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Maputo 2022
Índice
Introdução……………………………………………………………………………………...3
Objectivos………………………………………………………………………………………3
Geral……………………………………………………………………………………………3
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Especifico………………………………………………………………………………………3
Metodologia……………………………………………………………………………………3
Vida e obra ……………………………………………………………………………………. 4
Introdução a Ética de Tomas de Aquino..……………………………………………………...5
Conclusão………………………………………………………………………………………9
Bibliografia…………………………………………………………………………………….10
Introdução
Neste trabalho, cujo tema é Ética de Tomas de Aquino, eu vou me debruçar acerca da vida e obra
de Tomas de Aquino, desde o seu nascimento, seu percurso, suas obras ate a sua morte. Numa
primeira fase o meu foco será a obra mais afamada do filósofo, que é a Suma teológica, onde ele
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apresenta a sua tese e demonstra a sua superioridade, em relação às outras posições. Por fim, vou
introduzir a ética de tomasiana, que foi muito influenciada pelo pensamento de Aristóteles, de tal
forma que toda a sua ética foi construída na base do pensamento aristotélico.
Objectivos
Geral:
Expor os fundamentos da ética tomasiana.
Específicos:
Distinguir a ética tomasiana da ética Aristotelica;
Compreender o pensamento de Tomas de Aquino.
Metodologias
Para a elaboração deste trabalho, foi usado o método bibliográfico, onde se fez consultas de
algumas obras, que serviram como material didáctico para a sistematização do presente trabalho
de pesquisa.
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Vida e obra
Tomás de Aquino, à semelhança de Aristóteles, foi, durante muito tempo, denominado "o
filósofo". De família lombarda, nasceu no castelo de Roccasecca, situado junto da localidade de
Aquino, a norte de Nápoles. Oriundo de uma família da alta nobreza, Tomás de Aquino fez os
seus primeiros estudos na abadia do Monte Cassino e ingressou, quando adolescente, na
Universidade de Nápoles. Contrariando a vontade da família, Tomás ingressou, em 1243, com
apenas 18 anos de idade, na ordem dominicana, onde permaneceu até à sua morte prematura,
com apenas 49 anos. Em 1256 Tomás é mestre em Teologia, recebendo posteriormente o título
de Magister in sagra pagina, o que lhe dá o direito de comentar a Sagrada Escritura. Sua vida
como teólogo e estudioso desenrolou-se toda entre as paredes dos conventos dominantes e os
recintos das aulas e das disputadas academias, sendo marcada com uma nitidez rara pela vocação
ao exército da ciência e sabedoria.
Durante sua vida ele escreveu várias obras nomeadamente: Do Ente e da Essência (1242-1243);
Questões Disputadas Sobre a Verdade (1256-1259); Comentários às Obras de Aristóteles (1259-
1272); Suma Contra os Gentios (1259-1260); Suma Teológica (1265-1274), entre outras. Na sua
obra mais afamada Suma Teológica, Tomás aperfeiçoa o método escolástico, levando-o ao
apogeu. Em primeiro lugar, Tomás anuncia um tópico principal, sob a forma de questão para
análise, interpretação e disputa. Cada questão é abordada sob a forma de várias teses, as quais
são objecto de discussão, com o objectivo de mostrar que, de todas as teses, apenas uma é
verdadeira. Neste processo de análise e discussão das teses, Tomás faz uso de um grande
manancial de citações e referências, dando a palavra a todos os autores com obra escrita sobre o
assunto.
Depois de comparar e discutir as interpretações dos vários autores, Aquino apresenta a sua tese e
demonstra a sua superioridade, em relação às outras posições. Na Suma teológica, parte I, Tomás
introduz a reflexão ética, desenvolvida com propriedade, na parte II da obra: a Suma visa integrar
a totalidade da ética pessoal e social dentro da construção teológica, assegurando a consciência e
autonomia humana dessa ética em uma sabedoria de inspiração evangélica. É na parte II da Suma
que se pode comprovar a legitimidade e originalidade da Ética Filosófica de Tomas de Aquino e,
nela, contemplar o cimo mais alto atingido pela Ética cristãmedieval.
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Tomás de Aquino procede a uma inteligente síntese da concepção aristotélica com a concepção
cristã, incorporando e ultrapassando a visão agostiniana da separação do corpo e da alma.
Segundo Tomás de Aquino, A vida humana é uma unidade da alma e do corpo. A alma é primeiro
princípio da vida, a qual não pode pertencer às coisas materiais, uma vez que, se pertencesse,
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toda a matéria seria viva. A alma de cada indivíduo é incorpórea, e, porque o indivíduo é real, a
alma é subsistente.
A doutrina ética de Tomás de Aquino está alicerçada por uma harmonia entre a Ética a Nicômaco
e o pensamento moral cristão. A ética tomista estruturar-se no carácter realista por meio de
princípios e observância das normas, que é a própria ética de Aristóteles, como se pode verificar
na obra "o encontro do senso de justiça" de Aristóteles. Para Tomás, a justiça tem a função de
estabelecer a igualdade nas relações e instituições e, com isso, combater o vício da corrupção,
que torna as pessoas contaminadas pela ganância. No Novo Testamento, Tomás observa que este
vício adquire uma dimensão de pecado e de idolatria, por isso, Tomás exalta demasiadamente a
justiça e constrói uma ética da justiça e da solidariedade. Ora, para Aristóteles, somente a justiça,
entre todas as virtudes, é o ‘bem de um outro’, visto que se relaciona com o nosso próximo,
fazendo o que é vantajoso a um outro, seja um governante, seja um associado.
Dessa forma, o pensamento ético de Tomás de Aquino está composto por duas vertentes: uma é a
teológica, que traz o pensamento cristão dos primeiros defensores da fé, principalmente em
Santo Agostinho, mas Tomás distingue-se de Agostinho: este fundamenta a moral no
voluntarismo, na vontade, como condição e fim do conhecimento; aquele, no intelecto, agregada
à natureza humana sob a impressão da essência divina. E outra é a filosófica, que orienta a sua
ética especulativa, fundamentada em Aristóteles e em toda tradição filosófica do pensamento
ontológico. É nesta perspectiva, da efervescência da tradição filosófica e teológica do século
XIII, que o pensamento ético de Tomás estrutura-se. Seu ofício foi aplicar a razão a dados
irracionais, o que é talvez a própria definição da teologia. Tomás, assim como Aristóteles,
observa que a distinção entre o homem e o animal dá-se pela faculdade da razão, pois é a razão
que o permite aturar deliberadamente com vistas a um fim consciente apreendido, e a que o eleva
por em cima do nível da conduta puramente instintiva.
A ética de Tomás de Aquino, assim como o pensamento ético clássico, é uma ética da perfeição e
da ordem. Essas são categorias fundamentais da ontologia de Tomás, sendo que uma é
correlativa a outra. A ordem é uma disposição para atingir a perfeição, isto é, essa concepção da
ordem, herdada de Santo Agostinho e de proveniência neoplatonica, é conjugada em Tomás de
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Aquino com a noção aristotélica de perfeição como alto, e é assim que encontra uma realização
privilegiada na acção humana. Essa disposição, para a realização da acção humana, dá-se quando
ele consegue fazer parte e adentrar-se na ordem do universo. A acção ética fundamenta-se na
perfeição, que tem como máxima o bem, e na ordem, que se define, ontologicamente, como fim.
Dessa forma, Tomás de Aquino, bem como Aristóteles, desenvolve uma teoria ética teológica, na
que a ideia do bem é suprema. Para ambos, os actos humanos derivam sua qualidade moral da
sua relação com o último fim do homem. Na parte II da Summa Teologiae Aquino desenvolve a
estrutura conceptual da sua ética.
Estrutura do agir ético: a. o horizonte teológico: bem, fim, beatitude. b.
os componentes antropológicos do agir ético: conhecimento, liberdade,
consciência, paixão, hábitos. c. a norma objectiva: a lei e a razão recta.
d. a especificação ética do agir: os hábitos virtuosos. A estrutura da vida
ética: a. o fundamento estrutural da vida ética: as virtudes cardeais. b. a
unidade orgânica da vida ética: a ordem das virtudes. A realização
histórica da vida ética: acção e contemplação, natureza e graça. (LIMA,
1999, p. 219).
Ora, razão e liberdade como componentes do agir humano enquanto tal confere ao agente sua
propriedade essencial, a de tender ao fim conduzindo-se a si mesmo. Em outras palavras, ao
agente racional e livre cabe dirigir sua própria acção, ou seja, ordena-la ao bem que é o fim,
tornando o seu agir, por natureza e distinção, constitutivamente ético ou moral. Por outro lado, a
noção do fim como bem é logicamente e metafisicamente correlativa a noção de perfeição, o que
implica uma ordem dos fins segundo a escala das perfeições e, portanto, um fim último do qual,
uma vez alcançado, deve proceder a perfeição do agente, ou seja, sua auto realização. De acordo
com toda tradição clássica recebida por Santo Agostinho, a auto realização do ser humano é
situada por Tomas de Aquino em sua beatitude ou felicidade (eudaimonía, beatitudo, felicitas).
Para Tomás, o fim é entendido como bonum. Tomás de Aquino enumera cinco motivos,
encontrados nos textos de Aristóteles, que evidenciam a virtude da sabedoria, especulação da
verdade, como a mais alta operação humana: a) entre a especulação do intelecto e as coisas
inteligíveis, o homem atinge sua felicidade mais perfeita; b) a especulação da verdade dá a
permanência da felicidade para o homem; c) a contemplação da sabedoria oferece prazeres
admiráveis (pureza, as coisas imateriais; e a firmeza, as coisas imutáveis); d) a suficiência da
contemplação da sabedoria, por si mesma, oferece felicidade e, independente de qualquer outra
coisa; e) a felicidade é um bem, em si mesma. Para Aristóteles, como também para Tomás de
Aquino, a contemplação é o mais alto grau de perfeição, cujo alcance é a forma.
Em suma, a sabedoria filosófica produz felicidade; porque, sendo ela uma parte da virtude
inteira, torna um homem feliz pelo fato de está na sua posse e de actualizar-se.
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CONCLUSÃO
A análise sobre a ética filosófica, em Tomás de Aquino, abre caminho para a compreensão do
pensamento filosófico do Ocidente. Tomás é a mais bela expressão do pensamento da Idade
Média, capaz de organizar a sabedoria do pensamento grego (em especial Aristóteles), da
patrística (em Agostinho) e da Escolástica, marcado pelo seu contexto cultural, religioso e
político. Para a cultura cristã, Tomás é mestre de vida espiritual e teólogo. Sua contribuição para
o mundo moderno vai além de uma reflexão filosófico-teológica: desenvolveu uma sólida
harmonia entre razão e fé. Em suma, a pesquisa sobre a ética em Tomás de Aquino exprime uma
necessidade própria de entender o ethos do mundo ocidental e suas transformações ao longo dos
séculos, como também e principalmente, analisar a natureza moral do homem. O ethos, que é
uma actividade própria do ser humano, contempla a identidade do homem e sua cultura e, por
isso, revela sua dimensão holística.
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Referência bibliográfica
LIMA VAZ, Henrique Claudio, Escritos de Filosofia IV: Introducao à Etica filosófica I, São
Paulo, Loyola. 1999.
SILVA, António Wardison C. e TEIXEIRA, Cézar, Premissas do pensamento ético de Tomás de
Aquino. http://revista.pucsp.br/índex.php/reveleteo. Acessado a 23 de Março 2022.
MARTINES, Paulo, O acto moral segundo Tomás de Aquino. http://orcid.org/000000016396-
696X. Acessado a 23 de Março 2022