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HISTÓRIA DO BRASIL
PROF: EPIFÂNIO CAVALCANTE

ADMINISTRAÇÃO COLONIAL.

Capitanias Hereditárias

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As capitanias hereditárias representam a primeira tentativa de organização de uma


política administrativa da Coroa portuguesa em relação a ocupação e colonização do Brasil. O
sistema foi implantado na década de 1530 e consistiu em destinar aos nobres portugueses o direito
de explorar uma região chamada de capitania. No entanto, esse sistema mostrou grandes falhas e a
sua administração, concentrada nos donatários, logo foi substituída pela do governador-geral.

Antecedentes

A exploração do Brasil durante o período de 1500-1533 foi realizada no esquema de


feitorias instaladas em regiões do litoral brasileiro. Elas eram espécies de entrepostos comerciais
onde os portugueses aglomeravam o pau-brasil para ser embarcado. Isso ocorreu porque, nesse
período, o comércio com a Índia era economicamente mais lucrativo para a Coroa e para a alta
nobreza de Portugal.

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No entanto, as invasões francesas e o contrabando do pau-brasil levaram os portugueses


a tomar iniciativas para reforçar a colonização do Brasil. A França não aceitava a divisão da América
entre Espanha e Portugal estabelecida pela Igreja Católica. Assim, as capitanias foram criadas como
forma de combater as invasões francesas.

Capitanias hereditárias

O rei português, João III, instalou o sistema das capitanias hereditárias em 1534. Essa
proposta consistia em dividir o Brasil em quinze grandes faixas de terra, que foram entregues à
responsabilidade dos donatários, para regulamentação eram apresentados os documentos da Carta
de Doação e o Foral. A função deles era desenvolver economicamente a região e promover o
desenvolvimento populacional de suas capitanias.

Os donatários escolhidos eram, em geral, membros da baixa nobreza portuguesa, pois a


alta nobreza ainda estava voltada para o comércio de especiarias na Índia (Ásia). Esses donatários
estabelecidos possuíam total autoridade administrativa sobre sua capitania, ou seja, as decisões da
justiça eram responsabilidade deles, bem como a fundação de vilas, criação de defesas, instalação
de colonos etc.

Como obrigações, os donatários deveriam garantir a defesa da sua capitania contra


invasões, sobretudo francesas, protegê-la dos indígenas e repassar para a Coroa os impostos da
exploração do pau-brasil e da produção de açúcar nos engenhos.

Fracasso das capitanias

O sistema de capitanias hereditárias com o poder concentrado no donatário fracassou. A


falta de recursos, a inexperiência em administrar um empreendimento de dimensões tão grandes e
os ataques indígenas foram cruciais para que a Coroa portuguesa optasse por um novo modelo
administrativo.

Segundo Boris Fausto, somente duas capitanias prosperaram: São


Vicente e Pernambuco. Além disso, Boris Fausto afirma que o sucesso dessas capitanias foi
explicado, em parte, pela posição mais conciliadora que tiveram com os nativos e principalmente

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pelo sucesso econômico dos empreendimentos da região. Com o fracasso da maioria das
capitanias, foi instituído o governo-geral, que concentrou a administração da capitania na figura
do governador-geral. O primeiro governador-geral nomeado foi Tomé de Sousa.

Governo Geral

Governo-geral foi o modelo administrativo utilizado pela metrópole portuguesa para


governar sua colônia na América após 1548. Os governos-gerais surgiram após o sistema de
capitanias hereditárias mostrar-se incapaz de levar adiante a empresa açucareira que se iniciava no
território onde hoje está o Brasil.

Outro motivo para a instauração do governo-geral na colônia portuguesa foi a


necessidade de centralizar o poder administrativo da colônia, já que o sistema de sesmarias
o mantinha descentralizado, dando relativa autonomia aos capitães donatários. Essa medida
pretendia tornar a administração colonial semelhante ao sistema administrativo da metrópole
portuguesa, baseado no Absolutismo.

Semelhante à amplitude do poder detido pelas autoridades no Absolutismo, o


governador-geral detinha também amplos poderes. Eles deveriam incentivar a implantação de
engenhos, aglutinar os indígenas em povoados e aldeias, buscando neutralizar suas ameaças
constantes, seja através do combate ou de alianças com as tribos e nações; reprimir os corsários,
combatendo ainda o comércio ilegal de pau-brasil; deveriam ainda organizar e garantir as rendas da
colônia, construir navios e fortes para a defesa da colônia, fundar povoações e defender os colonos,
além de realizar expedições de busca a metais preciosos.

Para realizar essas funções foram criados alguns cargos de auxílio ao governador-geral.
Dentre esses é necessário citar o de provedor-mor, o supervisor das finanças e da arrecadação de
impostos; o ouvidor-mor, o responsável pela justiça; e o capitão-mor, o responsável pela defesa da
colônia.

O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa, que governou entre 1549 e 1553. A


sede administrativa de seu governo localizava-se em Salvador, hoje capital da Bahia. Com ele
vieram escravos africanos, mulheres e os primeiros grupos de jesuítas. Estes passaram a ser

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responsáveis pelo ensino na colônia e por catequizar os índios. Foi no governo de Tomé de Sousa
que foi criado o primeiro bispado do Brasil, na cidade de São Salvador.

Duarte da Costa foi o substituto de Tomé de Sousa. Seu governo, que durou de 1553 a
1558, foi marcado pela tensão entre jesuítas e colonos em decorrência da escravidão indígena não
aceita pelos religiosos. Foi também durante o governo-geral de Duarte da Costa que os franceses
ocuparam o litoral brasileiro, onde hoje se localiza o Rio de Janeiro, e criaram a França Antártica.
Em razão principalmente da incapacidade em expulsar os franceses da colônia, Duarte da Costa foi
substituído por Mem de Sá.

Tendo sua administração sido estendida de 1558 a 1572, Mem de Sá pretendeu


restabelecer as boas relações entre jesuítas e colonos, principalmente através da criação dos
aldeamentos indígenas, conhecidos como missões. Nas missões, a ordem tribal era quebrada em
razão da tentativa de inserção dos indígenas em um sistema de vida europeu. O resultado foi a
utilização dos indígenas nas lavouras e também a disseminação de inúmeras doenças, já que os
indígenas não tinham resistência imunológica a muitas das moléstias trazidas do Velho Mundo.

Foi em seu governo que os franceses foram expulsos do litoral sul da colônia e que foi
fundada a cidade do Rio de Janeiro. Após o falecimento de Mem de Sá, em 1572, o rei D.
Sebastião dividiu a administração colonial em dois governos-gerais: um com sede em Salvador e
responsável pela porção norte da colônia, e outro com sede no Rio de Janeiro, responsável pela
porção sul. Entretanto, a medida não foi satisfatória, voltando ao antigo sistema em 1578.

Câmaras Municipais

A tomada definitiva de posse dos territórios coloniais no Brasil, a partir de 1530, exigiu
que a Coroa Portuguesa tomasse ações que viabilizasse o controle do imenso espaço colonial. Ao
longo do restante do século XVI, novos núcleos de povoamento apareciam e, com isso, as
dificuldades em manter um sistema administrativo rígido obrigavam a tomada de outras ações.
Dessa maneira, as primeiras câmaras municipais passaram a integrar os órgãos representantes da
dominação lusitana.
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As câmaras teriam a função de estabelecer um espaço de discussão política ligado


diretamente às vilas e cidades. Apesar de aparentemente representar a autonomia política dos
centros urbanos coloniais, as câmaras estavam subordinadas à intervenção do governador-geral.
Contudo, os proprietários de terra, acostumados a ter suas vontades cumpridas pela população,
acabavam ignorando as medidas que feriam seus interesses particulares.

As câmaras eram comumente formadas por três ou quatro vereadores e um juiz, que
conduziam as atividades da casa. Entre outras questões, as câmaras discutiam a realização de
obras públicas, a limpeza e conservação das vias públicas, a fiscalização das feiras e mercados e
outros assuntos de natureza administrativa. Os recursos que sustentavam as câmaras eram
usualmente obtidos através do aluguel de prédios públicos, o arrendamento de terras e a cobrança
de impostos.

A participação nas discussões políticas da província era restrita a uma pequena parcela
da população, qualificada como os “homens bons”. Na verdade, o homem bom era todo aquele
indivíduo que não exercia algum tipo de trabalho braçal. Dessa maneira, somente os proprietários
de terra tinham o direito ao voto. Outras figuras locais como comerciantes, camponeses, artesãos
e, principalmente, os escravos eram mantidos afastados do ambiente político.

Com isso, podemos perceber que a insubordinação e a exclusão foram duas grandes
marcas do cenário político dessa época. Ao longo de nossa História, o cumprimento das leis e a
representatividade das instituições articularam os problemas e toda uma cultura política que ainda
oferece alguns de seus traços no contexto contemporâneo. De fato, os casos de impunidade,
exclusão, corrupção e clientelismo revelam uma intrigante faceta historicamente rearticulada em
nossas instituições.

Sistema Colonial

Sistema colonial é o conjunto de relações de dominação e subordinação envolvendo


metrópoles e colônias durante a época moderna. Relações mantidas entre áreas metropolitanas e
áreas periféricas eram diretas e exclusivas. Originando-se da expansão marítima europeia, em
meados do século XVI, o sistema comercial mercantilista, também conhecido como Sistema

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Colonial Tradicional, estendeu-se até o século XVIII, quando entrou em crise. A denominação
mercantilista vincula esse tipo de colonialismo à revolução comercial.

Áreas metropolitanas

Era o centro do sistema colonial, as metrópoles que disputavam e estabeleciam áreas de


influência na América, na África e na Ásia. As metrópoles asseguravam de forma exclusiva o
abastecimento das colônias fornecendo produtos manufaturados e a mão-de-obra escrava sempre
com preços elevados. Por outro lado, garantiam a apropriação de toda a produção colonial, sempre
a preços baixos revendendo-a por preços mais altos no mercado europeu. Além disso, gravava o
mundo colonial com tributos, que as vezes eram excessivos.

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Fontes:
https://www.historiadomundo.com.br/
https://brasilescola.uol.com.br/

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