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Realização profissional

APRESENTAÇÃO

A sociedade contemporânea vivencia uma época de profundas reconfigurações no mundo do tra


balho, que exigem novos perfis profissionais mais adaptáveis, flexíveis e dinâmicos para fazer f
ace às novas tendências e competências existentes. Assim, a realização profissional parece dista
nciar-se cada vez mais de grande parte das pessoas. Porém, realizar-se com a profissão pode ser
possível ao colocar em prática ações de planejamento da própria vida profissional, que consider
em quem o sujeito é e que aspectos contextuais fazem parte de sua vida.

Um projeto de vida pessoal possibilita que os sujeitos possam melhor direcionar suas escolhas e
atitudes em busca da consolidação de uma carreira, atingindo assim a realização profissional e a
felicidade também a partir do significado do trabalho.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre a importância da construção de um proj


eto de vida profissional. Identificará, ainda, os passos necessários e os fatores que contribuem pa
ra que a realização profissional venha a ocorrer.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir os passos para a construção de um projeto de vida profissional.


• Analisar quais aspectos trazem maior realização na escolha profissional.
• Organizar o percurso do desenvolvimento profissional.

DESAFIO

O cenário laboral contemporâneo configura-se a partir de uma multiplicidade de fatores, que im


põem ao indivíduo demandas heterogêneas e, muitas vezes, contraditórias. Nesse contexto, o qu
e se compreende como realização profissional é cada vez mais complexo e difuso, trazendo inú
meras dificuldades ao sujeito contemporâneo.

Dentre as habilidades que se exigem do indivíduo, encontram-se a flexibilidade, a resiliência e a


autonomia controlada. Ser flexível está relacionado à capacidade de adaptação contínua às dema
ndas, assim como às novas regras sociais e do mundo do trabalho, que tendem a se modificar ra
pidamente. A resiliência está relacionada à habilidade de se regenerar e recuperar objetivos, mes
mo diante de grandes dificuldades. A autonomia controlada refere-se à necessidade de uma cons
trução de carreira autônoma, mas dentro dos padrões requeridos pelo mundo do trabalho.

É nesse contexto que o indivíduo é impelido a buscar sua realização profissional, prezando, em
geral, por atender às demandas do mercado de trabalho. Esse panorama complexo e difuso tende
a dificultar a realização profissional das pessoas, que têm suas identidades ligadas mais às exigê
ncias externas do que aos seus próprios desejos e à sua subjetividade. Sabe-se que uma das form
as de evitar que o aceleramento e as cobranças do mundo contemporâneo retirem sua particulari
dade na relação com o trabalho é por meio do autoconhecimento, do planejamento e da construç
ão de uma narrativa própria.

Tendo isso em mente, acompanhe a seguinte situação:

Você, no papel desse profissional, embasando-se pelos princípios discutidos nesta UA, avalie e
descreva ações afirmativas que contribuam com a trajetória de Fernanda, visando sua realização
profissional.

INFOGRÁFICO
A realização profissional pode ser possível a partir da iniciativa pessoal e do uso de ferramentas
que ajudem e facilitem os processos de autoconhecimento, planejamento, traçado de metas e obj
etivos e perseguição desse plano ao longo de experiências no mundo do trabalho.

Neste Infográfico, você conhecerá alguns importantes passos que devem compor um projeto de
vida profissional.
CONTEÚDO DO LIVRO

A realização profissional pode ocorrer quando os aspectos internos dos sujeitos (identidade, pers
onalidade, preferências pessoais) e os aspectos contextuais (econômicos, políticos, culturais) co
nvergem para a mesma direção.

O que dificilmente ocorre sem a devida utilização de um plano para essa finalidade. Assim, para
atingir a realização profissional, é necessário construir o projeto de vida profissional, também co
nhecido como plano de carreira, o que auxilia a mapear o que se deseja, analisando as tendência
s e possibilidades do mercado e fornecendo um caminho a seguir nessa busca.

No capítulo Realização profissional, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, é abordado c


omo se constitui um projeto de vida profissional, descrevendo suas etapas e analisando quais os
aspectos que podem levar à realização na vida profissional que é escolhida.

Boa leitura.
FELICIDADE E
BEM-ESTAR NA
VIDA
PROFISSIONAL
Realização
profissional
Pablo Bes

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Definir os passos para a construção de um projeto de vida profissional.


>> Analisar quais aspectos trazem maior realização na escolha profissional.
>> Organizar o percurso do desenvolvimento profissional.

Introdução
O trabalho ocupa um importante papel na vida das pessoas na sociedade con-
temporânea, muitas vezes exigindo uma enorme dedicação de esforços e tempo.
Nesse caso, encontrar na construção de uma carreira a realização profissional
pode contribuir diretamente para a felicidade que tanto procuramos. A realização
profissional é possível quando consideramos a subjetividade das pessoas e os
aspectos externos envolvidos, que gerenciamos a partir da construção de um
projeto de vida profissional.
Neste capítulo, você vai aprender sobre o projeto de vida profissional, sobre
suas etapas necessárias e sobre os aspectos que contribuem para o alcance da
realização no trabalho.

Projeto de vida profissional


Desde a infância, as pessoas já costumam demonstrar maiores habilidades
para uma ou outra área. Assim que começamos a perceber e conhecer como
funciona a vida e a centralidade que o trabalho ocupa em nossa cultura,
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já se iniciam os primeiros sonhos profissionais. Podemos verificar isso nas


brincadeiras infantis, como nos papéis sociais que as crianças procuram
representar quando entram na fase do jogo simbólico. Ao mesmo tempo,
algumas famílias costumam fazer a tradicional pergunta “O que você vai ser
quando crescer?”, que acaba por direcionar (e reduzir) a vida para o campo
profissional. A partir daí, sem a menor noção dos recursos e esforços neces-
sários, os pequenos passam a responder aquilo que povoa seu imaginário,
declarando seus sonhos profissionais, muitos dos quais infelizmente acabarão
esquecidos e irrealizados.
Partimos dessa provocação inicial para abordar o teor principal deste
capítulo: a realização profissional requer escolhas claras e um planejamento
detalhado de etapas a serem seguidas. Somente assim poderemos trans-
formar aquilo que era sonho, no campo das ideias, em algo real, pois essa
materialização exige um projeto de vida profissional. Entendemos que os
sonhos são importantes, conforme cita Abreu (2016, documento on-line):
“[...] uma coisa que sustentaria o sentido de sua vida e que teria o poder de
costurar melhor as experiências de seu cotidiano. Para termos esperança,
precisamos compreender nossa função existencial de hoje e de agora”. Assim,
é necessário que o sonho esteja de fato vinculado a experiências reais para
que produza esperança, motivação, persistência e sentido a nossas vidas.
Além disso, “[...] correr atrás dos seus sonhos faz a coragem aflorar. A coragem
é o combustível para o sucesso na vida” (ABREU, 2016, documento on-line) O
importante é perceber que esse correr atrás significa pôr-se em movimento,
empreender esforços em uma busca concreta.
A essa altura, vale a pena definirmos claramente o que significa um projeto.
O processo de construção de um projeto envolve as seguintes etapas iniciais:

1. análise;
2. reflexão;
3. previsão.

Todo planejamento de alguma atividade sistemática em nossas vidas deve


abranger ao menos essas três etapas cruciais, que podem ser igualmente
aplicadas para a construção de um projeto de vida profissional. A primeira
etapa consiste em analisar detalhadamente o que de fato se deseja, procu-
rando definir uma área profissional e delimitar os vários caminhos possíveis,
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estipulando objetivos a serem perseguidos. Feito isso, é preciso refletir sobre


os objetivos em si, sobre o contexto disponível e sobre o mercado profissional
que se apresenta, para então ter as condições mínimas de previsão, isto é, de
projetar ações possíveis e eficientes que nos aproximarão do cumprimento
de nossos objetivos. Embora possa parecer simples, esse processo deve ser
contínuo, caso queiramos nos realizar profissionalmente, pois, assim como o
mercado de trabalho e suas tendências se modificam, nós também passamos
por mudanças significativas ao longo da vida e devemos ajustar cada projeto
para continuar alinhado com aquilo que almejamos como realização e felicidade.
Podemos entender que um projeto de vida profissional procura alinhar os
indivíduos e seus aspectos subjetivos, incluindo sonhos, desejos e motivação,
rumo à concretização de uma carreira que os acompanhará ao longo da vida,
o que implica necessariamente considerar os aspectos externos (economia,
política, cultura, etc.). Este costuma ser o campo da psicologia social, que:

[...] pode ser dividida em duas partes gerais. Uma parte trata do tema geral de como
as pessoas agem, lidam com, e tentar moldar seu ambiente externo. [...] A outra parte
trata da questão geral sobre o que determina nas pessoas seus pensamentos e senti-
mentos, ou como as pessoas estruturam seu ambiente interno (BRICKMAN, 1987, p. 16)

Sabemos que a profissão ou os trabalhos que executamos exercem um papel


fundamental na nossa vida, pois, além de nos fornecer as condições materiais
de que necessitamos para viver na sociedade contemporânea, conhecida
como sociedade de consumo, também funcionam como um centro produtor
de emoções, que podem ser positivas ou não, afetando diretamente nossa
qualidade de vida. Assim, quanto mais significativo e condizente for nosso
projeto profissional com o que pensamos e sentimos, com o que nos constitui
subjetivamente, maiores serão as chances de produzir satisfação e realização.
Ao analisar os aspectos balizadores de projetos pessoais, McGregor e Little
(1998) definem os aspectos externos a partir do termo eficácia e os aspectos
subjetivos pelo termo integridade, comentando que a “[...] eficácia refere-se
à probabilidade de os projetos de alguém terem sucesso, e integridade se
refere a quão consistentes os projetos de alguém são com o conjunto de seus
aspectos internos” (MCGREGOR; LITTLE, 1998, p. 498). Dessa forma, os projetos
de vida profissional configuram um grande exemplo de como a articulação
entre a subjetividade de cada um e os fatores que conduzem a resultados
pode traduzir-se em algo bem-sucedido.
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Atualmente, a partir dos estudos da psicologia positiva, temos visto várias


iniciativas que direcionam o projeto de vida profissional para o conceito
de carreira e seu gerenciamento. A carreira pode ser considerada como a
trajetória profissional que um indivíduo costuma seguir ao longo de sua
vida, o que pode ser feito de forma mais estruturada ou planejada, ou então
simplesmente seguindo as adaptações e caminhos possíveis ao longo do
processo, tornando-se proteana, neste caso.

Proteu é um ser da mitologia grega que procura assumir várias formas


diferentes para proteger-se do contato humano, bem como tem poder
de interferir no mar e predizer o futuro (BULFINCH, 2009). Por esses aspectos,
costuma ser utilizado como exemplo de flexibilidade, ajustes e adaptações
constantes ao longo do planejamento de uma carreira.

As reconfigurações do mundo do trabalho ao longo das últimas décadas


fez com que algumas profissões modificassem completamente a forma de
atuação dos profissionais, uma vez que hoje se exige maior flexibilidade e
adaptação de todos. Ainda que possamos escolher algumas das profissões
mais tradicionais historicamente, como nas áreas de engenharia, medicina
ou direito, os novos contextos contemporâneos possibilitam atuações mais
diversificadas e não somente restritas a postos de trabalho estáveis, con-
forme era visto algumas décadas atrás. Assim, é imprescindível atualmente
desenvolver capacidades de adaptação e flexibilidade, associadas com a
percepção de tendências e com o conhecimento de nosso potencial (saberes
e fazeres) para o êxito profissional em qualquer área.
Uma teoria que ajuda a entender a importância de construirmos um pro-
jeto para concretizar nossos sonhos profissionais foi proposta por Abraham
Maslow, com sua hierarquia das necessidades humanas (SCHULTZ, D.; SCHULTZ,
S., 2009). Segundo Maslow, o ser humano possui necessidades específicas
que procura sanar ao longo de sua vida, distribuídas de forma ascendente,
sendo que a autorrealização ocupa o topo da pirâmide. A Figura 1 ilustra as
necessidades que compõem essa pirâmide.
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Figura 1. A hierarquia das necessidades de Maslow.


Fonte: Adaptada de Schultz, D. e Schultz, S. (2009).

Conforme podemos acompanhar na proposta de Maslow, a necessidade


de emprego vem logo após saciadas as necessidades fisiológicas básicas,
sendo compreendido dentro das ações que fornecem segurança às pessoas.
Porém, o emprego, as relações de trabalho, a profissão escolhida ou mesmo
a carreira que se pretenda construir ao longo de nossa trajetória profissional
contribuem diretamente para que possamos nos tornar autorrealizados
na vida. Nesse caso, a autorrealização profissional viria antes da escolha
adequada da profissão, daquilo que gostamos de fazer, do que nos estimula
a despender horas e horas de nossa vida ativa. Essa escolha vem acompa-
nhada da elaboração de um plano de carreira e da persistência em perseguir
seus objetivos. Dessa forma, ao longo de nossa trajetória podemos obter o
reconhecimento e a valorização de nossos esforços, bem como a confiança
e o respeito dos pares e das lideranças com quem interagimos no mundo
do trabalho.
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Aspectos que contribuem para a realização


profissional
Aprendemos anteriormente que a realização profissional requer o estabele-
cimento de um projeto, que poderá nos ajudar a verificar se os aspectos da
nossa integridade pessoal ou subjetividade, que se aliam com a nossa própria
identidade e nos fornecem um sentido à vida, estão sendo considerados.
Isso, é claro, depende também do mercado de trabalho, que pode facilitar ou
dificultar o cumprimento dos resultados projetados. Vem daí a complexidade
da realização profissional, pois tanto as pessoas são diferentes, possuindo
identidades, culturas e modos de pensar e viver distintos, quanto o mercado
é dinâmico, às vezes imprevisível e extremamente volátil.
Existem, porém, alguns pontos importantes que devemos considerar e
que contribuirão para atingirmos esse estado de realização com o trabalho.
Alguns desses elementos foram pesquisados por McGregor e Little (1998),
conforme expomos na Figura 2.

Figura 2. Elementos de destaque em um projeto de vida profissional.


Fonte: Adaptada de McGregor e Little (1998).
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Analisando a figura, percebemos que o projeto profissional se relaciona


com os papéis sociais que o indivíduo venha a vivenciar. Os papéis sociais vão
se modificando nas diversas fases de nossa vida. Não é à toa, por exemplo,
que os testes vocacionais e a busca por orientação profissional mais efe-
tiva costumam ocorrer na juventude, pois poderão ajudar na realização das
escolhas profissionais futuras enquanto os jovens ainda ocupam o papel
social de filhos e estudantes. Com o início da vida adulta e a possibilidade
de vivenciar novos papéis, como de pai/mãe, marido/esposa, alteram-se
também as necessidades, desejos e aspirações, o que pode repercutir nos
planos profissionais traçados.
Os fatores que motivam alguém a escolher uma profissão são tão dife-
rentes quanto os níveis de entrega e esforço para se atingir os objetivos do
plano de carreira elaborado. Isso muitas vezes está associado às crenças e
aos valores que cada um possui, que podem funcionar como um catalizador,
produzindo energia para superar obstáculos, ou como limitadores dos esforços
pessoais. Conforme aponta Sennett (2016, p. 9), ao se referir ao capitalismo
flexível contemporâneo, “[...] pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis,
estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente,
dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais”. Isso faz com
que os perfis e as identidades profissionais também se alterem, visando
contemplar todas essas mudanças e exigências.
O próprio significado do trabalho na vida das pessoas pode resultar
em uma crença que o associe unicamente com sofrimento e exploração,
afastando as pessoas do entendimento e da possibilidade de realização
profissional. Quando questionadas sobre a profissão que exercem, muitas
pessoas costumam defini-la como enfadonha, algo de que não gostam e que
simplesmente executam por necessidade e obrigação
Quando consideramos os itens que podem produzir resultado em nosso
plano de carreira, o ponto externo mais importante no cenário atual envolve,
sem dúvida alguma, as competências. Vivemos em um sistema político e
econômico neoliberal em que, conforme cita Harvey (2014), são cada vez mais
propagadas a concorrência e a competição entre as pessoas. Esse fato, aliado
ao empresariamento de si, faz com que os trabalhadores tenham que buscar
constantemente novos diferenciais, que são a materialização das competên-
cias. Nesse cenário, quem possui competências mantém a empregabilidade,
ou até conquista novos cargos, ascendendo profissionalmente, o que acaba
concretizando muitos projetos profissionais contemporâneos.
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Ao enfocar o trabalhador contemporâneo e as lógicas neoliberais que o


regulam, Lazzarato (2017), comenta que houve um enfraquecimento político,
social e de direitos dos trabalhadores pelo fordismo:

[...] aos substituí-los pelo empreendedor de si, pelo capital humano e pelo hiper-
consumidor — figuras que, animadas pela concorrência de todos contra todos,
exprimem-se por um individualismo exacerbado e por um darwinismo social, no
qual cada um só conta consigo próprio. (LAZZARATO, 2017, p. 151).

Assim, tudo que existia de ordem, estabilidade e segurança aos trabalha-


dores na época de Ford, que se iniciou nas primeiras décadas do século XX e
se estendeu até meados dos anos 1990, reconfigurou-se com a globalização,
impulsionando o existência de uma nova classe de trabalhadores, mais dinâ-
micos, interconectados, empreendedores e altamente competitivos.
Ao falarmos sobre competências, também precisamos considerar que as
experiências que vivenciamos desde nossa inserção no mundo do trabalho
vão produzindo efeitos na forma como entendemos ser possível (ou impossí-
vel) a busca pela realização. Nossas memórias relacionadas com o sucesso/
insucesso, satisfação/insatisfação, alegria/ tristeza, e com os conflitos pro-
dutivos e negativos gerados ao longo dos cargos e funções que ocupamos
vão contribuindo para que sejamos moldados profissionalmente, definindo
que tipo de profissional seremos.

Ao analisar as memórias da infância de idosos paraibanos que vi-


veram no ambiente rural, Sousa (2014) descreve que muitas das
experiências de vida narradas pelos pesquisados remetem ao entendimento
do trabalho associado com aspectos morais, busca da ordem e responsabili-
zação das crianças pelo sustento da família, devido à precariedade da situação
familiar na época. Assim, esses idosos associam o trabalho com papéis sociais
diferentes daqueles idealizados atualmente para a infância, os quais acabaram
contribuindo para a formação da identidade desses indivíduos.

Igualmente importantes para nossa realização profissional a partir de


um plano de carreira são as questões contextuais em que nos inserimos,
dentre as quais destacam-se os aspectos econômicos — como a classe social
— políticos — que traduzem o pertencimento e a participação nos grupos
sociais e na comunidade — e culturais — que envolvem questões étnicas,
religiosas/espirituais, de gênero, orientação sexual, entre outras. Além de
contribuírem para a formação de nossa identidade, esses contextos também
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se associam com o significado do trabalho e da própria vida, pois exercem


caráter pedagógico e definidor de quem nos tornamos.
Aliado a todos esses fatores anteriores, temos os relacionamentos que
estabelecemos em nossa vida, nos diversos campos em que participamos
e, em especial, nas experiências profissionais. As relações interpessoais no
trabalho podem nos fornecer referências tanto positivas quanto negativas,
nos direcionando e inspirando em alguns momentos ou mesmo nos ajudando a
pensar naquilo que não queremos nos tornar como profissionais. Ao referir-se
aos efeitos das relações interpessoais, Moscovici (1997, p. 32) salienta que:

Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas, há ativida-


des predeterminadas a serem executadas, bem como interações e sentimentos
recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida
que as atividades e interações prosseguem, os sentimentos despertados podem
ser diferentes dos indicados inicialmente e então —inevitavelmente — os senti-
mentos influenciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos
positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação e cooperação,
repercutindo favoravelmente nas atividades e ensejando maior produtividade. Por
outro lado, sentimentos negativos de antipatia e rejeição tenderão à diminuição
das interações, ao afastamento, à menor comunicação, repercutindo desfavora-
velmente nas atividades, com provável queda de produtividade.

Assim, cada um de nós age e reage de forma particular ao interagir com


os demais no ambiente de trabalho, o que afeta o funcionamento do grupo.
Da mesma forma, os relacionamentos com aqueles que compõem nossos
grupos culturais também exercem a função de nos ajudar a conhecer algumas
profissões e nos direcionar na hora de realizar as escolhas, bem como de
corrigir nossas condutas e os rumos que nosso projeto profissional venha
a tomar. Ao analisar a relação entre a felicidade e a realização profissional,
Achor (2012, p. 195) destaca a importância do apoio dos grupos sociais de que
participamos, esclarecendo que “[...] da mesma forma como o apoio social é
uma garantia de felicidade e um antídoto para o estresse, ele também con-
tribui muito para a realização no ambiente de trabalho.” Assim, as relações
sociais promovem a felicidade e, consequentemente, nos ajudam em nossa
trajetória profissional, levando à realização.
Vale destacar também aspectos de nossa saúde mental, que são prejudica-
dos, muitas vezes, pelas características do mercado de trabalho na atualidade.
Uma das formas de evitar que a rotina acelerada do mundo contemporâneo e
suas cobranças levem a uma perda de foco do projeto profissional é procurar
qualificar mais o tempo que dedicado a esse planejamento. Abreu (2016,
documento on-line) nos indica algumas possibilidades para que isso ocorra:
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Uma sugestão derivada do pensamento oriental para frear um pouco a roda da


vida seria o desenvolvimento daquilo que se denomina mindfulness, a capacidade
de despertar a atenção ou a consciência plena dos eventos que compõem nosso
mundo interno, manifesto por meio de pensamentos, emoções e sentimentos.
Ao prestar mais atenção às coisas, reduzimos a velocidade percebida e, assim, a
sensação da passagem do tempo de nossa existência nos devolve a capacidade
de voltar a nos surpreender com as coisas simples que compõem o cotidiano. A
meditação, por exemplo, é vista como um poderoso exercício nessa direção. Outra
sugestão? Faça apenas uma coisa de cada vez, colocando toda a sua atenção no
que está fazendo.

Dessa forma, ao começarmos a definir nosso projeto de vida profissional,


podemos analisar esses elementos que se relacionam com a nossa integridade
subjetiva e com as possibilidades de eficácia no mundo do trabalho. Porém,
um foco exclusivo nessa etapa pode comprometer nosso bem-estar. Embora
significativa, ela não a única e nem deve ser a mais importante para que
encontremos a felicidade. Na próxima seção, detalharemos os passos neces-
sários ao longo do percurso que pode nos conduzir à realização profissional.

Em busca do desenvolvimento profissional


Aprendemos até aqui que as pessoas são muito diferentes em vários aspectos
que se relacionam diretamente com o mundo do trabalho. Realizar escolhas
equivocadas, ou ainda não exercer qualquer tipo de ação de planejamento
de sua vida profissional pode produzir sentimentos de frustração, decepção,
desânimo e até mesmo depressão. Nesse âmbito, é oportuno enfatizar o que
propõe Achor (2012, p. 31) sobre os benefícios da felicidade, que:

[...] pede-nos que sejamos realistas em relação ao presente ao mesmo tempo


que maximizamos nosso potencial para o futuro. Trata-se de aprender a cultivar
a atitude e os comportamentos que comprovadamente promovem o sucesso e a
realização. É uma ética do trabalho.

Isto é, a busca pela felicidade também deve ser vista como um processo,
que exige dedicação e planejamento, e as questões profissionais também
contribuem nessa busca, pois favorecem o sentimento de realização.
Vamos, então, organizar um percurso que possa ser facilmente aplicável
para quem gostaria de iniciar seu plano de vida profissional ou rever aquele
já existente. Para isso, vamos nos valer da sequência de passos apresentados
na Figura 3.
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Figura 3. Passos que podem ser utilizados para criar um projeto de vida profissional.

Acompanhando a figura, podemos verificar que o primeiro passo se rela-


ciona com o autoconhecer-se, principalmente no que diz respeito aos aspectos
da personalidade e das preferências pessoais sobre ramos profissionais.
Algumas perguntas simples e objetivas podem ajudar nessa fase. O que eu
gosto de fazer? Me sinto melhor executando tarefas ou liderando pessoas?
Aprecio trabalhar em contato com o público ou mais reservado? Prefiro atuar
em locais fechados ou abertos? Gostaria de ter uma rotina mais estável ou
dinâmica? Responder esses questionamentos ajuda na hora de escolher uma
profissão ou mesmo de criar um projeto de empreendedorismo.
Definir os objetivos é um passo de extrema importância, pois eles são
os marcos que gostaríamos de atingir com nosso esforço de planejamento.
Assim, tudo que faremos ao longo desses passos devem nos conduzir ao seu
cumprimento. Covey (2003, p. 125) considera essencial que a formulação dos
objetivos seja adequada, caso contrário seria como “[...] ajeitar as cadeiras do
Titanic no momento do naufrágio”. Assim, devemos concentrar nossa energia
na busca dos objetivos certos, que nos levem ao resultado que esperamos.
Cabe reforçar que os objetivos também nos proporcionam condições de traçar
as metas e as ações que iremos colocar em prática ao longo do percurso.
12 Realização profissional

Uma ferramenta que costuma ser utilizada para formular objetivos foi
difundida por Doran (1981), voltada originalmente à construção de planos
de ação organizacionais. Ele é conhecida pela sigla S.M.A.R.T., formada pelos
adjetivos obrigatórios a todo e qualquer objetivo proposto: specific (especí-
fico), measurable (mensurável), assignable (atribuível), realistic (realístico) e
time-related (com prazo estipulado). A seguir, descrevemos cada um desses
componentes:

„„ Specific — enfocar uma área específica que você queira atingir, criar
ou melhorar. Exemplo: quero trabalhar na área de treinamento e de-
senvolvimento de pessoas no ambiente organizacional.
„„ Measurable — quantificar ou ao menos construir um indicador para
conferir o progresso. Exemplo: a cada semestre, devo verificar quais
conhecimentos e ações realizei para me preparar para treinar e de-
senvolver pessoas.
„„ Assignable — especificar quem executará o que foi estipulado. Exemplo:
quais ações devo colocar em prática e quais devo delegar à minha rede
de relacionamentos para concretizar este objetivo específico.
„„ Realistic — indicar quais resultados podem ser alcançados de forma
realista, tendo em vista os recursos disponíveis. Exemplo: quais cursos
devo fazer e quais competências preciso desenvolver para que isso
ocorra.
„„ Time-related — especificar quando os resultados deverão ser alcan-
çados. Exemplo: quanto tempo levarei para me habilitar e adquirir
experiência para atuar nessa área?

As estratégias são definidas como caminhos para chegar a algum objetivo.


Assim, se eu definir para minha vida profissional que atuarei no exterior, por
exemplo, provavelmente tenho como uma de minhas metas ser proficiente
em inglês. Para que isso ocorra, posso utilizar várias estratégias, como me
matricular numa escola regular de idiomas, aprender com familiares e amigos
fluentes e recorrer a sites, blogs e aplicativos gratuitos hoje existentes na web.
Perceba que para atingir um objetivo podem existir várias estratégias dife-
rentes; cabe a você escolher de acordo com suas possibilidades e disposição.
Assim, ao planejar o que pretendemos para nossa vida profissional, é
imperativo identificar as habilidades que precisamos desenvolver e que
nos ajudarão nessa busca pela consolidação de uma carreira. O conceito de
competência, hoje amplamente difundido no mercado de trabalho, pode ser
entendido com base nos seguintes aspectos:
Realização profissional 13

Competência é a tomada de iniciativa e responsabilidade do indivíduo em situa-


ções profissionais com as quais ele se defronta. Competência é uma inteligência
prática das situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma
à medida que a diversidade das situações aumenta. Competência é a faculdade
de mobilizar redes de atores em volta das mesmas situações, de compartilhar
desafios, de assumir áreas de responsabilidade (ZARIFIAN, 2003, p. 137, grifo nosso).

Num mundo do trabalho que opera segundo as competências, esse ponto


é essencial para o êxito do seu plano. Ademais, destacamos nessa passagem
a capacidade de mobilizar os relacionamentos existentes. Esse processo, tam-
bém conhecido como networking, consiste em manter uma rede de contatos
profissionais ativos que possam auxiliar ao longo da carreira profissional.
Atualmente, existem muitas plataformas na web que estabelecem redes digi-
tais onde profissionais podem ampliar seus conhecimentos sobre assuntos de
seu interesse e manter-se conectados para se ajudarem de forma recíproca.
Outro aspecto importante é se manter atualizado sobre o mercado em
que você se encontra ou pretende se inserir. Essa especialização que trata-
mos nesse percurso de construção do projeto profissional individual pode
ser realizada em aspectos de educação formal, principalmente em escolas
voltadas para o desenvolvimento profissional, ou ainda em organizações do
sistema S, como Senai, Sebrae, Sesc, Senar, entre outras. Também podem
ajudar nessa instância as modalidades de coaching ou mentoring.

As atividades de coaching e mentoring se difundiram bastante nas


últimas duas décadas, procurando utilizar ferramentas da psicologia
positiva para auxiliar as pessoas no mapeamento de suas habilidades e po-
tenciais e no gerenciamento de sua vida de forma geral, ou mesmo da carreira
profissional que estão trilhando. Atualmente, essas atividades podem ser
fornecidas tanto por organizações que se preocupam em planejar a carreira de
seus colaboradores de forma institucionalizada quanto por iniciativas pessoais.

Também se faz imprescindível analisar os cenários possíveis que o mercado


de trabalho apresenta, o que ajuda a mapear as tendências profissionais que
surgem e as habilidades que estão sendo apontadas nesses novos contextos.
Segundo define Porter (2004, p. 243) ao se referir à criação de estratégias,
os “[...] cenários são visões parciais e internamente consistentes de como
o mundo será no futuro e que podem ser escolhidas de modo a limitar o
conjunto de circunstâncias que podem vir a ocorrer”. Assim, a criação de
cenários hipotéticos que podem se materializar no futuro do mercado de
trabalho pode ajudar a manter seu projeto profissional atualizado e dinâmico.
14 Realização profissional

Uma das características principais de todo esforço de planejamento é sua


flexibilidade. Isso também vale para projetos de vida profissional, que muitas
vezes devem ser revistos e ajustados às novas tendências do mercado, ou
mesmo às novas preferências pessoais que vão surgindo. Podemos associar
a necessária predisposição para ajustes e mesmo para as mudanças que
podem vir a ocorrer em nossa carreira profissional com a ideia de felicidade
proposta por Achor (2012, p. 31): “[...] ser feliz não é acreditar que não preci-
samos mudar, é perceber que podemos”.
Esse processo de revisões e ajustes está diretamente relacionado com a
autoavaliação, que deve ser constante ao longo do processo. É importante
que façamos esse exercício de autoavaliação de forma sistemática no trans-
correr de nossa trajetória profissional, verificando se estamos agindo de
acordo com as metas e objetivos que traçamos, se as estratégias ainda são
eficazes e se não gostaríamos ou precisaríamos abranger novos elementos
em nosso plano inicial.

Referências
ABREU, C. N. de. Psicologia do cotidiano: como vivemos, pensamos e nos relacionamos
hoje. Porto Alegre: Artmed, 2016. E-book.
ACHOR, S. O jeito Harvard de ser feliz: o curso mais concorrido de uma das melhores
universidades do mundo. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRICKMAN, P. Commitment, conflict and caring. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1987.
COVEY, S. R. Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes. São Paulo: Best Seller, 2003.
DORAN, G. T. There’s a S.M.A.R.T way to write management’s goals and objectives. Ama Fo-
rum, nov. 1981. Disponível em: https://community.mis.temple.edu/mis0855002fall2015/
files/2015/10/S.M.A.R.T-Way-Management-Review.pdf. Acesso em: 29 out. 2020.
HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola,
2014.
LAZZARATO, M. O governo do homem endividado. São Paulo: n-1 edições, 2017.
MCGREGOR, I.; LITTLE, B. R. personal projects, happiness, and meaning: on doing well and
being "fourself”. Journal of Personality and Social Psychology, v. 74, n. 2, p. 494–512, 1998.
MOSCOVICI, F. Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. 7. ed. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1997.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concor-
rência. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage
Learning, 2009.
SENNETT, R. A corrosão do caráter. 2. ed. Rio de Janeiro: BestBolso, 2016.
Realização profissional 15

SOUSA, V. P. de. A infância sob os signos do trabalho e das brincadeiras: de-


marcações memorialísticas de idosos paraibanos. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível
em:  http://uece.br/eventos/2encontrointernacional/anais/trabalhos_comple-
tos/138-28237-05112014-153106.doc. Acesso em: 29 out. 2020.
ZARIFIAN, P. O modelo da competência: trajetória histórica, desafios atuais e propostas.
São Paulo: Editora Senac, 2003.

Leitura recomendada
BULFINCH, T. O livro de ouro da mitologia: histórias de deuses e heróis. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2009.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos


testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da
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páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores
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integralidade das informações referidas em tais links.
DICA DO PROFESSOR

Como seres sociais, a oportunidade de interagir, desde o nascimento do sujeito, com grupos soci
ais diferentes acaba por produzir a subjetividade e a identidade dos sujeitos. Nesse processo, as
palavras têm grande poder e podem contribuir para que sejam trilhadas algumas trajetórias profi
ssionais.

Nesta Dica do Professor, é abordado um fator que se associa diretamente às escolhas profissiona
is: as profecias autorrealizadoras.

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EXERCÍCIOS

1) João Pedro é um jovem profissional que parece não ter muitas ambições em sua carre
ira, pois se considera bom para executar e foge das chances de liderar e tomar decisõe
s. Quando questionado pelos seus colegas de trabalho e gestores da empresa sobre iss
o, costuma responder que “foi criado assim”, que seu pai sempre dizia que “o seu fut
uro era ser operário” e que “não tinha nascido com talento para falar”.

Com base nessa narrativa sobre João Pedro e em seus estudos sobre os aspectos subje
tivos do projeto de vida profissional, é correto afirmar que:

Por meio da sua fala, João Pedro assume que não ocupa nem almeja outras funções simple
A)
smente por não gostar.

João Pedro construiu uma crença a partir das suas vivências na infância, o que faz com que
B)
não se permita ir além.

Este rapaz entende que o seu sucesso profissional se distancia das características inatas dec
C)
laradas em sua infância.

Nas memórias definidoras de João Pedro, a voz do pai hoje não produz mais nenhum efeit
D)
o em suas escolhas de adulto.

O fato de não querer liderar nem tomar decisões está aliado com os aspectos geracionais e
E)
nvolvidos na sua vida.

2) “Competência é a tomada de iniciativa e responsabilidade do indivíduo em situações


profissionais com as quais ele se defronta. Competência é uma inteligência prática da
s situações, que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma à medida que
a diversidade das situações aumenta. Competência é a faculdade de mobilizar redes d
e atores em volta das mesmas situações, de compartilhar desafios, de assumir áreas d
e responsabilidade.” (ZARIFIAN, 2003, p. 137).

A partir dessa citação do autor e de seus estudos sobre o projeto de vida profissional,
pode-se afirmar que:

O projeto de vida profissional deve focalizar os sentidos do trabalho para os sujeitos, isent
A)
ando a competência dessas análises.

Quando se fala em competências no campo profissional, restringe-se o conceito às relações


B)
interpessoais e ao network.

As competências são necessárias para atuar no mercado de trabalho e, por isso, precisam c
C)
onstar no projeto de vida profissional.

Como as competências se aliam com a racionalidade neoliberal vigente, devem ser contest
D)
adas, pois levarão ao fracasso profissional.

É possível a pessoa se tornar competente a partir da construção de um plano de carreira qu


E)
e envolva a educação formal prioritariamente.

3) Um projeto de vida profissional pode valer-se de alguns passos específicos que ajuda
m a organizar os esforços dos sujeitos em busca da realização profissional. Analise est
es passos a seguir e relacione a primeira e a segunda colunas de forma a estabelecer a
relação correta entre elas:

I. Autoconhecimento
II. Objetivos
III. Estratégias
IV. Habilidades
V. Atualização

( ) Definem o que se pretende atingir no futuro a partir das ações do projeto.


( ) Remete à percepção dos fatores internos que se possui e dão sentido ao trabalho.
( ) Fazem parte importante das competências que se precisa ter para atuar profission
almente.
( ) Esforço em manter-se em sintonia com as tendências do mercado de trabalho.
( ) São as ações possíveis de serem implementadas para atingir os objetivos traçados.

II, I, IV, V, III.


A)
I, II, III, IV, V.
B)
V, IV, III, II, I.
C)
III, V, I, III, II.
D)
IV, III, II, V, I.
E)

4) Para que o projeto de vida profissional possa resultar em realização profissional efeti
vamente, alguns cuidados precisam ser tomados, que envolvem aspectos da integrida
de subjetiva das pessoas e das possibilidades de eficácia.

Sobre esses aspectos sugeridos por McGregor e Little (1998, p. 494), analise as altern
ativas e marque verdadeiro (V) ou falso (F):

( ) Um projeto de vida profissional que considere os papéis sociais que os sujeitos já o


cuparam e sua relação com o trabalho contribui para a realização.
( ) Os motivos que costumam levar as pessoas a uma escolha profissional costumam s
er os mesmos, pois são culturais e, atualmente, focalizam o dinheiro.
( ) As crenças que os indivíduos possuem devem ser analisadas e consideradas no pro
jeto de vida profissional, pois tanto podem potencializá-los quanto limitá-los.
( ) Envolver as competências que os sujeitos possuem e seus traços de personalidade
permite que o projeto alie questões subjetivas e contextuais igualmente importantes.
( ) Aspectos contextuais relacionados a condição econômica, a participação política e
a cultura das pessoas devem ser evitados para que o projeto de vida profissional tenh
a êxito.

F, V, V, V, V.
A)
V, V, V, F, F.
B)
F, F, F, V, V.
C)
F, V, F, F, V.
D)
V, F, V, V, F.
E)

5) Muitas pessoas passam a vida toda perseguindo a realização profissional, porém, não
perceberam que poderiam ter planejado essa busca, seguindo passos específicos e con
siderando pontos essenciais para que tivessem êxito. Sobre o conceito de realização pr
ofissional e a construção de um projeto de vida profissional, analise as asserções a seg
uir e marque a alternativa que apresenta uma correta relação entre elas:

I. Para que uma pessoa possa obter a realização profissional ela precisa contemplar e
m sua atividade profissional, no desenvolvimento de suas competências, atribuições e
tarefas, aqueles componentes internos que ela considera importantes e que lhe trazem
sentido à própria vida.

PORQUE

II. A realização profissional envolve tanto os aspectos subjetivos, que diferenciam as


pessoas enquanto sujeitos, abrangendo preferências pessoais e personalidade, quanto
os aspectos contextuais e relativos ao mercado de trabalho e suas tendências. Quando
existe um desequilíbrio entre esses aspectos da integridade e da eficácia, os sujeitos te
ndem a não se realizar profissionalmente.

As asserções I e II são proposições falsas e sem complementação.


A)
A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma proposição verdadeira.
B)
A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa.
C)
As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II é uma justificativa correta da asserção I.
D)
A asserção I e II são proposições verdadeiras, mas a asserção II não justifica a asserção I.
E)
NA PRÁTICA

O cenário laboral contemporâneo tem trazido diversos desafios ao indivíduo no que se refere às
possibilidades de realização profissional. É preciso conseguir conciliar demandas externas e os a
spectos subjetivos de cada um, considerando os aspectos que contribuíram para produzir sua ide
ntidade com aspectos contextuais e ferramentas que auxiliaram a organizar o processo de constr
ução de carreira.

Neste Na Prática, você acompanhará a história de Estela, uma assistente social que planejou e co
nstruiu sua carreira buscando associar os elementos trabalhados ao longo desta UA, buscando co
nciliar projetos pessoais, elementos subjetivos de sua história e demandas sociais.
SAIBA +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professo
r:

Qualidade de vida, bem-estar e felicidade no trabalho: sinônimos ou conceitos que se difer


enciam?

Perceba neste artigo como os conceitos de qualidade de vida, bem-estar e felicidade no trabalho
atuam de forma complementar, ajudando a produzir a realização profissional.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

Felicidade no trabalho na geração dos millennials, novos desafios para os administradores

Perceba neste artigo como os aspectos contextuais, neste caso, geracionais se relacionam com o
mundo do trabalho e seus significados para promover a felicidade.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.

O Segredo do sucesso é a superação diária de si mesmo

No vídeo do professor Clóvis de Barros Filho, perceba a importância de aliar os aspectos subjeti
vos com a busca da concretização de uma trajetória profissional.

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