei 8.069/90: Art. 33. A guarda obriga a prestaçã o de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoçã o, exceto no de adoçã o por estrangeiros. A jurisprudência entende que ao ser concedida a guarda, devem ser observados, primeiramente, os interesses da criança, como no presente caso. Esse entendimento no Superior Tribunal de Justiça: CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA JUDICIAL. PREVALECE O INTERESSE DA MENOR. - Nas decisõ es sobre a guarda de menores, deve ser preservado o interesse da criança, e sua manutençã o em ambiente capaz de assegurar seu bem estar, físico e moral, sob a guarda dos pais ou de terceiros. A finalidade desta guarda é apenas regularizar posse sob a criança que de fato vive com seu avô . Sabe-se que o vinculo familiar é essencial para o desenvolvimento mental harmonioso da criança, que só é possível através de uma família que lhe proporcione bem estar físico e moral, sendo possível sob a guarda do requerente. Estando, portanto, preservados os interesses da criança e estando a requerente com a posse da mesma, impõ e-se a concessã o do presente pedido. 3 - PEDIDO Ante o exposto, requer Vossa Excelência, digne-se a diferir: a) A concessã o dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei nº 1.060/50; b) Concessã o liminar da guarda da criança ao requerente, a fim de que permaneça na responsabilidade do avô até a decisã o final deste juízo; c) A citaçã o da requerida para, querendo, responder os termos presentes da açã o; d) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente açã o, sendo conferida à requerente a guarda de XXXXXXXXXXX, a fim de regularizar a posse de fato; e) A realizaçã o do estudo social do caso, a ser feito por profissionais especializados; f) A designaçã o de audiência para oitiva das testemunhas arroladas; g) A intimaçã o do Ilustre representante Ministério Pú blico. Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de provas em Direito admitidas, especialmente estudo social, depoimento pessoal da menor e prova testemunhal. Sã o os termos em que, pede e espera deferimento XXX, XXXX de Abril de XXXXX. Advogado
A Obrigatoriedade da Guarda Compartilhada em Contraposição ao Princípio do Superior Interesse da Criança: uma análise do Ordenamento Jurídico Brasileiro