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Direito Penal II pertencente a outrem.

Errou, portanto, sobre a


elementar “alheia”,
 ERRO DE TIPO: Erro de tipo é a falsa percepção ou completo
1. Introdução: desconhecimento da realidade acerca dos
Erro de fato no código penal engloba não apenas elementos constitutivos do tipo penal. É o
os elementos objetivos, mas também, os chamado erro de tipo essencial.
elementos subjetivos e normativos eventualmente Erro de tipo essencial é o erro que recai sobre
descritos na conduta criminosa. algum ou alguns dos elementos do tipo legal de
Erro de tipo é um instituto ligado ao fato típico crime.
(dolo e culpa). É chamado no Código Penal de 3.1 Erro de tipo e crimes omissivos
erro sobre elementos do tipo. impróprios:
Dispõe o ART. 20 do Código Penal: “O erro sobre Nos crimes omissivos impróprios ou comissivos
elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui por omissão, o dever de agir, disciplinado no
o dolo, mas permite a punição por crime culposo, ART. 13, $2°, CP, funciona como elemento
se previsto em lei.” constitutivo do tipo.
2. Erro e ignorância: distinção e Destarte, nada impede a incidência do erro de tipo
tratamento em relação ao dever de agir para evitar o
Erro é a falsa percepção da realidade ou falso resultado, levando-se em conta a relação de
conhecimento de determinado objeto. normalidade ou perigo do caso concreto.

Exemplo: o sujeito erra ao confundir um cavalo Em síntese, é cabível o erro de tipo na seara dos
com um jumento. crimes omissivos impróprios.

Ignorância é o completo desconhecimento da Exemplo: O salva-vidas avista um banhista se


realidade ou de algum objeto. debatendo em águas rasas de uma praia e,
imaginando que ele não estava se afogando (e sim
Exemplo: o sujeito, nascido em uma casa urbana e brincando), nada faz. Posteriormente, tal banhista
trancado no interior de um quarto até os 18 anos é retirado do mar sem vida por terceiros.
de idade, não tem a mínima ideia do que seja um
cavalo. 3.2 Espécies:

Entretanto, o Código Penal trata de forma O erro de tipo essencial pode ser escusável ou
idêntica o erro e a ignorância. Ambos podem inescusável.
ensejar a aplicação do instituto do erro de tipo. A natureza do erro (escusável ou inescusável)
Destarte, quando fala em “erro”, utiliza essa deve ser aferida na análise do caso concreto,
palavra em sentido amplo, compreendendo o erro levando-se em consideração as condições em
propriamente dito e a ignorância. que foi praticado.
3. Conceito: A) Escusável, inevitável, invencível ou
Exemplo: “A”, no estacionamento de um desculpável:
shopping center, aperta um botão inserido na É a modalidade de erro que não deriva de culpa do
chave do seu automóvel, com a finalidade de agente, ou seja, mesmo que ele tivesse agido com
desativar o alarme. Escuta o barulho, abre a porta a cautela e a prudência de um homem médio,
do carro, coloca a chave na ignição, liga-o e vai ainda assim, não poderia evitar a falsa percepção
para casa. Percebe, posteriormente, que o carro da realidade sobre os elementos constitutivos do
não lhe pertencia, mas foi confundido com outro, tipo penal.
de propriedade de terceira pessoa.
B) Inescusável, evitável, vencível ou
Nesse caso, “A” não praticou o crime de furto, indesculpável:
definido: “subtrair, para si ou para outrem, coisa
alheia móvel”. Reputava a sua coisa móvel
É a espécie do erro que provém da culpa do um fato típico. É também chamada de
agente, é dizer, se ele empregasse a cautela e a descriminante erroneamente suposta ou
prudência do homem médio, poderia evitá-lo, uma descriminante imaginária.
vez que seria capaz de compreender o caráter
O ART.23 do CP prevê as causas de exclusão da
criminoso do fato.
ilicitude e em todas elas são possíveis que o
Aqui, o sujeito age de forma imprudente, agente, por erro, as considere presentes: estado de
negligente ou imperita. necessidade putativo, estrito cumprimento de
dever legal putativo e exercício regular do direito
3.3 Efeitos:
putativo.
O erro de tipo seja escusável ou inescusável,
As discriminantes putativas relacionam-se
sempre exclui o dolo.
intrinsicamente com a figura do erro, e podem ser
Contudo, os efeitos variam conforme a espécie do de três espécies:
erro de tipo. O escusável exclui o dolo e a culpa
A) Erro relativo aos pressupostos de fato
acarretando a total impunidade do fato, enquanto o
de uma causa de exclusão da ilicitude:
inescusável exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei. Exemplo: sujeito, ao encontrar o seu desafeto e
notando que tal pessoa coloca a mão no bolso,
Excepcionalmente, todavia, pode acontecer de o
saca seu revólver e o mata. Descobre, depois, que
erro de tipo, ainda que escusável, não excluir a
a vítima fora acometida por cegueira, por ele
criminalidade do fato. Ocorre quando se opera a
desconhecida e não poderia sequer ter visto o seu
desclassificação para outro crime.
agressor. Ausente, portanto, um dos requisitos da
Exemplo: o particular que ofende um individuo legitima defesa, qual seja a “agressão injusta”.
desconhecendo a sua condição de funcionário
B) Erro relativo à existência de uma causa
público. Em face da ausência de dolo quanto a
de exclusão da ilicitude: Erro de
esse elementar, afasta-se o crime de desacato (CP,
proibição
ART. 331), mas subsiste o de injúria (CP, ART.
140), pois a honra particular também é tutelada Exemplo: Sujeito que, depois de encontrar sua
pela lei penal. mulher com o amante, em flagrante adultério,
mata a ambos, por crer que assim possa agir
acobertado pela legitima defesa da honra. Nessa
situação, o agente errou quanto à existência desta
Erro de Invencíve Exclui o dolo e a
discriminante, não acolhida pelo ordenamento
l culpa
Tipo jurídico em vigor.
Vencível Exclui o dolo mas C) Erro relativo aos limites de uma causa
não a culpa (caso de exclusão da ilicitude: Erro de
haja previsão de proibição
modalidade
culposa) Exemplo: o fazendeiro que reputa adequado matar
3.4 Discriminantes Putativas: todo e qualquer posseiro que invada a sua
Discriminante é a causa que exclui o crime, propriedade. Cuida-se da figura do excesso, pois a
retirando o caráter ilícito do fato típico praticado defesa da propriedade não permite esse tipo de
por alguém. Essa palavra é sinônima, portanto, de reação desproporcional.
causa de exclusão da ilicitude. OBS: nos casos de erro de proibição,
Putativa provém de parecer, aparentar. É algo Hipótese 1: subsiste o dolo e a culpa, excluindo-se
imaginário, erroneamente suposto. É tudo aquilo a culpabilidade, se o erro for inevitável ou
que parece, mas não é o que aparenta ser. escusável.
Logo, descriminante putativa é a causa de Hipótese 2: caso o erro seja evitável, não se afasta
exclusão da ilicitude que não existe a culpabilidade e o agente responde por crime
concretamente, mas apenas na mente do autor de
doloso, diminuindo-se a pena de 1/6 a 1/3, na
forma do ART.21, CP.
Com efeito, no sistema finalista o dolo é natural,
ou seja, não aloja em seu bojo a consciência da
ilicitude, funcionando este último como elemento
da culpabilidade.
A natureza jurídica da discriminante putativa
depende da teoria da culpabilidade adotada. DISCRIMIN TEORIA TEORIA
LIMITADA EXTREMAD
ANTE
Para a teoria normativa pura, em sua vertente DA A DA
limitada, constitui-se em erro de tipo permissivo. PUTATIVA CULPABILI CULPABILI
DADE DADE
No exemplo do item “A”, citado anteriormente: Erro relativo aos Erro de tipo Erro de
pressupostos de proibição
Hipótese 1: se escusável o erro, exclui-se o dolo e fato de uma
(teoria
a culpa, acarretando na atipicidade do fato, pois no causa de
exclusão da unitária do
finalismo o dolo e a culpa compõem a estrutura da
ilicitude erro)
conduta. Sem eles não há conduta, e sem conduta Erro relativo à Erro de Erro de
o fato é atípico. existência de proibição proibição
uma causa da
Hipótese 2: se inescusável o erro, afasta-se o dolo, exclusão da
subsistindo a responsabilidade por crime culposo, ilicitude.
Erro relativo aos Erro de Erro de
se previsto em lei.
limites de uma proibição proibição
causa de
Filiam dessa posição: Damásio E. de Jesus e
exclusão da
Francisco de Assis Toledo. Ademais, a lei ilicitude
7.209/1984 acolheu essa teoria, como se extrai do
item 19 da Exposição de Motivos da atual Parte
Geral do Código Penal: 3.5 Erro determinado por terceiro

“19. Repete o Projeto as normas do Código de Estabelece o ART. 20, $2°, CP: “Responde pelo
1940, pertinentes às denominadas "descriminantes crime o terceiro que determina o erro”.
putativas". Ajusta-se, assim, o Projeto à teoria Cuida-se da hipótese na qual quem prática a
limitada pela culpabilidade, que distingue o erro conduta tem uma falsa percepção da realidade no
incidente sobre os pressupostos fáticos de uma que diz respeito aos elementos constitutivos do
causa de justificação do que incide sobre a norma tipo penal em decorrência da atuação de terceira
permissiva.” pessoa, chamada de agente provocador.
Por outro lado, para a teoria normativa pura, em O agente não erra por conta própria (erro
sua variante extremada, trata-se também de espontâneo), mas de forma provocada, isto é,
hipótese de erro de proibição, com todos os seus determinada por outrem.
efeitos:
O erro provocado pode ser doloso ou culposo,
Hipótese 1: se o erro for inevitável ou escusável, dependendo do elemento subjetivo do agente
subsiste o dolo, e a culpa, excluindo-se a provocador.
culpabilidade.
Hipótese dolosa:
Hipótese 2: se o erro for evitável ou inescusável,
não se afasta a culpabilidade e o agente responde 1 - Erro escusável: “A”, apressado para não perder
por crime doloso, diminuindo-se a pena de 1/6 a o ônibus, pede na saída da aula para “B” lhe
1/3, nos moldes do ART. 21, caput, CP. arremessar seu aparelho de telefone celular que
esquecera na mesa. “B”, dolosamente, entrega o
Filiam dessa posição: Cezar Roberto Bittencourt, telefone pertencente a “C”, seu desafeto.
Guilherme de Souza Nucci, entre outros.
O provocado (que no caso seria “A”), nesse caso, Ademais, estabelece o ART. 20, $3°, do CP: “O
ficará impune, sendo escusável o seu erro erro quanto à pessoa contra a qual o crime é
praticado não isenta de pena. Não se consideram,
2- Erro inescusável: Mas, se o seu erro for
neste caso, as condições ou qualidades da vítima,
inescusável, responderá por crime culposo, se
senão as da pessoa contra quem o agente queria
previsto em lei.
praticar o crime”.
OBS: no exemplo acima, escusável ou inescusável
Portanto, a regra consiste em levar em conta as
o erro, nenhum crime seria imputado a “A”, em
condições da vítima virtual, isto é, aquela que o
face da inexistência de furto culposo.
sujeito pretendia atingir, mas que no caso concreto
Hipótese culposa: o provocador pode agir com não sofreu perigo algum, e não a vítima real que
imprudência, negligência ou imperícia. foi efetivamente atingida.

1 - Erro escusável: Sem tomar maiores cautelas, o Exemplo: “A” queria matar seu pai, mas acabou
vendedor entrega para teste um veículo sem freios causando a morte de seu tio, incide a agravante
que ainda estava na oficina mecânica da genérica relativa ao crime praticado contra
concessionária. O pretenso comprador, ao dirigir o ascendente (CP, ART. 61, INC. II, ALÍNEA “e”),
automóvel, atropela e mata um transeunte. Nessa embora não tenha sido cometido o parricídio.
situação, o provocado, tratando-se de erro
B) Erro sobre o objeto:
escusável, permanecerá impune.
Nessa espécie de erro acidental, o sujeito crê que a
2- Erro inescusável: Tratando-se de erro
sua conduta recai sobre um determinado objeto,
inescusável, o provocado poderá responder por
mas na verdade incide sobre coisa diversa.
crime culposo.
Exemplo: “A” acredita que subtrai um relógio
3.6 Erro de tipo acidental:
Rolex, avaliada em R$ 30.000,00, quando
É o que recai sobre dados diversos dos elementos realmente furta uma réplica de tal bem, a qual
constitutivos do tipo penal, ou seja, sobre as custa R$ 500,00.
circunstâncias (qualificadoras, agravantes
Esse erro é irrelevante, de natureza acidental, e
genéricas e causas de aumento de pena) e fatores
não interfere na tipicidade penal. O ART. 155,
irrelevantes da figura típica.
CAPUT, do Código Penal tipifica a conduta de
A infração penal subsiste íntegra, e esse erro não “subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
afasta a responsabilidade penal. móvel”, e, no exemplo, houve a subtração do
patrimônio alheio, pouco importando o seu efetivo
Pode ocorrer nas seguintes situações: valor. A coisa alheia móvel saiu da esfera de
A) Erro sobre a pessoa ou error in persona: vigilância da vítima para ingressar no patrimônio
do ladrão.
É o que se verifica quando o agente confunde a
pessoa visada, contra a qual desejava praticar a Entretanto, a análise do caso concreto, pode
conduta criminosa, com pessoa diversa. autorizar a incidência do princípio da
insignificância, excluindo a tipicidade do fato,
Exemplo: “A”, com a intenção de matar “B”, quando todos os seus requisitos objetivos e
efetua disparos de arma de fogo contra “C”, irmão subjetivos estiverem presentes. Exemplo: agente,
gémeo de “B”, confundindo com aquele que primário e sem antecedentes criminais, subtrai de
efetivamente queria matar. uma grande joalheria uma imitação de um relógio
Esse erro é irrelevante, em face da teoria da de alto valor, porém avaliada em somente R$
equivalência do bem jurídico atingido. 10,00.

Nesse contexto, o Código Penal no ART. 121 C) Erro sobre as qualificadoras:


protege a vida humana, independentemente de se O sujeito age com falsa percepção da realidade no
tratar de “B” ou de “C”. O crime consiste em que diz respeito a uma qualificadora do crime.
“matar alguém”, e no exemplo mencionado, a
conduta de “A” eliminou a vida de uma pessoa.
Exemplo: o agente furta um carro depois de resultado, e não aquele idealizado pelo
conseguir, por meio de fraude, a chave verdadeira agente.
do automóvel. acredita praticar o crime de furto
OBS: Qual é a diferença entre o erro sobre o
qualificado pelo emprego de chave falsa (CP,
nexo causal e o dolo geral (ou por erro
ART. 155, $4°, inc. III), quando na verdade não
sucessivo)?
incide o tipo derivado por se tratar de chave
verdadeira. No erro sobre o nexo causal há um único ato (no
exemplo acima, empurrar a vítima do alto da
Esse erro não afasta do holo nem a culpa
ponte);
relativamente à modalidade básica do delito.
Desaparece a qualificadora, por falta de dolo, mas No dolo geral, há dois atos distintos (exemplo:”
se mantém intacto o tipo fundamental, ou seja, A” atira em “B”, que cai ao solo. Como ele
subsiste o crime efetivamente praticado, o qual acredita na morte da vítima, Laos o corpo ao mar,
deve ser imputado ao seu responsável. para ocultar o cadáver, mas posteriormente se
constata que a morte foi produzida pelo
D) Erro sobre o nexo causal ou aberratio
afogamento, e não pelo disparo de arma de fogo).
causae:
E) Erro na execução ou aberratio ictus:
É o engano relacionado à causa do crime: o
resultado buscado pelo agente ocorreu em razão Encontra previsão no ART. 73 do Código Penal:
de acontecimento diverso daquele que ele
inicialmente idealizou.
Não há erro quanto às elementares do tipo, bem “Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos
como no tocante à ilicitude do fato. Esse erro é meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
penalmente irrelevante, de natureza acidental, pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
depois o sujeito queria um resultado naturalístico diversa, responde como se tivesse praticado o
e o alcançou. O dolo abrange todo o desenrolar da crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no
ação típica, do início da execução até a § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
consumação. também atingida a pessoa que o agente pretendia
ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Exemplo: “A”, no alto de uma ponte, empurra “B” Código.”
-que não sabia nadar - ao mar, para matá-lo
afogado. A vítima falece, não por força da asfixia Erro na execução é a aberração no ataque, em
derivada do afogamento, esse sim por relação à pessoa a ser atingida pela conduta
traumatismo craniano encefálico, depois se criminosa. O a gente não se engana quanto à
chocou em uma Pedra antes de ter contato com a pessoa que desejava atacar, mas age de modo
água. desastrado, errando o seu alvo e acertando pessoa
diversa. Queria praticar um crime determinado, e
Nesse exemplo, o agente deve responder pelo o fez. Errou quanto à pessoa: queria atingir uma,
delito, em sua modalidade consumada. Ele queria mas acaba ofendendo outra.
a morte de “B”, e efetivamente produziu. Há
perfeita congruência entre sua vontade e o A 1° parte do ART.73 do Código Penal é taxativa:
resultado naturalístico produzido. a relação no erro na execução é de pessoa X
pessoa, e não crime X crime.
Entretanto, no âmbito da qualificadora, há duas
posições: Exemplo:” A” nota que “B”, seu inimigo, está
parado em um ponto de ônibus. Saca sua arma,
A) Deve ser considerado o meio de execução mira-o efetua o disparo para matá-lo, mas por
que o agente desejava empregar para a falha na pontaria acerta “C”, que também
consumação (asfixia), e não aquele que, aguardava o coletivo, matando-o. O crime queria
acidentalmente, permitiu a explosão do praticar e o crime que praticou são idênticos mas a
resultado naturalístico. pessoa morta é diversa da visada.
B) é preciso levar em conta o meio de
execução que efetivamente provocou o
Ademais, determina o dispositivo legal que no daí o nome: resultado (crime) diverso do
erro na execução deve atender seu dispositivo pelo pretendido.
ART.20, $3°, do Código Penal, isto é, observem-
Somente se aplica “fora dos casos do artigo
se as regras inerentes ao erro sobre a pessoa.
anterior”, ou seja, nas situações que não envolvam
Assim, levam se em conta as condições da vítima o erro na execução relativo à pessoa X pessoa.
que o agente desejava atingir (vítima virtual),
Exemplo: sujeito atira uma Pedra para quebrar
desprezando-se as condições pessoais da vítima
uma vidraça (CP, ART. 163; dano), mas, por erro
efetivamente ofendida (vítima real).
na execução, atinge uma pessoa que passava pela
OBS: O erro na execução e o erro sobre a rua, lesionando-a (CP, ART.129; lesões
pessoa são institutos diversos; corporais). Exclui o dolo, mas não
a culpa
No erro sobre a pessoa o agente confunde a CONCLUSÃO:
pessoa que queria atingir com pessoa diversa. Sobre
Essenci elementar
No erro na execução, o agente não confunde a
al Exclui o dolo e a
pessoa que desejava atingir com outra, mas por
culpa
aberração no ataque acaba por acertar pessoa Erro Sobre
diversa. De Exclui a circunstâncias
Tipo circunstância
Exemplo: “A”, com a intenção de matar “B”,
efetua disparos de arma de fogo contra “C”. irmão  Erro s
gêmeo de “B”, confundindo-o com aquele que  Erro s
Acident
efetivamente queria matar.  Erro s
al
No exemplo acima, o sujeito deveria responder  Erro s
por tentativa de homicídio contra “B”, em  Erro n
concurso formal com homicídio culposo contra  Result
preten
“C”. mas, em consonância com a regra legal,
responde de forma idêntica ao que se dá no erro
sobre a pessoa, ou seja, homicídio doloso.
F) Resultado diverso do pretendido,
aberratio delicti ou aberratio criminis:
Encontra-se previsto no ART. 74 do Código
Penal:
“Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, 3.7 D
quando, por acidente ou erro na execução do 3.8 D
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, 3.9
o agente responde por culpa, se o fato é previsto
como crime culposo; se ocorre também o
resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70
deste Código.”
O referido dispositivo disciplina situação em que,
por acidente ou erro na execução do crime,
sobrevém resultado diverso do pretendido.
Em outras palavras, o agente desejava cometer um
crime, mas por erro na execução acaba por
cometer crime diverso.
Ao contrário do erro na execução, no resultado
diverso do pretendido a relação é crime X crime.

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