SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
5 DIETOTERAPIA ......................................................................................... 17
6.1 A fome e as lutas pelo acesso aos alimentos como direito humano .... 20
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12 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS LIGADAS AO
ENVELHECIMENTO .................................................................................................. 36
3
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida
e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
4
2 HISTÓRIA DA NUTRIÇÃO
Fonte: revistapilates.com.br
A idade média foi marcada por uma grande insegurança alimentar causada por
periódicas crises na produção de alimentos em regiões da Europa, que ocasionaram a
desnutrição e fome e contribuíram para o aumento considerável das mortes causadas
5
pela peste negra, uma vez que corpos desnutridos tem menor resistência a
enfermidades (TOLEDO, 2014).
De acordo com o estudo de Thomas McKeown (1976), citado por Toledo (2014),
tais acontecimentos reduziram a fome e a desnutrição nos países da Europa e Estados
Unidos, que observou a diminuição das taxa de mortalidade nesses países nos séculos
XVIII e XIX, como consequência do aumento da provisão alimentar, conquistado com
a melhora do abastecimento, produção e conservação dos alimentos.
Ainda segundo o autor citado, o crescimento econômico advindo da
industrialização e do capitalismo, o processo de urbanização das cidades, o êxodo
rural, a inclusão do trabalho feminino nas fábricas e escritórios, a elevação do nível de
vida, ocorridos especialmente na segunda metade do século XX, modificou
drasticamente o modo de vida da sociedade urbana.
A disposição de menos tempo para as atividades domésticas e a necessidade
frequente de alimentação fora do lar impulsionaram o surgimento de um vasto setor de
alimentação, tais como: restaurantes, redes de fast-food, indústrias de alimentos
“prontos para o consumo”. Da mesma forma, com intuito de facilitar as atividades
6
domésticas, surgiram novas tecnologias de equipamentos eletrodomésticos,
(TOLEDO, 2014).
9
No final do século XIX, com os estudos dos bacteriologistas Pasteur e Koch, um
novo paradigma para explicar o processo saúde-doença foi estabelecido, com a
descoberta dos micro-organismos como agentes etiológicos das doenças. Esse novo
paradigma influenciou as teorias e práticas no campo da saúde, para um enfoque mais
biológico, reduzindo a preocupação voltada para as condições do ambiente físico
(TOLEDO, 2014).
10
3 A SAÚDE, A PROMOÇÃO DA SAÚDE E A ALIMENTAÇÃO
Fonte: content.paodeacucar.com
Em sua Constituição, a OMS define saúde como “um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de
enfermidade”, e traz como principal objetivo da organização a garantia de que todos
os povos alcancem o maior nível de saúde possível. Em outras palavras, a OMS
propunha um ideal de saúde extremamente amplo, para além de um enfoque centrado
apenas na doença. Fazendo com que muitos autores a considerem uma meta
utópica, tornando essa definição alvo de várias críticas (TOLEDO, 2014).
O conceito de promoção da saúde foi utilizado pela primeira vez pelo médico
sanitarista Henry Sigerist, no início do século XX, quando determinou as quatro funções
da medicina:
• promoção da saúde,
• prevenção de doença,
• tratamento dos enfermos,
• reabilitação.
Para ele a promoção da saúde era um conjunto de ações em educação em
saúde, somadas a ações estruturais do Estado, para garantir melhores condições de
vida. Em sua definição, já se observava uma visão voltada para ações sobre os
determinantes sociais da saúde (DSS), que são as condições de vida e de trabalho que
influenciam a saúde dos indivíduos, englobando os aspectos econômicos, sociais e
culturais (TOLEDO, 2014).
A partir do relatório do ministro canadense, que investigou as causalidades do
processo de saúde/doença em seu país, bem como os investimentos em saúde, que
se evidenciou a importância do estilo de vida e do ambiente como DSS, além da
biologia humana e dos sistemas de saúde (TOLEDO, 2014).
Segundo o autor nessa direção, na conferência de Alma Ata, em 1978, a saúde
foi reconhecida pela primeira vez como um direito, envolvendo um trabalho de
cooperação com outros setores da sociedade, além do setor da saúde, tendo como
enfoque a Atenção Primária à Saúde. Essa proposta influenciou fortemente o
pensamento e as tendências das políticas de saúde no Brasil, refletindo sobre o
andamento da sua reforma sanitária no país estabelecendo a meta de “Saúde para
todos no ano 2000”, formulada a partir da 27ª Assembleia Mundial de Saúde, em 1977.
Dez anos após a conferência de Alma Ata, foi realizada a primeira Conferência
Internacional em Promoção de Saúde, em Ottawa (Canadá), que tinha como
proposta o estabelecimento os requisitos fundamentais para a saúde: a paz, a
habitação, a educação, a alimentação, o poder aquisitivo, um ecossistema
estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade (WHO, 1986 apud
TOLEDO, 2014).
12
A Carta de Ottawa, resultante dessa conferência, ampliou a concepção de
saúde: “saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de
viver [...] a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais,
bem como as capacidades físicas”. E apresentava o conceito sobre promoção da saúde
“processo de capacitação na comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de
vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo [...] a promoção
da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo
de vida saudável, na direção de um bem-estar global” (TOLEDO, 2014).
Segundo o autor, o conceito de promoção da saúde foi se enriquecendo com
uma série de declarações internacionais, periodicamente formulados em eventos em
nível mundial, mantendo a motivação e interesse sobre o tema.
Em 1988 na Constituição Brasileira, é criado o Sistema Único de Saúde (SUS),
sob as seguintes diretrizes: “descentralização, com direção única em cada esfera de
governo; atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais e participação da comunidade”, e a saúde passa a
ser considerada um direito do indivíduo e dever do Estado (TOLEDO, 2014).
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promoção de práticas alimentares saudáveis, prevenção e controle das doenças e
distúrbios nutricionais, criação de linhas de investigação, e desenvolvimento e
capacitação de recursos humanos.
Em 2004, a OMS lança a Estratégia Global para a Promoção da Alimentação
Saudável, Atividade Física e Saúde, que prevê o estímulo às práticas alimentares
saudáveis e à prática de atividade física, consideradas como estratégias efetivas para
a promoção da saúde e redução substancial das doenças e mortes por DCNT no
mundo. Sendo uma importante política mundial de promoção da saúde, cujo enfoque
principal foi a alimentação.
4 FISIOLOGIA DIGESTIVA
Fonte: beduka.com
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amido. Após a cavidade bucal, o alimento passará pela faringe (nasofaringe, orofaringe
e laringofaringe), como passará pela boca o alimento passará pela orofaringe e
laringofaringe.
O autor ainda descreve que a faringe participa do processo de respiração e de
deglutição, responsabilizando-se por encaminhar o alimento da boca até o esôfago. A
epiglote também é muito importante para encaminhar o alimento para o esôfago e não
para a traqueia.
O esôfago conecta a faringe ao estômago. O alimento é conduzido através de
contrações musculares em ondas, denominado peristaltismo. Os movimentos
peristálticos, carreia os alimentos até sua chegada ao estômago. O esôfago atravessa
o músculo diafragma, através do hiato esofágico e termina na parte superior do
estômago chamado esfíncter esofágico inferior, que tem como função básica, impedir
que o fluxo gástrico retorne em direção ao esôfago. Quando ocorre este retorno,
denominamos de refluxo gastroesofágico (DANTAS, 2011).
Segundo o autor, o estômago é uma dilatação do tubo digestivo e localiza-se
logo abaixo do músculo diafragma, encaminhando o alimento para o duodeno. Possui
células que produzem suco gástrico. Estas células são: células mucosas que produzem
muco; as células principais, que secretam o pepsinogênio que ainda é uma enzima
inativa; e células parietais que produzem acido clorídrico que irá ativar o pepsinogênio
e transformá-lo em uma enzima ativa chamada pepsina, que inicia a digestão das
proteínas no estômago. A túnica mucosa do estômago possui células G, que produzem
o hormônio gastrina que estimula a secreção do suco gástrico, aumentando a
motilidade do trato gastrointestinal, relaxando o esfíncter pilórico para que o quimo
passe do estômago para o duodeno.
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ocorre no intestino delgado. Gorduras, colesterol, carboidratos, vitaminas A, C, D, K e
vitaminas do complexo B, minerais, ferro, zinco, cloro, monossacarídeos (derivados dos
açúcares) e monoglicerídeos (derivados dos lipídeos dos alimentos ingeridos)
demoram cerca de 3 a 10 horas para percorrer todo o trajeto do intestino delgado. O
intestino grosso, é responsável pela produção das fezes e é onde se encontra as
bactérias da flora intestinal. Responsável pela absorção de água e de íons (DANTAS,
2001).
5 DIETOTERAPIA
Fonte: domalberto.edu.br
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dietoterapia. Dietoterapia é a parte da ciência da nutrição que se dedica às dietas
especificas para cada enfermidade.
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3. Planejar e priorizar os objetivos do cuidado nutricional – compete ao nutricionista
traçar um plano com dieta individualizada e orientação quanto ao cuidado e maneiras
corretas de preparo dos alimentos, bem como possíveis modificações no padrão
alimentar;
4. Executar as atividades nutricionais necessárias para atingir os objetivos - nessa
etapa, toda a equipe de saúde deverá envolver- se com vistas ao desenvolvimento das
atividades pertinentes ao sucesso do cuidado nutricional;
5. Avaliar os resultados do cuidado nutricional - esta fase é fundamental para a
manutenção ou não do tratamento proposto. Com base na avaliação frequente e no
monitoramento dos parâmetros nutricionais anteriormente mencionados, serão
efetuadas modificações e adequações necessárias.
Segundo EEEP (2013) o cuidado nutricional de pacientes hospitalizados é bem
mais complexo do que o mero fornecimento de refeições. Práticas hospitalares simples
podem ser aplicadas com vistas à melhoria do estado nutricional dos mesmos.
Muitas delas, abaixo listadas, estão diretamente ligadas às atribuições e
responsabilidades do profissional de nutrição em suas diversas áreas de atuação: –
registrar as medidas antropométricas (peso e comprimento/altura) frequentemente; –
conhecer a prescrição da dieta a que o paciente está submetido; – observar a aceitação
da dieta pelo paciente, informando ao médico e ou nutricionista responsável as
possíveis intercorrências; – observar e informar à equipe de saúde as alterações
funcionais relacionadas à alimentação (diarreias, vômitos, distensão abdominal); –
estimular o paciente e informá-lo acerca da importância de seguir rigorosamente a dieta
prescrita; – auxiliar o paciente, se necessário, na administração de suas refeições; –
procurar tornar o horário das refeições um momento de prazer para os pacientes; –
informar, ao paciente e seus familiares, o funcionamento e as rotinas do serviço de
nutrição (EEEP, 2013).
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6 NUTRIÇÃO E CIDADANIA
Fonte: elosdasaude.wordpress.com
6.1 A fome e as lutas pelo acesso aos alimentos como direito humano
20
sobre os aspectos éticos, socioeconômicos, culturais, normativos e de relação com o
poder, que se apresentam em nosso dia a dia. Estes elementos convidam-nos a pensar
sobre o papel de cada um enquanto agente público ou representantes de diferentes
esferas do poder público, representantes de movimentos sociais e de entidades da
sociedade civil e também na condição de cidadãos.
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7 IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL EM SAÚDE PÚBLICA
Fonte: cnts.org.br
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fundamentalmente rural, durante os anos 50, passando à condição de um país
urbanizado (IBGE, 2000), com mais de 80% das pessoas atualmente radicadas nas
cidades.
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escassez alimentar e à pobreza, sobretudo à desnutrição infantil e materna, assim
como o complexo quadro dos excessos já configurado no Brasil pelas altas taxas de
prevalência de sobrepeso e obesidade, na população adulta.
Sete são as diretrizes programáticas desta Política que tem como fio condutor o
Direito Humano à Alimentação e a Segurança Alimentar e Nutricional:
1. Estímulo a ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos alimentos;
2. Garantia da segurança e qualidade dos alimentos;
3. Monitoramento da situação alimentar e nutricional; A
4. Promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis;
5. Prevenção e controle dos distúrbios e doenças nutricionais;
6. Promoção do desenvolvimento de linhas de investigação;
7. Desenvolvimento e capacitação de recursos humanos em saúde e nutrição
(PNAN, 1999).
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prevenção e de tratamento dos agravos e o desenvolvimento de ações de promoção
da saúde e de segurança alimentar e nutricional (BRASIL, 2015).
Fonte: africaurgente.org
A desnutrição pode ser definida como uma condição clínica decorrente de uma
deficiência ou excesso, relativo ou absoluto, de um ou mais nutrientes essenciais. A
desnutrição pode apresentar caráter primário ou secundário, dependendo da causa que
a promoveu. Entende-se por causa primária a pessoa que come pouco ou “mal”. Ou
seja, tem uma alimentação quantitativa ou qualitativamente insuficiente em calorias e
nutrientes. As causas secundárias estão presentes quando a ingestão de alimentos
não é suficiente porque as necessidades energéticas aumentaram ou por qualquer
outro fator não relacionado diretamente ao alimento. Exemplos: presença de
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verminoses, câncer, anorexia, alergia ou intolerância alimentares, digestão e absorção
deficiente de nutrientes (SILVA, 2012).
De acordo com a OMS (2000), desnutrição grave é uma desordem tanto de
natureza médica como social, ou seja, os problemas médicos da criança resultam, em
parte, dos problemas sociais do domicílio em que a criança vive. A desnutrição é o
resultado final da privação nutricional e, frequentemente, emocional por parte daqueles
que cuidam da criança. Estes, devido, possivelmente, à falta de entendimento, pobreza
ou problemas familiares, são incapazes de prover a nutrição e o cuidado que a criança
requer. É imperativo lembrar que o sucesso no manejo da criança gravemente
desnutrida requer que ambos os problemas, médico e social, sejam reconhecidos e
corrigidos. Se a doença é vista como sendo apenas uma doença médica, é provável
que a criança recaia quando voltar para casa, e que outras crianças da família
permanecerão em risco de desenvolver o mesmo problema.
Fonte: alimentacaomelhor
Fonte: cn3.com.br
Fonte: espacodescomplicado.com.br
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corpos de modo distinto, pois a identidade construída até então para um corpo
infantil, passa a ser modificado para um corpo em acelerada transformação
influenciada por inúmeros hormônios em quantidades e velocidades diferentes
em cada sexo (PEREIRA et al, 2013 apud MOREIRA, 2015).
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A adolescência é marcada pela dualidade entre o amadurecimento do corpo e
do psicológico relacionado com algum grau de instabilidade emocional,
podendo tal situação acarretar inúmeros problemas, dentre eles os distúrbios
alimentares (como anorexia e bulimia) (ARAÚJO et al, 2010 apud MOREIRA,
2015).
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É sabido que o excesso de peso vem aumentando em todo o mundo sendo
considerado um problema de saúde pública e que este processo é decorrente de maus
hábitos alimentares adquiridos durante a infância, tendendo a persistir na vida adulta.
Segundo Moreira (2015) a preferência dos alimentos pode estar relacionada a
influência do conhecimento sobre a qualidade dos mesmos. Minten et al (2013, p.28),
citam em sua pesquisa o estudo de Birch, o qual refere que crianças pequenas
preferem alimentos adocicados dos quais já estejam familiarizadas. Isso se justifica,
porque as crianças são, notoriamente, exigentes durante a alimentação e isso pode
resultar em obstáculos pra uma alimentação saudável.
O estilo alimentar também é influenciado pelos pais por meio dos seus próprios
comportamentos na escolha dos alimentos como modelo. O hábito alimentar
que cada um desenvolve e define como características da ingestão são grande
parte, aprendidos. Esse padrão de ingestão diz respeito ao “estilo alimentar”
que implica, portanto, na capacidade de auto regulação da ingestão e controle
do tamanho, duração e frequência das refeições (GONÇALVES et al, 2012
apud MOREIRA, 2015).
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ainda, que [...] a educação continuada possa ser efetiva na formação de
hábitos alimentares saudáveis (MINTEN et al, 2013 apud MOREIRA, 2015).
Fonte: terceiraidadeconectada.com
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12.1 Impacto das alterações fisiológicas nas necessidades nutricionais dos
idosos
Vitaminas
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principais fontes alimentares são: fígado, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-
bico e ervilha), espinafres, espargos, sumo de laranja e brócolos.
Minerais
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13 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE HOSPITALIZADO
Fonte: einstein.br
41
resposta imunológica e cicatricial, modular a resposta orgânica ao tratamento clínico e
cirúrgico, prevenir e tratar as complicações infecciosas e não infecciosas decorrentes
do tratamento e da doença, melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o tempo
de internação hospitalar, reduzir a mortalidade e, consequentemente, reduzir custos
hospitalares (BRASIL, 2016).
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meio do estudo Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri), foi
possível detectar a progressão da desnutrição durante a internação hospitalar. De
acordo com esse estudo, a desnutrição chegou a atingir 61,0% dos pacientes quando
se prolongou por mais de 15 dias, sendo que na admissão acometia 31,8% destes
indivíduos (BRASIL, 2016).
A desnutrição em indivíduos internados é resultado de uma série de fatores,
podendo estar associada à doença e/ou ao tratamento. O consumo alimentar
inadequado é uma das principais causas e está relacionado com várias situações
clínicas que podem causar perda Ministério da Saúde 18 de apetite ou dificultar a
ingestão de alimentos, além de procedimentos de investigação e tratamento que
demandam a necessidade de jejum e/ou alterações na composição da dieta. Detecção
e intervenção inadequadas também podem resultar no agravamento do estado
nutricional durante a internação. Dessa forma, a melhor maneira para prevenir e tratar
a desnutrição é pela implementação da terapia nutricional precoce (BRASIL, 2016).
Fonte: pousadaoutono.com.br
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Para a elaboração de um protocolo de avaliação nutricional é necessária uma
triagem nutricional, que tem como objetivo reconhecer o risco nutricional, para que
sejam instituídas medidas de intervenção nutricional mais precocemente (BRASIL,
2016).
Avaliação do estado nutricional é o exame detalhado das variáveis metabólicas,
nutricionais ou funcionais do indivíduo. É um processo mais longo do que a triagem e
cabe ao profissional nutricionista ao realizar com base em protocolo preestabelecido.
Esta informação deve ser registrada, datada e assinada no prontuário do paciente, pelo
profissional responsável pelo atendimento (BRASIL, 2016).
A reavaliação do estado nutricional deverá ser realizada semanalmente, para se
obter melhores resultados.
45
15 SUPLEMENTOS ORAIS
Fonte: gazetadopovo.com.br
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desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar,
domiciliar ou ambulatorial, visando à síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou
sistemas”.
Segundo o autor, quando utilizados por via oral, estes alimentos devem
apresentar sabor agradável a fim de melhorar a tolerabilidade do produto,
determinando, assim, um tempo maior de aderência ao suporte nutricional.
A suplementação oral é o método mais simples, mais natural e menos invasivo
no aumento do aporte nutricional. Os benefícios do suplemento oral são o aumento do
apetite e ganho de peso, diminuição da toxicidade gastrointestinal e melhora da
capacidade funcional. Também foi constatado que a suplementação oral resultou em
melhora da resposta imunológica e aumento da ingestão de proteínas e energia
(OLIVEIRA, 2013).
Ainda de acordo com o autor, além disso, a suplementação oral, muitas vezes,
significa evitar ou uma tentativa de adiar a indicação de uma sonda enteral e/ou
parenteral para o paciente.Na maioria das vezes o uso de suplementos orais é mais
facilmente aceito pelos pacientes, visto que utiliza a via natural para a ingestão de
alimentos. Mesmo diante dos avanços realizados no campo da nutrição enteral,
principalmente, no tocante ao conforto do paciente, é uma terapia que ainda impõe
receio nos pacientes, que preferem a suplementação oral.
No entanto, existem diversos fatores que podem interferir na aceitação da
suplementação oral, como a hiporexia, a saciedade precoce, a presença de náuseas e
de desordens neurológicas que dificultam a deglutição (OLIVEIRA, 2013).
De acordo com o autor, o significado emocional atribuído à alimentação, a perda
da autonomia quanto às preferências alimentares e as mudanças no padrão alimentar
podem ser fatores de conflito que geram sentimentos de raiva, ansiedade e depressão
que podem influenciar a aceitação e interferir no sucesso da terapia.
Sendo assim, a colaboração efetiva dos pacientes é essencial para garantir que
o volume prescrito dos suplementos seja adequadamente ingerido e, por conseguinte,
haja uma melhora no estado nutricional. Os suplementos orais podem ser divididos em
dois tipos: os suplementos industrializados e os suplementos artesanais. Existem
vários tipos de suplementos industrializados disponíveis no mercado que apresentam
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a vantagem de serem de fácil preparo, baixo risco de contaminação e adequada
composição nutricional (OLIVEIRA, 2013).
48
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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